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Correntes Do Pensamento Didático Novas Mediaçoes - Livro Texto – Unidade III

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Unidade III
5 A MEDIAÇÃO SOCIAL DA PRÁTICA EDUCATIVA 
SUSTENTADA PELOS CONHECIMENTOS
5.1 Os conhecimentos prévios dos alunos como 
ponto de partida para a aprendizagem
Quando você estiver atuando como professor, sentirá que 
seus alunos possuem vários conhecimentos adquiridos antes 
de serem seus alunos e mesmo antes de serem alunos. “...e a 
concepção construtivista assume este fato como elemento 
central na explicação dos processos de aprendizagem e ensino 
na sala de aula.” (Miras, 1996)
Mesmo quando inicia sua escolaridade, os alunos constroem 
pessoalmente um significado ou o reconstroem do ponto de vista 
social com base no que conheceram previamente. Chamamos 
este momento de estado inicial do aluno, determinado por três 
elementos básicos. 
Em primeiro lugar, a apresentação de uma determinada 
disposição para realizar a aprendizagem (não é inexplicável 
ou imprevisível, mas advém de inúmeros fatores pessoais e 
interpessoais). Por exemplo: sua auto-imagem e auto-estima, 
experiências anteriores de aprendizagem, capacidade de assumir 
riscos e esforços, de pedir, de receber, suas representações sobre 
as tarefas que vão realizar, sobre o professor e os colegas, bem 
como seus interesses por essas tarefas.
Em segundo lugar, em qualquer situação de aprendizagem, 
os alunos dispõem de capacidades, instrumentos, estratégias 
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CORRENTES DO PENSAMENTO DIDÁTICO: NOVAS MEDIAÇÕES
e habilidades gerais para completar o processo. Possuem 
capacidades cognitivas (com mais ou menos níveis de 
inteligência, raciocínio e memória), motoras, de equilíbrio pessoal 
e de relação interpessoal. Dispõem, ainda, de um conjunto de 
instrumentos, estratégias e habilidades gerais que adquiriram 
em diferentes contextos durante seu desenvolvimento e, em 
especial, no contexto escolar. Por exemplo: a linguagem (oral 
e escrita), a representação gráfica e numérica, habilidade para 
sublinhar, anotar, resumir, pesquisar, organizar informação, ler 
com compreensão ou escrever reflexivamente.
E, como último elemento, podemos pensar que, nessa 
“radiografia” do estado inicial do aluno, é possível “ver” 
conhecimentos que estes já possuem quando diante da 
aprendizagem de um novo conteúdo. São os conhecimentos 
que chamamos de prévios, ou seja, há sempre uma maior ou 
menor aproximação com o conteúdo a ser aprendido, presente 
na “bagagem” - escolar ou não – do aluno. Pelo contrário: “Como 
se justifica a necessidade de considerar esses conhecimentos 
prévios como elemento fundamental do estado inicial do aluno? 
[...]... entendemos que a aprendizagem de um novo conteúdo 
é, em última instância, produto de uma atividade mental 
construtivista realizada pelo aluno, atividade mediante a qual 
constrói e incorpora à sua estrutura mental os significados e 
representações relativos ao novo conteúdo.” (Miras, 1996)
Mas, há sempre, para qualquer aluno, de qualquer série, 
conhecimentos prévios a respeito de um novo conteúdo? 
Segundo Miras (1996), de uma perspectiva externa ao aluno, 
esses conhecimentos prévios podem não ser verificados, mas 
da perspectiva do próprio aluno e da concepção construtivista 
sempre o são, pois se não, como seria possível que este aluno 
fizesse uma primeira leitura sobre o novo conhecimento? Há, 
porém, que se levar em consideração condições como: distância 
maior ou menor entre estes conhecimentos (os prévios e os 
novos), significatividade e apresentação adequada do conteúdo 
pelo professor.
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Você está tendo algumas informações 
sobre este nosso conteúdo, mas, antes, 
você já tinha conhecimentos a respeito do 
mesmo. Vamos “enfrentar” um desafio? 
