Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
* Biomecânica do calçado esportivo Profa. Andréa B. Bonsi * Movimentos do tornozelo Supinação Adução Inversão Dorsiflexão Pronação Abdução Eversão Flexão plantar * * * Força Reação do Solo na corrida usando dois tipos de calçado: duro e macio – variabilidade natural dos movimentos (10%) NIGG & MORLOCK ( 1987 ) * Força de reação ao solo Está diretamente relacionada ao impacto que nossas articulações sofrem ao longo da caminhada e da corrida. Muitas vezes essa variável é menosprezada aos profissionais que prescrevem corrida e caminhada, não deveria, por que está diretamente relacionada ao índice de lesões articulares e musculares. Lembra? Sofremos o impacto do nosso corpo vezes 1.3 em média na caminhada e na corrida esse valor dobra. * Como nossas articulações reagem a curto, médio e longo prazo? O que podemos fazer para minimizar a força de reação do solo durante a corrida? * * Importante * * A FRS é uma força de contato do pé com a superfície (tipo de solo)que atua do solo para o corpo que está em contato, representando uma resposta às ações musculares e ao peso corporal transmitido por meio dos pés devido à dinâmica do corpo e do caminhar. O andar humano é um processo de locomoção em que o corpo ereto e em movimento é sustentado primeiramente por uma perna e em seguida pela outra perna, permanecendo pelo menos um pé em contato com o solo. * Plataformas de forças são equipamentos projetados para medir as forças exercidas por um corpo em uma superfície externa, ou seja, a superfície de contato, estes equipamentos são utilizados pela biomecânica para analisar a marcha e a corrida humanas. Uma das variáveis mais comumente investigadas durante a caminhada humana é a Força de Reação do Solo (FRS) e esta é mensurada com o uso de plataformas de forças. * * * * Características: · Mudança na construção do calçado buscando maior absorção das cargas mecânicas. · Exemplo: entressola dura e macia. · Alterações na característica de construção afetam pouco a absorção de choque mecânico. · Causa: adaptação diferenciada dos corredores às características dos calçados. · Adaptação ao calçado é particular. · Alguns corredores se adaptam melhor aos calçados X e outros se adaptam melhor ao calçado Y. · Não existe um único calçado ideal para todos os corredores. · Mais importante que o calçado são as estratégias do aparelho locomotor para a atenuação do impacto → flexão do joelho + contração excêntrica de quadríceps (por exemplo). * Distribuição da pressão plantar * Características: · A força de reação do solo apresenta-se distribuída na planta do pé durante a fase de apoio. · Forças concentradas (picos de pressão) aumentam o estresse nas estruturas do pé → aumenta o risco de lesão. · Calçados com diferentes características de construção influenciam distribuição de pressão plantar. Ex: Maior pico de pressão no calçado duro do que no calçado macio. * Considerações: · Como escolher um calçado que apresenta boa distribuição de pressão plantar? · Percepção de conforto apresenta alta correlação com a distribuição de pressão. · As pessoas tendem a classificar como confortável os calçados que apresentam boa distribuição de pressão. * Efeito do uso do calçado Características: · Calçado se deteriora com o uso prolongado. · Material perde rapidamente sua capacidade de absorção de impacto. · Contudo, choque mecânico pouco se altera, pois aparelho locomotor ajusta-se para garantir controle das cargas mecânicas. · Portanto, durabilidade do calçado é maior do que se imagina. * Melhora do rendimento Ideia principal: · Redução do gasto energético: Peso do calçado. Característica: · Quanto menor o peso do calçado, menor o gasto energético para movimentar o pé e o calçado. * * * * * * * * * * Material dos tênis * * * * * Calçados esportivos Qual o melhor calçado esportivo ? proteger o aparelho locomotor Evitar lesões Estabilizar o pé Evitar movimento excessivos (hiperpronação) Conforto Reduzir pressão e temperatura Otimizar o rendimento Retornar a energia acumulada Diminuir o gasto energético * Tênis ideal é aquele com uma única finalidade: proteger, dar conforto ao seu pé, e a sensação deve ser a mais parecida quanto estar andando descalço, sem incomodar e sem te fazer lembrar o tempo todo que você está