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ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA BÁSICA MUNDO NOVO – BAHIA 2019 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA BÁSICA INTRODUÇÃO Definição de anatomia: É a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. (seres vivos). Na anatomia observa-se e estuda-se o conhecimento do corpo humano com a descrição dos ossos, junturas, músculos, vasos e nervos. Planos e Regiões do Corpo Humano / Células, Tecidos e Órgãos. A fisiologia é a ciência que estuda as funções dos seres multicelulares (vivos). Muitos dos aspectos da fisiologia humana estão intimamente relacionados com a fisiologia animal, onde muita da informação hoje disponível tem sido conseguida graças à experimentação animal. A anatomia e a fisiologia são campos de estudo estreitamente relacionados onde a primeira incide sobre o conhecimento da forma e a segunda dedica-se ao estudo da função de cada parte do corpo, sendo ambas, áreas de vital importância para o conhecimento médico. Planos e Regiões do Corpo Humano / Células, Tecidos e Órgãos O corpo humano e constituído de: Cabeça, pescoço, tronco (tórax e abdome), membros superiores (torácicos): raiz (ombro), parte livre: braço, antebraço, mão (palma e dorso da mão) e membros inferiores (pélvicos): raiz (quadril), parte livre: coxa, perna, pé (planta e dorso do pé). Nas transições entre o braço e antebraço ha o cotovelo e entre o antebraço e a mão ha o punho isto nos membros superiores. Já nos membros inferiores entre a coxa e a perna ha o joelho e entre a perna e o pé ha o tornozelo. Obs.: A região posterior ao pescoço se chama nuca e a do tronco e dorso. As nádegas correspondem a região glútea e a região púbica. Planos do corpo e posições anatômicas: A posição anatômica e uma convenção adotada em anatomia para descrever as posições espaciais dos órgãos, ossos e demais componentes do corpo humano. Na posição anatômica, o corpo estudado deve ficar ereto (de pé), calcanhares unidos, com os olhos voltados para o horizonte, os pés também apontados para frente e perpendiculares ao restante do corpo, braços estendidos e aplicados ao tronco e com as palmas das mãos voltadas para frente (os dedos estendidos e unidos). Deve-se notar que não e a posição normal dos braços, que normalmente ficariam em torção mais ou menos medial (com as palmas voltadas para o corpo, em pronação). E uma posição em que há consumo de energia. O corpo humano na posição anatômica pode ser dividido conceitualmente em planos. · O plano mediano e um plano vertical que passa através do eixo mais longo que cruza o corpo, dos pés ate a cabeça; este plano separa o corpo em antímeros direito e esquerdo. O que quer que esteja situada próximo a este plano e chamado medial, e o que esta longe dele, lateral. · Um plano sagital e paralelo ao plano mediano. · O plano coronal e também um plano vertical que passa pelo eixo maior (dos pés a Cabeça), mas e perpendicular ao plano mediano, separando a frente do corpo, ou ventre, da parte de trás, ou dorso. Algo em posição a frente do plano frontal e chamado anterior, ao passo que algo situado atrás desse plano e chamado posterior. · O plano horizontal, transverso ou axial atravessa o eixo menor do corpo, do dorso ate o ventre, isto e, da posição posterior para a anterior. Divide a estrutura atravessada em porções superior e inferior. · De um modo resumido podemos dizer que a posição anatômica do corpo humano encontra-se ereto com os pés juntos e a face, os olhos e as palmas das mãos dirigidos para frente. Decúbitos: Decúbito e um termo medico que se refere a posição da pessoa que esta deitada, não necessariamente dormindo. Pode ser referido como: · Decúbito dorsal ou supina (pessoa que deita com a barriga voltada para cima) · Decúbito ventral ou prona(pessoa que deita de bruços) · Decúbito lateral (esquerdo ou direito). Obs: Ligando a cabeça ao tronco, encontramos o pescoço com segmento na nuca. O nome científico para esta região do pescoço é REGIÃO CERVICAL. Os seres humanos nascem com mais de 270 ossos, no entanto alguns deles fundem-se num eixo longitudinal, no esqueleto axial, ao qual o esqueleto apendicular está ligado. Assim sendo, no momento em que é atingida a idade adulta, alguns dos 270 ossos fundiram-se juntos para dar um total de 208 ossos no corpo. Membros superiores e inferiores São as extremidades, que se implantam no tronco, através das articulações, sendo elas a CINTURA ESCAPULAR (que liga os membros superiores )e a CINTURA PÉLVICA( que liga os membros inferiores ). O membro superior é constituído em seqüência de: braço, antebraço e mão. O membro inferior é constituído em seqüência pela coxa, perna e pé. O esqueleto pode ser dividido em duas partes: 1-Esqueleto axial: 2-Esqueleto apendicular: O esqueleto axial é formado pela caixa craniana, coluna vertebral e caixa torácica. Esqueleto Axial – Crânio Os ossos do crânio são chatos e, com exceção da mandíbula, articulam-se entre si por junturas que não permitem mobilidade suturas. Ao todo são 22 ossos 8 no crânio; 14 na face. Esqueleto Axial - Coluna Vertebral Compõe-se de vértebras: distribuídas em cinco grupos: Vértebras cervicais (7); Vértebras torácicas (12); Vértebras lombares (5); Vértebras sacrais (5) Vértebras coccígeas (4). Esqueleto Axial - Caixa Torácica Esqueleto do tórax caixa formada por ossos e cartilagens. Contém os principais órgãos da respiração e circulação cobre parte dos órgãos abdominais. Face dorsal: doze vértebras torácicas e parte dorsal das costelas. Face ventral: esterno e cartilagens costais. Faces laterais: costelas separadas pelos espaços intercostais ocupados pelos músculos e membranas intercostais. 