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FREUD E A CONTRATRANSFERENCIA

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UNISA 
PSICOLOGIA 
 
8 SEMESTRE NOTURNO 
2013 
 
 
1 
2 
3 
Contratransferência 
Contratransferência é o fenômeno que se dá no momento da terapia 
entre paciente e analista. 
Está ligado à transferência, e um não existe sem o outro, onde muitas 
vezes se confundem. 
Existem divergências quanto a contratransferência. Se é um 
fenômeno inconsciente ou consciente. E como pode ser usada pelo 
psicanalista. 
Contra transferência – do original - Gegenubertragung 
Gegen – significa “contra” como também – “junto 
de”ou”apoiado em”- com significado de “um recíproco 
engendramento” 
 
 
 
 b 
4 
(LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p. 102), que, 
segundo Freud, seria um obstáculo à analise que deveria 
ser neutralizado e superado. É importante observar que 
Freud utilizou o termo “contratransferência” apenas três 
vezes ao longo dos 23 volumes de suas obras completas, 
o que demonstra a concepção negativa que ele tinha 
acerca deste fenômeno (FREUD, 1910/1970; FREUD, 
1915, 1969; SANCHES, 1994). 
HISTÓRICO DA C.T 
 
 
 Freud - A primeira menção explícita ao fenômeno 
contratransferência, coube a Freud em 1910 em um 
congresso de psicanálise de Nuremberg, e que alguns 
autores traduziram com o transferência recíproca. 
 
 Esse termo era para referir-se à resistência inconsciente do 
analista como um obstáculo que o impedia de ajudar o 
paciente a enfrentar áreas da psicopatologia que ele próprio 
não conseguia enfrentar. 
 
 
5 
 
 Em 1910 – Em seu trabalho “As perspectivas futuras da 
terapia psicanalítica”, Freud, introduziu sua idéia sobre 
contratransferência como sendo uma forma de oferecer 
conselhos técnicos a médicos não analisados, que então 
praticavam a psicanálise. Com a esperança de que 
pudesse reduzir o perigo da participação emocional e o 
acting-out dos terapeutas, especificamente os de 
envolvimento erotizado. 
 
 Freud tinha conhecimento do envolvimento de Jung e 
Ferenczi com algumas pacientes. 
 
 
 
6 
 1912 – Na obra “Conselhos ao médico”, Freud recomenda ao 
analista tomar como modelo ao cirurgião quem “deixa de lado 
todos os seus afetos e também a sua compaixão humana e 
concentra suas forças espirituais em uma única meta: realizar a 
cirurgia o mais de acordo possível com as regras da arte”. Como 
também usa a metáfora do espelho (“o psicanalista, tal qual um 
espelho, somente deve refletir aquilo que o paciente lhe 
mostrar...’) 
 Freud emitiu ao mesmo tempo, duas recomendações 
contraditórias: a necessidade de uma distância afetiva por parte do 
analista e outra para que ele fosse bastante sensível ao paciente. 
 A preocupação de Freud com a contratransferência, era pelo mal-
estar representado pela possibilidade de a psicanálise ficar 
desqualificada como ciência, devido às raízes subjetivas que 
caracterizam o seu procedimento. 
 7 
 
 Freud emitiu ao mesmo tempo, duas recomendações 
contraditórias: a necessidade de uma distância afetiva 
por parte do analista e outra para que ele fosse bastante 
sensível ao paciente. 
 
 A preocupação de Freud com a contratransferência, era 
pelo mal-estar representado pela possibilidade de a 
psicanálise ficar desqualificada como ciência, devido às 
raízes subjetivas que caracterizam o seu procedimento. 
 
 
8 
9 
 
 
 Essas duas gerações de analistas, sugere, que havia um 
medo e uma vergonha generalizados por parte dos 
analistas em expor esses sentimentos, pois caracterizava 
que eles deveriam retornar à análise. 
 Na atualidade alguns sentimentos de contratransferencia 
aparecem com mais naturalidade como: que aparecem 
como contratransferência: ódio, confusão, erotização e 
impotência. Já o narcisismo do analista, nem sempre é 
reconhecido, pois ele nega o fato com medo e vergonha 
e deseja encobrir a situação. 
 Autores divergem quanto à conceitualização e a 
utilização ou não da contratransferência na prática 
analítica. O que se pode afirmar é que o termo 
“contratransferência”, adquiriu um significado diferente 
do descrito para Freud. 
 
