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Artigo(Ramarcam - Física), O menino que descobriu o vento

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REFLEXÕES SOBRE A BASE NACIONAL CURRICULAR COMUM E O ENSINO DE FÍSICA “O MENINO QUE DESCOBRIU O VENTO”.
Ramarcam Alves da Fonseca
 Universidade Federal do Espírito Santo - UFES
Curso de Licenciatura em Física 
ramarcam.fonseca@ufes.com.br
RESUMO
	Neste artigo abordaremos itens e competências relacionadas à BNCC, assim como característica de suas aplicações ao ensino de física no ambiente escolar, social e dia-a-dia dos educandos, usaremos o filme, “O Menino que descobriu o vento”, para contextualizar e ilustrar como os conhecimentos aplicados nas devidas áreas podem contribuir para o desenvovimento pessoal e coletivo do meio. A partir de uma leitura ancorada nos povos nacionais e suas diversidades, visando inclusão e adequação educacional às particularidades provenientes das variaçoes socio-culturais. 	
	O texto está dividido em duas partes: na primeira realizamos um breve paralelo referente aos impactos e adequações acerta da aplicaçao da Base Comum no atual contexto no ensino médio, na sequência, fazemos uma reflexão sobre cinema, dificuldades sociais e aplicaçoes e aprendizado da física, como evidenciado no filme, trazendo as considerações algumas das discussões sobre as aplicações do saber e salientando o potencial do longa-metragem no entendimento educacional daquele contexto social, visto que engloba tanto o processo de ensino aprendizagem como o benefício para a qualidade de vida do ser humano. 
Palavras-chave: o menino que descobriu o vento, ciência, sociedade, educação, física, base comum curricular. 
FICHA TÉCNICA DO FILME
O Menino que Descobriu o Vento
País de origem: Reino Unido
Duração: 113 min 
Gênero: Drama biográfico
Direção: Chiwetel Ejiofor
Produção: Andrea Calderwood, Gail Egan
Roteiro: Chiwetel Ejiofor
Baseado no livro: Boy Who Harnessed The Wind, de William Kamkwamba e Bryan Mealer
Elenco: Maxwell Simba, Chiwetel Ejiofor, Aïssa Maïga, Lily Banda, Joseph Marcell e Noma Dumezweni 
Disponível: Netflix
Sinopse do Filme 
	A história real do menino de 13 anos que vive no Malauí de 2001 nos envolve com alguns temas importantes: o primeiro deles é o da destruição da natureza com foco na agricultura e suas consequências. O segundo é o amor de família e a importância de nossas decisôes baseadas nisso. E por último, o modo como a educação tem um poder transformador.
INTRODUÇÃO
	Quando pensamos em educação e docência, acreditamos que é impossível dividi-la do âmbito em que os sujeitos estão inseridos. Dado isso, a leitura do mundo e suas pecualidades somada às diversidades e experiências entre indivíduos proporciona a construção de práticas desenvolvedoras, com o objetivo de criar capacidades e competências. Assim como é demonstrado com clareza na BNCC, de certa forma ainda inflexivel e superficial, porém presente. 
“Dessa maneira, a equidade reafirma seu compromisso de reverter a situação de exclusão histórica que marginaliza muitos grupos minoritários, como os indígenas e os quilombolas, e as pessoas que não puderam estudar ou completar sua escolaridade na idade própria.
Igualmente, reafirma seu compromisso com os alunos com defciência, ao reconhecer a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e de diferenciação curricular, conforme estabelecido na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defciência (Lei nº 13.146/2015), BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR”
	Este artigo realça a importância entre a leitura, aprendizado e o contexto social ao qual o sujeito está englobado no qual o saber é impulsionador da transformação social. Para atingir esse objetivo proposto, em criar um paralelo e alcançar os pontos de contato entre o ensino de Física, a correlação com a Base Nacional e o filme, realizando análises da trajetória do protagonista durante os acontecimentos, ao qual são amparadas pelas discussões demonstradas por Paulo Freire (1989), assim como, a relação entre sujeito e contexto. Empreenderemos discussões sobre a posição a partir do outro, através do diálogo, e o processo educacional como ferramenta transformadora da realidade de forma consciente e libertadora. 
	Desta forma, no presente artigo, desmosntraremos fatos e consequencias sobre a importância da leitura para a formação dos sujeitos, mostrando que a leitura do mundo e o instinto de pesquisa dialogam e constroem mutuamente a criticidade e o desenvlvimento social. Assim como descrito na competencia 2 da BNCC.
“Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.”
BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, COMPETENCIA 2
	Visto isso, nos utilizaremos do longa-metragem para observar ações do personagem principal, Willian Kamkwamba, do filme “O menino que descobriu o vento (2019)”, uma criação exclusiva Netflix. Filme esse baseado em uma história real do garoto de mesmo nome, que achou uma forma de ajudar sua família na vila de Wimbe, em Malauí (África), que em 2001, passou por grandes períodos de seca, e miséria.
1. O ENSINO DE FÍSICA NA PERSPECTIVA DA BNCC
	A BNCC na atualidade foi homologada somente para o Enisno Fundamental, porém a segunda versão evidencia a regulamentação para as séries do Ensino Médio. Tratando-se da sua abrangencia sobre a Física, “demonstra” desta forma, a importância desta disciplina para a formação do cidadão, evidenciando a disciplina como uma construção humana e a melhor forma desta ser apresentada, em consequencia disso é inserida em considerar o desenvolvimento histórico de conceitos atrelados a disciplina, em todas as suas interpretações possíveis e aos campos que a mesma possa estar inserida, como meio para a compreensão dos conceitos analisados como instrução social. Assim, sua contribuição perpassa pela abordagem sobre leis e princípios e pode interagir com a escola cumprindo com o objetivo de criar a compreensão de fenômenos físicos, assim como ocorre na compreensão dos conceitos no filme que está sendo discutido.
“Em meio a esse cenário, com uma hélice de ventilador de trator, peças de bicicleta, pedaços de cano e outros itens catados no lixo, William Kamkwamba, de apenas 13 anos, transformou uma ideia em prática: construiu um “cata-vento” para salvar a sua comunidade da fome. O start veio depois que o garoto tomou contato com um livro sobre energia eólica, aquela que é gerada a partir do vento”, 
Vemos na Figura 1, a satisfação de pai e filho pela conquista na geração de energia para irrigar a lavoura. 
 
