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Economia - 05 - Economia Aberta – Relações com o Setor Externo

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Curso Intensivo Regular 
 
 
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MATERIAL 05 
 
ECONOMIA 
PROF. CARLOS RAMOS 
 
 1 
Economia – Módulo 05 
 
V - Economia Aberta – Relações com o Setor Externo 
 
A Taxa de Câmbio 
O comércio internacional é um fenômeno cada vez mais intenso na era moderna, e 
resulta no surgimento de diversas relações entre as economias, que formam um 
campo próprio de estudo dentro da Ciência Econômica. 
Uma primeira questão que surge no momento em que duas nações pretendem 
realizar trocas comerciais, é a necessidade de algum mecanismo de conversão das 
suas respectivas moedas. Isto ocorre pelo simples fato de que normalmente as 
moedas de países distintos apresentam valores nominais diferentes. 
Portanto, imagine que um produtor de laranjas no Brasil deseje vender suco de 
laranja a um distribuidor nos Estados Unidos. Para esta transação comercial 
acontecer, é necessário estabelecer alguma medida para converter o preço do suco 
de laranja brasileiro, expresso numa certa quantidade de reais, para uma certa 
quantidade de dólares. 
Tal medida é exatamente a taxa de câmbio – a taxa de conversão entre as moedas 
dos dois países envolvidos nesta transação: o Real e o Dólar. 
Se cada dólar custar R$ 2,50 e o litro de suco de laranja no Brasil tiver um preço 
igual R$ 2,00, então nos EUA o suco de laranja custará: 
R$ 2,00 / litro US$ 0,80 / litro 
R$ 2,50 / US$ 
= 
 
A taxa de câmbio é a medida pela qual a moeda de um certo país pode ser 
convertida (“transformada”) em moeda de outro país. Assim, a taxa de câmbio 
corresponde ao preço de uma moeda em relação a outra. 
No exemplo dado, observamos que US$ 1,00 = R$ 2,50. Note, porém, que 
podemos dizer também que R$ 1,00 = US$ 0,40. Estamos desta forma 
evidenciando a equivalência de valor entre as duas moedas. 
Não esqueça, portanto, que a taxa de câmbio é um preço: ela representa 
quantas unidades da moeda nacional precisamos dispor para comprar uma 
unidade da moeda estrangeira. 
Preste atenção a isto, pois é uma convenção, adotada por muitos países, inclusive o 
Brasil, definir a taxa de câmbio como sendo o preço da moeda estrangeira em 
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 2 
termos da moeda nacional. Assim, podemos dizer que, no exemplo dado, a taxa 
de câmbio é de um Dólar = R$ 2,50. 
 
Em outros países, como por exemplo os Estados Unidos, o mais comum é apresentar 
a taxa de câmbio como sendo o preço da moeda nacional em termos da moeda 
estrangeira. Assim, se nós aqui no Brasil adotássemos esta convenção, diríamos que 
a taxa de câmbio seria um Real = US$ 0,40. 
Cuidado, pois, em alguns livros de economia traduzidos de edições 
americanas se utiliza a taxa de câmbio desta maneira. 
Porém, neste módulo estamos adotando a convenção usada no Brasil, pelos órgãos 
governamentais, pelos autores e professores brasileiros, e inclusive nas provas de 
concursos públicos, que é definir a taxa de câmbio como o preço, em reais, da 
moeda estrangeira. 
Comportando-se como um preço, a taxa de câmbio é também influenciada pela 
oferta e pela demanda da moeda estrangeira (também chamada de “divisa”). 
Vamos conhecer como o mercado de divisas se comporta: 
O Mercado de Divisas 
Quem realiza a Oferta de divisas? Basicamente, os exportadores. Ao realizar 
suas vendas para o exterior, os exportadores recebem moedas estrangeiras, que não 
podem ser utilizadas no nosso país. Assim, eles necessitam trocar essas moedas 
estrangeiras por moeda nacional, para poder fazer seus pagamentos, gerir os seus 
negócios, enfim, realizar seus gastos internamente. 
Do mesmo modo as empresas que obtiveram empréstimos em moeda 
estrangeira, precisam convertê-la em moeda nacional. Assim, estas empresas 
também ofertam divisas. 
Quem realiza a Demanda por divisas? Em primeiro lugar, os importadores, pois 
estes necessitam de moedas estrangeiras para efetuar suas compras nos outros 
países, já que nesse caso a moeda nacional não é aceita. 
Também as empresas que são devedoras de empréstimos em moeda 
estrangeira necessitam da mesma para poderem quitar suas dívidas, pois os seus 
credores não vão aceitar a moeda nacional. 
A Oferta e a Demanda por divisas representam desejos, intenções dos agentes 
econômicos aqui relacionados. Portanto, as curvas de oferta e demanda por divisas 
ilustram o comportamento psicológico dos exportadores e importadores em relação à 
taxa de câmbio e ao montante de moedas estrangeiras que desejam comprar e 
vender. 
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Se a taxa de câmbio for muito alta, muitos produtores desejarão exportar mais, e 
a oferta de dólares será muito grande. Ou seja, quando a taxa de câmbio está 
elevada, significa que os exportadores recebem mais Reais para cada Dólar obtido 
nas vendas externas. Assim, eles têm um incentivo a exportar mais. O resultado dos 
aumentos das exportações é um aumento também nos dólares recebidos, portanto a 
oferta de divisas se eleva. 
Assim, a primeira regra do Mercado de Divisas é: se a taxa de câmbio 
aumenta, a oferta de divisas também aumenta, e vice-versa. Como qualquer 
curva de oferta, a oferta de divisas é crescente em relação ao preço, isto é, 
crescente em relação à taxa de câmbio. 
Do lado das importações, a situação se 
inverte: quanto maior a taxa de câmbio, 
menor a quantidade que as empresas 
desejam importar e menor, portanto, a 
demanda por divisas; quanto menor 
a taxa de câmbio, maior a quantidade 
que as empresas desejam importar e, 
portanto, maior a demanda por divisas. 
A segunda regra do Mercado de Divisas 
é: se a taxa de câmbio aumenta, a 
demanda por divisas diminui, e vice-
versa. Como qualquer curva de 
demanda, a curva de demanda por 
divisas é decrescente em relação ao 
preço, isto é, decrescente em relação à 
taxa de câmbio. 
 
