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Aula 11 - Brasil Colônia, Império, Independência, libertação dos escravos.

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BRASIL COLÔNIA
Mapa do Brasil
Chegada dos portugueses ao Brasil em 22 de abril de 1500.
Portugueses começam a extrair o pau-Brasil da região litorânea, usando mão-de-obra indígena. A madeira era comercializada na Europa.
Os portugueses construíram feitorias no litoral para servirem de armazéns de madeira.
Nesta fase os portugueses não se fixaram, vinham apenas para explorar o pau-Brasil e retornavam.
Ciclo do pau-brasil (1500 a 1530)
Em 1530 chega ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Souza com objetivo de dar início a colonização do Brasil e iniciar o cultivo da cana-de-açúcar.
Ciclo do açúcar (1530 até século XVII)
A região Nordeste é escolhida para o cultivo da cana-de-açúcar em função do solo e clima favoráveis.
Em 1534 a Coroa portuguesa cria o sistema de Capitanias Hereditárias para dividir o território brasileiro, facilitando a administração. O sistema fracassou e foi extinto em 1759.
Em 1549 foi criado pela coroa portuguesa o Governo-Geral, que era uma representação do rei português no Brasil, com a função de administrar a colônia.
Ciclo do açúcar (1530 até século XVII)
A capital do Brasil é estabelecida em Salvador. A região nordeste torna-se a mais próspera do Brasil em função da economia impulsionada pela produção e comércio do açúcar.
Nos engenhos de açúcar do Nordeste é usada a mão-de-obra  escrava de origem africana.
Invasão holandesa no Brasil entre os anos de 1630 e 1654, com a administração de Maurício de Nassau.
Nos séculos XVI e XVII, os Bandeirantes começam a explorar o interior do Brasil em busca de índios, escravos fugitivos e metais preciosos. Com isso, ampliam as fronteiras do Brasil além do Tratado de Tordesilhas.
Ciclo do Ouro - Minas Gerais
Em meados do século XVIII começam a serem descobertas as primeiras minas de ouro na região de Minas Gerais.
O centro econômico desloca-se para a região Sudeste.
A mão-de-obra nas minas, assim como nos engenhos, continua sendo a escrava de origem africana.
Ciclo do ouro (século XVIII)
A Coroa Portuguesa cria uma série de impostos e taxas para lucrar com a exploração do ouro no Brasil. Entre os principais impostos estava o quinto.
Grande crescimento das cidades na região das minas, com grande urbanização, geração de empregos e desenvolvimento econômico.
A capital é transferida para a cidade do Rio de Janeiro.
No campo artístico destaque para o Barroco Mineiro e seu principal representante: Aleijadinho.
Criação de novos impostos – o quinto
A sociedade colonial
A chegada de um contingente extraordinário de pessoas ao interior do território brasileiro, motivada pela descoberta de ouro e pedras preciosas, causou muitas mudanças no Brasil Colônia. 
A população aumentou significativamente e as riquezas da mineração modificaram alguns centros urbanos, como o Rio de Janeiro, que se tornou a Capital da Colônia em 1763. Entretanto, apesar dessas transformações, a economia continuava dependente da política administrativa portuguesa. Isso significava que o Pacto Colonial ainda vigorava para o Brasil, ou seja, a Colônia estava ligada à sua metrópole por meio de uma relação de exclusividade (monopólio), com o objetivo principal de gerar lucros para Portugal.
A influência das ideias iluministas no Brasil
Interesses divergentes
Como, na metade do século XVIII, Portugal tinha pretensões de recuperar suas finanças por meio de um projeto de modernização econômica, ao Brasil restava o papel de fornecedor de produtos primários. Até a exploração de metais preciosos sofreu uma mais interferência, pois Pombal estabeleceu uma taxação anual para a região de Minas Gerais: um mínimo de cem arrobas de ouro( aproximadamente 1500 quilos). 
Os moradores da Colônias passaram a não aceitar os abusos arbitrários da Metrópole, ou, pelo menos, não concordavam com eles. diversos setores da sociedade colonial estavam descontentes, mas não havia uma convergência de interesses entre eles. Os comerciantes ansiavam pelo fim das restrições econômicas; os grupos mais humildes reclamavam dos privilégios concedidos aos portugueses; os escravos, por sua vez, lutavam pela liberdade.
