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Ciência Política 
1º Período 
 
1º Bimestre 
Aula 05 – Soberania 
*Resta, desde logo, devidamente esclarecido que este presente texto 
possui tão somente a finalidade de auxiliar nos estudos acerca desta 
disciplina e, não, por outro lado, dispõe da pretensão de esgotar as 
concepções intimamente necessárias acerca do regular 
desenvolvimento desta matéria. Por isso, é sobejamente recomendável 
que o aluno se aprofunde na bibliografia básica e complementar. 
 
 
 
Cumpre dizer, inicialmente, antes de adentrarmos sobre o que de fato é 
cidadania, que as primeiras noções desta palavra remontam às atribuições de um 
governante, todavia, atualmente, observa-se que esta concepção está mais próxima da 
atribuição do Estado em si mesmo. 
Jean Bodin, indubitavelmente, foi o primeiro a destacar as noções de soberania 
na formação do Estado moderno. Afirmava que o poder soberano era condição essencial 
para a existência do Estado. Bodin afirmava que soberania é um poder absoluto e 
perpétuo de república cuja qualidade e atributo primordial é o poder de dar as leis, 
anulá-las e interpretá-las sem limitação e nenhum obstáculo. 
Adiante, Rousseau admite em sua tese, mormente com base no Iluminismo, que 
soberania é senão o exercício da vontade geral, jamais devendo ser alienada, e, o 
soberano, por seu turno, não é mais que um ser coletivo, não podendo ser 
representando, a não ser por ele mesmo (o poder se transmite, nunca a vontade). 
Todavia, o conceito de soberania externa vai aparecer apenas com Hugo Grocio. 
O holandês, Grocio, estabeleceu os princípios básicos das relações internacionais, os 
quais encontram valida, inclusive, até os dias atuais. É importante mencionar, 
igualmente, que este autor impõe uma série de regramentos em um sistema de direitos e 
obrigações jurídicas, aplicáveis no âmbito da relação entre Estados. 
O mestre Miguel Reale1, quando provocado acerca do que se entende por 
soberania, afirmou que esta é a independência fundamental do poder do Estado perante 
outros poderes e, do ponto de vista jurídico, o direito incontrastável de governar. 
 
1
 REALE, Miguel. Teoria do direito e do Estado. 5. ed. São Paulo : Saraiva, 2000. p. 153. 
Assim, baseado no magistério de Cláudio de Cicco e Álvaro de Azevedo 
Gonzaga2, concluímos que caracterizar soberania é entende-la como: UNA (tendo em 
vista ser impossível existir mais de uma), INDIVISÍVEL (uma vez que não admite 
partilha do Poder), INALIENÁVEL (porque não se transfere) e IMPRESCRITÍVEL 
(eis que possui como objeto jamais se esvair com o tempo). 
Uma rápida síntese acerca do que é soberania, é exarada através das palavras do 
Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Francisco Rezek, conforme pode ser 
acessado no vídeo disponibilizado no seguinte endereço. 
http://www.youtube.com/watch?v=nMKwPSaygOE 
 
Justificação da soberania 
Para que contasse com o apoio de todos os governados por determinado Poder, 
sempre tentou justificar-se de onde surge a ideia de soberania. Para tanto, importante 
frisar acerca de três teorias, a saber: 
Teoria do direito divino (nesta teoria a soberania do governo é oriunda do fato do 
governo ser consequência de uma virtude divina, ou seja, o soberano era filho dos 
deuses). Esta teoria foi amplamente utilizada pelos regimes absolutistas; 
Teoria da soberania popular (afirma esta teoria que efetivamente soberano é o povo, 
e, os governantes, por sua vez, apenas detém o exercício do poder por delegação 
popular); Esta teoria se solidifica pelos pensamentos liberais, os quais buscaram sua 
inspiração na república romana e na democracia ateniense; e, 
Teoria da soberania do Estado (não segue nenhuma das teorias anteriores, eis que 
afirma que o soberano não é governante, nem tampouco o povo. Assevera esta teoria 
que quem governa é o Estado, o qual é um ser que realiza plenamente a organização da 
nação e, igualmente, é a meta final de todos os cidadãos) Esta teoria foi a base de 
vários regimes absolutistas, tais como o fascismo, as ditaduras de Vargas no Brasil e 
Perón na Argentina. Como pode ser evidentemente observado, há um terno aos ideais 
gregos, partindo-se da premissa que se devem sacrificar os interesses individuais. 
 
A soberania interna e externa 
A soberania interna, segundo ensina Paulo Bonavides3, é o imperium que o 
Estado tem sobre o território e a população, bem como a superioridade do poder político 
frente aos demais poderes sociais, que lhe ficam sujeitos, de forma mediata ou imediata. 
 
