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RESENHA DO TEXTO A FORMAÇAO DO BRASIL CONTEMPORANEO

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RESENHA DO TEXTO: A FORMAÇÃO DO BRASIL CONTEMPORÂNEO DE CAIO PRADO JÚNIOR
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo.7 eds. São Paulo: Brasiliense, 1963.
Caio Prado Júnior nasceu na cidade de São Paulo, em 11 de fevereiro de 1907. era filho de Caio da Silva Prado e Antonieta Penteado da Silva Prado. ele fez seus estudos iniciais em casa, onde contou com professores particulares, caso comum em famílias da aristocracia local. seu curso secundário foi no Colégio São Luiz, na cidade de São Paulo. profissionalmente, Caio Prado júnior era historiador, economista e filósofo. na área de história foi onde realizou suas obras mais importantes.
Foi um intelectual que se dedicou a politica e aos estudos por igual, tendo muitas publicações nos períodos que seguiam a ditadura militar brasileira. ele morreu em 1990, com oitenta e três anos de idade. O mais importante a se salientar nos trabalhos de caio Prado Junior, foi que, mesmo tendo nascido numa família abastada da sociedade, o mesmo passou sua vida dedicando-se as causas das minorias sociedade, inclusive, suas publicações relacionam-se com classe trabalhadora, onde, mediante esses escritos, o autor fez seus protestos e defendeu melhores condições de vida para os desfavorecidos da época.
Não é fácil descrever o contexto que inspirou Caio Prado Júnior a escrever o livro “a formação do Brasil contemporâneo”, contudo, tomemos por base, a revolução de 1930, em que a própria Ciência historiográfica assume uma postura relevante no que tange pensar sobre o Brasil. Assim, materiais de outros estudiosos como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda se tornam ferramentas importantes para esse entendimento. Era o nacionalismo que tomava conta dos estudos desenvolvidos entre as diversas pautas da revolução de 30.
Caio Prado Jr. Surge como um estudioso que vai buscar na história da sociedade brasileira o entendimento para a sua constituição atual. Para se compreender a importância da obra deste autor, é necessário entender o contexto e acontecimentos que ocorreram neste período, e um deles foi a semana da arte moderna, que marcou não só na arte e na literatura, quanto na própria história da sociedade brasileira. Acontecimentos políticos também foram importantes para a obra deste autor.
Em se falando de arte e literatura brasileira, na época de 30, como se disse antes, a semana da arte moderna, que ocorreu no ano de 1922, põe em questionamento a estrutura rígida de se fazer arte, ofertando movimentos com influencia em movimentos estrangeiros como o surrealismo e o futurismo, que dava mais liberdade ao artista. Essa liberdade, por assim dizer, influenciou até a tv e o cinema. Relacionando esse posicionamento da sociedade moderna, com a também semana da arte moderna, personagens da tríade constituinte da sociedade brasileira, mais especificamente, o negro, o branco e o índio passaram a ser as personagens centrais de muitos trabalhos desenvolvidos. Quem não lembra de Macunaíma e outras obras indianistas da época?
Outro fato relacionado com a constituição da sociedade moderna, sua relação com a arte e a literatura, bem como, a influencia disto na obra de Caio Prado Junior, foram as produções que problematizaram a miséria no Brasil, sobretudo, nos sertões, que também foi título de um material escrito na época. Muitos autores se dedicaram a escrever, pintar e expor trabalhos sobre o homem proletário, e como já mencionado, sobre o sofrimento do homem sertanejo. Refletindo sobre isto, tanto a sociedade das áreas urbanas e suburbanas, quanto a sociedade camponesa foram retratadas e enfatizadas nestas obras do período de 1930 e posterior.
No ano de 1930, vale ressaltar que o mundo vivia sob os efeitos da queda da bolsa de valores de Nova York, onde a falta de exportação do café fez com que o seu preço caísse vertiginosamente. Neste período, a sociedade também está se preparando para mais uma eleição. Getúlio Vargas era o candidato da aliança liberal, e em oposição, Júlio Prestes, que vence, causando o descontentamento da aliança liberal. Como já mencionado, Caio Prado Júnior, era um militante, que mesmo tendo boas condições financeiras, sempre apoiou as causas populistas, sendo, portanto, favorável a Getúlio Vargas. Ele não teve atuação politica propriamente dita, mas, atuou na criação de entidades nos mais diversos bairros paulistas.
Falando da obra “a formação do Brasil Contemporâneo”, ela foi publicada em São Paulo, em 1942. A obra encontra-se dividida em três momentos. Onde já na introdução, nomeada de “sentido da colonização”, o autor recebeu tanto, elogios pelo discernimento intelectual que teve para mostrar o real sentido “econômico”, por assim dizer, da colonização. As outras partes do livro se intitulam como “povoamento”, “vida material” e “vida social”.