Abusos arbitrários da Metrópole
descontentamento dos Brasileiros
O iluminismo no Brasil 
As ideias iluministas chegaram ao Brasil no século XVIII. Muitos brasileiros das classes mais altas da sociedade iam estudar em universidades da Europa e entravam em contato com as teorias e pensamentos que se desenvolviam em território europeu. Ao retornarem ao país, após os estudos, estas pessoas divulgavam as ideias do iluminismo, principalmente, nos centros urbanos.
A principal influência do iluminismo, principalmente francês, pôde ser notada no processo de Inconfidência Mineira (1789). Alguns inconfidentes conheciam as propostas iluministas e usaram como base para fundamentar a tentativa de independência do Brasil.
As principais ideias iluministas que influenciaram os inconfidentes foram:
- Fim do colonialismo;
- Fim do absolutismo;
- Substituição da monarquia pela República;
- Liberdade econômica (liberalismo);
- Liberdade religiosa, de pensamento e expressão.
Mesmo não obtendo o sucesso desejado, que seria a Independência do Brasil, os inconfidentes conseguiram difundir ainda mais as ideias do iluminismo entre as camadas urbanas da sociedade brasileira. Os ideais iluministas foram de fundamental importância na formação política do Brasil.
BRASIL IMPÉRIO
A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E A CONSTITUINTE DE 1823
A ideia de independência, a principio, pertencia somente aos chamados, até por isso, radicais. O que os elementos da elite mais próximos do poder pleiteavam era a continuidade da união com Portugal, guardada as liberdades conseguidas com a condição de Reino Unido.
Ir para a página 343.
Os Radicais queriam a Independência, a elite não.
O objetivo era deliberar sobre as justas condições com que o Brasil ‘deve permanecer unido a Portugal’, e examinar a Constituição que se fizer nas Cortes Gerais de Lisboa, para ver se é no seu todo aplicável ao Brasil, a ideia central era manter a união com Portugal.
Palavras de José Bonifácio de Andrade (documento redigido e enviado a D.Pedro I):
...afirmava que o Brasil não desejava atentar contra os direitos de Portugal, mas não era possível deixar que Portugal atentasse contra os seus...
23/5/1822
Convocação de uma assembleia geral
“O Brasil quer ter o mesmo Rei, mas não quer Senhores Deputados do Congresso de Lisboa [...] O Brasil quer Independência, mas firmada a União, bem entendida, com Portugal, quer enfim apresentar duas grandes famílias regidas pelas suas leis particulares, presas por seus interesses, obedientes ao mesmo chefe”.
Outras afirmações interessantes...
A nossa Independência não foi ideológica, como na Europa, e, sim econômica, havia um medo de voltarmos a ser uma simples Colônia de exploração, nada mais.
Outra preocupação eram com os chamados ‘radicais’ uma vez que eles insuflavam o povo contras as Cortes para conseguir uma independência com características democráticas e republicanas. Nos tiraram o direito de lutar pelos nossos ideais.
Independência econômica e 
não ideológica
Enquanto as Cortes discutiam projetos claramente recolonizadores a opinião pública no Brasil através de jornais, panfletos e discursos públicos mostravam toda a sua indignação. Eram projetos e decretos como este:
"Artigo 1º. — O comércio entre os reinos de Portugal, Brasil e Algarves, será considerado como de províncias do mesmo continente.“
Artigo 2º. – É permitido unicamente a navios de construção portuguesa, fazer o comércio de porto a porto em todas as possessões portuguesas [...]
Colônia descontente com os interesses da Metrópole
Para a elite, que tinha muitos interesses, era bem cômodo que continuasse tudo como antes, desde a colonização, ou seja, latifúndio, monocultor, exportador, escravocrata. 
Por que Independência e não a República?
A elite queria o monarca, os radicais não.
Quem poderia votar: Todo cidadão, casado ou solteiro, sendo emancipado – ou seja, que não fosse filho
de família no sentido romano – e tendo mais de 20 anos.
Quem não podia votar: Os religiosos regulares, os estrangeiros não naturalizados, os criminosos e os que viviam de salário, os criados da Casa Real que não fossem de galão branco e os administradores de fazendas e fábricas.
Ir para a página 350.
