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Semana 11 - Responsabilidade Civil Extracontratual

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DA RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL
A Responsabilidade Civil extracontratual, também chamada de aquiliana – Aquilius era um pretor Romano, o primeiro a identificar a responsabilidade civil –, o agente não tem vínculo contratual com a vítima, ou seja, não deriva de uma clausula contratual, mas de um vínculo legal, uma vez que o agente, por ação ou omissão, causar um dano tendo nexo de causalidade, causará a vítima um dano.
Responsabilidade Civil Extracontratual não deriva da autonomia da vontade das partes, mas dos dispositivos legais.
Para se perdurar responsabilidade civil do agente são necessários três elementos básicos: fato, dano e o nexo causal.
A RESPONSABILIDADE NÃO TEM CARACTER DE PUNIBILIDADE AO SUJEITO, MAS DE INDENIZAR OS DANOS SOFRIDOS PELA VITIMA.
Trata-se de um dispositivo de reparação de danos, não de punibilidade do sujeito.
Dos Elementos da Responsabilidade Civil Extracontratual
Fato
O fato é configurado por uma conduta comissiva ou omissiva, pois não se pode escolher alguém aleatoriamente para arcar obrigatoriamente com a responsabilidade civil. Em um primeiro momento não importa se o ato é lícito, ilícito, culposo ou doloso, pois se não houver o fato não pode, por óbvio, qualificar a conduta.
O fato pode ser comissão ou omissão.
Dano
Verificada a ocorrência do fato, deverá ser configurado o dano sofrido por um sujeito, chamado de vítima. 
O dano refere-se a um prejuízo sofrido pela vítima, podendo ser patrimonial ou extrapatrimonial. 
Dano Patrimonial – o dano que incide sobre o patrimônio da vitima. Há duas espécies de dano patrimonial:
Emergentes: caracterizado pela diminuição/subtração/decréscimo do patrimônio do sujeito.
VJ: bateram no carro de João; os danos que João deverá reparar em seu carro, assim como os potenciais medicamentos, médicos, psicólogos que deverá pagar devido aos tratamentos, são considerados emergentes, pois configuram uma diminuição em seu patrimônio.
Trata-se da subtração mediata e imediata do patrimônio do sujeito.
Lucro cessantes: diferente dos emergente, esses não derivam diretamente ou instantaneamente da conduta. São os lucros em que o sujeito deixa de adquirir em decorrência do dano sofrido. 
VJ: um taxista que tem seu carro abalroado e em decorrência dos reparos deve deixar seu carro na oficina durante um mês, não podendo trabalhar; o professor que deixa de ministrar aulas em decorrência de um dano sofrido em sua mão, devido a um acidente.
A vítima deixa de auferir por conta do dano patrimonial causado a ela.
Dano Extrapatrimonial – também conhecido por dano moral, não se referem aos danos materiais, mas aos danos subjetivos do sujeito, ou seja, de seu íntimo/interior.
O dano patrimonial é de difícil mensuração, pois trata-se de algo subjetivo, variando em cada caso e em cada sujeito. 
Ex.: Não se pode mensurar quanto vale a honra de um soldado militar ou a imagem de uma modelo.
Dano in re ipsa - há casos em que não é necessário provar o dano moral, como em casos de o nome do sujeito ser incluído no banco de dados do SERASA, causando ulteriormente a negação do provimento de crédito.
É considerado o dano moral puro, caracterizado por ser independente de comprovação de quem o alegar.
O dano in re ipsa é o dano moral puro, ou seja, aquele que independe de comprovação da parte que o alega.
Excepcionalmente é um dano moral presumido, pois independe da comprovação do grande abalo psicológico sofrido pela vítima.
OBSERVAÇÃO: Dano em Ricochete
Ricochetear é a situação de bater em algo e atingir a outrem. O dano ricochete atinge um sujeito, mas se estende a outros, geralmente familiares.
São terceiros não relacionados ao dano que sofrem por reflexo.
Ex.: os filhos, pais, familiares que sofram danos morais em decorrência de um dano moral anterior a alguém de sua afinidade. 
Todo e qualquer dano deve ser provado, seguindo a regra do CPC, isto é, quem alega deve provar.
Nexo de Causalidade
Caracteriza-se pela relação entre o dano sofrido e o fato, ou seja, o dano deve ser ao menos relacionado ao fato.
Antes de um sujeito indenizar outro, deve-se concluir que o fato praticado por aquele tenha relação com o dano sofrido por este.
Trata-se de um elo/ligação de causa e efeito.
Se não houver nexo de causalidade entre o dano sofrido pelo agente e o fato de outrem, não haverá responsabilidade.
Exceto o dano moral in re ipsa.
Da Responsabilidade Civil Subjetiva
A responsabilidade civil subjetiva, além de precisar dos três elementos fundamentais da responsabilidade civil, precisa da análise da culpa lato sensu do sujeito.
OBSERVAÇÃO: Culpa lato sensu é a culpa stricto sensu (imprudência, negligencia ou imperícia) somada ao dolo (vontade de alcançar o resulta ou assunção do resultado lesivo).
Logo, para configurar o dever de indenização do sujeito deve ser analisado a culpa de sua conduta, além dos elementos fundamentais.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Refere-se ao ato ilícito, porém não expressa o dever de indenizar, ou seja, reparar o dano.
Ação ou omissão caracterizado pelo elemento volitivo, negligência ou imprudência.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Expressa o dever de reparar o dano causado que cita no art. 186, CC.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Configura o abuso de direito como ato ilícito, devendo, quando configurado, indenizar a parte vitimada conforme art. 927, CC. 
Impõe limites sociais ou econômicos, de acordo com a boa-fé ou os costumes ao exercício do direito.
Da Responsabilidade Civil Objetiva
O instituto referido tem como referência a proposição de uma responsabilidade independente de culpa, ou seja, dever de indenizar independente da análise da culpa.
Visa assegurar a ampla reparação da vítima, mesmo em hipóteses de danos que provenham de casos fortuitos ou força maior. Assim, para que a vítima seja reparada basta que ela demonstre o dano e o nexo causal entre o ato praticado pelo agente e o dano. 
Em suma, o sujeito terá responsabilidade de reparar os danos causados independente da análise de culpabilidade.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
O parágrafo único alude a responsabilidade de reparação de dano independente de culpa quando a atividade desenvolvida pelo autor for atividade de risco ou nos casos de responsabilidade objetiva do art. 932, CC.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.
Configura a responsabilidade civil objetiva dos casos expressos no art. 932, CC.
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior.
O Código Civil considerao animal como coisa do sujeito, logo este será responsável independente de culpa. A excludente refere-se aos casos fortuitos ou força maior ou se a própria vítima for culpada pelo ato do animal. Porém, caberá ao dono do animal provar as excludentes.
Como se sabe, o sistema de responsabilidade civil no CDC foi estabelecido tendo por base a teoria do risco da atividade: o empresário tem a liberdade de explorar o mercado de consumo e nessa empreitada, na qual almeja o sucesso, assume o risco do fracasso. Ou em outras palavras, ele se estabelece visando ao lucro, mas corre o risco natural de obter prejuízo. É algo inerente ao processo de exploração. 
Caberá ao consumidor provar o fato, dano e o nexo causal, independente da comprovação de ação ou omissão voluntaria, imprudência ou negligencia do fornecedor que levou o consumidor à lesão.

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