Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 1 Economia – Módulo 05 V - Economia Aberta – Relações com o Setor Externo A Taxa de Câmbio O comércio internacional é um fenômeno cada vez mais intenso na era moderna, e resulta no surgimento de diversas relações entre as economias, que formam um campo próprio de estudo dentro da Ciência Econômica. Uma primeira questão que surge no momento em que duas nações pretendem realizar trocas comerciais, é a necessidade de algum mecanismo de conversão das suas respectivas moedas. Isto ocorre pelo simples fato de que normalmente as moedas de países distintos apresentam valores nominais diferentes. Portanto, imagine que um produtor de laranjas no Brasil deseje vender suco de laranja a um distribuidor nos Estados Unidos. Para esta transação comercial acontecer, é necessário estabelecer alguma medida para converter o preço do suco de laranja brasileiro, expresso numa certa quantidade de reais, para uma certa quantidade de dólares. Tal medida é exatamente a taxa de câmbio – a taxa de conversão entre as moedas dos dois países envolvidos nesta transação: o Real e o Dólar. Se cada dólar custar R$ 2,50 e o litro de suco de laranja no Brasil tiver um preço igual R$ 2,00, então nos EUA o suco de laranja custará: R$ 2,00 / litro US$ 0,80 / litro R$ 2,50 / US$ = A taxa de câmbio é a medida pela qual a moeda de um certo país pode ser convertida (“transformada”) em moeda de outro país. Assim, a taxa de câmbio corresponde ao preço de uma moeda em relação a outra. No exemplo dado, observamos que US$ 1,00 = R$ 2,50. Note, porém, que podemos dizer também que R$ 1,00 = US$ 0,40. Estamos desta forma evidenciando a equivalência de valor entre as duas moedas. Não esqueça, portanto, que a taxa de câmbio é um preço: ela representa quantas unidades da moeda nacional precisamos dispor para comprar uma unidade da moeda estrangeira. Preste atenção a isto, pois é uma convenção, adotada por muitos países, inclusive o Brasil, definir a taxa de câmbio como sendo o preço da moeda estrangeira em Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 2 termos da moeda nacional. Assim, podemos dizer que, no exemplo dado, a taxa de câmbio é de um Dólar = R$ 2,50. Em outros países, como por exemplo os Estados Unidos, o mais comum é apresentar a taxa de câmbio como sendo o preço da moeda nacional em termos da moeda estrangeira. Assim, se nós aqui no Brasil adotássemos esta convenção, diríamos que a taxa de câmbio seria um Real = US$ 0,40. Cuidado, pois, em alguns livros de economia traduzidos de edições americanas se utiliza a taxa de câmbio desta maneira. Porém, neste módulo estamos adotando a convenção usada no Brasil, pelos órgãos governamentais, pelos autores e professores brasileiros, e inclusive nas provas de concursos públicos, que é definir a taxa de câmbio como o preço, em reais, da moeda estrangeira. Comportando-se como um preço, a taxa de câmbio é também influenciada pela oferta e pela demanda da moeda estrangeira (também chamada de “divisa”). Vamos conhecer como o mercado de divisas se comporta: O Mercado de Divisas Quem realiza a Oferta de divisas? Basicamente, os exportadores. Ao realizar suas vendas para o exterior, os exportadores recebem moedas estrangeiras, que não podem ser utilizadas no nosso país. Assim, eles necessitam trocar essas moedas estrangeiras por moeda nacional, para poder fazer seus pagamentos, gerir os seus negócios, enfim, realizar seus gastos internamente. Do mesmo modo as empresas que obtiveram empréstimos em moeda estrangeira, precisam convertê-la em moeda nacional. Assim, estas empresas também ofertam divisas. Quem realiza a Demanda por divisas? Em primeiro lugar, os importadores, pois estes necessitam de moedas estrangeiras para efetuar suas compras nos outros países, já que nesse caso a moeda nacional não é aceita. Também as empresas que são devedoras de empréstimos em moeda estrangeira necessitam da mesma para poderem quitar suas dívidas, pois os seus credores não vão aceitar a moeda nacional. A Oferta e a Demanda por divisas representam desejos, intenções dos agentes econômicos aqui relacionados. Portanto, as curvas de oferta e demanda por divisas ilustram o comportamento psicológico dos exportadores e importadores em relação à taxa de câmbio e ao montante de moedas estrangeiras que desejam comprar e vender. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 3 Se a taxa de câmbio for muito alta, muitos produtores desejarão exportar mais, e a oferta de dólares será muito grande. Ou seja, quando a taxa de câmbio está elevada, significa que os exportadores recebem mais Reais para cada Dólar obtido nas vendas externas. Assim, eles têm um incentivo a exportar mais. O resultado dos aumentos das exportações é um aumento também nos dólares recebidos, portanto a oferta de divisas se eleva. Assim, a primeira regra do Mercado de Divisas é: se a taxa de câmbio aumenta, a oferta de divisas também aumenta, e vice-versa. Como qualquer curva de oferta, a oferta de divisas é crescente em relação ao preço, isto é, crescente em relação à taxa de câmbio. Do lado das importações, a situação se inverte: quanto maior a taxa de câmbio, menor a quantidade que as empresas desejam importar e menor, portanto, a demanda por divisas; quanto menor a taxa de câmbio, maior a quantidade que as empresas desejam importar e, portanto, maior a demanda por divisas. A segunda regra do Mercado de Divisas é: se a taxa de câmbio aumenta, a demanda por divisas diminui, e vice- versa. Como qualquer curva de demanda, a curva de demanda por divisas é decrescente em relação ao preço, isto é, decrescente em relação à taxa de câmbio. Quando a taxa de câmbio for igual a ε0, o volume de demanda por divisas será exatamente igual ao volume de oferta de divisas e o mercado de divisas está em equilíbrio: a quantidade de divisas que os exportadores estão dispostos a vender é exatamente igual à quantidade de divisas que os importadores estão dispostos a comprar. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 4 Suponha que haja uma maior procura externa pelos nossos produtos. Os exportadores conseguirão preços maiores e, portanto, mais dólares. A curva de oferta de divisas se desloca para a direita pois a uma mesma taxa de câmbio ε0, os exportadores desejam ofertar mais dólares. Mas, a esta taxa os importadores desejam comprar menos dólares. Conseqüentemente, sobrarão dólares nas mãos dos exportadores, que estarão dispostos a vendê-los a uma taxa de câmbio menor, ε1, que será a nova taxa de equilíbrio. Imagine agora que o consumidor nacional aumente a demanda por bens importados. Aos mesmos preços os nacionais desejam comprar mais produtos importados. Os importadores precisam importar mais bens, mesmo a preços maiores, ou seja, a curva de demanda por divisas se deslocará para a direita como na figura ao lado. A nova taxa de câmbio de equilíbrio será ε1, maior do que ε0. A esta nova taxa de câmbio, a quantidade de divisas que os importadores desejam comprar será exatamente igual à quantidade de divisas que os exportadores desejam vender. A demanda por divisas depende, por outro lado, da renda do país importador. Quando cresce a renda nacional, cresce a demanda por todos os bens de economia, inclusive a demanda por bens importados. Isso leva a uma expansão das necessidades de divisas, para pagar as importações.Qual é o efeito de uma inflação interna sobre esse mercado? Supondo que haja um processo inflacionário, os exportadores agora recebem a mesma quantidade de Reais na conversão dos dólares recebidos do exterior. No entanto, o valor “real” da moeda nacional está depreciado, de modo que eles têm menos incentivo a exportar. Além disso, seus custos de produção aumentaram, fazendo com que o preço do produto nacional suba em relação ao estrangeiro. Assim, ocorre uma redução nas exportações, levando a curva de oferta de divisas a se deslocar para a esquerda. Por outro lado, os importadores agora necessitam comprar de mais dólares, porque a Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 5 demanda pelos produtos importados aumentou, visto que o preço do mesmo em relação ao nacional está relativamente menor. Assim, aumenta a procura por divisas, e a curva de demanda tende a se deslocar para a direita. Conclusão: quando cresce o nível de preços, ou seja, quando há inflação, diminui a oferta de divisas e aumenta a demanda por divisas, resultando num aumento da taxa de câmbio. Regimes Cambiais Vimos como ocorre a determinação da taxa de câmbio através das forças de mercado. Porém, alguns países podem adotar taxas de câmbio fixas, isto é, um regime em que as taxas de câmbio são fixadas pelo Governo. À primeira vista, as taxas de câmbio determinadas pelo mercado, como nos exemplos anteriores, parecem fornecer um mecanismo bastante simples de ajuste sem maiores problemas para a economia do país. Entretanto, existem alguns motivos que podem levar o Governo a optar por um regime de câmbio fixo. Por exemplo, se as elasticidades da demanda e da oferta de divisas forem muito baixas, então pequenas alterações na oferta e na demanda por divisas levarão a grandes alterações na taxa de câmbio. Vamos analisar o gráfico a seguir: Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 6 Se a oferta de divisas O se deslocar para O’, por causa de um aumento nos custos de produção de um produto exportado, a taxa de câmbio passará a ser ε1, subindo (ε1–ε0). Essas grandes alterações na taxa de câmbio provocam enormes alterações na economia e, se forem freqüentes, acabam por ocasionar problemas muito graves em diversos setores da Indústria e do Comércio em geral. Imagine se a taxa de câmbio aumentar de repente em 100%. Os preços dos produtos importados, como o trigo e a gasolina, subiriam de um dia para outro, provocando um aumento considerável nos preços dos transportes e nos preços dos alimentos, com repercussões danosas para a população. Outra razão para o Governo fixar as taxas de câmbio é a especulação. Se os compradores de divisas esperam que a taxa de câmbio se eleve, eles antecipam suas compras e compram quantidades maiores, isto é, aumentam a demanda. Por outro lado, se os ofertantes acreditam que a taxa de câmbio vai aumentar, eles diminuem a sua oferta para vender mais tarde e ter ganhos maiores. O resultado é que as expectativas dos compradores e dos vendedores sobre a elevação da taxa de câmbio acabam por diminuir a oferta e aumentar a demanda. Como conseqüência, a taxa de câmbio efetivamente vai aumentar, produzindo assim os efeitos indesejáveis sobre a estabilidade da economia. Mesmo com esses argumentos favoráveis ao uso do regime de câmbio fixo, a grande maioria dos países tem adotado o regime de câmbio flutuante. A adoção da flutuação cambial é um das conseqüências do expressivo crescimento do mercado financeiro internacional, que torna cada vez mais difícil para as autoridades monetárias administrar um regime de câmbio fixo de forma consistente. Essa tendência é mundial e começou a partir dos anos 70, quando os Estados Unidos extinguiram o padrão-ouro, ou seja, a conversibilidade do dólar em quantidades equivalentes de ouro. Até então, o regime adotado era o de câmbio fixo entre as diversas moedas e o dólar, sendo que o papel dos Estados Unidos era o de garantir a conversão do dólar que circulava internacionalmente em ouro a uma paridade fixa. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 7 O crescimento do mercado financeiro internacional foi a principal causa para que um número cada vez maior de países mudasse para o regime de câmbio flutuante. O intenso progresso tecnológico dos anos 90, nas áreas de telecomunicações e informática, reduziu extremamente os custos das transações financeiras internacionais, A desregulamentação do mercado financeiro internacional possibilitou uma grande diversificação das carteiras de aplicações dos grandes investidores no âmbito global. O mercado de divisas se tornou, dessa forma, muito mais intenso. Atualmente a entrada e saída de capitais nos diversos países é extremamente rápida, e em grandes montantes, tornando muito mais difícil para as autoridades monetárias administrarem o regime de câmbio fixo. Uma outra razão leva os Governos a adotarem o câmbio flutuante. Quando o câmbio é fixo e a mobilidade de capitais é grande, o Banco Central passa a usar um mecanismo de compra e venda de divisas para manter a paridade com a moeda nacional. Assim, para evitar uma apreciação da moeda nacional, o Banco Central entra no mercado comprando divisas, desse modo aumentando o valor destas frente à moeda nacional. Por outro lado, para evitar uma depreciação da moeda nacional, o Banco Central entra no mercado vendendo divisas, desse modo reduzindo o valor das mesmas frente à moeda nacional. Nos dois casos, a manutenção do câmbio fixo implica na perda da Política Monetária. A principal vantagem do regime de câmbio flutuante é criar uma espécie de “escudo protetor” para reduzir os efeitos adversos das crescentes turbulências internacionais decorrentes da globalização financeira. Dessa forma, se o ambiente externo se deteriorar, os impactos serão sobre o câmbio e não na atividade doméstica. Além disso, com o câmbio flutuante, o Banco Central recupera sua política monetária e passa a concentrar suas atenções em metas de inflação ou de desemprego, possibilitando um controle mais adequado sobre a economia interna. Esse é o regime dominante nos principais países do mundo, adotado também pelo Brasil desde 1999. Existem ainda outros regimes cambiais com algumas características que os situam entre o câmbio fixo e o câmbio flutuante. Um deles é o regime de flutuação suja ou dirty-floating. O princípio básico do dirty-floating é o do regime flutuante, mas, como a determinação da taxa de câmbio não se dá necessariamente num mercado totalmente livre, do tipo “concorrência perfeita”, o Banco Central deixa que as forças de oferta e demanda operem espontaneamente, mas faz uma espécie de “vigilância”, para tentar induzir os movimentos desejados da taxa de câmbio. Quando julga oportuno, o Banco Central intervém comprando ou vendendo divisas no mercado, com isso interferindo nos movimentos da oferta e demanda por divisas. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 8 Um outro regime desenvolvido no período recente é o das chamadas bandas cambiais. Consiste em fixar uma taxa de câmbio ideal e um intervalo admitido de variação para cima e para baixo (limites mínimos e máximos para a taxa de câmbio). Enquanto a taxa de câmbio estiver dentro do intervalo estipulado, a sua determinação segue o sistema flutuante, conforme as forças de mercado. Uma vez que um dos limites seja ultrapassado, o Banco Central atua, como se o regime fosse de câmbio fixo. Ao atingiro limite máximo de desvalorização admitido, o Banco Central interfere no mercado, vendendo moeda estrangeira (portanto, ofertando divisas). Ao atingir o limite desejado de valorização, O Banco Central interfere no mercado, comprando moeda estrangeira (portanto, demandando divisas). Como regra geral, as autoridades monetárias executam intervenções dentro dessas margens, antes que os limites estipulados sejam atingidos. O Balanço de pagamentos O balanço de pagamentos é o registro contábil de todas as transações de um país com outros países do mundo. Nele são registradas todas as importações, as exportações, os fretes pagos a navios estrangeiros, os empréstimos que o país recebe em moeda estrangeira, o capital das firmas estrangeiras que abrem filiais no país, o capital das firmas estrangeiras que saem do país, etc. Isso quer dizer que, no balanço de pagamentos estão registradas todas as compras e vendas de moeda estrangeira. As compras de moedas estrangeiras são efetivadas para importar mercadorias de outros países, pagar serviços prestados por estrangeiros aos nacionais, para que as firmas estrangeiras possam enviar seus lucros aos países de origem, para pagamento de juros de empréstimos estrangeiros, royalties e patentes a outras nações do mundo, etc. As vendas de moedas estrangeiras são efetivadas pelos exportadores que receberam suas receitas em dólares, pelas firmas estrangeiras que estão montando filiais no país e precisam de moeda nacional, pelas entidades que receberam empréstimos de outros países e precisam convertê-los em moeda nacional para realizar seus pagamentos, etc. A estrutura geral do balanço de pagamentos pode ser observada no quadro a seguir: Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 9 A) BALANÇA COMERCIAL (mercadorias) • Exportações FOB – “Free on Board” (não consideram fretes, seguros e demais custos de comercialização) • Importações FOB - idem B) BALANÇA DE SERVIÇOS • Viagens Internacionais (turismo, negócios) • Transportes (fretes) • Seguros • Rendas de Capitais (juros, dividendos e lucros) • Serviços diversos (royalties, assistência técnica, aluguéis de equipamentos) • Serviços governamentais (embaixadas, consulados, representações no exterior) C) TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS (doações de mercadorias ou mesmo doações monetárias; donativos) D) SALDO EM CONTA CORRENTE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS = A + B + C (ou