Quando a taxa de câmbio for igual a ε0, o volume de demanda por divisas será 
exatamente igual ao volume de oferta de divisas e o mercado de divisas está em 
equilíbrio: a quantidade de divisas que os exportadores estão dispostos a vender é 
exatamente igual à quantidade de divisas que os importadores estão dispostos a 
comprar. 
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Suponha que haja uma maior procura 
externa pelos nossos produtos. Os 
exportadores conseguirão preços 
maiores e, portanto, mais dólares. A 
curva de oferta de divisas se desloca 
para a direita pois a uma mesma taxa 
de câmbio ε0, os exportadores desejam 
ofertar mais dólares. Mas, a esta taxa os 
importadores desejam comprar menos 
dólares. Conseqüentemente, sobrarão 
dólares nas mãos dos exportadores, que 
estarão dispostos a vendê-los a uma taxa 
de câmbio menor, ε1, que será a nova 
taxa de equilíbrio. 
 
 
Imagine agora que o consumidor nacional 
aumente a demanda por bens importados. 
Aos mesmos preços os nacionais desejam 
comprar mais produtos importados. Os 
importadores precisam importar mais 
bens, mesmo a preços maiores, ou seja, a 
curva de demanda por divisas se 
deslocará para a direita como na figura ao 
lado. A nova taxa de câmbio de equilíbrio 
será ε1, maior do que ε0. A esta nova taxa 
de câmbio, a quantidade de divisas que os 
importadores desejam comprar será 
exatamente igual à quantidade de divisas 
que os exportadores desejam vender. 
 
A demanda por divisas depende, por outro lado, da renda do país importador. 
Quando cresce a renda nacional, cresce a demanda por todos os bens de economia, 
inclusive a demanda por bens importados. Isso leva a uma expansão das 
necessidades de divisas, para pagar as importações.Qual é o efeito de uma inflação interna sobre esse mercado? Supondo que haja um 
processo inflacionário, os exportadores agora recebem a mesma quantidade de Reais 
na conversão dos dólares recebidos do exterior. No entanto, o valor “real” da moeda 
nacional está depreciado, de modo que eles têm menos incentivo a exportar. 
Além disso, seus custos de produção aumentaram, fazendo com que o preço do 
produto nacional suba em relação ao estrangeiro. Assim, ocorre uma redução nas 
exportações, levando a curva de oferta de divisas a se deslocar para a esquerda. 
Por outro lado, os importadores agora necessitam comprar de mais dólares, porque a 
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demanda pelos produtos importados aumentou, visto que o preço do mesmo em 
relação ao nacional está relativamente menor. 
 
 
Assim, aumenta a procura por 
divisas, e a curva de demanda 
tende a se deslocar para a 
direita. 
Conclusão: quando cresce o 
nível de preços, ou seja, quando 
há inflação, diminui a oferta de 
divisas e aumenta a demanda por 
divisas, resultando num 
aumento da taxa de câmbio. 
 
