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Turma 2001 TARDE: Email: adv2001turma@gmail.com; senha: turma2001adv turmadireito2018-1@outlook.com; senha: direito2018 Representante de Turma: Miguel 99121-6141 Turma 3001 NOITE: Email: direitopenalestacio3001@gmail.com Senha: 4semestre Representante de Turma: Dimitrio 99128-5308 AV1 – ARTIGO entre 12 a 15 fls. (até 3 pessoas) - ABNT Temas I – Análise da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (História, impactos na sociedade roraimense e Direitos Humanos) II – A ressocialização dos presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e os Direitos Humanos. (É possível a ressocialização dos presos naquele ambiente?) III – Análise das recentes rebeliões na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e os Direitos Humanos. (Discutir as recentes chacinas, motivos e consequências) IV – Prestação de assistência à saúde de caráter preventivo na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e os Direitos Humanos. (Relatórios OAB, CNJ e DEPEN de visita/inspeção a penitenciária agrícola de monte cristo nos anos de 2016, 2017 e 2018; Lei de Execuções Penais) V - Prestação de assistência à saúde de caráter preventivo na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e os Direitos Humanos. (Resolução 14/94 a qual estabelece regras mínimas para o tratamento do preso no Brasil; Lei 1266/18 do Estado de Roraima, a qual institui o padrão de atendimento médico e odontológico nas unidades prisionais) VI - Prestação de assistência à saúde de caráter preventivo na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, Direitos Humanos e Tortura (Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário; Regras de Mandela e Relatório de Missão a unidades de privação de liberdade no Estado de Roraima - Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura) VII – Como se dá a prestação de assistência à saúde de caráter preventivo na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo? . A equipe de profissionais de saúde estão trabalhando na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo? Se não. Porquê. . Quais os dias e os horários que prestam atendimento nessa unidade prisional? . Quem são as pessoas que compõem a equipe de assistência à saúde da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a qual órgão estão vinculados SESAU ou SEJUC? . O que é a “Ala da saúde” na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo? . Quem é o atual diretor da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo? Obs. Utilizar o Relatório de Missão a unidades de privação de liberdade no Estado de Roraima - Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura. Turma 2001 TARDE: GRUPO TEMA Eder Yan Seabra de Lima Lorenzo Sobral de Almeida I Cleube Lima Ferreira Dimas Rodrigues Ana Cristina Rodrigues I Kamila Madhay Vanessa Costa Franklim Nascimento I Jainny Diogo Oliveira da Silva Eduardo Felipe Natascha Breves Sena I Ingrid Mariana Maria Lais de Alencar Santos I Maria da Conceição Mota Ferreira Cruz Elizeu Ferreira de Souza Barden David Higor Sales de Oliveira I Eduarda Silva Ferreira Patricia Souza Santos Pereira Ulicélia de Oliveira VII Micael Santos da Silva Johanison Raiel dos Santos II Alana do Vale Silvania Vonhytz da Silva II Thomaz Augusto Caldas Cabrera II João Guilherme Melo dos Reis Giulia Nascimento Wendel Brash II Andrea Freitas de Vasconcelos II Tailane Caniza Mayer Aldeliane Laranjeira Darline Monteiro Silva III Joseane Pereira Santa Brigida José Raian cunha Raiol Raimunda da Cunha Duarte II Isabella Macedo Arriel Vilela Aline Helena Zago Miguel Menezes de Andrade III Thamela Karina Oliveira Moura de Sousa Rayane Aires dos Santos Lima Yordania III Ana Karoliny Pinto Silva Francisco silva e Silva Gislane da Silva Gomes III Andressa Vieira Feitosa Erick Renato Vieira Silva III Geovana Gomes Maria Ariane Josiely III Renata Paludo III Lucas Ferreira de Sousa Bruna Luiz Adielie Siqueira Raquel Leal VI Ana Liandra Cabral de Souza João Victor Aires Rodrigues Maria Raphaela Cruz Pereira IV Bruna Ribeiro Pinheiro 99174-7038 VII Nayara Bentes 99114-6852 Cleyza ketllen Kytana Elkya Silva Lemos 99116-2800 VII Joana Darc Veras Maia 99133-3392 VII ruimachadojr01@gmail.com Turma 3001 NOITE: GRUPO TEMA Marcela Cruz do Nascimento Kelly Aguiar Pires I Ana Clara Almeida de Souza Raul Victor dos Reis Nascimento Coutinho I Ketlenn Mota Isabely Ferreira Kawenna Majjoriê I Marcela Reyla Milhomem I Kelly Pirez Kennedy gomes Hector Pinheiro Souza Marxuel da Silva de Oliveira I Danubia Souza Machado I Alberto Ribeiro Mateus da Silva Figueredo Daniel Pietro I Doralice Baia Mota Matheus Rodrigues Rocha Thiago Nascimento Rodrigues I Carina Silva Lobo Karen Camilo de Sousa Radielson Fontenele Ramos I Guilherme Prudêncio Maia Weverton Tome Briglia Valdeir Saraiva Araujo II Mayco Samias Madson Cavalcante Leticia Gaudêncio II Ruth Gabriela de Jesus Fernandes Lariane Sousa