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82341 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 2019

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PROF. OSMANE P. RIBEIRO 
IFF – CAMPUS GUARUS 
2019 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 
DIREITO AMBIENTAL 
 O Direito Ambiental pode ser definido como o 
conjunto de normas, princípios, leis, instituições e 
ideologias jurídicas que regulam as relações entre os 
sistemas sociais e seus ambientes. 
 
 O Direito Ambiental, em se tratando de um Estado 
Constitucional de Direito como é o caso do Brasil, 
apresenta normas particulares e concretas 
impregnadas de elementos provenientes dos demais 
ramos do Direito e da Constituição. 
 
2 
DIREITO AMBIENTAL 
 
 A colocação em prática da normatização jurídico-
ambiental passa pela vigência do Estado 
Democrático de Direito, onde todas as garantias 
fundamentais previstas na Constituição deverão ser 
cumpridas pela sociedade. Sem respeito aos direitos 
dos seres humanos e do ambiente natural que o 
cerca, toda tentativa de construção de uma ordem 
democrática será em vão. 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL 
 O regime político adotado pelo Brasil – o capitalismo – 
engloba o funcionamento de empresas com interesses 
econômicos que utilizam o ambiente como fonte de 
matéria-prima, energia e também como local de descarte 
de seus rejeitos. A essência do capitalismo é a 
competição, o individualismo e a desigualdade. O 
ambiente, na condição de algo vivo, dinâmico, necessita 
ser protegido através de legislação específica, com vistas 
às garantias plenas de utilização sustentável e 
preservação de seus recursos, contando com a 
implementação de ações políticas pelos governos federal, 
estadual e municipal. 
 
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DIREITO AMBIENTAL 
 A função primordial dos governos democráticos é 
legislar em favor da criação de normas que 
regulamentam o funcionamento das atividades 
produtivas sem deixar de lado a proteção dos 
recursos naturais existentes em seus territórios, 
condição fundamental para a conquista da tão 
almejada sustentabilidade, ou seja, de se fazer uso 
atual dos bens e serviços ambientais de forma 
racional e controlada, visando manter ou aumentar 
os seus estoques para o atendimento das 
necessidades das gerações futuras. 
 
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CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Meio Ambiente: Segundo a Política Nacional de Meio 
Ambiente, definida pela Lei Nº 6.938/1981, meio ambiente é 
definido como sendo o conjunto de condições e interações de 
ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a 
vida em todas as suas formas. 
 Fatores ambientais são definidos como os elementos bióticos 
(seres vivos) e abióticos (não vivos) que permitem a vida em 
todas as suas formas. 
 Direito do Ambiente: conjunto de princípios jurídicos e 
normas regulamentadoras das atividades humanas que, direta 
ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em 
suas várias dimensões, visando a sustentabilidade para as 
presentes e futuras gerações. 
 
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CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Ecossistemas: conjunto de todas as comunidades que 
interagem entre si agindo sobre ou sofrendo ação dos 
fatores abióticos. 
 Comunidades: conjunto de populações que habitam 
determinado ambiente. 
 Populações: conjunto de organismos de uma mesma 
espécie que ocupam determinado espaço físico. 
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CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Tipos de Ecossistemas: 
 Nativos: composto de elementos espontaneamente 
constituídos pela natureza não humana, podendo ser 
restaurados em sua fisionomia original pela ação 
humana (ex.: mata nativa primária); 
 Transformados: construídos pela natureza não humana e 
modificados pelas atividades humanas (ex.: mata nativa 
secundária); 
 Antrópicos: construídos pelo trabalho coordenado dos 
seres humanos (ex.: área de pastagem, áreas urbanas, 
etc). 
 
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CONCEITOS BÁSICOS 
 
 
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CONCEITOS BÁSICOS 
 
 Modernamente não tratamos os ecossistemas como 
naturais ou artificiais, pois todos têm origem natural, 
respeitando-se as devidas proporções. Mesmo uma rua 
asfaltada em área urbana, por exemplo, contém 
elementos provenientes da natureza (derivados de 
petróleo, areia, pedras, etc). 
 A poluição, por seu turno, é a alteração das propriedades 
físicas, químicas e biológicas de um ambiente pela 
introdução de elementos em quantidade superior à sua 
capacidade de autodepuração. 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 Historicamente, as leis de proteção ambiental no país tiveram início no 
Brasil Colônia (antes de 1822), seguindo no Brasil Império (entre 1822 
e 1889). Porém, para efeitos práticos, vamos nos concentrar na 
República, mais propriamente a partir dos anos 70. 
 
 Nesta década, começaram a se desenvolver no nosso país intensa 
atividade industrial, agropecuária e mineração, facilitada pelo governo 
federal através de 03 Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND), 
lançados em 1971, 1974 e 1979, respectivamente. 
 
 Antes disso, Getúlio Vargas (anos 30 e 40) e Juscelino Kubitscheck 
(anos 50), também impulsionaram a industrialização nacional, mais a 
sua intensificação nos anos 70 aliada à maior consciência ambiental 
naquela década foi determinante para ativar normas regulatórias. 
 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 Estávamos em pleno regime militar no Brasil, que 
durou de 1964 até 1984. O estímulo à produção a 
qualquer custo e a qualquer tempo levou ao 
acontecimento de problemas ambientais no país, com 
intensificação da poluição industrial e no campo. 
 
 Casos de mortes foram verificados em Cubatão S.P. por 
poluição do ar. Degradações em ambientes ocorreram 
em Serra Pelada (Pará) (garimpo de ouro). Pessoas 
foram contaminadas com metais pesados (mercúrio) 
no garimpo. Houve repercussão no mundo todo. 
 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 Empresas multinacionais instaladas no Brasil nos anos 
60 e 70, apesar de serem poluentes, assim como as 
nacionais, ficaram receosas de investirem em suas 
atividades. 
 