2
 DE CICCO, Cláudio; GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria geral do Estado e ciência política. 4. ed. rev. 
atual. e. ampl. – São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2012. p. 55/56. 
3
 BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10. ed. rev. e. atual. São Paulo : Malheiros Editores, 2000. p. 43. 
A soberania externa, de outra ponta, é a manifestação independente do poder do Estado 
perante outros Estados. 
 
Limitações ao poder soberano 
A grande questão é, aqui, sem dúvida, o modo pelo qual se deve limitar a 
soberania. E, porque a soberania deveria se limitar, ou mesmo ser limitada? 
Seguramente, a soberania em muitas vezes, dominada por uma gestão ineficaz 
pode gerar prejuízos irreparáveis ao Estado. Não obstante, limitando-se a soberania de 
modelo uniforme para todos os Estados, é a concepção de um modo pelo qual é 
possível, hodiernamente, em um mundo globalizado, observar pontos em comum, com 
o fito de gerar acordos entre Estados. Acordos, estes, quando se trata sobretudo de se 
chegar à uma conclusão no que tange à diferenças jurídicas, militares e econômicas. 
No presente tempo, a Organização das Nações Unidas (ONU) é o órgão 
responsável para resolver questões internacionais mediante o uso do diálogo, e, acaso 
haja um fracasso nesse sentido, em último caso, o uso da força bélica. Dessa forma, o 
uso de intervenção internacional em um estado que goza de soberania, tem seu motivo 
principal, justamente na possibilidade de restrição de um governo que se valha de sua 
soberania para implementar políticas que apresentem manifestamente condutas 
contrárias à humanidade. 
A ONU, mesmo a despeito de obter sua caracterização de organização 
interestatal de caráter geral, não se constitui num órgão acima dos Estados. É, em 
verdade uma associação de Estados que integram em caráter de igualdade, sendo 
respeitada a soberania estatal que se constitui no poder supremo em seu território. 
Logo, verifica-se que no plano interno, é de competência do Estado dentre de 
seu território o uso da força de modo legítimo. Já, de outro modo, quando este mesmo 
Estado aplica seu poder em outro Estado, resta violada a soberania deste último. 
 
 
Soberania e território 
Neste tópico, é importante que reste destacado que a territorialidade é um fator 
cabal para o deslinde da soberania e, destarte, um conceito resta intimamente ligado 
com o outro. 
Diante do fato do território ser um aspecto de evidente delimitação, o mesmo é o 
que constitui a autonomia soberana no âmbito da limitação do Estado, sobretudo quando 
tratamos acerca da execução de suas funções. Portanto, é na esfera territorial que o 
poder é exercido. 
Fica, desse modo, possível de ser definido a diferenciação entre as formas de 
Estado e as formas de governo. Quando se pensa em organizar o poder, é 
primordialmente possível estabelecer um sistema de órgãos que exercerão as inúmeras 
funções inerentes ao conceito de poder. Isso é o que se chama de formas de governo. No 
entanto, é, outrossim, permitido, que se o organize o poder do ponto de vista da 
jurisdição política ou, do mesmo modo, no âmbito territorial no qual o poder ser 
exercido. Surge, aí, pois, a possibilidade de ser concebido um Estado unitário, ou, deoutro modo, serem delegadas várias combinações para promover a organização do 
Estado (ex: União, Estado, Municípios, Distrito Federal). Esta organização do poder, 
por intermédio da distribuição territorial de competências, dá origem ao que chamamos 
de formas de Estado. 
 
Soberania na atualidade 
Uma série de autores, mesmo alguns que não afeitos ao direito, tais como 
sociólogos, cientistas políticos, dentre outros, afirmam que o conceito de soberania está 
prestes a encontrar sua ruína. Alguns chegam, inclusive, a afirmar, que as ideologias 
produzem tamanha solidariedade entre os indivíduos de países diferentes, que este 
vínculo são, por muitas vezes, mais robustos que que os vínculos que são amarrados 
pela questão da territorialidade. 
A necessidade cada vez mais premente, para alguns autores, de uma criação de 
uma ordem internacional, é sem dúvida, ponto de declínio para os conceitos de 
soberania trabalhados na ciência política moderno por mais de 500 anos. 
A comunidade científica internacionalista, afirma que a soberania, é, 
inexoravelmente, óbice às bases contratuais para a real efetivação do direito 
internacional. E, ainda, justificam suas teses afirmando que os princípios do direito 
natural, são imensamente superiores ao direito do Estado. 
É certo, todavia, ser necessário repensar os conceitos de soberania, sobretudo 
tendo em vista que a organização política internacional a cada dia ganha nova forma. 
 
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: 
DIAS, Reinaldo. Ciência política. São Paulo : Atlas, 2008. 
 
KELSEN, Hans. Teoria geral do direito e do Estado. 4. ed. Trad. Luís Carlos Borges. São Paulo. Martins 
Fontes, 2.005.