2-Esqueleto apendicular: Compreende a cintura escapular (formada pelas escápulas e clavículas); cintura pélvica (formada pelos ossos da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores e inferiores). Esqueleto Apendicular - Membros Esqueleto Apendicular - Membro Superior: braços, antebraços e mãos. Esqueleto Apendicular - Membro Inferior: coxas, pernas, patela e pés. Esqueleto Apendicular - Cintura Escapular Esqueleto Apendicular - Cintura Pélvica Junta ou juntura é o local de junção entre dois ou mais ossos. Juntas fixas: ossos firmemente unidos entre si, suturas ossos do crânio sinartroses (junturas fibrosas ou imóveis). Juntas móveis: ossos móveis permitem ao esqueleto realizar movimentos articulações móveis. Articulações móveis - Classificação - Junturas cartilagíneas: articulações com movimentos limitados Ex.: articulações das vértebras e dos punhos. SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório humano e constituído por um par de pulmões e por vários órgãos que conduzem o ar para dentro e para fora das cavidades pulmonares. Esses órgãos são as fossas nasais, a boca, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios, os bronquíolos e os alvéolos, os três últimos localizados nos pulmões. O epitélio que reveste a laringe apresenta pregas, as cordas vocais, capazes de produzir sons durante a passagem de ar. Pulmões: Os pulmões humanos são órgãos esponjosos, com aproximadamente 25 cm de comprimento, sendo envolvidos por uma membrana serosa denominada pleura. Nos pulmões os brônquios ramificam-se profusamente, dando origem a tubos cada vez mais finos, os bronquíolos. O conjunto altamente ramificado de bronquíolos e a arvorebronquica ou arvore respiratoria. SISTEMA CARDIOVASCULAR O sistema cardiovascular ou circulatório e uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas contrações rítmicas do coração. SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório humano é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos e glândulas que participam da digestão. Apresenta as seguintes regiões: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. Para se desenvolver e manter suas atividades vitais, o organismo humano necessita de energia, obtida a partir da metabolização de alimentos. Esta energia é gasta até mesmo quando o organismo está em repouso, consumida pelos movimentos de contração do músculo cardíaco e pelos músculos respiratórios, mantendo, também, nossa temperatura estável, além de muitas outras funções essenciais para nossa vida. A língua A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea. As glândulas salivares A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual: Imagem: www.webciencia.com/11_11glandula.htm Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca. O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o interior do estômago. A digestão é o processo pelo qual grandes moléculas orgânicas presentes nos alimentos como proteínas, carboidratos, lipídios etc. são quebradas em moléculas menores pela ação de enzimas digestivas. O processo recebe o nome de catabolismo. Várias enzimas estão presentes no processo digestivo dos alimentos em nosso organismo. Elas diferem entre si pela substância que irão digerir (substrato), quanto aos locais de atuação ao longo do tubo digestivo e quanto às condições de acidez (pH) ideais ao seu funcionamento. O tubo digestivo pode ser dividido em 3 partes, de acordo com suas funções: - Superior Abrange a cavidade bucal, a faringe e o esôfago. Tem como finalidade a ingestão, trituração, insalivação e transformação dos alimentos em bolo alimentar pastoso. - Mediana Abrange o estomago e o intestino delgado, que modificam a estrutura química dos nutrientes, tornando-se absorvíveis pela corrente sanguínea. - Inferior Abrange o intestino grosso, o reto e o anus, que reabsorvem a água e eliminam o bolo alimentar não aproveitado. A digestão tem início na boca constituída dos dentes, língua, duas regiões denominadas palato duro (céu da boca) e palato mole (região onde está a úvula ou campainha da garganta) e três pares de glândulas – as parótidas, as sub-mandibulares e as sublinguais, responsáveis pela liberação da saliva, denominadas glândulas salivares. Elas secretam de 1 a 1,5 litros de saliva por dia e possuem controle nervoso automático. A saliva também garante uma boa parte da saúde bucal, fornecendo substancias minerais aos dentes, diluindo os ácidos que ai se formam e protegendo a boca e faringe de microrganismos, destruindo-os. É na boca que o alimento começa ser triturado pelos dentes que irão fazer com que partículas grandes de alimentos tornem-se menores. O alimento é jogado de um lado para outro com auxílio da língua que, posteriormente, irá empurrá-lo em direção da faringe no processo denominado deglutição. Nesse ponto a digestão é mecânica, mais é ainda na boca que o alimento começa a sofrer a atuação de uma enzima liberada pelas glândulas salivares denominadas amilase salivar ou ptialina, cuja função é amolecer o bolo alimentar e começar a digerir o amido e carboidratos nele existentes. A língua é um órgão muscular, que possui as seguintes funções: - Empurrar o bolo alimentar entre os dentes, misturando-os com a saliva; - Participar na articulação dos sons; - Participar na defesa contra infecções por meio das células linfáticas localizadas na superfície ventral. Toda superfície da língua é revestida por numerosas papilas, através das quais podemos sentir o sabor dos alimentos. Os dentes são constituídos de estrutura rígida, implantados nos maxilares (superior e inferior), denominados alvéolos. A faringe é um conduto músculo-membranoso que pertence