 Caos ambiental e recessão econômica por fatores 
internos e internacionais fizeram com que o Congresso 
Nacional, alinhado com governo federal, criasse uma 
Política Nacional do Meio Ambiente em 1981 (Lei 
Federal 6.938/81), visando disciplinar o uso de recursos 
ambientais, bem como dar o ponta pé inicial na 
conservação e preservação destes recursos. Veremos a 
PNMA com detalhes no nosso curso. 
 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 No período entre 1981 e 1988, o Direito Ambiental 
demonstrou força e personalidade, começando a 
surgir normas ambientais com caráter 
compatibilista, as quais favoreciam o 
desenvolvimento socioeconômico ao lado da 
conservação e preservação ambiental. 
 
 Em outubro de 1988, depois de 02 anos de estudos 
e debates, o Congresso Nacional, alinhado com o 
governo federal, sancionou a Constituição Federal 
de 1988. 
 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 A Constituição é uma lei maior que organiza toda uma 
nação. 
 
 Pela primeira vez no Brasil, tivemos um capítulo com 
artigo inteiro de uma Constituição destinado ao tema 
Meio Ambiente (artigo 225). 
 
 A Constituição Federal de 1988 nasceu também com a 
marca de uma época na qual já tínhamos abandonado 
a ditadura miliar de direita (em 1984), e passamos a 
ser uma democracia pluralista. Está válida até os dias 
atuais. 
 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 Como o meio ambiente teve um tratamento especial na 
Lei máxima do país, o que veio depois são normas 
gerais de aperfeiçoamento do sistema. O que veremos 
em todo nosso curso. 
 
 No artigo 225 o meio ambiente foi colocado em nível 
de destaque. Por exemplo, os bens ambientais (água, 
solo, ar, florestas, fauna, minérios, etc.) passarama ser 
de uso coletivo, não pertencendo a ninguém, sendo 
comum a todos nós. Fala também que cada um deve 
fazer sua parte e não só o governo, a fim de proteger os 
recursos naturais para que vive hoje e para as gerações 
futuras. 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 
 Nos anos 70, as preocupações com as questões ambientais nasceram na 
esfera internacional, com as conferências das Organizações das Nações 
Unidas (ONU). De 1972 até a atualidade, realizaram-se três conferências 
mundiais que foram decisivas para um novo rumo nos temas como o 
desenvolvimento equilibrado e sustentável. 
 A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Urbano, ocorrida 
em Estocolmo (Suécia) em 1972 foi o marco inicial do direito ambiental em 
nível mundial. Durante seus trabalhos e discussões, duas correntes de 
pensamento se manifestaram: 
 Os preservacionistas, corrente radicais, basicamente liderados pelos 
representantes dos países desenvolvidos, que defendiam a suspensão da 
intervenção do homem sobre o ambiente; 
 E os desenvolvimentistas, composta pelos países em desenvolvimento, 
incluindo-se o Brasil, que afirmavam que aceitavam a poluição e as 
atividades sem medidas de controle ambiental, pois a preocupação era o 
desenvolvimento econômico a qualquer preço. 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 
 Nesse contexto, a natureza era vista como uma grande e 
inesgotável fornecedora de matéria-prima, insumos e energia, 
como também representava o local de despejo de todas as 
sobras das atividades humanas sem nenhuma preocupação 
em efetuar tratamentos adequados. Os documentos gerados 
não especificaram o desenvolvimento sustentável, se atendo à 
temática do ambiente humano. 
 Dez anos após a realização da Conferência de Estocolmo, a 
ONU criou a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento que, após cinco anos de trabalhos 
apresentou, em 1987, o Relatório Nosso Futuro Comum, 
também conhecido como Relatório Brundtland, em 
homenagem à senhora Gro Harlen Brundtland, ex-primeira 
ministra da Noruega, que presidiu os trabalhos. 
 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 
 O Relatório definiu os contornos iniciais do conceito clássico de 
desenvolvimento sustentável, nos princípios de atenderem às 
necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade 
das gerações futuras terem as suas próprias atendidas. A partir das 
conclusões do Relatório Brundtland, a ONU definiu a realização da 
conferência Rio-92. 
 Também conhecida como a Cúpula da Terra, a Rio-92 (Conferência 
do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento) é o 
ápice da preocupação ambiental no mundo. 
 A Rio-92 produziu quatro documentos: a Declaração sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, a Agenda 21, a Convenção-Quadro 
sobre Mudanças Climáticas e a Convenção sobre Biodiversidade. 
Buscou-se o envolvimento dos setores da sociedade civil e governos 
no sentido de assumirem responsabilidades voltadas para a 
proteção do meio ambiente. 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 
 Como conseqüência às mudanças de comportamento ao longo das 
últimas décadas em decorrência do agravamento do quadro levando 
à instalação de uma crise ambiental sem precedentes na história da 
humanidade, observa-se que as correntes de pensamento passaram 
a evoluir a partir da concepção mecanicista e utilitarista 
(desenvolvimentismo) reinante em 1972, que acreditava na 
convicção do crescimento econômico ilimitado apoiado na idéia de 
recursos naturais infinitos à disposição do homem e na capacidade 
ilimitada da natureza receber os rejeitos de suas atividades, além do 
seu contraponto preservacionista, onde o que prevalece é a noção 
nostálgica de intocabilidade dos ecossistemas, notadamente os 
nativos, caminhando para outras modalidades moldadas em função 
dos novos tempos. Assim, passamos a ter novas formas de pensar a 
questão ambiental, a saber: 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 Compatibilismo: caracterizado pela conciliação dos 
estilos convencionais de desenvolvimento com a 
proteção da natureza, sem propor mudanças 
significativas no modelo de utilização dos recursos 
naturais; 
 Conservacionismo: propõe a utilização racional dos 
recursos naturais, revelando atenção com as 
gerações futuras e a continuidade de vida no planeta, 
reservando-se algumas amostras de ecossistemas 
nativos para proteção integral; 
 
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Histórico sobre Direito Ambiental 
 Ambientalismo: destacado pela ação dos movimentos 
ecológicos propondo a adoção de um novo sistema de idéias 
com transformações radicais nos planos tecnológico, 
econômico, social e político, apoiado na visão dos impactos 
negativos do desenvolvimento econômico clássico nos 
ambientes; 
 Ecologismo: concepção desenvolvida pelo prof. Athur Soffiati 
(2002), que mantém uma atitude de reflexão crítica sobre as 
questões, aceitando as propostas da vertente do 
ambientalismo, mas em uma visão de longo prazo, como 
forma de manutenção de diálogo entre os defensores das 
diversas correntes de pensamento direcionado para 
identificação dos valores necessários à construção de um 
mundo mais ecologicamente equilibrado e socialmente 
igualitário. 
 
