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Relatório de Visita Técnica ao Capsi Casinha Azul

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
GRADUAÇÃO: PSICOLOGIA
Serviço de Psicologia Aplicada/Santa Cruz
2018.2
Andréia
Denise Ramos Rosa da Paixão - 201510982965
Elizabeth Trindade dos Santos - 201501060503
Fabíola Espolador Ramalho - 201502315611
Relatório Final
Supervisor: Jonh Luíz
Esquizoanálise
Rio de Janeiro, Outubro de 2018.
Atividade Desenvolvida:
 A presente visita tecnica foi feita no Capsi Casinha Azul, que é um estabelecimento de saúde tipo Centro de Atenção Psicossocial que executa serviços de saúde na localidade do bairro da cidade Itaguaí - RJ.
Capsi Casinha Azul é uma unidade de atendimento à saúde do tipo Centro de Atenção Psicossocial, estando cadastrado no Ministério da Saúde sob o número 6630154 e que está apta a prestar serviços de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas à população na região do bairro Centro da cidade Itaguaí - RJ.
O grupo é composto pelas alunas:
Andréia, Denise Ramos Rosa da Paixão – 201510982965, Elizabeth Trindade dos Santos – 201501060503, Fabíola Espolador Ramalho – 201502315611.
A entrevista nos foi cedida gentilmente pelas psicólogas, Ana Maria de Souza Vilhardo,CRP.05/31854 e Leilane de Assis Santos, CRP. 05/42606.
O Capsi Casinha Azul trabalha com crianças até 18 anos diagnosticadas como, psicóticos, autistas, histéricas graves, com crianças que costumam se cortar e com risco de suicídio.
O trabalho de prevenção à álcool e drogas, no momento suspenso, costumava ser territorial, pois geralmente esse público não costuma buscar atendimento. As psicólogas iam as escolas ministrando palestras de prevenção e esclarecimento a crianças e adolescentes, sendo que, muita das vezes não conseguiam autorização da população local para a realização desse trabalho, o que levou a suspensão da atividade.
A abordagem trabalhada no Capsi é a ESQUIZOÁNALISE, que propõem uma caixa de ferramenta de acordo com a demanda, busca não individualizar, colocando a terapia como transdisciplinar, compreendendo a subjetivação da resistência, maleabilidade ou fuga, que a criança apresenta diante das situações.
As Atvidades realizadas no Capsi são de oficinas e grupos terapêuticos, sendo o grupo a principal proposta, pois ajudam com que as crianças tenham consciência corporal, autonomia e integração social.
As psicólogas estimulam as crianças a falarem do seu final de semana, da sua rotina e trazerem ideias que possam ser trabalhadas em grupo, e nesse processo de conhecimento de si, as crianças propuseram como atividade, por gosto do grupo, o futebol, como ficou claro na entrevista, o trabalho é realizado de acordo com a vontade das crianças, elas decidem o que querem ou não fazer.
A noção do corpo e desejo, a identidade que a criança tem de si mesma e o que ela pensa da sua própria vida, respeitando sempre o limite da idade, pois, trabalhamos com faixa etéria de 4 à 18 anos e muita das vezes não podemos realizar um trabalho engessado.
A criança precisa se perceber em relação ao mundo socialmente construído e aos pais e a atividade em grupo proporciona isso, pois mesmo que o atendimento precise ser individual, no momento oportuno vamos inserir essa criança no grupo.
Geralmente as crianças e os pais demonstram muito sofrimento em relação as expectativas dos pais, por exemplo, quando os pais esperam que uma criança autista fale e a criança não quer ou isolando a criança da sociedade por vergonha dos seus comportamentos que até então não estão dentro dos padrões da normalidade, essa desconstrução é uma das partes mais difíceis do trabalho realizado.
Práticas grupais na esquizoanálise
  
