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DIREITO ADMINISTRATIVO 
1 
 
diferencialensino.com.br 
 
DIREITO 
ADMINISTRATIVO 
 
MÓDULO I 
 
 Prof. ESP. MÁRCIO TADEU 
 
 
 
Aula 01 - INTRODUÇÃO AO DIREITO ADMINISTRATIVO 
01. INTRODUÇÃO ................................................................... 10 
02. PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA... 14 
2.1 - Supremacia do Interesse Público sobre o Privado ................ 14 
2.2 – Indisponibilidade do Interesse Público.................................. 14 
2.3 – Legalidade.............................................................................. 16 
2.4 - Impessoalidade ..................................................................... 17 
2.5 – Finalidade.............................................................................. 18 
2.6 – Isonomia ............................................................................... 18 
2.7 – Moralidade............................................................................. 19 
2.8 – Publicidade............................................................................. 20 
2.9 – Eficiência ............................................................................... 21 
2.10 – Economicidade..................................................................... 22 
2.11 – Legitimidade......................................................................... 22 
2.12 – Devido Processo Legal......................................................... 26 
2.13– Ampla Defesa e Contraditório.............................................. 26 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
2 
 
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2.14 – Proibição do Uso de Provas Ilícitas.................................... 26 
2.15- Presunção de Inocência ...................................................... 26 
2.16- Celeridade Processual ......................................................... 26 
2.17 – Motivação ......................................................................... 26 
2.18 - Segurança Jurídica ........................................................... 27 
2.19 – Razoabilidade e Proporcionalidade ................................. 27 
2.20 – Autotulela ........................................................................ 27 
2.21 – Princípios do Decreto Lei 200/67 .................................. 28 
Exercícios ................................................................. 31 
 
AULA 02 - ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA 
 
Desconcentração/Descentralização................................................. 41 
2.1 - Autarquia ................................................................................ 42 
Agência Reguladora................................................................ 44 
Autarquia Corporativa........................................................... 44 
Agência Executiva ................................................................. 47 
Consórcios Públicos .............................................................. 49 
Autarquia Territorial.............................................................. 54 
2.2 - Fundação Pública ................................................................. 54 
2.3 - Sociedade de Economia Mista ............................................. 56 
2.4 - Empresa Pública .................................................................. 57 
2.5 - Órgão Público ...................................................................... 58 
Teorias (Mandato/Representação/Orgão)............................. 58 
Classificação dos Órgãos Públicos ...................................... 59 
Exercícios ..................................................................... 61 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
3 
 
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AULA 03 - PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
3.1 - Uso de Poder .......................................................................... 67 
3.2 – Abuso de Poder ..................................................................... 67 
3.3 - Poder Vinculado .................................................................... 68 
3.4 - Poder Discricionário............................................................... 68 
3.5 - Poder Regulametar ................................................................ 68 
3.6 - Poder Hierárquico................................................................... 69 
3.7 - Poder Disciplinar ... ............................................................... 69 
3.8 - Poder de Polícia...................................................................... 70 
Exercícios ..................................................................... 72 
 
AULA 04 - ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS.................................................. 76 
FATOS ADMINISTRATIVOS............................................... 78 
4.1 - Atos Administrativos e a Lei ............................................... 79 
4.2 – Ato Perfeito, Válido e Eficaz ................................................ 79 
4.3 – Requisitos ou Elementos ....................................................... 79 
4.4 - Discricionariedade e Vinculação .......................................... 82 
4.5 –Atributos dos Atos Administrativos........................................ 82 
4.6 – Extinção dos Atos Administrativos ....................................... 83 
4.7 –.invalidação dos Atos Administrativos.................................... 84 
4.8 – Convalidação dos Atos Administrativos ............................... 85 
4.9 – Classificação dos Atos Administrativos ................................ 86 
4.10 – Silência da Administração ................................................... 89 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
4 
 
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Exercícios ...................................................................... 90 
 
AULA 05 – RESPONSABILIDADE CIVIL DO 
ESTADO 
Ação de Regresso .......................................................................... 95 
Teoria da Culpa Administrativa ... ................................................ 96 
Teoria do Risco Administrativo .................................................... 96 
Teoria do Risco Integral ................................................................ 96 
Responsabilidade Subjetiva ou Teoria da Culpa........................... 97 
Excludentes........................................... ....................................... 98 
Exercícios .................................................................... 100 
 
AULA 06 – AGENTES PÚBLICOS 
 
Classificação ................................................................................. 104 
Poderes, Deveres e Prerrogativas .................................................. 104 
Cargo, Emprego e Função Pública................................................. 106 
Previsão Constitucional ................................................................ 106 
Provimento e Vacância ................................................................ 108 
Exercícios ........................................................................ 111 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
5 
 
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Aula 07 - Controle Administrativo 
 
01. Quanto à extensão do controle................................................ 115 
02. Quanto ao momento em que se efetua..................................... 115 
03. Quanto à natureza do controle.................................................116 
04. Quanto ao órgão que o exerce.................................................. 117 
Atos sujeitos a controle especial........................................... 118 
 Conforme o órgão que realize o controle administrativo.... 118 
Exercícios ........................................................ 119 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
6 
 
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AULA DE APOIO – JURISPRUDÊNCIA PERTINENTE 
 
✓ Súmula Vinculante 3 STF - Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-
se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de 
ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
✓ Súmula Vinculante 5, STF: A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição. 
✓ Súmula Vinculante 13, STF: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, 
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor 
da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o 
exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na 
Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, 
viola a Constituição Federal. 
✓ Súmula Vinculante 15, STF: O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público 
não incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo. 
✓ Súmula Vinculante 38, STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento 
de estabelecimento comercial. 
✓ STF: Súmula Vinculante 37, STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função 
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia. 
✓ Súmula Vinculante 42, STF: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de 
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária. 
✓ Súmula Vinculante 43, STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie 
ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinada ao seu 
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido. 
ENTENDIMENTOS, JULGADOS E INFORMATIVOS STF 
 O STF, após empate na votação, manteve a validade da Resolução RDC 14/2012-ANVISA, que proíbe 
a comercialização no Brasil de cigarros com sabor e aroma. Esta parte do dispositivo não possui eficácia 
erga omnes e efeito vinculante. Significa dizer que, provavelmente, as empresas continuarão 
ingressando com ações judiciais, em 1ª instância, alegando que a Resolução é inconstitucional e 
pedindo a liberação da comercialização dos cigarros com aroma. Os juízes e Tribunais estarão livres 
para, se assim entenderem, declararem inconstitucional a Resolução e autorizar a venda. Existem, 
inclusive, algumas decisões nesse sentido e que continuam valendo. STF. Plenário. ADI 4874/DF, Rel. 
Min. Rosa Weber, julgado em 1º/2/2018 (Info 889). 
Plenário do Supremo Tribunal Federal Referência RE 612975/MT e RE 602043/MT (repercussão 
geral) - Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a 
incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos 
formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente 
público. (rel. Min. Marco Aurélio. julgados em 26 e 27/4/2017 - repercussão geral - informativo nº 
862). 
Segundo a posição que prevalece no STF, se a irregularidade no convênio foi praticada pelo gestor 
anterior e a gestão atual, depois que assumiu, tomou todas as medidas para ressarcir o erário e corrigir 
as falhas (exs: apresentou todos os documentos ao órgão fiscalizador, ajuizou ações de ressarcimento 
contra o antigo gestor etc.), neste caso, o ente (Estado ou Município) não poderá ser incluído nos 
cadastros de inadimplentes da União. Assim, de acordo esta acepção, o princípio da intranscendência 
subjetiva das sanções proíbe a aplicação de sanções às administrações atuais por atos de gestão 
praticados por administrações anteriores. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. AC 2614/PE, AC 781/PI e AC 
2946/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgados em 23/6/2015 (Info 791). Vale ressaltar, no entanto, que o Min. 
Marco Aurélio recentemente manifestou-se contrariamente à tese afirmando que: "a inscrição do nome 
do Estado-Membro em cadastro federal de inadimplentes em face de ações e/ou omissões de gestões 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
7 
 
