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Direito Eleitoral
Aula 6
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Assuntos tratados:
1° Horário.
S Direitos políticos / Conceito / Sufrágio, voto e escrutínio 2° Horário.
S Direitos políticos positivos e negativos / Perda e suspensão dos direitos
políticos /
3° Horário.
S Elegibilidade / Condições de elegibilidade
1° horário
Direitos políticos
Conceito
Direitos políticos são os direitos de participação na vida política do Estado. Essa participação compreende dois direitos fundamentais: direito de votar (jus suffragii / capacidade eleitoral ativa / cidadania ativa / franquia eleitoral) e direito de ser votado (jus honorum / capacidade eleitoral passiva).
O direito de votar está diretamente ligado a alistabilidade, que é realizada facultativamente àqueles com 16 anos de idade e, obrigatoriamente, quando se atinge a maioridade.
Cidadania é diferente de nacionalidade. Cidadania é uma qualificação concedida aos integrantes da vida política do Estado, considerando-se cidadão aquele que está no gozo dos seus direitos políticos.
A cidadania pode ser ativa (direito de votar) ou passiva (direito de ser votado). Cidadão, em regra, é um nacional, entretanto, há casos de cidadania sem nacionalidade (português equiparado, art. 12, §1°, CRFB) e nacionalidade sem cidadania (ex.: menor de 16 anos; art 15, CRFB, salvo o inciso I).
Art. 12, §1° - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n° 3, de 1994)
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
- incapacidade civil absoluta;
- condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
- recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII;
- improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°.
Observação: Português equiparado não pode ocupar cargos privativos de brasileiro nato (art. 12, §3°, CRFB/88), sendo assim, não possui eligibilidade plena, visto que jamais poderá ser presidente e vice-presidente da república. Deve-se fazer remissão à resolução n° 21.538/03, art. 51, §4° c/c art. 17 do Decreto 3.927/01. Esses dispositivos afirmam que, caso o português opte por exercer direitos políticos no Brasil, ficará suspenso desses mesmos direitos em Portugal.
Art. 12, §3° - São privativos de brasileiro nato os cargos:
- de Presidente e Vice-Presidente da República;
- de Presidente da Câmara dos Deputados;
- de Presidente do Senado Federal;
- de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
- da carreira diplomática;
- de oficial das Forças Armadas.
- de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional n° 23, de 1999)
Art. 51, §4° A outorga a brasileiros do gozo dos direitos políticos em Portugal, devidamente comunicada ao Tribunal Superior Eleitoral, importará suspensão desses mesmos direitos no Brasil (Decreto n° 70.391, de 12.4.72).
Artigo 17-1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende de requerimento à autoridade competente.
A igualdade quanto aos direitos políticos não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de direitos equivalentes.
O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade.
Sufrágio, voto e escrutínio
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Sufrágio: É a essência do direito político, ou seja, é o direito de todo cidadão participar da vida política do Estado e dos órgãos governamentais. É materializado pelo direito de eleger e ser eleito.
A característica do sufrágio é a universalidade, com previsão no art. 14 e 60, §4°, II, ambos da CRFB/88.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
Art. 60, [...] § 4° - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...]
- o voto direto, secreto, universal e periódico;
O voto universal se refere ao sufrágio. Sufrágio universal é aquele em que se assegura o direito de votar ao maior número possível de nacionais, sem restrições de natureza intelectual, econômica ou de gênero.
Alguns autores questionam a universalidade do sufrágio, visto que há situações em que o voto é proibido. Exemplo, menor de 16 anos, conscritos, pessoas com suspensão dos direitos políticos. Entretanto, deve-se levar em consideração que o sufrágio apenas comporta alguns pressupostos, que não lhe retiram sua característica de universalidade, tais como, a maioridade, a não cessação de direitos políticos, dentre outros.
O sufrágio é restrito nos seguintes casos: restrição de natureza intelectual (sufrágio capacitário); restrição de natureza econômica (sufrágio censitário); restrição quanto ao gênero (sufrágio masculino).
Voto: É o instrumento utilizado para o exercício do sufrágio.
O voto possui características:
O voto é direto. Significa que é exercitado pessoalmente, sem intermediários.
Exceção: Há um único caso de voto indireto no Brasil previsto no art. 81, §1° da CRFB. Esse artigo prevê as eleições indiretas.
Observação: Sucessão ocorre em casos de vacância do presidente da república e é sempre definitiva. Substituição ocorre em casos de impedimento e é sempre temporária.
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1° - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
§ 2° - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus
antecessores.
Em caso de vacância dos cargos de presidente e vice, o presidente da câmara assume o cargo temporariamente e estabelece novas eleições diretas. Se tal vacância ocorrer nos últimos dois anos do mandato presidencial, dar-se-á a eleição indireta realizada pelo Congresso Nacional. O eleito exercerá apenas o restante do mandado (mandato tampão).
 O voto é obrigatório, em regra, salvo para os analfabetos, maiores de 16 e menores de 18 anos e para os maiores de 70 anos (art. 14, §1°, II, CRFB). A obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea.
Art. 14. [...] § 1° - O alistamento eleitoral e o voto são: [...]
- facultativos para:
os analfabetos;
os maiores de setenta anos;
os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
2° horário
O voto é secreto. O sigilo está previsto no art. 103, Código Eleitoral. A violação ao sigilo do voto acarreta a nulidade da votação naquela seção eleitoral. A figura do voto impresso consta no art. 5°, §2°, lei 12.034/09, tendo sido declarado inconstitucional através da ADI 4543.
Portadores de necessidades especiais podem votar com auxílio de terceiro de confiança, desde queeste não esteja a serviço da justiça eleitoral, partido político ou candidato. Não há necessidade de requerimento prévio judicial para auxílio de terceiro, que pode, inclusive, digitar os números na urna.
o voto é igual, ou seja, tem o mesmo valor para todos.
O voto é periódico. Ocorre de dois em dois anos. No DF, vota-se de 4 em 4 anos, visto que não há eleições municipais.
Escrutínio: É o modo pelo qual se exterioriza o voto (José Afonso da Silva). Esse instituto também é considerado, pelo Código eleitoral, como o local onde se colocam os votos (urna). Escrutinadores são aqueles que auxiliam na contagem dos votos por cédula (atualmente, em extinção).
Direitos políticos positivos e negativos
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Direitos políticos positivos consistem no conjunto de normas que asseguram a participação do indivíduo no processo político e nos órgãos governamentais. Exemplos, normas sobre o voto, normas sobre alistamento, plebiscito, referendo e iniciativa popular.
Os direitos políticos negativos correspondem às previsões que restringem o acesso do indivíduo aos órgãos governamentais, mediante impedimentos a candidatura. Exemplos, normas sobre perda e suspensão dos direitos políticos, normas sobre inelegibilidade.
Perda e suspensão dos direitos políticos
Previsão no art. 15 da CRFB/88.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
- cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
- incapacidade civil absoluta;
- condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
- recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII;
- improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°.
O efeito acessório da perda ou suspensão dos direitos políticos é a perda do mandato, que é automática, ou seja, não depende de qualquer decisão posterior da casa legislativa.
Ocorre que, nos termos do art. 55, §2°, a perda do mandato em decorrência de condenação criminal transitada em julgado por deputado federal ou senador depende de uma decisão (juízo político) da casa legislativa respectiva.