ao aparelho digestivo e respiratório, pois se comunica com as cavidades nasais, boca, esôfago e laringe. Sua extremidade inferior vai comunicar-se com o esôfago e a traquéia. São funções da faringe: - Participar da deglutição; - Defesa do organismo, através das células linfáticas existentes na cavidade bucal e faríngeana; - Participa na audição. Durante a deglutição, o alimento é encaminhado para o esôfago, passando antes por uma válvula denominada epiglote, que irá fechar a laringe, através de mecanismos reflexos, impedindo com isso que o bolo alimentar passe para as vias aéreas, como já assinaladas anteriormente. O esôfago é um tubo formado por músculo liso, elástico, que une a faringe ao estomago. Mede cerca de 25 cm de comprimento e atravessa o diafragma através de um orifício, denominado Hiato. Ao se dirigir ao estômago depois de passar pelo esôfago por meio de contrações coordenadas (movimentos peristálticos), o bolo alimentar passa por uma outra válvula denominada cárdia que tem por função impedir o refluxo do bolo alimentar do estômago de volta ao esôfago. Em crianças recém-nascidas, pelo fato de a cárdia ainda não está bem formada, o refluxo é freqüente. O estomago é uma porção dilatada do tubo digestivo, que atua mecânica e quimicamente sobre o bolo alimentar. Está situado abaixo do diafragma e a esquerda do fígado. Este dividido em quatro secções: - Cárdia – porção inicial onde desemboca o esôfago. - Fundo – localiza-se na parte superior, projetando-se em direção ao diafragma. - Corpo – corresponde a maior parte do estomago. - Piloro – parte final, que comunica com o duodeno. O estomago possui uma curvatura convexa (voltada para o lado esquerdo) e uma pequena curvatura côncava (voltada para o lado direito). Por dentro, o estomago está forradopor uma mucosa pregueada. As pregas acentuam-se no estomago vazio e desaparecem no estomago cheio. Internamente, o estomago está revestido de tecido epitelial, que está formado por uma única camada de células. A função dessa camada é proteger o estomago contra a ação acida do suco gástrico. A parte externa possui numerosos poros que secretam o suco gástrico. No estomago, após o relaxamento a cárdia para permitir passagem do bolo alimentar, este começa a sofre a ação de uma secreção estomacal denominada suco gástrico rica em ácido clorídrico e em duas enzimas, a pepsina e a renina. O Ácido clorídrico é uma substância altamente corrosiva com pH em, torno de 2. Essa substância é poderosa pois se deixarmos cair um pouco dela na palma de sua mão ou em cima de uma madeira fina, ela irá fazer um buraco ao entrar em contato com ela. A pepsina principal enzima do suco gástrico, é secretada em sua forma inativa denominada pepsinogênio que, ao entrar em contato com o ácido clorídrico, se transforma em pepsina. Tanto a renina quanto o ácido clorídrico e o pepsinogênio são secretados por células da mucosa estomacal. A renina é uma enzima produzida em grande quantidade no estômago de recém-nascido e de crianças. Sua função é coagular o leite de modo que ele permaneça mais tempo no estômago para facilitar sua digestão. Durante aproximadamente 4 horas, o bolo alimentar transforma-se em uma massa semi-líquida e altamente ácida de nome quimo; assim que se vai completando a digestão estomacal, o esfíncter denominado piloro abre-se e fecha-se alternadamente, liberando pequenas quantidades de quimo para o intestino delgado. O intestino delgado é a parte final do tubo digestivo. Nele completa-se a digestão e a absorção dos alimentos ingeridos É um canal longo, e em seu interior ocorre a maior parte da digestão e absorção dos alimentos. O intestino delgado apresenta três partes: - Duodeno – porção mais curta, ligando-se ao estomago pelo piloro - Jejuno – corresponde a maior porção do intestino - Íleo – restante o intestino delgado. Após chegar a primeira porção do intestino delgado denominado duodeno, o quimo é neutralizado pelo bicarbonato de cálcio liberado pela mucosa intestinal, induzido por um hormônio denominado secretina. Nesse momento, já neutralizada sua acidez, o bolo alimentar recebe o nome de quilo. Posteriormente, o quilo sofrerá a ação de dois agentes: o suco entérico liberado por milhares de glândulas existentes na mucosa intestinal que contém as enzimas enteroquinase, cuja função é ativar a tripsina (uma enzima pancreática), e peptidases que atuam na digestão dos peptídeos; o suco pancreático, produzido no pâncreas e secretado no duodeno pelo canal colédoco. É no suco pancreático que encontramos as enzimas tripsina e quimiotripsina, que irão digerir as proteínas, lípase pancreática que digere lipídios e amilase pancrática que continuará a digerir o amido não digerido na baça pela ptialina. Também é no duodeno que o bolo alimentar receberá a ação da bile, que não é uma enzima, mas sais que irão emulsificar – quebrara moléculas grandes de gordura em moléculas menores – para possibilitar a ação da lípase. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar. O intestino grosso é a parte final do aparelho digestivo, compreende: Ceco Cólon ascendente Cólon transversal Cólon descendente Reto Do ceco os resíduos alimentares, já constituindo o bolo fecal passam ao colon ascendente, depois ao cólon transverso, e a seguir, ao cólon descendente. Nesse ponto, o bolo fecal pode ficar estagnado por muitas horas, preenchendo inclusive a curva sigmóide e o reto. Por estimulo do sistema nervoso autônomo, o intestino grosso acentua de repente o seu peristaltismo, promovendo ondas mais fortes de contração, no sentido de expulsar o bolo fecal através do anus. Em condições normais, o relaxamento do esfíncter anal é um ato voluntário, que consentido, termina com a dejeção, defecação ou evacuação. No intestino grosso não ocorre o processo de digestão, porque recebe os restos alimentares não digeridos e não absorvidos pelo intestino delgado, possuindo as seguintes funções. - Absorver os restos alimentares aproveitáveis; - Reabsorver a água dos sucos digestivos; - Eliminar as fezes, que são o resto indigerível do bolo alimentar, que sofreu aço das bactérias do intestino grosso. O FÍGADO, A VESÍCULA BILIAR E O PÂNCREAS O fígado é um outro órgão anexo que tem como função importante produzir a bile, que é armazenada na vesícula biliar. A bile não possui enzimas digestivas, ela funciona como um “detergente”, que facilita a digestão da gordura no estômago, pois ela quebra a gordura em pedaços menores. Antes de ser absorvida pelo sangue a gordura é absorvida pelos vasos linfáticos. O Fígado pesa aproximadamente 1,5 quilogramas, com 21 centímetros de largura por 17 centímetros de altura e 11 centímetros de espessura, o fígado também retira o excesso de glicose (açúcar) do sangue e o armazena como glicogênio, utiliza aminoácidos essências para produzir outros aminoácidos que formam as proteínas, remove substancias tóxicas do sangue, armazena lipídios, algumas vitaminas como A, D, E, K e B¹² e remove e destrói os glóbulos vermelhos desgastados. O pâncreas produz o suco pancreático que é uma mistura de enzimas digestivas, entre elas tem a tripsina, a quimiotripsina e a peptidase, que ataca as proteínas; a lípase, que ataca os lipídios; a amilase pancreática, que ataca o amido. O pâncreas é um órgão anexo do aparelho digestivo. É uma glândula mista, pois tem funções endócrinas (secreta o hormônio da insulina) e exócrinas (fabricação do suco pancreático). Após a chegada do bolo alimentar ao duodeno, as células entéricas (intestino) enviam para a circulação sanguínea, os hormônios secretina e pancreoziminina, que irão estimular a secreção do suco pancreático. FISIOLOGIA DA DIGESTÃO A maior parte dos alimentos, ao ser ingerida, encontra-se numa forma física ou química inadequada para que seus nutrientes possam chegar as células do organismo. Através da digestão, os alimentos são degradados em alimentos mais simples, capazes de atravessar a mucosa intestinal, atingir o sangue e chegar as células do organismo. Os fenômenos da digestão são: - Mecânica - Química DIGESTÃO MECÂNICA Consiste na mastigação do alimento e na sua progressão pelo tubo digestivo por meio da deglutição e dos movimentos peristálticos. A mastigação é realizada pelos dentes, que reduzem o alimento a partículas menores, facilitando posteriormente a digestão química. Os movimentos peristálticos são ondas de contração da musculatura lisa do tubo digestivo, que empurram os alimentos e os misturam com os sucos digestivos. DIGESTÃO QUÍMICA Consiste nas mudanças de natureza química que os alimentos sofrem ao passar pelo tubo digestivo. A digestão química divide-se em três fases: - Insalivação – ação da saliva sobre os alimentos - Quimificação – ocorre quando o alimento, no estomago, são misturados com o suco gástrico, permanecendo ai por varias horas, mantendo-se fechado o esfíncter pilórico, até que o esfincter relaxa e parte do alimento semidigerido e altamente acidificado, passando para o intestino delgado. - Quilificação – no intestino delgado o quimo sofre a ação de três sucos: pancreático, entérico e biliar, transformando- se em quilo. ABSORÇÃO INTESTINAL Os produtos da digestão, após serem transformados em quimo (alimento semidigerido), podem ser aproveitados pelo organismo, e para isso, eles precisam atravessar a mucosa intestinal a chegar às células pela corrente sanguínea, denominamos deAbsorção Digestiva ou Intestinal, que se processa através das vilosidades do intestino delgado. Uma vez completada a digestão, formam-se moléculas de pequenos tamanhos e solúveis em água, ácidos graxos, glicerol, açucares simples e aminoácidos. Essas substancias, juntamente com vitaminas são absorvidos pela parede do intestino delgado, que apresenta vilosidades. No intestino grosso, só ocorre absorção de água. O material não digerido é acumulado sob forma de fezes, cuja cor marrom típica é devida a pigmentos biliares produzidos pelo fígado. Para a formação das fezes, muito contribui a flora intestinal, conjunto de bactérias que vivem no intestino. SISTEMA EXCRETOR Após a digestão dos alimentos, as substancias absorvidas participam de inúmeros processos, pois as células estão em continua atividade metabólica, produzindo substancias úteis que são mantidas e reaproveitadas em beneficio do próprio organismo. Os resíduos do metabolismo são eliminados pelo sistema excretor, pois, se permanecerem, irão nos intoxicar. A excreção de substancias residuais ocorre no mesmo ritmo com que se formam ou ingressam no organismo. Além dos resíduos metabólicos, algumas substâncias que se encontram em excesso e que podem causar algum desequilíbrio na saúde, tais como água e sais minerais, são eliminados por meio da excreção. Para um bom funcionamento do organismo, a quantidade total de água deve ser mantida constante. Esse controle é efetuado graças à existência de mecanismos adequados, que mantem o equilíbrio entre a água que ingressa e a água que é eliminada. A ingestão de água é regulada pela sede e o controle da eliminação é exercido pelas vias renais. No adulto, a água representa cerca de 65% de seu peso, e se distribui pelo interior e exterior das células, dissolvendo as substancias. A água intracelular, com as substancias dissolvidas, forma o liquido intracelular, contido em todas as células do organismo, abrange aproximadamente 41% do peso do individuo. O liquido