	
	
Figura 1 – Capa do Filme NETFLIX
	Em virtude disso temos que a disciplina compõe a uma parte do campo das Ciências da Natureza, a qual é responsável por trazer para o educando uma gama de princípios, como conservação, conversão e transformações de energia ou conservação de quantidades de movimento, servindo com base para compreender fenômenos como a cor do céu ou de chamas, a luz de raios ou de lâmpadas, a radiação solar ou de motores aquecidos, a explosão de artefatos ou de estrelas, ou simplesmente criar um meio para que se possa retirar energia elética e utilizar para benefício proprio e de sua comunidade como foi realizado. 
	
	Logo, o documento referido descreve que: estudantes que começam compreendendo que quedas se devem à gravidade terrestre, que sinais de rádio se propagam em formado de ondas eletromagnéticas e que as radiações alfa, beta e gama são nucleares podem, ainda, se encantar com a história de estrelas como o Sol. 
	Os modelos Físicos nos ajudam a descrever e a interpretar o mundo a nossa volta e desenvolver a ideia critica de criatividade e inovação, sejam naturais ou tecnológicos. Como organizar os conhecimentos, a Física aparece como uma proposta de um meio de dialogar com o mundo, trazendo para o discente a visão da compreensão por trás dos acontecimentos físicos que os rodeia, caracterizando uma forma de “olhar o mundo real” comoele realmente ocorre, apresentando características peculiares e linguagens específicas para descreves tais fenômenos, assim como é visto também na química e biologia, como a proposição de representações, modelos, leis e teorias com alto grau de abstração, sofisticação, consistência e coerência internas. 
	