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anteriores não configura ofensa ao princípio da intranscendência." (STF. 1ª Turma. ACO 732/AP, Rel. 
Min. Marco Aurélio, julgado em 10/5/2016. Info 825). 
Não há nepotismo na nomeação de servidor para ocupar o cargo de assessor de controle externo do 
Tribunal de Contas mesmo que seu tio (parente em linha colateral de 3º grau) já exerça o cargo de 
assessor-chefe de gabinete de determinado Conselheiro, especialmente pelo fato de que o cargo do 
referido tio não tem qualquer poder legal de nomeação do sobrinho. A incompatibilidade da prática 
enunciada na SV 13 com o art. 37 da CF/88 não decorre diretamente da existência de relação de 
parentesco entre pessoa designada e agente político ou servidor público, mas de presunção de que a 
escolha para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento tenha sido direcionado à pessoa com 
relação de parentesco com quem tenha potencial de interferir no processo de seleção. STF. 2ª Turma. 
Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 
23/2/2016 (Info 815). 
 A necessidade temporária de excepcional interesse público não dependeria de mera escolha 
discriminatória da Administração. Ela exigiria o atendimento de um fim próximo e a demonstração da 
impossibilidade de consecução desse fim com os recursos humanos de que disporia a Administração. 
Na situação dos autos, a lei em debate permitira a contratação de 2.400 policiais temporários, embora 
houvesse cerca de 1.400 concursados aprovados em cadastro reserva aguardando convocação. Além 
disso, no caso dos contratados em caráter temporário, tratara-se de contratação para atividade 
previsível, permanente e ordinária. Assim, seria inconstitucional a lei que, a pretexto de satisfazer o art. 
37, IX, da CF, não estabelecesse prazo determinado ou não especificasse a contingência fática que 
evidenciasse a situação emergencial. ADI 5163/GO, rel. Min. Luiz Fux, 8.4.2015. (ADI-5163) Íntegra 
do Informativo 780 
É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, dos nomes 
de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. STF. Plenário. 
ARE 652777/SP, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 23/4/2015 (repercussão geral) (Info 782) 
Plenário do Supremo Tribunal Federal Referência RE 786540/DF Resumo - Os servidores ocupantes 
de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista 
no art. 40, §1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de cargo em provimento efetivo, inexistindo 
também qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão (relator Min. Dias Toffoli - 
julgado em 15/12/16 - informativo 815). 
O Plenário, por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a existência de 
direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no edital 
de concurso público, no caso desurgimento de novas vagas durante o prazo de validade do certame. A 
Corte afirmou que, a partir de 1988, com a promulgação da Constituição da República, o concurso 
público de provas e títulos teria se consolidado como um primoroso instrumento democrático para a 
seleção republicana e impessoal para cargos e empregos públicos. Assim, teria sido estabelecido, 
constitucionalmente, o melhor mecanismo para a Administração assegurar, dentre outros, os princípios 
da isonomia e da impessoalidade na concorrência entre aqueles que almejassem servir ao Estado.... RE 
837311/PI, rel. Min. Luiz Fux, 14.10.2015. (RE-837311). Íntegra do Informativo 803 
TEORIA DO FATO CONSUMADO - A teoria do fato consumado não goza de "ampla" aplicação no 
direito administrativo, tendo lugar em hipóteses excepcionais. Assim, o candidato em concurso público 
nomeado por decisão precária não pode invocar a segurança jurídica quando, na verdade, tinha ciência 
da precariedade da decisão judicial. Nesse sentido: "“A jurisprudência deste Tribunal é no sentido da 
inaplicabilidade da teoria do fato consumado a casos nos quais se pleiteia a permanência em cargo 
público, cuja posse tenha ocorrido de forma precária, em razão de decisão judicial não definitiva.” (RE 
405964 AgR, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 24/04/2012". 
Dessumiu-se que a sistemática de movimentação de servidor, de acordo com a lei estadual de regência, 
seria a da precedência de remoção para, depois, promover-se a investidura. Asseverou-se que candidato 
de cadastro de reserva não teria direito líquido e certo, mas apenas expectativa de direito. Por outro 
lado, esclareceu-se que o CNJ teria sido extremamente comedido ao manter candidatos concursados já 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
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empossados. Não se vislumbrou nenhum error in procedendo nem error in judicando do CNJ, o qual 
teria adotado solução justa com roupagem jurídica. Destacou-se que, no início da carreira, os récem-
empossados deveriam ser lotados em comarcas mais longínquas. Por fim, rejeitou-se alegação de 
nulidade por ausência de citação de litisconsortes. MS 29350/PB, rel. Min. Luiz Fux, 20.6.2012. (MS-
29350) Íntegra do Informativo 671 
Na linha da jurisprudência do STF, em relação aos candidatos aprovados dentro do número de vagas 
previstas em edital, a Administração poderia, dentro do prazo de validade do processo seletivo, escolher 
o momento em que se realizaria a nomeação, mas não poderia dispor sobre a própria nomeação. Essa 
última passaria a constituir um direito do concursando aprovado e, dessa forma, um dever imposto ao 
Poder Público. Apesar disso, não se poderia dizer o mesmo daqueles aprovados fora do número de 
vagas previstas em edital, ou seja, dentro do cadastro de reserva. Esses candidatos possuiriam mera 
expectativa de direito à nomeação, situação que, apenas excepcionalmente, se convolaria em direito 
subjetivo. RE 837311/PI, rel. Min. Luiz Fux, 14.10.2015. (RE-837311). Íntegra do Informativo 803 
Plenário do Supremo Tribunal Federal Referência - ADIMC 3.854/DF (decisão liminar) Resumo - Os 
membros da magistratura estadual não estão submetidos ao subteto de remuneração previsto no art. 37, 
XI, CF. (rel. Min. César Peluso, pedido liminar julgado em 28/02/2007) 
Supremo Tribunal Federal - Súmula vinculante 44 e AI 758533 (repercussão geral) Resumo SV 44: Só 
por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público. A exigência 
de avaliação psicológica ou teste psicotécnico, como requisito ou condição necessária ao acesso a 
determinados cargos públicos de carreira, somente é possível, nos termos da Constituição Federal, se 
houver lei em sentido material (ato emanado do Poder Legislativo) que expressamente a autorize, além 
de previsão no edital do certame. Ademais, o exame psicotécnico necessita de um grau mínimo de 
objetividade e de publicidade dos atos em que se procede. 
SÚMULAS NÃO VINCULANTES - STF 
✓ Súmula 346, STF: A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos. 
✓ Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial. 
✓ Súmula 339, STF: Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar 
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. 
✓ Súmula 683, STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em 
face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das 
atribuições do cargo a ser preenchido. 
✓ Súmula 684, STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a 
concurso público. 
✓ Súmula 330 do STF: "O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de 
Mandado de Segurança contra atos dos Tribunais de Justiça dos Estados" 
✓ Súmula 330 STF - "(...) destaco que o Supremo Tribunal Federal é competente para processar 
e julgar originariamente mandados de segurança apenas nas hipóteses previstas no art. 102, I, 
"d", da Constituição. Levando em conta essa previsão constitucional, esta Corte possui 
orientação no sentido de que não dispõe de competência originária para processar e julgar 
mandado de segurança impetrado contra atos ou decisões emanados de outros tribunais ou de 
seus presidentes ou órgãos coletivos parciais, no caso, ato do Corregedor-Geral de Justiça do 
Estado do Acre, nos termos das Súmulas 330/STF (...) e 624/STF (...).” (MS 28724 AgR, 
Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 30.4.2014, DJe de 16.5.2014) 
✓ Súmula 624 do STF: "Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer originariamente 
de Mandado de Segurança contra atos de outros tribunais” 
✓ Súmula 22, STF: O estágio probatório não protege o funcionário contra a extinção do cargo. 
✓ Súmula 726 STF: Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo 
de serviço prestado fora da sala de aula. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
9 
 
