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* * CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA * * 1) MOEDA FALSA 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA 4) FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO 5) USO DE DOCUMENTO FALSO * * 1) MOEDA FALSA * * 1) MOEDA FALSA Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. * * 1) MOEDA FALSA § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa * * 1) MOEDA FALSA § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. * * 1) MOEDA FALSA § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. * * 1) MOEDA FALSA 1.1) BEM JURÍDICO Fé Pública 1.2) SUJEITOS Ativo – qualquer pessoa (caput e §1º, 2º e 4º). No §3º, é o funcionário público, bem como aquele que exerça função de diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão. Passivos – O Estado, a coletividade. Eventualmente, o particular que suporta prejuízo em decorrência do crime. * * 1) MOEDA FALSA 1.3) TIPO OBJETIVO Falsificar moeda metálica ou papel-moeda de curso legal, fabricando-a ou alterando-a; isto é, mediante contrafação total ou por adulteração de moeda já existente. 1.4) TIPO SUBJETIVO Dolo (direto ou eventual) * * 1) MOEDA FALSA 1.5) CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Consumação – com a efetiva falsificação, obtida quer pela contrafação, quer pela alteração. Tentativa – é admissível, por ser crime plurissubsistente. Crime de perigo concreto. * * 1) MOEDA FALSA Pergunta: Se o agente adultera uma nota de dez cruzados, fazendo-a passar por uma cédula autêntica de real, há a falsificação em qual modalidade – contrafação ou alteração? * * 1) MOEDA FALSA FORMA PRIVILEGIADA (Art. 292, §2º, do CP). 1.6) TIPO OBJETIVO Restituir à circulação, isto é, devolver ao meio circulante moeda falsa que o agente recebera de boa-fé. Pressupõe circulação precedente da moeda falsa e que o agente a tenha recebido como verdadeira, vindo depois a conhecer-lhe a falsidade. * * 1) MOEDA FALSA 1.7) TIPO SUBJETIVO Dolo direto. Não se admite o dolo eventual, já que o conhecimento da falsidade é elementar do tipo. 1.8) CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Consuma-se no momento em que o agente devolve à circulação, por qualquer forma, a moeda falsa que recebera como verdadeira. A tentativa é admissível. * * 1) MOEDA FALSA FORMA QUALIFICADA (Art. 289, §3º) § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão de moeda ou cédula. * * 1) MOEDA FALSA DESVIO E CIRCULAÇÃO NÃO AUTORIZADA (Art. 289, §4º) Moeda legítima – Dinheiro válido 1.9) TIPO OBJETIVO É a ação de desviar, isto é, retirar de sua destinação originária o dinheiro cuja circulação não estava, ainda, autorizada, sucedida da sua introdução antecipada em circulação. * * 1) MOEDA FALSA 1.10) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA É aplicável no crime de moeda falsa? Não, pois o interesse jurídico protegido é a fé pública, logo não há que falar em desinteresse estatal à repressão, não há admissão da quantificação monetária. É irrelevante o número de moedas ou cédulas falsificadas. A maior ou menor quantidade de dinheiro falso incidirá na gradação da pena, o que reflete a maior culpabilidade do agente. * * 1) MOEDA FALSA 1.19) FALSIFICAÇÃO GROSSEIRA Súmula 73 do STJ * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 2.1) BEM JURÍDICO A Fé pública 2.2) SUJEITOS Ativo – qualquer pessoa. Se funcionário púbico, prevalecendo-se do cargo, a pena é aumentada de um sexto (art. 297, §1º). CUIDADO: Para incidir a majorante de 1/6 precisa ser funcionário público prevalecendo-se do cargo. Passivos – Primário, o Estado Secundário, Terceiro eventualmente prejudicado pela falsificação * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO 2.3) TIPO OBJETIVO Falsificar – No todo = o documento é inteiramente criado -- em parte = o agente aproveita-se dos espaços em branco da peça escrita Alterar - modifica documento público existente, substituindo ou alterando dizeres. * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO PERGUNTA: Substituição de fotografias em documento público verdadeiro configura qual crime? 1ª corrente: Falsa identidade – art. 307 do CP, pois o documento permanece autêntico. 