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
- que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
- cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
- que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
- que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
- quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
- que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
[...]
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
§ 2° - Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Segundo o STF, esta previsão constitucional (art. 55, §2°) estaria vinculada aos casos em que a sentença condenatória não tivesse decretado a perda do mandato, haja vista não estarem presentes os requisitos do art. 92 do CP, ou por ter sido proferida anteriormente à diplomação, com trânsito em julgado ocorrente em momento posterior (Ação Penal 470 - Mensalão).
O art. 27, §1°, CRFB estende aos deputados estaduais a mesma regra estabelecida para os deputados federais. Na doutrina, há dúvida quanto a extensão a vereadores, por simetria, visto o silêncio da Constituição.
Art. 27, §1° - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
Alexandre de Moares e precendente do STF sustentam que para vereadores não há que se falar em juízo político, porque a omissão do constituinte foi intencional.
Pedro Henrique Távora sustenta que o silêncio do constituinte não foi intencional, sendo uma lacuna técnica, não abrangendo os vereadores no juízo político.
Perda é a privação definitiva dos direitos políticos que, entretanto, poderão ser readquiridos no futuro, mediante provocação do interessado.
As hipóteses para perda dos direitos políticos são as que se seguem.
Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado: Essa é a primeira hipótese da perda dos direitos políticos. Também ocorre quando há opção voluntária para aquisição de outra nacionalidade pelo brasileiro nato. Tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado podem sofrer a perda dos direitos políticos por essa hipótese.
Recusa em cumprir a obrigação a todos imposta ou prestação alternativa
O art. 5°, VIII, trata da escusa de consciência. Em caso de recusa, deve-se cumprir prestação alternativa. Se não houver a prestação, priva-se o cidadão dos direitos políticos. Há controvérsia doutrinária acerca de essa hipótese ser suspensão dos direitos políticos. Nas provas, tem-se adotado o entendimento de ser hipótese de perda.
Art. 5°, [...] VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei;
3° horário
O art. 4°, §2°, Lei 8239/91 aduz que os direitos políticos são suspensos na hipótese supramencionada e esse é o ambasamento legal no qual a doutrina se apóia. Entretanto, não se entende ser caso de suspensão, pois a perda é definitiva, somente podendo ser retomada por requerimento da pessoa.
Art. 4° Ao final do período de atividade previsto no § 2° do art. 3° desta lei, será conferido Certificado de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório, com os mesmos efeitos jurídicos do Certificado de Reservista.
§ 1° A recusa ou cumprimento incompleto do Serviço Alternativo, sob qualquer pretexto, por motivo de responsabilidade pessoal do convocado, implicará o não- fornecimento do certificado correspondente, pelo prazo de dois anos após o vencimento do período estabelecido.
§ 2° Findo o prazo previsto no parágrafo anterior, o certificado só será emitido após a decretação, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos do inadimplente, que poderá, a qualquer tempo, regularizar sua situação mediante cumprimento das obrigações devidas.
Suspensão é a privação temporária dos direitos políticos, que serão readquiridos nos futuro cessadas as causas que deram ensejo a suspensão. Sãos três os casos de suspensão:
Incapacidade civil absoluta (art. 3° do CC), que não gera por si só a suspensão, sendo necessária a interdição;
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:
- os menores de dezesseis anos;
- os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
- os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Condenação transitada em julgado por improbidade administrativa, nos termos do art. 37, §4°, CRFB/88;
Art. 37, §4° - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidadedos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
* Condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem os seus efeitos.
O STF entende que onde consta "crime", deve-se ler "infração penal", pois a condenação por contravenção também gera a suspensão. O termo "enquanto durarem seus efeitos" se refere até a data da declaração do termo de extinção da pena ou da punibilidade (art. 107, CP), (vide súmula 09, TSE).
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984)
- pela morte do agente;
- pela anistia, graça ou indulto;
- pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
- pela prescrição, decadência ou perempção;
- pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
- pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
- (Revogado pela Lei n° 11.106, de 2005)
- (Revogado pela Lei n° 11.106, de 2005)
- pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Súmula n° 09 / TSE - A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos.
Os incidentes na execução penal (ex.: livramento condicional e sursis) não fazem com que a pessoa readquira os direitos políticos.
**A condenação a pena de multa também importa a suspensão dos direitos políticos.
A prisão só suspende os direitos políticos se for decorrente de condenação transitada em julgado. O entendimento atual é de que não há voto por impossibilidade física na prática.
A suspensão atinge o direito de ser votado e o de votar.
RO169795 TSE
Elegibilidade
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Elegibilidade é a aptidão para o exercício da capacidade eleitoral passiva. É o direito público subjetivo atribuído ao cidadão de disputar cargos eletivos. Exemplo: Estrangeiros, conscritos e analfabetos são inelegíveis.
Condições de elegibilidade
São pressupostos necessários para o exercício da capacidade eleitoral passiva.
A doutrina divide essas condições em duas espécies: i) próprias ou expressas; ii) impróprias.
As condições próprias ou expressas são aquelas previstas diretamente na CRFB (art. 14, §3°).
Art. 14, §3° - São condições de elegibilidade, na forma da lei:
- a nacionalidade brasileira;
- o pleno exercício dos direitos políticos;
- o alistamento eleitoral;
- o domicílio eleitoral na circunscrição;
- a filiação partidária; Regulamento
- a idade mínima de:
trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;
dezoito anos para Vereador.
As condições impróprias são aquelas que, embora não previstas na Constituição, também configuram pressupostos ou requisitos para o exercício do mandato previstas em legislação ordinária, não sendo reservadas a lei complementar (art. 14, §9°).
Art. 14, §9° Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão n° 4, de 1994)
Abaixo serão abordadas as hipóteses de condição própria de elegibilidade.
Direito Eleitoral Aula 01
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Nacionalidade brasileira: Presidente da república e vice são cargos privativos de brasileiro nato. Os demais cargos eletivos podem ser presididos por brasileiros natos ou naturalizados e por português equiparado.
Pleno exercício dos direitos políticos: Remissão ao art. 15, CRFB/88.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:
- cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
- incapacidade civil absoluta;
- condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
- recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5°, VIII;
- improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°.
Alistamento eleitoral: É com o alistamento eleitoral que a pessoa adquire os direitos políticos.
Domicílio eleitoral na circunscrição: Domicílio eleitoral é o local da residência ou moradia e, havendo mais de uma, o de qualquer delas (art. 42, p.u. Código Eleitoral). O TSE elasteceu ainda mais o conceito de domicílio eleitoral.
Art. 42. O alistamento se faz mediante a qualificação e inscrição do eleitor.
Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2° andar - Tel.: (21) 2223-1327
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Assuntos tratados:
1° Horário.
S Condições de elegibilidade (continuação) / Domicílio eleitoral na circunscrição / Filiação partidária / Proibidos de se filiar / Idade mínima
2° Horário.
S Inelegibilidades / Conceito / Distinção condição de elegibilidade e inelegibilidade / Espécies / Inelegibilidades constitucionais / Absolutas / Inalistáveis / Analfabetos / Relativa / Motivos funcionais
3° Horário.
S Inelegibilidade reflexa
1° Horário
Condições de elegibilidade (continuação)
As condições de elegibilidade são: nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, domicílio eleitoral na circunscrição, filiação partidária, idade mínima.