Neste momento, tente estabelecer uma 
relação entre seus conhecimentos prévios 
de um lado e, de outro, os conhecimentos 
novos a respeito da mediação que o 
professor pode realizar com seus alunos 
entre o que eles já sabem e o que é novo 
para eles. No final desta discussão, retome 
esta relação pensando na sua própria 
aprendizagem.
Estamos falando, neste momento, dos esquemas de 
conhecimento que segundo Coll (1983), citado por Miras 
(1996) são definidos como “a representação que uma pessoa 
possui em um determinado momento de sua história sobre 
uma parcela da realidade.”
Os esquemas de conhecimento incluem as representações 
da realidade que cada aluno possui por informações sobre 
fatos e acontecimentos, experiências e casos pessoais, atitudes, 
normas, valores, conceitos, explicações, teorias e procedimentos 
relacionados com essa realidade. De onde provêm esses 
esquemas? Do meio familiar, de convivências diversas, de 
leituras, dos meios de comunicação, mas também da vivência 
escolar anterior.
Possuir esquemas de conhecimento não implica que estes 
sejam coerentes e estejam organizados da mesma forma em 
relação aos mesmos alunos. Os esquemas que estes possuem 
caracterizam-se não apenas pela quantidade de conhecimentos, 
mas também pelo nível de organização interna de cada um 
desses alunos e de como os manejam.
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A validade dos esquemas de conhecimento apresenta-se 
atrelada às atitudes, valores e normas de uma determinada 
cultura ou grupo social. Aqueles que são válidos para, por 
exemplo, o grupo familiar, podem não ser válidos para um grupo 
com critérios de avaliação científicos.
5.2 A exploração dos conhecimentos prévios 
no desenvolvimento do processo ensino-
aprendizagem
O interesse por parte da concepção construtivista pelos 
conhecimentos prévios não se dá apenas para estudo e análise 
das questões relativas ao processo ensino-aprendizagem 
(teoria), mas principalmente pela repercussão que estes têm 
nesse processo. O que isso quer dizer? Que o sucesso referente 
ao ensinar e ao aprender depende muito de se ensinar o que o 
aluno ainda não sabe ou a partir do que este já sabe.
Ao planejar seu curso ou sua aula, é importante que o 
professor se dedique a detectar os conhecimentos prévios de 
seus alunos. Cabe aqui destacar que esse conhecimento por 
parte de um professor no início de um processo educativo é 
uma tarefa bastante difícil, mas primordial, ao pensarmos na 
organização e no planejamento desse processo.
O primeiro critério nesta “busca” realizada pelo professor, 
dos conhecimentos prévios dos alunos, pauta-se na seleção 
de quais desses conhecimentos devem ser explorados, ou seja, 
quais questões são importantes para que se descubra quanto os 
alunos já sabem sobre determinado assunto.
Um segundo critério a ser considerado são os objetivos 
concretos do professor em relação aos conteúdos e ao tipo de 
aprendizagem pretendida. Se esses objetivos encontram-se na 
superficialidade ou na profundidade do conteúdo em questão.
“A consideração simultânea e relacionada de ambos os 
fatores, o conteúdo e nossos objetivos, deveria levar-nos a 
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fazer perguntas como: o que pretendo que os alunos aprendam 
concretamente sobre os conteúdos? Como pretendo que o 
aprendam? O que precisam saber para poder entrar em contato 
e atribuir um significado inicial a estes aspectos do conteúdo 
que pretendo que aprendam? Que coisas já podem saber que 
tenham alguma relação ou que possam chegar a relacionar-se 
com esses aspectos do conteúdo?” (Miras, 1996). Responder a 
essas perguntas ajuda-nos a ter “em mãos” os aspectos básicos 
que devem ser explorados e conhecidos quanto àquilo que 
nossos alunos já sabem.