ainda SALDO DE TRANSAÇÕES CORRENTES) E) MOVIMENTO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS • Investimentos diretos líquidos (instalação de firmas estrangeiras no país) • Reinvestimentos (investimentos de uma firma estrangeira já instalada no país) • Empréstimos e Financiamentos (de bancos estrangeiros, de curto e longo prazo) • Amortizações (de empréstimos e financiamentos) • Entrada Líquida de outros capitais (capitais especulativos, aplicados no mercado financeiro) F) ERROS E OMISSÕES G) SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F) H) MOVIMENTO DE CAPITAIS COMPENSATÓRIOS (ou FINANCIAMENTO DO RESULTADO) • Haveres e obrigações no exterior (variação das reservas internacionais) • Operações de regularização • Atrasados Comerciais Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 10 O item “D” (saldo do Balanço de Pagamentos em transações correntes) pode ou não ser compensado pelo item “E” (movimento de capitais autônomos). Deve-se destacar que a soma dos itens “G” e “H” do Balanço de Pagamentos será necessariamente igual a zero. Caso haja déficit no balanço de pagamentos (item “G” menor que zero) isso representará uma redução das reservas internacionais (item “H” maior que zero), para financiar este déficit. Se, pelo contrário, houver superávit no balanço de pagamentos, ocorrerá aumento das reservas internacionais. Assim, o resultado da soma “G” + “H” será sempre igual a zero. O que significa um superávit na balança de Transações Correntes (item “D”)? Vamos imaginar que o Brasil tenha exportado para os Estados Unidos mercadorias num total de US$ 18 bilhões e tenha importado do mesmo um total de US$ 15 bilhões. Isso significa que o Brasil gerou uma renda equivalente a US$ 18 bilhões, mas sua população só consumiu US$ 15 bilhões (vamos abstrair o mercado interno). Por outro lado, os Estados Unidos produziram R$ 15 bilhões, mas sua população consumiu um total de US$ 18 bilhões. Portanto, o Brasil produziu mais renda do que consumiu, ou seja, teve poupança no valor de US$ 3 bilhões. Os Estados Unidos, por sua vez, produziram menos renda do que consumiram, portanto tiveram que financiar esse consumo superior à renda usando poupança externa. Nesse exemplo, o Brasil teve superávit no balanço de pagamentos em transações correntes, portanto teve poupança externa negativa em termos reais (saíram mais bens do que entraram). O Brasil transferiu parte de sua renda não consumida (portanto, poupança) para financiar um consumo maior pelos Estados Unidos. Por outro lado, os Estados Unidos tiveram déficit no balanço de pagamentos em transações correntes, portanto tiveram poupança externa positiva em termos reais (entraram mais bens do que saíram). Os Estados Unidos financiaram um consumo maior do que sua renda graças à poupança realizada pelo Brasil. Vimos anteriormente que: I = S + (T - G) + (M - X) Onde M – X > 0 é o saldo negativo da balança de transações correntes que é somado à poupança interna (privada e pública), permitindo, portanto, um investimento maior (estamos considerando somente a entrada e saída de bens, portanto supondo a Renda Líquida Enviada ao Exterior igual a zero). Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 11 Muitos países em desenvolvimento apresentam saldo negativo na balança de transações correntes. Normalmente, esses países têm um volume de poupanças pequeno, já que sua renda é reduzida, e complementam a poupança interna com saldo negativo na balança de transações correntes. Isso não significa que o saldo negativo seja sempre favorável ao país menos desenvolvido. Tudo depende da forma como esse saldo vai ser financiado: • Se for compensado pela entrada de capitais estrangeiros, através da montagem de empresas no país, mais tarde serão remetidos os lucros dessas empresas para o país de origem. Isso não chega a ser um problema muito grave no balanço de pagamentos, pois, se houver escassez de divisas para a remessa dos lucros, quem pagará pelas taxas de câmbio mais altas serão as próprias empresas. • Se o saldo negativo for coberto por empréstimos, a situação pode ser mais prejudicial, pois os juros desses empréstimos podem se tornar muito altos, agravando num período posterior a situação da balança de transações correntes. De qualquer forma, um saldo negativo na balança de transações correntes representa uma transferência de poupanças do resto do mundo para o país. Os custos desta transferência podem ser, eventualmente, um maior endividamento externo que pode se agravar caso as operações de empréstimos sejam tomadas a prazos muito curtos e os juros sejam fixados a taxas muito elevadas. Determinação da Renda de Equilíbrio numa Economia Aberta Veremos agora como fica o modelo IS-LM numa economia aberta, com base no modelo Mundell-Fleming. Veremos como a determinação da renda e da taxa de juros é alterada e qual o impacto das políticas econômicas sob diferentes regimes cambiais. Já sabemos que a curva IS reflete as condições de equilíbrio no mercado de bens e serviços, e a curva LM, o equilíbrio no mercado monetário. Nesse modelo, considera- se o nível de preços constantee todo ajustamento acontece via produto. Introduzindo o setor externo, temos a seguinte relação no mercado de bens e serviços: Y = C + I + G + X - M Continuamos com as mesmas especificações anteriores: o consumo varia positiva- mente com a renda disponível, o investimento varia inversamente com a taxa de juros e o gasto público e os impostos são determinados. Em relação às variáveis do setor externo, teremos: Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 12 X = f (ε , Y*) M = f (ε , Y) As exportações variam positivamente com a renda do resto do mundo Y* e com a taxa de câmbio ε, considerando que um aumento na