Regimes Cambiais 
Vimos como ocorre a determinação da taxa de câmbio através das forças de 
mercado. Porém, alguns países podem adotar taxas de câmbio fixas, isto é, um 
regime em que as taxas de câmbio são fixadas pelo Governo. 
À primeira vista, as taxas de câmbio determinadas pelo mercado, como nos 
exemplos anteriores, parecem fornecer um mecanismo bastante simples de ajuste 
sem maiores problemas para a economia do país. Entretanto, existem alguns motivos 
que podem levar o Governo a optar por um regime de câmbio fixo. Por exemplo, 
se as elasticidades da demanda e da oferta de divisas forem muito baixas, então 
pequenas alterações na oferta e na demanda por divisas levarão a grandes 
alterações na taxa de câmbio. Vamos analisar o gráfico a seguir: 
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Se a oferta de divisas O se deslocar 
para O’, por causa de um aumento 
nos custos de produção de um 
produto exportado, a taxa de 
câmbio passará a ser ε1, subindo 
(ε1–ε0). 
Essas grandes alterações na taxa 
de câmbio provocam enormes 
alterações na economia e, se forem 
freqüentes, acabam por ocasionar 
problemas muito graves em 
diversos setores da Indústria e do 
Comércio em geral. 
Imagine se a taxa de câmbio aumentar de repente em 100%. Os preços dos 
produtos importados, como o trigo e a gasolina, subiriam de um dia para outro, 
provocando um aumento considerável nos preços dos transportes e nos preços dos 
alimentos, com repercussões danosas para a população. 
Outra razão para o Governo fixar as taxas de câmbio é a especulação. Se os 
compradores de divisas esperam que a taxa de câmbio se eleve, eles antecipam suas 
compras e compram quantidades maiores, isto é, aumentam a demanda. 
Por outro lado, se os ofertantes acreditam que a taxa de câmbio vai aumentar, eles 
diminuem a sua oferta para vender mais tarde e ter ganhos maiores. 
O resultado é que as expectativas dos compradores e dos vendedores sobre a 
elevação da taxa de câmbio acabam por diminuir a oferta e aumentar a demanda. 
Como conseqüência, a taxa de câmbio efetivamente vai aumentar, produzindo 
assim os efeitos indesejáveis sobre a estabilidade da economia. 
Mesmo com esses argumentos favoráveis ao uso do regime de câmbio fixo, a grande 
maioria dos países tem adotado o regime de câmbio flutuante. 
A adoção da flutuação cambial é um das conseqüências do expressivo crescimento 
do mercado financeiro internacional, que torna cada vez mais difícil para as 
autoridades monetárias administrar um regime de câmbio fixo de forma consistente. 
Essa tendência é mundial e começou a partir dos anos 70, quando os Estados Unidos 
extinguiram o padrão-ouro, ou seja, a conversibilidade do dólar em quantidades 
equivalentes de ouro. Até então, o regime adotado era o de câmbio fixo entre as 
diversas moedas e o dólar, sendo que o papel dos Estados Unidos era o de garantir a 
conversão do dólar que circulava internacionalmente em ouro a uma paridade fixa. 
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O crescimento do mercado financeiro internacional foi a principal causa para 
que um número cada vez maior de países mudasse para o regime de câmbio 
flutuante. O intenso progresso tecnológico dos anos 90, nas áreas de 
telecomunicações e informática, reduziu extremamente os custos das transações 
financeiras internacionais, A desregulamentação do mercado financeiro internacional 
possibilitou uma grande diversificação das carteiras de aplicações dos grandes 
investidores no âmbito global. O mercado de divisas se tornou, dessa forma, muito 
mais intenso. Atualmente a entrada e saída de capitais nos diversos países é 
extremamente rápida, e em grandes montantes, tornando muito mais difícil para as 
autoridades monetárias administrarem o regime de câmbio fixo. 
Uma outra razão leva os Governos a adotarem o câmbio flutuante. Quando o 
câmbio é fixo e a mobilidade de capitais é grande, o Banco Central passa a 
usar um mecanismo de compra e venda de divisas para manter a paridade com a 
moeda nacional. Assim, para evitar uma apreciação da moeda nacional, o Banco 
Central entra no mercado comprando divisas, desse modo aumentando o valor 
destas frente à moeda nacional. 
Por outro lado, para evitar uma depreciação da moeda nacional, o Banco Central 
entra no mercado vendendo divisas, desse modo reduzindo o valor das mesmas 
frente à moeda nacional. 
Nos dois casos, a manutenção do câmbio fixo implica na perda da Política 
Monetária. 
A principal vantagem do regime de câmbio flutuante é criar uma espécie de “escudo 
protetor” para reduzir os efeitos adversos das crescentes turbulências internacionais 
decorrentes da globalização financeira. Dessa forma, se o ambiente externo se 
deteriorar, os impactos serão sobre o câmbio e não na atividade doméstica. 
Além disso, com o câmbio flutuante, o Banco Central recupera sua política 
monetária e passa a concentrar suas atenções em metas de inflação ou de 
desemprego, possibilitando um controle mais adequado sobre a economia interna. 
Esse é o regime dominante nos principais países do mundo, adotado também pelo 
Brasil desde 1999. 
Existem ainda outros regimes cambiais com algumas características que os situam 
entre o câmbio fixo e o câmbio flutuante. Um deles é o regime de flutuação suja 
ou dirty-floating. 
O princípio básico do dirty-floating é o do regime flutuante, mas, como a 
determinação da taxa de câmbio não se dá necessariamente num mercado 
totalmente livre, do tipo “concorrência perfeita”, o Banco Central deixa que as forças 
de oferta e demanda operem espontaneamente, mas faz uma espécie de “vigilância”, 
para tentar induzir os movimentos desejados da taxa de câmbio. Quando julga 
oportuno, o Banco Central intervém comprando ou vendendo divisas no mercado, 
com isso interferindo nos movimentos da oferta e demanda por divisas. 
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Um outro regime desenvolvido no período recente é o das chamadas bandas 
cambiais. Consiste em fixar uma taxa de câmbio ideal e um intervalo admitido de 
variação para cima e para baixo (limites mínimos e máximos para a taxa de câmbio). 
Enquanto a taxa de câmbio estiver dentro do intervalo estipulado, a sua 
determinação segue o sistema flutuante, conforme as forças de mercado. Uma vez 
que um dos limites seja ultrapassado, o Banco Central atua, como se o regime fosse 
de câmbio fixo. 
Ao atingiro limite máximo de desvalorização admitido, o Banco Central interfere no 
mercado, vendendo moeda estrangeira (portanto, ofertando divisas). Ao atingir o 
limite desejado de valorização, O Banco Central interfere no mercado, comprando 
moeda estrangeira (portanto, demandando divisas). Como regra geral, as 
autoridades monetárias executam intervenções dentro dessas margens, antes que os 
limites estipulados sejam atingidos. 
 
