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Falência e recuperação de Empresa_Unid I



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Falência e Recuperação
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Falência e recuperação de empresa
Unidade I
Módulo 1 – Teoria Geral do direiTo FaliMenTar
1. Conceito de falência
A falência é uma execução concursal dos bens do devedor empresário, pela qual concorrem todos os 
credores para o fim de arrecadar o patrimônio disponível, verificar os créditos, liquidar o ativo e solver 
o passivo, em rateio, observadas as preferências legais.
2. Formação histórica do processo falimentar
O instituto da falência e o processo de execução têm origem remota, cujos princípios surgiram no 
Direito Romano. O instituto era, no Direito Romano, um castigo para quem faltasse com suas obrigações. 
Assim, tinha um caráter punitivo e extremamente pessoal, já que o devedor, ao assumir uma dívida, 
comprometia sua própria vida, caso não a pagasse na data combinada.
A pessoa do devedor era a única garantia do credor e, caso o compromisso não fosse honrado, era a 
pessoa do devedor que respondia com a própria vida pelo ato, e não o seu patrimônio.
O texto no 6 da Lei III da Lei das XII Tábuas previa que, em caso de pluralidade de credores, o corpo 
do devedor poderia ser retalhado para entrega das partes aos credores.
Em decorrência da rigidez das leis de execução, no Império Romano, tornou-se comum, a elaboração 
de um contrato denominado nexus. Por intermédio deste contrato, o devedor que não pudesse saldar 
suas dívidas, antes de ser iniciada a execução, comprometia-se a prestar serviços ao credor para pagar 
a dívida. Tal sistema ocasionou abusos e distorções.
Desta forma, chegou-se ao consenso de que não a pessoa do devedor, mas sim os seus bens é que 
deveriam responder por suas dívidas. Assim, no ano de 428 a.C. foi criada a Lex Poetellia que determinou 
a proibição do encarceramento, a venda como escravo e a morte do devedor.
Apesar dos progressos, foi no direito estatutário italiano, nas cidades do norte da Itália (Gênova, Veneza, 
Florença e Milão), que surgiu o instituto da falência da maneira que mais se assemelha às normas atuais.
3. legislação aplicável
A Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, diz que a falência é um processo judicial de execução 
concursal do patrimônio do devedor empresário, que, normalmente, é uma pessoa jurídica sob a forma 
de sociedade por quotas de responsabilidade limitada ou anônima.
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Para os considerados não empresários sem recursos para cumprir com suas obrigações, há um processo 
distinto da execução concursal, que é a insolvência civil disciplinada nos artigos 748 e seguintes do CPC.
Entre as diferenças que separam esses dois regimes, duas merecem ser destacadas. A recuperação 
judicial ou extrajudicial somente é admitida para o empresário e existe tratamento diferente entre os 
dois regimes de execução concursal referente à extinção das obrigações.
A recuperação judicial ou extrajudicial são medidas que possibilitam ao devedor empresário se 
reorganizar para cumprir, em parte pelo menos, as suas obrigações. Na recuperação judicial ou na 
homologação judicial da recuperação extrajudicial, todos os credores se submetem ao plano aprovado 
pela maioria, podendo ocorrer a remissão parcial de dívidas ou a prorrogação dos prazos de pagamento.
O devedor que não explora empresarialmente nenhuma atividade econômica não goza de favor 
legal semelhante, já que a suspensão da execução concursal de seu patrimônio está condicionada à 
anuência de todos os credores (artigo 783 do CPC).
No que tange à extinção das obrigações, o devedor empresário, em regime de execução concursal, tem 
as suas obrigações extintas se ocorrer o rateio de mais de 50% dos créditos devidos aos quirografários, 
após a realização de todo o ativo (artigo 158, II, da LF).
Na falência, após a satisfação integral do devido aos credores com preferência (trabalhista, credor 
com garantia real etc.), se os recursos restantes forem suficientes para pagar mais da metade dos créditos 
quirografários, o que não for pago será considerado extinto.
Por sua vez, as obrigações do devedor civil em regime de execução concursal, somente se extinguem 
com o pagamento integral do valor devido (artigo 774 do CPC).
Logo, se a sociedade empresária entra em falência com patrimônio suficiente para atender à 
condição do artigo 158, II, da LF, poderá obter a declaração de extinção das obrigações. Se, por ventura, 
reconstituir o seu patrimônio, os credores existentes ao tempo da falência não poderão comprometê-lo, 
ao passo que o devedor civil, na mesma situação, poderia ter o seu patrimônio reconstituído executado 
até o integral pagamento do passivo (salvo se decorrido o prazo de 5 anos do encerramento do processo 
de insolvência, quando as obrigações se extinguem por decadência, artigo 778 do CPC).
4. disposições gerais
4.1. Pessoas submetidas e não submetidas à nova Lei
Pelo sistema falimentar adotado, a concessão da falência e da recuperação da empresa é limitada 
apenas aos devedores exercentes de atividade econômica de forma empresarial, ou seja, os empresários.
Segundo a lei, empresário é o exercente de atividade econômica organizada para a produção ou 
circulação de bens ou serviços (artigo 966 do Código Civil).
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Falência e recuperação de empresa
Embora como regra todo sujeito considerado empresário, tanto pessoa jurídica quanto física, possa 
ser executado no regime de execução concursal falimentar, o ideal é que se faça referência exclusiva à 
sociedade empresária.
A sociedade anônima sempre estará sujeita à falência, uma vez que este tipo societário é sempre 
considerado mercantil independente de seu objeto (artigo 2o, § 1o, da LSA).
Ao contrário da sociedade por quotas de responsabilidade limitada, que pode ser sociedade simples 
e, assim, não sujeita à falência.
Quando a sociedade limitada exerce atividade civil, por exemplo, uma sociedade de dentistas, de 
advogados ou outros profissionais liberais estará sujeita à insolvência civil.
Existem alguns empresários que a lei excluiu totalmente do regime jurídico-falimentar: a) são às 
empresas públicas e as sociedades de economia mista (artigo 2o, I, da LF). Os credores dessas sociedades 
poderão cobrar da pessoa jurídica de direito público controladora (União, Estados, Distrito Federal ou 
Município); b) as câmaras ou prestadoras de serviços de compensação e de liquidação financeira. Esses 
sujeitos de direito terão suas obrigações ultimadas e liquidadas de acordo com os seus regulamentos, 
aprovados pelo Banco Central (artigo 194 da LF).
Para outras sociedades, a lei exclui parcialmente: (i) as companhias de seguro (artigo 26 do Decreto-lei 
no 73/66), que estão sujeitas ao procedimento de execução concursal denominado liquidação extrajudicial, 
promovida pela Susep – Superintendência de Seguros Privados. Contudo, quando a liquidação extrajudicial 
se frustra porque o ativo da companhia não é suficiente para o pagamento de pelo menos metade do 
passivo quirografário, o liquidantenomeado pelo pela Susep poderá requerer a falência. Frise-se que 
as sociedades seguradoras não podem falir em nenhuma circunstância a pedido de credor. Em idêntica 
situação se encontram as entidades abertas de previdência complementar (Lei Complementar no 109/01, 
artigo 73); (ii) as operadoras de planos privados de saúde estão sujeitas à falência quando, no curso da 
liquidação extrajudicial decretada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), se verifica que o 
ativo não é suficiente para pagar pelo menos metade do passivo quirografário, as despesas administrativas e 
operacionais inerentes ao regular processamento da liquidação extrajudicial ou se houver fundados indícios 
de crime falimentar (artigo 23 da Lei no 9.656/98 e Medida Provisória 2.177-44/01); e (iii) as instituições 
financeiras, às quais estão submetidas ao processo de liquidação extrajudicial previsto na Lei no 6.024/74. A 
exclusão destas sociedades, no entanto, é parcial, quando se encontram no exercício regular da atividade 
financeira, sujeitando-se, assim, à decretação da falência. Convém mencionar, se o Banco Central decreta 
a intervenção ou liquidação extrajudicial da instituição, esta não poderá mais falir a pedido de credor, 
devendo ser feito o pedido de falência pelo próprio interventor ou liquidante, devidamente autorizados pelo 
Bacen. Do mesmo modo, as sociedades empresárias arrendadoras dedicadas à exploração de leasing.
4.2. Foro competente
A competência para a apreciação dos processos de falência, de recuperação judicial e 
homologação de recuperação extrajudicial é o local onde se encontra o principal estabelecimento 
do devedor (artigo 3o da LF).
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Por principal estabelecimento entende-se aquele em que a devedora concentra o maior volume 
de seus negócios (é o mais importante no ponto de vista econômico). Eventualmente, não coincide 
com a sede estatutária ou contratual da sociedade devedora, mencionada no ato constitutivo, nem o 
estabelecimento maior física ou administrativamente.
