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Universidade Estácio de Sá - UNESA Curso de Direito História do Direito Brasileiro Resumo do Texto “Era das Ordenações” de Flávia Lages de Castro As Ordenações eram o sistema jurídico português aplicado de forma teórica no Brasil durante a colônia legislava de acordo com a metrópole. Por não ter as devidas condições não conseguiram aplicar os preceitos e norma aqui e muitos outros precisavam ser adaptados para serem usados. Então surgiu uma legislação onde adaptou o direito da metrópole para a colônia, como a legislação local ou especial para o brasil. A legislação portuguesa , que adaptada ao brasil, era decretada em Portugal, e em algumas situações, aqui ditada por portugueses. As ordenações Afonsinas (1500 – 1514), durante o século XV, atribuídas a João Mendes, Rui fernandes, Lopo Vasques, Luis Martins e Fernão Rodrigues, foram elaboradas durante o reinado de João I a Afonso V, este por sua vez batizou a ordenação em 1446. Durante esse período ascendeu ao poder o grupo mercantil urbano, fazendo assim seus interesses serem objetivos nacionais. Seu intuito era ser diferente da legislação espanhola, após a revolução de Avis para reforçar o patriotismo portugues. A revolução de Avis tinha por interesse defender a independência portuguesa fortalecendo o poder real. Através da burguesia e fortalecendo a navegação. Esta ordenação continha cinco livros, contendo a organização judiciária, relações do Estado e igreja, competências e processos civis e comerciais. Essa ordenação ganhou notoriedade como fonte do direito nacional e prevalente, assim as soluções apresentadas pelo Rei. Onde um dos objetivos era diminuir ou acabar com várias leis dispersas pelo reino. Essa legislação feita através da Compilação, transcrição de forma integra das fontes existentes seguida da declaração de termos que confirmavam, alterava ou eliminavam as fontes. Esta ordenação contou com magistrados singulares e tribunais colegiados de segundo e terceiro graus de jurisdição e magistrado com funções especificas postos acima dos tribunais colegiados. Juízes ordinários, juízes de fora, juízes de órfãos, juízes de vintena, almotacéis, juízes de sesmaria e juízes alvazis dos avençais e dos judeus. Os tribunais colegiados (segundo grau de jurisdição), desembargo do paço, conselho da fazenda, mesa da consciência e ordem. Por ultimo, o Tribunal Colegiado, 3º grau de jurisdição era a Casa de suplicação. Terceira e ultima instancia da justiça portuguesa. Seguido pelo Rei, governador da casa da justiça na corte. Mais alto e principal oficio da justiça. Essa ordenação tinha muita influencia do direito canônico, visto que muitas vezes a palavra “pecado” substitui a palavra “crime”, gerando alguma confusão de termos. A Lei servia para incutir o medo, de acordo com o temor gerado pela pena e agindo de forma subjetiva tendo em vista fidalgos ou pessoas comuns que cometessem o delito. Quando a ordenação afonsina se lançou na expansão marítima pelo comando da burguesia, era caracterizada como Cruzada. Assim a conquista de terras tomou um peso maior e a conversão de não cristãos, a ideologia dos nobres atingia a mentalidade portuguesa. Conforme o avanço na África, e os lucros aumentando, a expansão marítima estava cada vez mais Expansão Marítimo- comercial. Então as ordenações manuelitas (1514 – 1603) foram determinadas por um vasto numero de leis e atos modificadores em sua antecessora em forma de decretos. Seus autores são João cotrim, Rui boto e Rui da Grá. Este trabalho iniciou em 1501 durante o reinado de Dom Manuel I e terminou em 1514. O diferencial foi a dupla edição em 1512 -1514 e a segunda em 1521. Com diversas grandes mudanças acontecendo na sociedade portuguesa, algumas leis acabaram caindo em desuso mais rapidamente do que o normal em tempos anteriores. Graças aos avanços tecnológicos e filosóficos, tudo precisa ser mais veloz. Assim a lei precisou se adaptar para ser mais conhecida e alcançar maior numero de pessoas, centralizando o poder e atendendo a um dos papeis do estado moderno. Esta ordenação, assim como a anterior assemelha-se em consulta o direito romano, ou seja, era um subsidiário. Assim como a divisão em cinco livros, a diferença que esta dando mais ênfase nas especificações quanto as questões do direito marítimo, contratos e mercadores (nacionais e estrangeiros). Forçando os estrangeiros a adequação dos mercadores locais. Penalmente pouca coisa mudou, Fidalgo continuavam em vantagens aos plebeus e crime de lesa majestade ainda era o pior delito, pena de