Mas, e se detectamos que nossos alunos nada sabem? Ou 
que não possuem nenhuma noção a respeito do que é nossa 
proposta ensinar-lhes? É necessário refletir se NADA sabem ou 
se SABEM POUCO. Ainda assim, precisamos enfrentar o desafio 
de descobrirmos “de onde partir” para que o processo educativo 
ocorra EFETIVAMENTE. Se, por exemplo, nossos alunos não estão 
alfabetizados, é IMPOSSÍVEL planejar um ensino de determinada 
regra ortográfica. Então, diante deste exemplo, você poderá estar 
pensando: tenho primeiro que alfabetizá-los? E a resposta é SIM.
Da mesma maneira, é importante que detectemos como 
ocorreram as aprendizagens anteriores de nossos alunos. 
Superficialmente? Memorizadas? Há aqui outra tarefa para nós, 
professores, talvez ainda mais árdua: a de transformar a maneira 
como nosso aluno pode aprender. 
 
 
 
Mas, NÃO DESANIME! Essas ações não 
são impossíveis. Os referenciais teóricos 
e a nossa própria prática apontarão 
alternativas e, também desafios possíveis 
de serem vencidos por nós.
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A ação do professor depende de constantes atualizações 
reflexivas sobre o processo educativo. O que isso quer dizer? É 
fundamental que constantemente analisemos:
- a disponibilidade dos nossos alunos para a aprendizagem;
- a possibilidade da falta de sentido que atribuem à 
atividade;
- a escassa motivação deles;
- a forma como organizamos nosso ensino na relação direta 
com os alunos ou no contexto (de currículo, da falta de 
relação entre as áreas etc.).
Nossas observações acerca desses fatores permitem-nos saber 
se nossos alunos atualizam ou não os seus conhecimentos prévios 
e, na negativa, nossa ajuda é imprescindível. Como? Tendo sempre 
presentes os conhecimentos deles, necessários para a atribuição de 
sentido e significado ao novo conteúdo; orientando-os a utilizá-los 
nos momentos em que devem atualizá-los; explicando as relações 
entre seus conhecimentos prévios e os novos, no processo educativo. 
Em quais situações? Nas apresentações e introduções aos novos 
conteúdos, nas sínteses e nas recapitulações.
Vamos então discutir a exploração desses conhecimentos 
prévios de nossos alunos utilizando três questões:
1) O que explorar? A experiência da prática é importante 
para responder a esta questão, pois o que devemos explorar 
enquanto conhecimentos prévios de nossos alunos está atrelado 
aos objetivos (tão mais claros quanto maior nossa experiência) 
que temos para a aprendizagem de um novo conteúdo. Além 
disso, também nossa experiência nos fornece elementos que 
nos permitem, por exemplo, saber quais as dificuldades mais 
habituais de determinados conteúdos. Ainda, é preciso levar em 
consideração aspectos, além de uma lista de fatos, conceitos, 
procedimentos ou atitudes, mas necessariamente a relação ou 
relações estabelecidas entre esses elementos. 
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2) Quando? Sempre. É natural que, no início do processo 
educativo, exploremos os conhecimentos prévios de nossos 
alunos para que saibamos “de onde partir”, mas é necessário 
que isso ocorra constantemente. Porém, a principal questão 
é o que fazermos com isso. Se detectamos os conhecimentos 
prévios e as relações que nossos alunos estabelecem entre estes 
e os novos conteúdos, mas não replanejamos nossa prática, não 
reformulamos estratégias, não buscamos diferentes recursos, 
enfim, não refletimos sobre os resultados detectados por nós, de 
nada terá adiantado nosso “esforço”.
3) Como realizar a exploração? Há vários instrumentos, os mais 
padronizados ou fechados e os de caráter mais aberto ou flexível. 
A inter-relação professor/aluno, o nível de escolaridade e também 
os conteúdos indicarão os melhores instrumentos. Por exemplo, 
instrumentos mais fechados (questionários, mapas etc.) são úteis 
para a exploração de conteúdos conceituais; já a exploração 
dos conteúdos procedimentais exige observações constantes 
durante a realização de atividades, e parece mais adequado que 
se explorem conteúdos atitudinais, utilizando instrumentos mais 
abertos como observação e diálogos entre professor e alunos.