extracelular, que ocupa os espaços entre as células e banha os tecidos, chama-se liquido intersticial. Seu volume, no adulto, é de aproximadamente 14 l. o liquido extracelular, que ocupa os vasos sanguíneos, é o plasma, e no adulto é de cerca de 3 l. Por meio da excreção, podemos eliminar tanto substancias liquidas (urina), como gasosas (gás carbônico) e sólidas (fezes). O aparelho urinário é responsável pela produção e excreção da urina. O sistema excretor humano consiste de: Dois rins Dois ureteres Bexiga urinaria Uretra Depois que os tecidos utilizarem os alimentos e o oxigênio necessários para sua manutenção, os detritos devem ser eliminados, pois se ficarem no organismo, funcionarão como substancias tóxicas. No homem, o sistema urinário é interligado ao sistema genital, enquanto que na mulher esse sistema é completamente independente. O sistema excretor tem por função: Participar da eliminação dos produtos finais do metabolismo, usando como via de excreção os pulmões, os rins, os intestinos e a pele. Controle do equilíbrio hídrico, salino e ácido-basico. ORGÃOS EXCREÇÃO PROCESSO Pele Suor e sebo Sudorese e secreção sebácea Pulmões CO2 Expiração Rins Produtos nitrogenados Urina Tubo digestivo Detritos semi sólidos Fezes Os rins são órgãos glandulares que poupam ou excretam a água e sais nas quantidades adequadas para preservar a normalidade e o meio ambiente em que as células vivem. São os responsáveis pela eliminação dos detritos que as células liberam e depositam no organismo que o sangue recolhe (uréia, creatinina, ácido úrico). O acúmulo dessas substâncias pode ser letal, pois logo as funções de diversos órgãos e sistemas importantes (coração, sistema nervoso, pulmão) são prejudicadas. Mais de que forma esses pequenos órgãos que parecem feijões localizados na região lombar (um de cada lado), medindo apenas10 cm, podem interferir em questões tão importantes? Uma lesão renal pode realmente levar à morte? Para que você possa entender o funcionamento dos rins precisa antes saber o que é uma filtragem osmótica e hidrostática, pois é através delas que os rins recolhem sais e resíduos do sangue. Parece complicado, mas não é. Na verdade é muito simples, você que vê? Quando você adoça em excesso seu café, o que fazer para não tomar algo que lhe desagrada? Adicione um pouco de café sem açúcar e bem breve o sabor estará mais de acordo com o seu paladar. Como você não está se preparando para ser cozinheiro e sim um profissional de saúde, é bom que entenda o que de fato aconteceu com seu café. As partículas de açúcar, num processo simultâneo e lento, foram infiltrando-se no liquido puro e, mesmo que você tenha agitado a mistura, em pouco tempo o liquido ficou uniformemente adoçado. A esse fenômeno, dá-se o nome de difusão. Agora vamos imaginar que num “arroubo científico”, você colocasse o liquido adoçado (ou salgado) em um saquinho permeável e o introduzisse num liquido puro. O que aconteceria? Ainda assim o liquido se tornaria uniforme, pois as partículas de açúcar presentes exerceriam uma espécie de pressão, e atravessaria a membrana para difundir- se no liquido. A esse processo, responsável por todo o equilíbrio fisiológico do organismo, chamamos osmose. Deixando o café de lado, se uma célula for imersa em uma solução que tenha a mesma pressão osmótica que o liquido encontrado no interior de sua membrana, esta permanecerá estável. Nesse caso, diz-se que a solução em que a célula está imersa é isotônica. Se a pressão do liquido que circunda a célula for maior (liquido hipertônico) que a do seu interior, ele entrará na célula. Se a pressão for maior que a célula pode suportar, esta poderá romper-se: o inverso acontece se o liquido circundante for hipotônico (pressão osmótica menor). Nesse caso, ocorrerá a perda de liquido pela membrana da célula, o que, dependendo da quantidade, também poderá ser letal para a célula. O processo de filtragem do sangue através dos rins acontece de forma bastante semelhante, pois o sangue passa através de membranas por ação da pressão hidrostática, isto é, a pressão ocasionada pela força do sangue (originada dos batimentos cardíacos) sobre as membranas. MAIS QUE UM FILTRO: UM PURIFICADOR A excreção se refere à eliminação de substâncias que já não vão ser utilizadas no organismo e que procedem das células e da corrente sangüínea. Você já sabe que durante a circulação o sangue recolhe elementos indispensáveis a vida para serem distribuídos por todo o organismo, assim como retira os detritos das células para serem eliminados. Dessa forma o gás carbônico é eliminado no pulmão que fornece, em troca, o oxigênio, mas para eliminar os detritos celulares e manter a quantidade adequada de água em todo o corpo é necessário o funcionamento dos rins. O sangue, uma vez impulsionado para artéria aorta, segue sob pressão pelas artérias seguintes. Penetra nos rins pela artéria renal que por sua vez se subdivida gradativamente até transformar-se em inúmeras arteríolas. Cada uma delas chamadas de arteríolas aferentes penetra em pequenos grãozinhos existentes nos rins, denominados cápsulas de Bowmam. No seu interior as arteríolas assumem o calibre de capilares e enrolam-se sobre se mesmas, como microscópicos novelos de lã. A esses novelos é que chamamos de glomérulos. A seguir os capilares enovelados assumem novamente o calibre de arteríolas e saem da cápsula com o nome de arteríolas eferentes. Mas será que as arteríolas eferentes assumem o calibre de capilares, penetrem nas cápsulas de Bowman, apenas para mudar de nome ao sair? É certo que não. Uma vez dentro dos glomérulos, o sangue deixa passar água esais pelas paredes permeáveis dos capilares. Os materiais