diferencialensino.com.br 
O PROCON detém Poder De Polícia para impor multas (art. 57 do CDC) decorrentes de transgressão 
às regras ditadas pela Lei n.º 8.078/90. Assim, a sanção administrativa aplicada pelo PROCON reveste-
se de legitimidade, em virtude de seu poder de polícia (atividade administrativa de ordenação) para 
cominar multas relacionadas à transgressão do CDC. STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1594667/MG, Rel. 
Min. Regina Helena Costa, julgado em 04/08/2016. 
1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça RE 786540/DF (recurso repetitivo) Quando a Administração 
Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em pagamento indevido ao servidor, cria-se uma 
falsa expectativa de que os valores recebidos são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra 
desconto dos mesmos, ante a boa-fé do servidor público (relator Min. Benedito Gonçalves - julgado 
em 10/10/12). 
SÚMULAS STJ 
✓ Súmula 19-STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência 
da União. 
✓ Súmula 312-STJ: No processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são 
necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena decorrente da infração. 
✓ Súmula 467-STJ: Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a 
pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental. 
✓ Súmula 266, STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido 
na posse e não na inscrição para o concurso público. 
✓ Súmula 377, STJ: O portadorde visão monocular tem direito de concorrer, em concurso 
público, às vagas reservadas aos deficientes. 
✓ Súmula 378, STJ: Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferenças salariais 
decorrentes. 
✓ Súmula 41 do STJ: "O Superior Tribunal de Justiça não tem Competência para processar e 
julgar, originariamente, Mandado de Segurança contra ato de outros tribunais ou dos 
respectivos órgãos“ 
✓ Súmula 434, STJ: O pagamento da multa por infração de trânsito não inibe a discussão judicial 
do débito. 
✓ Súmula 591, STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo disciplinar, 
desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o contraditório e a 
ampla defesa. 
✓ Súmula 592, STJ: O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar 
só causa nulidade se houver demonstração de prejuízo à defesa. 
TEORIA DO FATO CONSUMADO - Os magistrados do STJ possuem um pensamento já consolidado 
a respeito do tema e afirmam que "a teoria aplica-se apenas em situações excepcionalíssimas, nas quais 
a inércia da administração ou a morosidade do Judiciário deram ensejo a que situações precárias se 
consolidassem pelo decurso do tempo", conforme explica o ministro Castro Meira no RMS 34.189. 
Norma que impede nepotismo no serviço público não alcança servidores de provimento efetivo - STF. 
Plenário. ADI 524/ES, rel. orig. Min. Sepúlveda Pertence, red. p/ o acórdão Min. Ricardo 
Lewandowski, julgado em 20/5/2015 (Info 786). 
Não haverá nepotismo se a pessoa nomeada possui um parente no órgão, mas sem influência hierárquica 
sobre a nomeação - STF. 2ª Turma. Rcl 18564/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão 
Min. Dias Toffoli, julgado em 23/2/2016 (Info 815). 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
10 
 
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AULA 01 - ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO ÚBLICA: 
CONCEITOS, ELEMENTOS, FONTES, PODERES E ORGANIZAÇÃO; 
NATUREZA, FINS E PRINCÍPIOS. 
 
O Direito Administrativo é fundamental para entendermos a relação entre os indivíduos e o Poder 
do Estado e até mesmo regular normas entre os indivíduos. Portanto é de grande importância este 
conhecimento, pois a todo o momento sofremos os efeitos jurídicos dos atos administrativos, autorizados 
pelo estado e personificados em cada ser que faz parte da administração. 
 
1 - INTRODUÇÃO 
 
 
 
CONCEITO DE ESTADO 
O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado: 
I – corporação territorial dotada de um poder de mando originário; 
II – comunidade de homens, fixada sobre um território com poder de mando, ação e coerção; 
III – pessoa jurídica territorial soberana; 
IV – pessoa jurídica de direito público interno; 
V – entidade política, ou seja, pode elaborar as suas próprias leis. 
 
GOVERNO 
É o conjunto de Poderes e órgãos constitucionais. É o complexo de funções estatais básicas. É a 
condução política dos negócios públicos. Na verdade, o Governo ora se identifica com os Poderes e órgãos 
supremos do Estado, ora se apresenta nas funções originárias desses Poderes e órgãos como manifestação 
da Soberania. A constante, porém, do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
11 
 
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fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. O Governo atua mediante atos 
de Soberania ou, pelo menos, de autonomia política na condução dos negócios públicos. 
✓ Sentido formal: conjunto de Poderes e de órgãos 
constitucionais. 
✓ Sentido material: conjunto de funções estatais básicas. 
✓ Sentido operacional: condução política dos negócios 
públicos. 
 
Elementos do Estado 
O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e Governo 
soberano. 
Povo é o componente humano do Estado; 
Território, a sua base física; 
Governo soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de 
autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. 
Não há nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse poder absoluto, 
indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu Povo e de 
fazer cumprir as suas decisões, inlusive, pela força, se necessário. A vontade estatal apresenta-se e se 
manifesta através dos denominados poderes de Estado. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
A palavra "administrar" significa não só prestar serviço, executá-lo, mas também dirigir, governar, 
exercer a vontade com o objetivo de obter um resultado útil; e até, traçar um programa de ação e executá-
lo. Distingue-se da propriedade no sentido de que, na administração, o dever e a finalidade são 
predominantes; no domínio, a vontade prevalece. 
 