	A organização deste componente curricular no Ensino Médio passará a ser composta por seis unidades curriculares reunindo diversas temáticas ou campos de conhecimento tratados na Física. A proposta é que ela passe a ser assim organizada: 
1 - movimentos de objetos e sistemas. 
2 - energias e suas transformações.
3 - processos de comunicação e informação. 
4 - eletromagnetismo – materiais e equipamentos 
5 - matéria e radiações – constituição e interações. 
6 - terra e universo – formação e evolução.
	A abordagem acima é bem diferente do que é trabalhado no atual ensino
tradicional em todo o país e exigirá uma mudança radical na formação dos professores. Pois hoje os livros didáticos estão em sua maioria divididos em: 
a) Mecânica – composta por Cinemática e Dinâmica. 
b) Gravitação e Hidrostática. 
c) Termodinâmica, Óptica e Ondas. d) Eletromagnetismo – composto por Eletricidade e Magnetismo.
	A própria Sociedade Brasileira de Física (SBF) se pronunciou sobre o assunto e seu
grupo de trabalho elaborou um documento com análise e recomendações para a revisão da BNCC. 
	Em relação ao conteúdo de Física no Ensino Médio, a SBF considera que para manter as seis unidades de conhecimento propostas, elas precisam ser drasticamente revistas e reorganizadas, de modo a indicar claramente quais ideias centrais devem ser indicadas como objetivos de aprendizagem.
 
	Segundo seu grupo de trabalho, eles concordam que é necessário, portanto, uma seleção de um pequeno número de fenômenos e processos, de relevância científica e tecnológica, que melhor esclareçam os títulos das Unidades de Conhecimento. Eles ainda enfatizam, que a divisão em seis unidades, agrupadas duas a duas em cada ano letivo, sugere que cada uma delas preencha a carga horária de um semestre. 
	
	Essa ênfase igualitária entre as seis Unidades de Conhecimento é indesejável, além de ser inexequível na prática.
	Existem casos de inversões de conteúdo se comparado com o atual ensino de Física, como a indicação da unidade de Eletromagnetismo para o 2O ano do Ensino Médio. Caso não haja justificativas relevantes para tal, a inversão deve ser evitada, especialmente considerando o maior nível de abstração desses conteúdos. Um concenso geral proposto pela Sociedade Brasileira de Física seria reduzir o número de tópicos a serem abordados, para que eles sejam ministrados de forma satisfatória, explorando tanto os aspectos conceituais quanto quantitativos, e correlacionando-os com aplicações no cotidiano dos alunos.
	Outra sugestão da SBF é quanto à forma de construção do conhecimento. O entendimento é que essa construção precisa levar em consideração uma modelagem de
fenômenos físicos acompanhado de um raciocínio matemático. Assim,
na apresentação da Física enquanto componente curricular é indispensável uma discussão sobre a natureza da construção do conhecimento físico. A nosso ver, 
abordagens qualitativas e conceituais podem favorecer um entendimento preliminar
dos fenômenos, mas é inegável que a modelagem de fenômenos físicos se completa
com uma análise quantitativa, acompanhada de raciocínios matemáticos diversos. É
importante que se explicite, na proposta, o papel da matemática na construção da
física, assim como os espaços onde uma abordagem mais conceitual é desejável.
Assim, além das conexões com os objetivos de aprendizagem da matemática, é
preciso definir, nos objetivos de aprendizagem da física, se o que se propõe, em cada
caso, é uma abordagem qualitativa, semi-quantitativa ou quantitativa.
	Os conceitos a serem construídos na proposta da nova BNCC serão os mesmos da
atualidade, porém revestidos de uma nova dinâmica considerando todo o desenvolvimento tecnológico atual. Esse tipo de abordagem se não vier acompanhada de uma capacitação docente (formação continuada de professores) e de uma mudança nos atuais cursos de Licenciatura em Física, poderá elevar o abandono escolar de alunos do Ensino Médio, uma vez que esta disciplina é conhecida por muitos discentes como uma das mais áridas da matriz curricular.
	