10 
 Freud, considera contratransferência como “sentimentos 
que surgem no inconsciente do terapeuta como influência 
dos sentimentos inconscientes do paciente e ele 
destacava o quanto era imprescindível que o analista 
reconhecesse essa contratransferência em si próprio, bem 
como a necessidade de superá-la.”Ele abordava este 
assunto do ponto de vista do risco dos sentimentos 
eróticos e assim também uma forma de resistência 
inconsciente do analista.” 
 Melanie Klein denomina contratransferência como 
“identificação projetiva”. Hoje, aceito por todas as 
correntes psicanalíticas. O qual sempre sustentou que a 
contratransferência era um obstáculo para a análise, uma 
vez que correspondia à núcleos inconscientes do analista 
que não foram analisados. 
 
11 
 Rosenberg (1947), descreve o fato clínico de que o analista só poderia entender 
uma paciente psicótica pelos sentimentos próprios dele. Várias textos foram 
publicados com várias referências interessantes à respeito do assunto, mas nada 
foi publicado com o nome contratransferência, talvez por respeito à Melanie 
Klein de quem foi analisando. 
 Winnicotti em 1947 – na obra “O ódio na contratransferência” destacava os 
efeitos recíprocos que o par analítico provocava um no outro. 
 Bion (1963) em trabalhos com grupos,faz a importante observação de que a 
identificação projetiva além da descarga de sentimentos intoleráveis por parte 
do analista, também tinha a função de uma forma de comunicação não verbal, 
pelos efeitos contratransferenciais. 
 P. Heimann na Inglaterra e Racker na Argentina, 40 anos após a primeira 
menção de Freud, sem que um soubesse do outro, apresentaram trabalhos quase 
que simultaneamente destacando a possibilidade do analista utilizar a sua 
contratransferência, como importante instrumento psicanalítico, com a função 
de interpretação, sem que esse uso seja uma resposta contratransferencial 
patológica. Da mesma forma, ambos destacaram que a contratransferência 
representava a “totalidade” dos sentimentos do analista como uma “resposta 
emocional” ao paciente. 
 
 
12 
 Racker - Autor que mais estudou e divulgou o fenômeno da 
contratransferência. Apresentou o tema na Sociedade Psicanalítica 
de Buenos Aires em 1948. Para ele a contratransferência “consiste 
uma conjunção de imagens, sentimentos e impulsos do terapeuta 
durante a sessão.” 
 
 Descreve dois tipos de reações contratransferenciais: 
 Tipo complementar: onde o analista fica identificado com “os 
objetos internos” do paciente. 
 Concordante: identificação se faz com “partes do paciente” como 
pode ser com as pulsões e com o ego do analisando. 
 
 Cita a existência na pessoa do analista, de uma neurose de 
contratranferência 
13 
 M.Kyrle - 1956 em seu trabalho “Contratransferência normal e alguns de 
seus desvios” aborda alguns aspectos essenciais: 
 
1.O analista deve, silenciosamente reconhecer que de alguma forma ele está 
emocionalmente perturbado no campo analítico. 
2.Tentar reconhecer quais foram “as partes do paciente” que lhe estão 
provocando essa reação. 
3.Quais são os efeitos que estão operando sobre ele. 
 
 Segundo M. Kyrle, esses fatores podem ser reconhecidos em segundos, 
sendo possível o analista revertê-los para uma útil função de percepção e 
interpretação. 
 
 Nem todos os autores concordam que a utilização da contratransferência é 
um instrumento importante parao trabalho do psicanalista. Muitos deles 
apontam para o risco de que tudo o que o analista venha a sentir seja 
atribuído às projeções do paciente, o que nem sempre é verdade. 
 14 
 Bion – destaca que a constratransferência é um fenômeno 
inconsciente e portanto não pode ser usada conscientemente pelo 
analista, pelo menos durante a sessão. 
 Dessa forma, Bion, prefere entender esse fenômeno como 
continente-conteúdo, que consiste em acolher, transformar e 
devolver as identificações projetivas, que o paciente viu-se 
obrigado a emitir dentro dele. 
 