Obviamente o início e desenvolvimento do processo educativo 
não incluem apenas a exploração dos conhecimentos prévios de 
nossos alunos. Outras questões estão em jogo como a disposição 
deles para a aprendizagem, seus recursos e capacidades gerais. 
Mas é importante que possamos contar com uma contribuição 
que nos dê referências do ponto de partida para a organização 
da nossa atuação em sala de aula. 
Convém agora retomarmos aquele 
conceito que VOCÊ escreveu (sugerido 
na página 26) como sendo SEU 
conhecimento prévio sobre este nosso 
conteúdo trabalhado. Compare-o com o 
que você aprendeu, estabelecendo uma 
relação entre sua concepção ANTES e 
DEPOIS do processo.
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6 COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO 
PROFESSOR
6.1 A organização e a direção de situações de 
aprendizagem
O professor tradicional sempre foi, e em alguns casos ainda é, o 
detentor de conhecimentos; dele emergem os saberes. Transmitir 
seus conhecimentos, “dar lições”, corrigi-las e instruir alunos 
foram, ou são, competências desse modelo de profissional.
O destaque, porém, nesta unidade, será para competências 
novas num novo conceito de professor. O conceito de conceptor 
e dirigente de situações de aprendizagem. Para tal, é preciso 
MUDAR a partir do entendimento do processo educativo atual e 
com coragem para trabalhar muito e de forma diferente. 
Há várias dificuldades presentes nesse processo e em seus 
diferentes níveis. Por exemplo, a interação que um professor tem 
com seus alunos nas séries iniciais de escolaridade é bastante diversa 
da que tem com alunos adolescentes ou adultos. Pela diferente 
quantidade de aprendizes por classes, pela forma como se organizam 
os currículos, pela distribuição de tempo e de espaço etc.
A nossa intenção, aqui, é destacar um ensino-aprendizagem 
mais centrado nos alunos (com suas representações, suas 
atividades, as situações concretas nas quais são mergulhados 
e seus efeitos didáticos) do que no professor, que acredita estar 
fazendo sua parte, ensinando pela opção de transmitir seus 
conhecimentos. Trata-se sim de um professor com VONTADE de 
CONCEBERSITUAÇÕES DIDÁTICAS ÓTIMAS. Situações amplas, 
abertas, carregadas de sentido e de regulação com pesquisas, 
identificação e resolução de problemas.
Para a concepção, organização e animação de situações de 
aprendizagem, o professor competente precisa:
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6.1.1 Conhecer, para determinada disciplina, os conteúdos 
a serem ensinados e sua tradução em objetivos de 
aprendizagem
O eixo, aqui, está na tradução dos conteúdos em objetivos 
de aprendizagem. É mais para que se pretende determinada 
aprendizagem de um conteúdo do que o conteúdo propriamente 
dito.
Não sejamos ingênuos em pensar que basta, então, listar 
objetivos. O ensino obviamente persegue objetivos, mas não 
mecânica e obsessivamente. Eles intervêm no planejamento 
didático, na análise das situações e das atividades para delimitar 
ou ampliar o que realmente foi desenvolvido e na avaliação para 
o controle dos conhecimentos que os alunos adquiriram.
A tradução dos programas em objetivos de aprendizagem 
tem sua importância na transposição destes para as situações 
e atividades de aprendizagem. Para que trabalharei um e não 
outro conteúdo e, portanto, para que utilizarei esta situação 
ou atividade e não outra? Isso valoriza e destaca o que é para 
ser valorizado e destacado no processo ensino-aprendizagem: a 
ação propriamente dita. 
