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Sexo, gênero e sexualidade - Sociologia - InfoEscola

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Sexo, gênero e sexualidade
Por Luiz Antonio Guerra
Mestre em Sociologia (UnB, 2014)
Graduado em Ciência Política (UnB, 2010)
Sexo x Gênero
As ciências sociais tem feito nos últimos anos uma distinção
entre os conceitos de sexo e gênero. Pode-se dizer que sexo
está relacionado às distinções anatômicas e biológicas entre
homens e mulheres. O sexo é referente a alguns elementos do
corpo como genitálias, aparelhos reprodutivos, seios, etc.
Assim, temos algumas pessoas do sexo feminino (com
vagina/vulva), algumas pessoas do sexo masculino (com pênis)
e pessoas intersexuais (casos raros em que existem genitais
ambíguos ou ausentes).
Gênero é o termo utilizado para designar a construção social do
sexo biológico. Este conceito faz uma distinção entre a
dimensão biológica e associada à natureza (sexo) da dimensão
social e associada à cultura (gênero). Apesar das sociedades
ocidentais definirem as pessoas como homens ou mulheres
desde seu nascimento, com base em suas características físicas
do corpo (genitálias), as ciências sociais argumentam que
gênero se refere à organização social da relação entre os sexos
e expressa que homens e mulheres são produtos do contexto
social e histórico e não resultado da anatomia de seus corpos.
Se a expressão social de comportamentos de homens e
mulheres é puramente baseada na natureza dos órgãos
genitais, nas quais uma mulher é quem tem um aparelho
reprodutor feminino, por que existem expressões como “isso
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não é coisa de mulher”? No mesmo sentido, se ser homem é
ter um pênis, por que existem tantas coisas que “não são de
homem”? Esses questionamentos apontam que ser homem ou
mulher é muito mais complexo do que nascer com um pênis ou
uma vagina, extrapola os atributos físicos, envolvendo diversas
regras sociais de comportamento que são expressas através de
feminilidades, masculinidades e dos padrões de gênero.
As maneiras como homens e mulheres se comportam
correspondem a aprendizados socioculturais que nos ensinam a
agir de acordo com prescrições de cada gênero. Exemplo disso
é que existem diferenças de comportamento entre mulheres de
diferentes países, do mesmo modo, os homens de séculos
atrás não se expressavam do mesmo jeito que atualmente. As
representações de gênero são distintas de uma cultura para
outra, sendo um dos objetivos dos estudos de gênero e das
ciências sociais analisar a diversidade de expressões em
diferentes grupos e locais, identificando e desnaturalizando tais
padrões.
Há uma grande expectativa social em relação às ações,
atitudes e expressões de mulheres e homens. Existem também
modos e locais específicos de trabalho, cuidado com a família,
circulação, vestimenta, atração física, além de expectativas
sobre quais atividades devem ser desempenhadas por cada um
dos grupos.
Identidade de gênero
Identidade de gênero é a experiência subjetiva de uma pessoa
a respeito de si mesma e das suas relações com outros
gêneros. Não depende do sexo biológico da pessoa, mas de
como ela se percebe. Essa identidade pode ser binária (homem
ou mulher), mas também pode ir além dessas representações e
rechaçar ambas as possibilidades de reconhecimento, sendo
assim pessoas não-binárias (todos os outros gêneros).
Um tema em evidência hoje nos meios de comunicação são as
identidades das pessoas transgênero, transexuais e travestis.
Estas pessoas são aquelas cuja identidade de gênero é
diferente do gênero assignado no nascimento (gênero
imposto).
Já as pessoas que se identificam com o gênero que lhes foi
determinado no momento do seu nascimento são chamadas de
cisgêneras. Ou seja, da perspectiva social, política, científica e
jurídica, uma pessoa cisgênera é vista como “alinhada” dentro
de seu corpo e de seu gênero. Este termo foi criado para
destacar politicamente quem é trans e quem não é, e para
jogar luz na estrutura social que invisibiliza as pessoas trans. A
maior parte das pessoas são cisgêneras.
Sexualidades
A sexualidade envolve as práticas eróticas do ser humano, suas
escolhas de relação afetiva e objetos de desejo. Do mesmo
modo que gênero, a sexualidade é culturalmente estabelecida e
tem distinções em diferentes grupos e culturas. O conceito de
sexualidade, no ocidente, está intimamente ligado ao de
gênero. Na hierarquia das sociedades ocidentais em geral, a
heterossexualidade ocupa a posição superior e, logo, a
homossexualidade é socialmente compreendida como inferior.
Em outras palavras, na sociedade em que vivemos, considera-
se normal ser heterossexual. Podemos falar então que a
sexualidade é marcada por práticas heteronormativas.
A heteronormatividade é definida como um conjunto de normas
sociais compulsórias à heterossexualidade que orienta a
sexualidade e as expectativas, possibilidades e obrigações
sociais e históricas formadas a partir do pressuposto da
heterossexualidade como natural. A heterossexualidade como
padrão estabelece normas de poder e de controle das condutas
ditas normais e assim, qualquer desvio dessas regras é
considerado fora dos padrões de normalidade.
É importante destacar que qualquer forma de sexualidade é
socialmente construída e diz respeito à orientação sexual, ou
seja, quais gêneros uma pessoa sente atração sexual ou
atração romântica. Existem algumas categorias principais que
classificam algumas das possibilidades de atração das pessoas,
são elas: heterossexual (quem sente atração por pessoas do
gênero oposto), homossexual (quem sente atração por pessoas
do mesmo gênero) e bissexual (quem sente atração por
pessoas de ambos os gêneros).
Movimentos feministas e movimentos
LGBTTT
A partir da segunda metade do século XX, podemos observar o
impacto de movimentos feministas e movimentos LGBTTT
(Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros)
no questionamento dos modelos socialmente esperados para
homens e mulheres, na busca pela igualdade de direitos entre
os gêneros e na crítica das relações afetivo-sexuais nos
espaços públicos e privados.
Tais grupos questionam também a naturalização dos padrões
de gênero e de sexualidade. Neste sentido, destacam que as
desigualdades estabelecidas entre homens e mulheres, bem
como entre heterossexuais e homossexuais são construídas
socialmente e, sendo assim, são passíveis de transformações e
novas compreensões.
Organizações feministas e LGBTTT, sobretudo a partir dos anos
1960, fortaleceram suas demandas, através do diálogo com a
sociedade civil e da pressão junto ao Estado visando a
implementação de políticas públicas destinadas a assegurar os
direitos das minorias.
Atualmente, as demandas do movimento feminista são bem
amplas e tem como foco a descriminalização do aborto, o
direito ao corpo, a igualdade de oportunidades e de salários, o
combate à cultura do estupro e assédio, o fim da violência
contra as mulheres e do feminicídio.
Por sua vez, os movimentos LGBTTT no Brasil vem exigindo a
implementação de políticas públicas que promovam a cidadania
plena dessa população e lutando pelo fim da violência e
discriminação homofóbica e transfóbica.
Referências bibliográficas:
GROSSI, M. P. Identidade de Gênero e Sexualidade. Coleção
Antropologia em Primeira Mão. PPGAS/UFSC, 1998.
SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica.
Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, jul./dez.
1995, pp. 71-99.

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