15 
Afirma que a forma como o analista processa e devolve ao paciente o que lhe foi 
projetado por meio das interpretações, vai formar conscientemente no analisando 
alguma idéia de como o analista é como pessoa real. 
 Conceituação – Constante interação entre analista e paciente implica um 
processo de uma recíproca introjeção das identificações projetivas do outro. 
Quando ocorre mais especificamente na pessoa do analista, pode mobilizar nele, 
durante a sessão uma resposta emocional, surda ou manifesta – sob a forma de 
um conjunto de sentimentos, afetos, associações, fantasias, evocação, lapsos, 
imagens, sensações corporais, etc...Onde essa resposta emocional pode ocorrer 
fora da sessão, através de sonhos, actings, identificações ou somatizações que 
expressam a permanência de resíduos contratransferenciais. 
Contratransferência na Atualidade 
 Na atualidade, os aspectos da contratransferência aceitos pelos 
psicanalistas são: 
 
 Como obstáculo, como instrumento e como campo, onde o paciente pode reviver as fortes 
experiências emocionais que originalmente ele teve. 
 
 Existem controvérsias entre os autores sobre questões relativas à : 
 
 Se o fenômeno contratransferencial durante a sessão é unicamente inconsciente ou pode ser 
consciente. 
 Se não há o risco de confundirem os sentimentos do analista como sendo uma resposta sua às 
identificações do paciente quando, tais sentimentos podem ser exclusivos do terapeuta. 
 Se ela pode ficar a serviço da empatia e da intuição. 
 Se o analista pode interpretar a partir de seus sentimentos contratransferenciais. 
 Se deve “confessar” isso ao analisando, ou não. 
 
16 
 
Aspectos da Contratransferência 
 
 
 A contratransferência é sempre inconsciente? 
 A contratransferência é uma mediação na qual o inconsciente do analista 
entra em comunicação com o inconsciente do analisando. 
 Bion nos últimos anos foi contra a possibilidade de que a 
contratransferência pudesse ser utilizada conscientemente pelo analista 
durante as sessões, pois segundo ele, era um fenômeno de formação 
inconsciente. 
 Para Segal a parte mais importante da contratransferência é o inconsciente 
e só podemos ver seus componentes através da consciência. 
 Para dar um só exemplo, eu (Zimerman) tinha um paciente que evocava em 
mim toda uma pletora de sentimentos desagradáveis. Teria sido muito tolo 
da minha parte ignorar estes sentimentos ou considerá-los reações 
neuróticas minhas, já que a principal queixa desta paciente era sua terrível 
falta de popularidade. Obviamente, o modo pelo qual ela me afetava era 
função de sua psicopatologia – uma função de importância primordial para 
ela, e uma função que é crucial que seja compreendida por nós. 
 
 
17 
 Alguns seguidores desses dois autores afirmam que quando o 
analista diz que esta angustiado, entediado ou impotente 
refere-se a " conteúdo contratransferencial manifesto" e passa 
a ser da mesma forma que acontece com os sonhos, e ele 
precisará decifrar por ele mesmo, ou procurar ajuda de uma 
analise. 
 Outros psicanalista acreditam que é possível em situações 
privilegiadas desde que não haja interrupção ou continuação e 
que o terapeuta perceba conscientemente os efeitos 
contratransferências nele despertado durante a sessão, podendo 
fazer um bom uso disso, desde que ele consiga descriminar 
entre o que foi projetado nele e aquilo que é dele. 
 “A contratransferência permite que o analista escute, por meio 
de seus sentimentos, não só o que o paciente diz, mas, mais 
ainda, o que ele não diz, por ignorá-lo no plano do consciente” 
Também conhecida como identificação projetiva. 
 
18 
 
 
Diferença entre contratransferência e 
transferência do analista 
  Desde 1910 quando Freud instituiu o conceito de 
contratransferência, até hoje esse entendimento passou por ser 
altamente prejudicial como também houve época que era moda 
atribuir as identificações projetivas do paciente toda a 
responsabilidade por tudo aquilo que o analista estivesse 
sentindo emocionalmente. Contudo ambos tem um extremo 
exagero. 
 