Nas comarcas em que houver mais de um juízo com competência para pedido de falência ou 
recuperação de empresa, a distribuição do primeiro pedido de falência ou de recuperação judicial previne 
a competência para a apreciação dos pedidos seguintes.
Na Comarca de São Paulo, os foros regionais não têm competência para a falência, mas as Varas 
Cíveis do foro central são todas competentes. Por exemplo, a distribuição do primeiro pedido de falência 
contra determinada sociedade, para a 28ª Vara Cível, torna-a competente, por prevenção, para todos os 
pedidos de falência posteriormente requeridos contra essa mesma sociedade.
4.3. Universalidade do juízo falimentar
O juízo da falência é universal. Todas as ações referentes a bens, interesses e negócios da massa 
falida serão processadas e julgadas pelo juízo perante o qual tramita o processo de falência. Exemplo: 
acidente de trânsito envolvendo veículo de propriedade da sociedade falida, a ação de indenização a ser 
promovida pelo proprietário do outro veículo correrá perante o juízo universal da falência.
Exceções ao princípio da universalidade do juízo falimentar: (i) as ações em que a massa falida for 
autora ou litisconsorte ativa; (ii) ações que demandam quantia ilíquida, independentemente da situação 
da massa falida na relação processual; (iii) as reclamações trabalhistas, para as quais é competente a 
Justiça do Trabalho; (iv) As execuções tributárias não estão sujeitas a concurso de credores ou habilitação 
em falência (artigo 187 do CTN); (v) as ações de conhecimento de que é parte ou interessada a União, 
entidade autárquica ou empresa pública federal, hipótese em que a competência é da Justiça Federal 
(artigo 109, I, da CF).
4.4. Verificação de crédito, habilitação de crédito e quadro geral de credores (artigo 7o 
e seguintes da Lei 11.101/2005)
Compete ao administrador judicial a verificação dos créditos. Para cumpri-la, deve levar em conta 
não só a escrituração e documentos do falido como todos os elementos que lhe forem fornecidos pelos 
credores. Havendo divergência entre o administrador judicial e um ou mais credores acerca dos próprios 
créditos que titularizam ou o de outros, cabe ao juiz decidir o conflito.
O ponto de partida da verificação dos créditos é a publicação da relação de credores. Quando se 
trata de autofalência, entre os documentos que a lei determina que sejam apresentados pelo devedor 
requerente, encontra-se a lista dos credores com discriminação do valor do crédito e a classificação de 
cada um deles. Na falência decretada a pedido de credor ou sócio dissidente, ao falido é determinado que 
elabore e apresente a relação dos credores nos 5 dias seguintes, sob as penas do crime de desobediência. 
Se o falido deixar de entregá-la (preferir responder pelo crime de desobediência), o administrador judicial 
deverá providenciá-la.
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Juntada aos autos a relação dos credores, providencia-se sua publicação no Diário Oficial. Se no 
momento da publicação da sentença declaratória, a relação já estiver nos autos, ambas serão publicadas 
simultaneamente, por edital, na íntegra.
Nos 15 dias seguintes à publicação da relação, os credores devem conferi-la. De um lado, os que não 
se encontram relacionados devem apresentar a habilitação de seus créditos perante o administrador 
judicial. Estão dispensados de habilitação apenas o credor fiscal (porque não participa do concurso) e 
os titulares de crédito remanescente da recuperação judicial, se tinham sido definitivamente incluídos 
no quadro geral de credores quando da convolação em falência. De outro lado, os que se encontram 
na relação publicada, mas discordam da classificação ou do valor atribuído aos seus créditos, devem 
suscitar a divergência também junto ao administrador judicial.
A apresentação da habilitação ou divergência deve ser feita por escrito e conter o nome e qualificação 
do credor, a importância exata atribuída ao crédito, a atualização monetária até a data da decretação 
da falência, assim como sua origem, prova, classificação e eventual garantia. Na habilitação de crédito 
ou apresentação da divergência, não é exigida a intervenção de advogado, podendo o credor dirigir-se 
diretamente ao administrador judicial por escrito.
O administrador judicial, diante da habilitação ou divergência, pode convencer-se ou não das razões 
do credor (por exemplo, na relação apresentada pelo falido constava certo credor como quirografário, 
mas esse credor na divergência exibe documento com o objetivo de provar a sua condição de privilegiado). 
O administrador, a par disso, pode convencer-se ou não da existência de erro na relação publicada. Se 
entender que a divergência procede, ele retifica na republicação da relação de credores; caso contrário, 
faz a republicação sem corrigi-la. O administrador não precisa dar qualquer resposta aos credores que 
apresentaram divergência, nem a levar ao juiz. Com a simples republicação da relação, com a correção 
ou não, os habilitantes e suscitantes de divergência saberão se o seu pedido foi acolhido ou não pelo 
administrador judicial.
A republicação da relação dos credores também é feita por edital, devendo o administrador judicial 
providenciá-la. Nele, serão indicados local e horário em que qualquer credor (incluindo os membros 
do comitê), o representante legal da sociedade falida, seus sócios ou acionistas e o representante do 
Ministério Público poderão ter acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração e revisão, se 
houve, da relação de credores.O prazo para a republicação da relação é de 45 dias, contados do término 
do prazo para habilitação ou apresentação de divergências; isto é, 60 dias após a primeira publicação.
Nos 10 dias seguintes à republicação, os sujeitos legitimados podem apresentar a impugnação da 
relação elaborada pelo administrador judicial. Estão legitimados para impugnar a relação qualquer 
credor, o Comitê, a sociedade falida, sócio ou acionista dela ou o promotor de justiça.
O credor que apresentou divergência e não teve o seu pedido acolhido, ao verificar a relação 
republicada, deve apresentar a impugnação. Este é o instrumento processual adequado para sustentar 
judicialmente a pretensão de ingressar no quadro de credores ou ver o valor do crédito ou sua classificação 
alterados. A impugnação será submetida ao juiz.
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O credor que discorda da classificação dada a crédito alheio pode também impugnar. Ele tem 
legitimidade para impugnar a admissão, quantificação ou classificação do crédito de outrem, porque 
eventual pagamento indevido implica na redução dos recursos da massa e maior risco de não recebimento. 
Também estão legitimados, pela mesma razão, a sociedade falida ou qualquer dos seus membros (sócio 
ou acionista). Se houver pagamento a crédito já satisfeito, inexistente, viciado ou excessivo, reduzem-
se por óbvio os recursos que comporiam eventual saldo remanescente a ser-lhes devido, no final do 
processo de falência.
Por fim, tem legitimidade para a impugnação o Comitê (pelo voto da maioria de seus membros) e o 
Promotor Público, que deve atuar no sentido de buscar consistência da relação dos credores. Eles estão 
diretamente postulando a prevalência das regras do direito falimentar que visam à tutela dos interesses 
transindividuais da comunhão.
A impugnação é feita por petição instruída com os documentos que o impugnante tiver. Nela, devem 
ser indicadas as provas que pretende produzir para sustentação do alegado. Trata-se de postulação judicial, 
ato privativo de advocacia. Ao contrário da apresentação de divergência, portanto, a impugnação não 
pode ser feita pelo próprio credor. Ela deve ser obrigatoriamente elaborada e subscrita por advogado. 
Enquanto pendente a impugnação, será feita reserva do valor para seu eventual atendimento, e se for 
parcial, a parte incontroversa do crédito pode ser satisfeita independentemente de sua tramitação.
Cada impugnação é autuada em separado. As autuações serão feitas em função dos objetos 
impugnados, de modo que se reúnam nos mesmos autos todas as impugnações referentes ao mesmo 
crédito, independentemente de quem seja o impugnante. Após autuar as impugnações, o cartório 
providencia a intimação dos credores impugnados. Eles terão 5 dias para contestar a impugnação, juntar 
documentos e indicar as provas que pretendem produzir. Em seguida, intimam-se a sociedade falida e o 
comitê, se existente, para, no prazo comum de 5 dias, se manifestarem sobre as matérias litigiosas. Em 
seguida, o administrador judicial deve dar o seu parecer, em 5 dias contados da respectiva intimação. 
O parecer deverá ser instruído por todas as informações existentes nos livros e demais documentos da 
sociedade falida e pela parte relevante do laudo de auditoria, se levantado. Retornando com o parecer 
do administrador judicial, cada um dos autos de impugnação de crédito é encaminhado à conclusão. 
Aquelas em que não há dilação probatória são julgadas desde logo. Em relação às demais, o juiz fixa 
os aspectos controvertidos, decide as questões processuais pendentes e determina as provas a serem 
produzidas (nomeia perito, designa audiência de instrução e julgamento etc.). Concluída a dilação 
probatória, o juiz julga a impugnação, acolhendo-a ou rejeitando-a.
Contra a sentença proferida na impugnação de crédito cabe agravo.