O Balanço de pagamentos 
O balanço de pagamentos é o registro contábil de todas as transações de um 
país com outros países do mundo. Nele são registradas todas as importações, as 
exportações, os fretes pagos a navios estrangeiros, os empréstimos que o país 
recebe em moeda estrangeira, o capital das firmas estrangeiras que abrem filiais no 
país, o capital das firmas estrangeiras que saem do país, etc. 
Isso quer dizer que, no balanço de pagamentos estão registradas todas as 
compras e vendas de moeda estrangeira. As compras de moedas estrangeiras 
são efetivadas para importar mercadorias de outros países, pagar serviços prestados 
por estrangeiros aos nacionais, para que as firmas estrangeiras possam enviar seus 
lucros aos países de origem, para pagamento de juros de empréstimos estrangeiros, 
royalties e patentes a outras nações do mundo, etc. 
As vendas de moedas estrangeiras são efetivadas pelos exportadores que 
receberam suas receitas em dólares, pelas firmas estrangeiras que estão montando 
filiais no país e precisam de moeda nacional, pelas entidades que receberam 
empréstimos de outros países e precisam convertê-los em moeda nacional para 
realizar seus pagamentos, etc. 
A estrutura geral do balanço de pagamentos pode ser observada no quadro a seguir: 
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A) BALANÇA COMERCIAL (mercadorias) 
• Exportações FOB – “Free on Board” (não consideram fretes, seguros e demais 
custos de comercialização) 
• Importações FOB - idem 
B) BALANÇA DE SERVIÇOS 
• Viagens Internacionais (turismo, negócios) 
• Transportes (fretes) 
• Seguros 
• Rendas de Capitais (juros, dividendos e lucros) 
• Serviços diversos (royalties, assistência técnica, aluguéis de equipamentos) 
• Serviços governamentais (embaixadas, consulados, representações no 
exterior) 
C) TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS 
(doações de mercadorias ou mesmo doações monetárias; donativos) 
D) SALDO EM CONTA CORRENTE DO BALANÇO DE PAGAMENTOS = A + B + C 
(ou ainda SALDO DE TRANSAÇÕES CORRENTES) 
E) MOVIMENTO DE CAPITAIS AUTÔNOMOS 
• Investimentos diretos líquidos (instalação de firmas estrangeiras no país) 
• Reinvestimentos (investimentos de uma firma estrangeira já instalada no país) 
• Empréstimos e Financiamentos (de bancos estrangeiros, de curto e longo 
prazo) 
• Amortizações (de empréstimos e financiamentos) 
• Entrada Líquida de outros capitais (capitais especulativos, aplicados no 
mercado financeiro) 
F) ERROS E OMISSÕES 
G) SALDO DO BALANÇO DE PAGAMENTOS (D + E + F) 
H) MOVIMENTO DE CAPITAIS COMPENSATÓRIOS (ou FINANCIAMENTO DO 
RESULTADO) 
• Haveres e obrigações no exterior (variação das reservas internacionais) 
• Operações de regularização 
• Atrasados Comerciais 
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O item “D” (saldo do Balanço de Pagamentos em transações correntes) pode ou não 
ser compensado pelo item “E” (movimento de capitais autônomos). 
Deve-se destacar que a soma dos itens “G” e “H” do Balanço de Pagamentos será 
necessariamente igual a zero. 
Caso haja déficit no balanço de pagamentos (item “G” menor que zero) isso 
representará uma redução das reservas internacionais (item “H” maior que zero), 
para financiar este déficit. 
Se, pelo contrário, houver superávit no balanço de pagamentos, ocorrerá aumento 
das reservas internacionais. Assim, o resultado da soma “G” + “H” será sempre igual 
a zero. 
O que significa um superávit na balança de Transações Correntes (item “D”)? 
Vamos imaginar que o Brasil tenha exportado para os Estados Unidos mercadorias 
num total de US$ 18 bilhões e tenha importado do mesmo um total de US$ 15 
bilhões. Isso significa que o Brasil gerou uma renda equivalente a US$ 18 bilhões, 
mas sua população só consumiu US$ 15 bilhões (vamos abstrair o mercado interno). 
Por outro lado, os Estados Unidos produziram R$ 15 bilhões, mas sua população 
consumiu um total de US$ 18 bilhões. Portanto, o Brasil produziu mais renda do que 
consumiu, ou seja, teve poupança no valor de US$ 3 bilhões. Os Estados Unidos, por 
sua vez, produziram menos renda do que consumiram, portanto tiveram que 
financiar esse consumo superior à renda usando poupança externa. 
Nesse exemplo, o Brasil teve superávit no balanço de pagamentos em 
transações correntes, portanto teve poupança externa negativa em termos 
reais (saíram mais bens do que entraram). O Brasil transferiu parte de sua renda não 
consumida (portanto, poupança) para financiar um consumo maior pelos Estados 
Unidos. 
Por outro lado, os Estados Unidos tiveram déficit no balanço de pagamentos em 
transações correntes, portanto tiveram poupança externa positiva em termos 
reais (entraram mais bens do que saíram). Os Estados Unidos financiaram um 
consumo maior do que sua renda graças à poupança realizada pelo Brasil. 
Vimos anteriormente que: 
I = S + (T - G) + (M - X) 
Onde M – X > 0 é o saldo negativo da balança de transações correntes que é 
somado à poupança interna (privada e pública), permitindo, portanto, um 
investimento maior (estamos considerando somente a entrada e saída de bens, 
portanto supondo a Renda Líquida Enviada ao Exterior igual a zero). 
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Muitos países em desenvolvimento apresentam saldo negativo na balança de 
transações correntes. Normalmente, esses países têm um volume de poupanças 
pequeno, já que sua renda é reduzida, e complementam a poupança interna com 
saldo negativo na balança de transações correntes. 
Isso não significa que o saldo negativo seja sempre favorável ao país menos 
desenvolvido. Tudo depende da forma como esse saldo vai ser financiado: 
• Se for compensado pela entrada de capitais estrangeiros, através da 
montagem de empresas no país, mais tarde serão remetidos os lucros dessas 
empresas para o país de origem. Isso não chega a ser um problema muito 
grave no balanço de pagamentos, pois, se houver escassez de divisas para a 
remessa dos lucros, quem pagará pelas taxas de câmbio mais altas serão as 
próprias empresas. 
• Se o saldo negativo for coberto por empréstimos, a situação pode ser mais 
prejudicial, pois os juros desses empréstimos podem se tornar muito altos, 
agravando num período posterior a situação da balança de transações 
correntes. 
De qualquer forma, um saldo negativo na balança de transações correntes 
representa uma transferência de poupanças do resto do mundo para o país. Os 
custos desta transferência podem ser, eventualmente, um maior endividamento 
externo que pode se agravar caso as operações de empréstimos sejam tomadas a 
prazos muito curtos e os juros sejam fixados a taxas muito elevadas. 
 
