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LIVRAMENTO CONDICIONAL

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UNIDADE VIII – LIVRAMENTO CONDICIONAL – No CP Arts. 
83/90 e na LEP, Arts. 131/146. 
 
 
VALDINEI CORDEIRO COIMBRA 
Especialista em Direito Penal e Processual Penal pelo ICAT/UNIDF 
Especialista em Gestão Policial Judiciária – APC/Fortium 
Coordenador do www.conteudojuridico.com.br 
Delegado de Polícia Civil do Distrito Federal 
Ex-analista judiciário do TJDF 
Ex-agente de polícia civil do DF 
Ex-agente penitenciário do DF 
Ex-policial militar do DF 
vcoimbr@yahoo.com.br 
 
 
Conceito – Trata-se de um incidente da execução da pena 
privativa de liberdade, o qual consiste em uma antecipação provisória da 
liberdade do condenado, satisfeitos certos requisitos e mediante determinadas 
condições. 
 
Natureza Jurídica: Damásio entende tratar-se de forma de 
execução da pena privativa de liberdade, enquanto Celso Delmanto entende 
tratar-se de um direito público subjetivo do condenado de ter antecipado a 
sua liberdade provisoriamente, desde que preenchido os requisitos legais, 
podendo ser deferido por um simples despacho do juiz da execução penal. 
 
Diferença entre sursis e livramento condicional: concedido o 
sursis o condenado não vai para a prisão e já começa cumprir algumas 
condições durante um período de prova. No livramento o condenado vai para o 
cárcere, cumpre parte da pena e só depois consegue a liberdade, mediante o 
cumprimento de algumas condições, no período em que permanecer solto, até 
o fim da pena. 
 
Origem: o Livramento condicional teve sua origem em 03.12.1832, 
em Paris (França), quando uma circular Ministerial, recomendava a aplicação 
do livramento condicional aos menores delinqüentes e posteriormente em 1885 
é que passou a ser aplicado aos maiores, por iniciativa de Bonneville de 
Marsangy, sendo que era parte do sistema progressivo elaborado por 
Moconochie. Foi difundido por toda a Europa, cabendo à Inglaterra a aplicação 
em larga escala. Nos Estados Unidos, em 1869, foi adotado no reformatório de 
Elmira, sendo que em estado de Ohio, em 1884, foi o primeiro a contemplá-lo 
como regime de todas as prisões. Em 1910, o sistema Federal também o 
incorporou em sua legislação. 
 
No Brasil a primeira experiência com o livramento condicional foi no 
Código Penal de 1890, nos arts. 50 a 52, ocorrendo sua regulamentação 
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apenas em 1924, com o Dec. 16.665 de 06.11.24, e depois se incorporou na 
Consolidação das Leis Penais de Vicente Piragibe. 
 
 
Requisitos para concessão: 
 
Objetivos: 
 qualidade da pena: deve ser a privativa de liberdade em execução 
(não importa se reclusão, detenção ou prisão simples). Não é 
possível livramento condicional em Medida de Segurança, pena 
restritiva de direitos e multa. 
 quantidade da pena: deve ser igual ou superior a 2 anos: sendo que 
as penas que corresponderem a infrações diversas deverão ser 
somadas para efeito do livramento condicional (art. 84 do CP) 
 tenha reparado o dano causado pela infração, salvo efetiva 
impossibilidade de fazê-lo. 
 Cumprimento de parte da pena: 
a. mais de 1/3, desde que tenha bons antecedentes e não seja 
reincidente em crime doloso (livramento especial); 
b. mais da 1/2, se reincidente em crime doloso (livramento 
ordinário); 
c. mais de 1/3 a 1/2, se tiver maus antecedentes, mas não for 
reincidente em crime doloso (construção jurisprudencial – 
posição polêmica); 
d. mais de 2/3, se tiver sido condenado por qualquer dos crimes 
previsto na lei dos crimes hediondos nº 8.072/90 (denominado 
livramento extraordinário) e não for reincidente específico em 
crime desta natureza, pois se for não terá livramento condicional. 
Obs.: é muito comum o aluno confundir o lapso temporal do livramento 
condicional com o lapso temporal para progressão de regime nos 
crimes hediondos. 
 