Domicílio eleitoral na circunscrição
Domicílio eleitoral não se confunde com domicílio civil. Domicílio civil é o local no qual a pessoa estabelece residência com ânimo definitivo. A residência é onde a pessoa se estabelece permanentemente. Moradia é o local onde a pessoa se estabelece episodicamente.
O conceito de domicílio eleitoral está no art. 42, parágrafo único do Código Eleitoral. O conceito é elástico, porque alcança o domicílio e a residência.
Art. 42, [...] Parágrafo único. Para o efeito da inscrição, é domicílio eleitoral o lugar de residência ou moradia do requerente, e, verificado ter o alistando mais de uma, considerar-se-á domicílio qualquer delas.
Segundo o TSE, a configuração do domicílio eleitoral requer a comprovação de pelo menos um dos seguintes vínculos: patrimonial, laborativo ou social.
O vínculo deve ser comprovado em diversos âmbitos, dependendo da abrangência da eleição e poderá ser nacional, regional ou municipal.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
A legislação eleitoral exige período mínimo de 1 (um) ano de domicílio eleitoral na circunscrição, segundo art.9° da Lei n° 9.504/97.
Art. 9° Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.
Parágrafo único. Havendo fusão ou incorporação de partidos após o prazo estipulado no caput, será considerada, para efeito de filiação partidária, a data de filiação do candidato ao partido de origem.
Filiação partidária
Exige-se a filiação partidária, pois não se admite a candidatura avulsa. Além disso, é preciso a escolha em convenção partidária.
Observação: a candidatura nata era prevista na Lei das Eleições. Ela garantia direito àqueles que já eram titulares a cargos eletivos a estarem indicados a concorrer à reeleição. O STF declarou a inconstitucionalidade desse artigo. Ficou assentada a orientação que mesmo aqueles detentores de cargos devem ser escolhidos em convenção, sob o fundamento de que o cargo pertence ao partido que o elegeu, e não ao filiado. A mesma sistemática se aplica a infidelidade partidária.
O tema é tratado nos art. 16 a 22 da Lei de partidos políticos (Lei n° 9.096/95).
Art. 16. Só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos políticos.
Art. 17. Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das regras estatutárias do partido.
Parágrafo único. Deferida a filiação do eleitor, será entregue comprovante ao interessado, no modelo adotado pelo partido.
Art. 18. Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos um ano antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
Art. 19. Na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada ano, o partido, por seus órgãos de direção municipais, regionais ou nacional, deverá remeter, aos juízes eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes de todos os seus filiados, da qual constará a data de filiação, o número dos títulos eleitorais e das seções em que estão inscritos.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
§ 1° Se a relação não é remetida nos prazos mencionados neste artigo, permanece inalterada a filiação de todos os eleitores, constante da relação remetida anteriormente.
§ 2° Os prejudicados por desídia ou má-fé poderão requerer, diretamente à Justiça Eleitoral, a observância do que prescreve o caput deste artigo.
§ 3° Os órgãos de direção nacional dos partidos políticos terão pleno acesso às informações de seus filiados constantes do cadastro eleitoral.
Art. 20. É facultado ao partido político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos nesta Lei, com vistas a candidatura a cargos eletivos.
Parágrafo único. Os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.
Art. 21. Para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
Parágrafo único. Decorridos dois dias da data da entrega da comunicação, o vínculo torna-se extinto, para todos os efeitos.
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
- morte;
- perda dos direitos políticos;
- expulsão;
- outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão.
Parágrafo único. Quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao partido e ao juiz de sua respectiva Zona Eleitoral, para cancelar sua filiação; se não o fizer no dia imediato ao da nova filiação, fica configurada dupla filiação, sendo ambas consideradas nulas para todos os efeitos.
A lei também exige que o candidato tenha o tempo mínimo de filiação partidária de um ano (art. 9°, caput, parte final da Lei n° 9.504/97). No que tange a filiação, o estatuto do partido poderá um tempo mínimo superior.
O registro da candidatura será realizada pelo próprio partido, ocorrerá até 5 de julho do ano eleitoral, e se ele for omisso, caberá ao candidato fazê-lo em 48 (quarenta e oito) horas.
A comprovação da filiação partidária se dará por comunicação dos próprios partidos que devem remeter ao juiz eleitoral a relação de nomes dos seus filiados, conforme art. 19 da Lei n° 9.096/95.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Em caso de omissão do partido, é facultado ao prejudicado requerer diretamente a justiça eleitoral a inclusão do seu nome na lista. Segundo o TSE, havendo omissão do partido, a prova da filiação poderá ser feita por outros meios (vide súmula n° 20 do TSE). Exemplo: cópia do formulário de filiação, protocolo do requerimento de filiação.
Súmula n° 20 / TSE - A falta do nome do filiado ao partido na lista por este encaminhada à Justiça Eleitoral, nos termos do Art. 19 da Lei 9.096, de 19.9.95, pode ser suprida por outros elementos de prova de oportuna filiação.
Proibidos de se filiar
São proibidos de se filiar:
Membros da magistratura
Previsão no art. 95, parágrafo único, III da CRFB.
Art. 95, [...] Parágrafo único. Aos juízes é vedado:
- dedicar-se à atividade político-partidária.
Membros do tribunal de contas
Segundo art. 73, §3° da CRFB.
Art. 73, [...] § 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
Militares da ativa
Vedação estabelecida no art. 142, §3°, V da CRFB.
Art. 142, [...] § 3° Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: [...]
- o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;
Membros do MP
O membro do MP não pode exercer nenhuma atividade política partidária, consoante art. 128, §5°, II, e da CRFB.
Art. 128, [...] § 5° - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a seus membros: [...]
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- as seguintes vedações: [...]
e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004)
Antes da EC n° 45/04, a LOMP permitia a filiação do membro do parquet a partido político. Permitindo também concorrer a cargos eletivos, devendo se afastar mediante licença, inclusive se eleito.
O alcance da norma foi regulamentado pelo CNMP na resolução n° 5. Determinando que a nova proibição somente fosse aplicável aos membros que ingressarem na carreira após a emenda.
O STF foi chamado a se pronunciar sobre o tema e invalidou a orientação do CNMP. A proibição passou a ser absoluta afetando todos os membros, mesmo aqueles que ingressaram na carreira antes da EC n° 45/04, ressalvando-se duas hipóteses:
Aqueles que na data da promulgação da EC n° 45/04 já estivessem cumprindo o mandato. Assegurando o direito de terminar o mandato, incluindo o direito a reeleição no mesmo cargo.
Aqueles que ingressaram na carreira antes da CRFB/88 e fizeram a opção pelas regras do regime anterior na forma do art. 29, §3° do ADCT.
Esse artigo permitiu a opção pelas regrasda constituição anterior.
Art. 29, [...] § 3° - Poderá optar pelo regime anterior, no que respeita às garantias e vantagens, o membro do Ministério Público admitido antes da promulgação da Constituição, observando-se, quanto às vedações, a situação jurídica na data desta.
Hoje, os membros da magistratura, do tribunal de contas e MP se quiserem concorrer a cargo eletivo deverão se desimcompatilizar 6 (seis) meses antes das eleições. Ela se dará por aposentadoria ou exoneração do cargo.