Com o trânsito em julgado de todas as sentenças, o administrador judicial, com base na relação 
republicada e no resultado das impugnações, consolida o quadro geral de credores e o submete à 
homologação do juiz. O quadro geral de credores assinado pelo juiz e pelo administrador judicial será 
juntado aos autos da falência e publicado nos 5 dias seguintes ao último trânsito em julgado de sentença 
proferida em impugnação de crédito.
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Se não houve impugnação, o juiz homologa a republicação como quadro geral de credores e 
determina nova publicação.
Com a publicação do quadro geral de credores, encerra-se o procedimento de verificação de crédito.
No procedimento de verificação de crédito, a relação de credores será publicada três vezes.
4.5. Habilitação de crédito retardatária (artigo 10 da Lei 11.101/2005)
Os credores que não habilitarem seus créditos no prazo podem fazê-lo posteriormente. Serão 
processados os respectivos créditos como habilitação retardatária. Se apresentada antes da homologação 
do quadro geral, seu procedimento é idêntico ao das impugnações; se após, depende de ação judicial 
própria, pelo procedimento ordinário do CPC. Deve ser feita reserva para eventualmente atender ao 
retardatário, a pedido deste.
Em qualquer caso, as consequências da intempestividade da apresentação são quatro: a) os rateios 
já realizados não serão revistos para atender o retardatário; b) ele perde o direito aos consectários 
(correção monetária, por exemplo) incidentes entre o término do prazo de apresentação e sua efetivação; 
c) são devidas custas judiciais; d) o retardatário não tem direito de voto na Assembleia de credores na 
hipótese de recuperação judicial e, em caso de falência, não tem esse direito enquanto seu crédito não 
for incluído no quadro geral homologado (a menos que titule crédito trabalhista, quando participa dos 
eventos desde a habilitação).
5. Classificação dos credores
Os credores da sociedade falida se classificam conforme a ordem estabelecida no artigo 83 da Lei no 
11.101/2005.
6. Pagamentos na falência
O dinheiro obtido com a realização do ativo (venda dos bens e cobrança dos devedores) deverá ser 
depositado pelo administrador judicial, em 24 horas, em instituição financeira. Enquanto não iniciado o 
pagamento, o dinheiro deve ser aplicado em algum tipo de investimento para preservação de seu valor.
As quantias depositadas só poderão ser movimentadas por intermédio de cheques nominativos, 
assinados pelo administrador judicial. Outra alternativa de movimentação é a que se verifica relativamente 
aos processos cíveis em geral, isto é, as movimentações dos recursos depositados em conta de depósito 
bancário vinculada à falência podem também se realizar por mandado do juiz.
São quatro as espécies de credores na falência. Em primeiro lugar, devem ser pagos pelo administrador 
judicial, os credores da massa falida; em segundo, os titulares de direito à restituição em dinheiro; em 
terceiro, os credores da falida; por último, restando recursos, os sócios. Dentro de cada espécie, existem 
classes e subclasses de beneficiários.
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6.1. Credores da massa falida
Os créditos extraconcursais são aqueles a que o administrador judicial deve atender antes do 
pagamento dos credores da sociedade falida. São duas as espécies de créditos extraconcursais: os 
relacionados à administração da falência e as restituições em dinheiro. A primeira espécie tem preferência 
sobre a segunda, de modo que somente são atendidos os titulares de direito às restituiçõesem dinheiro 
depois do pagamento dos credores da massa, caso sobrem recursos. Não há rateio entre os credores 
da massa, mas, se não houver recursos suficientes para atender às restituições em dinheiro, deve-se 
proceder à divisão das disponibilidades entre os titulares do direito, proporcionalmente ao crédito de 
cada um, e isso correspondente a um concurso.
Os bens da sociedade falida, após a arrecadação, precisam ser administrados para a otimização do produto 
de sua futura venda judicial. A administração da falência é feita por profissionais (contador, leiloeiro, advogado 
e outros), contratados pelo administrador judicial. Assim, tais profissionais precisam ser remunerados.
As despesas com a administração da falência, inclusive a remuneração do administrador judicial, são 
créditos extraconcursais no sentido de que devem ser satisfeitos antes do pagamento dos credores da 
sociedade falida.
Toda e qualquer despesa com a administração da falência ou o andamento do processo falimentar tem 
a natureza de crédito extraconcursal com absoluta preferência. A lei contempla elenco exemplificativo 
dessas despesas: a) remuneração do administrador judicial e seus auxiliares, inclusive obrigações 
trabalhistas e decorrentes de acidente de trabalho, quando referentes a serviços prestados após a 
decretação da falência; b) quantias fornecidas à massa pelos credores; c) despesas com arrecadação, 
administração, realização do ativo e distribuição de seu produto, além das custas judiciais; d) obrigações 
resultantes de atos jurídicos válidos praticados no âmbito da recuperação judicial ou da falência. Além 
dessas despesas listadas na lei, podem ser lembradas ainda: disponibilização de páginas na rede mundial 
de computadores, organização e realização da Assembleia dos Credores ou de reunião do comitê, 
publicação de aviso em jornal de grande circulação, pagamento de tributos e contribuições cujos fatos 
geradores se verifiquem durante a tramitação do processo de falência etc.
Entre os créditos extraconcursais de prioridade absoluta, encontram-se também alguns dos 
constituídos durante o processo de recuperação judicial. Os créditos negociais não quirografários 
contraídos pela sociedade empresária no curso da recuperação judicial (por exemplo: fornecimento 
a crédito mediante hipoteca, financiamento com caução de títulos etc.) são reclassificados, em caso 
de falência, como extraconcursais. São aqueles que fornecem insumos a prazo ou financiamento ao 
empresário em estado de recuperação judicial (mediante garantia real). Com a definição de extraconcursal 
desses direitos creditórios, confere-se maior garantia de recebimento a quem vier a conceder crédito ao 
empresário em recuperação, contribuindo para o sucesso desta.
Os credores da massa devem ser pagos pelo administrador judicial assim que vencerem seus respectivos 
créditos. Não há concurso entre eles, exceto se faltar recursos para o pagamento integral dos titulares de 
créditos autorizados. Nesse caso, atendidos integralmente os demais credores da massa, divide-se o saldo 
de caixa remanescente entre os credores por crédito autorizado proporcionalmente ao valor de cada um.
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6.2. Restituições em dinheiro (artigo 85 da LF)
A arrecadação compreende todos os bens encontrados no estabelecimento comercial da falida, 
inclusive aqueles em que ela é comodatária, depositária ou locatária. Como tais bens não são de 
propriedade da falida, não integram a garantia dos credores e devem ser destacados da constrição 
judicial. Um dos objetivos do pedido de restituição é justamente a lapidação da massa, isto é, a devolução 
ao proprietário do bem que se encontrava no estabelecimento empresarial da falida.
O segundo objetivo é a coibição da má-fé presumida da falida, na medida em que seus representantes 
legais, mesmo tendo conhecimento da situação econômica e financeira da sociedade, não recusaram 
novas remessas de mercadorias. Desta forma, a lei determina a restituição aos vendedores de mercadorias 
entregues à falida nos 15 dias antecedentes ao pedido de falência.
O terceiro objetivo é o estímulo às exportações. Relaciona-se ao pedido de restituição de importâncias 
adiantadas ao exportador com base num contrato de câmbio.
Por fim, o quarto objetivo é a proteção do contratante de boa-fé que tiver sofrido prejuízo em razão 
da declaração de ineficácia subjetiva ou objetiva de ato praticado pela falida. Ao prestigiar o interesse 
desse sujeito de direito, a lei evita enriquecimento indevido da comunhão dos credores.
Em duas hipóteses as restituições são feitas em dinheiro: a) quando o bem na posse da sociedade 
falida é dinheiro (exemplo: contribuição do empregado devida à Seguridade Social descontada do 
salário, mas depositada na conta bancária da falida). Outros exemplos de restituição que têm por objeto 
dinheiro são as de adiantamentos ao exportador ou as destinadas a compensar o contratante de boa-fé 
pelos prejuízos derivados da declaração de ineficácia de ato da falida; b) se o bem a ser restituído não 
mais existir quando da restituição, porque foi roubado ou furtado após a arrecadação ou se perdeu.
O pagamento das restituições em dinheiro não integra a massa falida, não compõe a garantia dos 
credores. Além disso, os titulares de direito à restituição em dinheiro não são classificados como credores 
nem da massa, nem da sociedade falida; constituem uma espécie de beneficiário de pagamento na falência.
6.3. Credores da sociedade falida (artigo 83 da LF)
O tratamento paritário dos credores é o principal objetivo do processo falimentar. O princípio do 
tratamento paritário, ao mesmo tempo em que garante aos credores com título de mesma natureza 
tratamento igualitário, estabelece hierarquias em favor dos mais necessitados (os empregados) e 
do interesse público (representado pelos créditos fiscais), deixando para o final a generalidade dos 
empresários. O tratamento privilegiado dispensado aos credores com garantia real, em sua maioria 
bancos (empresários), visa criar as condições para o barateamento da economia nacional.
