Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prática Simulada III Prática Penal – Beatriz Abraão Semana – 11/03/2019 - Caso Concreto 03 Mateus, de 26 anos de idade, foi denunciado pelo Ministério Público como incurso nas penas previstas no art. 217-A, §1º, c/c art.234-A, III, todos do Código Penal, por crime praticado contra Maísa, de 19 anos de idade. Na peça acusatória, a conduta delitiva atribuída ao acusado foi narrada nos seguintes termos: No mês de agosto de 2016, em dia não determinado, Mateus dirigiu-se à residência de Maísa, ora vítima, para assistir, pela televisão, a um jogo de futebol. Naquela ocasião, aproveitando-se do fato de estar a sós com Maísa, o denunciado constrangeu-a a manter com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da vítima, atestada em laudo de exame de corpo de delito. Certo é que, embora não se tenha valido de violência real ou de grave ameaça para constranger a vítima a com ele manter conjunção carnal, o denunciando aproveitou-se do fato de Maísa ser incapaz de oferecer resistência aos seus propósitos libidinosos assim como de dar validamente o seu consentimento, visto que é deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. Nos autos, havia somente a peça inicial acusatória, os depoimentos prestados na fase do inquérito e a folha de antecedentes penais do acusado. O juiz da 2.ª Vara Criminal do Estado XXXX recebeu a denúncia e determinou a citação do réu para se defender no prazo legal, tendo sido a citação efetivada em 18/11/2016. Alessandro procurou, no mesmo dia, a ajuda de um profissional e outorgou -lhe procuração ad juditia com a finalidade específica de ver-se defendido na ação penal em apreço. Disse, então, a seu advogado que a vítima não era deficiente mental, e que já a namorava havia algum tempo. Disse ainda que sua avó materna, Olinda, e sua mãe, Alda, que moram com ele, sabiam do namoro e que todas as relações que manteve com a vítima eram consentidas. Disse, ainda, que a vítima não quis dar ensejo à ação penal, tendo o promotor, segundo o réu, agido por conta própria. Por fim, Mateus informou que não havia qualquer prova da debilidade mental da vítima e que a mesma poderia comparecer para depor a seu favor em juízo. Em face da situação hipotética apresentada, redija, na qualidade de advogado(a) constituído(a) pelo acusado, a peça processual, privativa de advogado, pertinente à defesa de seu cliente. Indique, ainda, o último dia para oferecimento da peça cabível . Resposta: EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ________ Processo n° …. Mateus, já qualificado nos autos em epigrafe, que lhe move a justiça Pública, por seu advogado que a esta subscreve (procuração anexa), vem respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, dentro do prazo legal, apresentar. RESPOSTA À ACUSAÇÃO Com fulcro nos artigos 396 e 396-A do CPP, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I - DOS FATOS Matheus foi denunciado, em agosto de 2016 supostamente teria se dirigido a residência de Maisa e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta vitima, conforme, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a exordial que, embora não se tenha valido de real ou de grave ameaça para a pratica do ato, o réu teria se aproveitado do fato de Maisa ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim, como de validamente consentir, por se tratar de deficiência mental, incapaz de reger a si mesma. Preliminar: Nulidade é a ocorrência de uma causa de nulidade, sendo esta, de modo esecifico, prevista no artigo 564, III, a do Código de Processo Penal de tal situação, há que se comentar que a representação é uma condição especifica para este tipo de ação, sem a qual ação penal sequer deveria ter sido ajuizada. II – DO DIREITO No que diz respeito ao mérito, devemos nos atentar para o fato de que o réu desconhecia a alegada condição de trata-se a vítima de débil mental, sendo este um dos requisitos previstos em lei para que se presuma a violência. Senão vejamos: III – DO PEDIDO Diante do exposto, requer seja anulada Ab initio a presente ação penal, com fulcro no artigo 564, inciso II do Código de Processo Penal, devendo exordial ser rejeitada com fulcro no artigo 395, inciso II do aludido Código. Não entendendo desta forma, requer seja o acusado absolvido sumariamente com espeque no artigo 397, inciso 397, inciso III do Código de Processo Penal. Provas: Entretanto, caso ainda não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a realização de Exame Pericial, para que se verifique a higidez mental da suposta vítima e sejma ouvidas as testemunhas a seguir arroladas no decorrer da instrução: Nesses termos, Pede deferimento. Local... 28 de novembro de 2016. Advogado Rol de testemunhas Testemunha 1: Olinda, qualificada à fl. ____ Testemunha 2 : Alda, qualificada à fl. ____
Compartilhar