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Metodologia Cientifica - EBOOK

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METODOLOGIA 
CIENTÍFICA
METODOLOGIA 
CIENTÍFICA
Marcio Tadeu Girotti
© Copyright 2017 da Dtcom. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os 
direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, 
art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, “a” e “b”. 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Ficha catalográfica elaborada pela Dtcom. Bibliotecária – Andrea Aguiar Rita CRB)
G526m
Girotti, Marcio Tadeu.
Metodologia científica / Marcio Tadeu Girotti. – Curitiba: Dtcom, 2017.
156 p. 
ISBN: 978-859-368-531-6
1. Metodologia. 2. Método de estudo. 3. Pesquisa.
CDD 001.8
Reitor Prof. Celso Niskier
Pro-Reitor Acadêmico Maximiliano Pinto Damas
Pro-Reitor Administrativo e de Operações Antonio Alberto Bittencourt
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância Viviana Gondim de Carvalho 
Redação Dtcom
Análise educacional Dtcom
Autoria da Disciplina Marcio Tadeu Girotti
Validação da Disciplina Verônica Eloi
Designer instrucional Milena Rettondini Noboa
Banco de Imagens Shutterstock.com
Produção do Material Didático-Pedagógico Dtcom
Sumário
01 A Metodologia Científica .........................................................................................................7
02 As diferentes formas do conhecimento .............................................................................14
03 A Pesquisa Acadêmica ..........................................................................................................21
04 As Fontes de Pesquisa ..........................................................................................................28
05 Escola e pesquisa ...................................................................................................................35
06 A organização do trabalho acadêmico ..............................................................................42
07 O seminário acadêmico ........................................................................................................49
08 O relatório de pesquisa ..........................................................................................................56
09 Apresentação de trabalhos acadêmicos ...........................................................................64
10 A pesquisa na internet ...........................................................................................................72
11 A pesquisa científica ..............................................................................................................79
12 Pesquisa qualitativa e quantitativa .....................................................................................86
13 As modalidades de pesquisa ...............................................................................................93
14 Os instrumentos da pesquisa ........................................................................................... 100
15 Apresentação dos resultados da pesquisa ................................................................... 108
16 Produção do conhecimento: o fazer pesquisa .............................................................. 115
17 O projeto de pesquisa ......................................................................................................... 122
18 Os procedimentos da pesquisa ........................................................................................ 130
19 Técnicas de pesquisa ......................................................................................................... 137
20 Normatização ABNT ........................................................................................................... 145
A Metodologia Científica
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Você sabia que conhecimento acadêmico-científico contém normas para seu desenvolvi-
mento? Pois bem. Tais conhecimentos são reunidos na metodologia científica e todo saber é 
constituído por conhecimentos comprovados ou não. E nesse contexto, o saber formal, válido e 
universal, é o conhecimento científico. O conhecimento científico não é simplesmente o conheci-
mento da ciência, mas sim aquele que se preocupa com o rigor metodológico e a validade de seus 
resultados. Vamos entender como isso funciona? Acompanhe!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender o que é a metodologia científica e suas aplicações;
 • compreender o que é conhecimento científico.
1 O que é metodologia científica
A metodologia científica diz respeito aos instrumentos que servem para a investigação cien-
tífica, que busca conhecer e obter conhecimento. O processo de conhecer está ligado ao método, 
que orienta e define as fases da investigação: o fazer, o conhecer e o agir. 
O método representa um caminho para se chegar a um fim, a observação sistemática da 
realidade e o controle das informações que se pode obter ao lidar com fenômenos da experiência 
sensível (KNECHTEL, 2014). A definição do método passa pelo tipo de pesquisa engendrada, pela 
natureza do objeto a que se aplica, e ao objeto de análise e resultados esperados. 
Veja que a ciência possui métodos próprios, mas o que se espera da metodologia é seu 
emprego de forma adequada, visando a um resultado que se pretende atingir.
FIQUE ATENTO!
Método é o guia da pesquisa, o norte, o horizonte, o instrumento que serve ao pes-
quisador para atingir o fim pretendido, adequado para cada tipo de objetivo e objeto 
a ser investigado.
Deve-se compreender que método é o instrumento e guia para a pesquisa, e a ciência é o 
próprio conhecimento. Em outras palavras, a metodologia científica é o aparato que instrumenta-
liza o pesquisador na sua investigação em busca de novos saberes ou nas comprovações dos já 
adquiridos (KNECHTEL, 2014).
 – 7 – 
TEMA 1
Figura 1 – A metodologia científica
Conclusão
Análise
Experimento
Hipótese
Questão
Observação
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
Fonte: Becris/Shutterstock.com
Não há pesquisa científica sem método, logo, a metodologia da pesquisa é, portanto, “a busca 
de formas, instrumentos e caminhos para a construção do conhecimento” (KNECHTEL, 2014, p. 27).
SAIBA MAIS!
Para cada pesquisa há um método, que orienta o pesquisador para atingir os 
resultados a partir dos objetivos e hipóteses estabelecidos, cabendo a ele escolher 
qual o mais adequado. Leia a obra de Odília Fachin, “Fundamentos de metodologia”, 
em que a autora explica e exemplifica o método para cada tipo de pesquisa. 
2 A ciência e os saberes
Diante do desenvolvimento da humanidade, fez-se necessária a compreensão dos fenôme-
nos do universo que influenciam a vida, os quais levaram o ser humano a buscar conhecimento, 
para entender sua existência. Assim, o conhecimento adquirido foi sendo acumulado, revisado, 
aprimorado, constituindo uma gama de saberes, repleto de conhecimentos racionais.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 8 – 
Desta forma, a ciência lida com fatos da realidade sensível, e busca compreendê-los por 
meio de uma análise sistemática, a fim de comprovar o conhecimento de forma universal. Com 
proposições que validem as hipóteses da ciência e o compartilhamento dos resultados obtidos 
com a comunidade científica, é possível comprovar os saberes. Logo, podemos utilizar os saberes 
de forma universal. 
Figura 2 – A ciência e os saberes
Fonte: Kotoffei/Shutterstock.com
Os saberes da ciência evoluíram ao longo dos séculos, assim, podemos considerar a ciência 
como um saber acumulado e especializado, que revisa anteriores, constrói outros, e projeta novos. 
Desde a antiguidade, via-se a necessidade de classificar os saberes, especificando os conhecimen-
tos e dividindo a ciência em áreas determinadas, conforme seu objeto de estudo (FACHIN, 2006).
EXEMPLO
A classificaçãodas ciências nos ajuda a entender melhor o seu objeto de estudo: em 
linhas gerais, podemos dizer que a biologia estuda a vida, a psicologia estuda a mente, 
a antropologia estuda o indivíduo nas culturas, e a sociologia estuda as relações indi-
víduo e sociedade. 
Agora, seguindo uma classificação sistematizada, podemos compreender a divisão da ciên-
cia da seguinte forma (FACHIN, 2006):
 • em Aristóteles temos a divisão: teórica (física, matemática e metafísica); prática (ética, 
economia e política); poéticas, tem por objeto as obras que o ser humano produz; 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 9 – 
 • em Francis Bacon a ciência é: memorativa (história natural, civil e sagrada); imaginação 
(poesia épica, dramática e alegórica); razão, ligada à filosofia (Deus, homem); 
 • para Ampère elas são como cosmológicas (ou da natureza) ou noológicas (ou do 
espírito);
 • já August Comte ciências nomeia como: matemática; astronomia; física; química; 
fisiologia;
 • em Herbert Spencer temos: abstrata (lógica e matemática); abstrato-concretas (mecâ-
nica, física e química); concretas (astronomia, biologia e psicologia);
 • vemos em Wundt a ciência em: formais (como a matemática); concreta (como as ciên-
cias da natureza e do espírito).
A classificação moderna da ciência pode ser dividida em: 
 • exatas: trabalha relações de grandeza (matemática); 
 • naturais: trabalha com dados oferecidos pela natureza (biologia, física e química); 
 • humanas: trata da vida e do comportamento do homem (sociologia, psicologia, histó-
ria, entre outras).
Essas classificações nos ajudam a perceber a grandeza da ciência, seus ramos e suas 
especialidades. 
FIQUE ATENTO!
A classificação das ciências não é única. A classificação acima é um recurso didá-
tico para melhor entender como a ciência está estruturada e evolui ao longo dos 
séculos, acompanhando o desenvolvimento do saber humano. 
3 O conhecimento científico
O conhecimento científico trabalha com a classificação e a ordenação dos fatos, compa-
rando, analisando e sintetizando o conhecimento, transformando-o em saber válido e universal, 
fundamentado sob leis e princípios que regem o conhecimento acadêmico. 
Tornar um conhecimento válido é, no caso das ciências exatas e naturais, comprová-lo, testá-lo 
e aprová-lo pela comunidade científica; torná-lo universal é oferecê-lo a todos. No caso das ciências 
humanas não há testagem e comprovação, mas há outras formas para a legitimação desse conhe-
cimento na comunidade acadêmica, os quais visam à validade e à universalidade também.
Dado que o ser humano precisa aprimorar-se constantemente, não sendo apenas um recep-
tor passivo, o conhecimento científico auxilia o desenvolvimento do saber humano, fornecendo 
um aparato sistemático, metódico, analítico e crítico para a busca e descoberta de novos saberes 
(FACHIN, 2006).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 10 – 
EXEMPLO
A busca por um novo remédio necessita de uma teoria que será testada na prática, 
podendo ou não ser validada. Em linhas gerais, se falsa, troca-se a teoria e, verifica-se 
novamente; se válida, a comunidade científica aprova a teoria e ela se torna universal.