Na introdução, compreendemos porque esse texto de Caio Prado Jr, serve como base para discussão em sala de aula dentro da educação básica e também de vários cursos de nível superior. A introdução revela todo o cuidado do autor para que sua obra não fosse apenas mais uma dentre muitas, que apenas descrevem acontecimentos generalizando e romantizando o período colonial do Brasil. Essa introdução mostra que no período colonial, ou pelo menos nos dez anos anteriores ao império, formou-se no território brasileiro uma população completamente divergente daquela nativa. Também, relata que no plano econômico, o trabalho livre não se fixou em todo o país, e com isso, pode-se compreender que o autor mostra resquícios de trabalhos análogos à escravidão. Ainda na ótica do autor, não é comum que uma pessoa com o mínimo de estudos observe ao seu redor e vejam que resquícios do passado ainda estão no presente da sociedade, mostrando que, tanto no cunho físico, quanto no moral, o passado ainda está imbuído no território brasileiro.
Já na parte intitulada “povoamento”, o autor deixa-nos verificar que o povoamento somente começou a penetrar o interior do brasil por volta do século XVII, de modo que, anterior a isso, somente o litoral era explorado, pelas chamadas colônias de exploração, levando a região litorânea a ter densos povoamentos até o início da exploração do interior do território colonial. Com isso, Prado júnior afirma que foi um povoamento que se deu de modo irregular, propiciada ainda, pelo Tratado de Tordesilhas. Somente com a exploração das minas e com a “domesticação e escravização do índio” foi que se fixou grupos de pessoas mais a dentro da régio do país. Sobre o povoamento do interior, ainda convém ressaltar que, quando se acabavam os metais e outros meios de se obter lucro, os locais eram abandonados e os grupos se deslocavam a outras regiões para reiniciar o ciclo.
A seguir, Caio Prado Junior nos permite entender sobre a constituição étnica da sociedade brasileira, onde também cita o índio como parte importante nos momentos iniciais da formação da sociedade brasileira, sobretudo, como um trabalhador favorável e também, como um fornecedor de produtos nativos. E para além disso, via-se no índio, um colonizador para as grandes áreas ainda desertas do país. Sobre o cruzamento em si e sua importância para a constituição da sociedade brasileira, o autor nos permite entender que “Do ponto de vista da posição social das raças, o preto e o índio afluirão para as camadas inferiores; o branco, para as camadas mais elevadas, se não sempre de início, quando chegam desprovidos de recursos, pelo menos, mais tarde. A tendência para ascensão é geral, argumenta Caio Prado Júnior (1963:106-107).
A segunda parte da obra, chamada de “vida material”, apresenta capítulos sobre: economia, grande lavoura, agricultura de subsistência, mineração, pecuária, produções extrativas, artes e industrias, entre outros títulos que se reportam as produções materiais da sociedade contemporânea. Complementando a vida material, a parte chamada de “vida social” traz temas relacionados a política, administração e também sobre a própria vida social brasileira, como o título sugere. Assim, ele se preocupa em salientar sobre a importânciae consequências da escravidão para a sociedade brasileira, Ele cita que foi uma forma de escravidão vil e que mesmo já havendo essa prática em Roma e na própria África, estas não eram equiparáveis a que os europeus empregaram aqui no Brasil, porque nas regiões citadas, os escravos não eram simples maquinas de trabalho.
Em Caio Prado Júnior, observa-se que o mesmo faz uma análise de cunho marxista, se utilizando ainda do método materialista histórico e dialético para descrever e relacionar o Brasil colônia com o Brasil da contemporaneidade. Ele faz um trabalho semelhante ao de Marx e Engels, contudo, Prado Jr. Também enfatiza a desorganização de um Estado existente e as consequências disto na própria estrutura da formação social brasileira, ou seja, somos a consequência do mal gerenciamento, ou administração de um país, ou de vários países que nem mesmo seu próprio território encontrava-se organizado, de modo que isso se refletiu na constituição material e social que se presencia hoje. 
Em pesquisas realizadas, viu-se que autores como Hayden White faz críticas ao estilo de escrita de Prado Jr. Baseia-se em tragédia, uma forma de escrever, que faz uso do “sofrimento” para chamar a atenção do leitor. Segundo este autor, o texto de Caio P. Júnior é indiscutivelmente adequado e pedagógico, mas, tem um caráter mecanicista, porque em toda construção usa-se a ferramenta da tragédia e com isso, deixa subtendido que a condição de colônia que o Brasil passou, perdura até os dias atuais. O autor critica ainda Prado júnior quando compara o mesmo com Tocqueville, o qual também faz uso do realismo trágico em suas obras.
Sobre o modo de implicação ideológica, White (1995:205) afirma que esse tipo de estilo, mecanicista, não é exaustivamente descritível de um determinado rótulo ideológico (como liberal ou conservador) ou especificamente disciplinar (como, por exemplo,). De fato, como o estilo de Caio Prado Junior se assemelha ao de Tocqueville, pode-se afirmar que o do autor apreciado aqui é de um historiador radical, pelo fato de ter estudado a história do Brasil segundo leis causais que regem suas operações como processo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo- Colônia. 7ed. São Paulo: Brasiliense, 1963. p.
WHITE, Hayden. Meta História: A Imaginação Histórica do Século XIX. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995. p. 26.

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