filtrados são absorvidos pelas também permeáveis paredes das cápsulas de Bowman, que os deixam passar para a espécie de funil em que estão inseridas. Assim, os filtrados penetram em tubos sinuosos – túbulos contorcidos proximais – onde ocorre a absorção de água e íons importantes para o funcionamento do organismo como sódio, cloro, glicose, cálcio, fosfato e magnésio. Depois de darem muitas voltas para permitir maior absorção, os túbulos formam grandes alças, chamadas alças de Henle onde o excesso de água e uma parte do sódio são absorvidos, passando então a formar novamente tubos contorcidos ( túbulo contorcido distal). Estes completam a absorção das alças que os antecedem e desembocam em túbulos coletores. O conjunto de glomérulos e túbulos denomina-se néfron. É fácil de entender por que tradicionalmente se diz que o néfron é a unidade funcional dos rins. Os túbulos coletores desembocam, por sua vez, em vias de calibres maiores (ductos capilares), que se dispõem lado a lado, arrumados como pirâmides, com os vértices voltados para o interior do rim. Esses vértices inserem-se em estruturas semelhantes ao nome que possuem: cálice renal, para onde flui o filtrado, quase totalmente modificado pela urina. Cada grupo de três ou quatro cálices se une num cálice maior, que se comunica com a maior das câmaras de saída: a pelve renal. Essas câmaras (uma para cada rim) recebem a urina e afunilam-se formando os ureteres, pelos quais a urina chega a uma bolsa muscular capaz de armazenar mais de um litro de líquido, a que chamamos de bexiga. A bexiga possui um anel de musculatura lisa e, como você sabe, a ação desse tipo de musculatura independe da vontade, o que pode nos levar a situações constrangedora se não atendermos à necessidade de esvaziamento. Abaixo dele localizam-se feixes musculares estriados para a micção (ato de urinar) voluntária. A eficiência renal por qualquer fator traumático ou por doenças pode levar à perda desnecessária de água e de substâncias importantes para o organismo, assim como à eliminação excessiva da água e de elementos indispensáveis , como as proteínas. A porção final do sistema urinário é a uretra, por onde a urina é expelida. Exige cuidados especiais, pois um processo inflamatório na área pode atingir a bexiga chegando até aos rins. No entanto, a ocorrência é comum, principalmente em mulheres, por não fazerem, ou fazerem de norma errada, a higiene após defecar. Como profissional de saúde, você deve proceder e orientar para que procedam - à higiene sempre do sentido anterior para o posterior, nunca retornando, para que as fezes não entrem em contato com a uretra. FORMAÇÃO DA URINA A urina é formada pelo processo de filtração do plasma sanguíneo nos rins. Possuímos dois rins – que lembram a forma de um feijão – na parte superior do abdome, um em cada lado da coluna vertebral, logo abaixo do músculo diafragma. Os rins são órgãos de depuração sanguínea e por isso, são ricamente vascularizados pela artéria renal. Além de filtrar o sangue, eliminando substancias derivadas do metabolismo celular regulam a quantidade de água e sais minerais, mantendo a pressão osmótica; e controlam a concentração da uréia e outros elementos no organismo. Internamente, os rins possuem estruturas microscópicas denominadas nefrons (temos aproximadamente 2 milhões em cada rim). Os nefrons são os responsáveis pela depuração do plasma sanguíneo. A água e todos os componentes do plasma, exceto as proteínas, são filtrados pelo endotélio dos capilares glomerulares e pelo epitélio capsular interno, constituintes do nefron. O liquido filtrada passa aos túbulos do nefron e sofre modificações em conseqüência da reabsorção e secreção de seletivas, seguindo para os túbulos coletores, nos quais ocorre a reabsorção da maior parte do liquido capsular. Os túbulos coletores reúnem-se formando estruturas denominadas, individualmente, de pirâmide renal. Das pirâmides renais sai a urina, continuamente, em pequenas gotas e são recebidas nos cálices. Os cálices são pequenas câmaras que desembocam na pelve renal (bacinete), cuja forma assemelha-se a um funil. SISTEMA ENDÓCRINO Hoje em dia é muito comum escutarmos que uma pessoa procurou auxílio de um médico por estar muito gorda ou por estar com atraso no ciclo menstrual e que recebeu como resposta que esta com problemas hormonais. Mas o que são hormônios? De onde eles vêm? Nem só pelo sistema nervoso ocorre o controle das funções vitais como: digestão, reprodução, exceção e etc. Elas também são controladas por um sistema que possuem estruturas especializadas par que sejam liberadas dentro da corrente sangüínea determinadas substâncias que irão controlar o funcionamento de várias células e alguns órgãos importantíssimos para a nossa sobrevivência. O sistema em questão recebe o nome de sistema endócrino e as estruturas que o compõe são chamadas de glândulas endócrinas, que, por sua vez, irão liberar substâncias denominadas hormônios. Quando o nosso corpo necessita de respostas muito rápidas, em curto espaço de tempo, como por exemplo, os movimentos de andar, correr, utilizamos para isso a via nervosa e quando necessitamos de estímulos contínuos e em maior espaço de tempo, como regular a taxa de açúcar no sangue, controlar o crescimento, as transformações do corpo durante a puberdade temos o sistema endócrino, que é responsável pela produção de hormônios. Um exemplo de controle hormonal pelo sistema endócrino é o nanismo e o gigantismo, que são resultantes da secreção anormal do hormônio do crescimento. GLANDULAS As glândulas formam o sistema endócrino e são órgãos que produzem diversas substancias (secreções). Essas secreções podem atuar