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1 SARA ESPELHO STORCH GIARDÍASE → Etiologia: Giardia lamblia (mais frequente), Giardia intestinalis, Giardia duodenalis habitat é intestino delgado. FORMAS DE VIDA TROFOZOITOS: forma ativa, que se alimenta e se reproduz muito rapidamente, instalando a infecção em pouco tempo. - Aspecto piriforme. - Simetria bilateral – 4 pares de flagelos, 2 núcleos. - 12-15 µm de comprimento/ 6-8 µm de largura. - Disco suctorial (envolve o núcleo; é através dele que vai se aderir na mucosa intestinal). - Encontrado nas fezes líquidas (diarreica) - Sobrevive até 20 minutos no meio externo. - Possui flagelos para sua locomoção. - Forma um “tapete de giárdia”, que impede a absorção de nutrientes. CISTOS: forma de resistência; é eliminado para o meio pelas fezes. - Resiste até 2 meses no meio externo. - Oval ou elipsoide. - 12 µm de comprimento/ 8 µm de largura. - Delicada membrana destacada do citoplasma. - 2 a 4 núcleos. - Axonemas – estrutura de sustentação; dá o formato do cisto. - Encontrado em fezes pastosas. TRANSMISSÃO -Ingestão de água, objetos/mão e alimento contaminados com cistos; -Contaminação por manipuladores de alimentos -Disseminação por insetos (barata; formiga) -Locais de aglomeração humana (principalmente creches por ser uma parasitose que atinge mais até 12 anos de idade); -Entre membros familiares. HABITAT DO PARASITA: -Intestino delgado – porções mais altas do intestino (principalmente duodeno) devido a isso a dor abdominal é mais característica acima ou em volta do umbigo. -Raramente intestino grosso (carga parasitária muito intensa.) CICLO BIOLÓGICO: → Cisto → desencista → trofozoíto→ encistamento [ entra o cisto, desencista, vira trofozoíto e depois encista saindo como cisto. ] • Cisto contaminando água e alimentos passam pelo estômago e chegando ao intestino delgado ele desencista (geralmente por ação de enzimas digestivas) virando trofozoíto. • Rapidamente o trofozoíto começa a se fixar na mucosa (duodeno) e se multiplicar por divisão binária. Depois de um tempo, geralmente por ação de enzimas digestivas, se desprende da mucosa intestinal e vai encistar. • Após encistar é eliminado com as fezes pastosas em aproximadamente 30 dias. OBS.: Por algum processo, geralmente inflamatório devido à elevada carga parasitária, quando ele está aderido na mucosa como trofozoíto, pode gerar aumento de motilidade intestinal (na tentativa de eliminar os trofozoítos), não dá tempo de encistar e o paciente elimina trofozoíto nas fezes líquidas, aproximadamente 10 a 15 dias. PATOGENIA: Provoca diarreia e má absorção: 1- Trofozoíto adere-se às microvilosidades do intestino delgado através de seu disco suctorial e impede a absorção de nutrientes (formam um tapete atapetamento da mucosa intestinal por trofozoítos). 2 SARA ESPELHO STORCH 2- Proteases (enzimas) da giárdia que reagem com glicoproteínas da superfície das células epiteliais e causam lesão nas microvilosidades intestinais, impedindo que ocorra absorção adequada. 3- Processos inflamatórios desencadeiam uma resposta imunológica liberando IgA e IgE, atraindo mastócitos, que liberam histamina. A histamina provoca edema local e contração do músculo liso, consequentemente aumento da motilidade intestinal levando o paciente a ter diarreia (elimina trofozoítos nas fezes diarreicas). SINTOMAS NA FASE AGUDA CRIANÇAS: - Diarreia aquosa com esteatorreia característica da fase aguda em crianças; -Irritabilidade, insônia, náuseas; -Vômitos, perda de apetite (pela localização próxima do duodeno com o estômago); -Dor abdominal (característica na porção superior, acima do umbigo). ADULTOS: -Diarreia com alternância com constipação, cólica intestinal; -Náuseas, dor epigástrica, sugerindo úlcera duodenal; -Azia, sensação de plenitude gástrica (abdômen distendido, sensação de gazes.) FASE CRÔNICA: Pode durar meses, se não tratada - Má absorção bem evidentes nas - Esteatorreia; crianças - Perda de peso. PRIMO INFECÇÃO -Diarreia aquosa, explosiva, odor fétido, gases Característico da doença -Distensão e dores abdominais -Raramente muco e sangue nas fezes (mais característicos de infecção bacteriana); -Diarreia crônica – duração de 5 a 6 meses. COMPLICAÇÕES -Má absorção de gorduras; -Má absorção de vitaminas lipossolúveis: A, D, E, K (vitaminas relacionadas com desenvolvimento de crescimento e intelectual); -Vitamina B12; -Ferro e xilose; -Fezes abundantes e de cor clara (pela eliminação da gordura.) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL PARASITOLÓGICO DE FEZES (PPF): - Método direto a fresco ou corado com lugol exames específicos para - Hematoxilina férrica pesquisa de trofozoítos -Método de FAUST – pesquisa de cistos (fezes pastosas) 1º e o 2º item explicam a má absorção. 3º item explica a diarreia. → fezes formadas – cistos → fezes diarreicas – trofozoítos e cistos 3 SARA ESPELHO STORCH **Pelo menos 3 amostras de fezes devem ser examinadas, devido ao período negativo da giárdia, em que pode ficar até 10 dias sem eliminar cistos e trofozoítos nas fezes. Quando se pede 3 amostras aumenta-se a chance de positivar o diagnóstico. Coleta a 1ª amostra, pula de 2 a 3 dias, coleta a 2ª amostra, pula mais 2 a 3 dias e coleta a 3ª. Sensibilidade do exame: 1 amostra (50-70% de chance de positivar); 3 amostras (90% de chance de positivar) **Se o paciente está com diarreia método direto a fresco e hematoxilina férrica. Se está com fezes pastosas 3 amostras do PPF. Se estiver com alternância de pastosa e diarreia, pede PPF e Hematoxilina férrica** TRATAMENTO (NÃO CAI) → Derivados nitroimidazólicos: Metronidazol (Flagyl); Tinidazol (Fasigyn) e Ornidazol (Giarlam). EPIDEMIOLOGIA -A Giardia tem distribuição mundial (1 milhão de casos por ano) -Ocorre principalmente em crianças de 8 meses a 10-12 anos de idade -A eliminação dos cistos pelo indivíduo infectado não é constante -O cisto resiste até 2 meses na água PROFILAXIA -Higiene pessoal -Proteção dos alimentos -Tratamento da água -Tratamento precoce dos pacientes (babás, manipuladores de alimentos)
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