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Aula 10 - Separação dos poderes

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A SEPARAÇÃO DE PODERES
- Origem histórica:
A teoria da separação dos poderes se incorporou ao constitucionalismo com a obra de Montesquieu;
Dogma central: artifício utilizado para evitar-se um governo absoluto;
Há quem aponte que a expressão “separação” deveria ser substituída pela expressão “divisão” de poderes, ao passo que outros defendem que o que existe, na realidade, é uma distribuição de funções;
Importância prática dessa discussão: a concepção do Estado na vida social; desconcentração do poder atribuindo-o a vários órgãos; defesa da liberdade dos indivíduos em contraponto com um governo autoritário, ditatorial.
Aristóteles: injusto e perigoso atribuir-se a um indivíduo só o exercício do poder;
Marcílio de Pádua: século XIV (1324), obra “Defensor Pacis” -> distinção entre poder legislativo (afirmação da soberania popular) e executivo (exercício da soberania, pela representatividade);
Maquiavel: século XVI, obra ““O Príncipe” -> na França, três poderes distintos: legislativo (Parlamento), Executivo (rei), judiciário independente. Esse modelo de Maquiavel assegurava mais liberdade ao rei, e assegurava, ainda, ao judiciário independente, amplos poderes para defender os mais fracos e oprimidos.
Locke: século XVII, primeira sistematização da separação dos poderes. Baseado no estado Inglês da época, Locke aponta quatro funções fundamentais exercidas por dois poderes diferentes. O Parlamento exerceria a função legislativa. O Rei acumulava as funções executiva, de exercício do poder militar e o poder de fazer o bem público livre de regras.
Montesquieu: século XVIII (1748), obra “O espírito das Leis” teoria da separação dos poderes, como um sistema que conjuga um legislativo, um executivo e um judiciário harmônicos e independentes entre si. Tudo estaria perdido se o mesmo homem, o mesmo grupo, a mesma família, usufruíssem de todo o poder. Tripartição dos poderes visando a garantia da liberdade individual.
A busca pelo enfraquecimento do Estado, complementando a função limitadora da Constituição Federal que impôs a separação de poderes como um dogma do estado Moderno.
Declaração de Direitos da Virgínia, de 1776: “os poderes executivo e legislativo do Estado deverão ser separados e distintos do judiciário”;
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789: Toda a sociedade na qual a garantia dos direitos não está assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem Constituição”;
Madson, em “O Federalista”: “A acumulação de todos os poderes, legislativos, executivos e judiciais, nas mesmas mãos, sejam estas de um ou de poucos, ou de muitos, hereditárias, autonomeadas ou eletivas, pode-se dizer com exatidão que constitui a própria definição de tirania.”
SISTEMA DE FREIOS E CONTRAPESOS
- Base de todo Estado Democrático de Direito, teoria que afirma que os atos que o Estado pratica podem ser de duas espécies: gerais ou especiais. Os atos gerais só podem ser executados pelo legislativo (emissão de regras e abstratas). Somente emitido o ato geral, é que poderá ser emitido o ato especial, e somente o Executivo dispõe de armas concretas para realizar tais atos. Ocorre que o executivo é limitado pelos atos gerais. E se qualquer um desses poderes agir de maneira exorbitante, o judiciário atuará na questão.
CRÍTICAS:
- Seria a separação de poderes uma figura meramente formal? R: Sempre existirá uma interpenetração.
- O sistema de separação jamais assegurou a liberdade individual ou o caráter democrático do Estado.
SOLUÇÕES BUSCADAS PARA SANAR AS CRÍTICAS:
- Delegação de Poderes: tem reflexo principalmente no poder legislativo, observadas as limitações quanto à matéria e o tempo. Há aqueles que entendem que algumas matérias são indelegáveis e resistem a essa solução;
- Transferência Constitucional de competências: por meio de reforma constitucional ou até promulgação de outra Constituição, obedecendo rigorosamente o processo de emenda à Constituição, mas abolindo do texto constitucional a figura dos freios e contrapesos.
PODER MODERADOR:
- Poder juiz dos demais poderes, seria o poder real, que segundo Benjamin Constant, deveria existir ao lado do poder executivo, do poder representativo (legislativo) e do poder judiciário.
- Teoria do Poder Moderador, da qual o Brasil serviria de laboratório, sendo o primeiro e talvez o único país no mundo a fazer, como fez na Carta política do Império, aplicação constitucional do novo sistema preconizado por Benjamin Constant.
- Constituição brasileira do Império, outorgada por D. Pedro I, a 25 de março de 1824. A Carta imperial no artigo 98 dispunha:
“A divisão e harmonia dos poderes políticos é o princípio conservador dos direitos dos cidadãos e o mais seguro meio de fazer efetivas as garantias que a Constituição oferece.”
No artigo seguinte asseverava que os poderes políticos reconhecidos pela Constituição do Império do Brasil eram quatro: “o poder legislativo, o poder moderador, o poder executivo e o poder judicial”.

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