sobre as células situadas na vizinhança do órgão secretor, ou ser lançada na corrente sanguínea indo atuar sobre as células e órgãos nas partes mais distantes do corpo. A ação do sistema endócrino permite, então, que o nosso organismo responda às variações, mantendo-nos em homeostase, além de promover transformações necessárias ao nosso desenvolvimento. As glândulas são comumente classificadas de acordo com a forma de eliminar suas secreções. As glândulas exócrinas (exo = fora) são aquelas que possuem ductos pelos quais eliminam suas secreções, como as glândulas salivares, as sudoríparas, as lacrimais e as mamarias. Já as glândulas endócrinas (endo = dentro), não possuem ducto e, portanto, lançam seu produto de secreção (hormônio) diretamente na corrente sanguínea. O terceiro tipo de glândula é a mista, que envia algumas secreções por ductos e outras pela corrente sanguínea, como o pâncreas. A parte exócrina do pâncreas lança o suco pancreático por um ducto (ducto pancreático) no interior do intestino e a parte endócrina é responsável pela produção de insulina, o hormônio que regula a taxa de glicose no sangue, lançada diretamente na corrente sanguínea. As secreções fabricadas pelas glândulas endócrinas são denominadas hormônios, substâncias químicas que atuam no sentido de controlar ou ajudar no controle de alguma função. Os hormônios são lançados na corrente sanguínea e transportados até o local de sua ação. A quantidade de hormônio produzida é sempre pequena, mas sua ação é enorme. Só alguns miligramas de hormônios são necessários para desenvolver o processo de maturação sexual, desencadeando as transformações da puberdade. O sistema nervoso e as glândulas regulam a produção hormonal. Se a quantidade de hormônio existente no sangue é alta, a glândula diminui a sua produção. As principais glândulas do nosso corpo são: a hipófise, a tireóide, as paratireóides, as supra-renais, o pâncreas e as gônadas.HIPÓFISE OU PITUITÁRIA É considerada a glândula-mestra do organismo, pois por meio de sue hormônios, controla varias outras glândulas. Embora seja do tamanho do grão de ervilha, ela tem enorme influencia no organismo. Alojada numa concavidade na base do crânio, a sela túrcica, a hipófise possui regiões, a adeno-hipofise (região anterior) e a neuro- hipofise ( região posterior), com uma pequena zona intermediaria entre elas. A neuro-hipofise, em certo sentido, não é uma glândula, pois não secreta os hormônios antidiuréticos e ocitocina, apenas serve como deposito, armazenando-os até que os impulsos nervosos sejam transmitidos para provocar sua liberação. Esses hormônios são produzidos por neurônios no hipotálamo anterior. O antidiurético age sobre os rins, nos quais estimula a reabsorção da água nos nefrons. Já a ocitocina estimula a contração do músculo do útero e das mamas, sendo importante por ocasião do parto e no período da amamentação, pois promove a ejeção do leite. Além disso, a ocitocina ajuda o útero a contrair-se, para expulsar o bebe no momento do parto e, após o parto, para que o útero volte ao tamanho normal. A adeno-hipofise (anterior) secreta o hormônio do crescimento e hormônios que regulam a atividade outras glândulas (a tireóide, as supra-renais e as gônadas). O hormônio do crescimento é secretado durante toda a vida de pessoa. Durante a fase de crescimento, esse hormônio atua promovendo o desenvolvimento e o aumento de todos os tecidos corporais, aumentando as dimensões de todas as células, bem como seu numero. Embora o crescimento corporal cesse na adolescência, após essa fase, a secreção do hormônio do crescimento diminui um pouco, mas nunca cessa e continua a promover a síntese de proteínas e de outros elementos celulares. Os outros hormônios secretados pela adeno-hipofise regulam a secreção de outras glândulas endócrinas, são eles: o hormônio tireoestimulante, que controla a secreção da tireóide; o hormônio adenocorticotrófico, que controla a secreção das supra-renais; e, os hormônios gonodotroficos que regulam a secreção dos testículos no homem e dos ovários na mulher. O tireoestimulante e o adenocorticotrofico atuam de forma muito semelhante, promovendo o aumento no numero de células e o grau de atividade da tireóide e das supra-renais, respectivamente. O hormônio foliculoestimulante e o luteinizante são os hormônios gonodotroficos. Na mulher, o foliculoestimulante desencadeia o crescimento dos folículos ovarianos e estimula os ovários a secretar estrogênios, um dos hormônios femininos. No homem, o foliculoestimulante promove o crescimento o epitélio germinativo dos testículos, o que desencadeia o desenvolvimento dos espermatozóides. O outros hormônio gonodotrofico, o luteinizante, atua no sexo feminino sobre a secreção dos estrogênios e da progesterona pelos ovários, além de promover a ovulação. No sexo masculino, o hormônio luteinizante faz com que os testículos secretem a testosterona, o hormônio sexual masculino. Durante a gravidez e no período da amamentação, a adeno-hipofise secreta também o hormônio prolactina, que estimula o crescimento das mamas bem como a produção do leite. TIREÓIDE É outra importante glândula endócrina, localizada sob a laringe, em frente a traquéia, ela é constituída por dois lobos unidos por um istmo, que se alonga. Seu principal hormônio é a tiroxina, que estimula o metabolismo geral, fazendo com que o corpo queime todos os seus carboidratos de forma muito rápida, reduzindo, em seguida, de modo acentuado, as reservas de gordura. Ela atua também sobre o coração, aumentando também seu metabolismo, sua frequência e a força de sua contração. Sobre o sistema nervoso e tubo digestório, a tiroxina também atua no