A ordem de classificação dos credores da falida distingue essa espécie de beneficiários de pagamento 
na falência em oito classes: empregados e equiparados; credores com garantia real, fico, credores 
com privilégio especial, com privilégio geral, quirografários, titulares de crédito derivados de multas 
contratuais e penas pecuniárias e, por fim, os credores subordinados.
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a) Empregados equiparados
Na classe dos empregados e equiparados, existem duas subclasses. A mais alta, na escala das 
preferências, é a dos titulares de direito à indenização por acidente de trabalho, ocorrido antes da 
decretação da quebra (artigo 102, § 1o, da LF).
Trata-se do direito que o empregado tem à indenização pelo acidente causado por culpa ou dolo do 
empregador, isto é, direito constitucional (artigo 7o, XXVIII, da CF). Esse crédito não se confunde com o 
benefício, devido pelo INSS, em razão do mesmo acidente.
A segunda subclasse na escala de preferências dos credores da falida são os créditos trabalhistas 
de qualquer natureza (artigo 449, § 1o, da CLT). Uma vez apurados pela Justiça do Trabalho, devem ser 
pagos pelo administrador judicial no atendimento a essa ordem de classificação.
Entretanto, nem todos os créditos de natureza trabalhista gozam desse grau de preferência no 
concurso falimentar. A lei estabelece um limite de valor, ao definir os créditos dessa classe. O limite é 
de 150 salários mínimos por credor. Isso significaque o empregado com crédito inferior ou igual a esse 
limite concorre nessa classe preferencialmente pela totalidade de seu direito; mas aquele que possui 
crédito maior que o teto indicado participa do concurso em duas classes: pelo valor de 150 salários 
mínimos na classe dos empregados e equiparados, e pelo que exceder, na dos quirografários.
Outra medida de amparo do pequeno assalariado adotada pela lei é a antecipação de parte do crédito 
titulado. Diz a lei que o administrador judicial, assim que houver disponibilidade em caixa, pagará os 
saldos salariais em atraso vencidos nos 3 meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 
salários mínimos por trabalhador. Cuida-se de mera antecipação, cujo valor atualizado deve ser deduzido 
do pagamento final do crédito. Além disso, não representa uma preferência, mas mera antecipação. Se o 
administrador judicial puder calcular que os recursos da massa não serão suficientes para o atendimento 
da classe dos empregados e equiparados (porque os credores extraconcursais tendem a consumi-los, por 
exemplo), não deverá fazer a antecipação, sob pena de responder perante os beneficiários que restarem 
desatendidos. Por fim, a dois outros credores que concorrem com os trabalhistas na mesma classe.
Existem outros credores que concorrem com os trabalhistas na mesma subclasse: os representantes 
comerciais autônomos, pelas comissões e indenização devidas pela representada falida (artigo 44 da Lei 
no 4.886/45) e a Caixa Econômica Federal, pelo FGTS (artigo 2o, § 3o, da Lei no 8.844/94). São equiparados 
aos empregados para fins de falência.
Assim, se realizado todo o ativo e feitos os pagamentos anteriormente assinados (credores da massa, 
restituições em dinheiro e acidentes de trabalho), os recursos disponíveis não forem suficientes para 
a integral satisfação dos credores dessa subclasse, deve o administrador judicial proceder ao rateio 
proporcional ao titularizado por cada um.
Segundo Fábio Ulhoa Coelho, a equiparação da Caixa Econômica Federal, no tocante ao crédito do 
FGTS, até se pode entender, na medida em que os beneficiários desse fundo são, em última instância, 
os empregados. Não se entende, contudo, o concurso dos representantes comerciais autônomos, 
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que são empresários. Estabelecer o concurso desses credores com os trabalhistas é um despropósito 
da lei. Enquanto vigorar o dispositivo, convém ao administrador judicial observá-lo para não ser 
responsabilizado.
b) Credores com garantia real (não sujeitos a rateio)
A intenção última da lei é criar as condições para o barateamento dos juros bancários, medida destinada 
a acentuar o desenvolvimento econômico do país, em atendimento, portanto, ao interesse público.
Os titulares de garantia real integram a categoria dos credores não sujeitos a rateio. Essa categoria 
está dividida em duas classes: os titulares de garantia real e os de privilégio especial. De comum entre 
eles, é a vinculação entre o produto da venda de determinado bem da falida e a satisfação do crédito 
garantido ou privilegiado. Na hipótese de credor com garantia real, o produto da venda do bem onerado 
(hipotecado, empenhado, caucionado etc.) é destinado prioritariamente ao pagamento do crédito 
garantido em decorrência de ato de vontade das partes. Já na hipótese de credor com privilégio especial, 
a vinculação é determinada pela lei, independente de ato de vontade das partes.
Não há hierarquia entre as classes dos credores não sujeitos a rateio. Se o produto da venda do bem 
vinculado à satisfação de certo crédito supera o valor deste, o administrador judicial deve utilizar os 
recursos correspondentes à diferença para atender os demais credores, segundo a ordem de preferência. 
Na situação inversa, o saldo credor – a parte do crédito não coberta pelo produto da venda do bem 
correspondente – é imediatamente reclassificado como quirografário, concorrendo aos rateios com os 
demais créditos dessa natureza.
Quando o bem dado em garantia é vendido em separado, não há dificuldade para mensurar as parcelas 
do crédito que concorrerão com os fiscais ou com os quirografários. Mas na hipótese de alienação da 
empresa ou venda de bens englobados, pode ser impossível identificar o específico valor alcançado pelo 
objeto da garantia. Se for esse o caso, o administrador judicial deverá considerar o valor de avaliação 
do bem onerado. Esse valor, contudo, deverá ser aumentado ou diminuído na mesma proporção em que 
variou o bloco de bens com o qual foi vendido. Assim, se o preço pago por todos os bens do bloco foi, 
por exemplo, 20% superior à soma da avaliação deles, o administrador judicial deve majorar no mesmo 
percentual o valor atribuído especificamente ao bem onerado; se tiver sido 15% inferior, deve reduzi-lo 
nesse percentual, e assim por diante.
Há uma hipótese em que o credor com garantia real, mesmo tendo sido vendido o bem onerado 
por valor que supera seu crédito, não é pago na falência. Isso ocorre quando o produto da venda dos 
bens foi inteiramente consumido no atendimento dos créditos extraconcursais e dos empregados e 
equiparados. Nessa situação, em razão da preferência desses beneficiários de pagamento, o crédito com 
garantia real não é satisfeito.
Os credores com garantia real são o hipotecário, o pignoratício (cuja garantia, o penhor, recai sobre 
bem móvel) e os caucionados (que têm por garantia títulos de créditos transmitidos por endosso-
caução). Também fazem parte as instituições financeiras titulares de Cédula de Crédito (rural, industrial, 
comercial ou à exportação) e dos debenturistas com garantia real (LSA, artigo 58, caput).
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Unidade I
c) Fisco
A terceira classe dos credores da falida é a dos créditos públicos, isto é, disciplinados pelo direito 
público. São créditos titularizados pelo estado ou por ente ao qual a lei estende as garantias e prerrogativas 
deste. Engloba os créditos fiscais e os parafiscais (são os de entidades privadas que prestam serviços de 
interesse público, exemplo: Sesc, Senai, Pis etc.).
Os créditos fiscais são divididos em tributários e não tributários, ou seja, os direitos creditícios 
titularizados pelo estado podem decorrer de inadimplemento pela sociedade falida de obrigação relativa 
a tributo (impostos, taxas e contribuições) ou relacionada a qualquer outra causa (exemplo: indenização 
por acidente de trânsito, descumprimento de contrato de fornecimento de bens ou serviços, prejuízos 
decorrentes da má execução de obra etc.).
Os créditos fiscais podem ser inscritos na dívida ativa, nos termos da Lei no 6.830/80 (Lei de Execuções 
Fiscais). A União, os Estados, o Distrito Federal, os territórios, os municípios e as autarquias podem 
inscrever na dívida qualquer crédito que titularizem.
Assim, os créditos de natureza tributária contra a falida sempre estarão inscritos na dívida ativa e 
deverão ser pagos pelo administrador judicial logo após os trabalhistas e equiparados e os credores com 
garantia real (artigo 186 do CTN). Quanto aos créditos fiscais não tributários, o Poder Público pode optar 
por inscrevê-los ou não na dívida ativa. Quando inscrito na dívida ativa, o crédito não tributário tem a 
mesma classificação do tributário (artigo 4o, § 4o, da Lei no 6.830/80) e deve ser pago igualmente após os 
trabalhistas e equiparados e os credores com garantia real, mas, quando não inscrito, sua classificação 
correta é a dos quirografários.