Conceito Elementar 
Direito Administrativo significa um conjunto harmônico de regras e princípios que rege os órgãos, 
agentes, entidades públicas, desde que exerçam atividades administrativas, realizando de forma direta, de 
forma concreta e de forma imediata os fins desejados pelo Estado. 
 
Conceito Material (Amplo, Objetivo ou Funcional) 
Materialmente falando, Administração Pública compreende a atividade de administração. A doutrina 
enumera quatro atividades como próprias da administração em sentido material, a saber: 
 
 1) SERVIÇO PÚBLICO - (toda a atividade que a Administração Pública executa, direta ou 
indiretamente, para satisfazer a necessidade pública, sob regime predominantemente público); 
2) POLÍCIA ADMINISTRATIVA - (restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de 
atividades privadas em benefício do interesse público; exemplo típico são as atividades de fiscalização); 
3) FOMENTO - (incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, por exemplo, mediante a 
concessão de benefícios ou incentivos fiscais); 
4) INTERVENÇÃO - (abrangendo toda atuação do Estado no setor privado, o que inclui a 
intervenção na propriedade privada, como a desapropriação, e intervenção no domínio econômico, como o 
tabelamento de preços, a formação de estoques reguladores, etc.). 
 
Conceito Formal (Estrito, Subjetivo ou Orgânico) 
É toda máquina administrativa, conjunto de órgãos, entidades e agentes públicos. A expressão 
Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado, ou 
seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num sentido subjetivo, Administração Pública 
representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades que desempenham a função administrativa. O conceito 
subjetivo representa os meios de atuação da Administração Pública. 
Entes, Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da Administração 
Direta e Indireta. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Os Entes Políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todas com personalidade 
jurídica de Direito Público). 
Os Entes Administrativos – autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de 
economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/ou Privado). Nesse caso, temos 
entidades integrantes da Administração Pública que não desempenham função administrativa, e sim 
atividade econômica, como ocorre com a maioria das empresas públicas e sociedades de economia mista 
(CF, art. 173). 
 
Hoje a estrutura e organização da administração pública não se dividi em administração direta 
ou indireta somente, encontramos a evolução desta estruturação, encontramos 
a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ECONOMICA (Antônio Celso Bandeira de Melo) que é 
formada pelas empresas públicas e empresas de economia mista e são estas pessoas jurídicas 
de direito privado.Art. 173 par. 1° CRFB/88 . Estas têm a função de exploração da atividade 
econômica (agindo com o interesse público), porém, sendo estas pessoas jurídicas de direito 
privado toda a sua estrutura e dinâmica de atuação serão de uma empresa privada. 
 
 
Com isso é que se justifica: 
 
* A proibição de incentivos fiscais se essa não se estender as demais empresas existentes que também 
exploram a mesma atividade econômica ( Art 173 p.2° CF/88): 
 
“Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo 
Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse 
coletivo, conforme definidos em lei”. 
* a sujeição destas ao princípio da livre concorrência não possibilitando que estas exerçam o monopólio das 
atividades que praticam(Art 170 inciso IV CF/88): 
 
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
I - soberania nacional; 
II - propriedade privada; 
III - função social da propriedade; 
 IV - livre concorrência”; 
 
* elas também se sujeitam, assim como todo setor privado, a penhora de seus bens, execuções; 
*a maioria de seus empregados são celetistas e assim por diante. 
 
Como mencionado, são pessoas jurídicas de direito privado e exercem atividade econômica com 
parcela de interesse público e sendo assim deverão proceder a licitação para contratação de serviços, 
compras, obras etc. Atualmente todas observam a lei 8666/93 (lei de licitações) tendo somente a Petrobras 
e a Eletrobrás uma norma própria para o procedimento licitatório. 
 Serão estes que compõe a administração pública economia obrigados a proceder a licitação 
podendo porém ter regimes licitatórios próprios, legislação própria e por se tratar de pessoas jurídicas de 
direito privado podem ter seus bens penhorados em uma eventual execução. 
 
Órgãos Públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura de uma 
pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A Lei 9.784/99 os conceitua como 
unidades de atuação integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta. A administração pública 
exerce atividades públicas não somente pelos entes e entidades mas também pelos órgãos públicos que são 
" repartições públicas sem autonomia, sem personalidade jurídica." São portanto repartições dos entes 
públicos e entidades de acordo com o ordenamento jurídico atual. Entes estes que são despersonalizados e 
se aplicam a estas a TEORIA DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA OU DIRETA (Diógenes Gasparini). Jamais 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
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responderam por seus atos pois são meros representantes de um ente ou entidade. Ex.: Secretaria Estaduais 
/ Secretarias municipais / Hospital Público. 
 
Agentes Públicos: segundo o art. 2º, da Lei 8.429/92, são todos aqueles que exercem, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma 
de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função pública. Ou seja, são pessoas físicas incumbidas, 
definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. 
Há ainda as Entidades Privadas, não integrantes da Administração Pública formal, que exercem 
atividades identificadas como próprias da função administrativa, a exemplo das concessionárias de serviços 
públicos (delegação) e das organizações sociais (atividades de utilidade pública). As atividades exercidas 
dessas entidades privadas não integram a Administração Pública, uma vez que o Brasil se baseia no critério 
formal. 
Embora seja certo que a acepção formal ou subjetiva não deva levar em conta a atividade realizada, 
é frequente os autores a esta se referirem, identificando a Administração Pública, em sentido subjetivo, com 
a totalidade do aparelhamento de que dispõe o Estado para a execução das atividades compreendidas na 
função administrativa. Como exemplo temos a definição de Maria Sylvia Di Pietro, “o conjunto de órgãos 
e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado”. 
 
 
Fontes 
Diz-se fonte à origem, lugar de onde provém algo. 
 No caso, de onde emanam as regras do Direito Administrativo. Quatro são as principais fontes: 
 
 
I – lei; 
II – jurisprudência; 
III – doutrina; 
IV – costumes. 
 
 
Como fonte primária, principal, tem-se a lei, em seu sentido genérico (“latu sensu”), que inclui, além 
da Constituição Federal, as leis ordinárias, complementares, delegadas, medidas provisórias, atos 
normativos com força de lei, e alguns decretos-lei ainda vigentes no país etc. Em geral, é ela abstrata e 
impessoal. 
Mais adiante, veremos o princípio da legalidade, de suma importância no Direito Administrativo, 
quando ficará bem claro por que a lei é sua fonte primordial. 
As outras três fontes são ditas secundárias. 
Chama-se jurisprudência o conjunto de decisões do Poder Judiciário na mesma linha, julgamentos 
no mesmo sentido. Então, pode-se tomar como parâmetro para decisões futuras, ainda que, em geral, essas 
decisões não obriguem a Administração quando não é parte na ação. Diz-se em geral, pois, na CF/88, há 
previsão de vinculação do Judiciário e do Executivo à decisão definitiva de mérito em Ação Declaratória 
de Constitucionalidade (art. 102, §2º). 
A doutrina é a teoria desenvolvida pelos estudiosos do Direito, materializada em livros, artigos, 
pareceres, congressos etc. Assim, como a jurisprudência, a doutrina também é fonte secundária e influencia 
no surgimento de novas leis e na solução de dúvidas no cotidiano administrativo, além de complementar a 
legislação existente, que muitas vezes é falha e de difícil interpretação. 
Por fim, os costumes, que hoje em dia têm pouca utilidade prática, em face do citao princípio da 
legalidade, que exige obediência dos administradores aos comando legais. 
 No entanto, em algumas situações concretas, os costumes da repartição podem influir de alguma 
forma nas ações estatais, inclusive ajudando a produção de novas normas. Diz-se costume à reiteração 
uniforme de determinado comportamento, que é visto como exigência legal. 
 