 O analista cria uma espécie de fobia em reconhecer seus 
próprios conflitos neuróticos, atribuindo a ele uma 
contratransferência que nada mais é do que "transferindo" para 
o paciente aquilo que é sua neurose particular. Essa situação 
pode custar muita injustiça e um resultado com efeitos 
adversos contra o paciente. 
 
19 
 Um critério que pode ser utilizado para discriminar 
quando se trata de contratransferência provinda do 
paciente ou se é uma transferência própria do analista, 
consiste no fato de que se o mesmo paciente 
despertasse em outro terapeuta uma mesma resposta 
emocional, sugere uma resposta de 
contratransferência, e se o mesmo analista tem uma 
mesma reação emocional com outros pacientes, 
provavelmente é dele mesmo que vêm seus 
sentimentos latentes. Cada analista forma uma 
contratransferência especifica com cada paciente, no 
qual variam com o mesmo analisando, essas 
condições depende de cada situação analítica. 
20 
Continente - Conteúdo 
 Conteúdo: Necessidades, desejos angústias de todo e qualquer 
paciente particularmente o paciente regredido que surge por 
encontrar um continente no qual elas possam ser acolhidas. 
 Continente: Cabe ao papel do analista a função de ser o 
continente do analisando (acolhimento dos pensamentos do 
analisando). 
 
 O analisando pode ser continente do conteúdo do analista com o 
acolhimento das interpretações que ele virá a fazer. 
 O analista pode fazer uso inconsciente de suas próprias 
identificações projetivas dentro da mente do paciente e o paciente 
pode fazer uso critico sadio dessas projeções de seu analista, 
como um instrumento de realidade daquilo que de fato esta se 
passando com o analista. 
 
21 
 Por outro lado a concepção de “continente” aponta que o analista 
deva possuir condições de poder conter seus desejos e angustias. 
Afirma-se também que além da transferência do paciente e as 
conseqüências de efeitos contratransferências mais os seguintes 
fatores compõem o “conteúdo” da mente do analista, nos quais ele 
mesmo deverá conter e trabalhá-los; 
 
 A) A latente (as vezes manifesta a neurose infantil do analista = 
neurose de abandono numa criança quando seu pai ou mãe se 
afasta por alguns instantes), 
 B) Superego analítico, composto por fiscalizar seus possíveis erros 
diante de técnicas e modelos psicanalíticos, 
 C) A possibilidade da mente do analista estar repleta de memórias, 
desejos ou uma gana de compreensão imediata, 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 D) Ideal do ego, que pode mantê-lo em uma permanente 
probabilidade de egoísmo onde demonstre seu sucesso pessoal 
sendo que ele ficará dependente da melhora do analisando, 
 E) A sua condição de manter uma auto análise dentro ou fora 
das sessões. 
 
 
 
 
23 
Bion denomina em relação a capacidade de 
continente, umacapacidade negativa, que de 
negativa não tem nada, porém recebeu esse nome 
pela capacidade para suportar suas próprias 
limitações ou sentimentos contratransferências 
negativos, isso pode se manifestar com a 
sensação do analista não saber o que esta se 
passando entre ele e o analisando, e com a 
existência de sentimentos como ódio, medo, 
pena, tédio, confusão. 
 
Empatia 
  Empatia baseia-se na capacidade do analista sentir em si, para poder sentir dentro 
do outro, por dentro de adequadas interpretações projetivas e introjetivas. A 
palavra Empatia (em pathos ) devirados do grego, o prefixo em (ou en) indica a 
idéia “dentro de” enquanto o prefixo sym ( ou sin) indica “ estar com”étimo 
pathos mostra “sofrimento, dor”, o que deixa claro a importante distinção entre 
empatia e simpatia. 
 De acordo com Bion também é importante distinguir “empatia” de “intuição” a 
primeira é mais própria da área afetiva, já a segunda esta ligada ao pré cognitivo 
e exige certa privação sensorial, uma forma de escutar com o terceiro ouvido ou 
acrescentar e enxergar com o terceiro olho que seria de dentro da sua mente, 
intuição e empatia não se exclui, elas se misturam e uma pode levar a outra 
também não se aprende pelo ensino e sim pelo aprendizado da experiência. 
 As identificações projetivas do paciente podem invadir a mente do analista, 
deixando-o perdido em meios aos seus pensamentos que lhe foram despertados, 
quando isso ocorre, que não é raro o analista passa a trabalhar com desgaste 
emocional e com sentimento de impotência podendo levá-lo a cometer 
somatizações e interpretações impróprias. 
 