Convocação da Constituinte em 
3 de junho de 1822
Escalada de pressão e violência:
“Uma primeira medida é a criação de dois cargos de ajudantes do intendente geral de polícia, da capital, com atribuições para vigiar pessoas suspeitas e ajuntamentos, cercar casas e clubes e prender os denunciados (portaria de 10 de abril); 
A essa decisão segue-se a de mandar a repartição dos correios reter cartas e papéis considerados suspeitos (aviso de 18 de julho) e a de autorizar o intendente geral de polícia a expulsar da cidade os que pudessem ‘tramar contra a ordem pública’ e inclusive fixar-lhes o local de residência (portaria de 18 de julho)”;
Os jornais de que faziam oposição foram fechados ou calados.
Caça às Bruxas por ordem de José Bonifácio e D. Pedro.
A Constituinte formada sob o jugo da perseguição estava fadada ou a obedecer subservientemente à vontade do Imperador ou a afrontá-la e se ver o poder imperial fechá-la. 
Uma Constituinte "Consentida" é assim que deve ser chamada, mesmo antes de sua instalação havia ameaças contra ela. 
José Bonifácio tentava convencer o príncipe de formar um Conselho de Procuradores, com poderes apenas consultivos, e a outorga de uma Carta Magna, de modo a fugir do que ele considerava ser a “desordem de uma Assembleia Constituinte". 
Constituinte ‘consentida’
A Constituinte funcionaria, não por direito próprio, mas enquanto fiel ao sistema monárquico. Assim afirmou D. Pedro na abertura dos trabalhos constituintes. 
Fiel ao sistema monárquico
A fim de preparar o anteprojeto constitucional foram designados seis deputados que formariam uma comissão, sendo que esta o apresentou em setembro de 1823 quando começou a ser discutido pela Assembleia. Continha 272 artigos muito inspirados nos Iluministas, não no tocante à democracia e liberdades burguesas, mas, principalmente, no que dizia respeito à soberania nacional e ao liberalismo econômico.
Soberania nacional e liberalismo econômico
A Comissão nomeada por D. Pedro I para elaborar uma Carta Constitucional foi chamada de Conselho de Estado e eram compostos por seis ministros e mais quatro membros escolhidos pelo Imperador. Esta comissão tinha um prazo de quarenta dias para a elaboração da Carta. 
A Constituição foi então outorgada, imposta por D. Pedro I e, apesar de criticas contundentes em todas as províncias acabou por ser assimilada por imposição.
A Constituição Outorgada de 1824
Não era possível para D. Pedro I, por mais que desejasse centralizar de forma absoluta aparente, o poder em suas mãos. Depois da restauração na Europa, depois da retomada de poder pelas monarquias que haviam perdido suas coroas para Napoleão, não era mais possível para um rei afirmar que o Estado era ele, tampouco basear-se na teoria do direito divino. Era preciso identificar o governo com uma Monarquia Constitucional e assim o fez a Constituição de 1824:
ALGUNS PONTOS DA CONSTITUIÇÃO DE 1824
“Art. 3º. O seu governo é monárquico, hereditário, constitucional e representativo."
Era preciso deixar participar do poder ao menos uma parte da elite econômica, era a isso que os reis chamavam de liberalismo. Não era mais possível compreender um país sem uma constituição, sem uma separação de poderes, ainda que nominal:
Art. 9º. A divisão e harmonia dos Poderes políticos é o princípio conservador dos direitos dos cidadãos e o mais seguro meio de fazer efetivas as garantias, que a Constituição oferece”. 
Nós tínhamos, nesta Constituição, quatro poderes:
“Art. 10. Os Poderes políticos reconhecidos pela Constituição do Império do Brasil são quatro: o Poder Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo e o Poder Judicial”.
O Poder Moderador é a chave para a compreensão da falácia da independência de poderes no Brasil monárquico. Ele é apontado como sendo o meio pelo qual os outros poderes se harmonizariam. É um poder privativo do Imperador. 
Os ministros de Estado, em questão neste artigo 10, seriam nomeados pelo Imperador, acabando com qualquer possibilidade de um real parlamentarismo na monarquia brasileira.
O quarto Poder: MODERADOR
O Legislativo indicado pelo nome de Assembleia Geral é, em uma sinceridade absurda, objetivamente apontada na Constituição de D. Pedro não como tendo ou sendo um poder por si, mas como tendo um poder existente somente por consentimento do Imperador. 
O Poder Legislativo era composto por Câmara dos Deputados e Senado. Este último tinha como característica principal a vitaliciedade e, em última instância eram escolhidos pelo Imperador através de listas tríplices.