 
Organização 
A Administração Pública se organiza em dois ramos : Administração Direita e Administração 
indireta e com base nos princípios organizacionais da Administração Pública. 
 
Art. 37 CF/88 – “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência”. 
 
Natureza 
A natureza é de um múnus público para que a exerce, ou seja, a de um encargo de defesa, 
conservação e melhoramento dos bens, serviços e interesse da coletividade. Ao ser investido em uma função 
ou cargo público, todo o agente assume para com a coletividade o compromisso / dever de bem servi-la. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
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4.Atividades públicas 
A principal atividade da Administração Pública é prestar serviço público (Ver conceito material de 
Administração Pública acima). 
 
Fins 
Quem define os fins, os objetivos do Estado? É o Direito Constitucional. Uma vez definido os fins 
desejados, o Direito Administrativo vai realizar esses objetivos definidos pelo Direito Constitucional. É 
por essa razão que Constitucional e Administrativo andam juntos. 
 
 
Art. 3º CF-88 “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação”. 
 
Os fins da Administração pública é alcançar o interesse público. O fim, e não a vontade do 
administrador, e sim do povo. 
 
 
2 - PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Princípios Basilares 
 Trata-se do conjunto de regras e princípios que estruturam o Direito Administrativo lhe conferindo 
autonomia enquanto um ramo autônomo da ciência jurídica. Para tanto, necessário será analisar os 
princípios concernentes ao tema, a fim de melhor compreendê-lo. Devemos primeiro entender Regime 
Jurídico Administrativo. 
 
Regime Jurídico Administrativo 
Na Constituição da República Federativa do Brasil, encontramos um conjunto de princípios e 
normas, os quais norteiam a atividade desempenhada pelos agentes encarregados de zelar pela coisa 
pública. Desse modo, conjugando as regras e os princípios que estruturam a Administração Pública 
Brasileira, tem-se o regime jurídico administrativo. 
Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que “a expressão regime jurídico administrativo é reservada 
tão-somente para abranger o conjunto de traços, de conotações que tipificam o Direito Administrativo, 
colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-
administrativa. Basicamente pode-se dizer que o regime administrativo resume-se a duas palavras apenas: 
prerrogativas e sujeições”. 
Marçal Justen Filho tem a seguinte definição: “o regime jurídico de direito público consiste no 
conjunto de normas jurídicas que disciplinam o desempenho de atividades e de organizações de interesse 
coletivo, vinculadas direta ou indiretamente à realização dos direitos fundamentais, caracterizado pela 
ausência de disponibilidade e pela vinculação à satisfação de determinados fins”. 
Decorre do ensinamento de Celso Antônio Bandeira de Mello que o regime de direito público 
resulta da caracterização normativa de determinados interesses como pertinentes à sociedade e não aos 
particulares considerados em sua individuada singularidade. 
Juridicamente esta caracterização consiste, no Direito Administrativo, segundo nosso modo de ver, 
na atribuição de uma disciplina normativa peculiar que, fundamentalmente se delineia em função da 
consagração de dois princípios ou pedras de toque do Direito Administrativo, dos quais todos os demais 
princípios da Administração Pública derivam. São eles : 
 
 
 
2.1. Princípio da Supremacia do Interesse Público 
 
Significa superioridade, soberania, sobreposição do interesse coletivo em face do interesse 
particular, individual. No princípio da supremacia prevalecem os interesses da coletividade em face dos 
interesses dos particulares. 
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Esse princípio representa um pressuposto para a vida em sociedade. Em nome da Supremacia da 
Administração Pública tem algumas prerrogativas (privilégios, vantagens). 
Algumas consequências da Supremacia do Interesse Público sobre o Privado: 
Autoexecutoriedade do Poder Público é fundamentada no princípio da Supremacia, onde a própria 
administração Pública executa seus atos, independente de manifestações do poder judiciário. Exemplo : 
Prisão em flagrante. 
Intervenção - se o Poder Público precisar construir uma escola no seu terreno ele pode desapropriar 
a sua propriedade em nome do interesse público .O Poder Público vai comprar o seu imóvel com 
fundamento no Princípio da Supremacia. 
Requisição Administrativa - em nome da Supremacia do interesse Público o Poder Público pode 
requisitar o seu imóvel. Requisição também tem fundamento na supremacia. 
Cláusulas Exorbitantes - Poder Público impondo cláusulas exorbitantes altera, rescinde, etc. o 
contrato administrativo e o particular vai ter de aceitar, também tem que fundamento na Supremacia. 
Poder de Polícia - restrições ao direito particular em prol do interesse público 
Imperatividade e Coercibilidade dos Atos Administrativos – imposição de condições 
independente da vontade do particular. 
Princípio da Autotutela - a própria Administração Pública anula seus atos ilegais e revoga os 
inoportunos. 
Presunção de Legitimidade - presume-se que tudo que a administração pública faz é lícito até que 
se prove o contrário. 
 
 
 
Em nome da Supremacia o Poder Público pode "quase tudo". Porém, como limitação 
a essa prerrogativa vamos encontrar o Princípio da Indisponibilidade do Interesse 
Público. 
 
 
2.2.Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público 
 
Conceito de interesse público  é o somatório dos interesses individuais dos seres em sociedade, 
desde que esta represente a vontade da maioria. 
Interesse público primário  aquilo que quer o povo efetivamente. 
Interesse público secundário  aquilo que quer o Estado enquanto pessoa jurídica. 
 
IMPORTANTE: ideal é que o interesse público primário coincida com o interesse público secundário 
= a vontade do povo é a vontade do Estado. 
O procedimento de concurso público representa o interesse público? Sim. E quem contrata sem 
concurso, está violando o princípio da indisponibilidade do interesse público. 
Outras consequências da Indisponibilidade do Interesse Público: 
• Princípio da Legalidade 
• Princípio da Impessoalidade 
• Princípio da Moralidade 
• Princípio da Eficiência 
• Princípio da Continuidade 
• Princípio da Motivação 
 
Princípios Constitucionais 
 
Os princípios da Administração Pública são regras que surgem como parâmetros para a interpretação 
das demais normas jurídicas. Têm a função de oferecer coerência e harmonia para o ordenamento jurídico. 
Servem como : 
 
 
✓ Norma Jurídica 
✓ Vetores de Interpretação 
✓ Preenchimento de Lacunas legais 
 
 
Os princípios que a Administração deverá seguir estão dispostos no art. 37, caput, da CF/88. O 
disposto no referido artigo constitucional é elenco meramente exemplificativo; logo, existem outros 
princípios que poderão ser invocados pela Administração, como o princípio da supremacia do interesse 
público sobre o particular, o princípio da isonomia, entre outros. 
Os princípios da Administração abrangem a Administração Pública direta e indireta de quaisquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 37 da CF/88). 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Vale lembrar que cada Estado tem a possibilidade, quando da elaboração de 
suaConstituição, de acrescentar outros princípios.A previsão dessas regras na Constituição não se limi
ta ao caput do art. 37. 
 