Na classe dos credores públicos, há três subclasses. O Código Tributário Nacional (CTN, artigo 187, 
parágrafo único;LEF, artigo 29, parágrafo único) estabelece uma ordem interna de pagamento entre os 
titulares de crédito fiscal ou parafiscal. Primeiramente o administrador judicial deve pagar o devido à 
União e suas autarquias (impostos, taxas federais, contribuição devida pelo empregador à Seguridade 
Social e as anuidades cobradas por órgão profissional). Os créditos parafiscais também devem ser pagos 
nessa oportunidade (Sesc, Sesi, PIS etc.). Se não houver recursos suficientes para o pagamento do devido 
a esses credores, o administrador judicial deverá realizar rateio proporcional ao valor do crédito. A 
segunda subclasse dos credores públicos na ordem de pagamento abrange Estados, Distrito Federal, 
territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata. Os impostos estaduais, portanto, devem ser 
pagos pelo administrador judicial depois de totalmente quitados os credores da primeira subclasse e 
suas autarquias, conjuntamente e pro rata. A última subclasse é a dos Municípios, conjuntamente e pro 
rata. Exemplo: se a sociedade falida era proprietária de dois imóveis, situados em municípios diferentes 
e devia IPTU relativo aos dois, o administrador judicial, se não tiver como pagar a totalidade desses 
tributos, deve proceder ao rateio.
Os tributaristas questionam a constitucionalidade dessa ordem de preferência dos créditos públicos, 
sustentando a paridade constitucional dos entes da Federação. Entretanto, enquanto não for declarada 
a inconstitucionalidade dos artigos 187, parágrafo único, do CTN, e 29, parágrafo único, da Lei no 
6.830/80, o administrador judicial deve respeitar essa ordem para não ser responsabilizado.
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Há de se ressaltar que o crédito fiscal goza da garantia de não participar do concurso de credores 
(artigo 187 do CTN e artigo 4o, § 4o, da Lei no 6.830/80). Desta forma, a execução fiscal ajuizada antes 
da decretação da falência não se suspende, nem se encontra o fisco inibido de promovê-la mesmo após 
a quebra. Assim, pode ocorrer de o credor público ser atendido antes dos trabalhistas, dependendo da 
tramitação do feito ou da execução fiscal do município concluir-se anteriormente à ajuizada por uma 
autarquia federal.
Note-se que o administrador judicial não pode fazer nenhum pagamento para credor da falida sem 
observar estritamente as hierarquias e preferências entre as classes e subclasses, mas se algum credor, por 
força das garantias de seu crédito, acabar recebendo em desacordo com essas hierarquias e preferências, 
essa inversão não repercute na falência e não importa responsabilidade para o administrador judicial.
O administrador Deve-se relembrar também que o administrador judicial não deve pagar na classe dos 
créditos fiscais, mesmo inscrito na dívida ativa, o crédito fiscal valor correspondente a penas pecuniárias 
por infração administrativa ou desrespeito à lei penal impostas por autoridade federal, estadual ou 
municipal, inclusive as multas tributárias. Esse crédito não pode ser reclamado na falência, por expressa 
exclusão da lei (artigo 23, parágrafo único, III, da LF). Classifica-se essa parcela do crédito do sujeito 
público como subquirografário. A jurisprudência entende estarem incluídas também as multas fiscais 
moratórias (Súmula 565 do STF).
Estão excluídas dessa regra, as penalidades impostas pela União, estas o administrador judicial 
deve proceder ao pagamento, tendo em vista o diploma legal extravagante que definiu o crédito como 
encargo da massa (artigo 9 do Decreto-lei no 1.893/81). As multas devidas à Fazenda Nacional devem 
ser pagas após a integral satisfação dos créditos fiscais (artigo 102, caput, da LF), não sendo justificável 
o desembolso antecipado, porque, embora chamado encargo, o crédito da União por multa imposta 
à falida não se refere a despesa com a administração da massa. Exemplo: se a sociedade falida era 
devedora de 2 multas de trânsito, uma decorrente de infração cometida no perímetro urbano e outra 
em rodovia federal, o administrador judicial não paga a primeira, mas deve pagar a segunda após o 
pagamento integral das três subclasses de crédito público.
d) Credores com privilégio especial (não sujeitos a rateio)
Esses credores não estão sujeitos a rateio. Na classe dos credores não sujeitos a rateio, há duas 
subclasses: os titulares de garantia real e os credores com de privilégio especial. Esses credores terão seu 
crédito satisfeito preferencialmente com o produto da venda de determinados bens da sociedade falida 
garantia real. Se o pagamento dos credores com preferência (extraconcursais, empregados e equiparados 
com garantia real e créditos fiscais) consumir todos os recursos da massa, os credores com privilégio 
especial não terão seus direitos satisfeitos. De outro lado, se o produto da venda dos bens sobre os 
quais recai o privilégio não for bastante para a integral satisfação do crédito privilegiado, a diferença é 
imediatamente reclassificada como crédito quirografário.
O que existe de comum entre eles é a vinculação entre o produto da venda de determinado bem da 
falida e a satisfação do crédito garantido ou privilegiado. A diferença entre os credores de cada subclasse 
diz respeito à origem da vinculação. Na hipótese de credor com garantia real, o produto da venda do 
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bem onerado (hipotecado, empenhado, caucionado) é destinado prioritariamente ao pagamento do 
crédito garantido em decorrência de ato de vontade das partes. Já na hipótese de credor com privilégio 
especial, a vinculação é determinada pela lei, independente de ato de vontade entre as partes.
Na definição do valor do bem sobre o qual recai o privilégio, o administrador judicial deve observar os 
mesmos parâmetros ditados pela lei para os créditos com garantia real. Assim, se o bem sobre o qual recai 
o privilégio é vendido junto com outros, não será possível identificar o preço por ele alcançado. Nesse 
caso, leva-se em consideração o valor da avaliação, aumentando ou diminuindo proporcionalmente em 
função da variação apresentada pelo bloco como um todo. Não há hierarquia entre as subclasses dos 
credores não sujeitos a rateio. Se o produto da venda do bem vinculado à satisfação de certo crédito 
supera o valor deste, o administrador judicial deve utilizar os recursos correspondentes à diferença para 
atender os credores não sujeitos a rateio. Na situação inversa, o saldo credor, a parte do crédito coberta 
pelo produto da venda do bem correspondente, é imediatamente reclassificado como quirografário 
(artigo 125, § 2o, da LF), concorrendo aos rateios com os demais créditos dessa natureza. Em suma, não 
há concurso entre credores com garantia real ou privilégio especial, nem entre as subclasses, nem no 
interior delas.
Os credores com garantia real são o hipotecário (seu crédito é atendido com o produto da venda do 
imóvel hipotecado), o pignoratício (cuja garantia o penhor, recai sobre bem móvel) e os caucionados 
(que têm por garantia títulos de créditos transmitidos por endosso-caução). Também as instituições 
financeiras titulares de cédula de crédito (rural, industrial, comercial ou à exportação) e os debenturistas 
titulares de debêntures com garantia real.
São credores com privilégio especial (artigo 102, § 2o): (i) o credor por benfeitorias necessárias ou 
úteis sobre a coisa beneficiada (artigo 1.566, III 964, III, do Código Civil); (ii) o autor da obra, pelos direitos 
do contrato de edição, sobre os exemplares desta, na falência da sociedade editora (artigo 1.566, 964, 
VII, do Código Civil); (iii) os credores titulares de direitode retenção sobre a coisa retida, por exemplo, 
os armazéns-gerais; (iv) os subscritores ou candidatos à aquisição de unidade condominial sobre as 
quantias pagas ao incorporador falido (artigo 43, III, da Lei no 4.591/64); (v) o titular de nota de crédito 
industrial (artigo 17 do Decreto-lei no 413/69); (vi) a seguradora, pelo prêmio devido em razão de seguro 
marítimo, sobre o navio de propriedade da sociedade armadora (artigo 475 do Código Comercial); (vii) 
o comissário, pelas comissões devidas pelo comitente falido (artigo 707, do Código Civil); (viii) o locador 
do prédio onde se encontrava o estabelecimento comercial da falida sobre o mobiliário nele existente 
(artigo 102, § 2o, II, da LF).
O administrador para atender aos direitos dos credores não sujeitos a rateio deve, inicialmente, 
providenciar para que os bens onerados ou sobre os quais recai o privilégio especial sejam vendidos 
em separado, em leilão próprio (artigo 119 da LF). A venda desses bens junto a outros é possível apenas 
na realização do ativo de modo extraordinário, deliberada pelos credores na forma do artigo 123 da 
LF. O montante do preço global que corresponde ao produto da venda dos bens onerados ou objeto de 
privilégio deve ser arbitrado, aproveitando-se a avaliação feita no ato da arrecadação, se compatível 
com os valores de mercado.