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Hierarquia do Direito 
 Leis são definidas como conjunto de normas 
jurídicas criadas através dos processos próprios do 
ato normativo e estabelecidas pelas autoridades 
competentes para o seu efeito. 
 
 Lei constitucional: A Constituição ou Carta Magna 
é um conjunto de regras de governo, muitas vezes 
codificada como um documento escrito, que 
enumera e limita os poderes e funções das 
entidades políticas. 
 
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Hierarquia do Direito 
 
 As leis apresentam uma hierarquia (uma ordem de 
importância), na qual as de menor grau devem 
obedecer às de maior grau. A hierarquia trata-se 
portanto de uma escala de valor. Nas questões 
ambientais, as leis dão maior restrição na medida 
que uma lei maior define linhas gerais e uma menor 
confere caráter específico de dado tema. 
 
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Princípios Norteadores do Direito Ambiental 
 
 
 Princípios são mandamentos que trazem em seu 
conteúdo bases que dão efetividade à norma jurídica, 
adequando-a à realidade e servindo de suporte para 
garantir o cumprimento do direito como um todo. 
 Com o auxílio dos princípios, pode-se aferir a 
validade das leis e a base para para interpretá-las. 
Destacamos, a seguir, alguns princípios do Direito 
Ambiental: 
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Princípios Norteadores do Direito Ambiental 
 
 Princípio do Direito à Sadia Qualidade de Vida: onde o ser humano não só 
tem o direito à vida, mas à qualidade de vida, de onde se deduz que viver 
sem qualidade de vida não é viver de forma digna para a pessoa humana. 
 “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida” (Constituição 
Federal de 1988, art. 225). 
 Princípio do Desenvolvimento Sustentável: traduzido pela necessidade 
de se conciliar a proteção ambiental com o desenvolvimento 
socioeconômico, com redução dos impactos negativos das atividades 
econômicas no meio ambiente e melhoria da qualidade de vida e bem-
estar da coletividade. 
 Também podemos entender sustentabilidade como a apropriação dos 
recursos ambientais pelo ser humano mantendo sua capacidade de 
regeneração ao longo do tempo, com garantias de utilização e proteção 
pelas futuras gerações. 
 
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Princípios Norteadores do Direito Ambiental 
 
 Princípio da Prevenção: como o próprio nome sugere, 
visa prevenir ou evitar a degradação ambiental quando a 
mesma possa ser previamentedetectada, através da 
utilização racional, equilibrada e permanente dos 
recursos naturais. 
 Princípio da Função Socioambiental da Propriedade: a 
função social da propriedade privada, tanto urbana como 
rural, só é legitimada com o atendimento à utilização 
racional dos recursos naturais e preservação ambiental, 
com o aproveitamento econômico não predatório e com a 
observância das condições de trabalho que favoreçam o 
bem-estar dos trabalhadores e dos proprietários. 
 
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Princípios Norteadores do Direito Ambiental 
 
 
 Princípio da Reparação (Responsabilidade Objetiva): 
onde o poluidor/ degradador será o responsável pela 
reparação do dano causado na natureza. 
 A Lei Federal N° 6.938/81 diz, no parágrafo 1° do Artigo 14 que, não 
obstante o pagamento de multas emitidas pelo órgão fiscalizador, o 
poluidor é obrigado, independentemente da existência de culpa, a 
indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, 
afetados por sua atividade. 
 
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Princípios Norteadores do Direito Ambiental 
 
 
 
Princípio da Informação: que garante a todas as pessoas o 
acesso as informações referentes ao tema ambiental, que 
servem para a educação do cidadão e de toda a sociedade, 
com trasmissão de forma sistemática por parte dos agentes 
públicos, não só quando da ocorrência de acidentes 
ambientais. 
 
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Princípios Norteadores do Direito Ambiental 
 
 
 
 Princípio da Participação: com o acesso às informações, a participação 
comunitária nas formulações das políticas públicas e nas proposições 
de ações judiciais passou a ser facilitada, em cumprimento ao artigo 
225 da Constituição, que impõe ao Poder Público e à coletividade o 
dever de proteger o meio ambiente para as presentes e futuras 
gerações. 
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Constituição Federal de 1988 
• Governo do presidente JOSÉ SARNEY DE ARAÚJO COSTA; 
• Duas grandes tarefas que se impunham ao país: 
– Reconstruir a democracia; 
– Enfrentar a crise inflacionária. 
• Em 1º de fevereiro de 1987  instalava-se a Assembléia Nacional Constituinte: 
– Liderança do deputado Ulisses Guimarães (PMDB-SP). 
• Nova Constituição  promulgada em 5 de outubro de 1988; 
• A mais democrática da história brasileira: 
– Estabeleceu eleições diretas em dois turnos para presidente, governador e prefeitos; 
– Adotou o presidencialismo como forma de governo; 
– Afirmou a independência dos três poderes; 
– Restringiu a atuação das forças armadas; 
– Estendeu o voto aos analfabetos e maiores de 16 anos; 
– Universalizara o direito de greve; 
– Diversas outras garantias civis, sociais e trabalhistas; 
– Lacunas  no que se refere à reforma agrária. 
 