Paulo costa do Nascimento II Ana Clara Barradas Keila Sales da Silva Fatima Celena Oliveira Barradas II Ivan Hugo Costa da Silva Mibizar dos Santos Pereira II Mario Sergio Lima Briglia Cauby de Souza Andrade Albert Einstein Lima da Silva Livia Elen Fernandes Severo III Jonathan Rodrigo III Carina Lobo Karen Camilo Radielson Serejo III Orismar Junior José Carlos da Silva Martins III Adriel Passos da Silva Dayane Pereira da Silva Jackeline Sander Oliveira Reina III Luan Aires Oliveira Souza Dimitrio de Castro e Silva VI Jaine Chrysley dos Santos Araujo Nathalia gomes de Morais Amanda Brito Bandeira VII Iram Gonçalves de França Karen Louise Almeida Timbó Gabriela Regina de Souza Santos VII Cleres Lopes Barroso Cassio Lima Cerrão CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 1. QUANTO A QUALIDADE DO SUJEITO . Comum / Próprio 2. QUANTO A RELAÇÃO ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO NATURALÍSTICO . Material / Formal 3. QUANTO AO MOMENTO EM QUE SE CONSUMA O CRIME . Instantâneo / Permanente 4. QUANTO AO GRAU DE INTENSIDADE DO RESULTADO . De Dano / De Perigo 5. QUANTO AO NÚMERO DE ATOS EXECUTÓRIOS QUE INTEGRAM A CONDUTA . Unissubisistente / Plurissubsistente 6. COM RELAÇÃO À FORMA COMO É PRATICADO O CRIME . Comissivo / omissivo 7. QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO . De forma livre / De forma vinculada (Art. 284 do CP) 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo . Crime Comum / Crime próprio Sujeito Passivo . Quem sofre a ação? 1.2. Elementos: 1.2.1 – Objetivo: É o núcleo dos tipos: Subjetivo: Dolo / Dolo Eventual / Culpa 1.3. Admite a forma Culposa? 1.4. Qualificação Doutrinária: . Comum / Próprio . Material / Formal . Instantâneo / Permanente . De dano / De perigo . Unissubisistente / Plurissubsistente . Comissivo / omissivo . De forma livre / De forma vinculada 1.5. Quando se dá a Consumação? 1.6. Admite Tentativa? PARTE ESPECIAL TÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A PESSOA CAPITULO I DOS CRIMES CONTRA A VIDA Art. 5º da CF . Princ. Fundamental / Supra princípio. HOMICÍDIO . Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos. TOPOGRAFIA DO CRIME DE HOMICÍDIO HOMICÍDIO SIMPLES Art. 121, caput HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Art. 121, Par. 1º HOMICÍDIO QUALIFICADO Art. 121, Par. 2º HOMICÍDIO CULPOSO SIMPLES Art. 121, Par. 3º CASOS DE AUMENTO DE PENA Homicídio Culposo na 1ª parte Homicídio Doloso na 2ª parte Art. 121, Par. 4º PERDÃO JUDICIAL – Exclusivo do Homicídio Culposo Art. 121, Par. 5º MAJORANTES RELACIONADAS A GRUPO DE EXTERMINIO E MILICIA Art. 121, Par. 6º CAUSAS DE AUMENTO EXCLUSIVAS DO FEMINICÍDIO Art. 121, Par. 7º .Conceito de Genocídio . Eliminar, ainda que parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso; . Crime hediondo contra a humanidade, previsto no art. 1º da Lei 2.889/56; . Conceito de Morte . De acordo com a lei 9.434/97, a morte se da com a cessação das funções vitais do ser humano (coração, pulmão e cérebro), sendo a morte encefálica o momento mais importante. . Conceito de Vida . Vida Extrauterina . Respira; . Docimasia Pulmonar de Galeno; . AIDS x Homicídio . Doença fatal (para a medicina) – Homicídio – Tentativa de Homicídio; Obs. Onde está tipificado o Homicídio Preterdoloso? Homicídio Preterdoloso no Brasil é Crime? . No Brasil homicídio preterdoloso é crime, mas não está previsto no art. 121 e sim no art. 129 §3º – Lesão Corporal seguida de morte. . Não é um crime doloso contra a vida, e sim um crime doloso qualificado culposamente (o agente age com dolo no antecedente lesão corporal e culpa no consequente morte). . Lesão Corporal seguida de morte (homicídio preterdoloso) não vai a júri. Obs. O homicídio simples, caput é crime hediondo, lei 8072/90? Em regra, o homicídio simples não é crime hediondo. Em regra, somente o homicídio qualificado é crime hediondo. . O homicídio simples passa a ser crime hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por uma só pessoa desse grupo. Obs. Homicídio simples praticado por milícia, por falta de previsão legal, não é hediondo nem equiparado e sofre o aumento de pena do §6º. Obs. Matar um Animal x Matar uma pessoa natural . A morte de um ser humano é tido como homicídio tratado no art. 121 do CP. . A morte dolosa de um animal, é um crime ambiental, tratada no art. 29 da lei 9.605/98 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Crime Comum, qualquer pessoa; Obs.: Irmãos Siameses; Sujeito Passivo: A vítima Obs.: Irmãos Siameses; (duplo homicídio e concurso de crimes). . Duplo homicídio / concurso de crimes (homicídio e tentativa) Obs.: Art. 29 da Lei 7.170/83 – Crime contra a Segurança Nacional, reclusão de 15 a 30 anos; 1.2. Meios de Execução: Comissivos / Omissivos (posição de garantidor) 1.3. Elementos: 1.3.1 – Objetivo: É o núcleo do tipo, MATAR Subjetivo: DOLO, DOLO EVENTUAL ou CULPA 1.4. Qualificação Doutrinária: . Comum / Material / De forma livre / Comissivo, Omissivo / Instantâneo / De Dano / Plurissubsistente 1.5. Consumação: Se consuma com a morte da vítima 1.6. Admite Tentativa HOMICÍDIO DOLOSO PRIVILEGIADO, Art. 121 Par. 1º A pena é diminuída de 1/6 a 1/3; 1. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor social 2. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor moral 3. Matar alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima. a) Emoção Violenta; b) Injusta provocação da vítima; e c) Sucessão imediata entre a provocação e a reação. Art. 121 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Obs. Cuidado esse “PODE” na verdade é um poder dever, de acordo com a doutrina majoritária o juiz não tem uma faculdade de reduzir a pena. Presentes os requisitos o juiz “DEVE” reduzir a pena. . No caso do tribunal do júri, quem vai dizer se os requisitos estão ou não presentes são os jurados. . A discricionariedade do magistrado diz respeito somente ao quantum da redução, e sua decisão deve ser motivada. Obs. Homicídio emocional (Matar alguém sob o domínio de violenta emoção logo depois [sem intervalo temporal] de injusta provocação da vítima) É uma espécie de privilegiadora. Exemplo: I – A mulher que surpreende o marido a traindo na cama e vai e mata o marido; . O adultério é considerado uma injusta provocação; . Não se pode alegar legitima defesa da honra (não se leva a honra com sangue). II - Pai que mata o estuprador da filha. HOMICÍDIO QUALIFICADO, Art. 121 Par. 2º Obs. A pena deixa de ser de 6 a 20 anos e passa a ser de 12 a 30 anos. Todos os incisos do §2º configuram crime hediondo (lei 8072/90) 1. Quanto aos motivos determinantes: . Mediante paga ou promessa de recompensa ou OUTRO MOTIVO TORPE (ganância) ou FÚTIL (pequeneza da causa em comparação com a consequência) . Torpe, moralmente reprovável (normalmente envolve ganância); . Fútil, desproporção entre a causa e a morte. Exemplo: Briga de Trânsito. Obs. Matar sem motivo algum, não pode ser equiparado a matar por motivo fútil, pois o CP não admite analogia in malam partem. Obs. Concurso necessário (quem paga ou promete e quem executa); Exemplo: Aquele que mata mediante paga ou promessa de recompensa – o chamado homicídio mercenário (exemplo de torpeza) 2. Quanto aos meios: . Veneno, explosivo, fogo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo comum. Ex.: Tício mata Mévio com um disparo em ponto letal e, após sua morte, divide o corpo em 30 pedaços. Neste caso, podemos dizer que incidiu a qualificadora “meio cruel”? Obs: A qualificadora do “emprego de veneno” . Veneno é qualquer substância que em contato com o organismo pode levar a morte. Exemplo: Açúcar para o diabético (se o agente sabe que a vítima é diabética e usa o açúcar para matar o diabético). Obs. Para se ter a qualificadora do Emprego de Veneno, “a vítima não pode saber que está ingerindo veneno”. . Se a vítima souber que está ingerindo veneno emprega-se a qualificadora “meio cruel”. Obs: Homicídio qualificado pela tortura x Tortura qualificada pelo resultado morte. 3. Quanto à forma de execução: . Traição (atirar pelas costas); . Emboscada (esconder, esperando uma oportunidade para atacar a vítima); . Dissimulação (se disfarçar [vestindo de carteiro] para matar a vítima). 4. Quanto à conexão com outro delito: Fato praticado para garantir a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime. (não abrange contravenção Penal) Obs: Homicídio Qualificado-Privilegiado 5. Quanto ao sexo feminino FEMINICÍDIO, incluído pela Lei n° 13.104/2015 . Matar mulher por preconceito, discriminação, menosprezo quanto ao sexo feminino – seja praticado ou não no ambiente domestico e familiar. . É uma decorrência a mais da Lei de Violência Doméstica (lei 11.340/06); . É matar uma mulher em razão de seu sexo frágil. . Matar uma mulher aumenta a pena; . Hediondo Obs. Femicidio x Feminicídio . Femicídio: Matar mulher, e matar mulher não pode ser diferente de matar homem; . Feminicídio: Matar mulher em razão da condição de sexo feminino, é matar por preconceito, discriminação, menosprezo quanto ao sexo feminino 5. Quanto a Função . Homicídio Funcional . Crime Hediondo . O homicídio, a lesão corporal gravíssima e a seguida de morte cometidos contra autoridade, policial, cônjuge e parentes até o 3º grau, “no exercício da função”, “em decorrência dela” ou “em razão dessa condição” (CP, art. 121§2º, VIII); São sujeitos passivos do Homicídio Funcional: 1. autoridade ou agente previsto nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública; Integrantes do sistema prisional: Secretários da Administração Penitenciária, Diretores de presídios, agentes penitenciários, Diretores de Centros de Detenção Provisória, Diretores de Cadeias Públicas e carcereiros. 