E o poder do Imperador no âmbito traduzido pela Constituição Outorgada de 1824 não se restringia somente à nomeação de senadores ou dissolução da Câmara, ele tinha por esta Carta Magna o poder de expedir decretos e regulamentos que na prática, configuravam o estabelecimento de leis. 
De qualquer forma uma lei só teria valor no Brasil após a sanção objetiva do Imperador e se este simplesmente não se pronunciasse acerca da sanção ou do veto de urna determinada lei seria o mesmo que vetá-la.
Poderes legislativos ao Monarca
O Poder Judiciário tampouco escapava de tão pelágica(*) interferência, embora houvesse a indicação na Constituição de que este era um Poder independente.
Os juízes eram nomeados pelo Imperador como chefe do Poder Executivo.
(*) Pelágica, aqui no sentido de profunda interferência.
Poder Judiciário nas mãos do Imperador.
Escravidão no Brasil Império
A escravidão era a marca da produção e da cultura do Império e, mesmo assim, D. Pedro e seu Conselho decidiram praticamente copiar a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão dos revolucionários franceses. Desta forma a lei deve ter utilidade pública (art. 179, inciso 2e), mas o público não engloba a maioria esmagadora da população que é formada por escravos (embora a estes não fosse reconhecida a cidadania) e por homens livres não proprietários.
Os direitos não eram para todos 
os cidadãos
Igreja no Brasil Império
Da mesma forma é indicada certa "liberdade de religião", mas a religião oficial, aquela que possibilita que o indivíduo tenha registros civis é a católica. Isto se dá porque casar-se, ter registro de nascimento pelo registro de batismo, morrer e todas as consequências legais atreladas a estes fatos da vida passavam pelo controle da Igreja, não pelo controle civil. 
Uma “certa” liberdade religiosa
O CÓDIGO CRIMINAL DE 1830
Desde a proclamação da independência em setembro de 1822 entendia-se a necessidade de regular os vários aspectos da vida nacional. A primeira providência foi manter as leis portuguesas, de modo a não existir uma brecha legislativa. Isto foi feito ainda pela Assembleia Constituinte em outubro de 1823.
Uma das maiores discussões durante a feitura do Código Criminal residiu na penalização dos crimes. 
A pena de morte foi o centro da discussão, os deputados e senadores que participaram da Comissão que analisou o projeto chegaram inclusive a colocar a discussão e a conclusão acerca deste tipo de pena no parecer do Projeto. No final, apesar da docilidade do povo brasileiro, e sua ignorância, inclusive escolar, seria usada como desculpa para impedir a suspensão da pena de morte. 
A pena de morte era então prevista no primeiro Código brasileiro e não somente prevista como era descrita a sua execução.
Alguns Pontos do Código Criminal
"Art. 38. A pena de morte será dada na forca.“
"Art. 39. Esta pena, depois que se tiver tornado irrevogável a sentença, será executada no dia seguinte ao da intimação, a qual nunca se fará na véspera de domingo, dia santo ou de festa nacional."
"Art. 40. O Réo, com seu vestido ordinário, e preso, será conduzido pelas ruas mais publicas até a forca, acompanhado do juiz criminal
do lugar onde estiver, com seu Escrivão, e da força militar que se requisitar. 
Apenas a mulher grávida poderia, temporariamente, escapar do castigo da morte:
"Art. 43. Na mulher prenhe não se executará a pena de morte, nem mesmo Ella será julgada, em “caso de merecê-la, senão quarenta dias depois do parto.” 
As grávidas não eram executadas de imediato.
Ainda no tocante às penas, havia uma garantia constitucional que afirmava não poder haver penas como os açoites, a tortura, a marca de ferro quente, e todas as mais penas cruéis (art. 179, inciso 19). 
Esta afirmação constitucional não excluía ninguém, aliás, nem poderia visto que o inciso 13 do mesmo artigo da Constituição Outorgada decretava a lei deveria ser igual a todos. 
Todos menos os escravos, que eram considerados coisas por um lado e pessoas de caso de delito:
Proibição do açoite, tortura e marca de ferro quente, exceto para os escravos.