Destinatários dos Princípios 
Como regra geral, está submetida a eles não só a Administração Pública , mas também as 
empresaspúblicas, sociedades de economia mista e, mais recentemente, as agências reguladoras e 
executivas de todas as esferas de governo. 
A aplicabilidade desses princípios recai sobre todas as pessoas integrantes da 
Administração Pública, independente da atividade que 
estejam desenvolvendo, prestando serviço público ou explorando atividade econômica. 
 
Princípios Mínimos ou Expressos da Administração Pública e alguns de seus Derivados 
 
Art. 37 CF/88 - “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência ...”. 
 
 
2.3.Princípio Da Legalidade 
 
“Administrar é aplicar a lei de ofício” 
 Seabra Fagundes. 
 
Fundamento Legal 
 
Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algumacoisa senão em virtude de lei (art. 5.º, II, 
da CF). 
 
Veja o que diz a Lei de Introdução ao Direito Brasileiro em seus artigos 1º e 3 º: 
 
Vacância da lei (Vacation Legis) 
 
´Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias 
depois de oficialmente publicada. 
 
Obrigatoriedade do conhecimento da lei 
 
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 
Cuidar da legalidade e constitucionalidade dos atos da Administração Pública é um dever. Não se 
pode administrar bens e serviços sem os olhos permanentemente voltados para a Constituição e as leis. 
Vivemos sob o império da lei. A atuação administrativa está definida pela lei. 
 
 O administrador público só pode fazer aquilo que a lei permite. Nada mais. A vontade 
da Administração Pública é a vontade da lei. 
 
 O princípio da legalidade representa uma garantia para os administrados, pois qualquer ato da 
Administração Pública somente terá validade se respaldado em lei. Representa um limite para a atuação do 
Estado, visando à proteção do administrado em relação ao abuso de poder (Estado Democrático de Direito). 
 
No Direito Privado, tendo em vista o interesse privado, as partes poderão fazer tudo o 
que a lei não proíbe; no Direito Público, diferentemente, existe uma relação de 
subordinação perante a lei, ou seja, só se pode fazer o que a lei expressamente autorizar. 
 
Exceções (Situações de Extralegalidade) 
 
 Atos do Presidente da República com força de lei. 
• Medidas Provisórias: são atos com força de lei, mas o administrado só se submeterá ao previsto 
em medida provisória se elas forem editadas dentro dos parâmetros constitucionais, ou seja, se presentes os 
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requisitos da relevância e da urgência. Vêm sendo considerados fatos urgentes, para efeito de medida 
provisória, aqueles assuntos que não podem esperar mais que noventa dias. 
 
Art. 62 CF/88 . “Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional”. 
 
• Estado de Sítio e Estado de Defesa: são momentos de anormalidade institucional. Representam 
restrições ao princípio da legalidade porque são instituídos por um decreto presidencial que poderá obrigar 
a fazer ou deixar de fazer mesmo não sendo lei. 
 
Art. 136 CF/88. “O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais 
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente 
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza”. 
 
Art. 137 CF/88.”O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio...”. 
 
 
Hoje o princípio da legalidade vem sendo aplicado em sentido amplo. Significa que o mesmo deve 
obediência à lei, mas também às regras constitucionais. 
O Princípio da legalidade é um princípio redundante na nossa Constituição Federal. A todo momento 
é citado “...na forma da Lei” ou “lei complementar disporá sobre...”, está é a forma que o legislador 
constituinte encontrou para não afastar este princípio de qualquer ato da administração pública. Exemplos: 
 
Art.5 º CF/88: 
“XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor... 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito... 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”. 
 
Art. 37 CF/88 : 
“XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último 
caso, definir as áreas de sua atuação ... 
 
XX - depende de autorização legislativa (lei), em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades 
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada. 
 
2.4.Princípio da Impessoalidade 
 
A Administração pública deve tratar todos iguais, sem qualquer distinção de raça, sexo, cor, etnia, religião, 
ideologia. Este princípio está intimamente ligado a outros como o Princípio da finalidade, da isonomia e o 
direito a igualdade. 
 
Art. 5º CF-88.” Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, 
à liberdade, 
à igualdade (agir de forma impessoal) 
 à segurança e 
à propriedade. 
 
Princípio da Impessoalidade significa ausência de subjetividade = o administrador não pode 
buscar interesses pessoais, tem que agir com ausência de subjetividade. Traduz a ideia de que a 
Administrativo tem que tratar a todos sem discriminações benéficas ou detrimentosas; favoritismos e 
perseguições não são toleráveis; simpatias e animosidades pessoais, políticas e ideológicas não podem 
interferir na atividade administrativa. 
 
Segundo a doutrina tradicional o princípio da finalidade é sinônimo do princípio da 
impessoalidade. Hely Lopes Meirelles antes da CF/88 o princípio era chamado de finalidade, com o 
advento da CF/88 passou a ser chamado de impessoalidade. Portanto, são sinônimos. 
 
Já para a doutrina moderna – (Celso Antonio Bandeira de Melo) o princípio da impessoalidade 
significa ausência de subjetividade e o princípio da finalidade significa buscar o espírito da lei, buscar a 
vontade maior da lei. 
 
 
 
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2.5. Princípio da finalidade 
 
Doutrina moderna - na verdade o princípio da finalidade está ligado ao princípio da Legalidade a 
não ao princípio da impessoalidade. Para a doutrina moderna Legalidade e Finalidade estão ligados. 
Princípio da finalidade e impessoalidade não são sinônimos. Observando a Lei 9784: 
 
“Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, 
interesse público e eficiência”. 
 
O entendimento majoritário atual é de que finalidade e impessoalidade são princípios 
distintos, conforme a doutrina moderna. 
 
Observação : 
 
Existe impessoalidade da Administração Pública em relação à própria Administração Pública: a 
responsabilidade dos atos administrativos praticados deve ser imputada não ao agente e sim à pessoa 
jurídica – Administração Pública direta ou indireta. Segundo o art. 37, § 6.º, da CF “as pessoas jurídicas de 
direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus 
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos 
casos de dolo ou culpa” (estudaremos com mais detalhes este tópico em Responsabilidade Civil do Estado). 
 
2.6.Princípio da Isonomia 
 
Significa que a Administração Pública não poderá atuar discriminando pessoas de forma gratuita, a 
não ser aquelas que venham privilegiar o interesse público, ou seja, a Administração Pública deve 
permanecer numa posição de neutralidade em relação às pessoas privadas. 
A atividade administrativa deve ser destinada a todos os administrados, sem discriminação nem 
favoritismo, constituindo assim um desdobramento do princípio geral da igualdade, art. 5.º, caput, CF. 
Ex.: contratação de serviços por meio de licitação – vinculação ao edital – regras iguais para todos 
que queiramparticipar da licitação; 
 
 
Teoria do Órgão: a responsabilidade deve ser imputada ao órgão/pessoa jurídica e não ao 
agente público. 
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2.7.Princípio da Moralidade 
 
O ato e a atividade da Administração Pública devem obedecer não só à lei, mas também à moral. O 
princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem 
estar presentes em sua conduta. Conforme Decreto 1.171/94: 
 
“O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que 
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o 
inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, 
e § 4°, da Constituição Federal”. 
 
