Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MAT 001 - Ca´lculo I Aula VII IMC-Unifei Nesta aula vamos dar continuidade ao estudo da Derivada. Os itens que veremos sa˜o : • Regra da Cadeia; • Derivadas e Func¸o˜es Inversas; • Func¸o˜es Impl´ıcitas . 1 A Regra da Cadeia - Derivadas de Func¸o˜es Compostas Teorema 1. Sejam u : X → R e g : Y → R tais que u(X) ⊂ Y (ou seja, a composta g ◦ u : X → R esta´ bem definida). Dado a ∈ X, se u e´ deriva´vel em a e g e´ deriva´vel em b = u(a) enta˜o a composta g ◦ u e´ deriva´vel em a e sua derivada e´ dada por : (g ◦ u)′ (a) = g′(b) · u′(a) = g′ (u(a)) · u′(a). Demonstrac¸a˜o. Observac¸a˜o 1. • Note que a func¸a˜o derivada (g ◦ u)′ : x 7→ (g ◦ u)′(x) e´ dada por (g ◦ u)′ (x) = g′ (u(x)) · u′(x). 1 • A seguinte notac¸a˜o e´ especialmente u´til quando utilizamos a regra da ca- deia: (g ◦ u)′(x) = g′ (u(x)) · u′(x) = dg du (u(x)) · du dx (x) Exemplo 1. Obtenha a derivada de cada func¸a˜o abaixo, explicitando o seu domı´nio: (a) f(x) = cos ( x3 + 1 ) . (b) g(t) = ( 4t3 − t2 + 3t− 2)2. (c) h(x) = ( 5x2 − 2x+ 1)−3 (d) f(t) = ekt, onde k 6= 0 e´ uma constante. 2 (e) g(x) = sen(2x) (f) h(w) = ( 2w2 − 3w + 1) (3w + 2)4 (g) f(t) = cos5(3t) (h) g(w) = e−w 2 (i) h(u) = (eu − sen(u))2 3 (j) f(x) = epi cos(2x 3) (k) g(x) = tan(6x). (l) h(x) = 3 + 2x 2 + cos3(x) 4 1.1 Exerc´ıcios 1. Obtenha a derivada de cada func¸a˜o abaixo, explicitando o seu domı´nio: (a) f(x) = (1 + x2)3 (b) g(x) = 3 cos(3x+ 2)− 1 (c) h(x) = 5etan(2x) (d) f(x) = 32x · cos(4 + 3x2) (e) g(x) = tan(2x) sen(x) (f) h(x) = 1 cos(3x) · e−8(x+3) 5 2 Derivadas de Func¸o˜es Inversas Ja´ vimos que se f : X → Y e´ uma func¸a˜o BIJETORA e CONTI´NUA no intervalo X ⊂ R, enta˜o Im(f) = Y ⊂ R e´ um intervalo (pelo TVI) e a sua inversa f−1 : Y → X tambe´m e´ uma func¸a˜o cont´ınua. Cabe a no´s enta˜o a seguinte pergunta: se f e´ deriva´vel em um ponto a ∈ X, podemos dizer que f−1 e´ deriva´vel no ponto b = f(a)? O teorema a seguir nos responde esta questa˜o. Teorema 2 (Teorema da Func¸a˜o Inversa). Seja f : I(Intervalo)→ J(Intervalo) uma func¸a˜o BIJETORA ( = injetora + sobrejetora) e CONTI´NUA ( em todos os pontos de seu domı´nio). Se f e´ deriva´vel no ponto a ∈ I e f ′(a) 6= 0, enta˜o a sua inversa f−1 e´ deriva´vel em b = f(a). Ale´m disso, temos que :( f−1 )′ (b) = 1 f ′(a) Demonstrac¸a˜o. 6 Exemplo 2. (A) Derivada de func¸o˜es logar´ıtmicas g(x) = loga(x) (B) Derivada de u(x)v(x), onde u e v sa˜o func¸o˜es deriva´veis em um intervalo I e u(x) > 0;∀x ∈ I. 7 (C) Derivada das ra´ızes g(x) = n √ x (D) Derivada de f(x) = x m n , onde m,n ∈ Z e n 6= 0. 