com um tênis. Esse tênis tá gostoso, tá justinho no meu pé, leve, não trás peso pro pé, esse é o tênis. * Só tem um detalhe, nem sempre esse tênis leve vai suprir as necessidades que o seu corpo precisa, por que? Se você não tem uma técnica eficiente, se você tá com o peso um pouco acima do que seria o bom pro seu corpo, quem vai suportar esse impacto, quem vai ajudar, quem vai ajudar e absorver essa carga toda é o tênis. * Então nem sempre escolha o tênis mais fino, mais leve, vai depender de seu peso, mais uma vez o fator individualidade aparece aí, então acima do peso, escolha um tênis com maior amortecimento, pois então esse amortecimento vai diminuir o impacto de nossas articulações, nos ossos e em nossa musculatura. * Apesar disso, de diminuir o impacto, ser muito importante, é muito relevante termos um ajuste correto de nossa técnica de corrida e de fortalecermos nosso corpo para suportarmos o impacto e a carga imposta durante a corrida. * Correr é um total, global, não adianta escolhermos um tênis por conta disso ou daquilo, mas sim, combinar a estabilidade do tênis com o seu pé. Importante sabermos com o nosso tornozelo está, como ele se comporta, fortalecer os músculos estabilizadores do tornozelo. Se o seu tornozelo é estável a gente deve escolher um tênis mais estável, mais rígido, que quando a gente toca o solo ele não permite movimentos além da pisada. * Se você escolhe um tênis muito macio, ele fica mais instável a cada pisada. Mas também temos que pensar como nosso pé está entrando na pisada, se está entrando com o calcanhar, se está entrando com o ante pé, se o corpo está mais atrás ou mais a frente, como está seu peso, etc * Quando tudo estiver ajustado, aí é como se estivéssemos correndo descalço, e aí vamos pensar só na escolha do tênis com finalidade de proteção do chão, do asfalto quente ou de uma pedra... * * * * * * * Calçados x descalços Baixa incidência de lesões em “populações descalças” Haiti: Co-existência de calçados e descalços, com maior incidência de lesões no primeiro grupo. Índia / Ásia: Baixa incidência de lesões Atletas que competem descalços * Adaptações do “pé descalço” ROBBINS & HANNA (1987) 17 indivíduos correndo descalços durante 4 meses Aumento do arco plantar * Comportamento moderador de impacto * Calçados modernos Reduzem a sensibilidade dos mecano-receptores plantares Pseudoneuropatia (Ilusão Sensorial) Percepção de ausência de forças ROBBINS & GOUW (1991 ) * Diminuição do impacto Grande incidência de lesões esportivas EUA 25 a 40 milhões de corredores, 50 - 70% apresentam lesões diretamente relacionadas à corrida (Cook et al., 1990) Muitas lesões degenerativas são causadas pela somatória dos impactos gerados pelo movimento (Winter & Bishop, 1992) * Calçado x diminuição do impacto Qual força deve ser atenuada ? * Calçado x diminuição do impacto Cavanagh & Lafortune (1980) Corredores de longa distância diminuem o impacto gerado na corrida em função do uso de calçado. * Redução do impacto x marca do calçado Não existem diferenças significativas Clark (1982) Snell et al. (1985) Nigg (1986) Frederick (1986) Stacoof et al. (1988) Henning (1993) Wrightet al. (1997) * Papel do calçado esportivo Maximizar a energia devolvida ao atleta Minimizar a energia perdida pelo atleta Valor máximo de energia acumulado por solado é da ordem de 10 J A energia devolvida pela entre-sola para o atleta é de apenas 30% da energia de entrada. Stefanyshyn & Nigg (2001) * Papel do calçado esportivo NIGG (1986) 33 corredores, 4,5 m/s 7 Modelos Antigos (1977) Tendem a ser mais duros Fy max = 2,42 PC Modelos “Modernos” Tendem a ser mais macios Fy max = 2,55 PC Aerts & Clercq (1993) Diferenças significativas no impacto produzido por 2 tipos distintos de calçados. Impacto causado pela colisão de um pêndulo na região do calcanhar. * Papel do calçado esportivo NIGG & ANTON (1992) Necessidade de estudar o sistema aparelho locomotor calçado piso * Percepção do impacto Alta freqüência do fenômeno (8-25 Hz) inviabiliza a percepção do impacto Pode-se perceber as variações de pressão e não de força (Frederick, 1986) * Percepção do impacto Henning et al. (1996): Percepção do impacto e pressão gerados na corrida Compatibilidade entre a percepção e pressão plantar Incompatibilidade entre a percepção e a força vertical