morte sendo aplicada e tormentos eram aplicados para obtenção de pena. D. Manuel,exigiu a formação academia de direito para os operadores da justiça durante seu reinado. Juizes estrangeiros eram advogados formados, e sua fama não era das melhores. Assim, a ordenação Manuelita legisla acerca de advogados e procuradorem que advogam “para ambas as partes” e tenta evitar o suborno daqueles que aplicam o direito. Ordenações Filipinas D. Sebastião, que assumiu ao trono em 1571, foi criado por jesuítas. Queria ser herói, seu mito influenciou a guerra dos canudos, porém o mesmo entrou para história como um tolo. O mesmo saiu com um exercito e foi lutar na África, pelo que acreditava ser seu destino. Combater infiéis, no caso, muçulmanos e disseminar a fé cristã. Perdeu a guerra e seu corpo nunca foi encontrado. Sem herdeiros diretos, abriu-se uma crise sem precedentes pelo controle de Portugal. Sendo assim, o já coroado rei da Espanha Felipe II, neto de D. Manuel e supremo chefe de uma das maiores forças militares da época, coroado também rei de Portugal. Começa então a União Ibérica. Portugal estava sob risco de se extinguir como nação independente, então os portugueses salvaguardaram seus interesses e impediram a união completa entre ambos os países. O Rei Felipe II permitiu que o comercio colonial de Portugal fosse feito por navios portugueses e comandado apenas por portugueses, as autoridades espanholas não tinham autoridade nos assuntos coloniais portugueses, dentre outros assuntos. Durante esse reinado foi promulgado a Ordenação Filipina, em 1603. Mais duradouro documento oficial. Esse documento foi feito com três propósitos: Desejo de centralização do poder real, desejo de impor o direito romano e tendência de repelir a influencia canônica gerada pelas leis de D. Sebastião. Inovações foram poucas, pois seguiram precedentes das ordenações antecessoras. Seu caráter português fora preservado, sendo uma reforma mais nova da anterior. Sua complexidade veio na estrutura judiciaria. Aumentou-se a quantidade de juízes singulares e suas funções específicas, tribunais colegiados de segundo e terceiro graus seguiram o mesmo caminho. O primeiro recurso sendo juiz das casas da índia, mina, guiné, brasil e armazéns, ouvidor da alfandega chanceler das sentenças, corregedor da comarca, ouvidor da comarca, juiz ordinário, juiz de fora, juiz de vintena, almotacéis, juiz de órfãos, juiz de sesmaria e inquiridor. Cada um com sua função específica. No segundo grau a responsabilidade era dividida entre casa da suplicação e do tribunal da relação, cada um responsável por uma parte dos recursos do país. O Terceiro grau era exercido pelaasa da suplicação, presidida pelo regedor e composta pelo chanceler mor e desembargadores da casa de suplicação. Os julgamentos pela ordenação filipina devem ser os mais céleres possíveis, evitando anulações ou quaisquer outros meios que prejudiquem a sentença, caso a verdade seja sabida. Os resultados finais dos julgamentos poderiam ser feitos as custas das provas mais seguras do cometimento de crimes. O tribunal deve sempre procurar a “verdadedos fatos” através da inquirição direta ou da audiência de testemunhas. Sendo assim isenta de testemunhas parentes diretos, escravos, judeus e mouros. Coibindo a prática de falso testemunho, em casos de pena de morte, com a morte da testemunha e todos os bens deste indo para coroa e o pagamento a quem induzisse ou corrompesse alguma testemunha. Se o caso não fosse com pena de morte, a pena seria enviar o mentiroso ao Brasil. Outros casos eram julgados com confisco dos bens, queima do cadáver ou esquartejamento. Pena por morte natural era apenas uma nomenclatura para morte por enforcamento ou degolação, não respeitando o que entendemos hoje por “ esperar a pessoa morrer”, ainda sim apenas os mais baixos das camadas social eram enforcados, pois era um timo de morte considerado infame. “A morte civil “ ultimo caso de pena de morte, considerada a mais cruel, o individuo mesmo vivo, não tem nenhum direito e vive como se não vivesse mais. Em alguns casos, o culpado do delito era morto (morte cruel) e seus filhos teriam como herança a morte civil. A Ordenação Filipina difere as pessoas, em muitos casos indica-se dois tipos de pena, uma para pessoas comuns e outro para os “gente de maior qualidade”, estas por suas vez não sofriam tormentos. Eram considerados “Gente de maior qualidade” políticos e pessoas formadas em universidades. Em crimes mais graves, não haveria diferença entre as pessoas.
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