Para a jurisprudência (Poder Judiciário), o conceito de moralidade é um conceito vago, 
indeterminado, por isso a sua aplicação, de forma isolada, ainda gera dificuldades. 
 
 Tipos de Moralidade 
 
Moralidade comum = aquela do nosso convívio social, do dia-a-dia. Regras do convívio social, 
correção de atitudes, certo e errado dentro do convívio social. 
Moralidade administrativa = é mais rigorosa do que a moralidade comum porque exige não 
correção de atitudes, mas exige também a boa administração. O administrador não vai agir só de forma 
correta, mas ele tem que ser o melhor administrador possível. 
Deve não só averiguar os critérios de conveniência, oportunidade e justiça em suas ações, mas 
também distinguir o que é honesto do que é desonesto. Vale acrescentar, ainda, que tal forma de conduta 
deve existir não somente nas relações entre a Administração e os particulares em geral, como também 
internamente, ou seja, na relação entre a Administração e os agentes públicos que a integram. 
A Lei n. 8.429/92, no seu art. 9.º, apresentou, em caráter exemplificativo, as hipóteses de atos de 
improbidade administrativa; esse artigo dispõe que todo aquele que objetivar algum tipo de vantagem 
patrimonial indevida, em razão de cargo, mandato, emprego ou função que exerce, estará praticando ato de 
improbidade administrativa. São exemplos: 
 
• usar bens e equipamentos públicos com finalidade particular; 
• intermediar liberação de verbas; 
• estabelecer contratação direta quando a lei manda licitar; 
• vender bem público abaixo do valor de mercado; 
• adquirir bens acima do valor de mercado (superfaturamento). 
 
 
 
 
 
Sanções aplicáveis (art.37, § 4.º, da CF): 
 
• suspensão dos direitos políticos; 
• perda da função pública; 
• indisponibilidade dos bens; 
• ressarcimento ao erário. 
• sem prejuízo das sanções penais cabíveis 
 
Tipos de Improbidade Administrativa (lei 8.429/92) 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
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Dos Atos de Improbidade Administrativa 
Seção I 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito 
 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de 
vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: 
 I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, 
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou 
indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público; 
 II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem 
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de 
mercado; 
 III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem 
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado; 
 IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, 
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de 
servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades; 
 V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática 
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou 
aceitar promessa de tal vantagem; 
 VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre 
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade 
ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei; 
 VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de 
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público; 
 VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou 
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições 
do agente público, durante a atividade; 
 IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer 
natureza; 
 X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, 
providência ou declaração a que esteja obrigado; 
 XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei; 
 XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades 
mencionadas no art. 1° desta lei. 
Seção II 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário 
 Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa 
ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres 
das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
 I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou 
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º 
desta lei; 
 II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades 
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; 
 III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou 
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta 
lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie; 
 IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das 
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de 
mercado; 
 V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado; 
 VI - realizar operaçãofinanceira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia 
insuficiente ou inidônea; 
 VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie; 
 VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; 
 IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; 
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 X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à conservação do 
patrimônio público; 
 XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a 
sua aplicação irregular; 
 XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; 
 XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de 
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem 
como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. 
 XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio 
da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
 XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem 
observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005) 
 
Seção III 
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública 
 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública 
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, 
e notadamente: 
 I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência; 
 II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; 
 III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em 
segredo; 
 IV - negar publicidade aos atos oficiais; 
 V - frustrar a licitude de concurso público; 
 VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; 
 VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor 
de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. 
 
 
2.8. Princípio da Publicidade 
 
É a obrigação, o dever atribuído à Administração, de dar total transparência a todos os atos que praticar, ou 
seja, como regra geral, nenhum ato administrativo pode ser sigiloso. 
A regra do princípio que veda o sigilo comporta algumas exceções, como quando os atos e atividades 
estiverem relacionados com a segurança nacional ou quando o conteúdo da informação for resguardado por sigilo. 
 
Art. 5.º, LX –“ a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da 
intimidade ou o interesse social o exigirem”; 
 
Art 5.º, LX – “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. 
 
 
PUBLICIDADE 
 
TRANSPARÊNCIA NOS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
Art. 37, § 1º, CF/88: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo 
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou 
servidores públicos”. 
 
 A publicidade é um dever do administrador e, uma vez descumprido, dá ensejo à responsabilização 
pela prática de improbidade administrativa 
 
 (Lei 8.429/92, art. 11, IV: “Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os 
princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: (… ) IV- negar publicidade 
aos atos oficiais.”). 
 
 A parte final do § 1º, do art. 37, impede a utilização da publicidade para fins de autopromoção do 
administrador, que também constitui crime de improbidade administrativa. A questão está no fato de as 
obras e serviços não serem mais do que uma obrigação do administrador no exercício de sua função, não 
havendo motivo para sua divulgação com esse caráter promocional. Tampouco se admite a fixação de 
placas de “agradecimento” da população pelos serviços prestados pelo administrador, exatamente pelo fato 
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de que este cumpriu apenas com algo a que estava obrigado, não tendo feito, de maneira alguma, um favor 
à população. 
 Ressalte-se que o simples fato de constar o nome do então administrador em uma placa relativa a 
determinada obra não acarreta, automaticamente, em improbidade administrativa. A questão deve ser 
analisada casuisticamente. 
 Utilizar-se de sua posição para se autopromover constitui violação a todos os princípios mínimos 
(legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência), além de violar o princípio da isonomia. 
 Cabe ressaltar também que existem atos administrativos que necessitam de publicidade por meios 
oficiais para condição de sua eficácia (o ato administrativo deve ser perfeito, válido e eficaz). Conforme 
descreve a lei 9784/99 que o ato de delegação é um deles: 
 
 “Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial”. 
 
Outro exemplo é a Nomeação de Candidatos em concurso público, que se torna apto a surtir seus 
efeitos a partir de sua publicação oficial. 
 
2.9. Princípio da Eficiência 
 
A EC n. 19 trouxe para o texto constitucional o princípio da eficiência, que obrigou a Administração 
Pública a aperfeiçoar os serviços e as atividades que presta, buscando otimização de resultados e visando 
atender o interesse público com maior eficiência. 
Devemos ressaltar, todavia, que já constava em nossa legislação infraconstitucional o mencionado 
princípio, a exemplo do Dec. Lei n. 200/67 (arts.13 e 25, V), da Lei de Concessões e Permissões (Lei n. 
8987/95, arts. 6.º e 7.º) e do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078/90, arts. 4.º, VII e 6.º, X e 22). 
Este princípio obriga o Poder Público a manter e ampliar a qualidade dos serviços públicos que 
presta, atendendo, simultaneamente a racionalização das despesas. 
 