Mas, as ações educativas são dinâmicas e envolvem mais 
de um objetivo e mais de uma disciplina pela multiplicidade e 
complexidade das situações. A competência do professor está 
em organizar e dirigir essas situações. É necessário, então, que 
ele conheça os conteúdos que as envolvam, mas não apenas 
para torná-los inteligíveis aos seus alunos. 
“A competência requerida, hoje em dia, é o domínio 
dos conteúdos com suficiente fluência e distância 
para construí-los em situações abertas e tarefas 
complexas, aproveitando ocasiões, partindo dos 
interesses dos alunos, explorando acontecimentos, 
em suma, favorecendo a apropriação ativa e a 
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transferência dos saberes, sem passar necessariamente 
por sua exposição metódica, na ordem prescrita por 
um sumário.” (Perrenoud, 2000).
O gráfico da página seguinte pode ilustrar melhor esta 
competência do professor.
Objetivos
Ações
Conteúdos Situações
6.1.2 Trabalhar a partir das representações dos alunos
Já discutimos bastante esta questão, mas é importante que a 
retomemos, aqui, num sentido de competência para ensinar.
É preciso que o professor se coloque no lugar do aluno, para 
conseguir ajudá-lo a fundamentar-se nas suas representações 
prévias. Em seguida, encorajá-lo a encontrar um ponto de 
entrada em seu sistema cognitivo. Enfim, conseguir uma 
maneira de desestabilizá-lo apenas o suficiente para, novamente, 
restabelecer o equilíbrio, incorporando novos elementos às 
representações existentes, reorganizando-as se necessário.
6.1.3 Trabalhar a partir dos erros e dos obstáculos à 
aprendizagem
Você consegue imaginar um trabalho 
assim? Pense um pouco: o que você já 
aprendeu até este momento na sua vida a 
partir de erros e obstáculos? Certamente 
sua resposta terá vários itens.
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Aprender não é memorizar, mas reestruturar o sistema de 
compreensão de mundo. Isso requer um importante trabalho 
cognitivo para restabelecer-se um equilíbrio rompido.
A partir de um problema diante da aprendizagem de um 
determinado conteúdo, o aluno como que “procura”, dentre os 
conhecimentos construídos, alternativas para resolvê-lo, mas 
nem sempre as tem ou as tem com conceitos e procedimentos 
errôneos do ponto de vista científico. 
Aproveitar esses erros requer uma competência do professor 
para “caminhar” junto com seus alunos nas suas buscas de 
soluções. Ensinar dessa forma é bastante diferente de “dar” uma 
fórmula pronta para que se resolva um problema. Por exemplo, 
para resolver a situação de ter saído de casa com certa quantia de 
dinheiro, ter gasto 70 reais, primeiramente, e depois 40, e querer 
saber quanto era a quantia quando saiu de casa, o aluno que 
“recebeu”, como fórmula para resolver problemas de subtração, 
“dicas” de palavras como “gastar”, tentará resolver este problema 
subtraindo 40 de 70. Mas a solução não é coerente, pois 30 
como resultado é um valor inferior a cada uma das quantias 
gastas. Desse “erro”, pode-se solucionar o problema pela soma 
dos gastos.
“Deparar-se com o obstáculo é, em um primeiro 
momento, enfrentar o vazio, a ausência de 
qualquer solução, até mesmo de qualquer 
pista ou método, sendo levado à impressão de 
que jamais se conseguirá alcançar soluções. Se 
ocorre a devolução do problema, ou seja, se os 
alunos apropriam-se dele, sua mente põe-se 
em movimento, constrói hipóteses, procede a 
explorações, propõe tentativas “para ver”. Em um 
trabalho coletivo, inicia-se a discussão, o choque 
das representações obriga cada um a precisar seu 
pensamento e a levar em conta o dos outros.” 
(Perrenoud, 2000).
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6.1.4 Construir e planejar dispositivos e seqüências 
didáticas
A construção do conhecimento é uma trajetória coletiva. O 
professor orienta, criando situações e dando auxílio, sem ser o 
guia que transmite o saber e nem o guia que propõe a solução 
para o problema. É importante o professor conceber situações 
que estimulem o conflito cognitivo entre os alunos ou na mente 
de cada um, ou seja, entre o que o aluno antecipa e o que 
observa. 