Determinação da Renda de Equilíbrio numa Economia Aberta 
Veremos agora como fica o modelo IS-LM numa economia aberta, com base no 
modelo Mundell-Fleming. Veremos como a determinação da renda e da taxa de 
juros é alterada e qual o impacto das políticas econômicas sob diferentes regimes 
cambiais. 
Já sabemos que a curva IS reflete as condições de equilíbrio no mercado de bens e 
serviços, e a curva LM, o equilíbrio no mercado monetário. Nesse modelo, considera-
se o nível de preços constantee todo ajustamento acontece via produto. 
Introduzindo o setor externo, temos a seguinte relação no mercado de bens e 
serviços: 
Y = C + I + G + X - M 
Continuamos com as mesmas especificações anteriores: o consumo varia positiva-
mente com a renda disponível, o investimento varia inversamente com a taxa de 
juros e o gasto público e os impostos são determinados. Em relação às variáveis do 
setor externo, teremos: 
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X = f (ε , Y*) 
M = f (ε , Y) 
As exportações variam positivamente com a renda do resto do mundo Y* e com a 
taxa de câmbio ε, considerando que um aumento na taxa de câmbio corresponda a 
uma desvalorização da moeda nacional. As importações variam positivamente com a 
renda interna Y, e inversamente com a taxa de câmbio ε. 
Para uma determinada taxa de câmbio e para um certo nível de renda externa, 
teremos um determinado montante de exportações. Qualquer alteração nesses 
parâmetros afetará o volume de exportações e, portanto, o volume de gastos 
autônomos, e, com isso, a posição da curva IS. 
Uma desvalorização da taxa de câmbio torna o produto nacional mais barato, 
estimulando as exportações e desestimulando as importações. Essa melhora no saldo 
em conta corrente desloca a curva IS para a direita. Já uma valorização da taxa de 
câmbio terá o efeito contrário, deslocando a IS para a esquerda. 
A curva LM não será afetada pela presença do setor externo. A demanda por moeda 
depende da renda e da taxa de juros, respondendo positivamente em relação à 
primeira variável e negativamente em relação à segunda. Dada uma certa oferta de 
moeda, a curva LM representará as combinações de Y e i que equilibram esse 
mercado. 
Observe que, com a introdução do setor externo, passamos a ter três variáveis a 
serem determinadas: o nível de renda (Y), a taxa de juros (i) e a taxa de 
câmbio (ε). 
Vamos considerar o caso de uma pequena economia, que não afeta as condições do 
mercado internacional. 
Isto quer dizer que a capacidade dessa pequena economia de absorver ou de ofertar 
recursos é insignificante diante do tamanho do mercado mundial de capitais, de tal 
modo que sua presença não afeta a taxa de juros internacional. 
Significa que, com perfeita mobilidade de capital, um país pequeno pode financiar 
qualquer déficit de transações correntes ou aplicar seu superávit a uma taxa de juros 
dada pelo mercado internacional; ou seja, o saldo da conta de capital é infinitamente 
elástico em relação à taxa de juros internacional. 
Assim, podemos dizer que, no caso de uma pequena economia aberta, a taxa de 
juros interna i deve necessariamente ser igual à taxa de juros internacional i*, pois 
qualquer diferença levará a uma grande entrada ou saída de capital. Assim, podemos 
acrescentar uma nova equação ao modelo IS-LM: 
i = i*. 
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Nesse caso, em que o país tem livre acesso ao mercado internacional de capitais, a 
taxa de juros vigente no país será a determinada pelo mercado internacional. Em 
uma situação como essa, qualquer déficit em transações correntes pode ser 
financiado à taxa de juros vigente no mercado internacional, e qualquer superávit 
pode ser aplicado no exterior a essa mesma taxa de juros. 
Ou seja, nesta situação, o saldo em transações correntes é irrelevante para 
determinar o equilíbrio no balanço de pagamentos (BP), uma vez que sempre haverá 
um movimento de capitais compensatórios a uma taxa de juros estipulada pelo 
mercado internacional. 
Nessa situação de livre mobilidade de capital, a variável relevante para determinar o 
equilíbrio da BP passa a ser a taxa de juros. 
Uma taxa de juros superior à taxa internacional induzirá uma entrada de capitais (um 
grande superávit no balanço de pagamentos), que forçará a igualdade entre as 
taxas; uma taxa inferior levará, por outro lado, a uma saída de capitais, isto é, a 
profundos déficits no balanço de pagamentos. Deste modo, haverá um único nível de 
taxa de juros interna compatível com o equilíbrio externo: 
i = i* 
Assim, teríamos a restrição dada pelo setor externo expressa na curva BP, que 
representa pontos de equilíbrio entre taxa de juros e nível do produto que 
equilibram o balanço de pagamentos, como mostrado na figura a seguir: 
 
Pontos acima da curva BP 
significam superávit no balanço 
de pagamentos, e pontos abaixo 
da curva representam déficit. 
Combinando-se esta restrição 
com o modelo IS-LM, podemos 
chegar à determinação da renda 
em uma economia aberta. 
Antes de entrarmos nesse estudo, 
devemos lembrar que, no sistema 
de câmbio fixo, o Banco Central 
intervém no mercado para 
manter em equilíbrio o mercado 
de divisas (reservas 
internacionais). 
Já no regime de câmbio flutuante, o Banco Central não intervém na taxa de 
câmbio. Assim, deve-se definir também qual é o regime cambial vigente. 
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No regime de câmbio fixo a oferta de moeda torna-se variável endógena, e no 
regime de câmbio flutuante a taxa de câmbio é endógena. 
Tomando-se as três equações: 
IS: Y=DA=C(Yd)+I(i)+G+X(ε, Y*)-M(ε, Y) ���� Equilíbrio no mercado de 
bens e serviços 
LM: M1 = L(Y,i) ���� Equilíbrio no Mercado monetário 
BP: i = i* ���� Equilíbrio no Balanço de Pagamentos 
O equilíbrio da economia acontecerá quando o mercado de bens, o mercado 
monetário e o balanço de pagamentos estiverem simultaneamente em equilíbrio, o 
que está ilustrado na figura a seguir. 
 
A forma de ajustamento da 
economia à situação de equilíbrio 
dependerá do tipo de regime 
cambial vigente. 
Para analisarmos como acontece o 
ajustamento, analisaremos a seguir as 
diferentes respostas da economia de 
acordo com o regime cambial em vigor 
e com o tipo de política utilizada pelo 
Governo 
 
Eficácia da política econômica nos dois regimes cambiais 
Consideraremos que a economia esteja inicialmente em uma situação de equilíbrio, 
antes da ocorrência de alguma alteração na política econômica. Vejamos, então, qual 
a eficácia de políticas econômicas alternativas (monetária e fiscal) sobre o nível do 
produto nacional, o que dependerá do tipo de regime cambial. 
 