Eles devem se filiar no período de 6 (seis) meses, período de desincompatibilização. Vide lei complementar 64/90 art. 1°, II, a, n° 8, 14 e J.
Art. 1°São inelegíveis: [...]
II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções: [...]
8. os Magistrados; [...]
14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e do Distrito Federal; [...]
j)	os que, membros do Ministério Público, não se tenham afastado das suas funções até 6 (seis)) meses anteriores ao pleito;
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Idade mínima
A CRFB estabelece idades mínimas para determinados cargos: 35 (trinta e cinco) anos para os cargos de Presidente da República, Vice e senador; 30 (trinta) anos para Governador, Vice do Estado e do Distrito Federal; 21 (vinte e um) anos para Prefeito, Deputado Federal, Deputado Estadual, Juiz de Paz; 18 (dezoito) anos para vereador.
2° Horário
A prova da satisfação das condições de elegibilidade se dará no registro da candidatura, mas o domicílio eleitoral e a filiação partidária se auferem na data da eleição. O juiz realiza uma análise prospectiva.
Idade mínima exigida constitucionalmente deve ser atingida na data da posse. Assim, segundo corrente majoritária o menor com 17 (dezessete) anos pode concorrer a eleição para vereador, desde que complete 18 (dezoito) anos até a data da posse.
Na doutrina, Marcos Ramayama diz que menor é penalmente inimputável e não responderia por crimes praticados durante a campanha eleitoral. Essa tese não prospera, pois o menor responderia por ato infracional análogo a crime eleitoral.
A CRFB exigiu apenas idade mínima. Inexiste idade máxima para concorrer a cargo político, pelo princípio da não restrição dos direitos políticos. Pela mesma razão, não há aposentaria compulsória aos 70 (setenta) anos.
O substituto não precisa ter a mesma idade do substituído. Exemplo: É possível alguém ser presidente com idade inferior a 35 (trinta e cinco) anos, desde que seja deputado federal presidente da câmara.
Inelegibilidades
Conceito
Inelegibilidade é um impedimento ao exercício da capacidade eleitoral passiva. Trata-se de fator negativo que subtrai do indivíduo o direito de concorre a cargos eletivos.
Distinção condição de elegibilidade e inelegibilidade
Condições de elegibilidade são distintas das inelegibilidades.
	Condições de elegibilidade
	Inelegibilidade
	Devem estar previstas na CRFB (próprias) ou Lei Ordinária (impróprias)
	Previstas na CRFB ou Lei Complementar (art. 14, §9° da CRFB).
	Decorrem de situações lícitas (idade mínima, nacionalidade, domicílio).
	Decorrem de situações ilícitas ou incompatibilidades
	Há condições para acesso aos cargos
	Vedações de acesso aos cargos
	Requisitos positivos
	Requisitos negativos
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Art. 14, [...]§ 9° Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta
A principal diferença entre condição de elegibilidade e inelegibilidade é a exigência de lei ordinária para estabelecer condições de elegibilidade. Exemplo: o crime de captação ilícita de sufrágio e a sanção é a cassação do registro ou do diploma do candidato (art. 41, a da Lei n° 9.504/97). Esse artigo foi inserido por lei ordinária, mas o STF trouxe a diferença entre os institutos e não precisa ser estabelecido por lei complementar.
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei n° 9.840, de 28.9.1999)
§ 1° Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
§ 2° As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
§ 3° A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
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§ 4° O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
Espécies
	Constitucionais
	Absolutas
	Analfabetos
	
	
	Inalistáveis
	
	Relativas
	Motivos Funcionais
	
	
	Reflexas
	
	
	Serviço Militar
	Legais
	
As inelegibilidades constitucionais não precluem, podendo ser alegadas na fase de registro das candidaturas ou posteriormente, antes ou após as eleições.
As inelegibilidades legais precluem se não forem alegadas na fase de registro dos candidatos, salvo quando supervenientes (art. 223 do CE).
Art. 223. A nulidade de qualquer ato, não decretada de ofício pela Junta, só poderá ser argüida quando de sua prática, não mais podendo ser alegada, salvo se a argüição se basear em motivo superveniente ou de ordem constitucional.
§ 1° Se a nulidade ocorrer em fase na qual não possa ser alegada no ato, poderá ser argüida na primeira oportunidade que para tanto se apresente.
§ 2° Se se basear em motivo superveniente deverá ser alegada imediatamente, assim que se tornar conhecida, podendo as razões do recurso ser aditadas no prazo de 2 (dois) dias.
§ 3° A nulidade de qualquer ato, baseada em motivo de ordem constitucional, não poderá ser conhecida em recurso interposto fora do prazo. Perdido o prazo numa fase própria, só em outra que se apresentar poderá ser arguida.
Inelegibilidades constitucionais
Absolutas
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As inelegibilidades constitucionais absolutas impedem que o candidato concorra a qualquer cargo eletivo.
1. Inalistáveis
A CRFB expressamente prevê duas pessoas: os estrangeiros, salvo o português equiparado e os conscritos, no cumprimento de serviço militar obrigatório.
O jovem que realiza o alistamento eleitoral aos 16 (dezesseis) anos, e aos 17 (dezessete)se alista no serviço militar não poderá votar segundo TSE.
Além das hipóteses constitucionais, não poderá votar o menor de 16 (dezesseis) anos e pessoas privadas dos direitos políticos (art. 5°, III do CE).
Art. 5° Não podem alistar-se eleitores: [...]
- os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos.
As hipóteses de privação de direitos políticos estão no art. 15 da CRFB e, o eleitor poderá incorrer em uma delas antes ou após o alistamento.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se
dará nos casos de:
- cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
- incapacidade civil absoluta;
- condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
- recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos
termos do art. 5°, VIII;
- improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°.
2. Analfabetos
Eles não são inalistáveis. Eles não podem se eleger, logo foi revogado o art. 5°, I
do CE.
Art. 5° Não podem alistar-se eleitores:
I - os analfabetos; (Vide art. 14, § 1°, II, "a", da Constituição/88)
A prova da alfabetização se dará mediante comprovante de escolaridade. Não havendo, admite-se a declaração de próprio punho, podendo o juiz se houver dúvidas, determinar a aferição por outros meios, inclusive teste de analfabetismo. O teste será realizado individualmente com o pré-candidato e sem que lhe sejam causados constrangimentos.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Para a UNESCO, o analfabeto funcional é aquele que não completou 5 (cinco) anos de escolaridade. No Brasil, é aquele que não consegue produzir e compreender textos simples.
O TSE admite a elegibilidade do analfabeto funcional, desde que tenha demonstrado um nível mínimo de compreensão escrita em teste.
Relativa
A inelegibilidade relativa alcança apenas alguns casos.
1. Motivos funcionais
O art. 14, §5° foi inserido pela EC n° 16/97. Ele proíbe a reeleição para um terceiro mandato consecutivo.
Art. 14, [...] § 5° O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.(Redação dada pela Emenda Constitucional n° 16, de 1997)
A regra compreende três personagens: Chefes do Executivo, quem os tenha sucedido (Vice) e quem os tenha substituído (decorrente de impedimento).
Observaçãoi: para a reeleição não se exige a desincompatibilização, entretanto para o s chefes do executivo concorrerem a outros cargos deverão renunciar aos respectivos mandatos até 6 (seis) meses anteriores as eleições (art. 14, §6° da CRFB).