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Feita a avaliação judicial em separado, devem ser contabilizados a cada bem onerado ou objeto de 
privilégio os preços pagos pelos respectivos adquirentes. Este é o produto bruto da venda judicial. Em seguida, 
o administrador judicial deve descontar as custas e despesas de arrecadação, administração, venda e depósito, 
além de sua remuneração (artigo 125 da LF). O resultado é o produto liquido da venda judicial deles.
Obtido o produto liquido da venda dos bens onerados ou objeto de privilégio, o administrador 
judicial deve verificar se os beneficiários de pagamento de espécie e classe anteriores (credores da 
massa, titulares de direito à restituição, empregados e equiparados e fiscais) aos credores não sujeitos a 
rateio, foram ou não integralmente satisfeitos, bem como se restam, na massa ativa, dinheiro ou outros 
bens para atendê-los. Em caso negativo, o produto da venda dos bens onerados ou objeto de privilégio 
será utilizado para pagamento desses beneficiários com preferência. Se necessário, o administrador 
judicial utilizará o total do produto da venda em separado, hipótese em que os credores com garantia 
real ou privilégio especial não recebem nada. Em caso positivo, isto é, existindo outros recursos na 
massa para pagamento daqueles beneficiários com preferência em relação aos credores não sujeitos 
a rateio, o administrador judicial terá duas alternativas: a) se o valor do crédito com juros e correção 
monetária supera o produto líquido, ele deve pagar o credor e utilizar o resto do dinheiro para rateio dos 
quirografários; e b) se o valor do crédito com juros e correção monetária é inferior ao produto líiquido 
da venda do bem onerado ou objeto de privilégio, o administrador judicial deve pagar o que for possível 
ao credor e reclassificar o saldo em aberto como crédito quirografário.
e) Credores com privilégio geral e credores quirografários (sujeitos a rateio)
Os credores sujeitos a rateio dividem-se em duas classes: a primeira, na ordem de preferência nos 
pagamentos, é a dos credores com privilégio geral; a segunda, a dos quirografários.
Estão compreendidos na subclasse dos credores com privilégio geral: os debenturistas titulares 
de debêntures com garantia flutuante, na falência da sociedade emissora (artigo 58, § 1o, da LSA); o 
advogado, que goza de privilégio geral na falência da devedora dos seus honorários, seja ela sua cliente 
com quem contratou honorários, seja a parte sucumbente na ação em que ele patrocinou os interesses 
da parte vencedora (artigo 24 da Lei no 8.906/94).
Por fim, são credores titulares de privilégio geral na falência os que, durante a recuperação judicial da 
sociedade empresária falida, lhe haviam concedido crédito sem garantia. Ocorre, aqui, a reclassificação de 
um crédito originariamente quirografário em razão da convolação da recuperação judicial em falência.
A subclasse dos quirografários é a mais extensa de todas. Nela, encontram-se os credores a título 
negocial, cujo direito é documentado num título de crédito (nota promissória, letra de câmbio, cheque 
ou duplicata), numa debênture sem garantia (artigo 58, caput, da LSA), ou num contrato desprovido 
de garantias reais. Também se acham os credores por obrigação extracontratual, ou seja, os titulares de 
indenização por ato ilícito. Igualmente se encontram nessa subclasse, as reclassificações: os credores não 
sujeitos a rateio, pelo saldo não satisfeito com o produto líquido da venda do bem onerado ou objeto de 
privilégio especial, e os créditos públicos não inscritos na dívida ativa. De um modo geral, também fazem 
parte todos os credores não classificáveis em qualquer categoria da ordem de pagamentos na falência. 
Trata-se a subclasse dos quirografários da instância residual dos credores da falida.
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Apenas após a integral satisfação do valor devido aos credores de uma classe é que o administrador 
judicial pode, se sobrarem recursos na massa, pagar os da classe subsequente na ordem de preferências. 
O credor sujeito a rateio está integralmente pago quando recebe o principal do título, acrescido de 
juros até a decretação da falência e correção monetária, esta incidente até o pagamento. Assim, o 
administrador judicial deve pagar os credores com privilégio geral, se houver dinheiro em caixa, após 
o pagamento da totalidade do devido aos credores da massa, aos titulares de direito à restituição em 
dinheiro, aos empregados, equiparados e ao fisco e após o exaurimento do produto líquido da alienação 
do bem onerado ou objeto de privilégio especial, no pagamento aos credores não sujeitos a rateio. O 
saldo credor dos titulares de garantia real ou privilégio especial não coberto pelo produto líquido da 
venda do bem onerado ou objeto do privilégio constitui crédito quirografário e, portanto, só participa 
do rateio depois da integral satisfação dos credores com privilégio geral. Pois bem, uma vez verificada 
essa condição, o administrador judicial passa ao pagamento dos credores quirografários, considerando 
o valor de cada crédito acrescido de juros até a quebra e de correção monetária integral.
Satisfeitos todos os quirografários, se restar ainda dinheiro em caixa, o administrador judicial 
paga os créditos subquirografários, que compreendem, inicialmente, as multas contratuais e as penas 
pecuniárias e, depois, os credores subordinados.
Se no momento em que o administrador judicial for dar início aos pagamentos relativos a 
determinada classe de credor sujeito a rateio, o dinheiro existente em caixa for insuficiente à satisfação 
do total devido aos admitidos ou reclassificados na classe em questão, deverá fazer pagamento parcial 
em favor de cada credor, proporcional ao crédito (principal mais juros até a quebra e correção monetária 
integral). É o rateio. Os credores com privilégio geral, os quirografários e os subquirografários são pagos, 
sucessivamente, por dividendos, cabendo ao administrador judicial efetuar o rateio relativo à classe que 
está sendo atendida.
f) Credores subquirografários
A terceira subclasse é a dos credores subquirografários, que compreende duas subclasses: a dos 
créditos por ato ilícito e a dos credores subordinados cujo pagamento somentepode ser feito após a 
satisfação integral dos credores da falida, inclusive dos juros posteriores à massa. Entre essas subclasses, 
há hierarquia, em razão da qual devem ser atendidos, inicialmente, os créditos por ilícito. Assim, depois 
de pagos os credores quirografários e antes de começar a atender os subordinados, o administrador 
judicial deve proceder ao pagamento das multas contratuais e penas pecuniárias.
Do crédito dos sujeitos privados, deve sempre ser destacada a multa contratual para ser atendida 
apenas na subclasse dos subquirografários por ilícito. Imagine que certo fornecedor de insumos da 
sociedade falida mantinha com esta um contrato de fornecimento que estipula multa de 10% sobre 
o valor devido em caso de inadimplência. Considere que a sociedade não pagou uma duplicata de R$ 
80,00. Nesse caso, o crédito total do fornecedor – abstraídos outros consectários eventualmente devidos, 
como juros ou correção monetária é de R$ 88,00. Esse crédito será classificado como quirografário na 
parte correspondente à duplicata que não foi paga. Na parte correspondente à multa contratual, não 
se classifica como tal, mas sim como subquirografário, porque o seu pagamento só deve ocorrer se 
restarem recursos após a quitação de todos os quirografários.
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Também integram essa classe de subquirografários por ilícito os créditos de sujeitos públicos 
correspondentes a penas pecuniárias por infração à lei penal ou administrativa, inclusive multas 
tributárias. Desse modo, o administrador judicial deve, por exemplo, pagar o principal devido a título de 
imposto na classe dos créditos fiscais e deixar a multa pelo atraso para pagar apenas após a satisfação 
dos credores quirografários, se tiver sobrado recurso para tanto.
Não são atendidos os créditos derivados de multa contratual ou pena pecuniária, se constituídos em 
razão da falência.
A segunda subclasse dos credores subquirografários é a dos subordinados. Ela abrange os créditos 
cujo pagamento somente pode ser feito após a satisfação integral dos credores da falida, inclusive 
dos juros posteriores à massa. Pertencem a essa categoria os debenturistas titulares de debêntures 
subordinadas, na falência da sociedade anônima emissora (artigo 58, § 4o, da LSA), e os diretores ou 
administradores da sociedade falida sem vínculo empregatício, bem como sócios da sociedade limitada 
ou acionista da anônima por créditos de qualquer natureza. Por exemplo, se quem titulariza o poder 
de controle de uma companhia, em vez de aportar nela como capital social os recursos necessários à 
exploração do objeto social, opta por emprestá-los, em sobrevindo a falência da mutuária, o crédito do 
controlador é classificado como subordinado.
Somente após integral satisfação do valor devido aos credores de uma subclasse é que o 
administrador judicial pode, se sobrarem recursos na massa, pagar os da subclasse subsequente na 
ordem de preferências.
O credor sujeito a rateio está integralmente pago quando recebe o principal do título, acrescido de 
juros até a decretação da falência (artigo 26 da LF).
