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Unidade III ANÁLISE REAL Prof. MSc. Elvis Pontes Séries numéricas Veremos nesta aula a definição de uma série numérica infinita e o conceito de convergência destas. Inicialmente, daremos alguns exemplos para que você se familiarize com esses objetos matemáticos para depois estudarmos a convergência (ou não) destes. Séries numéricas Comecemos então nos recordando da definição de sequência: uma lista ordenada de números reais. Tomemos uma sequência . Podemos tentar somar todos os termos na desta sequência, ou seja, fazer: ......21 naaa Séries numéricas Essa soma infinita é chamada de série numérica infinita, ou simplesmente, como faremos daqui por diante, de série. A notação para esta soma infinita é: ou simplesmente: 1n na na ficando subentendido que essa última se inicia do número 1. Séries numéricas O objetivo do estudo desses objetos é verificar quando uma soma dessas faz sentido. Veremos que nem sempre existe essa soma, o que chamaremos de série divergente. Se a soma existir, será uma série convergente. Aqui, os conceitos de convergência e divergência são análogos aos que vimos em sequências. Séries numéricas Vejamos alguns exemplos: 1. , obviamente essa soma não existe, pois quanto mais termos adicionarmos, maior será sua soma. ......321 nn 2. Consideremos agora um pedaço de barbante de 1m de comprimento. Cortemos esse barbante em dois pedaços, cada qual com 0,5m. Séries numéricas Desprezemos uma metade e com a outra metade fazemos a mesma coisa, dividimos em duas partes iguais, de tamanho ¼ = 0,25. Novamente desprezamos uma parte e, com a outra, fazemos o mesmo processo, desprezando uma e dividindo a outra ao meio. Séries numéricas Se fosse possível realizar esse processo indefinidamente, teríamos a soma: ... 2 1... 8 1 4 1 2 1 n Claro que essa soma infinita dos pedaços do barbante reproduziria o barbante original de 1 metro, ou seja: 11 1 2 1 n Séries numéricas Vimos que, em geral, uma série inicia-se com o termo de índice 1, ou seja, a primeira parcela da soma infinita tem índice 1. Análogo ao caso das sequências, por vezes, é necessário ou conveniente iniciá-la a partir de outro índice. Vejamos alguns exemplos: Séries numéricas Observe que a seguinte série não é bem definida se n = 1. Logo, iniciamos a soma a partir de n = 2. 11 Esta outra não faz sentido para n = 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Iniciamos, então, a partir de n = 8. 2 1n n 8 8 8 n n Séries numéricas Não importa quantos termos (um número finito) retiremos da série, pois ela continua sendo uma soma infinita de termos. Outra observação importante é que o comportamento de uma série não se modifica se retirarmos um número finito de termos da sua soma. Interatividade Qual é a soma dos 5 primeiros termos da série ? a) 1 1 n n n 5 6 4 5 3 4 2 32 b) c) 6 5 3 4 2 3 3 21 4 5 3 4 2 32 2 1 d) e) 4322 54321 65432 Convergência de séries Veremos agora a definição formal de uma série convergente, ou seja, quando existirá uma dada soma infinita. Utilizaremos a convergência de sequências que estudamos anteriormente. Lembrete: uma sequência é convergente, em breves palavras, se os seus elementos se aproximam tanto quanto quisermos de um número real (único). Convergência de séries Em primeiro lugar, vamos definir o que são as somas parciais de uma série: Convergência de séries As somas parciais de uma série, como pudemos ver, constituem uma sequência: ,...,...,,, 321 nssss A definição de convergência da série é a seguinte: Convergência de séries Vejamos alguns exemplos: Convergência de séries 1. Vamos estudar o comportamento, ou seja, verificar pela definição se é convergente ou divergente a seguinte série: 1 Em primeiro lugar, vamos desenvolver o termo geral em frações parciais: )1( 1nn Convergência de séries Temos que: )1(1 1)1( 1 BnnA n B n A nn )(1 )1(1 )1( )( )1( AnBA BnnA nn nn nn 11 01 BeA BAeA Convergência de séries Logo: 1 11 1)1( 1 nnn B n A nn E, portanto: 1 11 )1( 1 nnnn 1)1( nnnn Convergência de séries Finalmente, considerando a soma parcial de ordem n desta série, temos: 1 11 )1( 1 jjjjs nn n 1 1 11... 3 1 2 1 2 11 1)1( 11 nn jjjj jj 1 11 n Convergência de séries Calculamos o limite deste termo geral da sequência de somas parciais, isto é: 1 1 11limlim nsn Como o limite deu um número, isso significa que a sequência é convergente e, portanto, a série também é convergente. 