"Art. 60. Se o réo fôr escravo, e incorrer em pena que não seja a capital ou de galés* serão condenados à de açoutes, e, depois de os soffrer, será entregue a seu senhor, que se obrigará a trazei-o com um ferro pelo tempo e maneira que o juiz o designar. O número de açoutes será fixado na sentença; e o escravo não poderá levar por dia mais de cinqüenta.“
*A pena das galés era na qual os condenados cumpriam a pena de trabalhos forçados. Espécie de antiga sanção criminal. O Código Criminal de 1830 adotou-a, determinando, no artigo 44, os réus a andarem com calceta no pé e corrente de ferro, juntos ou separados, e a empregarem-se nos trabalhos públicos da província onde ocorrera o delito, à disposição do governo.
Revogação
Foi abolida no Brasil pelo § 20, do artigo 72 da Constituição de 1891 (já havia sido extinta pelo Decreto nº 774, de 20.09.1890, expedido durante o Governo Provisório da República, liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca). No Império, a punição significava prisão com trabalho forçado e correntes expostas ao público.
Pena de Galés
Um ambiente sujo, sem ventilação, com um calor insuportável. Neste lugar, os homens conviviam com alimentos estragados e corriam o risco constante de contrair doenças. Esses e outros percalços eram enfrentados pelos galerianos, condenados a fazer trabalhos forçados em galés. Nessas embarcações movidas a remo, amplamente utilizadas no Mar Mediterrâneo desde a Antiguidade, muitos homens foram submetidos a grandes privações e dificuldades.
Acontecimentos:
Dissolução da Assembleia Constituinte de 1823
Nova Assembleia Constituinte (1824)
Poder Moderador (absolutismo disfarçado de Constituição)
A elite brasileira estava insatisfeita, deseja mais autonomia, desconfiavam seriamente de D. Pedro I.
O CÓDIGO DE PROCESSO CRIMINAL DE 1832 E O ATO ADICIONAL DE 1834
Problemas:
Crise econômica advinda da crise do açúcar;
Falência esperada do Banco Brasil;
Pagamentos para reconhecimento da independência;
Uso do dinheiro público para bancar a Guerra da Cisplatina (guerra que só D. Pedro I queria);
A oposição ao Imperador acirrou-se.
A abdicação do Imperador Pedro I do Brasil, ocorreu em 7 de abril de 1831, em favor de seu filho D. Pedro de Alcântara, futuro D. Pedro II. O ato marcou o fim do Primeiro Reinado e o início do período regencial, no Brasil.
D. Pedro I abdicou do trono e, como seu sucessor tinha apenas cinco anos de idade, para que se cumprisse a Constituição, o Império foi governado por uma Regência, escolhida entre os membros do Parlamento.
Abdicação de D. Pedro I
O “espírito liberal”, que havia permeado a Independência e a Assembleia Constituinte, havia sido frustrado e a Abdicação marcou a retomada do debate liberal que encontrou sua maior expressão no Código de Processo Criminal, que deveria ser feito com urgência visto que o Código Criminal não contemplava o processo.
O Código de Processo Criminal
O Código vigorou por 10 anos.
Os Municípios foram habilitados a exercer, por si mesmos, atribuições judiciárias e policiais.
Foi reativado o Juiz de Paz (poderes de agente conciliador de litígios e pré-instância judicial);
O Distrito: entregue ao Juiz de Paz com tantos inspetores quantos fossem os quarteirões do município;
O Termo: composto por um corpo de jurados, um juiz municipal, um escrivão das execuções e os oficiais de justiça;
A Comarca: que era composta por um a três juízes de direito (dependendo da população da cidade), um deles com o cargo de chefe de polícia.
Primeira instância (formação)
Não obstante todos os problemas trazidos pela legislação, pode-se destacar o surgimento de um instituto jurídico importantíssimo para a atual justiça: HABEAS CORPUS. Foi no Código de Processo Criminal de 1832, art. 340.
“Todo cidadão que entender que elle ou outrem sofre uma prisão ou constrangimento em sua liberdade, tem o direito de pedir uma ordem de habeas corpus em seu favor”.
O HABEAS CORPUS
Acaba com a descentralização. 
Toda autoridade jurídica e policial passou a ser submetida a uma rígida hierarquia, completamente dependente do poder central.
Cumulatividade das funções de juiz e chefe de polícia foi resolvida somente em 1871, pelo Decreto n. 4.824.