Em resumo, após o pagamento da totalidade do devido aos credores da massa, aos titulares de direito 
à restituição em dinheiro, aos empregados, equiparados e ao fisco e após o exaurimento do produto 
líquido da venda do bem onerado ou objeto de privilégio especial, no pagamento dos credores não 
sujeitos a rateio. Lembre-se de que o saldo credor dos titulares de garantia real ou privilégio especial não 
coberto pelo produto líquido da venda dos bens constitui crédito quirografário. O administrador judicial 
deve pagar os credores com privilégio geral, se houver dinheiro em caixa (artigo 126 da LF). Verificada 
essa condição, o administrador judicial passa ao pagamento dos credores quirografários, considerando o 
valor de cada crédito acrescido de juros até a quebra e de correção monetária integral. Satisfeitos todos 
os quirografários, se restar ainda dinheiro em caixa, o administrador judicial paga os subquirografários.
Se, no momento em que o administrador judicial for dar início aos pagamentos relativos à 
determinada subclasse de credor sujeito a rateio, o dinheiro existente em caixa não for suficiente à 
satisfação do total devido aos admitidos ou reclassificados, deverá fazer pagamento parcial em favor de 
cada credor, proporcional ao crédito (principal mais juros até a quebra e correção monetária integral). 
Tal procedimento é considerado rateio (artigo 127 da LF).
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A decretação da falência suspende a fluência dos juros, legais ou contratuais (artigo 26 da LF). Assim, 
os vencidos até a data da sentença declaratória da falência somam-se ao principal do crédito para fins de 
habilitação. Os juros posteriores à falência ficam suspensos e somente serão pagos se sobrarem recursos na 
massa ativa, depois que todos os credores subordinados da falida estiverem integralmente satisfeitos. Isso 
pressupõe o pagamento integral dos credores da massa, dos titulares de direito à restituição em dinheiro, 
dos empregados e equiparados, dos credores com garantia real, do fisco, dos privilegiados, quirografários e 
subordinados. Admitido o credor à falência, seu crédito será considerado integralmente pago, em princípio, 
pelo recebimento do valor habilitado devidamente corrigido até a data do pagamento.
Os juros posteriores à falência ficam suspensos e somente serão pagos se sobrarem recursos na 
massa falida, depois que todos os credores quirografários da falida estiverem satisfeitos. Em suma, para 
que o administrador judicial possa fazer o pagamento dos juros posteriores à quebra, é necessário que 
todos os credores da falida, exceto os subquirografários, tenham recebido o que lhes é devido com juros 
até a falência e correção monetária até o pagamento.
Diferentemente é a situação do credor com garantia real. Se o produto líquido da venda judicial 
do bem onerado (hipotecado, emprenhado ou caucionado) for suficiente para o pagamento não só do 
principal, acrescido dos juros anteriores e correção monetária, mas também do valor correspondente 
aos juros posteriores à quebra, o administrador judicial deve pagá-los (artigo 26, parágrafo único, da 
LF). Contudo, na reclassificação para a classe dos quirografários do saldo do credor do titular de direito 
real de garantia, são excluídos os juros posteriores à decretação da falência. Esses juros passam a ter 
tratamento dispensado aos dos demais credores da falida, ou seja, serão atendidos apenas se houver 
recursos na massa depois de integralmente satisfeitos os credores quirografários.
No que tange à correção monetária dos créditos admitidos na falência, não se aplicam as regras 
relativas ao pagamento dos juros (artigo 9o da Lei no 8.177/91), uma vez que a correção monetária não 
representa nenhum acréscimo ao montante da obrigação, já que apenas atualiza a expressão em moeda 
do mesmo valor. Desta forma, a correção monetária será sempre integral, devendo ser paga junto com 
o principal.
g) Sócios ou acionistas
Pagos os credores da falida, no principal corrigido e nos juros, inclusive os posteriores à falência, 
se ainda houver recursos na massa, estes serão entregues aos sócios ou acionistas da sociedade falida 
(artigo 129 da LF).
Trata-se de hipótese raríssima. É o pagamento na falência, que esvazia por completo o caixa da massa. 
Esse desembolso deve ser considerado como partilha judicial do acervo remanescente da sociedade 
dissolvida, tendo em vista que a falência é uma espécie de dissolução.Assim, cada sócio ou acionista 
recebe parcela do saldo de caixa proporcional à participação no capital social da falida.
Não se confunde o devido aos sócios e acionistas em função de sua participação na falida com 
eventual crédito subordinado que titularizassem. Este último integra o passivo da sociedade falida, 
enquanto o devido em função da participação societária correspondente ao seu patrimônio líquido.
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Falência e recuperação de empresa
Módulo 2
1. administração da falência
Compete ao juiz presidir a administração da falência, supervisionando as ações do administrador 
judicial. O juiz é o administrador dos bens da falida, cabendo-lhe autorizar a venda antecipada dos 
bens de fácil deterioração ou custosa conservação, aprovar a prestação de contas do administrador 
judicial, fixar o pagamento dos salários dos auxiliares do administrador judicial, autorizar o aluguel de 
bem arrecadado para renda da massa (quando inexistente o comitê) etc. Na administração dos bens da 
massa, o juiz é auxiliado por dois agentes: o promotor de justiça e o administrador judicial.
O representante do Ministério Público intervém no concurso de credores como fiscal da lei, por 
exemplo, no pedido de restituição não contestado, como titular de legitimidade ativa para impugnar 
crédito, assim como propor ação revocatória ou rescisória de crédito admitido, como destinatário de 
obrigatória intimação no ato de alienação judicial dos bens da massa etc., ou como parte, por exemplo, 
no oferecimento de denúncia por crime falimentar. Por vezes, aparece na falência como auxiliar do 
juiz na administração dos bens da sociedade falida, ou seja, na manifestação acerca das contas do 
administrador judicial, se houve impugnação por algum interessado.
2. administrador judicial
O administrador judicial (pessoa física ou jurídica) é o agente auxiliar do juiz que, em nome próprio 
(tem responsabilidade), deve cumprir com as funções que lhe forem determinadas pela lei.
Além de auxiliar o juiz na administração da falência, o administrador judicial é o representante dos 
interesses dos credores (massa falida subjetiva). Para fins penais, o administrador judicial é considerado 
funcionário público. No plano dos direitos civil e administrativo, ele é agente externo colaborador da 
justiça, da confiança pessoal e direta do juiz que o investiu na função.
De acordo com o artigo 21 da lei o administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente 
advogado, economista, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
Na realidade, deve ser profissional com condições técnicas e experiência para bem desempenhar as 
atribuições cometidas por lei. O ideal é a escolha recair sobre pessoa com conhecimentos ou experiência 
na administração de empresa do porte da falida e, quando necessário, autorizar a contratação de 
advogado para assistir a massa.
O administrador judicial é escolhido pelo juiz e será sempre uma pessoa de sua confiança com a 
incumbência de auxiliar na administração da massa falida.
Não pode ser nomeado administrador judicial a pessoa impedido por lei especial (juiz, promotor de 
justiça, delegado de polícia, funcionários públicos etc.). Também está impedido aquele que tiver sido 
nomeado administrador judicial ou membro de Comitê numa outra falência ou recuperação judicial nos 
5 anos anteriores e foi destituído da função, não prestou as contas nos prazos devidos ou teve qualquer 
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Unidade I
uma delas desaprovada. A lei, por fim, impede que seja administrador judicial aquele que tiver relação 
de parentesco ou afinidade até terceiro grau com os administradores da sociedade empresária falida, ou 
deles for amigo, inimigo ou dependente.
O administrador judicial pode contratar profissionais para auxiliá-lo, solicitando prévia aprovação do 
juiz relativamente à sua remuneração (salário ou honorários).
O administrador judicial pode ser pessoa física ou jurídica. Trata-se de profissional da inteira confiança 
do juiz e por este nomeado com observância dos impedimentos legais (parente de administrador da 
sociedade falida, pessoa condenada por crime falimentar ou que não cumpriu a contento a mesma 
função em outra falência).
Ele tem direito a remuneração, arbitrada pelo juiz geralmente com base em percentual do valor 
do ativo realizado. A fixação da remuneração do administrador deve se levar em conta quatro fatores: 
a) diligência demonstrada pelo administrador e pela qualidade do trabalho devotado ao processo; b) 
importância da massa, isto é, o valor do passivo e a quantidade de credores; c) os valores praticados no 
mercado para trabalho equivalente; e d) limite máximo previsto na lei, fixado em percentual de 5% sobre 
o valor de venda dos bens na falência (§ 1o, do artigo 24).
A remuneração do administrador judicial deve ser paga em duas parcelas, a primeira de 40% no 
atendimento dos créditos extraconcursais; e a segunda correspondente a 60%, após a aprovação 
das contas. O administrador judicial tem perante a massa falida crédito extraconcursal, que deve ser 
satisfeito antes das restituições em dinheiro e do pagamento dos credores da sociedade falida. No 
ato em que se procede ao pagamento da primeira parcela da remuneração devida ao administrador 
judicial também se faz a reserva do valor correspondente à segunda parcela. A remuneração não é 
devida ao administrador que renunciar sem relevante razão ou for destituído por desídia, culpa, dolo 
ou descumprimento de suas obrigações. Também não terá direito de ser remunerado se suas contas 
não forem aprovadas (artigo 24, § 3o).