24 
 Os efeitos contratransferências em certos casos mais fortes, o 
analista passa a experimentar os 50 minutos da sessão podem 
estar representando uma forma de comunicação primitiva, 
onde aqueles sentimentos fortes que o paciente esta abrigando, 
por exemplo, há 50 anos e ele não consegue transmitir 
verbalmente. 
 Para Bion se o analista detectar esses sentimentos, ele poderá 
utilizar a contratransferência dentro da sessão ou fora dela 
como uma bussola empática. 
 Kohut foi os que mais deram importancia para essa técnica e 
pratica psicanalítica, ele dizia que quando o paciente sente-se 
compreendido pelo analista, esta ocorrendo uma “ressonância 
empática” entre o self do analisando e a função do self objeto 
do analista. 
 25 
Conluios Inconscientes 
 De acordo com Bion, toda relação de transferência contratransferencial implicam a 
existência do vinculo que são elos relacionais e emocionais que unem duas ou mais 
pessoas, assim como mais partes de uma mesma pessoa, os sentimentos de amor, 
ódio, conhecimento e reconhecimento são de necessidade vital para qualquer ser 
humano, em qualquer etapa de sua vida. 
 Para Bion pode ocorrer que o inconsciente do analisando faça uso de identificações 
projetivas excessivas no grau de poder fazer tudo que acaba atingindo a capacidade 
de percepção do analista e com isso a sua capacidade de pensar livremente. Alguns 
pacientes tem o dom intuitivo de projetar dentro do analista alguns pontos mais 
vulneráveis, conhecidos como ponto cego contratransferências e um prejuízo da 
escuta do psicanalista assim favorecendo a formação de “conluios inconscientes” e 
aos que são conscientes melhor chamar de “ pacto corrupto”. ? 
 Pode acontecer que esses conluios adquiram uma configuração de natureza 
sadomasoquista, ou fóbico – evitativa de sentimentos tanto agressivo quanto 
erótico, ou ainda o conluio forma-se a partir de uma troca de fascinação narcisista 
na qual não cabe lugar para frustração. 
 
 
26 
Contratransferência 
Erotizada 
27 
Um(a) analista sentir sensações e desejos eróticos, despertados pelo(a) paciente, é 
uma situação analítica normal. É um útil indicador de sentimentos ocultos da 
área da sexualidade desse paciente e que, na situação transferência, estão sendo 
transmitidos pela via dos efeitos contratransferenciais. 
 
Contratransferência Erótica - o analista assume o que está sentindo, de modo 
que sua percepção e interpretação não sofram nenhum prejuízo. 
 
Contratransferência Erotizada- o analista se impregna com os desejos 
libidinais deste paciente que acabam interferindo na sua atividade psicanalítica, 
podendo perverter o vínculo analítico com a prática de actings e contra-ectings 
sexuais. 
Contratransferência Erotizada 
 Exemplo: 
 Zimerman foi procurado por um colega psicanalista que estava atravessando um “impasse 
psicanalítico”. 
 Tinha uma paciente muito bonita, sensual, sedutora que o assediava sexualmente 
frequentemente, fazendo propostas de um relacionamento genital. 
 O analista interpretava da seguinte forma: 
 Ela tinha vazios existenciais originados na infância, que precisavam ser preenchidos, 
devido às falhas dos objetos parentais. 
 Ou 
 Ela o idealizava como um príncipe, gratificando então a sua antiga fantasia de possuir o 
pai. 
 Ou 
 Por trás de sua atitude amorosa escondia uma carga agressiva a fim de denegrir a imagem 
do analista, como forma dela vingar-se do pai traidor. 
 A analisanda debochava de suas interpretações e ainda dizia que ele, o analista, estava se 
escondendo atrás das interpretações e que ele estava a fim dela. 
 A analisanda chegou ao ponto de tomar a decisão de interromper a análise, para poder 
livrar o analista do problema ético e poderem transar livremente. 
 