31 
Constituição Federal de 1988 
• O que é uma Constituição? 
• É o conjunto de normas que organiza os elementos 
constitutivos do Estado: um sistema de normas 
jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a 
forma do Estado, a forma de seu governo, o modo 
de aquisição e o exercício o poder, o 
estabelecimento dos seus órgãos, os limites de sua 
ação, os direitos fundamentais do homem e as 
respectivas garantias. 
 (José Afonso da Silva) 
• Juridicamente: é a lei fundamental de um Estado, 
que constitui e organiza uma nação. 
 
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Constituição Federal de 1988 
 Classificação das Constituições: 
 
 Quanto à origem: 
 1- Votada ou Promulgada (1891, 1934, 1946 e 1988) 
 Aquela que se origina de Assembléia popular eleita 
para exercer a atividade constituinte. Ex: CF de 
1988. 
 
 2- Outorgada (1824, 1937 e 1967/69). 
 Aquela posta por um indivíduo ou por um grupo 
que não recebeu, do povo, diretamente, o poder 
para exercer a função constituinte. Ex: CF de 1824. 
 
33 
Constituição Federal de 1988 
 Classificação das Constituições: 
 
 Quanto à forma: 
 1- Escrita 
 Aquelas em que os preceitos estruturadores do 
Estado são documentados em um texto. Ex: A CF 
Brasileira. 
 
 2- Histórica ou Costumeira 
 São as que se fundamentam nos usos e nos 
costumes cristalizados pela passagem do tempo e 
obedecidos por aqueles aos quais se dirigem. Ex: 
Constituição Inglesa. 
 
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Constituição Federal de 1988 
 
 O Princípio da Supremacia Constitucional 
 
 
 
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Constituição e Emendas Constitucionais 
(alteração constitucional) 
Leis Complementares 
Leis Ordinárias; Leis Delegadas 
e Medidas Provisórias 
Resoluções, Decretos, e 
Portarias 
A não-adequação das normas infra-constitucionais à Constituição Federal resulta na 
exclusão do sistema – INCONSTITUCIONALIDADE. 
Constituição Federal de 1988 
 I – Constituição 
 Na Federação prevalece a Constituição Federal, o estatuto legal 
básico que orienta todos os ramos do Direito, invalidando as que 
com ela não estejam em harmonia. 
 II – Emendas à Constituição 
 Leis que modificam parcialmente a constituição. 
 III – Leis complementares 
 São as leis destinadas a complementar ou integrar a 
Constituição, situando-se em nível intermediário entre 
Constituição e lei ordinária. É possível que lei ordinária venha a 
regulamentar aspectos decorrentes de lei complementar, tendo 
de manter aí a predominância da lei complementar, de quorum 
superior. 
36 
Constituição Federal de 1988 
 IV – Leis ordinárias 
 Leis comuns, formuladas pelo Congresso Nacional (na área federal), 
assembléia legislativa (estadual) ou pela câmara dos vereadores 
(municipal). 
 V – Leis delegadas 
 Equiparam-se às leis ordinárias, diferindo dessas apenas na forma de 
elaboração. 
 VI – Decretos legislativos 
 São normas promulgadas pelo Congresso Nacional em assunto de sua 
competência. 
 VII – Resoluções 
 Geralmente são atos de natureza administrativa expedidos por 
autoridade ou órgão colegiado, de qualquer dos três poderes. 
37 
Constituição Federal de 1988 
 VIII – Medidas provisórias 
 Normas com força de lei baixadas pelo presidente da República, 
em caso de relevância e urgência. 
 IX – Tratados e convenções internacionais 
 Situam-se no mesmo nível das leis ordinárias. Passam a integrar 
a legislação do país se forem aprovados por decretos legislativos 
e promulgados por decreto do Presidente da República. 
 X – Decretos de exceção 
 No mesmo nível das leis ordinárias estão certos decretos 
editados em épocas de exceção por governos que legislavam por 
decreto. Tais decretos, ao invés de regulamentarem a lei, era a 
própria lei. 
38 
Constituição Federal de 1988 
 REVOGAÇÃO DAS LEIS 
 A lei permanece em vigor até que outra a modifique ou 
revogue, salvo nas destinadas a vigência temporária. 
 SUSPENSÃO DAS LEIS 
 Há casos em que a lei não é revogada, mas apenas 
suspensa. A medida provisória suspende a lei, ocorrendo 
revogação somente quando a medida provisória for 
convertida em lei. 
 
 Na hierarquia do direito, as leis menores na escala de 
valores não podem contrariar as leis de maior instância, 
nem ir além delas, sob pena de serem consideradas 
inconstitucionais. 
 
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Constituição Federal de 1988 
 A Federação Brasileira: 
 
Art. 1o. A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
 
 I – a soberania; 
 II – a cidadania; 
 III – a dignidade da pessoa humana; 
 IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V – o pluralismo político. 
 
 Parágrafo Único: Todo o poder emana do povo, que o exerce 
por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
 
40 
Constituição Federal de 1988 
 A Federação Brasileira: Estado Democrático de Direito 
 
 Forma de Estado: Unitário ou Federal 
 
 Forma de governo: República 
 
 Sistema de governo: Presidencialista 
 
 Regime político: Democracia 
 
41 
Constituição Federal de 1988 
 
Cláusulas pétreas (art. 60, par. 4o): 
 
• Não será objeto de deliberação a proposta 
de emenda tendente a abolir: 
– A forma Federativa de Estado; 
– O voto direto, secreto, universal e 
periódico; 
– A separação dos poderes; 
– Os direitos e garantias individuais. 
 
 
 
 
 
42 
Constituição Federal de 1988 
Independência dos Poderes: 
 
EXECUTIVO – LEGISLATIVO – JUDICIÁRIO 
 
 A Investidura (contratação) e permanência de 
pessoas em seus cargos NÃO depende da 
aprovação de outro Poder; 
 
 Um Poder não precisa consultar o outro para 
tomar decisões; 
 
 Cada um é livre na organização de seus serviços. 
 