	Art. 14, [...]§ 6° - Para concorrerem a outros cargos,
	o Presidente da República, os
	Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos
	respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
	
3° Horário
A desincompatibilização no que se refere aos vices - já os vices poderão concorrer a outros cargos preservando os respectivos mandatos - desde que, nos 6 (seis) meses anteriores as eleições não tenham sucedido ou substituído o titular. (art. 1°, §2° da Lei Complementar 64/90).
Art. 1°, [...] § 2° O Vice-Presidente, o Vice-Governador e o Vice-Prefeito poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos respectivos, desde que, nos últimos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, não tenham sucedido ou substituído o titular.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Observaçã02: os vices poderão se candidatar ao cargo do titular, mesmo tendo substituído este no curso do primeiro e/ou segundo mandato. Entretanto, ocorrendo vacância do cargo o cível sucederá definitivamente, caso em que somente poderá se candidatar para um único período subsequente.
Observação3: segundo o TSE a substituição nos 6 (seis) meses anteriores a eleição configura um primeiro mandato eletivo (vide Resolução n° 21.456/06 do TSE).
Observação4: não pode o chefe do executivo que esteja exercendo o segundo mandato consecutivo renunciar antes do término do mandato com o intuito de pleitear nova recondução para o período subsequente.
Observação5: não pode aquele que foi titular de dois mandatos consecutivos na chefia do executivo se candidatar no período subsequente ao cargo de vice.
Observação6: a figura do prefeito itinerante ou prefeito de carreira foi apreciado pelo STF. O prefeito itinerante é aquele que transfere um ano antes do término do mandato para outro município seu domicílio eleitoral para se candidatar a um terceiro mandato consecutivo.
Inicialmente, o TSE entendia ser possível, pois a CRFB vedava o exercício ao mesmo cargo. Em 2008, houve virada jurisprudencial.
Segundo o STF, a mudança de domicílio eleitoral para município diverso por quem já exercera dois mandatos consecutivos como prefeito de outra localidade configura fraude a regra constitucional que proíbe uma segunda reeleição.
Essa prática configura desvio de finalidade visando a monopolização do poder local, em especial quando: I) os municípios forem muito próximos ou limítrofes de modo a pressupor a existência de uma microrregião eleitoral, formada por eleitores com características comuns e igualmente influenciados pelos grupos políticos atuantes na região; II) os municípios tiverem origem comum, resultante de fusão, incorporação ou desmembramento.
Nessas hipóteses, haveria uma presunção de que a transferência de domicilio eleitoral visa alcançar finalidade incompatível com o art. 14, §5° e a perpetuação no poder local com o comprometimento ao princípio republicano (vide RE 637.485).
RE 637.485 - RJ
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. REELEIÇÃO. PREFEITO. INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 5°, DA CONSTITUIÇÃO. MUDANÇA DA JURISPRUDÊNCIA EM MATÉRIA ELEITORAL. SEGURANÇA JURÍDICA. I. REELEIÇÃO. MUNICÍPIOS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 14, § 5°, DA CONSTITUIÇÃO. PREFEITO. PROIBIÇÃO DE TERCEIRA ELEIÇÃO EM CARGO DA MESMA NATUREZA, AINDA QUE EM MUNICÍPIO DIVERSO. O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da continuidade administrativa, mas também no princípio
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
republicano, que impede a perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano condiciona a interpretação e a aplicação do próprio comando da norma constitucional, de modo que a reeleição é permitida por apenas uma única vez. Esse princípio impede a terceira eleição não apenas no mesmo município, mas em relação a qualquer outro município da federação. Entendimento contrário tornaria possível a figura do denominado "prefeito itinerante" ou do "prefeito profissional", o que claramente é incompatível com esse princípio, que também traduz um postulado de temporariedade/alternância do exercício do poder. Portanto, ambos os princípios - continuidade administrativa e republicanismo - condicionam a interpretação e a aplicação teleológicas do art. 14, § 5°, da Constituição. O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de determinado município fica inelegível para o cargo da mesma natureza em qualquer outro município da federação. II. MUDANÇA DA JURISPRUDÊNCIA EM MATÉRIA ELEITORAL. SEGURANÇA JURÍDICA. ANTERIORIDADE ELEITORAL. NECESSIDADE DE AJUSTE DOS EFEITOS DA DECISÃO. Mudanças radicais na interpretação da Constituição devem ser acompanhadas da devida e cuidadosa reflexão sobre suas consequências, tendo em vista o postulado da segurança jurídica. Não só aCorte Constitucional, mas também o Tribunal que exerce o papel de órgão de cúpula da Justiça Eleitoral devem adotar tais cautelas por ocasião das chamadas viragens jurisprudenciais na interpretação dos preceitos constitucionais que dizem respeito aos direitos políticos e ao processo eleitoral. Não se pode deixar de considerar o peculiar caráter normativo dos atos judiciais emanados do Tribunal Superior Eleitoral, que regem todo o processo eleitoral. Mudanças na jurisprudência eleitoral, portanto, têm efeitos normativos diretos sobre os pleitos eleitorais, com sérias repercussões sobre os direitos fundamentais dos cidadãos (eleitores e candidatos) e partidos políticos. No âmbito eleitoral, a segurança jurídica assume a sua face de princípio da confiança para proteger a estabilização das expectativas de todos aqueles que de alguma forma participam dos prélios eleitorais. A importância fundamental do princípio da segurança jurídica para o regular transcurso dos processos eleitorais está plasmada no princípio da anterioridade eleitoral positivado no art. 16 da Constituição. O Supremo Tribunal Federal fixou a interpretação desse artigo 16, entendendo-o como uma garantia constitucional (1) do devido processo legal eleitoral, (2) da igualdade de chances e (3) das minorias (RE 633.703). Em razão do caráter especialmente peculiar dos atos judiciais emanados do Tribunal Superior Eleitoral, os quais regem normativamente todo o processo eleitoral, é razoável concluir que a Constituição também alberga uma norma, ainda que implícita, que traduz o postulado da segurança jurídica como princípio da anterioridade ou anualidade em relação à alteração da jurisprudência do TSE. Assim, as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso do pleito eleitoral (ou logo após o seu encerramento), impliquem mudança de jurisprudência (e dessa forma repercutam sobre a segurança jurídica), não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior. III. REPERCUSSÃO
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GERAL. Reconhecida a repercussão geral das questões constitucionais atinentes à (1) elegibilidade para o cargo de Prefeito de cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos em cargo da mesma natureza em Município diverso (interpretação do art. 14, § 5°, da Constituição) e (2) retroatividade ou aplicabilidade imediata no curso do período eleitoral da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que implica mudança de sua jurisprudência, de modo a permitir aos Tribunais a adoção dos procedimentos relacionados ao exercício de retratação ou declaração de inadmissibilidade dos recursos repetitivos, sempre que as decisões recorridas contrariarem ou se pautarem pela orientação ora firmada. IV. EFEITOS DO PROVIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Recurso extraordinário provido para: (1) resolver o caso concreto no sentido de que a decisão do TSE no RESPE 41.980-06, apesar de ter entendido corretamente que é inelegível para o cargo de Prefeito o cidadão que exerceu por dois mandatos consecutivos cargo de mesma natureza em Município diverso, não pode incidir sobre o diploma regularmente concedido ao recorrente, vencedor das eleições de 2008 para Prefeito do Município de Valença-RJ; (2) deixar assentados, sob o regime da repercussão geral, os seguintes entendimentos: (2.1) o art. 14, § 5°, da Constituição, deve ser interpretado no sentido de que a proibição da segunda reeleição é absoluta e torna inelegível para determinado cargo de Chefe do Poder Executivo o cidadão que já exerceu dois mandatos consecutivos (reeleito uma única vez) em cargo da mesma natureza, ainda que em ente da federação diverso; (2.2) as decisões do Tribunal Superior Eleitoral que, no curso do pleito eleitoral ou logo após o seu encerramento, impliquem mudança de jurisprudência, não têm aplicabilidade imediata ao caso concreto e somente terão eficácia sobre outros casos no pleito eleitoral posterior.