 	A esquizoanálise é um campo de saber criado por Deleuze e Guattari (1976). É um campo de conhecimento mais próximo da Filosofia, da Estética e da crítica social, estando mais distante do âmbito técnico, das técnicas de intervenção. No entanto, muitos psicólogos brasileiros se referenciam na esquizoanálise para efetuar diversas modalidades de práticas interventivas no âmbito clínico-individual, grupal ou institucional. As intervenções estão referenciadas, no projeto esquizoanalítico, a buscar potencializar os pensamentos e afetos dos indivíduos e coletivos em suas tarefas. A esquizoanálise possui três tarefas principais: uma negativa e duas positivas (Baremblitt, 2014b; Deleuze & Guattari, 1976). A primeira, negativa, de caráter destrutivo, visa raspar e desconstruir as estruturas coercitivas e bloqueadoras do desejo nos âmbitos psíquico ou social. Visa desbloquear e suprimir as barreiras que causam algum tipo de sofrimento aos indivíduos, num exercício de desterritorialização das condutas instituídas. Os termos instituído e instituinte foram propostos por Lapassade (1977), tornando-se de uso corrente para os analistas institucionais. O instituído remete ao momento consolidado, estratificado, delimitado, enquanto o instituinte à emergência de um acontecimento, do movimento, da novidade e da diferença.
A segunda, positiva, tem um caráter cartográfico de mapear e compreender o funcionamento dos agenciamentos e das máquinas envolvidas no processo, como as máquinas sociais, técnicas e psíquicas, sempre apreendendo os fatores psicológicos articulados aos sociais. Máquina é um conceito utilizado por Deleuze e Guattari em substituição ao de estrutura. São sistemas corte-fluxo, de articulação de diferentes elementos e processos. "Não são totalidades fechadas sobre si mesmas. Mantêm relações determinadas com uma exterioridade espaço-temporal, bem como com universos de signos e campos de virtualidades" (Guattari, 2015, p. 383, tradução nossa).
Após a raspagem do que bloqueia e da apreensão de como as máquinas psicossociais funcionam e estão articuladas, a terceira tarefa visa conectar os investimentos libidinais aos agenciamentos sociais. Busca ligar o desejo ao meio, o dentro ao fora,possibilitando a fluidez entre interno e externo, mitigando a alienação do indivíduo sobre seu desejo, seu corpo e o próprio ambiente em que está inserido.
Tendo em vista essa perspectiva, as práticas psicológicas esquizoanalíticas adotam grande variação em solo brasileiro e não se reduzem a apenas um tipo. As práticas assumidas são tantas e diversificadas que consideramos que tal discussão mereça ser ampliada. Adiciona-se também o fato que, em significativa parte dos estudos publicados sobre intervenção em grupos, há certa escassez de uma discussão mais detalhada acerca de uma teoria da técnica. Por exemplo, uma explicitação mais detalhada dos processos que levam à conscientização de determinado coletivo social ou a condução dos grupos e da intervenção como um todo. Muitas vezes se visibiliza mais os princípios e objetivos da intervenção, seus pressupostos teóricos e resultados, mas não a discussão da teoria do processo, da técnica de intervenção no grupo ou do funcionamento do dispositivo.
Parte considerável dos estudos encontrados refere-se às contribuições teóricas, éticas e políticas da esquizoanálise para questões gerais da Psicologia, não estando necessariamente relacionada às práticas grupais. Por ser um campo complexo, há muitos estudos que preferem discutir seus conceitos, concepções de sociedade e de subjetividade e como podem elucidar determinados fenômenos psicossociais. Nos trabalhos que utilizam o dispositivo de grupo, constatamos que há muitas diferenças em relação ao seu uso e funcionamento. 
 
 
 
Considerações Finais
Todos os trabalhos investigados compreendem que a esquizoanálise opera como um repertório teórico, estético, ético e político de análise dos processos desejantes, subjetivos, sociais e políticos envolvidos no processo de intervenção.Os resultados são apresentados como positivos no que se refere a colocar o pensamento, os afetos e os corpos em movimento, em sair do instituído para o instituinte, da territorialização para desterritorialização, do fixo para o fluido. Também se coloca um constante movimento na procura de destituição dos saberes instituídos e de uma relação horizontalizada e autogestionáriaentre coordenadores e participantes. Consideramos que um importante problema de investigação para futuras pesquisas é desenvolver uma análise mais pormenorizada de como, na intervenção grupal, se dá a transição de uma condição territorializada e estratificada para uma mais autônoma, nômade e fluida.
De forma geral compreende-se que as práticas grupais fomentadas pela esquizoanálise têm como objetivo incitar processos psíquicos, afetivos, sociais e políticos com fins de transformação do instituído, do sofrimento vivenciado, para modalidades de vida mais potencializadas e produtivas. A partir de processos de desterritorialização fomenta a afirmação dos investimentos desejantes e novos processos de subjetivação aos indivíduos e coletivos sociais. Utilizam distintos conceitos e dispositivos de intervenção para a consecução de seus objetivos, não tendo uma única fórmula pressuposta, mas sendo um convite à inventividade de novas formas de agir, ser, devir, desejar e existir.
 
Referências
Baremblitt, G. F. (2014a). Presentación del esquizodrama. Teoría y crítica de la psicología, 4,17-23. Disponível em http://teocripsi.com/documents/4BAREMBLITT.pdf. Acesso em 08 de agosto de 2014.
Baremblitt, G. F. (2014b). Dilemas de los aprendices de los hechiceros (dudas en la pragmática auto-inventiva de los jóvenes esquizoanalistas y esquizodramatistas. Teoría y crítica de la psicología, 4,23-50. Disponível em http://teocripsi.com/documents/4BAREMBLITT2.pdf. Acesso em 08 de agosto de 2014.
Deleuze, G., & Guattari, F. (1976). O Anti-Édipo. Rio de Janeiro: Imago.
Guattari, F. (2015). ¿Qué es la Ecosofía?: textos presentados y agenciados por Stéphane Nadaud. Buenos Aires: Cactus editorial.
ur, D. U. (2014). Trajetórias de um pensador nômade: Gregório Baremblitt. Estudos e pesquisas em Psicologia, 14(3),1021-1038. Disponível em 
Lapassade, G. (1977). Grupos, organizações e instituições. Rio de Janeiro: Francisco Alves.

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