2ª corrente: como a fotografia é parte integrante do documento, a sua substituição caracteriza o 297 do CP. (PREVALECE) * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO OBJETO MATERIAL Documento: toda peça escrita que condensa graficamente o pensamento de alguém, podendo prova um fato ou a realização de algum ato dotado de relevância jurídica. * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO PERGUNTA: Cópias reprográficas autenticadas ou não podem ser objeto material do crime? Apesar de reconhecer doutrina em sentido contrário, Bittencourt ensina que, para fins penais, as cópias não são documentos, mesmo que autenticadas. * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTOS DESTINADOS À PREVIDÊNCIA SOCIAL ART. 297, §3º e 4º, do CP 2.6) CONSUMAÇÃO E TENTATIVA ART. 297, §3º do CP – Inserção no documento a informação falsa. ART. 297, § 4º do CP – Quando o sujeito sonega os dados ou informações. * * 2) FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO PÚBLICO E ESTELIONATO PERGUNTA: Sujeito que pratica estelionato usando documento falso responde por qual crime ou crimes? 1ª corrente: Concurso material de crimes – 2 crimes. Ex. Estelionato com cartão bancário. Estelionato com cheque: Súmula 17 do STJ 2ª corrente: Concurso formal de crimes – STF 3º Corrente: o crime de falso absorve o estelionato, se for documento público, porque tem pena mais grave. * * 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA * * 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. * * 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. * * 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA 3.1) DIFERENÇA Falsificação de documento público do art. 297 do CP – o instrumento Falsidade ideológica do art. 299 do CP- o conteúdo. 3.2) BEM JURÍDICO A fé pública * * 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA 3.3) SUJEITOS Ativo - qualquer pessoa que tenha o dever jurídico de declarar a verdade. Atenção: Quando funcionário público prevalecendo-se do cargo, aumenta a pena de 1/6 parte. Passivo – é o Estado, a coletividade interessada na tutela do bem jurídico fé pública. Pode haver sujeito passivo eventual, se a conduta lesa diretamente alguém. * * 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA 3.4) TIPO OBJETIVO Omitir, inserir ou fazer inserir 3.5) TIPO SUBJETIVO Dolo. Há ainda, a exigência de elemento subjetivo, consubstanciado no fim determinado de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade de fato juridicamente relevante. Não tendo elemento subjetivo, o Promotor pode pedir o arquivamento do inquérito. - Caso da alteração da idade no registro de nascimento * * 3) FALSIDADE IDEOLÓGICA 3.6) CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Crime de mera atividade Tentativa – não é possível, salvo na modalidade comissiva. Atenção: Não existe crime quando a falsa ideia recai sobre documento cujo conteúdo está sujeito à fiscalização da autoridade. Ex. Declaração de pobreza no processo. * * 4) FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO * * 4) FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. * * 4) FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO 4.1) BEM JURÍDICO A fé pública documental 4.2) SUJEITOS Ativo – só o médico, no exercício da medicina Crime próprio Passivo – A coletividade. Pode haver um prejudicado direto, eventualmente. * * 4) FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO 4.3) TIPO OBJETIVO Entregar ou fornecer o documento. Se distingue das outras formas de atestado falso em razão do agente e do conteúdo do que se atesta. 4.4) TIPO SUBJETIVO Dolo, direto ou eventual. * * 4) FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO 4.5) CONSUMAÇÃO e TENTATIVA Crime de mera atividade Consumação – quando o agente ultima o atestado. Tentativa – não se admite 4.6) FORMA QUALIFICADA Propósito de lucro, art. 302, par. Único – Multa. * * 5) USO DE DOCUMENTO FALSO * * 5) USO DE DOCUMENTO FALSO Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. * * 5) USO DE DOCUMENTO FALSO 5.1) BEM JURÍDICO A fé pública 5.2) SUJEITOS Ativo – qualquer pessoa Passivo – o Estado 5.3) TIPO OBJETIVO Utilizar o documento falso. * * 5) USO DE DOCUMENTO FALSO 5.4) TIPO SUBJETIVO O dolo, direto ou eventual. 5.5) CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Crime de mera atividade Consumação – com o primeiro ato de uso juridicamente relevante. Tentativa – não é juridicamente possível. PERGUNTA: O simples porte do documento configura o crime?
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