No julgado supramencionado, o STF em nome da proteção da confiança legítima usou o princípio da anualidade eleitoral para que a regra se aplique apenas as próximas eleições.
2. Inelegibilidade reflexa
Ela está prevista no art. 14, §7° da CRFB.
Art. 14, [...] § 7° - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.
A regra torna inelegível o cônjuge, parentes ou afins até o segundo grau dentro da circunscrição territorial do Chefe do Executivo.
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Observaçãoi: as mesmas vedações atingem o cônjuge, parentes ou afins dos vices, que tenham sucedido o chefe do executivo ou que os tenha substituído nos 6 (seis) meses anteriores ao pleito.
Observação2: a inelegibilidade alcança ainda pessoas que vivam em união estável ou homoafetivas.
Observação3: a inelegibilidade reflexa somente se verifica do ente maior para menor. Da menor para maior não reflete.
Direito Eleitoral
Aula 2
O parentesco com membros do poder legislativo não afetará a elegibilidade.
2
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Assuntos tratados:
1° Horário.
S Inelegibilidades (continuação) / Constitucionais / Relativas / Inelegibilidades
legais
2° Horário.
S Estrutura 3° Horário.
S Sistemas eleitorais / sistema majoritário / sistema proporcional
1° Horário
1. Inelegibilidades (continuação)
Constitucionais 1.1.1 Relativas A. Reflexas
Observação^ O governador Garotinho exerceu o primeiro mandato e poderia se reeleger uma única vez. Todavia, 6 (seis) meses antes das eleições ele renunciou para concorrer ao cargo de Presidente da República. Assumindo a Vice Governadora. Desse modo, sua esposa pode concorrer ao cargo de Chefe do Executivo do Estado. Rosinha exerceu apenas um mandato, e não pode buscar a reeleição.
Note-se que a súmula n° 6 do TSE que vedava a elegibilidade de parentes resta superada.
Súmula n° 6/ TSE - É inelegível para o cargo de Prefeito, o cônjuge e os parentes indicados no § 7° do Art. 14 da Constituição, do titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de seis meses do pleito.
No caso em tela, o STF aplicou a proibição do terceiro mandato consecutivo e a inelegibilidade reflexa. Assim, impediu que uma mesma família se perpetuasse no poder e, portanto, nenhum cônjuge, parente ou afim até o 2° grau poderia concorrer.
Observação2: A súmula vinculante 18 visa afastar o uso de manobras para afastar a inelegibilidade.
Súmula vinculante n° 18 - A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7° do artigo 14 da Constituição Federal.
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A LC n° 135/10 torna inelegível aquele que simulou o desfazimento do vínculo conjugal com intuito de afastar a inelegibilidade reflexa, nos termos do art. 1°, I, n da LC n° 64/10.
Art. 1° São inelegíveis:
I - para qualquer cargo: [...]
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgãojudicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude; (Incluído pela Lei Complementar n° 135, de 2010).
José Jairo Gomes atribui a justiça estadual o julgamento dessa ação, em razão da matéria atinente ao direito de família.
Observação3: Os cônjuges, parentes ou afins até o segundo grau do prefeito do município-mãe são inelegíveis no município desmembrado e ainda não instalado, consoante súmula n° 12 do TSE.
Súmula N° 12 / TSE- São inelegíveis, no município desmembrado, e ainda não instalado, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do prefeito do município-mãe, ou de quem o tenha substituído, dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo.
B. Serviço militar
Há conflito tríplice de normas constitucionais. O art. 142, §3°, V da CRFB estabelece a impossibilidade de militar da ativa estar filiado a partido político.
Art. 142, [...] § 3° - Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: [...]
- ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;
O art. 14, §3°, V da CRFB assevera que filiação é condição de elegibilidade.
Art. 14, [...] § 3° - São condições de elegibilidade, na forma da lei: [...]
- a filiação partidária;
O art. 14, §8° da CRFB permite que o militar alistável seja elegível, observados as seguintes condições.
Art. 14, [...] § 8° - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
- se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
- se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
A jurisprudência solucionou o conflito. Em primeiro lugar, o militar da reserva pode concorrer a cargos eletivos e ser filiado. Se a inatividade ocorrer faltando menos de um ano para eleição, ele deverá se filiar no prazo de 48 (quarenta e oito) horas após tornar-se inativo. Essa orientação afasta o requisito de um ano de filiação partidária.
O militar da ativa não pode estar filiado. Segundo o TSE, o partido deverá pedir o registro da candidatura após a sua escolha em convenção partidária, suprindo a exigência de filiação (vide Resolução n° 21.787/04). Haverá vinculação ao partido, mas não há filiação.
Serão alistáveis os militares não conscritos, desde que atendidas condições da CRFB. Os militares com menos de 10 (dez) anos de serviço, devem requerer desligamento do serviço militar. Por outro lado, aqueles com mais de 10 (dez) anos, serão agregados pela autoridade superior.
Inelegibilidades legais
As inelegibilidades legais estão previstas em lei complementar, art. 14, §9° da CRFB c/c LC n° 64/90.
Art. 14, [...]§ 9° Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
A LC n° 135/10 (Lei da Ficha Limpa) alterou a LC n° 64/90 tornando inelegíveis aqueles que foram condenados por órgão colegiado ou decisão transitada em julgado e aumentando o período de inelegibilidade para 8 (oito) anos.
2° Horário
> A LC n° 135/10 observou o princípio da anualidade?
Resposta: O TSE, em sede de consulta, entendeu inicialmente que se aplicaria a LC n° 135/10 imediatamente, pois seria norma de direito material.
O STF decidiu em sentido oposto, em nome do princípio da proteção da confiança (vide RE 633.703, ADC 29 e 30, ADI 4.578).
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
A constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa e a sua aplicação a fatos ocorridos antes de sua vigência (princípio da irretroatividade), encontra argumento na valorização da moralidade e do interesse público.
A inelegibilidade não seria pena e, por isso não se aplicaria o princípio da irretroatividade da lei penal, nem na presunção de inocência.
Além disso, o Supremo entendeu que ele não poderia agir como legislador positivo e alterar o prazo de inelegibilidade previsto em lei.
RE 633.703
LEI COMPLEMENTAR 135/2010, DENOMINADA LEI DA FICHA LIMPA. INAPLICABILIDADE ÀS ELEIÇÕES GERAIS 2010. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL (ART. 16 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA).