Subjetivos: 
 
 Comportamento satisfatório durante a execução da pena (isso se 
comprova através de relatório carcerário); 
 Bom desempenho no trabalho a que lhe foi atribuído (a omissão do 
Estado em atribuir trabalho ao condenado, não impede a concessão 
do livramento). 
 Aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho 
honesto; 
 Nos crimes dolosos cometidos mediante violência ou grave ameaça à 
pessoa, o beneficio fica sujeito à verificação da cessação da 
periculosidade do agente, visando verificar se o agente não voltará a 
delinqüir (será realizado através do exame criminológico ou exame 
psiquiátrico); 
 Nos crimes previstos na Lei 8.072/90, não ser reincidente específico. 
 
Observações: 
 
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 O indivíduo que foi condenado pela prática de crime hediondo e que 
venha cometer novo delito hediondo, qualquer deles (reincidência 
específica), não poderá obter o benefício do livramento condicional 
(art. 83, V, última parte). 
 Enquanto a reincidência específica do art. 83, V, se refere a nova 
prática de qualquer dos crimes previsto na Lei 8.072/90, ou seja, os 
hediondos e os assemelhados, a reincidência específica do art. 44, § 
3º, parte final do CP, se refere a prática da mesma espécie de crime 
(mesmo tipo legal). 
 O condenado primário, portador de maus antecedentes: o STF 
entende que não tem direito ao livramento condicional, após 
cumprido 1/3 da pena, pois não preenche o requisito do art. 83, inc. I, 
do CP, devendo para obter o benefício cumprir a metade da pena, 
conforme disciplina o art. 83, II do CP, equiparando assim o réu 
primário e portador de maus antecedentes ao reincidente em crime 
doloso. Já o STJ, entende que tem direito ao livramento condicional o 
primário e possuidor de maus antecedentes, após cumprir + de 1/3, 
bastando que tenha parecer favorável do Conselho Penitenciário, 
aliado aos requisitos de ordem objetivo e subjetivo, não se podendo 
equiparar o tecnicamente primário com o reincidente. 
 A detração penal (art. 42) é considerada para os efeitos da 
concessão do livramento condicional o período de prisão provisória, o 
mesmo ocorrendo com os dias remidos, a fim de atingir o limite 
mínimo necessário para concessão do benefício (art. 128 da LEP). 
 Não se exige que o condenado tenha passado por todos os estágios 
da pena, ou seja, pelos regimes semi-aberto e aberto, para ser 
beneficiado pelo livramento condicional, basta o preenchimento dos 
requisitos legais. Aliás, não se deve confundir progressão de regime 
com livramento condicional. 
 A Lei de Contravenções Penais (LCP) prevê a possibilidade de se 
aplicar o livramento condicional, art. 11 o que só poderá acontecer se 
a pena de prisão simples for igual ou superior a dois anos. Os arts. 
24 (fabricar instrumento de emprego usual na prática de furto) e 51 
(loteria não autorizada), prevê pena máxima de 2 anos de prisão 
simples. 
 O livramento condicional tem a duração do restante da pena que o 
liberando deveria cumprir (período de prova). 
 O preso estrangeiro pode obter livramento condicional, salvo se 
decretada sua expulsão do país. 
 Quem está em regime aberto pode obter livramento condicional, não 
havendo nenhuma incompatibilidade, pois o cumprimento da pena 
em regime aberto é em casa de albergado, que é mais duro do que 
ficar no livramento condicional. 
 A unificação da pena para atender o limite de 30 anos, não se aplica 
ao livramento condicional (súmula 715 do STF). 
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O melhor portal de conteúdo jurídico do Brasil Exame criminológico: não é mais exigido para a concessão de 
livramento condicional (Lei 10.792/03). Entretanto o juiz da VEC 
pode, se entender necessário, determinar a sua realização.1 
 
Requisitos procedimentais para concessão 
 
 Requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou parente em linha 
reta, ou ainda, proposta do diretor do estabelecimento ou do 
Conselho Penitenciário (art. 712 do CPP); 
 Parecer favorável do Conselho Penitenciário (quando dele não partir 
a proposta) e do Ministério Público. 
 Relatório minucioso do diretor do estabelecimento penal a respeito 
do caráter do sentenciado, seu procedimento durante a execução da 
pena, suas relações com familiares e estranhos e, ainda, sobre sua 
situação financeira, grau de instrução e aptidão para o trabalho (art. 
714 do CPP). 
 