4 As diversas abordagens do real
O ser humano é capaz de interpretar a realidade de diversas formas. Para pensar sobrea reali-
dade, podemos contar com as seguintes possibilidades: mito, religião, arte/cultura, senso comum, 
ciência e filosofia. 
SAIBA MAIS!
Leia o artigo “Mitos e verdades em ciência e religião: uma perspectiva histórica”, 
de Ronald L. Numbers, publicado em 2009, e procure relacionar as afirmações 
acerca do mito com as verdades da ciência e as contraprovas da religião, no eterno 
embate entre o místico e o real. Disponível no link: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/
v36n6/v36n6a07.pdf>.
Na antiguidade, o ser humano buscava justificar a vida terrena através do mito, do sobrena-
tural, e sua relação com os deuses. O mito dava sentido à vida em comunidade. Essa crença no 
sobrenatural é transmitida de uma geração a outra, mantendo costumes e cultura de determinado 
povo (ARANHA, 2006).
Figura 3 – Diversas formas de expressar a fé
Fonte: Rashad Ashurov/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 11 – 
FIQUE ATENTO!
Tanto no mito quanto na religião, o elemento base é a crença, acreditar nos deuses 
ou em um único Deus e confiar na forma de sua intervenção no mundo, com o po-
der da criação e manutenção da vida.
A visão religiosa da realidade parte da desconstrução do mito e deixa de lado deuses momen-
tâneos para se fiar em um Deus, que, possuindo diversos nomes, é um ser único. É a Fé que faz 
o indivíduo acreditar no desconhecido, com a esperança de permanecer no caminho seguro da 
religião, na confiança do Deus criador.
Já a visão artística enxerga o mundo por sua expressão e emoção. Essa visão influencia o 
outro a perceber o mundo com os olhos do artista. 
Figura 4 – Arte como expressão da realidade
Fonte: Anton Evmeshkin/Shutterstock.com
O senso comum é um saber não comprovado, assistemático, que convence por aceitação do 
conhecimento transmitido pelo outro. Sofre influência da cultura, por ser um saber que passa de 
geração a geração. É empírico e deriva da experiência cotidiana, ingênuo e sem rigor. Observam-se 
os fatos acreditando-se em uma verdade sem buscar as provas concretas para sua ocorrência. 
A ciência se mostra como um saber rigoroso e sistemático, fragmentado e especializado. Já 
a filosofia é um saber que vai até a última consequência, sendo um saber que busca a causa última 
de todas as coisas e questionador de todos os outros. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 12 – 
Fechamento
Concluímos esta aula compreendendo que o conhecimento científico contém regras para 
o seu desenvolvimento, verificando que a ciência contém diversas áreas, e várias formas de se 
interpretar a realidade.
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender o que é o conhecimento científico em sua aplicação às formas de enxergar o 
mundo;
 • observar a evolução do saber científico por meio da classificação das ciências.
Referências 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006. 
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
KNECHTEL, Maria do Rosário. Metodologia da pesquisa em educação: uma abordagem teórico-
-prática dialogada. Curitiba: Intersaberes, 2014. 
NUMBERS, Ronald L. Mitos e verdades em ciência e religião: uma perspectiva histórica. Revista 
Psiquiatria Clínica, v. 36, n. 6, p. 246-251, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rpc/
v36n6/v36n6a07.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 13 – 
As diferentes formas do conhecimento
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
O ser humano, em busca de conhecer o que o cerca, desenvolve novos conhecimentos, 
assim, o progresso da ciência é produto da atividade humana que transforma o mundo, trans-
forma a natureza e produz cultura.
Desta forma, o ser humano produz conhecimento que se reúne em senso comum, teológico, 
científico e filosófico. Vamos compreender como isto funciona? Acompanhe!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender quais são os tipos de conhecimento.
1 Diferentes formas do conhecimento
Acompanhando a história da humanidade, observamos que o ser humano reuniu por séculos, 
diversas formas de conhecer, sempre em busca de explicar o mundo, o ambiente que o cerca.
Na antiguidade, o indivíduo encontrava no mito, no sobrenatural, a explicação da sequência 
dos eventos terrestres, desde a origem da terra até o surgimento da raça humana. Com a desco-
berta da escrita, o ser humano iniciou também um processo de descoberta do poder da cura, para 
os males da vida. Povos antigos, como os do vale do Tigre e do Eufrates, às margens do Nilo, por 
meio da observaçãoe experimentação, descobriram a matemática, na forma de medir e demarcar 
áreas. Assim, estabeleceram o calendário e registraram, por exemplo, o aparecimento de eclipses 
(FACHIN, 2006).
Com o passar do tempo, o conhecimento dos povos antigos foi sendo aprimorado, e suas 
contribuições permitiram o avanço da ciência. Conhecimentos matemáticos e filosóficos, como 
os de Aristóteles, Francis Bacon, Descartes até August Comte, mostram um retrato do desenvolvi-
mento do saber, em busca de métodos que explicassem a aquisição de conhecimento, bem como 
indicassem as formas de se conhecer o mundo (FACHIN, 2006). 
O desenvolvimento da erudição permite a aquisição de novas formas de saber, assim como 
a reunião e a integração dessas formas, representam o avanço rápido e intenso do saber humano, 
que se modifica, altera-se, a cada nova descoberta, adapta-se e se reconstrói sempre em busca de 
outros conhecimentos (FACHIN, 2006).
O ser humano é capaz de reunir diversas formas de conhecer para interpretar o mundo, sendo 
elas, por exemplo: o senso comum, a religião, a ciência e a filosofia.
 – 14 – 
TEMA 2
SAIBA MAIS!
As diferentes formas do saber evidenciam a especificidade do saber humano, 
ao mesmo tempo em que mostram a gama de conhecimentos adquirida pelo ser 
humano ao longo de sua existência. Para cada tipo de saber, obtemos uma forma de 
conhecer o mundo e ampliamos o nosso conhecimento. Veja a obra de Maria Lúcia 
de Arruda Aranha “Filosofia da educação”, (2006), em que a autora aborda as diversas 
formas de observar a realidade, a partir de cada ramo do saber. 
1.1 O senso comum
O conhecimento do senso comum é adquirido independentemente de provas concretas e 
dos estudos aprofundados. É transmitido de geração em geração, através das vivências dos indi-
víduos, fazendo parte da cultura de um povo.
FIQUE ATENTO!
O saber empírico, ou o conhecimento do senso comum, abre as portas para a inves-
tigação científica, pois ele é uma forma de saber que estabelece o primeiro contato 
com o mundo.
O contato direto com a natureza, com o mundo, relaciona-se ao conhecimento empírico, sendo 
este o primeiro contato entre o sujeito e o objeto, entre o intelecto e o mundo sensível. Observe 
que o senso comum se contenta com simples imagens superficiais das coisas, constituindo uma 
visão ingênua e muitas vezes sem crítica do mundo. Essa forma de saber não estabelece relações 
significativas de suas interpretações, não possui fundamentos científicos ou métodos de análise, 
e caracteriza-se como uma imagem fragmentária da realidade (FACHIN, 2006).
Figura 1 – O saber do senso comum
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 15 – 
Se por um lado, o senso comum caracteriza um saber não fundamentado um conhecimento 
da vida cotidiana, por outro, mostra, em sua simplicidade, o primeiro contato do ser humano com 
a realidade.
Reparem que o conhecimento empírico é a estrutura para se chegar ao conhecimento cien-
tífico; embora de nível inferior, não deve ser menosprezado. Ele é a base fundamental do 
conhecer, e já existia muito antes de o ser humano imaginar a possibilidade da existência 
da ciência (FACHIN, 2006, p. 15). 
EXEMPLO
Observar que uma vidraça se quebra quando se arremessa uma pedra, é um saber do 
senso comum, mas saber o porquê o vidro quebra, ultrapassa essa forma de saber, 
cabendo a um saber mais elaborado, como a ciência, a descoberta desta causa a 
partir do seu efeito.
Portanto, mesmo o senso comum não sendo um saber comprovado, ele representa um saber 
empírico, que por sua vez, é a base para a experimentação do conhecimento científico. 
1.2 O conhecimento religioso
O conhecimento religioso ou teológico está ligado ao sobrenatural, como um produto do inte-
lecto do ser humano ligado à fé, com interpretações do mundo por intermédio de mensagens ou 
manifestações divinas (FACHIN, 2006). Representado na figura de um ser superior, um Deus, que 
se faz presente por diversos nomes, o ser humano se relaciona com ele pela sua fé, transmutando 
esse ser superior à imagem do ser humano muitas vezes.
Na busca por aquilo que transcende o conhecimento humano, procuramos por explicações 
que não cabem ao saber científico ou filosófico, que não conseguem explicar determinados fenô-
menos, recorrendo à crença em uma entidade divina que possa responder a questões inexplicá-
veis. A teologia procura integrar os conhecimentos da razão com os dados da fé.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 16 – 
Figura 2 – Conhecimento religioso
Fonte: FreddEP/Shutterstock.com
O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Não é preciso ver para crer, e a crença ocorre 
mesmo que as evidências apontem no sentido contrário. As verdades religiosas são registradas 
em livros sagrados ou são reveladas por seres espirituais, por meio de alguns iluminados, santos 
ou profetas (FACHIN, 2006).
FIQUE ATENTO!
Enquanto a mitologia apresenta deuses para explicar o mundo, a religião monote-
ísta obtém em um único Deus a sua crença, assim, o ser humano crê pela fé e pela 
aceitação do saber divino.
Desta maneira, a religião se faz presente na vida do ser humano, manifestando-se de diferentes 
formas. A força da fé e a crença em dogmas é o que fundamenta a vida religiosa, e seus seguidores, 
no caso das religiões monoteístas, acreditam em um Deus soberano como força espiritual que per-
mite a continuação da vida após a morte.