Segundo Piaget (1974), citado por Perrenoud (2000): 
“Dispositivos e seqüências didáticas buscam, para fazer com que 
se aprenda, mobilizar os alunos, seja pra compreenderem, seja 
para terem êxito, se possível os dois.”
É competência do professor utilizar um amplo repertório 
de dispositivos que leve os alunos a construir, efetivamente 
conhecimentos, refazendo caminhos que levaram às grandes 
descobertas da humanidade. É preciso planejar, mas também 
criar possibilidades para replanejamentos e reordenança de 
movimentos na solução de problemas.
6.1.5 Envolver os alunos em atividades de pesquisa, em 
projetos de conhecimento
O envolvimento e o compromisso do professor com o saber 
são suas “armas” mais eficazes nesta competência com seus 
alunos. Trata-se de conseguir desses parceiros que compactuem 
com o conhecimento compreensivo. 
Mas não há fórmulas ou listas de estratégias ou recursos 
que “façam brilhar os olhos dos alunos” diante de um novo 
conhecimento. Há conteúdos que por sua utilidade ou 
funcionalidade encantam aprendizes, por si sós, como, por 
exemplo, a leitura. Mas nem todo novo conhecimento possui 
essa característica.
Assim, o professor é o modelo pela sua relação com o saber e 
com a pesquisa. A demonstração verdadeira de que ele, professor, 
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caminha junto com seus alunos entendendo-os, fazendo as 
reflexões cabíveis, lançando questões, pesquisando, conhecendo 
seus “caminhos cognitivos”, é a mais forte e sincera ação para 
envolver alunos no processo educativo.
O professor tem que tornar acessível e desejável sua 
própria relação com o saber e a pesquisa, encarnando um 
modelo plausível de aprendiz. A dinâmica de uma pesquisa é 
simultaneamente intelectual, emocional e relacional.
O papel do professor é relacionar os momentos fortes, 
assegurar a memória coletiva ou confiá-la a certos alunos, fazer 
buscar materiais requeridos ou encorajá-los a confeccionar o 
que for necessário para os experimentos. O professor precisa ser 
capaz de estabelecer uma cumplicidade e uma solidariedade 
verossímeis na busca do conhecimento.
Nem todo conhecimento, como já foi dito, suscita uma 
utilidade. Fazer “funcionar” um aparelho de DVD, por exemplo, 
não demanda conhecer toda a tecnologia que envolve este 
funcionamento. Portanto, nem todo conhecimento é justificável 
por si só e, por isso, muitas vezes, é necessário que se crie com 
os alunos uma paixão “desinteressada” pelo saber.
“Como tornar o conhecimento apaixonante por 
si mesmo? Essa não é somente uma questão de 
competência, mas de identidade e de projeto 
pessoal do professor. Infelizmente, nem todos 
os professores apaixonados dão-se o direito de 
partilhar sua paixão, nem todos os professores 
curiosos conseguem tornar seu amor pelo 
conhecimento inteligível e contagioso. A 
competência aqui visada passa pela arte de 
comunicar-se, seduzir, encorajar, mobilizar, 
envolvendo-se como pessoa.” (Perrenoud, 2000).
As competências abordadas trazem à tona, principalmente a 
última, a questão do sentido e da subjetividade não só do aluno, 
mas também do professor, assim como as relações constituídas 
entre ambos.
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Pense e responda recorrendo à sua 
memória: você já conviveu com algum 
professor que o fizesse apaixonar-se 
pelo conhecimento? Discuta a respeito 
com seus colegas e tente extrair desses 
“modelos” as suas competências 
profissionais.