1) Câmbio fixo: política monetária expansionista 
Supondo câmbio fixo e livre mobilidade de capitais, qual será o impacto da política 
monetária? Considere o caso de uma expansão monetária, por meio da emissão de 
moeda pelo governo. O impacto inicial será o deslocamento na curva LM para a 
direita, pressionando a taxa de juros para baixo. Com perfeita mobilidade de capitais, 
isso induzirá uma fuga massiva de capitais do país, ou seja, um profundo déficit no 
balanço de pagamentos. 
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Essa maior demanda por moeda 
estrangeira terá de ser atendida 
pelo Banco Central, que deverá 
se desfazer das reservas 
internacionais para poder manter 
a taxa de câmbio fixa, 
provocando a retração da oferta 
de moeda, até que a LM volte à 
posição original, igualando a taxa 
interna e externa de juros, 
cessando a fuga de capitais. 
 
 
A política monetária é totalmente inoperante neste caso, uma vez que o 
Bacen não tem qualquer controle sobre o agregado monetário, que terá que se 
ajustar para garantir a igualdade entre as taxas de juros. 
 
2) Câmbio fixo: política fiscal expansionista 
Considerando agora uma política fiscal expansionista, teremos: 
O impacto inicial será um 
deslocamento da IS para a direita, o 
que provocará umaelevação na 
renda e na taxa de juros. 
Com a pressão ascendente na taxa 
de juros interna forçando-a para 
níveis superiores às taxas 
internacionais, haverá uma grande 
entrada de capitais no país 
(superávit no balanço de 
pagamentos) que será adquirida 
pelo Banco Central emitindo moeda, 
o que deslocará a LM para a direita, 
ampliando o efeito expansionista da 
política fiscal. 
 
Percebe-se, então, que a nesse caso a política fiscal é extremamente eficiente 
para afetar o nível de produto. 
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Observe que nessa situação, com câmbio fixo e livre mobilidade de capitais, o 
resultado da política fiscal é melhor do que no caso do modelo IS-LM com economia 
fechada, porque não ocorre o efeito-deslocamento, uma vez que a taxa de juros não 
subiu. 
Com livre mobilidade de capital, a taxa de juros interna é ditada pelo mercado 
internacional, e com taxa de câmbio fixa o agregado monetário ajustar-se-á para 
garantir esta igualdade, de modo a poder preservar a taxa de câmbio fixa. Com isso, 
a taxa de juros não se altera em decorrência do maior gasto público (o que se ajusta 
é a quantidade de moeda), não havendo, portanto, redução do investimento. 
 
3) Câmbio flutuante: política monetária expansionista 
Com livre mobilidade de capitais, uma expansão monetária, supondo livre flutuação 
da taxa de câmbio, terá os seguintes impactos: inicialmente a LM se desloca para a 
direita, gerando pressões no sentido de redução da taxa de juros, o que provocará 
um aumento na demanda por moeda estrangeira para remeter capital ao exterior. 
Essa maior demanda por moeda 
estrangeira provocará a 
desvalorização da moeda 
nacional, ampliando as 
exportações e deslocando a IS 
para a direita. A taxa de câmbio 
se desvalorizará até que a IS 
intercepte a LM ao nível da taxa 
de juros internacional, quando 
cessa a pressão pela 
desvalorização. 
 
 
Portanto, nesse caso, a política monetária é plenamente eficaz, pois, ao 
induzir a desvalorização da moeda nacional, melhora o saldo em transações 
correntes, ampliando a demanda por produto doméstico e, portanto, ampliando a 
renda nacional. 
 
4) Câmbio flutuante: política fiscal expansionista 
Supondo uma expansão nos gastos públicos, o efeito imediato será o deslocamento 
da IS para a direita, o que exigirá por elevação da taxa de juros e, 
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conseqüentemente, maior demanda por moeda nacional, devido ao ingresso de 
capitais estrangeiros. Este processo induzirá uma valorização da moeda nacional, 
encarecendo o produto nacional em relação ao estrangeiro, reduzindo a demanda, e 
fazendo com que a IS se desloque para a esquerda. Esse processo se manterá até 
que a IS volte à posição original, eliminando a pressão da entrada de capitais no 
mercado de câmbio. 
Note que, nesse processo, a taxa de 
câmbio se valoriza, de forma que a 
queda da demanda externa seja 
exatamente igual ao aumento do 
gasto público, com o que o resultado 
final em relação ao produto 
apresenta-se nulo. Ou seja, ocorre 
um tipo de crowdingout, só que 
agora expulsando demanda externa 
por meio do movimento da taxa de 
câmbio. Nesse caso a Política Fiscal 
não funciona. 
O modelo desenvolvido para analisar o impacto da política econômica em uma 
economia aberta é bastante simples, mas permite chegar a conclusões importantes: 
• Com taxa de câmbio fixa, a oferta de moeda torna-se endógena, 
portanto o Banco Central perde a política monetária; 
• Com a taxa de câmbio flutuante, recupera-se a política monetária e 
perde-se a política fiscal, como um instrumento para afetar o nível de 
renda. 
 
 
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Questões de Concursos 
 
 
01. (ESAF) - Identifique a transação classificada como movimento de capitais autônomos na 
estrutura do balanço de pagamentos. 
a) Remessa de lucros para o exterior. 
b) Amortização de empréstimos externos. 
c) Remessa de royalties para o exterior. 
d) Pagamento de seguros sobre importação. 
e) Pagamento de juros sobre empréstimos externos. 
 
02. (ESAF) - Identifique o item abaixo que não se acha incluído na rubrica de conta corrente 
do balanço de pagamentos. 
a) Exportações de bens e serviços. 
b) Importações de bens e serviços. 
c) Fluxos de entrada de capital. 
d) Doações do governo. 
e) Doações recebidas pelo governo. 
 