sentido de estimular suas atividades. Assim, se sua secreção estiver desregulada, a pessoa pode se tornar apática, sonolenta, obesa e com raciocínio lento, no caso da secreção estar abaixo do normal; ou, agitada, nervosa, magra, de olhos saltados (exoftalmia), quando a excesso de secreção de tiroxina. Estes estados anormais de secreção de tiroxina são denominados, respectivamente, hipotireoidismo e hipertireoidismo. Possuímos quatro glândulas paratireóides, duas atrás de cada lobo tireoidiano, massas distintas e diminutas que secretam o hormônio paratireoidiano, também chamado de paratormônio, que regula a troca de cálcio e fósforo no organismo pelo sangue. Alterações na secreção do paratormônio afetam o organismo, assim, a diminuição da taxa de cálcio no sangue altera a transmissão de impulsos nervosos, tornando-os repetitivos e incontrolados, como resultado a pessoa apresenta contrações musculares violentas (tetania), seu excesso também é prejudicial, pois o aumento da concentração de cálcio no sangue pode indicar que houve absorção exagerada do cálcio dos ossos, provocando, portanto, a descalcificação dos ossos e dentes, tornando-os sujeitos a deformação e fraturas. SUPRA-RENAIS As glândulas supra-renais são duas pequenas glândulas situadas, como o próprio nome indica, acima dos rins, como se fossem gorros. Elas são constituídas de duas partes: o córtex (externo) e a região medular (interna). A região medular constitui-se de cordões celulares, vasos venosos e fibras nervosas. A adrenalina e a noradrenalina são hormônios secretados na região medular, cuja atuação combinada produz quase que os mesmos efeitos sobre todos os sistemas de órgãos do corpo que a estimulação simpática direta. O córtex das supra-renais produz diversos tipos de hormônios, os mineralacorticoides, que controlam a excreção de sódio e potássio pelos rins, regulando assim, as quantidades e as concentrações desses íons no liquido extracelular, sendo a aldosterona o mineralacorticoide mais importante. Outros tipos de hormônio do córtex supra- renais são os glicocorticoides, que participam dos mecanismos do controle do metabolismo das proteínas, das gorduras e dos carboidratos. Embora suas funções não sejam tão bem compreendidas quanto às funções dos mineralacorticoides, muitos dos sistemas metabólicos do corpo ficam prejudicados na falta destes hormônios, tornando a pessoa muito vulnerável ao trauma e a qualquer doença que tenta destruir os tecidos. A cortisona é um hormônio glicocorticoide com ação antiinflamatória. O terceiro tipo de hormônio do córtex da supra-renal são os androgênios que produzem efeitos masculinizantes sobre o corpo, semelhantes aos produzidos pelo hormônio testicular masculino. PÂNCREAS Como já dissemos, o pâncreas é uma glândula mista, sua porção endócrina secreta os hormônios insulina e glucagon, ambos com efeitos extremamente significativos sobre o metabolismo da glicose, regulando, desta forma, sua concentração no sangue. A insulina promove o transporte da glicose sanguínea para o interior de quase todas as células do corpo, para produção de energia para as funções celulares, diminuindo assim a sua concentração no sangue, por meio, principalmente, de seu efeito sobre o fígado, provocando a liberação de glicose por esse órgão. Assim, a insulina, impede que o teor sanguíneo de glicose fique muito elevado enquanto o glucagon impede que fique muito reduzido. OVÁRIOS Os ovários são duas glândulas, uma de cada lado, que fazem parte do aparelho reprodutor feminino e que estão localizados abaixo da cavidade abdominal em uma região denominada pelve ou cavidade pélvica, ligadas ao útero através de dois ligamentos denominados ligamento de ovários. Os ovários são responsáveis pela produção e liberação de dois hormônios, o estrogênio ou hormônio folicular, que controla o desenvolvimento das características sexuais femininas como: aumento dos seios, depósito de gordura nas coxas e nádegas, aparecimentode pêlos pubianos e estímulo também ao impulso sexual. Já a progesterona, responsável pela implantação do óvulo fecundado na parede uterina e pelo desenvolvimento inicial do embrião, estimula o desenvolvimento das glândulas mamárias. Além de produzir hormônios, os ovários também são responsáveis pela produção das células sexuais femininas denominadas ovócitos. TESTÍCULOS São em número de dois, estão localizados na pelve e fazem parte do aparelho reprodutor masculino; são protegidos por uma bolsa denominada bolsa escrotal ou escroto. Os testículos produzem um hormônio denominado testosterona que controla as características sexuais masculinas como aparecimento de barba, pêlos no tórax, desenvolvimento da musculatura, e o impulso sexual. Além da produção de hormônio, os testículos são responsáveis também pela produção das células sexuais masculinas denominadas espermatozóides ou sptz. TIMO É outra glândula endócrina, situada na parte inferior da traquéia e entre os pulmões. No adulto, consta de dois pequenos lobos e seus hormônios intervem no metabolismo dos sais de cálcio durante a fase de crescimento. Sua função ainda não se encontra devidamente conhecida; sabe-se que desempenha um papel importante no pré- processamento dos linfócitos “T”, as células responsáveis pela imunidade celular, no período que antecede o nascimento e por alguns meses após o parto. Referências DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2001. MOORE, Keith L.. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 7ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. TORTORA, Gerald J.; GRABOWSKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
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