O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL COMO GARANTIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL ELEITORAL. O pleno exercício de direitos políticos por seus titulares (eleitores, candidatos e partidos) é assegurado pela Constituição por meio de um sistema de normas que conformam o que se poderia denominar de devido processo legal eleitoral. Na medida em que estabelecem as garantias fundamentais para a efetividade dos direitos políticos, essas regras também compõem o rol das normas denominadas cláusulas pétreas e, por isso, estão imunes a qualquer reforma que vise a aboli-las. O art. 16 da Constituição, ao submeter a alteração legal do processo eleitoral à regra da anualidade, constitui uma garantia fundamental para o pleno exercício de direitos políticos. Precedente: ADI 3.685, Rel. Min. Ellen Gracie, julg. em 22.3.2006. A LC 135/2010 interferiu numa fase específica do processo eleitoral, qualificada na jurisprudência como a fase pré-eleitoral, que se inicia com a escolha e a apresentação das candidaturas pelos partidos políticos e vai até o registro das candidaturas na Justiça Eleitoral. Essa fase não pode ser delimitada temporalmente entre os dias 10 e 30 de junho, no qual ocorrem as convenções partidárias, pois o processo político de escolha de candidaturas é muito mais complexo e tem início com a própria filiação partidária do candidato, em outubro do ano anterior. [...]
O PRINCÍPIO	DA	ANTERIORIDADE	ELEITORAL	COMO	GARANTIA
CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE DE CHANCES. Toda limitação legal ao direito de sufrágio passivo, isto é, qualquer restrição legal à elegibilidade do cidadão constitui uma limitação da igualdade de oportunidades na competição eleitoral.[...]
O PRINCÍPIO	DA	ANTERIORIDADE	ELEITORAL	COMO	GARANTIA
CONSTITUCIONAL DAS MINORIAS E O PAPEL DA JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL NA DEMOCRACIA. O princípio da anterioridade eleitoral constitui uma garantia fundamental também destinada a assegurar o próprio exercício do direito de minoria parlamentar em situações nas quais, por razões de conveniência da maioria, o Poder Legislativo pretenda modificar, a qualquer tempo, as regras e critérios que regerão o processo eleitoral. [...]
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RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. Recurso extraordinário conhecido para: a) reconhecer a repercussão geral da questão constitucional atinente à aplicabilidade da LC135/2010 às eleições de 2010, em face do princípio da anterioridade eleitoral (art. 16 da Constituição), de modo a permitir aos Tribunais e Turmas Recursais do país a adoção dos procedimentos relacionados ao exercício de retratação ou declaração de inadmissibilidade dos recursos repetitivos, sempre que as decisões recorridas contrariarem ou se pautarem pela orientação ora firmada. b) dar provimento ao recurso, fixando a não aplicabilidade da Lei Complementar n° 135/2010às eleições gerais de 2010.
ADC 29
AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE EM JULGAMENTO CONJUNTO. LEI COMPLEMENTAR N° 135/10. HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE. ART. 14, § 9°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. MORALIDADE PARA O EXERCÍCIO DE MANDATOS ELETIVOS. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À IRRETROATIVIDADE DAS LEIS: AGRAVAMENTO DO REGIME JURÍDICO ELEITORAL. ILEGITIMIDADE DA EXPECTATIVA DO INDIVÍDUO ENQUADRADO NAS HIPÓTESES LEGAIS DE INELEGIBILIDADE. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (ART. 5°, LVII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL): EXEGESE ANÁLOGA À REDUÇÃO TELEOLÓGICA, PARA LIMITAR SUA APLICABILIDADE AOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO PENAL. ATENDIMENTO DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO: FIDELIDADE POLÍTICA AOS CIDADÃOS. VIDA PREGRESSA:	CONCEITO JURÍDICO
INDETERMINADO. PRESTÍGIO DA SOLUÇÃO LEGISLATIVA NO PREENCHIMENTO DO CONCEITO. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI. AFASTAMENTO DE SUA INCIDÊNCIA PARA AS ELEIÇÕES JÁ OCORRIDAS EM 2010 E AS ANTERIORES, BEM COMO E PARA OS MANDATOS EM CURSO. 1. A elegibilidade é a adequação do indivíduo ao regime jurídico - constitucional e legal complementar - do processo eleitoral, razão pela qual a aplicação da Lei Complementar n° 135/10 com a consideração de fatos anteriores não pode ser capitulada na retroatividade vedada pelo art. 5°, XXXVI, da Constituição, mercê de incabível a invocação de direito adquirido ou de autoridade da coisa julgada (que opera sob o pálio da cláusula rebus sic stantibus) anteriormente ao pleito em oposição ao diploma legal retromencionado; subjaz a mera adequação ao sistema normativo pretérito (expectativa de direito). [...]
6. O princípio da proporcionalidade resta prestigiado pela Lei Complementar n° 135/10, na medida em que: (i) atende aos fins moralizadores a que se destina; (ii) estabelece requisitos qualificados de inelegibilidade e (iii) impõe sacrifício à liberdade individual de candidatar-se a cargo público eletivo que não supera os benefícios socialmente desejados em termos de moralidade e probidade para o exercício de referido munus publico. [...]
Direito Eleitoral
Aula 3
Direito Eleitoral
Aula 3
8. A Lei Complementar n° 135/10 também não fere o núcleo essencial dos direitos políticos, na medida em que estabelece restrições temporárias aos direitos políticos passivos, sem prejuízo das situações políticas ativas. 9. O cognominado
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desacordo moral razoável impõe o prestígio da manifestação legítima do legislador democraticamente eleito acerca do conceito jurídico indeterminado de vida pregressa, constante do art. 14, § 9.°, da Constituição Federal.[...]
13. Ação direta de inconstitucionalidade cujo pedido se julga improcedente. Ações
declaratórias de constitucionalidade cujos pedidos se julgam procedentes, mediante a declaração de constitucionalidade das hipóteses de inelegibilidadeinstituídas pelas alíneas ”c”, ”d”, ”f”, ”g”, ”h”,
II
j, m , n, o,
”p” e ”q” do art.
1°, inciso I, da Lei Complementar n° 64/90, introduzidas pela Lei Complementar n° 135/10, vencido o Relator em parte mínima, naquilo em que, em interpretação conforme a Constituição, admitia a subtração, do prazo de 8 (oito) anos de inelegibilidade posteriores ao cumprimento da pena, do prazo de inelegibilidade decorrido entre a condenação e o seu trânsito em julgado. 14. Inaplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade às eleições de 2010 e anteriores, bem como para os mandatos em curso, à luz do disposto no art. 16 da Constituição. Precedente: RE 633.703, Rel. Min. GILMAR MENDES (repercussão geral).
ADC 30
AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE EM JULGAMENTO CONJUNTO. LEI COMPLEMENTAR N° 135/10. HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE. ART. 14, § 9°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. MORALIDADE PARA O EXERCÍCIO DE MANDATOS ELETIVOS. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À IRRETROATIVIDADE DAS LEIS: AGRAVAMENTO DO REGIME JURÍDICO ELEITORAL. ILEGITIMIDADE DA EXPECTATIVA DO INDIVÍDUO ENQUADRADO NAS HIPÓTESES LEGAIS DE INELEGIBILIDADE. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (ART. 5°, LVII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL): EXEGESE ANÁLOGA À REDUÇÃO TELEOLÓGICA, PARA LIMITAR SUA APLICABILIDADE AOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO PENAL. ATENDIMENTO DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO: FIDELIDADE POLÍTICA AOS CIDADÃOS. VIDA PREGRESSA:	CONCEITO	JURÍDICO
INDETERMINADO. PRESTÍGIO DA SOLUÇÃO LEGISLATIVA NO PREENCHIMENTO DO CONCEITO. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI. AFASTAMENTO DE SUA INCIDÊNCIA PARA AS ELEIÇÕES JÁ OCORRIDAS EM 2010 E AS ANTERIORES, BEM COMO E PARA OS MANDATOS EM CURSO. [...]