taxa de câmbio corresponda a uma desvalorização da moeda nacional. As importações variam positivamente com a renda interna Y, e inversamente com a taxa de câmbio ε. Para uma determinada taxa de câmbio e para um certo nível de renda externa, teremos um determinado montante de exportações. Qualquer alteração nesses parâmetros afetará o volume de exportações e, portanto, o volume de gastos autônomos, e, com isso, a posição da curva IS. Uma desvalorização da taxa de câmbio torna o produto nacional mais barato, estimulando as exportações e desestimulando as importações. Essa melhora no saldo em conta corrente desloca a curva IS para a direita. Já uma valorização da taxa de câmbio terá o efeito contrário, deslocando a IS para a esquerda. A curva LM não será afetada pela presença do setor externo. A demanda por moeda depende da renda e da taxa de juros, respondendo positivamente em relação à primeira variável e negativamente em relação à segunda. Dada uma certa oferta de moeda, a curva LM representará as combinações de Y e i que equilibram esse mercado. Observe que, com a introdução do setor externo, passamos a ter três variáveis a serem determinadas: o nível de renda (Y), a taxa de juros (i) e a taxa de câmbio (ε). Vamos considerar o caso de uma pequena economia, que não afeta as condições do mercado internacional. Isto quer dizer que a capacidade dessa pequena economia de absorver ou de ofertar recursos é insignificante diante do tamanho do mercado mundial de capitais, de tal modo que sua presença não afeta a taxa de juros internacional. Significa que, com perfeita mobilidade de capital, um país pequeno pode financiar qualquer déficit de transações correntes ou aplicar seu superávit a uma taxa de juros dada pelo mercado internacional; ou seja, o saldo da conta de capital é infinitamente elástico em relação à taxa de juros internacional. Assim, podemos dizer que, no caso de uma pequena economia aberta, a taxa de juros interna i deve necessariamente ser igual à taxa de juros internacional i*, pois qualquer diferença levará a uma grande entrada ou saída de capital. Assim, podemos acrescentar uma nova equação ao modelo IS-LM: i = i*. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 13 Nesse caso, em que o país tem livre acesso ao mercado internacional de capitais, a taxa de juros vigente no país será a determinada pelo mercado internacional. Em uma situação como essa, qualquer déficit em transações correntes pode ser financiado à taxa de juros vigente no mercado internacional, e qualquer superávit pode ser aplicado no exterior a essa mesma taxa de juros. Ou seja, nesta situação, o saldo em transações correntes é irrelevante para determinar o equilíbrio no balanço de pagamentos (BP), uma vez que sempre haverá um movimento de capitais compensatórios a uma taxa de juros estipulada pelo mercado internacional. Nessa situação de livre mobilidade de capital, a variável relevante para determinar o equilíbrio da BP passa a ser a taxa de juros. Uma taxa de juros superior à taxa internacional induzirá uma entrada de capitais (um grande superávit no balanço de pagamentos), que forçará a igualdade entre as taxas; uma taxa inferior levará, por outro lado, a uma saída de capitais, isto é, a profundos déficits no balanço de pagamentos. Deste modo, haverá um único nível de taxa de juros interna compatível com o equilíbrio externo: i = i* Assim, teríamos a restrição dada pelo setor externo expressa na curva BP, que representa pontos de equilíbrio entre taxa de juros e nível do produto que equilibram o balanço de pagamentos, como mostrado na figura a seguir: Pontos acima da curva BP significam superávit no balanço de pagamentos, e pontos abaixo da curva representam déficit. Combinando-se esta restrição com o modelo IS-LM, podemos chegar à determinação da renda em uma economia aberta. Antes de entrarmos nesse estudo, devemos lembrar que, no sistema de câmbio fixo, o Banco Central intervém no mercado para manter em equilíbrio o mercado de divisas (reservas internacionais). Já no regime de câmbio flutuante, o Banco Central não intervém na taxa de câmbio. Assim, deve-se definir também qual é o regime cambial vigente. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 14 No regime de câmbio fixo a oferta de moeda torna-se variável endógena, e no regime de câmbio flutuante a taxa de câmbio é endógena. Tomando-se as três equações: IS: Y=DA=C(Yd)+I(i)+G+X(ε, Y*)-M(ε, Y) ���� Equilíbrio no mercado de bens e serviços LM: M1 = L(Y,i) ���� Equilíbrio no Mercado monetário BP: i = i* ���� Equilíbrio no Balanço de Pagamentos O equilíbrio da economia acontecerá quando o mercado de bens, o mercado monetário e o balanço de pagamentos estiverem simultaneamente em equilíbrio, o que está ilustrado na figura a seguir. A forma de ajustamento da economia à situação de equilíbrio dependerá do tipo de regime cambial vigente. Para analisarmos como acontece o ajustamento, analisaremos a seguir as diferentes respostas da economia de acordo com o regime cambial em vigor e com o tipo de política utilizada pelo Governo Eficácia da política econômica nos dois regimes cambiais Consideraremos que a economia esteja inicialmente em uma situação de equilíbrio, antes da ocorrência de alguma alteração na política econômica. Vejamos, então, qual a eficácia de políticas econômicas alternativas (monetária e fiscal) sobre o nível do produto nacional, o que dependerá do tipo de regime cambial. 1) Câmbio fixo: política monetária expansionista Supondo câmbio fixo e livre mobilidade de capitais, qual será o impacto da política monetária? Considere o caso de uma expansão monetária, por meio da emissão de moeda pelo governo. O impacto inicial será o deslocamento na curva LM para a direita, pressionando a taxa de juros para baixo. Com perfeita mobilidade de capitais, isso induzirá uma fuga massiva de capitais do país, ou seja, um profundo déficit no balanço de pagamentos. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 15 Essa maior demanda por moeda estrangeira terá de ser atendida pelo Banco Central, que deverá se desfazer das reservas internacionais para poder manter a taxa de câmbio fixa, provocando a retração da oferta de moeda, até que a LM volte à posição original, igualando a taxa interna e externa de juros, cessando a fuga de capitais. A política monetária é totalmente inoperante neste caso, uma vez que o Bacen não tem qualquer controle sobre o agregado monetário, que terá que se ajustar para garantir a igualdade entre as taxas de juros. 2) Câmbio fixo: política fiscal expansionista Considerando agora uma política fiscal expansionista, teremos: O impacto inicial será um deslocamento da IS para a direita, o que provocará umaelevação na renda e na taxa de juros. Com a pressão ascendente na taxa de juros interna forçando-a para níveis superiores às taxas internacionais, haverá uma grande entrada de capitais no país (superávit no balanço de pagamentos) que será adquirida pelo Banco Central emitindo moeda, o que deslocará a LM para a direita, ampliando o efeito expansionista da política fiscal. Percebe-se, então, que a nesse caso a política fiscal é extremamente eficiente para afetar o nível de produto. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 16 Observe que nessa situação, com câmbio fixo e livre mobilidade de capitais, o resultado da política fiscal é melhor do que no caso do modelo IS-LM com economia fechada, porque não ocorre o efeito-deslocamento, uma vez que a taxa de juros não subiu. Com livre mobilidade de capital, a taxa de juros interna é ditada pelo mercado internacional, e com taxa de câmbio fixa o agregado monetário ajustar-se-á para garantir esta igualdade, de modo a poder preservar a taxa de câmbio fixa. Com isso, a taxa de juros não se altera em decorrência do maior gasto público (o que se ajusta é a quantidade de moeda), não havendo, portanto, redução do investimento. 3) Câmbio flutuante: política monetária expansionista Com livre mobilidade de capitais, uma expansão monetária, supondo livre flutuação da taxa de câmbio, terá os seguintes impactos: inicialmente a LM se desloca para a direita, gerando pressões no sentido de redução da taxa de juros, o que provocará um aumento na demanda por moeda estrangeira para remeter capital ao exterior. Essa maior demanda por moeda estrangeira provocará a desvalorização da moeda nacional, ampliando as exportações e deslocando a IS para a direita. A taxa de câmbio se desvalorizará até que a IS intercepte a LM ao nível da taxa de juros internacional, quando cessa a pressão pela desvalorização. Portanto, nesse caso, a política monetária é plenamente eficaz, pois, ao induzir a desvalorização da moeda nacional, melhora o saldo em transações correntes, ampliando a demanda por produto doméstico e, portanto, ampliando a renda nacional. 4) Câmbio flutuante: política fiscal expansionista Supondo uma expansão nos gastos públicos, o efeito imediato será o deslocamento da IS para a direita, o que exigirá por elevação da taxa de juros e, Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 17 conseqüentemente, maior demanda por moeda nacional, devido ao ingresso de capitais estrangeiros. Este processo induzirá uma valorização da moeda nacional, encarecendo o produto nacional em relação ao estrangeiro, reduzindo a demanda, e fazendo com que a IS se desloque para a esquerda. Esse processo se manterá até que a IS volte à posição original, eliminando a pressão da entrada de capitais no mercado de câmbio. Note que, nesse processo, a taxa de câmbio se valoriza, de forma que a queda da demanda externa seja exatamente igual ao aumento do gasto público, com o que o resultado final em relação ao produto apresenta-se nulo. Ou seja, ocorre um tipo de crowdingout, só que agora expulsando demanda externa por meio do movimento da taxa de câmbio. Nesse caso a Política Fiscal não funciona. O modelo desenvolvido para analisar o impacto da política econômica em uma economia aberta é bastante simples, mas permite chegar a conclusões importantes: • Com taxa de câmbio fixa, a oferta de moeda torna-se endógena, portanto o Banco Central perde a política monetária; • Com a taxa de câmbio flutuante, recupera-se a política monetária e perde-se a política fiscal, como um instrumento para afetar o nível de renda. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 18 Questões de Concursos 01. (ESAF) - Identifique a transação classificada como movimento de capitais autônomos na estrutura do balanço de pagamentos. a) Remessa de lucros para o exterior. b) Amortização de empréstimos externos. c) Remessa de royalties para o exterior. d) Pagamento de seguros sobre importação. e) Pagamento de juros sobre empréstimos externos. 02. (ESAF) - Identifique o item abaixo que não se acha incluído na rubrica de conta corrente do balanço de pagamentos. a) Exportações de bens e serviços. b) Importações de bens e serviços. c) Fluxos de entrada de capital. d) Doações do governo. e) Doações recebidas pelo governo. 03. (ESAF) - Em um certo ano o Balanço de Pagamentos do Brasil registrou, em milhões de dólares: Exportações de mercadorias (FOB) ............................................................ 36.103,00 Importações de mercadorias (FOB) ............................................................ 20.577,90 Balanço de serviço .................................................................................... - 11.305,70 Movimento de capitais autônomos ................................................................ 