 
 
 
 
43 
Constituição Federal de 1988 
 As leis de uma forma geral são formuladas segundo 
uma estrutura básica composta das seguintes 
partes: 
 Capítulo Seção Artigos 
 Título 
 
 
 Os Artigos vão de 1° a 10°. Daí para frente são 
numéricos (11, 12, 13, ...). Os artigos contêm 
Parágrafos (§ 1°, § 2º, § 3º, ...), Incisos (I, II, III, ...) 
e Alíneas (a, b, c, ...). 
44 
Constituição Federal de 1988 
 CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE 
 
 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras 
gerações. 
 § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao 
Poder Público: 
 I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e 
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; 
 II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio 
genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e 
manipulação de material genético; 
45 
Constituição Federal de 1988 
 CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE 
 III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e 
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração 
e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer 
utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem 
sua proteção; 
 IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade 
potencialmente causadora de significativa degradação do meio 
ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará 
publicidade; 
 V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, 
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de 
vida e o meio ambiente; 
 VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a preservação do meio ambiente; 
 
46 
Constituição Federal de 1988 
CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE 
 
 VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as 
práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem 
a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. 
 § 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a 
recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução 
técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. 
 § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio 
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a 
sanções penais e administrativas, independentemente da 
obrigação de reparar os danos causados. 
47 
Constituição Federal de 1988 
CAPÍTULO VI - DO MEIO AMBIENTE 
 § 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a 
Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira 
são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma 
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do 
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos 
naturais. 
 § 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas 
pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à 
proteção dos ecossistemas naturais. 
 § 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter 
sua localização definida em lei federal, sem o que não 
poderão ser instaladas. 
48 
Legislação Ambiental 
 Referência bibliográfica: 
 
 Título do Livro: Direito Ambiental 
Brasileiro 
 Autor: Paulo Affonso Leme Machado 
 Malheiros Editores 
 19ª. Edição – Ano: 2011 
 1224 páginas 
49 
Constituição Federal de 1988 
 
 Em outros capítulos da C.F./1988, a temática 
ambiental está contemplada, demonstrando a 
notória característica da visão sistêmica do texto 
constitucional , com a correlação e o entrelaçamento 
dos diversos assuntos abordados. 
 
50 
 
 
 
 
 
 
Competências Ambientais 
 
 
 O ser humano, na condição ente social, vive em 
sociedade interagindo com meio e com outros humanos. 
Enquanto não se aglomeravam em cidades e não 
necessitavam de maiores exigências, dispensavam 
controles. Porém, com o advento da urbanização, 
surgiram enormes problemas, como a deterioração do 
ambiente urbano, a desorganização social, a carência de 
habitações, o desemprego, os problemas de saneamento 
básico, entre outros, como efeito do uso predatório do 
solo e da alteração da paisagem urbana. 
 
51 
 
 
 
 
 
 
Competências Ambientais 
 
 
 A solução desses problemas se dá pela intervenção 
do Poder Público que, através de normas jurídicas, 
procura assegurar um meio ambiente 
ecologicamente equilibrado e uma sociedade mais 
igualitária. 
 É importante estudar, então, as atribuições e 
competências de cada uma das entidades da 
federação. No sistema de repartição de competências 
constitucionais, duas são as divisões fundamentais: 
 
52 
 
 
 
 
 
 
Amplitude do Direito Ambiental 
 
 
 Interesse coletivo  se aplica aos bens sociais que 
pertencem à coletividade sem distinção, aplicáveis a 
todos os integrantes da sociedade. 
 
 Interesse difuso  se aplica aos bens e serviços 
ambientais, disponíveis a todos sem ser privativo de 
ninguém. Por exemplo, viver em meio ambiente saudável 
é um direito de todo o ser humano, ainda que não possa 
reivindicar ou tomar esse direito só para si. Os titulares 
de direitos difusos, em geral, não são identificáveis e a 
proteção a esses direitos é feita por meio da ação civil 
pública. 
 
 
 
 
53 
 
 Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso 
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 Art 1º - Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no 
art. 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui 
o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e institui o Cadastro 
de Defesa Ambiental (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990). 
 
 DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a 
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à 
vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento sócio-
econômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da 
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: 
54 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 I - ação governamental na manutenção do equilíbrio 
ecológico, considerando o meio ambiente como um 
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e 
protegido, tendo em vista o uso coletivo; 
 II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do 
ar; 
 III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos 
ambientais; 
 IV- proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
 V - controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
55 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias 
orientadas para o uso racional e a proteção dos 
recursos ambientais; 
 VII - acompanhamento do estado da qualidade 
ambiental; 
 VIII - recuperação de áreas degradadas; 
 IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
 X - educação ambiental a todos os níveis do ensino, 
inclusive a educação da comunidade, objetivando 
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio 
ambiente. 
 
56 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
 I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e 
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e 
rege a vida em todas as suas formas; 
 II - degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das 
características do meio ambiente; 
 III - poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de 
atividades que direta ou indiretamente: 
 a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
 b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; 
 c) afetem desfavoravelmente a biota; 
 d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente; 
 e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos; 
57 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito 
público ou privado, responsável, direta ou 
indiretamente, por atividade causadora de 
degradação ambiental; 
 
 V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas 
interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o 
mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da 
biosfera, a fauna e a flora. (Redação dada pela Lei nº 
7.804, de 1989). 
 
