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AULA 3 GIARDÍASE

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1 SARA ESPELHO STORCH 
GIARDÍASE 
→ Etiologia: Giardia lamblia (mais frequente), Giardia intestinalis, Giardia duodenalis  habitat é intestino 
delgado. 
FORMAS DE VIDA 
 TROFOZOITOS: forma ativa, que se alimenta e se reproduz muito rapidamente, instalando a infecção em 
pouco tempo. 
 - Aspecto piriforme. 
 - Simetria bilateral – 4 pares de flagelos, 2 
núcleos. 
 - 12-15 µm de comprimento/ 6-8 µm de largura. 
 - Disco suctorial (envolve o núcleo; é através dele 
que vai se aderir na mucosa intestinal). 
 - Encontrado nas fezes líquidas (diarreica) 
 - Sobrevive até 20 minutos no meio externo. 
 - Possui flagelos para sua locomoção. 
 - Forma um “tapete de giárdia”, que impede a 
absorção de nutrientes. 
 CISTOS: forma de resistência; é eliminado para o meio pelas fezes. 
 - Resiste até 2 meses no meio externo. 
 - Oval ou elipsoide. 
 - 12 µm de comprimento/ 8 µm de largura. 
 - Delicada membrana destacada do citoplasma. 
 - 2 a 4 núcleos. 
 - Axonemas – estrutura de sustentação; dá o 
formato do cisto. 
 - Encontrado em fezes pastosas. 
TRANSMISSÃO 
-Ingestão de água, objetos/mão e alimento 
contaminados com cistos; 
-Contaminação por manipuladores de alimentos 
-Disseminação por insetos (barata; formiga) 
-Locais de aglomeração humana (principalmente 
creches por ser uma parasitose que atinge mais até 
12 anos de idade); 
-Entre membros familiares. 
HABITAT DO PARASITA: -Intestino delgado – porções mais altas do intestino (principalmente duodeno) devido 
a isso a dor abdominal é mais característica acima ou em volta do umbigo. 
-Raramente intestino grosso (carga parasitária muito intensa.) 
CICLO BIOLÓGICO: → Cisto → desencista → trofozoíto→ encistamento [ entra o cisto, desencista, vira trofozoíto 
e depois encista saindo como cisto. ] 
• Cisto contaminando água e alimentos passam pelo estômago e chegando ao intestino delgado ele 
desencista (geralmente por ação de enzimas digestivas) virando trofozoíto. 
• Rapidamente o trofozoíto começa a se fixar na mucosa (duodeno) e se multiplicar por divisão binária. 
Depois de um tempo, geralmente por ação de enzimas digestivas, se desprende da mucosa intestinal e 
vai encistar. 
• Após encistar é eliminado com as fezes pastosas em aproximadamente 30 dias. 
OBS.: Por algum processo, geralmente inflamatório devido à elevada carga parasitária, quando ele está aderido 
na mucosa como trofozoíto, pode gerar aumento de motilidade intestinal (na tentativa de eliminar os 
trofozoítos), não dá tempo de encistar e o paciente elimina trofozoíto nas fezes líquidas, aproximadamente 10 a 
15 dias. 
PATOGENIA: Provoca diarreia e má absorção: 
1- Trofozoíto adere-se às microvilosidades do intestino delgado através de seu disco suctorial e impede a 
absorção de nutrientes (formam um tapete atapetamento da mucosa intestinal por trofozoítos). 
 
2 SARA ESPELHO STORCH 
2- Proteases (enzimas) da giárdia que reagem com glicoproteínas da superfície das células epiteliais e 
causam lesão nas microvilosidades intestinais, impedindo que ocorra absorção adequada. 
3- Processos inflamatórios desencadeiam uma resposta imunológica liberando IgA e IgE, atraindo 
mastócitos, que liberam histamina. A histamina provoca edema local e contração do músculo liso, 
consequentemente aumento da motilidade intestinal levando o paciente a ter diarreia (elimina 
trofozoítos nas fezes diarreicas). 
SINTOMAS NA FASE AGUDA 
 CRIANÇAS: 
- Diarreia aquosa com esteatorreia  característica da fase aguda em crianças; 
-Irritabilidade, insônia, náuseas; 
-Vômitos, perda de apetite (pela localização próxima do duodeno com o estômago); 
-Dor abdominal (característica na porção superior, acima do umbigo). 
 ADULTOS: 
-Diarreia com alternância com constipação, cólica intestinal; 
-Náuseas, dor epigástrica, sugerindo úlcera duodenal; 
-Azia, sensação de plenitude gástrica (abdômen distendido, sensação de gazes.) 
FASE CRÔNICA: Pode durar meses, se não tratada 
 - Má absorção bem evidentes nas 
 - Esteatorreia; crianças 
 - Perda de peso. 
PRIMO INFECÇÃO
-Diarreia aquosa, explosiva, odor fétido, gases Característico da doença 
-Distensão e dores abdominais 
-Raramente muco e sangue nas fezes (mais característicos de infecção bacteriana); 
-Diarreia crônica – duração de 5 a 6 meses. 
COMPLICAÇÕES 
-Má absorção de gorduras; 
-Má absorção de vitaminas lipossolúveis: A, D, E, K (vitaminas relacionadas com desenvolvimento de crescimento 
e intelectual); 
-Vitamina B12; 
-Ferro e xilose; 
-Fezes abundantes e de cor clara (pela eliminação da gordura.) 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 PARASITOLÓGICO DE FEZES (PPF): 
- Método direto a fresco ou corado com lugol exames específicos para 
- Hematoxilina férrica pesquisa de trofozoítos 
-Método de FAUST – pesquisa de cistos (fezes pastosas) 
1º e o 2º item explicam a má absorção. 3º item explica a diarreia. 
→ fezes formadas – cistos 
→ fezes diarreicas – trofozoítos e 
cistos 
 
3 SARA ESPELHO STORCH 
**Pelo menos 3 amostras de fezes devem ser examinadas, devido ao período negativo da giárdia, em que pode 
ficar até 10 dias sem eliminar cistos e trofozoítos nas fezes. Quando se pede 3 amostras aumenta-se a chance de 
positivar o diagnóstico. 
Coleta a 1ª amostra, pula de 2 a 3 dias, coleta a 2ª amostra, pula mais 2 a 3 dias e coleta a 3ª. 
Sensibilidade do exame: 1 amostra (50-70% de chance de positivar); 3 amostras (90% de chance de positivar) 
**Se o paciente está com diarreia método direto a fresco e hematoxilina férrica. 
Se está com fezes pastosas 3 amostras do PPF. 
Se estiver com alternância de pastosa e diarreia, pede PPF e Hematoxilina férrica** 
TRATAMENTO (NÃO CAI) 
→ Derivados nitroimidazólicos: Metronidazol (Flagyl); Tinidazol (Fasigyn) e Ornidazol (Giarlam). 
EPIDEMIOLOGIA 
-A Giardia tem distribuição mundial (1 milhão de 
casos por ano) 
-Ocorre principalmente em crianças de 8 meses a 
10-12 anos de idade 
-A eliminação dos cistos pelo indivíduo infectado 
não é constante 
-O cisto resiste até 2 meses na água 
PROFILAXIA 
-Higiene pessoal 
-Proteção dos alimentos 
-Tratamento da água 
-Tratamento precoce dos pacientes (babás, 
manipuladores de alimentos)

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