5.524,60 Transferências unilaterais ............................................................................. 2.055,60 Erros e omissões ........................................................................................... 1.123,20 Então, naquele ano, o saldo de transações correntes foi: a) 6.275,00. b) 4.219,40. c) 3.096,20. d) 10.676,40. e) 15.525,10. 04. (ESAF) - Uma remessa de royalties para o exterior é contabilizada a) como exportação de serviços não fatores. b) no balanço comercial. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 19 c) no balanço de serviços. d) no movimento de capitais autônomos. e) no movimento de capitais compensatórios. 05. (ESAF) - Conhecidos: • Exportações de bens e serviços não fatores .................................. 1.200 • Importações de bens e serviços não fatores ..................................... 850 • Saldo do balanço de serviços ....................................................... - 2.600 • Transferências unilaterais .................................................................. - 85 • Movimento de capitais autônomos ......................................................750 • Erros e omissões .................................................................................. 12 O saldo total do balanço de pagamentos é a) - 1.573. b) - 2.250. c) - 1.585. d) - 2.335. e) - 750. 06. (ESAF) - Os déficits no balanço de pagamentos de um determinado país a) decorrem fundamentalmente de déficits comerciais, mas também dependem do nível de reservas internacionais de que dispõe esse país. b) decorrem de desvalorizações cambiais, que aumentam a competitividade mas tornam o produto exportado relativamente barato, reduzindo, assim, as receitas líquidas de exportações desse país. c) ocorrem como conseqüência da elevação das taxas de juros internacionais, que incidem tanto sobre as exportações, reduzindo as receitas, quanto sobre as importações, que se tornam relativamente mais caras para esse país. d) decorrem, em geral, de déficits nas transações correntes (comércio visível e invisível), mas podem ocorrer, em casos muito particulares, em razão de fluxos muito inesperados nas contas de transferências e/ou de capitais desse país. e) são conseqüências da falta de proteção adequada ao mercado interno desse país. Por essa razão, países com baixos níveis de proteção tarifária apresentam-se deficitários, enquanto países com níveis mais elevados de proteção dificilmente apresentam esse tipo de problema. 07.(ESAF) - Para um país são conhecidas as seguintes informações do balanço de pagamentos (em bilhões de dólares): • Balanço comercial. ............................................................. - 12 • Balanço de serviços ............................................................ - 23 Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 20 • Movimento de capitais autônomos ....................................... 40 • Movimento de capitais compensatórios ................................. 5 Nesse caso, o superávit do balanço de pagamentos foi: a) 25. b) 20. c) 15. d) 10. e) 5. 08. (ESAF) - O balanço de pagamentos em transações correntes de um país apresentou um déficit em um determinado ano. Pode-se concluir que a) a poupança externa é maior que o investimento externo. b) a poupança interna é maior que o investimento interno. c) são necessários recursos do FMI para equilibrar o balanço de pagamentos. d) o investimento interno é maior que a poupança interna. e) a poupança externa é maior que a poupança interna. 09. (ESAF) - Considerando a estrutura do balanço de pagamentos, é correto dizer que a) as amortizações de empréstimos figuram na conta "movimento de capitais autônomos". b) os atrasados e os empréstimos de regularização figuram na conta "erros e omissões". c) as transferências unilaterais não figuram na estrutura do balanço de pagamentos, apesar de serem contabilizadas pelo Banco Central do Brasil para fins de controle de entrada de recursos no país. d) o pagamento de seguros, os juros e os lucros fazem parte dos movimentos de capitais autônomos. e) o saldo do balanço de pagamentos em conta corrente é igual ao saldo do balanço comercial, do balanço de serviços e dos "movimentos de capitais autônomos". 10. (ESAF) - Podem ser consideradas como alternativas de correção de déficits no balanço de pagamentos as seguintes políticas: a) elevação do nível de atividade econômica, elevação das taxas de juros e desvalorização cambial. b) elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas de juros internas em relação às externas e desvalorização cambial. c) redução do nível de atividade econômica, elevação das taxas de juros internas em relação às externas e desvalorização cambial. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 21 d) elevação do nível de atividade econômica, restrições à entrada de capitais autônomos e desvalorização cambial. e) redução do nível de atividade econômica, restrições à entrada de capitais autônomos e valorização cambial. 