EXEMPLO
Com o mito, a causa de um trovão poderia ser a manifestação da ira dos deuses. Para 
a religião, uma criação divina. Já para a ciência, o trovão evidencia o efeito causado 
pelo raio em decorrência de tempestade, possuindo uma explicação científica sobre 
energia, força e elementos da natureza que provocam esse acontecimento.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 17 – 
Vale lembrar que a religião é uma forma de observar e interpretar a realidade, acreditando em 
dogmas e crenças, apoiados na fé pela existência de um ser superior. O que não significa dizer que 
as religiões não se fundamentam na racionalidade (BERGER, 2004).
1.3 A ciência e a filosofia
Historicamente, a ciência e a filosofia caminharam juntas, mas, com a revolução científica 
ocorrida no século XVII, elas se separam em dois saberes. A ciência vai se fragmentando em 
conhecimentos especializados, como a física, a astronomia, química, biologia, psicologia, sociolo-
gia, entre outros, delimitando o seu campo de saber (ARANHA, 2006).
A filosofia, por sua vez, continuou a tratar sobre os mesmos assuntos da ciência, mas, ao con-
trário dessa, que se ocupa de recortes da realidade, pela especificação de seus saberes, a filosofia se 
ocupa com o todo, com uma visão de conjunto, buscando a causa última de todas as coisas.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar nessa relação entre filosofia e ciência, leia o artigo “Entre a Filosofia 
e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psicologia”, que apresenta não só uma relação 
entre esses dois saberes, como apresenta a visão de um filósofo e uma forma 
especializada de ciência, a psicologia. Disponível no link: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>.
O conhecimento da ciência se ocupa da abordagem sistemática dos objetos da natureza (os 
fenômenos), tendo em vista as relações de causa e efeito, possui métodos que instrumentaliza o 
pesquisador, evidenciando etapas para o processo do conhecer.
O conhecimento científico pressupõe aprendizagem superior. Caracteriza-se pela presença 
do acolhimento metódico e sistemático dos fatos da realidade sensível. Por meio da clas-
sificação, da comparação, da aplicação dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador 
extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que estruturam um conhecimento 
rigorosamente válido e universal (FACHIN, 2006, p. 15).
A ciência procura atingir a verdade dos fatos pela observação da natureza poraplicação de 
pesquisas metódicas e sistemáticas. Por meio de instrumentos de coleta e análise de dados da 
realidade, o conhecimento científico pode ser adquirido por experimentação, demonstração e pes-
quisa, um saber que se estabelece na prática, com teorias e hipóteses, com o fim último de des-
vendar os segredos da realidade. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 18 – 
Figura 3 – Conhecimento científico
Fonte: Kotoffei/Shuterstock.com
O conhecimento filosófico conduz a reflexão crítica, que busca o conhecimento último de 
todas as coisas, transcendendo o saber do ser humano, utilizando a razão como a faculdade mais 
elevada do espírito, a qual ordena nossos pensamentos e constitui conceitos e princípios sobre os 
objetos do mundo. 
Figura 4 – O saber filosófico
Fonte: Chinnapong/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 19 – 
Tanto a filosofia quanto a ciência possuem um saber rigoroso, mas, enquanto a ciência se 
ocupa com um saber especializado, a filosofia trata com um saber de conjunto. E, enquanto a 
ciência evidencia um conhecimento por causa e efeito, a filosofia busca a causa última que funda-
menta todo o saber.
FIQUE ATENTO!
Por mais que a ciência e a filosofia investiguem o mesmo objeto, cada qual consti-
tui uma forma específica de conhecimento.
A filosofia e a ciência podem explicar e fundamentar o conhecimento da realidade e a partir 
daí originar novos saberes, como a fenomenologia (no caso da filosofia) e a física quântica (no 
caso da ciência).
Fechamento
Compreendemos que há várias formas de se observar a realidade, atrelada aos diversos 
saberes, cada qual expondo uma maneira de adquirir conhecimento.
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender a diversidade de formas de conhecer;
 • entender como se dá o conhecimento do senso comum e o saber da religião;
 • identifica o saber da ciência e o saber filosófico.
Referências 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006. 
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elementos para uma teologia sociológica da religião. 5. ed. São 
Paulo: Paulus Editora, 2004. 
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
VERISSIMO, Danilo Saretta; FURLAN, Reinaldo. Entre a Filosofia e a Ciência: Merleau-Ponty e a Psi-
cologia. Paideia, Ribeirão Preto, São Paulo, v. 17, n. 38, p. 331-342, 2007. Disponível em: <http://www.
scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X2007000300004>. Acesso em: 28 abr. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 20 – 
A Pesquisa Acadêmica
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
O conhecimento humano é adquirido de diversas formas, passando por diferentes níveis do 
saber. Toda busca por conhecimento engendra uma pesquisa, uma investigação em busca de 
resultados que satisfaçam o objetivo proposto pelo pesquisar, isso é o fazer pesquisa.
Aqui, iremos nos concentrar na pesquisa no nível da academia, a qual trabalha com conheci-
mentos científicos. Vamos lá!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender os diferentes tipos e níveis do conhecimento acadêmico;
 • entender os desafios para o pesquisador iniciante.
1 Introdução à pesquisa acadêmica
Para a ciência, além do método para realizar a pesquisa, deve-se observar outro ponto: como 
se dá a interpretação da realidade? Ou seja, é preciso considerar aspectos que envolvem o ser 
humano na totalidade como: ética, política, sociedade, cultura no processo de produção e aquisi-
ção de conhecimento (TOZONI-REIS, 2007).
A pesquisa envolve o buscar conhecimento. Por que pesquisamos? Porque queremos conhe-
cer e descobrir algo, sanar uma dúvida, resolver um problema. No âmbito da academia, que traba-
lha com pesquisa científica, um saber comprovado, válido e universal, é complexo e processual, 
cumpre etapas e rigor metodológico para atingir e apresentar resultados.
SAIBA MAIS!
Para aprofundar o entendimento acerca da pesquisa acadêmica, leia o capítulo 1 da 
obra “Como elaborar projeto de pesquisa: linguagem e método”, disponível no link: 
<http://www.uff.br/sga/monografia/MATERIAL_U_ECO.pdf>.
Isto significa que o trabalho científico é um aprendizado, e ocorre por processos contínuos e 
incessantes, não ao acaso, mas sim por mecanismos que conduzem o pesquisador na busca de forma 
metódica, sistemática, minuciosa por meio de um longo processo de investigação (FACHIN, 2006). 
 – 21 – 
TEMA 3
Figura 1 – O trabalho acadêmico científico
Fonte: Syda Productions/Shutterstock.com
No âmbito acadêmico, existem níveis de pesquisa, e de acordo com o momento em que se 
encontra o pesquisador, desenvolve-se um tipo de trabalho, conforme o grau de instrução, formação e 
conhecimento dele, sempre considerando tempo da pesquisa, que não é intuitiva, e sim um processo.
É preciso observar que nem todo tema cabe em uma pesquisa, às vezes, o tema que se busca 
pesquisar é basicamente a solução de uma dúvida, que não depende de grande aprofundamento 
ou vasta investigação, constituindo tão somente uma aquisição simples de um saber.
FIQUE ATENTO!
A pesquisa acadêmica possui níveis de estudo, que correspondem ao momento da 
vida acadêmica do pesquisador, cumprindo com normas e exigências específicas 
da academia.
Vejamos a seguir quais são os níveis de pesquisa.
2 Os níveis da pesquisa acadêmica
Uma das atividades mais importantes da academia é a pesquisa, que possui uma função 
social dentro do ensino superior, pois é um espaço de produção crítica e reflexiva sobre a realidade 
e possui grande contribuição social (TOZONI-REIS, 2007).
A formação no ensino superior se divide em graduação e pós-graduação. A graduação é a for-
mação do profissional, organizada na relação teoria e prática, buscando e organizando a produção 
do conhecimento em nível universitário. Logo, a pesquisa na graduação tem por objetivo produzir 
conhecimentos atualizados e significativos os quais contribuem para a formação humana e pro-
fissional, de maneira ampla, crítica e reflexiva. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 22 – 
Figura 2 – A pesquisa acadêmica
Fonte: ESB Professional /Shutterstock.com
Na graduação, o início da pesquisa se dá com a iniciação científica, quando estudantes, 
ainda em processo de formação, desenvolvem projetos científicos, despertados e incentivados 
para o universo da pesquisa acadêmica, sob orientação de pesquisadores qualificados.
Já a pós-graduação, é um estágio posterior, adequado para aqueles que querem aprofundar 
os conhecimentos obtidos na graduação e no ambiente profissional, sendo dividido em níveis: 
especialização, mestrado e doutorado.
Na pós-graduação há duas modalidades: lato sensu: relativo aos cursos de especialização, 
em determinada área de atuação profissional; stricto sensu: mestrado e doutorado, cujas forma-
ções são mais aprofundadas e qualifica profissionais nas mais diversas áreas do conhecimento, 
além de ajudar a produzir novos e significativos saberes (TOZONI-REIS, 2007).
Para cada âmbito desses conhecimentos há um tipo de trabalho científico, de acordo com a 
exigência acadêmica e o grau de instrução do pesquisador. Para tanto, classificando-se em: traba-
lho de conclusão de curso, monografia, dissertação e tese.
SAIBA MAIS!