O administrador judicial deve prestar contas de sua administração em duas hipóteses: ordinariamente, 
a cada mês e ao término do processo, e, extraordinariamente, quando deixa as suas funções por 
substituição ou destituição (artigo 22, III, r). Quando deixar de fazê-lo nessas situações, será intimado a 
cumprir a obrigação legal no prazo de 5 dias, sob pena de desobediência (artigo 23, caput).
A prestação de contas será autuada em separado e julgada após aviso aos credores e interessados, para 
eventual impugnação em 10 dias. Caso haja impugnação, o juiz determina a realização das diligências 
que considerar cabíveis. Segue-se a oitiva do Ministério Público em 5 dias e a resposta do administrador 
judicial. Após, o juiz julga as contas apresentadas. Caso se verifique a ocorrência de desfalque, o juiz, na 
sentença, pode decretar o sequestro de seus bens, para garantir indenização à massa. Contudo, se não 
houver impugnação, o juiz julga as contas independente de oitiva do MP e de nova manifestação do 
administrador judicial.
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Falência e recuperação de empresa
3. atribuições do administrador judicial (artigos 23, 33 da lF)
Cabe ao administrador judicial auxiliar o juiz na administração da falência e representar os 
interesses dos credores. Como auxiliar do juiz, ele deve manifestar-se nos autos sempre que 
determinado, assim como tomar a iniciativa de propor medidas úteis ao bom andamento do processo 
falimentar. Como representante dos credores, deve administrar os bens da massa visando obter a 
otimização dos recursos disponíveis. Sua missão é tentar maximizar o resultado da realização do 
ativo, ou seja, quanto mais dinheiro ingressar na conta da massa falida em função da cobrança dos 
devedores e venda dos bens do falido, maiores serão os recursos disponíveispara o pagamento dos 
credores. Entretanto, o administrador não goza de absoluta autonomia (não pode transigir sobre 
direito da massa falida sem autorização do juiz), mas nos limites dos atos a ele cometidos pela lei, 
tem plena responsabilidade.
Dentre os atos processuais de responsabilidade do administrador judicial, devem ser destacados 
quatro de importância para o desenvolvimento do processo falimentar:
a) verificação dos créditos (artigos 7o a 20 da LF). A verificação dos créditos na falência é feita 
pelo administrador judicial, cabendo ao juiz decidir apenas as impugnações apresentadas pelos 
credores ou interessados.
b) relatório inicial (artigo 22, III, e, da LF). Deve ser apresentado nos 40 dias seguintes à assinatura 
do termo de compromisso. Destina-se a examinar as causas e circunstâncias que acarretaram a 
falência, assim como apresentar uma análise do comportamento do falido com vistas à eventual 
caracterização de crime falimentar, por ele ou outra pessoa, antes ou depois da decretação da 
quebra.
c) contas mensais (artigo 22, III, p, da LF). O administrador judicial deve, até o décimo dia de cada 
mês, apresentar ao juiz para juntar aos autos a prestação de contas relativa ao período mensal 
anterior. Nela deve estar especificada com clareza a receita e despesa da massa falida.
d) relatório final (artigo 155 da LF). Deve ser elaborado pelo administrador judicial no prazo de 10 
dias contados do término da liquidação e do julgamento de suas contas. Contém o valor do ativo 
e do produto de sua realização, assim como o do passivo e dos pagamentos feitos e, se não foram 
totalmente extintas as obrigações do falido, o saldo cabível a cada credor. O relatório final é o 
documento básico para a extração das certidões com força de título executivo que representam o 
crédito remanescente para o credor exercer seu direito contra codevedores (avalistas ou fiadores 
da sociedade falida).
4. na recuperação judicial
As funções do administrador judicial variam de acordo com dois fatores: caso o comitê, que é órgão 
facultativo, exista ou não; e caso tenha sido ou não decretado o afastamento dos administradores da 
empresa em recuperação.
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De acordo com o primeiro fator, instalado o comitê, caberá ao administrador judicial basicamente 
proceder à verificação dos créditos, presidir a assembleia dos credores e fiscalizar a sociedade empresária 
devedora. Não havendo comitê, o administrador assumirá também a competência reservada pela lei a 
esse órgão colegiado; exceto se houver incompatibilidade.
Pelo segundo fator, o administrador judicial é investido no poder de administrar e representar a 
sociedade empresária requerente da recuperação judicial quando o juiz determinar o afastamento 
dos seus diretores, enquanto não for eleito o gestor judicial pela assembleia geral. Não tendo o juiz 
afastado os diretores ou administradores da sociedade empresária requerente da recuperação judicial, o 
administrador judicial será mero fiscal desta, o responsável pela verificação dos créditos e o presidente 
da assembleia dos credores.
5. Substituição e destituição do administrador judicial
O administrador pode ser substituído ou destituído. No primeiro caso não existe sanção imposta a 
ele, tratando-se de providência imposta pela lei. Já a destituição é sanção imposta ao administrador 
judicial que não cumpriu a contento com suas obrigações inerente à função ou passou a ter interesses 
conflitantes com os da massa.
São hipóteses para a substituição a renúncia motivada, morte, incapacidade civil ou falência; 
são causas de destituição a inobservância de prazo legal ou o interesse conflitante com o da massa. 
O legislador considera como causa de substituição a recusa em aceitar a nomeação ou a falta de 
compromisso no prazo da lei.
O administrador substituído em razão de renúncia pode ser nomeado para a função em outra 
falência; já a pessoa destituída não poderá mais ser escolhida para o cargo de administrador judicial em 
qualquer outra falência nos 5 anos seguintes (artigo 30 da LF).
6. responsabilidade do administrador judicial
O administrador responde civilmente por má administração ou infração à lei. Até o término do 
processo falimentar, somente a massa tem legitimidade ativa para responsabilizá-lo, após a sua 
substituição ou destituição.
Durante o processo de falência, o credor não pode isoladamente acionar o administrador judicial, 
já que não é possível separar o seu interesse dos interesses dos demais credores. Até o fim do processo 
de falência, o credor pode apenas requerer a destituição do administrador judicial, tal procedimento 
permite que a massa de credores possa demandar contra o administrador destituído.
Após o processo de falência, qualquer credor que tenha sido prejudicado por má administração 
ou infração à lei poderá demandar o administrador judicial, desde que tenha requerido, no momento 
oportuno, a sua destituição. Trata-se de requisito indispensável para que o credor individualmente tenha 
legitimidade ativa contra o administrador judicial.
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7. assembleia geral dos credores
7.1. Convocação
A assembleia geral de credores é um órgão colegiado de existência obrigatória nos processos de 
recuperação judicial e facultativa nos processos de falência com o objetivo de deliberar sobre qualquer 
matéria que possa afetar os interesses dos credores.
O artigo 36 da LF disciplina sua convocação mediante edital, pelo juiz ou por credores, desde que 
a soma de seus créditos represente pelo menos 25% do total do passivo da sociedade. A convocação 
deve ser feita por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação nas localidades da sede e 
filiais, com a indicação da ordem do dia, local, data e hora da assembleia, assim como o local em que 
os interessados poderão obter cópia dos documentos a serem votados. Determina a lei, também, que 
extrato da convocação seja afixado nos estabelecimentos do devedor.
Em primeira convocação, o anúncio da convocação da assembleia deve ser publicado com a 
antecedência mínima de 15 dias da data de sua realização, e, em segunda convocação, deverá ser 
publicado com a antecedência mínima de 5 dias da data programada para a realização da reunião.
As despesas com a convocação e a realização da assembleia correm por conta do devedor ou da 
massa falida.
7.2. Instalação
Em primeira convocação exige-se como quórum de instalação a presença de credores titulares de 
mais da metade do passivo do devedor (em cada classe). Caso não seja alcançado, ou mesmo, se a 
assembleia não se realizar por qualquer outra razão, em segunda convocação, os trabalhos se instalam 
validamente com qualquer número de credores (artigo 37, § 2o, da LF).
7.3. Deliberações
A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 secretário dentre os credores 
presentes.
Quando se trata da recuperação judicial, todos os credores nela admitidos têm direito a voz e voto na 
assembleia. São credores admitidos os que se encontram na última lista publicada (a relação de credores 
apresentada pelo devedor com a petição inicial, a organizada pelo administrador judicial ou, por fim, a 
consolidação do quadro geral).
Cada credor presente na assembleia terá o voto proporcional ao valor do seu crédito admitido na 
recuperação judicial.
Na assembleia dos credores, há quatro instâncias de deliberação. De acordo com a matéria em 
apreciação, varia o conjunto de credores aptos a votar.
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