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ESTÁGIOS E PLANOS DA ANESTESIA PROF. LEONARDO CREDIE INTRODUÇÃO - Descritos por Guedel com o éter, são úteis como parâmetro para classificar o grau de depressão do SNC do paciente - Baseia-se em parâmetros fornecidos por avaliação do paciente - São estritamente teóricos, devendo-se observar outros dados em conjunto - A associação de diversos fármacos em anestesia gera diferentes respostas paramétricas - Não levam em consideração estímulos dolorosos e se alteram quando se utiliza narcose PRINCIPAIS REFLEXOS AVALIADOS - Reflexos oculopalpebrais - Palpebral - Corneal - Pupilar - Reflexo interdigital - Reflexo laringotraqueal - Reflexo cardíaco - Reflexo respiratório OUTROS SINAIS AVALIADOS - Posicionamento do globo ocular - Padrão respiratório - Tônus muscular ANESTESIA HIPNOSE RELAXAMENTO MUSCULAR ANALGESIA CONTROLE REFLEXOS AUTONÔMICOS DESPERTO TRANQUILIZAÇÃO SEDAÇÃO HIPNOSE COMA MORTE ADAPTAÇÃO ORGÂNICA CONSIDERAÇÕES GERAIS - Espécie animal - Fármacos - Suscetibilidade do paciente ao fármaco - Estado do paciente - Tipo de intervenção cirúrgica - Influência da concentração alveolar mínima Massone, 2003 ESTÁGIOS ANESTÉSICOS - Estágio I: analgesia e perda da consciência - Estágio II: excitação, delírio, euforia - Estágio III: anestesia cirúrgica - Plano 1 - Plano 2: plano cirúrgico - Plano 3 - Plano 4: depressão bulbar - Estágio IV: choque bulbar e morte ESTÁGIO I - Vai desde o início da aplicação do fármaco até a perda da consciência - Início da analgesia, porém, com resposta a estímulos dolorosos leves a moderados - Reação diferente de animal para animal, dependendo da espécie, aplicação de MPA e agente indutor utilizado ESTÁGIOS ANESTÉSICOS ESTÁGIO I - Liberação de epinefrina, com taquicardia e midríase reflexas - Desorientação - Excitação frente ao meio ambiente - Animal pode defecar ou urinar ESTÁGIO I - Tônus postural varia conforme raça, espécie e indivíduo - Respiração irregular, caso não se tenha aplicado MPA - Demais parâmetros e reflexos normais e preservados ESTÁGIO II - Conhecido pela excitação e delírio - Perda da consciência, incoordenação de movimentos e hiper-reflexia - Retirar o paciente deste estágio o mais rápido possível ESTÁGIO II Caracterizado por: - Incoordenação motora - Hiperalgesia - Tosse e vômito - Defecação por hiper-reflexia ( e não por estresse) - Dilatação pupilar e lacrimejamento ESTÁGIO II Taquipnéia com hiperventilação e respiração arrítmica Reação exacerbada a estímulos externos (sonoros, luminosos e táteis) Pode ser evitado pela aplicação de MPA MPA reduz inclusive as bruscas alterações paramétricas ESTÁGIO III - Perda da consciência e depressão progressiva do SNC, chegando até a parada respiratória - Divide-se em quatro planos cirúrgicos, em decorrência da depressão progressiva ESTÁGIO III Plano 1: - Respiração normalizada, rítmica, costoabdominal, menor frequência e maior amplitude - Resposta pupilar preservada (miose ao estímulo luminoso) - Início da projeção da terceira pálpebra em cães - Presença de reflexo interdigital - Reflexo laringotraqueal discreto ESTÁGIO III Plano 1: - Reflexos oculares presentes - Tônus muscular presente, porém reduzido ESTÁGIO III Plano 2: - Globo ocular centralizado - Miose pupilar - Respiração abdominocostal profunda e rítmica ESTÁGIO III Plano 2: - Redução da pressão arterial e dos batimentos cardíacos dose-dependente (maioria dos fármacos) - Estímulo doloroso cirúrgico causa discreta liberação de catecolaminas, elevando FR e FC - Ausência de reflexo interdigital e, as vezes, do reflexo palpebral (cão) - Início de midríase - Redução gradativa no tônus muscular e ausência de secreções ESTÁGIO III Plano 3: - Respiração superficial abdominocostal - Inspiração curta - Redução no volume corrente e FR - Silêncio abdominal - Redução no reflexo pupilar - Reflexo palpebral ausente, corneal discretamente presente (exceto felinos) ESTÁGIO III Plano 4: - Respiração diafragmática, taquipnéica e superficial - Redução no volume corrente - Midríase sem resposta a estímulo - Córnea seca e sem brilho - Início de apnéia (depressão resp.) - Perda do reflexo laringotraqueal em felinos ESTÁGIO IV PERIGO!!! ESTÁGIO MAIS CRÍTICO - Abolição da maioria dos reflexos - Parada respiratória - Pode ocorrer parada cardíaca caso não se tome medidas de superficialização e reanimação - Midríase irresponsiva ESTÁGIO IV - Hipotermia - Respiração agônica (laringotraqueal)- ineficiente - Queda importante da pressão arterial e da FC - Início de choque bulbar - PCR eminente “Quando o anestesista se perde no plano anestésico, o primeiro passo a ser tomado é a superficialização do paciente, zerando o fornecimento do anestésico, inalatório ou injetável, e aguardando sinais de superficialização” Sociedade Brasileira de Anestesiologia