	Ao se definir um determinado tema a ser ministrado aos alunos, é possível que se tenha diversos conteúdos de variadas disciplinas que, se ensinados de forma interdisciplinar, podem despertar o interesse dos discentes. Outro ponto a ser destacado é contextualizar os conteúdos ao cotidiano dos alunos, aproximando o que é visto em sala de aula à realidade dos mesmos. Ao conhecer a realidade dos seus alunos, o professor pode ter um resultado mais satisfatório. 
	
	Desta forma tornando o material com potencial mais significativo, visando com que os alunos possam buscar conhecimentos já ancorados, para levar novos conhecimentos de uma maneira que seja prazerosa ao educando de forma a incorporar novos conhecimentos, e usando informações cotidianas de objetos, e de situações corriqueiras se faz duas coisas ao mesmo tempo, se chama a atenção para conteúdos novos e se cria uma substancia coligando conhecimento prévio a novos conceitos.
2. PERSPECTIVA DO FILME “O MENINO QUE DESCOBRIU O VENTO” NO ENSINO DE FÍSICA
Trechos retirados da obra “o menino que descobriu o vento”
	Tendo como suporte tudo o que foi exposto na seção anterior, passaremos para a análise do personagem William Kawkwamba no filme, “O menino que descobriu o vento”, que é baseado em uma história real e foi lançado pela Netfli em 2019, tendo sido dirigido por Chiwetel Ejiofor. A produção baseou-se no livro The Boy Who Harnessed the Wind, escrito por William Kawkwamba e Bryan Mealer, lançado em 2013. Podemos ver fotos reais do protagonista da história real assim como seu primeiro projeto (Figura 2)
Figura 2
	O filme conta a história de um garoto de 13 anos que vive em Malauí, país da África Oriental, devastada por inundações e, posteriormente, pela seca em 2001. Os problemas advindos do clima, da escassez de mantimentos e a falta de posicionamento governamental frente aos problemas sociais e econômicos trouxeram a miséria, a fome e a morte para muitas aldeias. É nesse cenário que se encontra William Kawkwamba, um jovem capaz de observar, agir e, principalmente, ler seu mundo.
	