Toda pesquisa exige a colocação de um problema: a pergunta da pesquisa, que 
norteia o pesquisador a elaborar os seus objetivos. Sobre esse assunto assista ao 
vídeo “Definindo o problema da pesquisa”, disponível no link: <https://www.youtube.
com/watch?v=qb-GWBrZ0XA>. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 23 – 
3 Os tipos de trabalhos acadêmicos: 
monografia, dissertação e tese
O primeiro tipo de trabalho acadêmico se dá na graduação- o trabalho de conclusão de curso - 
também conhecido como TCC. Trata-se de relatórios de pesquisa que versam sobre um único tema, 
de forma geral e ampla, com o objetivode enriquecer determinado conhecimento adquirido ao longo 
da graduação. Por isso, é um trabalho geralmente realizado no final do curso (FACHIN, 2006).
O TCC é, portanto, um trabalho de pesquisador iniciante, que investiga um tema único, deli-
mitado. Busca aprofundar o conhecimento dentro do tema escolhido. Também é conhecido como 
ensaio monográfico, monografia.
FIQUE ATENTO!
A monografia e o trabalho de conclusão de curso são muito parecidos em seus 
objetivos e estruturas, mas são divergentes quanto à sua complexidade, que se 
especifica no grau de seu desenvolvimento, na graduação ou pós-graduação.
Veja que a monografia é um estudo, dentro da estrutura de um trabalho científico, coorde-
nado por um professor orientador, que auxilia o pesquisador na obtenção dos objetivos da pes-
quisa. É ainda um trabalho de especialização (lato sensu) (FACHIN, 2006).
Figura 3 – Ensaio monográfico
Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock.com
A monografia prepara o estudante para um trabalho de pesquisa mais aprofundado dentro da 
limitação do tema escolhido, por meio de bibliografias diversas, que servem de referencial teórico 
para a execução da pesquisa. Esse trabalho deve ser realizado de forma exaustiva e com profun-
didade, respeitando as normas do trabalho científico.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 24 – 
No âmbito dos cursos stricto sensu, os trabalhos são mais elaborados e são consonantes 
com o nível de complexidade em que se encontra o pesquisador, no mestrado ou doutorado. O 
mestrado visa enriquecer a competência técnica e científica do estudante já graduado, o qual deve 
elaborar um trabalho dissertativo para a obtenção do título de mestre.
O trabalho desenvolvido no mestrado é a dissertação, “um estudo científico de grande alcance 
sobre um assunto bem determinado e limitado” (FACHIN, 2007, p. 194). 
EXEMPLO
Para delimitar um tema de pesquisa posso seguir um roteiro: área da pesquisa, 
assunto a ser tratado (geral), tema a ser pesquisado (particular). Por exemplo: área 
é educação; assunto é educação infantil; tema é letramento. 
Ele corresponde ao pensamento amadurecido do pesquisador, que desenvolve a pesquisa 
dentro de um tema único, bem delimitado, aprofundando o saber, reunindo, interpretando, ana-
lisando e sintetizando informações com uso de metodologias específicas correspondentes ao 
tema escolhido. A pesquisa de mestrado, portanto, contribui com acréscimos ao tema investigado, 
contribuindo e enriquecendo o saber de determinada área do conhecimento. 
O doutorado representa o momento maior, mais solene e mais elevado da vida acadêmica, 
que confere o grau de doutor àquele que desenvolve a pesquisa nesse nível de aperfeiçoamento, 
ao escrever e defender uma tese (FACHIN, 2006).
A tese é um trabalho de tema único, original e bem delimitado, de alto grau de complexidade 
e de conhecimento do pesquisador. É um trabalho cujo desenvolvido se dá de forma exaustiva e 
com profundidade sobre tema específico. A contribuição dele enriquece a área em que é desenvol-
vida, além de contribuir com a sociedade científica (FACHIN, 2006). 
Cabe ressaltar que há vários desafios em quaisquer níveis de pesquisa.
4 Desafios para o pesquisador iniciante
A pesquisa exige conhecimento anterior ao assunto a ser pesquisado, a escolha do tema, a 
delimitação dele e também do problema, a escolha do método que oriente a pesquisa, além do 
cumprimento de normas que regem o conhecimento científico.
EXEMPLO
Se você quer entender melhor a vida do urso polar, antes, você precisa saber quem 
é o urso. Procure, antes, materiais que auxilie a compreensão sobre a vida do urso. 
Depois, procure aprofundar nas especificidades sobre o seu objeto de estudo. As-
sim, a pesquisa será iniciada com algum conhecimento prévio sobre o tema.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 25 – 
Para quem inicia a vida de pesquisador é preciso atentar-se para alguns aspectos que são 
relevantes desde as escolhas iniciais até a definição do resultado pretendido. Isto também passa 
pela seleção do material de pesquisa e a metodologia a ser empregada.
Figura 4 – Pesquisador iniciante
Fonte: Christine Langer-Pueschel /Shutterstock.com
É comum o pesquisador iniciante escolher um tema amplo, que demanda tempo de execu-
ção e, no geral, que não cabe no cronograma sugerido para o desenvolvimento da pesquisa. Isto 
ocasiona a busca por objetivos muito gerais, difíceis de serem atingidos, e que compromete o 
resultado final.
Para tanto, traçaremos abaixo dicas para quem deseja iniciar uma pesquisa (FACHIN, 2006):
 • escolha um tema de seu gosto e pertencente ao universo de seu conhecimento;
 • prefira um assunto que você tenha a certeza que consegue desenvolvê-lo;
 • eleja temas que sejam possíveis de serem desenvolvidos, e não se limitem a respostas 
em poucas linhas;
 • a pesquisa a ser desenvolvida deve ou contribuir para a área de atuação do pesquisador 
ou para a sociedade. Se não corresponder a isso, não é uma pesquisa que valha a pena;
 • considere o tempo que você tem para realizar o trabalho, assim como os prazos de 
entrega para que não resulte em algo sem coerência;
 • reúna materiais de referência em sua área de pesquisa, procure referencial teórico de 
pesquisadores conhecidos, garantindo a confiabilidade da pesquisa;
 • ao procurar material bibliográfico, verifique a originalidade, quem escreve, quem publica, 
onde está publicado;
 • se for pesquisar em ambiente virtuais, procure sites de referência e confiáveis, específi-
cos da área, revistas e periódicos acadêmicos; cuide da escrita, das normas, da forma-
tação e da apresentação do trabalho. Lembre-se é o seu nome que está em jogo!
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 26 – 
FIQUE ATENTO!
Pesquisar exige tempo e dedicação, o que conduz a atentar para as normas e exi-
gências para cada tipo de pesquisa. 
Essas são algumas dicas para o pesquisador iniciante, servem para nortear a escolha do 
tema, a pesquisa em materiais bibliográficos e a apresentação dos resultados.
Fechamento
Compreendendo como está estruturado o trabalho no âmbito acadêmico, você já é capaz de 
saber como cada tipo de trabalho se encaixa em determinando momento da pesquisa, a depender 
do nível da formação do pesquisador. 
Nesta aula, você teve a oportunidade de: 
 • entender como está estruturado o conhecimento no âmbito da academia;
 • compreender cada tipo de trabalho acadêmico e sua especificidade e complexidade;
 • conhecer as modalidades do trabalho acadêmico em seus níveis de formação;
 • saber quais são os cuidados que o pesquisador iniciante deve estar atento.
Referências 
FACHIN, Odília. Fundamento de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
SIQUEIRA, Fabio. et al. Como elaborar projeto de pesquisa: linguagem e método. Rio de Janeiro: 
FGV, 2008. Capítulo I. Disponível em: <http://www.uff.br/sga/monografia/MATERIAL_U_ECO.pdf>. 
Acesso em: 21 abr. 2017. 
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. 2. ed. Curitiba: 
IESDE, 2007. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 27 – 
As Fontes de Pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A pesquisa acadêmico-científica possui critérios e exigências que obrigam o pesquisador a 
ficar atento a uma série de procedimentos, envolvendo da ética na manipulação de seres vivos à 
divulgação correta dos dados. Nesta aula, conheceremos a importância destes procedimentos e 
estudaremos os limites, os métodos e os cuidados da pesquisa.Também entenderemos a necessi-
dade de se ter cuidado com o uso das fontes de pesquisa, buscando sempre referências confiáveis 
e evitando o plágio.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar quais são os perigos e riscos que o pesquisador iniciante pode encontrar;
 • compreender as grandes áreas do conhecimento;
 • entender sobre propriedade intelectual: o plágio.
1 O cuidadocom a pesquisa
A pesquisa exige atenção e alguns cuidados antes mesmo do início dos trabalhos do pes-
quisador, que em geral, escolhe um tema que seja de seu interesse e de seu universo de conheci-
mento, garantindo condições e tempo para desenvolver o seu trabalho. 
Quando se desenvolve uma pesquisa, o pesquisador precisa levar em consideração duas coi-
sas: sua produção deve ou contribuir para sua área atuação ou trazer benefícios à sociedade. Caso 
contrário, a pesquisa pode não ter a qualidade ou notoriedade que merece, não sendo, de fato, um 
conhecimento útil que possa servir de base para outros estudos.
Um fator importante para o processo da investigação é ter muita clareza sobre o tempo dis-
ponível para a pesquisa e quais são os seus prazos, evitando antecipar resultados e entregar um 
trabalho sem coerência ou sem grandes contribuições.
EXEMPLO
Um estudante de pós-graduação pretende fazer uma pesquisa extensa, com diver-
sos objetivos e metas, dentro do prazo de 12 meses. Seu orientador, sabendo por 
experiência própria da dificuldade que o aluno terá, recomenda-o a focar os traba-
lhos em um objetivo geral e apenas dois ou três objetivos específicos.