1 n )1( 1nng Além disso, )( 1 )1( 1 nn Interatividade 1A sequência de somas parciais da série é: a) n21 nns 2 1 b) c) nns 2 11 nns 2 11 d) e) 1 2 1 nns 12 1 nns Convergência de séries Mais um exemplo: 2. Vamos agora estudar o comportamento da série harmônica: n1 Da sequência de somas parciais desta série, vamos considerar a subsequência formada n ,...,...,,, 321 nssss q pelos índices que são potência de 2, isto é: ,...,...,,,,,, 232168421 nsssssss Convergência de séries Temos então: 2 11 1 2 1 s s 2 21 4 1 4 1 2 11 4 1 3 1 2 11 2 4 s Convergência de séries Mais alguns elementos: 2 31 8 1 8 1 8 1 8 1 4 1 4 1 2 11 8 1 7 1 6 1 5 1 4 1 3 1 2 118 s 61 2 51 2 41 28888442 32 16 s s s . . . 2 164 s Convergência de séries Em geral, temos que: 2 1 2 kss nkn lili Mas: Ou seja, a subsequência é divergente. nk ssn 2limlim Convergência de séries Por um teorema sobre sequências, temos que a própria sequência das somas parciais é divergente. Portanto, a série também é divergente. Nesse caso, sua soma é infinita, embora estejamos somando elementos cada vez menores conforme aumenta o índice. Convergência de séries Outro exemplo: 3. Consideremos a série: n1 Vamos estudar seu comportamento, isto é, verificar se ela é convergente ou divergente. Convergência de séries Em primeiro lugar, vamos observar o seguinte: nn 11 Isso significa que todo termo da série harmônica é maior ou igual a todo termo de mesmo índice desta série que t t d d nn estamos estudando. Convergência de séries Ora, então: ( ) 1 1 11 ... 2 3 4 1 1 11 ... 2 3 4 h n n s s Ou seja, cada termo da sequência de somas parciais da série harmônica, denotada por é menor ou igual a 2 3 4 n nhs )(p g todo termo da sequência que estamos estudando, denotada por .ns Convergência de séries Temos, então: e, portanto: nnh ss )( nnh ss limlim )( Mas, sabemos que , logo . nhs )(lim nslim Portanto, a série é divergente. n1 InteratividadeA partir do último exemplo, podemos concluir que a série é: a) Convergente e sua soma vale 1. b) Convergente e sua soma vale 1/2 31n b) Convergente e sua soma vale 1/2. c) Convergente e sua soma vale 3/2. d) Convergente e sua soma vale 2. e) Divergente. Convergência de séries Vamos agora enunciar alguns resultados importantes sobre convergência de séries. Começamos com um teorema que relaciona a divergência de uma série com o limite de seu termo geral. É o seguinte: Convergência de séries sequência Convergência de séries Exemplos: 1. Sabemos que a sequência é convergente (a primeira que obtivemos, no exemplo do barbante). n2 1 p ) Vamos calcular o limite de seu termo geral: 0 2 1lim n pois o denominador tende ao infinito quando n tende ao infinito. Convergência de séries 2. Também sabemos que a sequência é convergente. Calculando o limite de seu termo geral, )1( 1 nn g temos: 01lim )1( 1lim 2 nnnn Basta dividir todos os elementos por n elevado à potência 2 e verificar isso. Convergência de séries Observação importante: a recíproca do teorema anterior não é verdadeira. A recíproca seria: se , então, a série é convergente. 0lim naa g Atenção!!!! Isso é falso!!!!!!! na Convergência de séries Como contraexemplo, temos a série harmônica . Vimos anteriormente que se trata de uma série divergente. n 1 g No entanto, temos: Isso mostra que a recíproca do 01limlim n an q p teorema é falsa. Convergência de séries O que sempre vale é a contrapositiva daquele teorema. O teorema dizia o seguinte: A contrapostiva desse teorema é: Teorema: se , então, é uma série divergente. 0lim na na Esse teorema é chamado de teste da divergência. Convergência de séries Vejamos alguns exemplos: Convergência de séries 2. Vamos estudar o comportamento da série: ê 2 1 n n Aplicando o teste da divergência, temos: 1 2 1lim n n Logo, é uma série divergente. 2 1 n n Convergência de séries Um último teorema desta aula: Convergência de séries Exemplo: Interatividade 23Dada a série podemos afirmar que ela é: a) Convergente e sua soma é 1. ) C é / )1(3 2 2.5 3 nnn b) Convergente e sua soma é 15/19. c) Convergente e sua soma é 18/15. d) Convergente e sua soma é 15/18. e) Convergente e sua soma é 19/15. ATÉ A PRÓXIMA!
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