6.2 A administração e a progressão das 
aprendizagens
Geralmente, a escola é organizada com programas voltados 
para cada série, ano ou ciclo. Neste tipo de organização, os 
objetivos que os alunos devem alcançar, bem como os métodos 
e meios para tais objetivos, estão atrelados ao cumprimento de 
um período de tempo. Não há, nesse caso, exigência de muita 
competência por parte do professor, que organiza seu trabalho 
com determinados conteúdos a serem conhecidos por seus 
alunos em certo período de tempo. Basta que ele os divida em 
meses ou semanas e busque estratégias e recursos didáticos que 
“caibam” nessa divisão, digamos, organizacional.
Parece, assim, que estamos nos referindo a um trabalho com 
objetos ou coisas, um trabalho pautado na sua funcionalidade, 
ou seja, basta que todos façam a sua parte para que o produto 
final possa ser obtido com sucesso. No caso da escola, professores 
parecem ensinar, alunos parecem aprender, diretores parecem 
administrar etc, tudo durante o período de tempo estabelecido. 
Os problemas surgidos devem ajustar-se ao cumprimento do 
programa pré-elaborado. Como? Por exemplo, o aluno que 
não aprendeu determinado conteúdo durante determinada 
semana, deverá “estudar” mais, fazer “trabalho extra”, ter aulas 
particulares. Já o aluno que aprendeu, satisfatoriamente, o 
mesmo conteúdo, no primeiro dia da semana, ajustar-se-á, 
“esperando” pelo próximo novo conteúdo ou buscando outros 
afazeres, inclusive indisciplinando-se.
Ora, estamos falando de ambiente escolar, que só existe porque 
nele existem sujeitos autônomos e diversos. Suas progressões de 
aprendizagens já se delineiam em ciclos plurianuais em várias 
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escolas e se encaminham rumo à individualização dos percursos 
de formação e à pedagogia diferenciada.
Nesse contexto, as decisões de progressão passam a ser 
assumidas mais pelo professor quanto menos estiver sendo 
decididas pela escola. Então, novas competências mais específicas 
precisam ser mobilizadas:
6.2.1 Conceber e administrar situações-problema 
ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos
Primeiramente vamos pensar numa situação-problema e em 
suas características: 
• girar em torno da resolução de um obstáculo;
• permitir formulações por parte dos alunos; 
• ser um enigma a ser resolvido;
• possibilitar aos alunos apropriarem-se de instrumentos 
intelectuais; 
• oportunizar questionamentos e elaboração de novas idéias 
pelos alunos; 
• operar em uma zona próxima, propícia ao desafio intelectual 
(nem muito fácil e nem impossível de ser resolvida);
• oportunizar aos alunos assumir riscos quando antecipam 
os resultados (suas hipóteses); 
• funcionar como um debate científico dentro da classe 
(conflitos sociocognitivos potenciais); 
• possibilitar a sua validação através do próprio modo de 
como se estrutura; 
• auxiliar os alunos nos retornos reflexivos durante todo o 
processo.
A competência do professor, para a prática de uma pedagogia 
das situações-problema, está na administração das progressões 
das aprendizagens através da otimização da gestão do tempo e do 
trabalho com os alunos na zona de desenvolvimento proximal. 
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Uma pergunta que naturalmente 
lhe surgiu: preparamos uma situação-
problema diferente para cada aluno, já 
que estamos buscando a individualização 
das progressões de aprendizagem?
Se você respondeu NÃO, você acertou. Uma mesma situação-
problema poderá ser solucionada de diferentes maneiras 
por diferentes alunos ou grupos e, ainda, suscitar diferentes 
aprendizagens.
6.2.2 Adquirir uma visão longitudinal dos objetivos do 
ensino
Focalizar o ensino no aluno e na progressão das suas 
aprendizagens requer do professor a competência para uma 
visão longitudinal dos objetivos do ensino. Não basta mais 
possuir objetivos que se encerrem num período letivo ou 
enquanto se está convivendo com o aluno. É preciso enxergar 
este aprendiz muito à frente, vivenciando novos conhecimentos 
e aprofundando os anteriores, além também de conhecer suas 
conquistas até então.