 – 28 – 
TEMA 4
Figura 1 – O cuidado com a pesquisa
Fonte: cosma/Shutterstock.com
Para garantir a confiabilidade da pesquisa, é indispensável reunir materiais de referência da 
área e trabalhos de pesquisadores respeitados no meio acadêmico. Também é necessário veri-
ficar sempre a originalidade dos trabalhos, quem escreve, quem publica e onde foi publicado. O 
mesmo cuidado vale para a pesquisa que você fizer em ambientes virtuais e na internet.
Por fim, toda pesquisa precisa ser bem apresentada, ou seja: é preciso evitar trabalhos com 
erros na escrita ou na formatação, cuidar das normas exigidas, apresentar um texto claro, objetivo 
e com coerência. 
A pesquisa, como importante instrumento de produção de conhecimento, exige o cuidado 
com as técnicas, instrumentos, métodos, etapas, normas, dados e com a sua apresentação. É a 
atenção a estes elementos que garante a qualidade do trabalho (TOZONI-REIS, 2007). 
FIQUE ATENTO!
Quando você escolhe o tema e o problema de sua pesquisa, é preciso ter ciência 
de sua aplicação: será que esse novo saber irá engrandecer a área de estudos ou 
contribuir para a sociedade? O aprofundamento bibliográfico sobre um determina-
do tema pode não contribuir para aspectos sociais, mas irá enriquecer a área de 
conhecimento em que esse saber se encontra.
2 A ética da pesquisa
A pesquisa científica deve possuir rigor, pois é desenvolvida por cientistas, educadores e 
pesquisadores de diversas áreas do conhecimento com interesse em investigar e buscar novos 
conhecimentos em suas áreas, sendo os responsáveis pela informação publicada. Por isso, enten-
de-se que deve haver ética na pesquisa e compromisso com a veracidade da informação, além 
de responsabilidade com o conhecimento e com aqueles que irão usufruir dessa produção (DEL-
-MASSO; COTTA; SANTOS, 2014).
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 29 – 
Para resguardar a pesquisa e quem participa dela, a ética deve se fazer presente nesse uni-
verso de conhecimento. Lembre-se que não basta simplesmente proceder com rigor, método, 
jsistematicidade e com todo o cuidado exigido, mas também considerar os princípios da ética e 
os limites da pesquisa.
Quem é o pesquisador? Quem participa da pesquisa? Quem participa da pesquisa também é 
um dado para a pesquisa? Será feita com animais ou seres humanos? Em geral, essas são ques-
tões relevantes para se pensar a ética na pesquisa. 
Veja também que o uso de bibliografia e dos dados da pesquisa devem ser feitos com ética, 
lembrando sempre da importância de se referenciar corretamente e evitar o plágio.
Para o desenvolvimento da pesquisa é preciso considerar todos os aspectos que irão envol-
ver tanto o pesquisador quanto o objeto de estudo, assim como questões que atinjam a sociedade 
como um todo. Por isso, várias universidades e governos por todo o mundo possuem um comitê 
de ética que avalia se as pesquisas com seres vivos podem ou não ser desenvolvidas, e também 
se ferem a integridade dos seres ou das informações com elas obtidas. Somente após ser apro-
vada pelo comitê, a pesquisa segue para seu desenvolvimento.
Figura 2 – Princípios éticos
Fonte: Lightspring/Shutterstock.com
Vale ressaltar que somente os trabalhos que envolvem seres vivos devem ter uma aprovação 
direta do comitê. Isso significa que pesquisas que não envolvem seres vivos contam somente com 
a conduta e a ética de quem as desenvolve.
FIQUE ATENTO!
Pesquisas que envolvem seres vivos precisam da aprovação de um comitê de ética! 
Deve-se sempre levar isso em conta quando se conduz esse tipo de estudo.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 30 – 
EXEMPLO
Se um pesquisador pretende avaliar o quanto o ser humano pode tolerar a dor cau-
sada por queimadura e decide aplicar seu experimento em animais, todo o proce-
dimento desta pesquisa deverá ser validado por um comitê de ética antes de sua 
execução. Não se pode simplesmente causar dor a um animal para marcar o tem-
po, da mesma forma que não se pode fazer nenhum tipo de pesquisa do tipo com 
seres humanos. Mesmo pesquisas antropológicas, entre outras que se refiram aos 
indivíduos, devem passar pelo comitê de ética.
3 Luz própria: o plágio
O velho copiar e colar, conhecido como “Ctrl C + Ctrl V”, evidencia que o plágio é comum e não 
é nenhuma novidade. Na verdade, o avanço da tecnologia e o advento da internet apenas trouxe-
ram à tona e reforçaram essa discussão, ganhando ainda mais relevância com exemplos de cópia 
indevida por pessoas de grande renome acadêmico, vinculadas a grandes universidades nacionais 
e internacionais (NATALI, 2011). 
Avaliando as condições da emergência do prazo, considera-se que a falta de tempo para rea-
lizar uma atividade escolar ou um trabalho mais elaborado feito por universitários, leva o indivíduo 
a plagiar. Mas isso ocorre por descuido ou conscientemente?
Estudos relevam que o plágio tornou-se mais comum pela falta de tempo, pelo fácil acesso 
a informações por conta da internet e pela falta de mecanismos que detectem o plágio de forma 
satisfatória, apesar de existirem diversos softwares que já detectam esse tipo de atividade em 
algum nível (NATALI, 2011).
Figura 3 – Plágio: o copiar e colar
Fonte: Sarycheva Olesia/Shutterstock.com
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 31 – 
Por falta de informação ou não, o importante é tomar cuidado com o plágio, que se tornou 
crime pelo artigo 184 do Código Penal e pela Lei nº 9.610/98, que defende os direitos de autoria 
contra a reprodução não autorizada (NATALI, 2011). 
O recomendável é buscar informações para compreender a maneira correta de utilizar o 
material bibliográfico com a referência da fonte correta, evitando assim a cópia irregular. 
FIQUE ATENTO!
Plagiar é crime, e copiar a propriedade intelectual protegida por direitos autorais é 
uma conduta antiética. Tenha atenção redobrada ao usar informações publicadas 
por outras pessoas ou instituições!
SAIBA MAIS!
Para compreender melhor todos os aspectos que envolvem o plágio, confira a “Car-
tilha do Plágio”, criada e desenvolvida pela Universidade Federal Fluminense para 
ajudar os pesquisadores com dúvidas. Disponível no link <http://www.noticias.uff.
br/arquivos/cartilha-sobre-plagio-academico.pdf>.
Aquele que pratica o plágio deixa de lado a oportunidade de pensar por si mesmo e contri-
buir com seus argumentos, prejudicando a si próprio, à sua instituição e à informação repassada, 
enfim: comete um crime e deixar de ser ético com a pesquisa. 
A melhor maneira de evitar o plágio é estar bem ciente das punições a quem o comete, bem 
como saber lidar com as fontes de pesquisa de forma correta, sendo assim um pesquisador com 
“luz própria”.
4 As grandes áreas dosaber
Para o desenvolvimento de uma pesquisa em qualquer campo do saber, é preciso compre-
ender em qual classificação a pesquisa se enquadra, ou seja: trata-se de uma pesquisa da área 
humana, da natureza ou da matemática?
Ao longo dos séculos e acompanhando o desenvolvimento do pensamento humano, o conhe-
cimento científico passou por diversas classificações, iniciando com o filósofo grego Aristóteles. 
Segundo Fachin (2006), o pensador adotou como critério a finalidade de cada ciência para classi-
ficá-las da seguinte forma: teóricas (física, matemática e metafísica), práticas (ética, economia e 
política) e poéticas (as obras produzidas pelo ser humano).
Atualmente, ainda segundo Fachin (2006), a classificação das ciências segue um padrão que 
reúne os saberes de cada uma delas, sendo dividida principalmente em três frentes:
 • exatas: matemática;
 • naturais: biologia, física e química;
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 32 – 
 • humanas: filosofia, sociologia, história e outras.
Essa divisão ou classificação da ciência justifica a fragmentação do conhecimento científico 
em saberes especializados, cada qual adequado a uma área específica de investigação.
Com isso, podemos dizer que a própria ciência do século XXI está dividida e classificada em 
três grandes áreas do conhecimento: as humanas, as exatas e as biológicas (que se enquadra no 
grupo das ciências naturais). Essas divisões auxiliam o pesquisador a adequar a sua pesquisa ao 
universo desejado.
Figura 4 – Novas áreas do saber
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com.
É importante que o pesquisador conheça muito bem o seu objeto de estudo, podendo se 
situar pela área que abrange esse objeto. Dessa forma, é possível garantir a qualidade dos dados 
obtidos e a apresentação dos resultados da maneira adequada para o uso dessas informações.
SAIBA MAIS!
Vale lembrar que, com o advento e aprimoramento das tecnologias, tem se de-
senvolvido uma nova área do conhecimento no âmbito tecnológico. Assim, a área 
tecnológica poderá ser incorporada como uma nova área da ciência, uma divisão e 
classificação diferente das que existem hoje.
Fechamento
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 33 – 
Nesta aula você teve a oportunidade de:
 • conhecer melhor a ética que envolve o universo da pesquisa;
 • entender que a prática do plágio é comum,embora seja considerada crime;
 • saber observar os cuidados com a pesquisa e com o plágio;
 • compreender as grandes áreas do saber.
Referências 
DEL-MASSO, Maria Cândida Soares; COTTA Maria Amélia de Castro; SANTOS, Marisa Aparecida 
Pereira. Ética em Pesquisa Científica: conceitos e finalidades. São Paulo, UNESP: 2014. Disponível 
em: <https://acervodigital.unesp.br/bitstream/unesp/155306/1/unesp-nead_reei1_ei_d04_texto2.
pdf>. Acesso em: 25 abr. 2017.