	No final da aula, o professor de ciências, Mike Kachigunda, adverte William sobre o pagamento das mensalidades para continuar frequentando a escola. Em casa, percebemos as dificuldades enfrentadas pelo jovem. Pois, por falta de iluminação a personagem principal não consegue estudar no período noturno. Por conseguinte, ele adquiriu a nota de 6.2 na prova de ciências e, como iniciativa para mudar isso, convidou seu amigo Gilbert para ir ao aterro sanitário da indústria do tabaco com a finalidade de encontrar algo que pudesse servir para os estudos. Por fim, encontram uma bomba d’água e uma bateria descarregada.
	Neste ultimo techo podemos ver claramente uma competência característica no Ensino de Física proposto pela BNCC, pois se observa a curiosidade intelectual de Mike, ao buscar o conhecimento e a necessidade de criar algo em cima de seus próprios conhecimentos para desenvolver assim uma ferramenta criativa ao qual possa contribuir com sua vila. Caracterizando novamente uma competência evidenciada na BNCC. 
“Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.”
BASE NACIONALCOMUM CURRICULAR, COMPETENCIA 2
	De volta para a vila, os jovens entram na casa do Chefe Wiembe. Estava acontecendo uma reunião sobre a venda de terrenos para representantes do governo. O Chefe conversou com os integrantes da comunidade a respeito do fato de que as árvores impedem inundações e protegem as plantações e, ressaltou, que os governantes sabiam da probabilidade de estiagem e um longo período de seca. Porém, alguns membros não o escutaram e venderam suas partes. A autorização viabilizava o governo a desmatar as áreas vendidas.
	O clima meteorológico modifica-se durante a narrativa. William novamente é advertido pelo Diretor da escola, Senhor Ofesi, sobre o pagamento das mensalidades. Devido à colheita ter sido ruim, Trywell recorre a Daniel Nguata, um amigo e funcionário da Venda de Tabaco AHL Chinkhoma e, assim, William o acompanha. A finalidade do pai do protagonista é viabilizar a retomada das terras vendidas pelos membros da comunidade para estabilizar as inundações. Todavia, Nguata adverte para a impossibilidade. Salienta-se que durante o diálogo, o protagonista prestava atenção à conversa sobre as questões econômicas e políticas envolvendo os problemas da falta de apoio governamental. Podemos ver na (figura 3), os recursos utilizados para criar o primeiro projeto de produção de energia, com materiais praticamente sucateados. 
Figura 3
	Observamos nesse trecho anterior que a situação econômica evidenciada no filme é algo muito conhecido da população brasileira, pois assim como nosso protagonista vivencia na teledramaturgia as dificuldades de ter um ensino de qualidade, também vemos esse quadro constantemente em nosso dia-a-dia, até porque grande parcela da população compartilha da dificudade de obter ensino de qualidade ao qual possa lhes proporcionar um desenvolvimento cognitivo e abstrativo compatível com as exigências e propostas denominadas na atual e nas futuras propostas de base curricular tanto para o ensino fundamental quanto médio. 
	Tanto que para ser desenvolver a competência 5 da Base Curricular atual, deve obter o domínios sobre os fenômenos tecnológicos, assim como saber abstrair, para que possa-se transmitir de forma a ser compreendida e resolver problemas a ter impactos benéficos na vida pessoal e coletiva, assim como demonstrado abaixo na Competência 5:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BNCC, 2018)
	Ainda se tratando de resiliência e persistencia, pode-se observar um trecho do filme que, a falta de pagamento à escola impossibilitou William de frequentar as aulas, mas não o impediu de continuar a estudar. O jovem tinha foco, não deixou de dar importância aos estudos e mais: acreditou que o conhecimento pode promover algo capaz de salvar ele e todo o seu vilarejo da fome.
	Este, não abandonando a ideia mesmo diante dos desafios que enfrentou. Com poucos recursos, frequentava o ferro-velho e procurava peças para o seu projeto. Além disso, seu próprio pai não acreditou nele, sofreu humilhação dos colegas de classe e foi expulso da escola. Mesmo assim, persistiu.
	Por trás da cortina de fumaça da meritocracia que o filme pode deixar, embasado no costume de identificar casos excepcionais dentro da sociedade e utilizá-los como modelos que qualquer um poderia seguir, ignorando as limitações de cada indivíduo para além de seu contexto histórico-social, existe uma interpretação um pouco mais subliminar e ainda mais significativa.
	Logo no início do filme fica evidente que mesmo que o pai de William não tenha tido a oportunidade de estudar, ele reconhece o valor da educação como instrumento de transformação. Ainda que com uma visão limitada do ensino, pautada exclusivamente em seu caráter de qualificação profissional, ele usa seus poucos recursos financeiros para custear a escola dos dois filhos (Figura 4).
Figura 4
	Assim, na cena que chamamos de A descoberta do poder do vento, o professor convence a bibliotecária de permitir que o personagem principal estude na biblioteca. Enquanto procurava livros sobre eletricidade, o jovem encontrou um chamado Using Energy, em que havia discussões sobre modelos de implantação de energia eólica nos Estados Unidos. A partir da leitura desse livro, nasce o projeto do moinho de vento, que será melhor desenvolvido adiante.
	Desta forma William desenvolve um protótipo e mostra ao seu pai o modelo elaborado e afirma que pode “fazer chover” e garantir a colheita nos próximos meses. Ao explicar os procedimentos para a construção de um moinho de vento, ou seja, a geração de energia a partir do vento, o jovem solicita a bicicleta do pai, visto que é uma peça fundamental para girar as lâminas maiores a partir das rodas. Questionado pelo pai sobre a devolução da bicicleta, o protagonista responde que não seria possível reutilizá-la.
	Após a reconciliação de protagonista com meu pai se inicia a construção do moinho, chegando a mobilizar a comunidade interna na construção do moinho, e por fim a efetivação do projeto.
	Com base na história que leu, William construiu um moinho de vento de cinco metros de altura utilizando uma bicicleta quebrada, uma pá de ventilador de trator, um velho amortecedor e árvores de eucalipto azul. Depois de ligar o moinho que inventou a uma bateria de carro, o sistema foi capaz de alimentar quatro lâmpadas e carregar os telefones celulares dos vizinhos. O esquema foi, depois, estendido para doze metros, para melhor captar o vento acima das árvores. E, agora, há um terceiro moinho para bombear água para irrigação (Figura 5). 
Foto real do primeiro moinho criando por William Kamkwamba (Figura 5)
2.1Falando mais tecnicamente sobre moinhos 
	Basicamento, o vento é o ar em movimento, possui energia pelo movimento, o que é energia cinética. Algumas áreas, especialmente os trópicos, assim como grande parte do continente Africano, têm ventos que fluem grandes o suficiente para armazenar grandes quantidades de energia, principalmente nas regiões desérticas nas proximidades com o oceano Índico, que é o caso de Malauí. A energia eólica é diretamente proporcional à sua velocidade e massa. Assim, quanto mais rápida e maior for a massa do vento, maior será a energia nele contida. (Figura 6)
Figura 6
 	Isso é o que levou ao nascimento do moinho de vento proposto por William. Que se utilizou de uma bicicleta para transmitir a força do vento das pás para as rodas. 
	Os moinhos de vento foram originalmente feitos para acomodar as necessidades dos agricultores na moagem de arroz, irrigação e assim por diante. Na história dos moinhos de vento, não se sabe ao certo quem os descobriu primeiro. No entanto, em um manuscrito antigo, afirma-se que o moinho de vento está contido na escrita árabe do século 9 DC, o que explica que ele foi operado na fronteira do Irã e do Afeganistão. Na verdade, ela já existia há séculos, então não é errado que os moinhos de vento também sejam chamados de moinhos de vento persas.
	