03. (ESAF) - Em um certo ano o Balanço de Pagamentos do Brasil registrou, em milhões de 
dólares: 
Exportações de mercadorias (FOB) ............................................................ 36.103,00 
Importações de mercadorias (FOB) ............................................................ 20.577,90 
Balanço de serviço .................................................................................... - 11.305,70 
Movimento de capitais autônomos ................................................................ 5.524,60 
Transferências unilaterais ............................................................................. 2.055,60 
Erros e omissões ........................................................................................... 1.123,20 
Então, naquele ano, o saldo de transações correntes foi: 
a) 6.275,00. 
b) 4.219,40. 
c) 3.096,20. 
d) 10.676,40. 
e) 15.525,10. 
 
04. (ESAF) - Uma remessa de royalties para o exterior é contabilizada 
a) como exportação de serviços não fatores. 
b) no balanço comercial. 
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c) no balanço de serviços. 
d) no movimento de capitais autônomos. 
e) no movimento de capitais compensatórios. 
 
05. (ESAF) - Conhecidos: 
• Exportações de bens e serviços não fatores .................................. 1.200 
• Importações de bens e serviços não fatores ..................................... 850 
• Saldo do balanço de serviços ....................................................... - 2.600 
• Transferências unilaterais .................................................................. - 85 
• Movimento de capitais autônomos ......................................................750 
• Erros e omissões .................................................................................. 12 
O saldo total do balanço de pagamentos é 
a) - 1.573. 
b) - 2.250. 
c) - 1.585. 
d) - 2.335. 
e) - 750. 
 
06. (ESAF) - Os déficits no balanço de pagamentos de um determinado país 
a) decorrem fundamentalmente de déficits comerciais, mas também dependem do nível 
de reservas internacionais de que dispõe esse país. 
b) decorrem de desvalorizações cambiais, que aumentam a competitividade mas 
tornam o produto exportado relativamente barato, reduzindo, assim, as receitas 
líquidas de exportações desse país. 
c) ocorrem como conseqüência da elevação das taxas de juros internacionais, que 
incidem tanto sobre as exportações, reduzindo as receitas, quanto sobre as 
importações, que se tornam relativamente mais caras para esse país. 
d) decorrem, em geral, de déficits nas transações correntes (comércio visível e 
invisível), mas podem ocorrer, em casos muito particulares, em razão de fluxos muito 
inesperados nas contas de transferências e/ou de capitais desse país. 
e) são conseqüências da falta de proteção adequada ao mercado interno desse país. 
Por essa razão, países com baixos níveis de proteção tarifária apresentam-se 
deficitários, enquanto países com níveis mais elevados de proteção dificilmente 
apresentam esse tipo de problema. 
 
07.(ESAF) - Para um país são conhecidas as seguintes informações do balanço de 
pagamentos (em bilhões de dólares): 
• Balanço comercial. ............................................................. - 12 
• Balanço de serviços ............................................................ - 23 
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• Movimento de capitais autônomos ....................................... 40 
• Movimento de capitais compensatórios ................................. 5 
Nesse caso, o superávit do balanço de pagamentos foi: 
a) 25. 
b) 20. 
c) 15. 
d) 10. 
e) 5. 
 
08. (ESAF) - O balanço de pagamentos em transações correntes de um país apresentou um 
déficit em um determinado ano. Pode-se concluir que 
a) a poupança externa é maior que o investimento externo. 
b) a poupança interna é maior que o investimento interno. 
c) são necessários recursos do FMI para equilibrar o balanço de pagamentos. 
d) o investimento interno é maior que a poupança interna. 
e) a poupança externa é maior que a poupança interna. 
 
09. (ESAF) - Considerando a estrutura do balanço de pagamentos, é correto dizer que 
a) as amortizações de empréstimos figuram na conta "movimento de capitais 
autônomos". 
b) os atrasados e os empréstimos de regularização figuram na conta "erros e 
omissões". 
c) as transferências unilaterais não figuram na estrutura do balanço de pagamentos, 
apesar de serem contabilizadas pelo Banco Central do Brasil para fins de controle de 
entrada de recursos no país. 
d) o pagamento de seguros, os juros e os lucros fazem parte dos movimentos de 
capitais autônomos. 
e) o saldo do balanço de pagamentos em conta corrente é igual ao saldo do balanço 
comercial, do balanço de serviços e dos "movimentos de capitais autônomos". 
 
 
 
10. (ESAF) - Podem ser consideradas como alternativas de correção de déficits no balanço 
de pagamentos as seguintes políticas: 
a) elevação do nível de atividade econômica, elevação das taxas de juros e 
desvalorização cambial. 
b) elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas de juros internas em 
relação às externas e desvalorização cambial. 
c) redução do nível de atividade econômica, elevação das taxas de juros internas em 
relação às externas e desvalorização cambial. 
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d) elevação do nível de atividade econômica, restrições à entrada de capitais 
autônomos e desvalorização cambial. 
e) redução do nível de atividade econômica, restrições à entrada de capitais autônomos 
e valorização cambial. 
 
11. (ESAF) - Considerando a relação entre investimentos (formação bruta de capital fixo e 
variação de estoques), saldo do governo em conta corrente e déficit do balanço de 
pagamentos em transações correntes, é correto afirmar que 
a) um superávit no balanço de pagamentos em transações correntes é considerado 
como poupança externa, necessária ao financiamento de investimentos. 
b) se o objetivo da política econômica consiste em manter um mesmo nível de 
investimento no país, uma elevação da poupança bruta do setor privado eleva tanto 
a necessidade de o governo manter saldos positivos em conta corrente quanto a 
necessidade de o país manter déficits no balanço de pagamentos em transações 
correntes. 
c) se o objetivo da política econômica consiste em aumentar o nível de investimento do 
país, deverá reduzir a poupança bruta do setor privado, o saldo do governo em conta 
corrente e o déficit do balanço de pagamentos em transações correntes. 
d) se o objetivo da política econômica consiste em manter um mesmo nível de 
investimento no país, uma redução da poupança bruta do setor privado eleva a 
necessidade de o governo manter saldos positivos em conta corrente e/ou elevar o 
déficit no balanço de pagamentos em transações correntes. 
e) mantendo constantes a poupança bruta do setor privado e o saldo do governo em 
conta corrente, uma elevação do déficit do balanço de pagamentos reduz as 
possibilidades de investimento na economia. 
 