FACHIN, Odília. Fundamento de metodologia. São Paulo: Saraiva, 2006.
IACS-UFF. Nem tudo que parece é: entenda o que é plágio. Niterói: UFF, 2010. Disponível em: 
<http://cev.org.br/arquivo/biblioteca/4024337.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2017.
NATALI, Adriana. Luz própria. Revista Ensino Superior, São Paulo, ano 13, n. 154, p. 36-39, jul. 2011.
TOZONI-REIS, Marília Freitas de Campos. Metodologia da pesquisa científica. Curitiba: IESDE, 2007. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
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Escola e pesquisa
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
A escola é vista como um ambiente de aprendizagem, onde a relação professor-aluno é 
estabelecida como aquele que ensina e aquele que aprende, sendo o professor o transmissor do 
conhecimento, e o aluno, o receptor. Mas será que a escola não pode desempenhar outro papel? 
Nesta aula veremos como o ambiente escolar aliado à pesquisa é capaz de apresentar o professor 
como um formador, e não simples transmissor de conhecimento. 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender que a pesquisa tem início na escola;
 • entender o papel do professor formador e o processo científico e educativo.
1 Pesquisa como princípio científico
A escola desempenha um papel fundamental na vida daquele que aprende, e também é a 
base para aquele que ensina ou irá ensinar. O espaço escolar é tido como um ambiente onde 
alunos aprendem conteúdos para sua formação básica como cidadãos que vivem em socie-
dade, enquanto o professor é aquele que, dotado de conhecimento, ensina e faz com que o aluno 
aprenda. Nesse sentido, a escola é apresentada como um simples espaço de aprendizagem, mas 
será que ela não pode possuir outra função? A pesquisa de caráter científico não pode fazer parte 
do contexto escolar? Ninin (2008) afirma que a escola pode, sim, ser um espaço de pesquisa; mas 
seria somente uma pesquisa de conteúdo, ou também de pensamento crítico?
Pedro Demo (2011) defende que a escola possui um claro papel de formação, apresentando 
aos jovens a pesquisa como princípio científico e princípio educativo. Segundo o autor, o ato de 
pesquisar começa na escola, porém é pouco explorado. 
Não é preciso começar a estudar metodologia científica somente na universidade, mas sim, 
já na escola. Quem nunca fez uma pesquisa quando criança em que se buscava informações em 
jornais e revistas, conteúdos, recortes e outras coisas para um trabalho de determinada disciplina? 
Isso não é fazer pesquisa?
 – 35 – 
TEMA 5
Figura 1 – A pesquisa escolar
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
Ainda segundo Demo (2011), a pesquisa como princípio científico é compreendida como a 
construção e reconstrução do conhecimento científico, que ocorre nas universidades, em âmbito 
acadêmico-científico, seguindo o rigor da ciência e com a aplicação de metodologias científicas. 
Isso é feito através da articulação entre teoria e prática. 
Para o autor, a pesquisa não é feita somente em um estágio de amadurecimento intelectual, 
como no ensino superior. Ela é de grande uso já na formação dos mais jovens, incentivando o 
aluno a buscar conhecimento por si só próprio. 
Da mesma forma, Ninin (2008) defende que a escola seja um espaço de formação, que leve 
o jovem a se tornar um estudante autônomo, que busca conhecimento por si próprio.A tese é defi-
nida pelo autor como a pesquisa em seu aporte de princípio educativo.
FIQUE ATENTO!
As vantagens da pesquisa no âmbito escolar não estão restritas à busca do conhe-
cimento. Incentivar a pesquisa contribui também para a construção da autonomia 
do estudante, que ganha o papel de aluno-autor.
2 Pesquisa como princípio educativo
A pesquisa como princípio educativo está unida intimamente ao “aprender bem”, ou seja: o 
aluno que se diferencia dos demais é aquele que pesquisa, que vai em busca de novos conheci-
mentos além dos aprendidos na escola. Para Demo (2011), quem não sabe pesquisar também não 
sabe ensinar, não sabe falar sobre aquilo que aprendeu e não consegue transmitir conhecimento. 
Com a pesquisa, o aluno pode expressar suas próprias opiniões por meio de suas indaga-
ções, e com a mediação do professor, esse processo transforma o estudante de aluno-copiador 
em aluno-autor. Nestes casos, a pesquisa é usada como um instrumento para problematizar situ-
ações e atingir novos saberes.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 36 – 
Para Ninin (2008), esse é o espaço que a pesquisa deve ocupar na escola: a busca por um 
pensamento crítico e reflexivo, que conduz a novos conhecimentos.
Na educação básica, segundo Demo (2011), é preciso buscar o apoio de um professor que 
também seja pesquisador, pois é a pesquisa que fundamenta a prática docente. Este professor 
precisa ter o seu próprio texto e ser autor do conhecimento, mostrando para o seu aluno que ele 
também pode e precisa elaborar conteúdos para tornar-se um aluno-autor. 
EXEMPLO
Um professor de História que não faz pesquisa não dominará a sua área, pois ele 
não busca construir novos saberes nem contesta o que lhe é apresentado – apenas 
reproduz aquiloque aprendeu.
A pesquisa, quando bem empregada, ajuda o aluno a aprender o conteúdo e a se tornar um 
estudante autônomo: ela desenvolve a habilidade de localizar as informações, selecioná-las e 
utilizá-las melhor. Também possibilita a aprender com independência, pois, como explica Pedro 
Demo (2010, p. 40), “a criança transforma conhecimentos já disponíveis na sociedade em algo 
novo para ela”.
Figura 2 – Professor mediador
Fonte: ESB Professional/Shutterstock.com
Lembre-se que é função do professor avaliar e orientar o aluno no universo da pesquisa. Para 
que o estudante aprenda bem, é preciso saber motivá-lo, orientando-o na busca do conhecimento, 
ou seja: o professor não pode somente dar aula, mas sim conduzir seus alunos pela aula, incenti-
vando-os a procurar novos saberes.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 37 – 
FIQUE ATENTO!
Para ensinar o aluno a pesquisar e construir conhecimento, o professor precisa 
sempre avaliar e orientar o aluno neste processo, acompanhando o processo da 
aprendizagem com atenção.
SAIBA MAIS!
Leia o artigo “A pesquisa como princípio educativo com vista à alfabetização 
científica no ensino fundamental”, de Santos e Fredenozo (2012), e entenda melhor 
as contribuições da prática da pesquisa no ensino de ciências. O texto completo 
está disponível no link <http://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/epd/
article/viewFile/454/377>
3 O papel do professor formador
Na medida em que a escola tem o papel de formar o indivíduo, o professor deve possuir o 
papel de formador, construindo o conhecimento, fazendo-se autor e também transformando o 
aluno em autor. “Se o docente só dá aula, sem produção própria, não podemos superar o instrucio-
nismo na escola e na universidade” (DEMO, 2009b, p.14).
Na prática docente, muitos professores solicitam a execução de uma tarefa sem dar as ins-
truções necessárias para desenvolvê-la. Isso é contrário à ideia do professor que orienta a apren-
dizagem do aluno.
Para Ninin (2008), o professor deve desenvolver a habilidade de pesquisa com seus alunos, 
os dotando de ferramentas que auxiliem na prática da investigação, a busca pelo conhecimento. 
O ideal neste caso seria determinar os objetivos da aprendizagem, levando em conta os pro-
cedimentos da os conteúdos, e depois convidar o aluno a explorar a biblioteca, artigos, conteúdo 
da internet, entrevistas e outros materiais. 
Mesmo assim, muitos professores ainda solicitam atividades apenas com o mesmo roteiro: 
data para entrega, nomes dos alunos, indicação das partes do trabalho, orientações gerais...
Trabalhando assim, a pesquisa torna-se um simples instrumento avaliativo: ou seja, uma 
nota, sem preocupação com o processo de aprendizagem, mas apenas um produto final.Quando 
isso acontece, o professor tem papel secundário na educação estudante, pois o próprio não se 
coloca como orientador deste mesmo processo.
A escola como ambiente de formação prevê um aluno que adquire conhecimento e um pro-
fessor que transmite saber. No entanto, essa concepção de escola não forma alunos autônomos, 
que possam construir seu saber, mas reféns da passividade da educação. Contrário a esta pers-
pectiva, uma escola que aplica a pesquisa como ferramenta para aquisição de conhecimento pro-
porciona a formação de um aluno-autor, que busca o saber com a ajuda da figura do professor. 
METODOLOGIA CIENTÍFICA
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Figura 3 – A tarefa por mera instrução
Fonte: Brian A Jackson/Shutterstock.com
A partir do acesso à informação e ao conhecimento, via internet, o papel do professor como 
formador tem sido repensado, se aproximando da figura de um mediador no processo ensino-
-aprendizado, ou de um animador, como aquele que anima/instiga a alma do educando, provocan-
do-a para buscar conhecimento. (BOHADANA; MARQUES, 2004)
FIQUE ATENTO!
Se o professor somente solicita uma tarefa sem oferecer as devidas orientações, 
essa atividade permanece como um simples instrumento avaliativo, sendo a nota a 
sua única utilidade. Ignorar esse processo é o mesmo que prejudicar a autonomia 
de aprendizagem do aluno.
Segundo Demo (2011), a escola, na figura do professor, precisa incentivar a autonomia do aluno 
oferecendo o tema da pesquisa e os materiais para que ela possa desenvolvê-la. Também é crucial 
propiciar espaços de debates de ideias, além de aguçar a criatividade e a curiosidade dos estudantes.