58 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 DOS OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DO 
MEIO AMBIENTE 
 Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
 I - à compatibilização do desenvolvimento econômico 
social com a preservação da qualidade do meio 
ambiente e do equilíbrio ecológico; 
 II - à definição de áreas prioritárias de ação 
governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio 
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, do Territórios e dos 
Municípios; 
59 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade 
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos 
ambientais; 
 IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais 
orientadas para o uso racional de recursos ambientais; 
 V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à 
divulgação de dados e informações ambientais e à formação de 
uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da 
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
 VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com 
vistas á sua utilização racional e disponibilidade permanente, 
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício 
à vida; 
60 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de 
recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao usuário, de 
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos. 
 Art. 5º - As diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente 
serão formuladas em normas e planos, destinados a orientar a 
ação dos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, 
dos Territórios e dos Municípios no que se relaciona com a 
preservação da qualidade ambiental e manutenção do equilíbrio 
ecológico, observados os princípios estabelecidos no art. 2º desta 
Lei. 
 Parágrafo único. As atividades empresariais públicas ou privadas 
serão exercidas em consonância com as diretrizes da Política 
Nacional do Meio Ambiente. 
61 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 DO SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 
 Art. 6º - Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem 
como as fundações instituídas pelo Poder Público, 
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade 
ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio 
Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
 I - Órgão Superior: o Conselho de Governo, com a função 
de assessorar o Presidente da República na formulação da 
política nacional e nas diretrizes governamentais para o 
meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada 
pela Lei nº 8.028, de 1990) 
62 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 II - Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor 
ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o 
meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua 
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio 
ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de 
vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
 III - Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da 
República, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e 
controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes 
governamentais fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei 
nº 8.028, de 1990) 
 IV - Órgão Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis, com a finalidade de executar e fazer 
executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais 
fixadas para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 
1990) 
63 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela 
execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades 
capazes de provocar a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804, 
de 1989) 
 VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo 
controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; 
(Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 1º Os Estados, na esfera de suas competências e nas áreas de sua jurisdição, 
elaboração normas supletivas e complementares e padrões relacionados com o 
meio ambiente, observados os que forem estabelecidos pelo CONAMA. 
 § 2º Os Municípios, observadas as normas e os padrões federais e estaduais, 
também poderão elaborar as normas mencionadas no parágrafo anterior. 
 § 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo 
deverão fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, 
quando solicitados por pessoa legitimamente interessada. 
 § 4º De acordo com a legislação em vigor, é o Poder Executivo autorizado a 
criar uma Fundação de apoio técnico científico às atividades da SEMA. (Vide 
Lei nº 7.804, de 1989). 
64 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos 
ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, 
bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão 
estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio 
Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter 
supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. (Redação 
dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
 
 § 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva 
concessão serão publicados no jornal oficial do Estado, bemcomo em um periódico regional ou local de grande circulação. 
65 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 § 2º Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o 
licenciamento de que trata este artigo dependerá de 
homologação da SEMA. (Vide Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 3º O órgão estadual do meio ambiente e a SEMA, esta em 
caráter supletivo, poderão, se necessário e sem prejuízo das 
penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a redução das 
atividades geradoras de poluição, para manter as emissões 
gasosas, os efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das 
condições e limites estipulados no licenciamento concedido. 
(Vide Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e 
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA o licenciamento previsto 
no caput deste artigo, no caso de atividades e obras com 
significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional. 
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989) 
66 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 Art. 11. Compete à SEMA propor ao CONAMA normas e padrões 
para implantação, acompanhamento e fiscalização do 
licenciamento previsto no artigo anterior, além das que forem 
oriundas do próprio CONAMA. (Vide Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 1º A fiscalização e o controle da aplicação de critérios, normas e 
padrões de qualidade ambiental serão exercidos pela SEMA, em 
caráter supletivo da atuação do órgão estadual e municipal 
competentes. (Vide Lei nº 7.804, de 1989) 
 § 2º Inclui-se na competência da fiscalização e controle a análise 
de projetos de entidades, públicas ou privadas, objetivando a 
preservação ou a recuperação de recursos ambientais, afetados 
por processos de exploração predatórios ou poluidores. 
67 
Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981 
 Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e 
municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos 
inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os 
transgressores: 
 I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no 
máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada 
em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua 
cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou 
pelos Municípios; 
 II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; 
 III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em 
estabelecimentos oficiais de crédito; 
 IV - à suspensão de sua atividade. 
 § 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao 
meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e 
dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por 
danos causados ao meio ambiente. 
 § 2º No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário do 
Meio Ambiente a aplicação Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias prevista 
neste artigo. 
68 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998, que dispõe sobre as sanções penais 
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá 
outras providências. 
 
 Principais pontos de destaque: 
 
 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS 
 Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, 
incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, 
o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o 
preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de 
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la. 
 
 CAPÍTULO II - DA APLICAÇÃO DA PENA 
 Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade competente observará: 
 I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas conseqüências para a 
saúde pública e para o meio ambiente; 
 
 
 
69 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse 
ambiental; 
 III - a situação econômica do infrator, no caso de multa. 
 Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de 
liberdade quando: 
 I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a 
quatro anos; 
 II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja 
suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. 
 Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este artigo terão a mesma 
duração da pena privativa de liberdade substituída. 
 Art. 8º As penas restritivas de direito são: 
 I - prestação de serviços à comunidade; 
 II - interdição temporária de direitos; 
 III - suspensão parcial ou total de atividades; 
 IV - prestação pecuniária; 
 V - recolhimento domiciliar. 
 
 
 
70 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
 Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de 
tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso 
de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível. 
 Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado 
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros 
benefícios, bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de 
crimes dolosos, e de três anos, no de crimes culposos. 
 Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo 
às prescrições legais. 
 Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entidade 
pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um 
salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será 
deduzido do montante de eventual reparação civil a que for condenado o infrator. 
 Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de 
responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso 
ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em 
residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme estabelecido 
na sentença condenatória. 
 
 
71 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
 Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: 
 I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; 
 II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou 
limitação significativa da degradação ambiental causada; 
 III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental; 
 IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental. 
 
 Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o 
crime: 
 I - reincidência nos crimes de natureza ambiental; 
 II - ter o agente cometido a infração: 
 a) para obter vantagem pecuniária; 
 b) coagindo outrem para a execução material da infração; 
 c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente; 
 d) concorrendo para danos à propriedade alheia; 
 
 
72 
LeiFederal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
 e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder 
Público, a regime especial de uso; 
 f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; 
 g) em período de defeso à fauna; 
 h) em domingos ou feriados; 
 i) à noite; 
 j) em épocas de seca ou inundações; 
 l) no interior do espaço territorial especialmente protegido; 
 m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais; 
 n) mediante fraude ou abuso de confiança; 
 o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental; 
 p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou 
beneficiada por incentivos fiscais; 
 q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades 
competentes; 
 r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções. 
 