1841 – Reforma do Código de Processo Criminal
Promulgado em 6 de agosto de 1834
Maior importância e deveres aos Conselhos Provinciais, que passavam a ser Assembleias Legislativas;
O Poder executivo – nas mãos do Imperador, ele nomeava o presidente;
O Ato foi uma mistura entre centralização e descentralização que resultou em ingovernabilidade. 
O Poder Moderador permaneceu.
O ATO ADICIONAL
Lei de 4 setembro de 1850, que cuidou da repressão do crime de tráfico de escravos;
A Lei de 18/9/1851 – relativa a crimes militares;
Lei de 20/9/1871 – tratava do estelionato e definia os crimes culposos;
Lei de agosto de 1875 – direito penal internacional;
Lei de 15/10/1886 – versava sobre dano, incêndio etc
1850 - Código Comercial
1850 – Lei de Terras, que explica a situação agrária do país até hoje.
Outras Leis do Período Imperial
O Código Criminal de 1830 e o de Processo de 1832 foram balizas na história jurídica do mundo. Sem dúvida, muitos daquela época (como hoje) pasmaram ao ver pontos tão importantes e liberais na legislação de um país que era não somente muito novo, como também, até aquela época sequer tinha uma escola, de fato, de formação de advogados.
Nascimento da Tradição Jurídica Brasileira
Famílias abastadas mandavam os seus filhos estudarem no exterior.
Depois da Independência e depois dos primeiros grandes códigos entrarem em vigor, os cursos jurídicos começaram a ser criados no Brasil, por intermédio de um decreto de 1825.
Os primeiros foram o de Olinda e de Recife. 
7 de agosto de 1843 funda-se o Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros.
Tradição era estudar na França e Portugal.
A escravidão e a Lei: Condições e Abolição
O escravo é considerado e colocado na posição de mercadoria, portanto sujeito a relações de alienação idênticas a qualquer coisa que possa ser de propriedade de alguém. Escravo não constitui um bem pessoal vinculado, mas é alienável ao arbítrio do proprietário.
A escravidão está baseada na norma de perpetuidade, ou seja, até a morte o indivíduo não perde sua condição, a não ser que seja alforriado por benesse de seu senhor. Entretanto, mesmo no caso da alforria a mentalidade e a legislação indicavam um caminho de dependência estreita que não poderia se extinguir totalmente, mesmo a libertação dos escravos.
Se no que diz respeito à lei que define a própria situação do escravo este é somente propriedade, no tocante a lei penal ele tem uma dúbia situação: 
É pessoa se for agente do crime e coisa se for vítima. 
Desta forma o escravo poderia responder a um processo caso cometesse algum delito e seu senhor seria indenizado caso o escravo fosse vitima de alguém. 
Esta disparidade tornava-se ainda mais evidente se levarmos em conta a questão do depoimento do escravo que, de fato, nada valia e muitas vezes o escravo era colocado na situação de réu no lugar de seu senhor ou de seus parentes.
Escravo: dúbia situação
de pessoa e de coisa.
Havia uma lei especifica contra o escravo que matasse seu senhor, era a lei de 10 de junho de 1835 que condenava o homicida à morte, mas o mais comum eram os açoites (que podiam chegar a mais de 300) seguidos do uso, por tempo determinado pela sentença, de ferros no pescoço.
Castigos: Açoite e ferros
AS LEIS ABOLICIONISTAS
É no pensamento Iluminista do século XVIII que podemos encontrar as primeiras ideias contrárias à escravidão, se antes deste movimento a escravidão era vista como um desígnio de Deus, depois passou a ser encarada como uma obra do homem e, portanto podia ser revogada. 
O escravismo, como peça fundamental do regime monopolista, que em nada interessava às Nações capitalistas deveria ser exterminado. 
Mas os escravistas tinham argumentos a favor do cativeiro, para eles a escravidão era benéfica ao negro que seria civilizado e conheceria o Cristianismo. 
Outros argumentavam que era um mal necessário já que confundindo, como fazem alguns de nossa elite ainda hoje em dia, seus interesses com os interesses da Nação, a falta de braços escravos levaria o Brasil (ou seja, eles) à bancarrota.
Escravidão: regime monopolista
Mas a pressão inglesa se fez sentir, a pressão popular também. A Inglaterra que até o século XVIII estivera total e irremediavelmente engajada no tráfico e nos lucros advindos da escravidão era, no século XIX, uma potência — que por interesses mais econômicos que humanitários — visceralmente antiescravista. Em 1807 o Parlamento inglês aboliu o tráfico de escravos nas colônias britânicas, foi à linha de partida para a Inglaterra tornar-se a paladina da emancipação dos escravos.