Condições do livramento 
 
1) Obrigatórias: art. 132, § 1º, da LEP. 
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o 
trabalho; 
b) comunicar periodicamente ao Juiz a sua ocupação; 
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem 
prévia autorização deste. 
 
2) Facultativas: art. 132, § 2º da LEP. 
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade 
incumbida da observação cautelar e de proteção; 
b) recolher-se à habitação em hora fixada; 
c) não freqüentar determinados lugares. 
 
 
1 TJ/RJ, 8ª Câm. Criminal, HCnº 2006.059.00111, rel. desª. Maria Raimunda T. 
Azevedo, j. 09/02/06 
Habeas Corpus. Constrangimento ilegal. Inocorrência. Art. 155, § 4º, II e IV, do CP. 
Furto qualificado. Livramento condicional. Determinação, pela autoridade impetrada, da 
vinda de exame criminológico para a apreciação do pedido. Previsão legal. Artigo 83, 
parágrafo único, do Código Penal. Avaliação do preenchimento, pelo apenado, de 
requisito subjetivo para receber o benefício. Enunciado nº 19 do Juízo das Execuções 
Penais. A Lei nº 10.792/03 não retirou do juiz da execução a faculdade de requerer 
exame criminológico com o objetivo de aferir o preenchimento de requisito subjetivo 
para que o apenado receba o livramento. Ademais, o procedimento tramita regularmente 
junto à VEP e o encarceramento do paciente encontra-se em perfeita conformidade com 
a LEP. Inocorrência do constrangimento ilegal de que cuidam os arts. 5º, LXVIII, da 
CF/88 e 647, do CPP. Denegação da ordem. 
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3) Judiciais: nada impede que o juiz fixe outras condições a seu critério 
(art. 132, § 2º da LEP), tais como freqüentar curso profissionalizante, 
alfabetização, curso de aprimoramento e etc. 
 
Obs: as condições do livramento condicional podem ser alteradas 
durante a execução (art. 144 da LEP) 
 
Carta de livramento (art. 136 da LEP): “Concedido o benefício, será 
expedida a carta de livramento com a cópia integral da sentença em 2 (duas) 
vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e 
outra ao Conselho Penitenciário”. 
 
Cerimônia do livramento (art. 137 da LEP) – essa cerimônia 
quando concedida para um só liberado, normalmente não ocorre, entretanto 
quando concedido o livramento para vários apenados, o juiz da execução 
promove a referida cerimônia, visando estimular os demais internos ao bom 
comportamento, para que também obtenham o livramento. 
 
Caderneta do livramento: ao sair o liberado do estabelecimento 
penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, 
uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre 
que lhe for exigida (art. 138 da LEP). 
 A caderneta conterá: 
 a) a identificação do liberado; 
 b) o texto impresso do Capítulo que trata das Penas Privativas de 
Liberdade; 
 c) as condições impostas. 
 
 Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um SALVO-
CONDUTO, em que constem as condições do livramento, podendo substituir-
se a ficha de identificação ou o seu retrato pela descrição dos sinais que 
possam identificá-lo. 
Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para 
consignar-se o cumprimento das condições referidas no artigo 132 desta Lei. 
 
Revogação do livramento 
 
1. Revogação obrigatória: (art. 86 do CP): 
 
a) condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade por crime 
praticado antes do benefício: 
 
Efeitos: 
 Computa-se como pena efetivamente cumprida o tempo em que 
esteve solto o condenado. Só cumprirá a restante da pena em 
execução, mais a pena nova (art. 141 da LEP); 
 As duas penas podem ser somadas para a concessão de novo 
livramento condicional (art. 141 da LEP e art 84 do CP). 
 
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b) condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade por crime 
praticado durante o benefício: 
 
Efeitos: 
 Não se desconta na pena em execução o tempo em que o 
condenado esteve livre; 
 O condenado deve cumprir integralmente a pena que estava em 
execução; 
 Não se admite novo livramento condicional em relação à pena 
que estava em execução (CP, art 88); 
 Não se admite a soma das penas (o restante anterior com nova) 
para a obtenção de um novo livramento condicional (Art. 142 da 
LEP). 
 