8 (E) Derivadas das func¸o˜es trigonome´tricas inversas g1(x) = arcsen(x), g2(x) = arctan(x) e g3(x) = arcsec(x): 9 2.1 Exerc´ıcios 1. Obtenha a derivada de cada func¸a˜o abaixo, explicitando o seu domı´nio: (a) f(x) = ln(1 + x2) (b) g(x) = 3 arctan(3x+ 2)− 1 (c) h(x) = 5earcsec(2x) (d) f(x) = xx (e) g(x) = 5 √ x2 (f) h(x) = arccos(x) (g) f(x) = arccsc(x) (h) g(x) = arccot(x) 10 3 Func¸o˜es Impl´ıcitas Ja´ vimos que a curva definida pela equac¸a˜o x2 +y2 = 1 no plano cartesiano na˜o define y como func¸a˜o de x (ou vice versa). -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 Figura 1: Curva de Equaca˜o x2 + y2 = 1 Por outro lado, se fizermos a restric¸a˜o y ≥ 0 obtemos y como func¸a˜o de x, isto e´, y = f(x). -1.0 -0.5 0.5 1.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 Figura 2: x2 + y2 = 1 , y ≥ 0 Substituindo na equac¸a˜o da curva obtemos: x2 + f(x)2 = 1. Podemos, portanto, pensar em derivar em relac¸a˜o a` x. 11 Observac¸a˜o 2. Vamos fazer isto assumindo que y = f(x) e´ deriva´vel e tomando o cuidado de lembrar que y = f(x), ou seja, y2 e´ uma composic¸a˜o de func¸o˜es e para derivar precisamos utilizar a Regra da Cadeia. Este processo e´ chamado de derivac¸a˜o impl´ıcita. Sendo assim, temos que : x2 + y2 = 1 ⇓ 2x+ (2y) · y′ = 0 ⇓ y′ = −x y = − x f(x) (y 6= 0) Perceba que no nosso exemplo (que e´ bem simples) e´ fa´cil obter y = f(x) = √ 1− x2. De maneira geral, dada uma equac¸a˜o do tipo f(x, y) = 0 na˜o e´ fa´cil (e nem e´ poss´ıvel) isolar y como func¸a˜o de x. Nestes casos a derivac¸a˜o impl´ıcita se torna bastante u´til pois na˜o e´ necessa´rio obter a expressa˜o expl´ıcita de y como func¸a˜o de x para calcular y′. Poss´ıveis Vantagens da Derivac¸a˜o Impl´ıcita (i) Derivar a equac¸a˜o que define implicitamente y como func¸a˜o de x pode ser mais simples do que tentar obter a derivada atrave´s da expressa˜o explicita (caso exista alguma!). (ii) Uma equac¸a˜o nas varia´veis x e y pode definir va´rias func¸o˜es impl´ıcitas. Neste caso, a derivac¸a˜o impl´ıcita serve para todas elas. Exemplo 3. (A) Admitindo que f : (0,+∞) dada por f(x) = ln(x) e´ deriva´vel, obtenha f ′(x) por derivac¸a˜o impl´ıcita. 12 (B) Fixado α ∈ R e admitindo que f : (0,+∞) → R dada por f(x) = xα seja deriva´vel, use logaritmos para obter f ′(x) por derivac¸a˜o impl´ıcita. (C) Obtenha a equac¸a˜o da reta tangente a` curva x2 + 4xy + y2 = 1 no ponto (0, 1). -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 -1.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 Figura 3: x2 + 4xy + y2 = 1 13 (D) Se y = 3 √ x x3 + 1 , obtenha y′(x) por derivac¸a˜o impl´ıcita. Observac¸a˜o 3. • Utilizaremos bastante a derivac¸a˜o impl´ıcita na pro´xima parte do nosso curso em que abordaremos Aplicac¸o˜es de Derivadas. • Existe um teorema (a saber, o Teorema da Func¸a˜o Impl´ıcita que sera´ visto no Ca´lculo II), que estabelece as condic¸o˜es sobre a equac¸a˜o f(x, y) = 0 para que y seja func¸a˜o de x. 14
Compartilhar