Neste cenário, um professor deve: 
 • orientar os alunos sobre como buscar informações; 
 • disponibilizar referências bibliográficas;
 • oferecer condições favoráveis para a pesquisa;
 • instruir o aluno a utilizar a técnica do fichamento (destacar as partes importantes do 
conteúdo pesquisado), mostrando que a pesquisa não é uma cópia de informações, e 
sim uma síntese reflexiva sobre o que foi pesquisado.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 39 – 
Figura 4 – Professor formador
Fonte: Monkey Business Images/Shutterstock.com
O professor deve trabalhar para incentivar a curiosidade do aluno, que se interessará mais por 
aquilo que tem interesse e vontade de conhecer. Os assuntos que afligem a mente dos estudantes 
e geram mais curiosidade são o melhor caminho para aprofundar o conhecimento.
EXEMPLO
Um professor de Química, ao ensinar a composição de vários materiais usados 
por pintores, pode sugerir a realização de pesquisas sobre História da Arte, unindo 
Química, História, Artes e Geografia em uma única atividade. Essa interdisciplinari-
dade permite examinar o tema por vários lados de modo simultâneo, incentivando 
o aluno a ampliar o seu conhecimento através do contato com outras áreas.
SAIBA MAIS!
Para conhecer novas perspectivas de pesquisa com o uso da tecnologia no ambiente 
escolar, leia esse o artigo de Pedro Demo (2009a), “Aprendizagens e novas tecnologias”, 
no link<http://www.pucrs.br/famat/viali/doutorado/ptic/textos/80-388-1-PB.pdf>.
Como nos explica Ninin (2008, p.21), a pesquisa escolar é pautada em instrumentos que “pro-
piciam a construção do conhecimento e o desenvolvimento da autonomia” do estudante, através 
de ações que estimulam a reflexão crítica e priorizam as capacidades de descobrir, questionar, 
criticar, argumentar e criar.
Por fim, é importante destacar que o professor precisa sempre apresentar fontes confiáveis 
ao aluno, ensiná-lo a tomar notas e escrever textos e resumos, incentivá-lo a entrevistar especia-
listas no assunto, mostrar modelos e formas para produzir o produto final e, enfim, contribuir para 
a apresentação dos resultados
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 40 – 
Fechamento
Nessa aula, você teve a oportunidade de:
 • entender que a escola é o primeiro espaço para desenvolver pesquisa;
 • saber que a pesquisa conduz o aluno a ser autônomo em seu conhecimento;
 • compreender que o professor precisa ter papel de formador, e não simples transmissor 
do conhecimento. 
Referências
BOHADANA, Estrella; MARQUES, Márcio Mori. A escritura e o papel na era digital. Aprender – Cad. 
de Filosofia e Pisc. Da Educação, Vitória da Conquista, Ano II, n. 3, p. 63-78, 2004. 
DEMO, Pedro. Aprendizagens e novas tecnologias. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pes-
quisa em Educação Física, v. 1, n. 1, p. 53-75, ago. 2009a. Disponível em: <http://www.pucrs.br/
famat/viali/doutorado/ptic/textos/80-388-1-PB.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2017. 
______. Educação Hoje: “Novas” tecnologias, pressões e oportunidades. São Paulo:Atlas, 2009b.
______. 5 etapas da boa investigação. Revista Nova Escola, São Paulo, ano XXV, n. 237, p. 40-47, 
nov. 2010.
______. Pesquisa: princípio científico e educativo. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2011. NININ, Maria Otília 
Guimarães. Pesquisa na escola: que espaço é esse? O do conteúdo ou o do pensamento crítico? 
Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 48, p. 17-35, dez. 2008. Disponível em: < http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-46982008000200002>.Acesso em: 21 jun. 2017.
SANTOS, Reginaldo dos; FRENEDOZO, Rita de Cássia. A pesquisa como princípio educativo com 
vista à alfabetização científica no ensino fundamental. In: Encontro de Produção Discente – PUCSP, 
Anais... 2012. Cruzeiro do Sul. São Paulo. p. 1-12. Disponível em: <http://revistapos.cruzeirodosul.
edu.br/index.php/epd/article/viewFile/454/377>. Acesso em: 27 abr. 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 41 – 
A organização do trabalho acadêmico
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
Nesta aula entenderemos como deve ser organizado o trabalho acadêmico, que, por ser um 
material científico com estrutura, formatação e normas próprias para produção, deve ser produzido 
da forma adequada. Nesta aula, conheceremos os principais instrumentos utilizados na realização 
de um trabalho acadêmico. Também conheceremos as partes de um trabalho e a melhor forma de 
apresentá-lo, além de discutir conceitos que envolvem a pesquisa e a escrita na academia.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender o que é trabalho acadêmico;
 • entender a organização do trabalho acadêmico, seu desenvolvimento e sua apresentação.
1 O trabalho acadêmico
Toda atividade desenvolvida no âmbito acadêmico é um trabalho que se pretende cientí-
fico, ou seja, deve ser desenvolvido obedecendo uma norma para a sua apresentação,seguir um 
método e se adequar a uma determinada estrutura.
A estrutura de trabalhos científicos compreende desde o tamanho da folha até as margens, 
a fonte e o tamanho de letra, incluindo ainda a capa, a folha de rosto, o sumário e outros recursos 
utilizados dependendo do tipo de trabalho. (MARCONI; LAKATOS, 2013).
Uma atividade escrita feita como exigência para a avaliação em determinada disciplina 
deverá seguir uma estrutura e uma formação definida pelo professor, correto? O professor pode ter 
a liberdade de exigir um formato específico para o trabalho, mas pode também seguir uma norma 
instituída pela escola, por exemplo. 
Ele também poderá cobrar regras padronizadas. Como ressaltam Marconi e Lakatos (2013, 
p.141), “todo trabalho científico obedece a uma norma internacional de apresentação, quer seja 
monografia, dissertação ou tese”. Ou seja, nem sempre um professor irá criar regras próprias.
 – 42 – 
TEMA 6
Figura 1 – O trabalho acadêmico
Fonte: Pressmaster/Shutterstock.com
Como podemos perceber, para construir um trabalho acadêmico é preciso conhecer as nor-
mas e estruturas exigidas, seguindo passo a passo cada etapa de sua produção.
FIQUE ATENTO!
Apesar de todo trabalho acadêmico seguir uma padronização, as normas e a for-
matação podem variar entre as instituições que desenvolvem pesquisa.
2 A organização do trabalho
 Para iniciar o trabalho é preciso escolher um tema, que deve ser o fio condutor de toda a 
pesquisa que será construída até a realização do trabalho final. Para escolher o tema, é preciso 
conhecer bem o assunto, delimitando a partir dele os objetivos mais específicos.
 Com o tema definido, destaca-se um problema, um questionamento principal conhecido 
como “pergunta de pesquisa”, que irá conduzir a investigação, orientar a construção dos objetivos 
e colaborar na escolha de hipóteses. 
Esses primeiros passos servem como base para formar o corpo do trabalho e da investiga-
ção, permitindo que o autor vá em busca de referências teóricas e argumentos que joguem luz 
sobre o assunto pesquisado. (FACHIN, 2006).
FIQUE ATENTO!
Para iniciar a pesquisa é preciso delimitar bem o tema que será investigado, deli-
neando assim quais serão os objetivos que devem ser cumpridos para se alcançar 
os resultados.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 43 – 
Figura 2 – Escolha do tema
Fonte: Peshkova / Shutterstock.com.
Ao se aprofundar no tema da pesquisa, o autor também deverá estruturar o seu trabalho aca-
dêmico e delimitar suas partes, constituídas de pré-textual, textual e pós-textual. 
Segundo Marconi e Lakatos (2013), as partes do trabalho seriam:
 • preliminares (pré-textual): capa, folha de rosto, sumário; 
 • corpo de texto (textual): a introdução, o desenvolvimento e as considerações finais; 
 • referencial (pós-textual): a bibliografia do trabalho, anexos, apêndices.
Essas partes variam para cada tipo de trabalho – monografia ou dissertação, por exemplo. 
Aqui, focaremos no trabalho acadêmico em seu nível mais simples, como atividades para disciplinas. 
Nesse caso, segundo as indicações de Marconi e Lakatos (2013), o trabalho acadêmico mais 
simples seria composto de capa, folha de rosto e sumário (pré-textual); introdução, capítulos e 
subseções (corpo de texto); e a bibliografia do trabalho (pós-textual).
Por fim, é importante atentar à formatação do trabalho na estrutura adequada, incluindo a 
escolha da fonte, tamanho, espaçamento e outros.
Com essa organização em mente, o autor pode iniciar sua pesquisa produzindo como resul-
tado final o seu trabalho acadêmico.
SAIBA MAIS!
No livro Metodologia do Trabalho Científico, Prodanov e Freitas fazem um 
apanhado dos principais métodos e técnicas de pesquisa, dando atenção especial 
à organização e às etapas do trabalho acadêmico no capítulo 3.5. Veja no link: 
<http://goo.gl/rbCgno>.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 44 – 
3 Os instrumentos do trabalho acadêmico
O trabalho acadêmico segue um padrão de pesquisa que acompanha qualquer metodologia: 
a pesquisa bibliográfica. Tenha sempre em mente que, para toda pesquisa, é preciso fazer um 
levantamento bibliográfico. 
Nesse sentido, o autor do trabalho deve seguir quatro passos na hora de fazer a pesquisa 
bibliográfica: levantamento do material, seleção, leitura e fichamento (LEITE, 2008). 
O planejamento da pesquisa inteira é delimitado pela escolha do tema, que por sua vez, irá 
permitir a separação do material bibliográfico adequado. Esse material, que é a base fundamental 
da pesquisa, deverá ser explorado pelo pesquisador através da leitura, da interpretação e do des-
taque das principais partes.