	Em 2008, William foi convidado para estudar na African Leadership Academy, uma universidade focada para preparar os líderes africanos do futuro. Ela é focada em uma rigorosa disciplina acadêmica, treinamento sobre liderança ética e empreendedorismo. A história desse rapaz nos diz muito sobre motivação, não desistir de nossos sonhos, mesmo que as adversidades sejam de uma proporção incrível em relação a todas as oportunidades.
	E novamente podemos realizar um ponto de contato com a atual Base curticular, pois observando a trajetória de William Kamkwamba, podemos compreender como o educando é capaz de desenvolver de forma acompanhada e autonoma, com a informação disponível projetos seja Físicos ou Químicos com responsabilidade, resolvendo problemas que até então traziam malefícios ao cidadãos do seu meio social, demonstrandopro-atividade em buscar soluções que contribuiem com o desenvolvimento sustentável de um comunidade em geral. 
Aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, são competências que se contrapõem à concepção de conhecimento desinteressado e erudito entendido como em em si mesmo.
(BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, 2018)
	Ou seja, no filme, o garoto usa um método de energia para salvar sua comunidade, esse método se chama "Energia Eólica". O se relaciona com a física por ser usado elementos da natureza, e elementos que estão dentro do estudo em si da Física. 
Como ele usou o estudo de elementos da física: na turbina eólica, o vento movimenta as pás e faz girar o rotor, que manda a rotação ao gerador, que, por sua vez, converte essa energia mecânica em energia elétrica.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	No presente artigo apresentamos alguns apontamentos sobre o poder da leitura na sociedade, implementação da BNCC para o Enisno Médio no ensino de Física e um paralelo com o Filme “O menino que descobriu o vento”, demonstado a perpicásia do protagonista em adquirir conhecimentos físicos voltados a engenharia elétrica e mecânica. Abordando também a ideia de ler a realidade, ler as relações humanas com a natureza, ler o presente e o passado. As múltiplas leituras são partes integrantes e importantes para as análises da sociedade e desenvolvimento mútuo. 
	Dessa forma, de acordo a posição de Paulo Freire, para transformar a Educação brasileira e consigo os sujeitos que nela estão, é necessário coragem de posicionamento, revisitação dos saberes e as mudanças sociais a partir do diálogo entre sujeito e sociedade, vimos que mesmo com todos os impecilios que ocorreram durante a trajetória do projeto a construção e implementação da sua turbina, houve enormes dificuldades, como ocorrem em nosso dia a dia, porém a leitura e a busca pelo saber, atrelados a métodos científicos eficientes promovem a modificação e transformação do mundo e das pessoas ao compreender o fator modificador que é as competencias que são adquidas durante o processo de aprendizagem, assim, evoca o sujeito como construtor de sua história. 
	Nas articulações entre as leituras é que o professor desenvolve nos alunos a capacidade de criticidade. Portanto, o posicionamento dialético presente na obra freiriana permite-nos compreender a trajetória de William no longa-metragem, pois o mundo não se encontra num processo linear, mas sim em um processo de relações de fatores internos e externos, do individual/coletivo e estruturas. A experiência educacional e as contribuições de Paulo Freire continuam pertinentes para os dias atuais. 	
	Em função dos diálogos estabelecidos pelo educador para efetivar uma educação cuja finalidade seja promover um ensino de qualiade, também encontramos elementos enriquecedores para refletirmos sobre sujeitos e suas ações no mundo. Ele contribuiu para as concepções de escola, de leitura de mundo e ações voltadas para os aspectos políticos, sociais e econômicos. Em concordância com os conteúdos, práticas e métodos, gostamos de ser gente, porque somos feitos da relação histórica com outras pessoas. Lemos, acima de tudo, sujeitos cujas trajetórias percorrem a luta pela sobrevivência e por Justiça Social. 
	