11. (ESAF) - Considerando a relação entre investimentos (formação bruta de capital fixo e variação de estoques), saldo do governo em conta corrente e déficit do balanço de pagamentos em transações correntes, é correto afirmar que a) um superávit no balanço de pagamentos em transações correntes é considerado como poupança externa, necessária ao financiamento de investimentos. b) se o objetivo da política econômica consiste em manter um mesmo nível de investimento no país, uma elevação da poupança bruta do setor privado eleva tanto a necessidade de o governo manter saldos positivos em conta corrente quanto a necessidade de o país manter déficits no balanço de pagamentos em transações correntes. c) se o objetivo da política econômica consiste em aumentar o nível de investimento do país, deverá reduzir a poupança bruta do setor privado, o saldo do governo em conta corrente e o déficit do balanço de pagamentos em transações correntes. d) se o objetivo da política econômica consiste em manter um mesmo nível de investimento no país, uma redução da poupança bruta do setor privado eleva a necessidade de o governo manter saldos positivos em conta corrente e/ou elevar o déficit no balanço de pagamentos em transações correntes. e) mantendo constantes a poupança bruta do setor privado e o saldo do governo em conta corrente, uma elevação do déficit do balanço de pagamentos reduz as possibilidades de investimento na economia. 12. (ESAF) - São considerados instrumentos para corrigir déficits no balanço de pagamentos: a) desvalorização cambial, controle da saída de capitais e redução nas taxas de juros internas. b) desvalorização cambial, subsídios às exportações e aumento nas taxas de juros internas. c) desvalorização cambial, elevação no nível de atividade econômica e subsídios às exportações. d) valorização cambial, restrições tarifárias às importações e elevação nas taxas de juros internas. e) restrições da oferta monetária, valorização cambial e política fiscal expansionista. 13. (ESAF) - Suponha as seguintes transações com o exterior realizadas por um país em um ano determinado: Exportações de $ 240 à vista Pagamento de fretes de $ 10 Importações de $ 100 financiadas com empréstimo de 3 anos Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 22 Pagamento de $ 40 de juros da dívida externa Pagamento de $ 20 de amortizações da dívida externa Importações de $ 100 à vista Remessa de $ 10 por parte de empresas estrangeiras no país; recebimento de $ 40 de investidores estrangeiros comprando ações cotadas na Bolsa do país Os valores da Balança de Transações Correntes e da Balança de Capitais desse país, nesse ano, são: a) -30 e +130. b) +80 e +20. c) -20 e +120. d) +70 e +30. e) +20 e +80. 14. (ESAF) - Quanto à conta corrente de uma nação, é incorreto afirmar que a) quando uma nação está tendo sistemáticos déficits na balança comercial, é necessário elevar a taxa de juros interna em relação à taxa de juros externa. b) um déficit em conta corrente pode estar associado a um déficit na balança comercial. c) um déficit em conta corrente significa que a absorção excede o produto agregado. d) um déficit em conta corrente está associado a um déficit na conta de movimento de capitais autônomos, se o saldo do balanço de pagamentos for zero. e) uma elevação no déficit em conta corrente aumenta a poupança agregada da economia. 15. (ESAF) - São medidas que tendem a corrigir déficits no balanço de pagamentos: a) elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, desvalorização da taxa nominal de câmbio. b) redução do nível de atividade econômica, redução no nível geral de preços internos, elevação das taxas internas de juros. c) redução do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, desvalorização da taxa nominal de câmbio. d) elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, redução no nível geral de preços internos. e) elevação do nível de atividade econômica, elevação das taxas internas de juros, elevação do nível geral de preços internos. 16. (ESAF) - Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são computadas na balança comercial do país. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 23 b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais autônomos. c) o saldo da conta "transferências unilaterais" faz parte do saldo do balanço de pagamentos em transações correntes. d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo. e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de serviços não-fatores. 17. (ESAF) - Considere as seguintes informações A = saldo da balança comercial; B = saldo da balança de serviços;C = saldo das operações de transferências unilaterais; D = saldo em transações correntes; E = movimento de capitais autônomos; F = movimento de capitais compensatórios; G = saldo total do balanço de pagamentos. Com base nessas informações, pode-se afirmar com certeza que a) A + B + C = D + E + F + G b) A + B + C + D + E + F + G = 0 c) A + B + C + E + F = 0 d) G = 0 e) A + B + C = D = G = 0 18. (ESAF) - É correto afirmar que, tudo o mais constante, uma alteração na taxa de câmbio, no sentido da desvalorização da moeda nacional, a) é neutra quanto aos seus efeitos sobre os saldos do balanço de pagamentos do país. b) é sempre maior que a desvalorização nominal da taxa de câmbio. c) é sempre igual à desvalorização nominal da taxa de câmbio. d) implica desestímulo às exportações do país. e) implica desestímulo às importações do país. 19. (ESAF) - No sistema de câmbio flexível, a taxa de câmbio é determinada a) pelas autoridades monetárias do país. b) pelo preço do ouro. c) pela oferta de moeda do país. d) pelo câmbio fixo. e) pelas forças de oferta e demanda no mercado. Curso Intensivo Regular www.cursoparaconcursos.com.br MATERIAL 05 ECONOMIA PROF. CARLOS RAMOS 24 20. (ESAF) - Quanto aos efeitos da política monetária numa economia com perfeita mobilidade de capital, pode-se afirmar que sob um regime de taxa de câmbio a) flexível, uma expansão monetária reduz significativamente a taxa de juros. b) flexível, uma expansão monetária eleva o nível do produto. c) flexível, uma expansão monetária reduz o nível do produto. d) fixa, uma expansão monetária eleva o nível do produto. e) fixa, uma expansão monetária reduz o nível do produto. Gabarito 01 – B 02 – C 03 – A 04 – C 05 – A 06 – D 07 – E 08 – D 09 – A 10 – C 11 – D 12 – B 13 – C 14 – D 15 – B 16 – E 17 – C 18 – E 19 – E 20 – B
Compartilhar