2. Revogação facultativa: (art. 87 do CP): ocorrendo uma das condições 
abaixo, poderá o juiz da execução revogar o livramento, advertir o 
sentenciado ou exacerbar as condições impostas. 
 
a) Condenação irrecorrível, por crime ou contravenção, a pena não 
privativa de liberdade (multa, sursis ou restritiva de direitos): Não 
importa se a infração foi cometida antes ou durante a vigência do 
benefício, será faculdade do juiz. 
Obs: com relação à condenação a pena privativa de liberdade pela 
prática de contravenção penal, o legislador foi omisso. 
 
b) Descumprimento das condições impostas na sentença. 
 
 Se houver revogação terá os seguintes efeitos: 
a) Não se desconta na pena em execução o tempo em que o 
condenado esteve livre; 
b) O condenado deve cumprir integralmente a pena que estava 
em execução; 
c) Não se admite novo livramento condicional em relação à pena 
que estava em execução (CP, art 88); 
 
Obs.: é inadmissível a revogação do livramento condicional sem a 
prévia oitiva do condenado e a oportunidade de se defender – Princípio do 
contraditório e da ampla defesa. 
 
Orgãos fiscalizadores das condições impostas: art. 139 da LEP: 
Serviço Social Penitenciário, Patronato e Conselho da Comunidade. 
 
Suspensão do livramento 
 
Na hipótese de crime cometido durante a vigência do benefício, 
poderá o juiz da execução ordenar a suspensão do livramento, mandando 
recolher o condenado à prisão, antes, porém deverá ouvir o Conselho 
Penitenciário e o Ministério Público, sendo que a revogação, neste caso, ficará 
dependendo da decisão final (art. 145 da LEP). 
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Assim a pratica de crime durante o livramento condicional não é 
causa de revogação, mas sim de suspensão do livramento. 
 
Prorrogação e extinção. 
 
“O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em 
julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido 
na vigência do livramento” (Art. 89). Significa dizer que no momento em que o 
sentenciado começa a ser processado, o período de prova se prorroga até o 
trânsito em julgado da decisão desse processo para que se saiba se haverá ou 
não revogação do benefício. 
Se até o término do período de prova, o livramento não for revogado, 
considera-seextinta a pena privativa de liberdade (art. 90), sendo que tal 
dispositivo deve ser interpretado em consonância com o art. 89, ou seja, após a 
prorrogação automática, ou quando esta não ocorrer, a pena será extinta se 
não houver motivo para revogação do livramento. 
O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério 
Público ou mediante representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a 
pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do livramento sem revogação, 
Art. 146 da LEP. 
 
Fala-se em livramento condicional humanitário: concedido ao 
condenado possuidor de moléstia grave e incurável antes de cumprir o tempo 
necessário para obtenção do benefício do livramento condicional. Não há 
previsão legal e somente pode ser concedido se preenchido os requisitos 
objetivos e subjetivos. 
 
O Habeas corpus não admite investigação probatória, por isso não é 
meio idôneo para a concessão do livramento, o qual exige uma investigação 
mais acurada, visando verificar o preenchimento dos requisitos legais. 
 
Exame criminológico: O art. 83, parágrafo único do CP, dispõe que: 
“para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça 
à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação 
de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a 
delinqüir”. 
Pergunta-se: Qual seria o exame a ser realizado no condenado 
nessa hipótese? R.: A jurisprudência, até edição da Lei nº 10.792/2003, que 
alterou alguns dispositivos da LEP, entendia que não era necessária a 
realização de exame criminológico para obtenção do livramento condicional, 
nas hipóteses de crimes dolosos cometidos com violência ou grave ameaça à 
pessoa. O argumento é que o art. 83, § ún. do CP, não exigia tal exame 
ficando a critério do juiz a sua realização, ou mesmo utilizar outros meios para 
aferir as condições do art. 83, parágrafo único, que não o exame pericial (STJ e 
STJ)2. A Lei nº 10.792/2003 acabou de vez com essa discussão, não exigindo 
 