28 
 O Impasse Psicanalítico 
 Ameaça de interrupção X inocuidade da atividade interpretativa 
 Como sair do Impasse Psicanalítico 
 Zimerman propôs ao colega três aspectos técnicos: 
 1. Que assumisse a sua verdade, o que realmente estava sentindo. O 
analista admitiu que estava invadido pela tentação erótica. 
 2. A partir dessa verdade, por mais que o conteúdo de suas 
interpretações estivesse correto, elas não eram eficazes, por conta 
da ambiguidade. Desta forma ele deveria optar por ceder ao contra-
acting ou manter sua sólida posição de psicanalista, a qual ele 
acabou escolhendo. 
 3. Por conta desta escolha Zimerman recomendou que ele deveria 
manter uma estável e firme “ dissociação útil do ego”, entre a sua 
parte homem e a do psicanalista. 
 29 
 Resolvendo o Impasse 
 Segundo Zimerman o analista encontrou condições 
emocionais e se posicionou perante a analisanda, mais 
ou menos desta forma: 
 
 É bem possível que tenhas razão quando dizes que me percebes 
atraído por ti, até mesmo porque trazes uma abundãncia de 
situações que comprovam que és uma mulher bastante atraente. O 
que deve ficar claro, no entanto, é que essa muito provável 
atração provém do meu lado homem, porém ela não é maior que o 
meu lado psicanalista que, certamente, por respeito a mim e, 
sobretudo, a ti, não se envolverá contigo, independentemente se 
continuares ou se interromperes a análise. 
 
 Até onde Zimerman soube, parece que essa atitude desfez o 
impasse. 30 
Contratransferência Somatizada 
 É aquela que se manifesta durante a sessão análitica sob a forma de 
somatizações na pessoa do terapeuta. 
 Varia de um leve desconforto físico a uma invencível sonolência, ou 
fortes sintomas corporais. 
 
 Exemplo: Um analista relatou ao Zimerman que durante uma sessão, 
que considerou pesada, devido ao clima melancólico, ele começou a 
sentir que seu corpo estava paralisado, começou a sentir uma sensação 
de horror, pois pensou que talvez estivesse tendo um aneurisma, até 
que o paciente começou a lhe falar do “derrame cerebral” que deixou 
seu pai hemiplégico (paralisia de um lado do corpo).31 
 É através da somatização contratransferial que 
o analista poderá captar profundos sentimentos 
que o paciente não consegue verbalizar, 
porquanto eles se formam nos primórdios do 
desenvolvimento da criança, antes da formação 
e representação da “palavra” 
 Também nos sonhos do analista podem trazer 
à luz alguns sentimentos tranferenciais do 
paciente que ainda não haviam sido 
verbalizados. 
 32 
 
Sonolência 
 O analista é invadido por uma incrível sonolência, que 
não é por estafa, nem sono atrasado, e as sessões 
seguintes com outros pacientes, decorrem normalmente. 
 
 É uma forma particular de contratransferência, que 
comumente ocorrem devido a três possibilidades: 
 
 1. Perda de energia devido à pressão do seu superego para 
manter afastadas de sua consciência algumas pulsões e 
ansiedades que foram despertadas pelo discurso do 
paciente. 
33 
 2. O analista entra num “estado hipnóide” diante um 
paciente que apresente uma alteração no seu sensório, 
cujas associações adquirem um caráter esteriotipado, 
pronunciadas em um tom de voz monótono e 
monocórdico, principalmente quando acompanhadas 
de uma dificuldade de pensar, de estabelecer 
conexões lógicas. 
 3. Estudada por Cesio (1960), decorre das 
identificações projetivas do paciente, de seus objetos 
internos aletargados, ou seja, objetos que habitam o 
espaço depressivo do analisando sob forma de 
morimbundos, isto é, embora mortos, eles 
permanecem vivos dentro da sua mente. A sonolência 
do terapeuta estaria representando uma contra-
identificaçãp dele com esses objetos “mortos-vivos”. 
34 
35

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