máxima (PVF1) Compatibilidade entre a percepção e o gradiente de crescimento da força vertical (DPVF) * Retorno de energia mecânica Considerando o solado como uma mola ideal: x = 1 cm e k = 105N / m Retorno Estimado = 5 J Retorno necessário numa maratona = 500 J * Retorno de energia mecânica LIMITAÇÕES Incompatibilidade espaço-temporal (Nigg & Segesser, 1992) Deformação superestimada Dissipação de energia da ordem de 30-40% (Denoth,1980) * Consumo energético Frederick et al (1986) Calçado "macio" Reduz em 2,8% o consumo de Oxigênio. Frederick et al (1983) Pequenas diferenças em função do tipo. * Consumo energético Relação Mais Consistente: Peso Do Calçado X Consumo De Energia Nigg & Segesser (1992) Aumento Do Consumo Levantar O Calçado Acelerar O Calçado Desacelerar O Calçado Frederick Et Al . (1984) Aumento No Consumo De Energia Quando O Peso Do Calçado É Aumentado Em 75g. Aumento De 1,2 % No Vo2 Para Cada 100g Adicionais De Peso Na Corrida (3,83 m/s) * Estratégias Para Minimizar A Perda De Energia reduzir a massa do calçado usar materiais na entressola que dissipem as indesejáveis vibrações implementar construções que aumentem a estabilidade da articulação do tornozelo aumentar a rigidez para flexão da entressola para reduzir a perda de energia na articulação metatarso-falangeana. Stefanyshyn & Nigg (2001) * Estratégias para minimizar a perda de energia aumento da rigidez da sola do calçado não afeta a geração e absorção de energia nas articulações do quadril, joelho e tornozelo durante a corrida aumento da rigidez da sola aumenta o altura do salto vertical. Stefanyshyn & Nigg (2001) * Prevenção De Lesões No Tecido Conjuntivo exposição ao treinamento alta carga duração, frequência, ou distância percorrida aumenta o risco de lesão modificações na estrutura de treinamento reduzem a incidência de lesões Yeung & Yeung (2001) * Prevenção De Lesões No Tecido Conjuntivo o efeito de exercícios de alongamento e de palmilhas na prevenção de lesões do tecido mole causadas pela corrida é desconhecido não existe efeito da palmilha na redução de lesões em membros inferiores gillespie & grant (2002) – o uso de palmilhas está associado à redução dos índices de estresse ósseo Yeung & Yeung (2001) * Impacto e pronação do pé Nigg (2001) * Impacto e pronação do pé Nigg (2001) * Impacto e pronação do pé Nigg (2001) * Impacto e pronação do pé Nigg (2001) * Impacto e pronação do pé Nigg (2001) * Proposta de um novo conceito para o controle de movimento e pronação do pé Forças agem no pé durante a fase de apoio como um sinal de entrada. O sistema locomotor reage à estas forces adaptando a atividade muscular. A função custo usada nesta adaptação é manter o movimento desejado para a tarefa Se uma intervenção apóia o movimento preferido, a ação muscular pode ser reduzida. Se a intervenção atua contra o movimento preferido, a atividade muscular deve aumentar Um solado, palmilha ou órtese reduz a atividade muscular Assim, estes afetam a atividade muscular e conseqüentemente a fadiga, conforto, trabalho e rendimento. Nigg (2001) * * Correr com diferentes tipos de tênis não modifica a cinemática tíbio-calcâneo Stacoff et al. (2001) * Sistema gaitway * Sistema f-scan * Força de reação do solo Efeito do Desgaste * Atenuação de choque mecânico CLARKE, FREDERICK e COOPER (1983a) * Atenuação de choque mecânico CLARKE, FREDERICK e COOPER (1983b) * Atenuação de choque mecânico Variabilidade do movimento Estratégias distintas de atenuação de choque CLARKE, FREDERICK e COOPER (1983b) Apoio sobre retropé Apoio sobre médio pé * Atenuação de choque mecânico Geometria de colocação do pé no solo. Apoio inicial no médio pé favorece a redução do impacto. CAVANAGH e LAFORTUNE (1980) * Atenuação de choque mecânico Questão Qual o melhor calçado esportivo para atenuar choque? Interação entre características do sujeito, características do calçado e piso. Indivíduo não é um elemento passivo. Funcionalidade para atenuar choque depende das características do sujeito (padrão do movimento – estratégias para minimizar impacto). * Pressão plantar Cargas relativas Calçado duro menor pressão no retropé em relação ao antepé. Mudanças no padrão de movimento como estratégia para atenuar pressão no retropé. HENNIG, VALIANT e LIU (1996) * Pressão plantar Construção do calçado