12. (ESAF) - São considerados instrumentos para corrigir déficits no balanço de 
pagamentos: 
a) desvalorização cambial, controle da saída de capitais e redução nas taxas de juros 
internas. 
b) desvalorização cambial, subsídios às exportações e aumento nas taxas de juros 
internas. 
c) desvalorização cambial, elevação no nível de atividade econômica e subsídios às 
exportações. 
d) valorização cambial, restrições tarifárias às importações e elevação nas taxas de 
juros internas. 
e) restrições da oferta monetária, valorização cambial e política fiscal expansionista. 
 
13. (ESAF) - Suponha as seguintes transações com o exterior realizadas por um país em 
um ano determinado: 
Exportações de $ 240 à vista 
Pagamento de fretes de $ 10 
Importações de $ 100 financiadas com empréstimo de 3 anos 
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Pagamento de $ 40 de juros da dívida externa 
Pagamento de $ 20 de amortizações da dívida externa 
Importações de $ 100 à vista 
Remessa de $ 10 por parte de empresas estrangeiras no país; recebimento de $ 40 de 
investidores estrangeiros comprando ações cotadas na Bolsa do país 
Os valores da Balança de Transações Correntes e da Balança de Capitais desse país, 
nesse ano, são: 
a) -30 e +130. 
b) +80 e +20. 
c) -20 e +120. 
d) +70 e +30. 
e) +20 e +80. 
 
14. (ESAF) - Quanto à conta corrente de uma nação, é incorreto afirmar que 
a) quando uma nação está tendo sistemáticos déficits na balança comercial, é 
necessário elevar a taxa de juros interna em relação à taxa de juros externa. 
b) um déficit em conta corrente pode estar associado a um déficit na balança comercial. 
c) um déficit em conta corrente significa que a absorção excede o produto agregado. 
d) um déficit em conta corrente está associado a um déficit na conta de movimento de 
capitais autônomos, se o saldo do balanço de pagamentos for zero. 
e) uma elevação no déficit em conta corrente aumenta a poupança agregada da 
economia. 
 
15. (ESAF) - São medidas que tendem a corrigir déficits no balanço de pagamentos: 
a) elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, 
desvalorização da taxa nominal de câmbio. 
b) redução do nível de atividade econômica, redução no nível geral de preços internos, elevação 
das taxas internas de juros. 
c) redução do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, 
desvalorização da taxa nominal de câmbio. 
d) elevação do nível de atividade econômica, redução das taxas internas de juros, redução no 
nível geral de preços internos. 
e) elevação do nível de atividade econômica, elevação das taxas internas de juros, elevação do 
nível geral de preços internos. 
 
 
 
16. (ESAF) - Com relação ao balanço de pagamentos, é incorreto afirmar que 
a) as exportações de empresas multinacionais instaladas no Brasil são computadas na 
balança comercial do país. 
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b) os investimentos diretos fazem parte dos chamados movimentos de capitais 
autônomos. 
c) o saldo da conta "transferências unilaterais" faz parte do saldo do balanço de 
pagamentos em transações correntes. 
d) o saldo total do balanço de pagamentos não é necessariamente nulo. 
e) as chamadas rendas de capital fazem parte do denominado balanço de serviços 
não-fatores. 
 
17. (ESAF) - Considere as seguintes informações A = saldo da balança comercial; B = saldo 
da balança de serviços;C = saldo das operações de transferências unilaterais; D = saldo em 
transações correntes; E = movimento de capitais autônomos; F = movimento de capitais 
compensatórios; G = saldo total do balanço de pagamentos. Com base nessas informações, 
pode-se afirmar com certeza que 
a) A + B + C = D + E + F + G 
b) A + B + C + D + E + F + G = 0 
c) A + B + C + E + F = 0 
d) G = 0 
e) A + B + C = D = G = 0 
 
18. (ESAF) - É correto afirmar que, tudo o mais constante, uma alteração na taxa de 
câmbio, no sentido da desvalorização da moeda nacional, 
a) é neutra quanto aos seus efeitos sobre os saldos do balanço de pagamentos do 
país. 
b) é sempre maior que a desvalorização nominal da taxa de câmbio. 
c) é sempre igual à desvalorização nominal da taxa de câmbio. 
d) implica desestímulo às exportações do país. 
e) implica desestímulo às importações do país. 
 
19. (ESAF) - No sistema de câmbio flexível, a taxa de câmbio é determinada 
a) pelas autoridades monetárias do país. 
b) pelo preço do ouro. 
c) pela oferta de moeda do país. 
d) pelo câmbio fixo. 
e) pelas forças de oferta e demanda no mercado. 
 
 
 
 
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 24 
20. (ESAF) - Quanto aos efeitos da política monetária numa economia com perfeita 
mobilidade de capital, pode-se afirmar que sob um regime de taxa de câmbio 
a) flexível, uma expansão monetária reduz significativamente a taxa de juros. 
b) flexível, uma expansão monetária eleva o nível do produto. 
c) flexível, uma expansão monetária reduz o nível do produto. 
d) fixa, uma expansão monetária eleva o nível do produto. 
e) fixa, uma expansão monetária reduz o nível do produto. 
 
Gabarito 
 
01 – B 
02 – C 
03 – A 
04 – C 
05 – A 
06 – D 
07 – E 
08 – D 
09 – A 
10 – C 
11 – D 
12 – B 
13 – C 
14 – D 
15 – B 
16 – E 
17 – C 
18 – E 
19 – E 
20 – B

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