2 Confira CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 
468. 
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a realização do exame criminológico para a progressão de regime, assim como 
para o livramento condicional (LEP, art. 112, caput e seu § 2º). 
Livramento condicional e preso provisório: o STF tem admitido a 
concessão do Livramento Condicional aos condenados provisórios, em uma 
interpretação extensiva do verbete nº 716 da Súmula do STF, que dispõe: 
“Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação 
imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória” , senão vejamos: 
Execução penal provisória. Pendência de recurso acusatório para 
aumento de pena. “Pacientes condenadas a 6 (seis) anos de reclusão, 
em regime integralmente fechado, pela prática dos crimes de tráfico e 
associação para o tráfico de entorpecentes. Recurso de apelação do 
Ministério Público, objetivando ao aumento da pena, pendente de 
julgamento há mais de dois anos. Pacientes presas preventivamente 
há mais de três anos. Transcurso de prazo suficiente à concessão da 
progressão de regime e da liberdade condicional. Exceção à aplicação 
da Súmula 691/STF, face à existência de flagrante constrangimento 
ilegal. Interpretação extensiva da Súmula 716 do Supremo Tribunal 
Federal no sentido de conceder liberdade condicional às pacientes. 
Ordem concedida” (STF - 2ª T. - HC 92.417 - rel. Eros Grau - j. 
11.12.2007 - DJU 29.02.2008). 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
1) JUIZ DE DIREITO DF 2003 TJDFT (Penal, questão 70). No que diz respeito ao 
livramento condicional, é incorreto afirmar: 
 
a) O juiz pode conceder livramento condicional em caso de contravenção, sendo possível 
somente quando a prisão simples é igual ou superior a dois anos. 
b) Tratando-se de condenado por crime doloso cometido com violência ou grave ameaça, a 
concessão do livramento condicional exige perícia de cessação da periculosidade do liberado. 
c) No caso de reiteração criminal, para a concessão do livramento condicional exige-se que ao 
menos um dos delitos autônomos seja apenado com sanção superior a dois anos. 
d) Computa-se o tempo de remição da pena para efeito do livramento condicional. 
 
2) JUIZ DE DIREITO DF 2004 TJDFT (Penal, questão 12). O condenado por crime 
hediondo à pena privativa de liberdade de 6 (seis) anos de reclusão, reincidente 
específico em crimes desta natureza: 
 
a) tem direito ao livramento condicional, preenchidos os requisitos subjetivos, cumprido mais de 
um terço da pena; 
b) tem direito ao livramento condicional, preenchidos os requisitos subjetivos, cumprida mais de 
metade da pena; 
c) tem direito ao livramento condicional, preenchidos os requisitos subjetivos, cumpridos mais 
de dois terços da pena; 
d) não tem direito ao livramento condicional. 
 
3) Estudando a Lei das Contravenções Penais, verificamos que nela: 
a) é cabível a figura do ''sursis'' mas não a do livramento condicional, face a natureza de suas 
penas. 
b) são cabíveis as figuras do ''sursis'' e do livramento condicional. 
c) é cabível a figura do livramento condicional mas não a do ''sursis'', face a natureza de suas 
penas. 
d) não são cabíveis as figuras do livramento condicional e do ''sursis'', face a natureza de suas 
penas. 
 
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4) José, primário com bons antecedentes, foi condenado pelo crime de estupro a pena 
de reclusão de 6 anos, em regime fechado, em quanto tempo poderá José gozar do 
beneficio do livramento condicional: 
a) Mais de 1/6 de cumprimento da pena; 
b) Mais de 1/2 de cumprimento da pena; 
c) Mais de 2/3 de cumprimento da pena; 
d) Mais de 1/3 de cumprimento da pena; 
e) Mais de 1/4 de cumprimento da pena. 
 
5) Marque a alternativa correta: 
a) o reincidente específico em crime hediondo precisa cumprir 2/3 (dois terços) da soma das 
penas para atingir o estágio exigido ao livramento condicional; 
b) o juiz pode suspender o curso do livramento condicional, ordenando a prisão do liberado, se 
este praticar outra infração penal. a revogação do benefício, entretanto, ficará dependendo da 
decisão final; 
c) a LEP (Lei n.º 7.210/84) aplica-se exclusivamente ao preso cuja sentença condenatória 
houver transitado em julgado; 
d) com relação às saídas temporárias, a LEP (Lei n.º 7.210/84) não fez distinção entre 
sentenciado primário e reincidente, exigindo de ambos o cumprimento de 1/6 (um sexto) da 
pena para obtenção do benefício; 
e) todas as assertivas acima são falsas. 
 
6) JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO TRF 5.ª Região - 2005 - CESPE – Caderno FREVO. 127. 
Considere a seguinte situação hipotética. 
 
Renato, primário e sem antecedentes criminais, foi condenado à pena privativa de liberdade de 
3 anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, pela prática do crime de 
tráfico internacional de substâncias entorpecentes. 
 
Nessa situação, apesar da fixação do regime prisional inicialmente fechado, Renato somente 
preencherá o requisito objetivo-temporal do livramento condicional após o cumprimento de 2 
anos da pena. (cód. Q29293) 
 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
7) Em relação ao livramento condicional, assinale a alternativa INCORRETA. 
(cód. Q24722) 
 
a) Se revogado, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de 
condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em 
que esteve solto o condenado. 
b) O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em 
processo a que responde o liberado, por crime cometidoem sua vigência.O juiz não poderá 
declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que 
responde o liberado, por crime cometido em sua vigência. 
c) Se até o seu término o não for revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. 
d) Não há alternativa correta. 
 
8) Sobre o Livramento Condicional, é INCORRETO afirmar: 
(cód. Q24714) 
 
a) Pode ser concedido após o cumprimento de mais de um terço da pena, se o condenado não 
for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes. 
b) É admissível o livramento condicional para os condenados por crimes hediondos, desde que 
não reincidentes em crime específico. 
c) Para o condenado a pena inferior a 2 anos, por crime doloso, cometido com violência ou 
grave ameaça à pessoa, não será concedido o livramento condicional. 
d) Pode ser concedido após o cumprimento de mais da metade da pena, se o condenado for 
reincidente em crime doloso. 
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Gabarito: 1) C 2) D, 3 B, 4 C, 5) B 6) V 7) D 8) C 
 
Bibliografia consultada: 
 
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Saraiva, 2004. 
 
2. BITTENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal - Parte Geral - Vol. 1 - 13ª 
Ed. . São Paulo: Saraiva, 2008 
 
3. CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal. Parte Geral. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
4. CAPEZ, Fernando e BONFIM, Edilson Mougenot. Direito penal. Parte Geral. São 
Paulo: Saraiva, 2004. 
 
5. GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal. Culpabilidade e Teoria da pena. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2005. 
 
6. JESUS, Damásio de. Direito Penal Vol. 1 - Parte Geral - 29ª Ed. São Paulo: Saraiva, 
2008. 
 
7. MASSON. Cleber. Direito Penal Esquematizado. Parte Geral. Rio de Janeiro: Forense; 
São Paulo: Método, 2008. 
 
8. MIRABETE, Julio Frabbrini. Execução Penal. 11ª ed. rev. e atual. por Renato N. 
Fabbrini. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
9. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Dirieto Penal. Parte Geral. 21ª ed. São Paulo: 
Atlas, 2003. 
 
10. NORONHA, Edgard Magalhães. Direito Penal. São Paulo: Saraiva. v.1. 2004 
 
11. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Parte Geral. Parte Especial. 4ª 
ed. Editora Revista dos Tribunais, 2008. 
 
12. GRECO, Rogério. Curso de direito penal: parte geral, 3ª ed. Editora Impetus, Rio de 
Janeiro – 2003. 
 
13. PRADO, Luiz Régis. Curso de Direito Penal Brasileiro - Vol. 1 - Parte Geral - 8ª Ed. 
São Paulo: RT. v.1. 2008 
 
14. QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: parte geral. 2 ed. rev. aum. – São Paulo: Saraiva, 
2005. 
 
15. TELES, Ney Moura. Direito Penal Vol. I - Parte Geral - Art. 1 a 120 - 2ª Ed. São Paulo: 
Atlas, 2006 
16. Questões extraidas do Banco de Questões do WWW.CONTEUDOJURIDICO.COM.BR

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