	Em resumo o estudo atual da Física ainda é vista como altamente matematizada, tornando o aprendizado algo maçante e repetitivo, pois a velha frase “qual formula eu uso para resolver essa questão”, ainda é algo corriqueiro, levando a discentes a encararem a disciplina com algo não natural, o que não condiz com a realidade pois seu próprio nome já se relaciona com a natureza, tentando explicar fenômenos em fez de simplesmente servir como uma ferramenta, logo os conceitos dentro do âmbito da Física se fazem mais pertinentes do que simplesmente o calculo de forma isolada.
	
	Então nos é apresentado um diagrama completamente novo de características na docência do ensino de Física, com a possível futura proposta da BNC, pois como citado anteriormente teremos que realizar grandes modificações no escopo ensino aprendizagem para se adequar as novas tendências de ensino quando se faz uma análise qualitativa dos itens propostos. 
REFERÊNCIAS 
ALVES, N. Sobre a Possibilidade e a Necessidade Curricular de uma Base Nacional Comum.Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 12, n. 03 p. 1464 – 1479, Out./dez. 2014 ISSN: 1809- 3876.
AMARAL, L. Temer diz que 'valeu a pena' instituir reforma no ensino médio por MP. G1, Brasília, 2016. Disponível em: ˂http://g1.globo.com/educacao/noticia/temerdiz-que-valeu-a-pena-instituir-reforma-no-ensino-medio-por-mp.ghtml˃. Acesso em: 28 dez. 2016.
BORGES, L. B. Ensino e aprendizagem de Física: contribuições da teoria de Davydov.
2016. 154 f. Tese (Doutorado em Educação),Pontifícia Universidade Católica, Goiânia, 2016.
BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
BRASIL. MEC. 2000. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Parte III -
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília, DF: 2000. 68 p. Disponível em :<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf>. Acesso em 02 fev. 2018.
BRASIL. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério
da Educação. Secretária de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-pdf/13677-diretrizes-ducacao-basica-2013-pdf/file>. Acesso em 02 fev. 2018.
BRASIL. Medida Provisória n.º 746, de 22 de setembro de 2016. Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e a Lei nº 11.494 de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília: 23 set. 2016c.
CHAVES, J. A. C et al. As dificuldades de aprendizagem no ensino de matemática e Física dos alunos do 2º ano do ensino médio. III Congresso Internacional das Licenciaturas COINTER - PDVL2016. Recife: [s.n.]. 2016. p. 11. Disponível em:<http://cointer- pdvl.com.br/index.php/comunicacao-oral-2-2/>. Acesso em 02 fev. 2018.
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O Menino que descobriu o vento. Direção: Chiwetel Ejiofor. Produção da Plataforma Streaming Netflix. Reino Unido: Netflix, 2019. Online.
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