Entres os instrumentos do trabalho acadêmico, ou técnicas de pesquisa, podemos destacar 
os passos recomendados por Leite (2008), como mostraremos a seguir.
 • Levantamento bibliográfico: consulta e procura de materiais pertinentes ao desenvol-
vimento do tema da pesquisa. Deve-se catalogar todo o material que seja importante e 
que traga alguma contribuição para o trabalho.
 • Seleção bibliográfica: após o material ser escolhido, é hora de definir qual será a base 
da pesquisa, separando aqueles que irão, de fato, servir como fundamento. Lembre-se 
que nem sempre o que se escolhe de primeiro momento é útil para o desenvolvimento 
do estudo.
 • Leitura: momento de encontrar no material bibliográfico os dados necessários para a 
execução da pesquisa. 
 • Fichamento: leitura estrutural do texto destacando as partes principais. O pesquisador 
destaca informações importantes como o argumento, o autor, o livro, a página e as 
referências bibliográficas. Trata-se de grifar, assinalar ou colocar em folhas soltas o 
que será utilizado no trabalho mais tarde, facilitando a localização e o aproveitamento 
das informações. 
Figura 3 – O levantamento bibliográfico
Fonte: Paolo Bona/Shutterstock.com.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 45 – 
Com esses instrumentos, o pesquisador pode iniciar o seu trabalho de investigação, procu-
rando sempre boas bibliografias para fundamentá-la.
EXEMPLO
Um estudante de graduação iniciou sua pesquisa de conclusão de curso e, diante 
de algumas dificuldades para organizar suas leituras, buscou apoio de um profes-
sor. O docente, experiente na prática da pesquisa, o aconselhou a seguir os seguin-
tes passos: selecionar toda a bibliografia; catalogar os livros de leitura imediata; 
realizar os fichamentos (destaque das partes principais); e só então, concentrar-se 
na leitura em ambiente propício para isso.FIQUE ATENTO!
Antes de iniciar o trabalho de leitura do material escolhido, procure ler a introdução, 
sinopse, resumo dos materiais e veja rapidamente todos os capítulos dos mate-
riais. Isso auxilia na escolha do material adequado para a realização da pesquisa.
4 A apresentação do trabalho
O trabalho acadêmico deve ser sempre apresentado de forma clara, seguindo as normas e as 
formatações indicadas. Em geral, as instituições acadêmicas disponibilizam modelos para seus 
alunos e pesquisadores a fim de padronizar os trabalhos, mas isso nem sempre ocorre.
Seguindo a orientação geral de Marconi e Lakatos (2013), destacamos a seguir as partes 
básicas de um trabalho.
 • Folha de rosto: contém o nome do autor, o título do trabalho, uma breve explicação do 
que se trata a pesquisa, a instituição do vínculo deste trabalho, a cidade e o ano.
 • Sumário: oferece a visão completa do trabalho e a ordem das páginas, destacando 
suas divisões e subdivisões.
 • Introdução: apresenta o objeto do trabalho, seus os objetivos, hipóteses e metodologia 
utilizada.
 • Desenvolvimento: é a fundamentação teórica do trabalho, com a citação das fontes de 
referência. É dividido por capítulos.
 • Conclusões: finalização de todo o trabalho, apresentando os resultados de forma 
sintética.
 • Referências bibliográficas: relação do material utilizado como fonte de pesquisa. Deve 
seguir as regras da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) para sua for-
matação adequada.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 46 – 
É muito importante atentar para as partes do trabalho, respeitando as normas de composi-
ção e apresentação, para construir uma boa argumentação.
Afinal, como explicam Marconi e Lakatos (2013, p.177), “a redação do trabalho é uma exposi-
ção bem-fundamentada do material recolhido, estruturado, analisado, interpretado e elaborado de 
forma objetiva, clara e precisa”.
Figura 4 – Apresentação do trabalho
Fonte: spaxiax/Shutterstock.com.
Por fim, seguindo todas essas recomendações, resta ao autor escrever o seu texto de forma 
clara, utilizando a norma culta da língua portuguesa. O texto deve seguir uma estrutura lógica e 
coerente para transmitir as devidas informações ao leitor, fazendo com que ele de fato entenda o 
que está escrito.
SAIBA MAIS!
Para melhorar seu texto, veja as dicas de redação de Gilson Volpatono artigo 
“Método lógico para redação científica”. Leia e identifique quais estratégias podem 
auxiliar no momento da escrita do seu trabalho. Confira no link: <http://www.reciis.
icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/932>.
EXEMPLO
Um pesquisador achou melhor editar o artigo que iria publicar em uma revista cien-
tífica após conversar com um colega próximo. Isso porque o colega, embora tives-
se bastante experiência na área, não conseguiu entender diversos termos do texto 
original, tendo que interromper a leitura diversas vezes. Quando escrever, evite usar 
termos desnecessariamente complexos, procurando sinônimos e palavras mais 
simples. Ao invés de dizer que irá perscrutar um assunto, por exemplo, diga que irá 
investigá-lo. Por isso, ao redigir um texto acadêmico tenha por perto um dicionário, 
que pode ser online.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 47 – 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • entender o que é e como se produz um trabalho acadêmico;
 • aprendera organizar o trabalho acadêmico, compreendendo as etapas para a sua 
execução;
 • identificar algumas técnicas para trabalhar com material bibliográfico.
Referências
FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
LEITE, Francisco Tarciso Leite. Metodologia científica: métodos e técnicas de pesquisa (monogra-
fias, dissertações, teses e livros). 2 ed. Aparecida: Ideias & Letras, 2008. 
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 7 ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico: métodos 
e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Editora Feevale, 2013. 
Disponível em: <http://goo.gl/rbCgno>. Acesso: 30jul. 2017.
VOLPATO, Gilson Luis. Método lógico para redação científica. RECIIS – Rev.Eletron.deComum. 
Inf.Inov. Saúde, v. 9, n. 1, p.1-14, jan./mar. 2015. Disponível em: <http://www.reciis.icict.fiocruz.br/
index.php/reciis/article/view/932>. Acesso: 2 maio 2017.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 48 – 
O seminário acadêmico
Marcio Tadeu Girotti
Introdução
 É muito comum ouvirmos falar em seminário como um trabalho escolar, que ocorre tanto 
no Ensino Básico como no Ensino Superior. Mas, você saberia definir seminário? Nessa aula vere-
mos como se organiza e se constrói esta técnica de estudo, utilizada para ensinar o aluno a pes-
quisar e a transmitir o que aprendeu.
Objetivos de aprendizagem
 • entender o que é um seminário acadêmico;
 • compreender a organização e execução do seminário.
1 O que é um seminário
 O seminário é considerado uma técnica de estudo, que inclui pesquisa, leituras, discus-
sões e debates (MARCONI; LAKATOS, 2013), sendo muito comum seu uso no Ensino Básico e no 
Ensino Superior. Podemos dizer que o seminário é um momento de aprendizagem, que coloca o 
aluno no centro da articulação entre o ensinar e o aprender.
Figura 1 – Seminário acadêmico
Fonte: Matej Kastelic /Shutterstock.com
 – 49 – 
TEMA 7
 Essa técnica tem a finalidade de ajudar o estudante a pesquisar, pois desenvolve a capaci-
dade de buscar informações e analisar dados de forma sistemática, além de estimular o raciocínio, 
a reflexão, a construção de um texto e uma apresentação. É importante destacar que o seminário 
possibilita ao aluno elaborar um trabalho científico de forma clara e objetiva, com a finalidade de 
formação (LARROYO, 1964 apud MARCONI; LAKATOS, 2013). 
E quais seriam os objetivos do seminário? Podemos destacar:
 • o ensino por meio da pesquisa;
 • o desenvolvimento da aptidão para a pesquisa;
 • a compreensão e o domínio incipiente das normas que envolvem a metodologia da 
pesquisa;
 • o uso de instrumentos de pesquisa, como o fichamento;
 • o trabalho em grupo, entre outras competências. 
O seminário é um tipo de trabalho acadêmico que visa formar o aluno para o universo da pes-
quisa, não servindo somente para instrumentalizá-lo quanto aos tipos de pesquisa e suas técnicas, 
mas para desenvolver a habilidade de pesquisa, leitura, discussão e debate
Resumindo, podemos dizer que o seminário desenvolve no aluno a capacidade de pesquisar 
e transmitir conhecimento, aprendendo assim a sistematizar informações e a trabalhar em equipe. 
SAIBA MAIS!
No artigo “Seminário acadêmico, mais que um gênero: um evento comunicativo”, 
Meira e Silva (2013) explicam que o seminário é uma técnica de estudo muito utilizada 
para explorar novos conhecimentos sobre o tema abordado, além de proporcionar 
a integração entre indivíduos que discutem o assunto. Disponível em: <http://www.
ileel.ufu.br/anaisdosilel/wp-content/uploads/2014/04/silel2013_1434.pdf>.
FIQUE ATENTO!
O seminário é uma técnica muito recomendável para se aprender a fazer pesquisa.
2 As partes do seminário
O seminário, como qualquer outro trabalho escolar ou universitário, possui uma organização 
e pré-requisitos para sua execução. Em geral, é realizado em grupos, entre duas e dez pessoas, 
mas este número pode ser maior ou menor. Já sua organização deve seguir uma lógica para auxi-
liar a execução e a apresentação (LEITE, 2008).
 De acordo com Marconi e Lakatos (2013), cada membro do grupo do seminário possui 
uma função específica, conforme podemos conferir a seguir.
METODOLOGIA CIENTÍFICA
 – 50 – 
 • Diretor ou coordenador: em geral é o especialista no assunto (pode ser um professor, 
por exemplo), sua função é propor os temas a serem estudados, indicar

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