esportivo pode otimizar a distribuição de pressão Não indica que o calçado seja imprescindível para o controle destas forças O aparelho locomotor é capaz de se adaptar as distintas situações * Controle de forças externas Maior flexão da articulação do joelho. Menor altura anterior ao contato do pé com o solo. Redução no impacto e Melhor distribuição de pressão ROBBINS & GOUW (1991) * Normal Supinação no contato inicial e pronação na fase final da corrida Movimentos auxiliam na desaceleração do corpo Calçado controle sobre os movimentos excessivos de pronação e supinação Estabilidade do calçado BARNES & SMITH (1994) e SEGESSER & NIGG (1980) * Estabilidade Supinação Rotação Externa Pronação Rotação Interna Movimentos excessivos lesões tornozelo, tendão de Achiles, joelho e quadril BARNES & SMITH (1994) e INMAN et al (1981) * Estabilidade Fatores de Influência: Altura do calcanhar Densidade do solado (torque) Altura do calcanhar Altura do calcanhar em relação ao antepé, reduz movimentos de pronação 2,3 a 3,3 cm: controle. Maior de 3,3 cm: pronação. STACOFF & KAELIN (1983) * Densidade do Solado Distância entre o ponto de aplicação da força e o eixo da articulação subtalar. Propriedades dos solados distintas. T = F x d STACOFF et al. (1988), NIGG & MORLOCK (1987) e NIGG & SEGESSER (1992) * Densidade do solado Formato do solado: â de inclinação NIGG & MORLOCK (1987) e NIGG & BAHLSEN (1988) Fatores que influenciam o braço de alavanca * Estabilidade Condições: Características do sujeito Melhores resultados com sujeito B Técnica do movimento Adaptação ao calçado NIGG (1986) * Otimização do rendimento. Favorecer retorno de energia mecânica. Redução do consumo energético. RENDIMENTO * Rendimento Restituição de Energia Mecânica “Transformar o impacto em impulso”. Condições Básicas Local certo Tempo e freqüência certa Dissipação de energia NIGG (1986) * SHORTEN (1993), KER et al. (1987) e SHORTEN (1985) Restituição de Energia Mecânica * Redução do consumo energético NIGG & SEGESSER (1992) * Hennig & Milani (1995)* Hennig et al (1996) * Estabilização * Estabilização Solado duro e com inclinação positiva Aumenta o ângulo e a velocidade da pronação * Solado Duro deformação do solado trajetória de desaceleração do movimento forças externas ângulo de pronação inicial e total velocidade de pronação inicial forças internas Otimiza o controle das forças externas Prejudica a estabilidade articular Solado Macio deformação do solado trajetória de desaceleração do movimento = forças externas Ângulo de pronação inicial e total velocidade de pronação inicial forças internas Prejudica o controle das forças externas Otimiza a estabilidade articular Tipos de solado * Calçado esportivo “O calçado esportivo tem como objetivo atender as necessidades específicas e as demandas da atividades esportiva” Rendimento - Proteção - Conforto Lafortune (2001) * Choque mecânico - impacto Amadio et al. (1998) * Primeiro pico de FRS em diferentes atividades Baumman & Stuckle (1980) * Métodos de medição Testes mecânicos dimensão, textura e propriedades físicas Testes biomecânicos interação aparelho locomotor – calçado * Características Específicas do Calçado Esportivo Testes Mecânicos Calçados de densidades menores são mais eficientes para atenuar o choque por deformarem mais, no entanto... * Piso X Calçado X Aparelho Locomotor * Serrão et al. (1999) * Hennig & Milani (1995) * As respostas do aparelho locomotor surgem em função das sensações percebidas pelo pé PRESSÃO PLANTAR Frederick (1986) * PÉ DESCALÇO ESTRATÉGIAS OTIMIZADAS Maior flexão do joelho no contato pé/solo Menor velocidade de colocação do pé no solo Otimização da absorção de energia – musculatura intrínseca do pé * CALÇADO ESPORTIVO Restituição de Energia * Peso do calçado Mais leve – menor gasto energético CALÇADO ESPORTIVO Redução do Gasto Energético * * Considerações: Não existe um único calçado ideal para todos os corredores. Mais importante que o calçado são as estratégias do aparelho locomotor para a atenuação do impacto flexão do joelho + contração excêntrica de quadríceps (por exemplo). * NIGG & STACOFF . The Influence of Lateral Hell Flare of Running Shoes on Pronation and Impact Forces . Medicine and Science in Sports and Exercise. 19 (3), pp.294-302. * * * * * * * * * * * * * *
Compartilhar