Pressões inglesas e locais
No Tratado de 1810 entre D. João e a Inglaterra havia uma cláusula que obrigava o então Príncipe Regente a proibir o tráfico negreiro "em outra alguma parte da Costa da África que não pertença atualmente aos domínios de Sua Alteza Real“.
Cinco anos mais tarde, em Viena, a Inglaterra conseguiu que D. João proibisse seus vassalos de comercializar escravos ao norte da linha do Equador, foi o Tratado de 1815.
Tratados de 1810 e 1815
A LEI EUSÉBIO DE QUEIROZ
Em março de 1850 o primeiro ministro inglês ameaçou o Brasil de cumprir os tratados firmados nem que fosse à ponta da espada, não havia porque duvidar do Ministro Gladstone e, embora a chancelaria do império tenha protestado contra tais ameaças baseando-se nos "sólidos princípios do direito das gentes" o país teve que dar uma resposta.
Inglaterra ameaça o Brasil
Com o recrudescimento desta pressão alguns setores da economia não colocaram empecilhos para resolver definitivamente a questão do tráfico, mesmo porque os mais poderosos fazendeiros do Império se consideravam momentaneamente bem abastecidos de escravos. 
Assim a Câmara dos Deputados reformou e emendou em julho de 1850 o projeto do Senado (de 13 de 1837) sobre a repressão do tráfico de africanos e acabou por votar e aprovar a lei 581, a Lei Eusébio de Queiroz. 
Por esta Lei as embarcações brasileiras que fossem encontradas em qualquer parte e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros ou mares territoriais do Brasil, tendo escravos a bordo ou já os tendo desembarcado, seriam apreendidas e consideradas importadoras de escravos. 
Estariam envolvidos no crime todos, inclusive os que dessem ajudam ao desembarque ou aqueles que soubessem e não avisassem as autoridades.
LEI EUSÉBIO DE QUEIRÓZ
O fim do tráfico negreiro trouxe consequências econômicas e ideológicas para o país, as econômicas podem ser traduzidas como um momento de modernização com a Era Mauá e um surto industrial muito ajudado pela Tarifa Alves Branco de 1844. (pag.397)
Entre os anos de 1828 e 1844, as taxas de importação praticadas pelo Brasil eram de 15% sobre todo e qualquer produto estrangeiro. Foi então que um decreto do ministro da Fazenda, Manuel Alves Branco, determinou a revisão das taxas alfandegárias praticadas pelo governo imperial. Assim, a Tarifa Alves Branco acabou modificando o valor dos impostos cobrados sobre mais de três mil artigos importados.
A LEI DO VENTRE LIVRE
Depois da Guerra de Secessão dos Estados Unidos, somente o Brasil como país independente e as colônias espanholas Porto Rico e Cuba mantinham a escravidão.
Brasil, Porto Rico e Cuba 
Tal estado de coisas fez aumentarem a pressão popular e estrangeira a favor da abolição e acabou colocando a questão abolicionista na ordem do dia. Em 12 de maio de 1871 o governo apresentou o projeto que daria liberdade aos filhos das escravas: a Lei do Ventre Livre. 
Todo o debate que se seguiu à apresentação deste projeto era centrado na questão de se estar ou não violando o princípio constitucional do direito de propriedade, mas o Senador negro Torres Homem, político famoso de origens modestas afirmava que a propriedade de escravos era uma monstruosa violação de direito natural. (p.398)
A Lei Sexagenária explica que mesmo os seus escravos sendo livre, não poderiam ir tão longe, ou seja, seus donos eram obrigados a ficam com eles até a morte. E se abandonasse ou estado de doença pagaria uma multa. 
A LEI DOS SEXAGENÁRIOS
Os abolicionistas cresciam em número, o movimento se agigantava no país, mas o golpe de misericórdia veio mesmo dos próprios escravos que, com auxilio dos abolicionistas, começaram a abandonar as fazendas causando o caos no trabalho e tornando a situação insustentável. O desespero tomou conta dos escravistas que em vão tentaram incluir o exército no combate às fugas e rebeliões.
A Lei Áurea – 13/5/1888

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