Eficiência e Eficácia 
 
Eficiente é a pessoa preocupada em realizar suas tarefa, resolvendo os problemas inerentes a ela da 
melhor forma, com o melhor tempo e menor custo. Ser eficiente é atingir a meta estabelecida, diária, mensal 
ou anualmente, explorando ao máximo os recursos disponíveis. 
A eficácia, por sua vez, é a característica de quem se preocupa em conseguir bons resultados sem ir 
além do cumprimento de metas. Ë um conceito ligado a efetividade. 
A eficiência significa realizar um trabalho correto, sem muitos erros, por outro lado a eficácia 
consiste em realizar um trabalho que atinja totalmente o resultado, concluindo o que se propôs a fazer com 
um bom almejo do resultado. Em um mundo globalizado, torna-se mais inserido e preparado dentro do 
mercado, o agente público que consegue distinguir o significado destas duas palavras e sabem aproveitá-
las e ou utilizá-las quando convier. 
 
 “Tratando-se dos níveis de decisões do órgão ou entidade pública, a eficácia está 
relacionada ao nível tático (gerencial), e a eficiênciaao nível operacional (como realizar 
as operações com menos recursos – menos tempo, menor orçamento, menos pessoas, 
menos matéria-prima, etc.).” 
 
 O princípio da eficiência é um princípio originário da Administração Privada, onde uma 
instituição precisa ter foco nos alcance dos resultados almejados. 
 
Em resumo: 
 
 
A administração pública deve parecer ao máximo com a Administração Privada quanto ao 
alcance dos resultados 
. 
 
Consequências Principais do Princípio da Eficiência 
 
A – Contrato de Gestão – Foco no alcance de metas. 
 
Art.37 § 8º CF/88 - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus 
administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o 
órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: 
I - o prazo de duração do contrato; 
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade 
dos dirigentes; 
III - a remuneração do pessoal. 
 
B– Concurso Público 
 
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Art.37 I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público 
de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, 
na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de 
livre nomeação e exoneração.; 
 
C – Licitação Pública 
 
Art. 37, XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e 
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, 
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as 
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das 
obrigações. 
 
D – Controle dos Gastos Públicos 
 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e 
das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
 
2.10.Princípio da Economicidade 
 
Princípio implícito, diz respeito a melhor utilização dos recursos disponíveis (Princípio do não 
desperdício). Ë derivado do princípio da eficiência 
 
2.11.Princípio da Legitimidade 
 
As justificativas da Administração Pública devem ser legítimas, verdadeiras, sob pena de anulação 
do ato administrativo em questão. A relação entre legalidade e legitimidade é muito estreita, a ponto de 
alguns autores as confundirem. O termo legitimidade interessa precipuamente à ciência política, mas 
também é importante a todas as ciências humanas. 
Correntemente se diz legítimo aquilo que se faz de acordo com as regras da sociedade, o que 
transportando para o Direito, temos que é legítimo tudo que está na conformidade da lei. Por este viés seria 
legal aquilo que é feito por determinação da lei, o que em Direito se conhece por vinculação à lei. 
Uma outra relação que é comumente feita é a da legitimidade com o poder. Legitimidade é uma 
qualidade do poder, enquanto legalidade se refere ao exercício do mesmo. 
 
Princípios Constitucionais Implícitos 
 
Já citamos alguns como Legitimidade, Economicidade, Isonomia e Finalidade. Do artigo Quinto 
podemos citar princípios referentes aos Processo administrativos: 
 
2.12 - Princípio do Devido Processo Legal 
 
Art. 5° CF/88, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo 
legal; 
 
Princípio derivado do princípio da legalidade, observância dos parâmetros legais para os procedimentos 
administrativos 
. 
2.13 – Princípio da Ampla Defesa e Contraditório 
 
Art. 5° CF/88, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
Para a Administração Pública, a regra é a prática de atos administrativos, os quais têm como condição 
de forma, a realização de um processo administrativo que, por sua vez, tem que seguir o modelo 
constitucional, mediante a observação dos Princípios do Contraditório e Ampla Defesa. Esta é uma posição, 
hoje, muito clara no âmbito da jurisprudência, inclusive no âmbito do STF. 
 O Princípio do Contraditório impõe que seja dada ciência à parte da existência de um processo que 
contra ela corra. Uma vez que este lhe seja levado a conhecimento, deve-se dar à parte a oportunidade de 
se defender (Princípio da Ampla Defesa). 
 A professora Odete Medauar faz importantes considerações sobre estes princípios. Defende a 
autora que, para que a Ampla Defesa seja uma verdadeira oportunidade, devem ser cumpridas algumas 
exigências/condições: 
1ª) A parte tem que ter direito a defender-se previamente, razão pela qual os procedimentos e 
penalidades devem ser pré-estabelecidos. Caso contrário, a parte não poderia se defender eficazmente, por 
não saber qual seria o procedimento seguinte ou a penalidade a que estaria sujeita. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO 
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2ª) A parte tem que ter acesso às informações contidas no processo. Embora não seja possível a 
realização de carga de processos administrativos, deve ser possibilitada à parte, ao menos, a obtenção de 
cópia destes. 
3ª) A parte tem que ter direito à produção de provas. No entanto, além de permitir que a parte as 
produza, deve-se garantir que as provas produzidas tenham potencial para influenciar no convencimento 
do julgador, não bastando que sejam produzidas apenas para serem juntadas aos autos do processo. 
4ª) A defesa técnica é facultativa. A jurisprudência do STJ, porém, entendia que, pelo fato de a 
presença de um advogado contribuir para o processo administrativo disciplinar, esta deveria ser garantida 
aos processados. 
5ª) A parte tem que ter direito de recurso: Para que tal direito seja concretizado, é preciso que a 
parte tenha acesso às respectivas informações, bem como à motivação do ato que pretende impugnar. 
 
2.14 - Princípio Da Proibição De Provas Ilícitas 
 
Art. 5° CF/88, LVI - são inadmissíveis, no processo (Administrativo ou Judicial), as provas obtidas 
por meios ilícitos; 
 
Provas obtidas por meios ilícitos não podem influir na decisão da autoridade julgadora. O texto 
constitucional parece, contudo, jamais admitir qualquer prova cuja obtenção tenha sido ilícita. Entendo, 
porém, que a regra não seja absoluta, porque nenhuma regra constitucional é absoluta, uma vez que tem de 
conviver com outras regras ou princípios também constitucionais. 
Assim, continuará a ser necessário o confronto ou peso entre os bens jurídicos, desde que 
constitucionalmente garantidos, a fim de se admitir, ou não, a prova obtida por meio ilícito. Veja-se, por 
exemplo, a hipótese de uma prova decisiva para a absolvição obtida por meio de uma ilicitude de menor 
monta. 
O entendimento da jurisprudência brasileira tem sido no mesmo sentido do entendimento doutrinário, 
pugnando pela necessidade de se levar em conta os bens conflitantes no caso concreto sempre à luz do 
princípio da proporcionalidade. 
 
2.15 – Princípio Da Presunção Da Inocência 
 
Art. 5° CF/88, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
 
Em

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