7. O exercício do ius honorum (direito de concorrer a cargos eletivos), em um juízo de ponderação no caso das inelegibilidades previstas na Lei Complementar n° 135/10, opõe-se à própria democracia, que pressupõe a fidelidade política da atuação dos representantes populares. 8. A Lei Complementar n° 135/10 também não fere o núcleo essencial dos direitos políticos, na medida em que estabelece restrições temporárias aos direitos políticos passivos, sem prejuízo das situações políticas ativas.[...]
ADI 4578
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AÇÕES DECLARATÓRIAS DE CONSTITUCIONALIDADE E AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE EM JULGAMENTO CONJUNTO. LEI COMPLEMENTAR N° 135/10. HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE. ART. 14, § 9°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. MORALIDADE PARA O EXERCÍCIO DE MANDATOS ELETIVOS. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À IRRETROATIVIDADE DAS LEIS: AGRAVAMENTO DO REGIME JURÍDICO ELEITORAL. ILEGITIMIDADE DA EXPECTATIVA DO INDIVÍDUO ENQUADRADO NAS HIPÓTESES LEGAIS DE INELEGIBILIDADE. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA (ART. 5°, LVII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL): EXEGESE ANÁLOGA À REDUÇÃO TELEOLÓGICA, PARA LIMITAR SUA APLICABILIDADE AOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO PENAL. ATENDIMENTO DOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO: FIDELIDADE POLÍTICA AOS CIDADÃOS. VIDA PREGRESSA:	CONCEITO JURÍDICO
INDETERMINADO. PRESTÍGIO DA SOLUÇÃO LEGISLATIVA NO PREENCHIMENTO DO CONCEITO. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI. AFASTAMENTO DE SUA INCIDÊNCIA PARA AS ELEIÇÕES JÁ OCORRIDAS EM 2010 E AS ANTERIORES, BEM COMO E PARA OS MANDATOS EM CURSO. [...]
10. O abuso de direito à renúncia é gerador de inelegibilidade dos detentores de mandato eletivo que renunciarem aos seus cargos, posto hipótese em perfeita compatibilidade com a repressão, constante do ordenamento jurídico brasileiro (v.g., o art. 55, § 4°, da Constituição Federal e o art. 187 do Código Civil), ao exercício de direito em manifesta transposição dos limites da boa-fé. 11. A inelegibilidade tem as suas causas previstas nos §§ 4° a 9° do art. 14 da Carta Magna de 1988, que se traduzem em condições objetivas cuja verificação impede o indivíduo de concorrer a cargos eletivos ou, acaso eleito, de os exercer, e não se confunde com a suspensão ou perda dos direitos políticos, cujas hipóteses são previstas no art. 15 da Constituição da República, e que importa restrição não apenas ao direito de concorrer a cargos eletivos (ius honorum), mas também ao direito de voto (ius sufragii). Por essa razão, não há inconstitucionalidade na cumulação entre a inelegibilidade e a suspensão de direitos políticos. [...] 14. Inaplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade às eleições de 2010 e anteriores, bem como para os mandatos em curso, à luz do disposto no art. 16 da Constituição. Precedente: RE 633.703, Rel. Min. GILMAR MENDES (repercussão geral).
Estrutura
As situações de inelegibilidades legais estão expressas no art. 1° da LC n°64/90, quais sejam:
Absoluta (art. 1°, I)
Relativa (ou incompatibilidades)
B.1. Presidente da república (art. 1°, II)
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B.2. Governador (art. 1°, III)
B.3. Prefeito (art. 1°, IV)
B.4. Senador (art. 1°, V)
B.5. Deputado federal, estadual e do distrito federal (art. 1°, VI)
B.6. Vereador (art. 1°, VII)
A desincompatibilização pode ser de 6 (seis), 4 (quatro) ou 3 (três) meses a depender do cargo pretendido e qual ocupa.
A. Inelegibilidade absoluta
Renúncia ao mandato (Art. 1°, I, k da LC n° 64/90)
Art. 1° São inelegíveis:
I - para qualquer cargo: [...]
k)	o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura; (Incluído pela Lei Complementar n° 135, de 2010)
No passado, a condenação a perda do mandato tornaria inelegível por 3 (três) anos. Hoje, a renúncia gera inelegibilidade, desde que haja alguma representação capaz de gerar a perda do mandato (exceção art. 1°, §5° da LC n° 64/90).
Art. 1°, [...] § 5° A renúncia para atender à desincompatibilização com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de mandato não gerará a % inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei Complementar. (Incluído pela Lei Complementar n° 135, de 2010).
Abuso do poder político ou econômico (art. 1°, I, "d" e "h" da LC n° 64/90)
Art. 1° São inelegíveis:
I - para qualquer cargo: [...]
d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as
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que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar n° 135, de 2010)[...]
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; (Redação dada pela Lei Complementar n° 135, de 2010)
O art. 1°, I, d se refere aquele que cometeu o abuso, mas não é titular de cargo na Administração direta ou indireta.
Ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) se destina a afastar abuso de poder político e econômico, a outro turno a ação de impugnação do mandato eleitoral (AIME) é mais restrita e se restringe a abuso do poder econômico
O tempo de elegibilidade se aplica a eleição que concorreu e para os 8 anos subsequentes (vide súmula n° 19 do TSE)
Súmula N° 19 / TSE - O prazo de inelegibilidade de três anos, por abuso de poder econômico ou político, é contado a partir da data da eleição em que se verificou (art. 22, XIV, da LC 64, de 18/5/90).
* Prática de captação ilícita de sufrágio, captação ou gasto ilícito de recursos em campanhas eleitorais e conduta vedada em campanhas eleitorais (respectivamente art. 41-A, 30-A e art. 73 a 77 todos da Lei n° 9.504/97)
Essas condutas estão previstos na art. 1°, I, j da LC n° 64/90 e o pedido será a cassação ou do registro ou diploma.
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob pena de multa de mil a cinqüenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990. (Incluído pela Lei n° 9.840, de 28.9.1999)
§ 1° Para a caracterização da conduta ilícita, é desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim de agir. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
§ 2° As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
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§ 3° A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
§ 4° O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei n° 12.034, de 2009)
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: [...]
Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar n° 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1° do art. 37 da Constituição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma.
Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é vedada a contratação de shows artísticos pagos com recursos públicos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, sem prejuízo da suspensão imediata da conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma.
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vinculado. [...]
Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de obras públicas.
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à cassação do registro ou do diploma.
Art. 1° São inelegíveis:
I - para qualquer cargo: [...]
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; (Incluído pela Lei Complementar n° 135, de 2010)
3° Horário
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* Decorrente de condenação criminal (art. 1°, I, e da LC n° 64/90)
Art. 1° São inelegíveis:
- para qualquer cargo: [...]
e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial

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