É claro que isso requer, também, concepções diferenciadas 
por parte dos elementos presentes (às vezes determinantes) no 
contexto escolar, como, por exemplo, a organização anual ou 
plurianual ou o incentivo ou não para reflexões conjuntas entre 
professores de uma mesma escola. 
Ensinar os alunos a ler, por exemplo, deveria ser objetivo 
de todos os professores de crianças ou adolescentes. Em 
momentos diferentes da escolaridade ou em desenvolvimento 
de diferentes disciplinas há variadas leituras para variados 
tipos de textos. 
Pode haver resistências a uma visão longitudinal dos 
objetivos de ensino,por parte dos professores que têm o SEU 
arsenal de trabalho construído durante anos para um mesmo 
nível de escolaridade.
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6.2.3 Estabelecer laços com as teorias subjacentes às 
atividades de aprendizagem
É necessário, além da competência, ter energia e coragem 
para se questionar “porque se faz o que faz”. 
O professor deve dominar a teoria 
da aprendizagem das atividades 
trabalhadas, tendo competência para 
escolhê-la conscientemente por seu valor 
tático e estratégico na progressão das 
aprendizagens e não por hábito ou por 
“falta de algo melhor”. Trata-se de criar/
inventar atividades e seqüências didáticas 
a partir dos objetivos visados.
 
6.2.4 Observar e avaliar os alunos em situações de 
aprendizagem, de acordo com uma abordagem formativa
Para gerir a progressão dos alunos, é necessário que se façam 
balanços periódicos de suas aquisições. A observação contínua 
tem uma intenção formativa e em uma perspectiva pragmática 
considera-se tudo o que o aluno tem de melhor: 
• suas aquisições;
• sua maneira de aprender e de raciocinar;
• sua relação com o saber;
• suas angústias;
• seus eventuais bloqueios diante de certo tipo de tarefa;
• o que faz sentido para ele e o mobiliza;
• seus interesses;
• seus projetos;
• sua auto-imagem como sujeito mais ou menos capaz de 
aprender;
• seu ambiente escolar e familiar. 
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Mas, principalmente, o professor precisa saber o que fazer 
com o que se detectou como aquisições ou não de aprendizagens. 
“...em suma, não mais separar avaliação e ensino, considerar 
cada situação de aprendizagem como fonte de informações ou 
de hipóteses preciosas, para delimitar melhor os conhecimentos 
e a atuação dos alunos.” (Perrenoud, 2000).
6.2.5 Fazer balanços periódicos de competências e tomar 
decisões de progressão
Uma série de decisões ou orientações são tomadas no final 
de cada ano letivo ou de cada ciclo em qualquer formação 
escolar. Essas decisões são tomadas a partir de um balanço das 
aquisições e, ao mesmo tempo, de um prognóstico e de uma 
estratégia de formação que considere recursos e dispositivos 
disponíveis. Nesse caso, nos encontramos no coração do ofício 
do professor.
Não é tarefa fácil a decisão entre um aluno refazer uma 
série de escolaridade ou um ano de determinado ciclo. Decidir 
este “dilema” vai além de preparar e aplicar provas ou optar 
entre a repetência do aluno, porque não aprendeu conteúdos 
importantes para a seqüência de sua progressão, ou a não- 
-interrupção na trajetória de sua escolaridade. Em ambos os 
casos, a decisão é complicada, porque o aluno pode carregar 
lacunas nas suas aprendizagens ou tornar-se desmotivado por 
refazer parte dessa trajetória. 
6.2.6 Rumo a ciclos de aprendizagem
Evidentemente que a progressão na perspectiva de ciclos 
requer novos saber/fazer, baseados em novas representações 
da aprendizagem, da diferenciação dos ciclos e da própria 
progressão. Assim, os ciclos, segundo Perrenoud (2000), 
só evoluirão se os professores conseguirem inventar 
dispositivos de acompanhamento das progressões durante 
anos seguidos. 
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