 
73 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para 
reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo 
ofendido ou pelo meio ambiente. 
 Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá 
efetuar-se pelo valor fixado nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para 
apuração do dano efetivamente sofrido. 
 
 Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: 
 I - suspensão parcial ou total de atividades; 
 II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; 
 III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, 
subvenções ou doações. 
 
 Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: 
 I - custeio de programas e de projetos ambientais; 
 II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas; 
 III - manutenção de espaços públicos; 
 IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
 
 
 
 
 
74 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de 
permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua 
liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal 
perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. 
 
 CAPÍTULO III - DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO 
ADMINISTRATIVA OU DE CRIME 
 
 Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, lavrando-
se os respectivos autos. 
 § 1º Os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a jardins zoológicos, 
fundações ou entidades assemelhadas, desde que fiquem sob a responsabilidade de 
técnicos habilitados. 
 § 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a 
instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. 
 § 3° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a 
instituições científicas, culturais ou educacionais. 
 § 4º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua 
descaracterização por meio da reciclagem. 
75 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  CAPÍTULO V - DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE 
 Seção I - Dos Crimes contra a Fauna 
 
 Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou 
em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade 
competente, ou em desacordo com a obtida: 
 Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. 
 
 § 1º Incorre nas mesmas penas: 
 I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a 
obtida; 
 II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural; 
 III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou 
depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em 
rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros 
não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade 
competente. 
76 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  § 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de 
extinção, pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
 § 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, 
migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu 
ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais 
brasileiras. 
 § 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: 
 I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local 
da infração; 
 II - em período proibido à caça; 
 III - durante a noite; 
 IV - com abuso de licença; 
 V - em unidade de conservação; 
 VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em 
massa. 
 § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional. 
 § 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca. 
77 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico oficial favorável e 
licença expedida por autoridade competente: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
 A t. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos 
ou domesticados, nativos ou exóticos: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal 
vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. 
 § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. 
 
 Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento 
de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas 
jurisdicionais brasileiras: 
 Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente. 
 Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas: 
 I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aqüicultura de domínio 
público; 
78 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
 II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, 
permissão ou autorização da autoridade competente; 
 III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de 
moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta náutica. 
 
 Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares interditados por 
órgão competente: 
 Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem: 
 I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos 
permitidos; 
 II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, 
petrechos, técnicas e métodos não permitidos; 
 III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da 
coleta, apanha e pesca proibidas. 
79 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 35. Pescar mediante a utilização de: 
 I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito semelhante; 
 II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente: 
 Pena - reclusão deum ano a cinco anos. 
 
 Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, 
coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, 
moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, 
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas oficiais da fauna e da 
flora. 
 
 Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: 
 I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família; 
 II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de 
animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente; 
 III – (VETADO) 
 IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente. 
 
80 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Seção II - Dos Crimes contra a Flora 
 
 Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo 
que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: 
 Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
 
 Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em estágio avançado 
ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica, ou utilizá-la com infringência das 
normas de proteção: (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). 
 Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas 
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). 
 Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. (Incluído pela Lei 
nº 11.428, de 2006). 
 
 Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação permanente, sem 
permissão da autoridade competente: 
 Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
81 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de que 
trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de sua 
localização: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 § 2° A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção no interior das 
Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável será considerada 
circunstância agravante para a fixação da pena. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 
18.7.2000) 
 § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade. 
 
 Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta: 
 Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. 
 Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis meses a um ano, e 
multa. 
 
 Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas 
florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de 
assentamento humano: 
 Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 
 
 
 
82 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de preservação 
permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou qualquer espécie de minerais: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 
 Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim classificada por ato do 
Poder Público, para fins industriais, energéticos ou para qualquer outra exploração, 
econômica ou não, em desacordo com as determinações legais: 
 Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa. 
 
 Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e 
outros produtos de origem vegetal, sem exigir a exibição de licença do vendedor, 
outorgada pela autoridade competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o 
produto até final beneficiamento: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, tem em 
depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem 
vegetal, sem licença válida para todo o tempo da viagem ou do armazenamento, 
outorgada pela autoridade competente. 
 
 
 
83 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e demais formas de 
vegetação: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 
 Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de 
ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa. 
 
 Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou vegetação fixadora de 
dunas, protetora de mangues, objeto de especial preservação: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
 Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, 
em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente: 
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006) 
 
 
84 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Seção III - Da Poluição e outros Crimes Ambientais 
 Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam 
resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a 
destruição significativa da flora: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 § 1º Se o crime é culposo: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 § 2º Se o crime: 
 I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; 
 II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos 
habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população; 
 III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento público 
de água de uma comunidade; 
 IV - dificultar ou impedir o uso público das praias; 
 V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou 
substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou 
regulamentos: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
85 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente 
autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada 
ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação 
do órgão competente. 
 
 Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, 
transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, 
perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as 
exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 § 1º Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou substâncias referidos no 
caput, ou os utiliza em desacordo com as normas de segurança. 
 § 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada de um 
sexto a um terço. 
 § 3º Se o crime é culposo: 
 Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
86 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
  Art. 60. Construir, reformar, ampliar,instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do 
território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem 
licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas 
legais e regulamentares pertinentes: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente. 
 
 Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em virtude do 
seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de seis meses a um ano de 
detenção, e multa. 
 
 Seção V - Dos Crimes contra a Administração Ambiental 
 Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, omitir a verdade, 
sonegar informações ou dados técnico-científicos em procedimentos de autorização ou de 
licenciamento ambiental: 
 Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
87 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
 Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou permissão em desacordo 
com as normas ambientais, para as atividades, obras ou serviços cuja realização depende 
de ato autorizativo do Poder Público: 
 Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um ano de detenção, sem 
prejuízo da multa. 
 
 Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão florestal ou qualquer 
outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou relatório ambiental total ou 
parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 
2006) 
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
§ 1º Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos.(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) 
 § 2º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há dano significativo ao 
meio ambiente, em decorrência do uso da informação falsa, incompleta ou enganosa. 
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006). 
88 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
 CAPÍTULO VI - DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA 
 Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole 
as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente. 
 § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração ambiental e instaurar 
processo administrativo os funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema 
Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, 
bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha. 
 § 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir representação às 
autoridades relacionadas no parágrafo anterior, para efeito do exercício do seu poder de 
polícia. 
 § 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração ambiental é obrigada a 
promover a sua apuração imediata, mediante processo administrativo próprio, sob pena 
de co-responsabilidade. 
 § 4º As infrações ambientais são apuradas em processo administrativo próprio, 
assegurado o direito de ampla defesa e o contraditório, observadas as disposições desta 
Lei. 
 
 
89 
Lei Federal Nº 9.605, de 12 de 
Fevereiro de 1998. 
 
 
 Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração ambiental serão 
revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho 
de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos 
estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão 
arrecadador. 
 
 Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma ou outra 
medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. 
 
 Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no regulamento desta Lei 
e corrigido periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação pertinente, 
sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 
(cinqüenta milhões de reais). 
90 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
  Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de 
Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da 
Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que 
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. 
 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
 
 TÍTULO I - DA POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS 
 CAPÍTULO I - DOS FUNDAMENTOS 
 
 Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos: 
 I - a água é um bem de domínio público; 
 II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; 
 III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo 
humano e a dessedentação de animais; 
 IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas; 
91 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
 
 V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política Nacional 
de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos; 
 VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação 
do Poder Público, dos usuários e das comunidades. 
 
 CAPÍTULO II - DOS OBJETIVOS 
 
 Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos: 
 I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em 
padrões de qualidade adequados aos respectivos usos; 
 II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte 
aquaviário, com vistas ao desenvolvimento sustentável; 
 III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou 
decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. 
92 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
 
 
 CAPÍTULO IV - DOS INSTRUMENTOS 
 
 Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos: 
 
 I - os Planos de Recursos Hídricos; 
 II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da 
 água; 
 III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos; 
 IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos; 
 V - a compensação a municípios; 
 VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. 
 
 
93 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
 
 SEÇÃO I - DOS PLANOS DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
 Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e 
orientar a implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento 
dos recursos hídricos. 
 
 Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de 
planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e 
terão o seguinte conteúdo mínimo: 
 I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos; 
 II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades 
produtivas e de modificações dos padrões de ocupação do solo; 
 III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em 
quantidade e qualidade, com identificação de conflitos potenciais; 
 IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos 
recursos hídricos disponíveis; 
 
 
 
94 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem 
 implantados, para o atendimento das metas previstas; 
 VI - (VETADO) 
 VII - (VETADO) 
 VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos; 
 IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos; 
 X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos 
recursos hídricos. 
 Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por 
Estado e para o País. 
 
 SEÇÃO II - DO ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSES, SEGUNDO 
OS USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA 
 Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos 
preponderantes da água, visa a: 
 I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem 
destinadas; 
 II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas 
permanentes. 
 
95 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
 
 Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental. 
 
 SEÇÃO III - DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
 Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos 
assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos 
direitos de acesso à água. 
 
 Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de 
recursos hídricos: 
 I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para 
consumo final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo; 
 II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo 
produtivo; 
 III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, 
tratados ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final; 
 IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos; 
 
 
96 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
  V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em 
um corpo de água. 
 § 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento: 
 I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos 
populacionais, distribuídos no meio rural; 
 II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes; 
 III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes. 
 § 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica 
estará subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do 
disposto no inciso VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial 
específica. 
 
 Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos 
de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver 
enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando 
for o caso. 
 Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo 
destes. 
 
 
97 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
  Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo 
Federal, dos Estados ou do Distrito Federal. 
 § 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal 
competência para conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da 
União. 
 
 Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não 
excedente a trinta e cinco anos, renovável. 
 
 SEÇÃO IV - DA COBRANÇA DO USO DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
 Art. 19. A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva: 
 I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real 
valor; 
 II - incentivar a racionalização do uso da água; 
 III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções 
contemplados nos planos de recursos hídricos. 
 
 
98 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
  Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser 
observados, dentre outros: 
 I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de 
variação; 
 II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado 
e seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do 
afluente. 
 
 Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão 
aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão 
utilizados: 
 I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de 
Recursos Hídricos; 
 II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e 
entidades integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
 § 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio 
por cento do total arrecadado. 
 § 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em 
projetos e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a 
quantidade e o regime de vazão de um corpo de água. 
99 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
  TÍTULO II - DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS 
HÍDRICOS 
 CAPÍTULO I - DOS OBJETIVOS E DA COMPOSIÇÃO 
 Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os 
 seguintes objetivos: 
 I - coordenar a gestão integrada das águas; 
 II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos; 
 III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos; 
 IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos 
hídricos; 
 V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos. 
 
 Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos: (Redação 
dada pela Lei 9.984, de 2000) 
 I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) 
 I-A. – a Agência Nacional de Águas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) 
 II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; (Redação dada 
pela Lei 9.984, de 2000) 
100 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
 
 III – os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) 
 IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais 
cujas competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; (Redação dada pela 
Lei 9.984, de 2000) 
 V – as Agências de Água. (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000) 
 
 CAPÍTULO III - DOS COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICA 
 
 Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação: 
 I - a totalidade de uma bacia hidrográfica; 
 II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de 
tributário desse tributário; ou 
 III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas. 
 Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da 
União será efetivada por ato do Presidente da República. 
101 
Lei Federal Nº 9.433, de 08 de 
Janeiro de 1997. 
 
 CAPÍTULO VI - DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
 Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de recursos 
hídricos: 
 I - consórcios e associações intermunicipais de bacias hidrográficas; 
 II - associações regionais,

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