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SUA PETICAO S1 Penal

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Direito Penal - Sua Petição - Seção 1
Surpreendida com a ocorrência de diversos saques desconhecidos e irregulares de sua conta bancária. Margarida então compareceu à Agênc ia da Caixa Econômica Federal de Belo Horizonte/MG e. diante do diretor-geral, Sr. Valdemar, requereu que a situação fosse esclarecida, tendo em vista que nunca teria requisitado qualquer cartão magnético naquela agência. Além disso. informou que os diversos saques efetuados de sua conta bancária ocor reram em terminais eletrônicos sequer conhecidos por ela.
De prontidão, o Sr. Valdemar instaurou procedimento administrativo para se apurar o ocorrido. Neste procedimento foram analisados diversos relatórios dos computadores da agência (referentes aos meses de julho e agosto) e ouvidas testemunhas que trabalhavam no mesmo local de Josiane.
Segundo as conclusões do procedimento administrativo, Josiane, no dia 08 de j ulho de 2018, teria chegado antes do iníc io do expediente bancário, às 08h:30m in, e, por meio de sua matricula e senha, efetuado. às 09h:OO (início do expediente). o comando de cadastramento de senha bancár ia referente à conta de Margar ida.
Soma- se a este fato outro relevante ponto esclarecido pelos relatórios: o cartão magnético também havia sido requisitado através da matricula e senha de Josiane. Por outro lado, em data anterior ao cadastramento da senha.
Diante desses fatos apurados em sede de procedimento administrativo, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia em face de Josiane Almeida.
Cabe ressaltar que o presente feito tramita atualmente perante a 9ª Vara Federalda Seção Judiciár ia de Minas Gerais.
Isso porque, além dos fatos terem ocorrido na cidade de Belo Horizonte. a acusada, em virtude de sua condição de funcionária pública, ter ia praticado o delito de peculato (art. 312 do Código Penal)
Peculato
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Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro.
valor ou qualquer outro bem móvel. público ou particular. de que tem a posse em razão do cargo,ou desv iá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. (BRASIL 1941)
Ocorre que o referido crime foi supostamente praticado por funcionária pública em desfavor de uma Empresa Pública. no caso Caixa Econômica Federal.
Assim sendo, cabe verificar a existência ou não de Procedimento Especial para processamento e julgamento dos crimes dessa natureza. assim como ocorre em relação aos crimes amparados pela Lei de Drogas. (lei nQ 11343)
Dito isso, compulsando o Código de Processo Penal, observa-se que os arts. 513 a 518 do CPP discorrem sobre o processamento e julgamento de crimes de responsabilidade dos funcionários públicos (Título li. Capítulo 11}.: Observa -se:
Art. 513. Os crimes de responsabiidade dos funcionár ios públicos.cujo processo e julgamento competirão aos juízes de direito. a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaraçilo fundamentada da impossibilidade de apresentaçao de qualquer dessas provas.
Art. 514. Nos crimes a fiançáveis. estando a denuncia ou queixa em devida forma. o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado. para responder por escrito. dentro do prazo de quinze dias.
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado. ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser -lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.
Art. 515. No caso previsto no artigo anterior. durante o prazo concedido para a resposta. os autos permanecerão em cartório. onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu defensor.
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do acusado ou do seu defensor,da inexistência do crime ou da improcedência da ação.
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Art. 396-A. Na resposta. o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa. oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (BRASIL. 1941)
Ass im. observando o art. 396 do CPP, chegamos a conc lusão de outra peça defensiva. após o ato processual de citação. É a chamada resposta à acusação.
Por meio de uma leitura do art. 396 -A, conclui-se pela possibilidade de se alegar, nesta peça defensiva, toda e quaisquer teses que possam, de alguma forma, beneficiar seu cliente.
Como em qualquer outra peça, é fundamental o cuidado com sua estrutura lógica. composta de narração dos fatos, fundamentos jurídicos (questões preliminares e teses de mérito). requerimento de provas a serem produzidas (em especial, rol de testemunhas) e pedidos.
Assim,antes de analisar as possíveis teses de mérito,deve- se verificar a existência de questões processuais que deverão ser arguidas em sede preliminar.
Para isso. é preciso. em primeiro lugar. estar atento às regras de competência, para saber se a ação foi proposta perante o Juízo correto. Para tanto. deve-se observar o que diz nossa Constituição Federal no art SQ. incisos XXXVll e XXXVlll. além do previsto no Código de Processo Penal em seus artigos 69 a 91 (em especial o art. 74) e 394.
Em seguida. deve-se analisar a necessidade de arguir alguma das exceções previstas no Código de Processo Penal. Para isso. cumpre a verificação do disposto nos artigos 95 a 111do CPP.
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Logo após, cheque se há alguma nulidade ocorrida em todo o procedimento até então realizado, nos termos dos artigos 563 a 573 do CPP.
Esgotadas as questões preliminares (processuais). passa - se à análise das teses de mérito, que são aquelas que se referem ao fato supostamente criminoso imputado ao réu. Nos crimes de procedimento ordinário e sumár io. a arguição destas teses neste momento processual é fundamental, devido à possibilidade de absolvição sumária do réu, caso algumas das hipóteses do artigo 397 do CPP esteja presente:
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A. e parágrafos. deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:
1 - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;
11 - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente. salvo inimputab ilidade;
Ili - que o fato narrado evidentemente não constitui crime.ou IV - extinta a punibilidade do agente. (BRASIL. 19411
A lém destas, pensando-se no Exame de Ordem e, considera ndo que o artigo 396 -A do CPP fala expressamente em "alegar tudo o que interesse a sua defesa·. você deverá aventar qualquer outra tese de mérito que vier a beneficiar sua cliente.
Para tanto. deve-se analisar se o fato existiu; se a classificação do crime está correta; se existem provas de autoria e materialidade, dentre outras questões.
No caso hipotético apresentado, Josiane é acusada, em função de sua condição de funcionária pública da CEF. de ter praticado o crime de peculato. nos termos do artigo 312 do Código Penal.
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. (BRASIL, 1941)
Quadro Síntese
	Resposta à Acusação no Procedimento Comum
	Arts. 396 e 396-A do CPP.
	Defesa Preliminar
	Art. 514 do CPP
	Exceções
	Arts. 95 a 111 do CPP
	Nulidades
	Arts. 563 a 573 do
CPP.
	Hipóteses de Absolvição Sumária no Procedimento Comum
	Art. 397 do CPP.
	Hipóteses de Rejeição da Denúncia
	Art. 395 do CPP
	Crime de Peculato
	Art. 312 do CP
	Do Processo e do Julgamento dos Crimes de Responsabilidade dos Funcionários Públicos
	Arts. 513 a 518 do CPP.
Fonte: Elaborado pelo Autor com base no Código de Processo Penal (Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de
1941).
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qualificação das partes, fundamentação jurídica, pedidos e requerimentos, lógica e argumentação, além de ortografia e gramática. Vamos peticionar?

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