2. cônjuge, companheiro (união estável) ou parente consanguíneo até terceiro grau da autoridade ou agente público, em razão dessa condição (pais, mães, avós, bisavós, filhos, netos, bisnetos, irmãos, tios e sobrinhos). Assim, podem ser sujeitos passivos membros das Forças Armadas (Exército, Marinha eAeronáutica), polícias federal, rodoviária federal, ferroviária federal, civis estaduais, como os Delegados de Polícia, militares estaduais, corpos de bombeiros militares estaduais, autoridades e agentes integrantes do sistema prisional, da Força Nacional de Segurança e guardas-civis, municipais ou metropolitanos (estes de acordo com o art. 144, § 8o, da CF). Podem também ser sujeitos passivos os Ministros do STF, membros dos Tribunais Superiores, Desembargadores dos Tribunais de Justiça, Juízes Federais e Estaduais, membros do MP da União e dos Estados, havendo nexo de causalidade principal (no exercício da função) ou secundária (em razão da função). Obs. Não se aplica o homicídio funcional quando a vítima for parente por afinidade, tão pouco quanto ao parentesco sócio afetivo. Exemplo: Sogro(a), genro, nora, padrasto, madrasta, enteado, cunhado, “pais de criação” etc. Obs. Não se aplica o homicídio funcional a agentes públicos aposentados. Obs. Filho adotivo é equiparado a filho consanguíneo, estando abrangido pelo homicídio funcional. HOMICÍDIO CULPOSO, Art. 121 Par. 3º Obs. Se o Homicídio foi fruto de negligência, imprudência ou imperícia a pena é de 1 a 3 anos. (Art. 68 do CP) Exemplo: Ticio estacionou o seu veículo automotor em uma ladeira, e acreditou ter acionado o freio de mão. Ticio sai do veículo e vai a uma loja, mas o freio de mão foi mal acionado, e o veículo acabou descendo a ladeira e passou por cima do mendingo Mévio que dormia em cima de uma calçada. Mévio morreu. Ticio vai responder por qual crime, tendo em vista que achou ter freado o veículo a contento, mas não agiu corretamente? Art. 302 do CTB ou pelo art. 121§3º do CP? Art. 302 do CTB, Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Resposta: Ticio provocou a morte por meio de veículo automotor, mas ele não estava na direção do veículo automotor, por isso vai responder pelo art. 121§3o do CP. I. Imprudência – A pessoa age sem as cautelas, sem ter os cuidados, sem ter o zelo necessário para desempenhar a conduta; A pessoa sabe o que está fazendo, mas de tanto repetir determinada conduta acaba se tornando auto confiante demais. Exemplo: médico cirurgião plástico, ao realizar a cirurgia, começa a falar ao celular e acaba por esquecer um bisturi dentro da paciente, vindo a matá-la. Exemplo: Dirigir em alta velocidade (acima da velocidade permitida pela via). II. Negligência – O agente não fez o que deveria. Exemplo: A baba vê a criança brincando de super homem no apartamento. A baba vê a criança brincando próximo a estante e vai preparar a comida da criança. A baba não tira a criança daquele local. E a estante vem a cair em cima da criança e a mata. III. Imperícia – A pessoa desempenha uma conduta sem ter o conhecimento necessário. Exemplo: A pessoa tem CNH categoria B, e começa a dirigir um caminhão, vindo a atropelar e matar uma pessoa. CAUSA DE AUMENTO DE PENA EM 1/3 Art. 121, Par. 4º Obs. Causas de aumento que o juiz deve considerar na 3ª fase do critério de aplicação da pena. . 1ª Parte do §4º - No homicídio Culposo: a) Resulta de inobservância de regra técnica ou profissão, arte ou ofício; . Imprudência, Negligência e Imperícia; (art. 18, inc. II do CP) b) Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; Obs.: . Morte instantânea da vítima . se a morte é clara . se a morte é duvidosa; c) Não procura diminuir as consequências de seu ato; d) Foge para evitar prisão em flagrante Obs.: Exceção - Linchamento; . 2ª Parte §4º - No homicídio doloso: . Se o crime for cometido contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos. Obs. Considerar a idade no momento da conduta (da ação ou omissão), pouco importando a idade no momento do resultado. ***** Não fala de vítima deficiente ou portadora de necessidades especiais ***** Art. 121, Par. 6º . A pena é aumentada de 1/3 até a ½ se o crime for praticado por milícia privada (não é crime hediondo), ou por grupo de extermínio (crime hediondo) Milícia Privada - Associações não oficiais, cujos membros atuam ilegalmente, com o emprego de armas, com estrutura semelhante a militar. Essas forças paramilitares se utilizam das técnicas e táticas policiais oficiais por elas conhecidas, a fim de executarem seus objetivos anteriormente planejados. Não é raro ocorrer e, na verdade, acontece com frequência, que pessoas pertencentes a grupos paramilitares também façam parte das forças militares oficiais do Estado, a exemplo de policiais militares, bombeiros, agentes penitenciários, policiais civis e federais. Grupo de Extermínio - grupo, via de regra, de “justiceiros”, que procura eliminar aqueles que, segundo seus conceitos, por algum motivo, merecem morrer. Podem ser contratados para a empreitada de morte, ou podem cometer, gratuitamente, os crimes de homicídio de acordo com a “filosofia” do grupo criminoso, que escolhe suas vítimas para que seja realizada uma “limpeza social”. HOMICÍDIO CULPOSO – PERDÃO JUDICIAL Art. 121, Par. 5º . O juiz pode deixar de aplicar a pena; HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO . Não se aplica o Par. 3º do art. 121 e sim o art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro (lei 9.503/97); COMPETÊNCIA PARA JULGAR . Tribunal do Júri ....................................................................... INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO . Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça: Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. Obs. O suicídio não é crime (ou a sua tentativa) Quem pratica crime é o terceiro que venha a Induzir, Instigar ou Auxiliar e desde que resulte morte ou lesão corporal grave. Obs. Pessoa com Discernimento X Pessoa sem Discernimento . Induzir incapaz a se matar – responde pelo art. 121 CP Obs. Pessoa sem discernimento (menor de 14 anos); I - Induzir – é fazer nascer à ideia do suicídio na cabeça da vítima; II - Instigar – reforçar uma ideia previamente existente; III - Auxiliar – é entregar algum apetrecho para que o agente se mate. Obs. Art. 129 §1º e 2º LESÃO CORPORAL GRAVE Reclusão de 01 a 05 anos 1. Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; 2. Perigo de vida; 3. Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 4. Aceleração de parto; LESÃO GRAVISSIMA Reclusão de 02 a 08 anos 5. Incapacidade permanente para o trabalho; 6. Enfermidade incurável; 7. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 8. Deformidade permanente; 9. Aborto 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Crime comum, qualquer pessoa Sujeito Passivo: Pessoa induzida, instigada ou auxiliada Obs. Exige-se que a conduta seja direcionada a uma determinada pessoa. Assim, não há o crime se um sujeito escreve um livro que induza seus leitores ao suicídio (pois aqui os destinatários são gerais, e não específicos). 1.2. Elementos: 1.3.1 – Objetivo: - Induzimento; - Instigação; - Auxílio; Subjetivo: DOLO 1.4. Qualificação Doutrinária: . Material / De dano / Instantâneo / Comissivo / De ação livre / Comum / Plurissubsistente: 1.5. Consumação: Se dá com a morte ou lesão corporal grave a) a vítima falece – pena de 2 a 6 anos b) a vítima sofre lesões corporais graves – pena de 1 a 3 anos c) a vítima sofre lesões corporais leves – O fato não é punível d) a vítima não sofre lesões – O fato não é punível 2. TIPO QUALIFICADO, Par. Único do art. 122, pena duplicada 1. O crime é praticado por motivo egoístico 2. A vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Obs. Pessoa maior que 14 anos e menor de 18 anos. Obs. Roleta Russa Roleta Russa → Aqui temos umaarma com projétil, assim os participantes ficam a mercê da sorte, puxando o gatilho contra si mesmo. O sobrevivente responde pelo artigo 122 . Homicídio, participação em suicídio; EXERCÍCIO 1. PACTO DE MORTE – Imagine a seguinte situação: Tício e Mévio, visando ao suicídio, trancam-se em um quarto no qual há uma torneira que, quando aberta, libera gás tóxico. Agora vamos analisar algumas possibilidades: a. Tício abre a torneira, libera o gás e vem a falecer. Mévio sobrevive. Nesse caso responderá Mévio por? E Tício por? b. Mévio abre a torneira, Tício falece e Mévio sobrevive. Neste caso, responderá Mévio por? c. Tício e Mévio abrem a torneira e os dois sobrevivem. Neste caso, os dois responderão por? d. Por fim, Tício abre a torneira, os dois sobrevivem e sofrem lesões corporais graves. Neste caso, Mévio responderá por? E Tício, que abriu a torneira, responderá por? .................................................................... INFANTICÍDIO Relembra Noronha: “O infanticídio teve, através das épocas, considerações diversas. Em Roma, como se vê das Institutas de Justiniano (Liv. IV, Tít. XVIII, § 6º), foi punido com pena atroz, pois o condenado era cosido em um saco com um cão, um galo, uma víbora e uma macaca, e lançado ao mar ou ao rio. No direito medieval, a Carolina (Ordenação de Carlos V), art. 131, impunha o sepultamento em vida, o afogamento, o empalamento ou a dilaceração com tenazes ardentes. Foi no século XVIII, sobretudo, que o delito passou a ser considerado mais brandamente, e hoje, não obstante vozes em contrário, é orientação comum das legislações e também a seguida pelos Códigos pátrios.” . Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – detenção, de dois a seis anos . Seus traços marcantes e inafastáveis são, portanto, os seguintes: a) que o delito seja cometido sob a influência do estado puerperal; b) que tenha como objeto o próprio filho da parturiente; c) que seja cometido durante o parto ou, pelo menos, logo após. Obs.: Estado Puerperal, é o período compreendido entre o pré e pós parto ocorrido entre a expulsão da placenta e a volta do organismo da mãe para o estado anterior à gravidez. Deve ser atestado por perícia. Paulo José da Costa Júnior, analisando o estado puerperal, diz: “A mulher, abalada pela dor obstétrica, fatigada, sacudida pela emoção, sofre um colapso do senso moral, uma liberação de instintos perversos, vindo a matar o próprio filho.” Obs.: Infanticídio x Aborto . Nascente (ruptura da bolsa / trabalho de parto) x Feto Obs.: Infanticídio x Homicídio . Durante o Parto ou logo após; . Influência do Estado Puerperal; Obs. Abandono de recém-nascido x Infanticídio . Art. 134, Par. 2º x Art. 123 do CP Exposição ou abandono de recém-nascido Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: § 2º - Se resulta a morte: Observa-se que no primeiro se leva em consideração o motivo de honra (honoris causa), ao passo que no segundo, o desequilíbrio fisiopsíquico. No art. 134, a genitora não objetiva a morte do filho e sim expô-lo ou abandoná-lo, sendo que o resultado morte sobrevém a título de preterdolo. Obs. Sujeito passivo que já se encontrava morto. . Crime Impossível Obs. Infanticídio Putativo . Erro quanto à pessoa, art. 20 §3º CP. 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Crime próprio Sujeito Passivo: Ser nascente ou recém-nascido (neonato) 1.2. Elementos: 1.3.1 – Objetivo : Núcleo do tipo MATAR Subjetivo : DOLO Obs.: Não existe na forma Culposa 1.4. Qualificação Doutrinária: . Próprio / Material / De dano / Instantâneo / Comissivo ou Omissiva / De forma livre / Plurissubsistente 1.5. Consumação Com a morte do nascente ou recém-nascido 1.6. Admite tentativa . Ex. Genitora tenta sufocar.... – Travesseiro. 1.7. Não se Admite Coautoria e sim Participação 1ª) Mãe que mata o próprio filho, contando com o auxílio de terceiro; (art. 123 CP) 2º) O terceiro mata o recém-nascido, contando com a participação da mãe; (art. 121 x art. 123 CP) Obs. Coautor x Participe Autor é quem pratica o crime (por exemplo, no caso do homicídio, quem apertou o gatilho). Às vezes temos mais de um autor. Nesse caso, chamamos de coautores. Já o partícipe é quem ajuda. 1.8. Admite Concurso de Crimes . Art. 123 combinado com o Art. 211 do CP; . Mãe mata e oculta o cadáver.... 1.9. Ação Penal e Procedimento . Ação é Pública Incondicionada; . Competência do Tribunal do Juri; .................................................................................... ABORTO O que se entende por abortamento, “Aborto é a interrupção voluntária da gravidez, com a morte do produto da concepção.” Obs. Pouco importa para a caracterização do crime se a gravidez é natural (fruto da cópula carnal) ou não (inseminação artificial). Obs. O bem tutelado é a vida intrauterina. Obs. Só é punível a título de Dolo. TIPOS PENAIS DO CRIME DE ABORTO AUTO-ABORTO Art. 124 1 a 3 anos Mãe FATO DE PROVOCAR ABORTO SEM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE Art. 125 * 3 a 10 anos Qualquer pessoa FATO DE PROVOCAR ABORTO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE Art. 126 * 1 a 4 anos Qualquer pessoa ABORTO QUALIFICADO * . lesão corporal grave 1/3 . Duplicada se ocasiona a morte Art. 127 1/3 e duplicadas Terceiro por esse crime ABORTO PRATICADO POR MÉDICO Art. 128 1.1. Aborto não criminoso: a) Aborto Natural ou espontâneo - interrupção espontânea da gravidez, normalmente causada por problemas de saúde da gestante; - Não há crime. b) Aborto Acidental - Decorrente de quedas, traumatismos e acidentes em geral; - Não há crime. c) Aborto Culposo - Resulta de culpa (imprudência, negligência e imperícia) 1.2. Aborto criminoso (ou provocado) a) Autoaborto (CP, art. 124) b) Aborto Provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (CP, art. 125) c) Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante (CP, art. 126) d) Aborto qualificado; e) Aborto Social / Econômico / Miserável - Praticado por razões de miséria, incapacidade financeira, ou crise social. - Ex. China - Nosso ordenamento jurídico não admite; - Há crime. f) Aborto honoris causa; - realizado para interromper gravidez extramatrimonium; - Há crime. g) Aborto Eugenésico, Eugênico ou Piedoso - praticado em face dos comprovados riscos de que o feto nasça com graves anomalias psíquicas ou físicas; - Não é permitido por nossa legislação; - Exceção, Aborto de Anencéfalo; - Eugenia, significa purificação das raças; - Só é autorizado mediante laudo irrefutável de que o feto não possui qualquer condição de sobrevida; 1.3. Aborto Legal (praticado por médico) - Não há crime. a) Aborto necessário ou terapêutico (CP, art. 128, I) - Ñ necessita de Ordem Judicial – Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; b) Aborto Sentimental, humanitário ou ético (CP, art. 128, II) Ñ necessita de Ordem Judicial - Se a gravidez resulta de estupro; c) Aborto de Anencéfalo; - Anomalia no cérebro incurável, sendo a vida por um período prolongado inviável; - Já foi criminalizado, mas hoje não é mais; - Não há necessidade de autorização judicial, e sim de um laudo simples; Em 17 de junho de 2004, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS) propôs a Ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº 54), questionando a aplicação dos arts. 124, 126, e 128, I e II, do Código Penal, no que diz respeito ao feto anencéfalo. Após oito anos, aproximadamente, vale dizer, em 12 de abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal decidiu a questão por maioria e nos termos do voto do Relator, Ministro Marco Aurélio, a fim de declarara inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos arts. 124, 126, 128, I e II, todos do diploma repressivo. Assim, uma vez diagnosticada a anencefalia, poderá a gestante, se for de sua vontade, submeter-se ao aborto, sem que tal comportamento seja entendido como criminoso. Vale ressaltar que o Conselho Federal de Medicina, a fim de regulamentar a hipótese, editou a Resolução nº 1.989, de 10 de maio de 2012. 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: . No auto aborto ou aborto consentido (art. 124) é a gestante (crime de mão própria) . No aborto provocado por 3º com ou sem consentimento da gestante (art. 125 e 126), qualquer pessoa; Sujeito Passivo: . No auto aborto ou aborto consentido (art. 124) é o feto (a gestante não pode ser sujeito ativo e passivo de um crime); . No aborto provocado por 3º sem consentimento da gestante, os sujeitos passivos são a gestante e o feto; 1.2. Elementos: 1.3.1 – Objetivo: . Provocar Subjetivo: . Dolo . Admite Dolo eventual Obs. Não se Admite a modalidade Culposa. 1.4. Qualificação Doutrinária: . Próprio / Plurissubsistente / Comissivo ou Omissivo / Material / Instantâneo / De dano / De forma livre; 1.5. Consumação: Se dá com a interrupção da gravidez. 1.6. Admite-se a Tentativa . Ex. Apesar de a mãe ter se utilizado de medicação para abortar, a criança nasce. Obs. O dissentimento (não consentimento) da ofendida é presumido quando ela é menor de 14 anos, alienada ou débil mental (art. 126, parágrafo único). Obs. Admite Omissão (posição de garantidor) . Ex. médico, parteira, enfermeira, percebendo do iminente aborto espontâneo ou acidental, nada fazem. Obs. Dispositivo Intrauterino (DIU) / Pílula do Dia Seguinte x Aborto . Aborto é interromper gestação; . O DIU e a Pílula do Dia Seguinte não visa interromper gestação e sim impedir que o óvulo se prenda ao útero (impede a liberação do óvulo), não ocorrendo sequer gestação. Obs. A comprovação do crime se dá através de Exame de Corpo de Delito, ou prova testemunhal. Obs. Crime Impossível a) Emprego de meio absolutamente inidôneo (art. 17 do CP); . Ex. Ingerir medicamento que não provoca aborto; b) Emprego de meio relativamente inidôneo; (Forma Tentada) . Ex. Ingerir substância química em quantidade inidônea à provocação do aborto; c) Absoluta impropriedade do objeto; . Ex. Agente realiza manobra abortiva, mas o feto já estava morto; . Ex. Agente realiza manobra abortiva, mas não estava grávida; Obs.: Aborto x Homicídio . 2 Crimes em concurso Formal de Crimes (Homicídio e Aborto) – [art. 69 e 70 do CP] . Exasperação da Pena (aplica-se a pena + grave acrescida de 1/6 à ½). . Ex. Tício mata Joana sabedor que ela estava grávida. Obs.: Aborto x Lesão Corporal qualificada pelo resultado aborto Art. 129 §2o Exemplo: Assim que Tício chega em casa, tem início uma discussão com sua mulher, que se encontra grávida. Durante a discussão, o marido se descontrola e a agride, fazendo com que a gestante aborte. Qual crime Tício cometeu? Lesão Corporal qualificada pelo resultado aborto ou o delito de aborto? . Depende do dolo de Tício. Se sua conduta foi dirigida finalisticamente a causar lesão corporal em sua esposa e desse comportamento adveio o resultado aborto, ele respondera pelo art. 129§2o CP. . Agora se ele ao agredir sua esposa pretendia a interrupção da gravidez, terá cometido o delito de aborto. Obs.: Gestante que tenta o suicídio . A tentativa de suicídio, por si só, não é crime, respondendo somente aquele quem induz, instiga ou auxilia a gestante a se matar. . Caso a gestante queira eliminar a própria vida e realize um comportamento dirigido a esse fim, por exemplo: ingerindo veneno ou atirando contra si mesma, caso não venha a morrer ela responderá por algum crime? . Sim, responderá por aborto na modalidade de Dolo Eventual. Obs.: Aborto x Constrangimento (violência ou ameaça) . 2 Crimes em concurso Formal (Aborto sem consentimento + constrangimento ilegal, art. 146 CP) . Ex. Marido que mediante força física ministra substância abortiva em sua esposa. . Exasperação da Pena Obs.: Crime de aborto x Fetos Gêmeos . Se o autor sabia que eram Gêmeos, responde por concurso formal (2 crimes de aborto, penas serão somadas). . Se não tinha conhecimento de que eram Gêmeos, responde por crime único. Obs.: Crime de Aborto e comunicação falsa de crime. (Concurso material) . Aborto sentimental, humanitário ou ético, se a gestante fornece ao médico comunicação falsa de crime (estupro) – Art. 124 c/c Art. 340 do CP (falsa comunicação de crime). . O Médico não responde por crime algum. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento . Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque. Pena – detenção, de um a três anos. 1ª Figura – Aborto provocado pela própria gestante (auto-aborto) . Crime de mão-própria; . Admite participação de 3ºs (induz, instiga, auxilia) de forma secundária; Ex. 3º da Citotec a mãe. . Mãe x 3º que auxilia (art. 126 CP) Exemplo: Gestante e seu marido, juntos, realizam manobras abortivas. Marido (art. 126 do CP) – Gestante (art. 124 do CP) 2ª Figura – Aborto consentido . A Mãe consenti, mas a prática do aborto é feita por 3ª pessoa; . O ato permissivo é personalíssimo e só cabe à mulher; . Mãe x 3º que auxilia (art. 126 CP) Obs. As duas condutas trazidas pelo tipo só podem ser praticadas diretamente pela mulher grávida. Qualificação Doutrinária: . Próprio / Plurissubsistente / Comissivo ou Omissivo / Material / Instantâneo / De dano / De forma livre; Obs. Admite Tentativa Aborto provocado por terceiro . Art. 125. Provocar aborto sem o consentimento da gestante. Pena – reclusão, de três a dez anos. . Forma mais gravosa do delito de aborto; . Não há consentimento da gestante; . Não é preciso dissenso expresso, somente emprego de meios abortivos por 3º sem o seu conhecimento; Ex. Ministrar doses de substância abortiva em sua sopa sem que ela saiba. Dissentimento real: 2ª parte do § único do art. 126 a) Fraude: induzir a gestante ao erro; Ex. Médico que, ao realizar exames de rotina, realiza manobras abortivas. b) Grave ameaça contra a gestante: Ex. Pai ameaça expulsar a filha de casa se ela não abortar; Marido desempregado ameaça se matar se ela não abortar. c) Violência: Ex. Homicídio de mulher grávida com conhecimento da gravidez pelo homicida. Dissentimento presumido: 1ª parte do § único do art. 126 . É invalido o consentimento de gestante menor que 14 anos, alienada ou débil mental. Obs. Pode ocorrer erro por parte do 3º quanto ao imaginado consentimento da vítima, o que acarreta ERRO DE TIPO, respondendo pelo art. 126 do CP. Qualificação Doutrinária: . Comum / Plurissubsistente / Comissivo ou Omissivo / Material / Instantâneo / De dano / De forma livre; Obs. Admite Tentativa . Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante. Pena – reclusão, de um a quatro anos. § único – Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. . Gestante (Art. 124, 2ª parte) x 3º Provocador (Art. 126 CP); . Admite concurso de pessoas (coautoria e participação). Ex. Enfermeira que auxilia médico em clínica de aborto. Consentimento . Consentimento válido: o 3º que praticar manobras abortivas na gestante, nesta hipótese responderá pelo Art. 126 do CP; . Consentimento inválido: § único do Art. 126, 3º responde pelo Art. 125 do CP. Obs. Desconsidera-se a vontade positiva da gestante quando menor de 14 anos, alienada ou débil mental, ou se o seu consentimento foi obtido mediantefraude, grave ameaça ou violência. Obs. Gravidez da vítima menor que 14 anos, da alienada ou débil mental, é Estupro de vulnerável com violência presumida (Art. 217-A, do CP); . Nesse caso se o aborto é precedido de consentimento de seu representante legal, configura-se ABORTO LEGAL (art. 128, II) – Excludente de Ilicitude. Obs. O consentimento da gestante tem que perdurar durante toda a execução do aborto, caso haja revogação em momento PRÉVIO ou INTERMEDIÁRIO, e o 3º prosseguir com a manobra, o 3º responde pelo Art. 125 e a gestante, não responde por delito algum. Qualificação Doutrinária: . Comum / Plurissubsistente / Comissivo / Material / Instantâneo / De dano / De forma livre; Obs. Admite Tentativa Forma Qualificada / Majorada . Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de 1/3, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. . Só se aplica aos arts. 125 e 126 CP; Obs. Crime Preterdoloso – Aborto + (lesão corporal grave ou morte); - Dolo no antecedente (conduta) e culpa no consequente (resultado). . Se o agente queria provocar ambos os resultados, responde por concurso de crimes: aborto + lesão corporal grave / aborto + homicídio. Obs. Lesão corporal leve ou grave como meio necessário à prática do aborto. . Lesão corporal leve, já está excluída; . Lesão corporal grave, “inerentes” ou “necessárias” para o aborto, não incide esse artigo. Ex. Lesão do útero. . As lesões graves que incidem, são as EXTRAORDINÁRIAS. Ex. Infecções; pois caso contrário o crime de aborto seria sempre qualificado. Aborto Legal . Art. 128. Não se pune aborto praticado por médico: Aborto necessário ou terapêutico I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Obs. Trata-se de causas excludentes de ilicitude, sendo lícita a conduta daquele que pratica o aborto nas duas circunstâncias elencadas no texto legal. Aborto necessário ou terapêutico (CP, art. 128, I) É indispensável o preenchimento de 03 condições: a) aborto praticado por médico: Caso seja realizado por pessoa sem a habilitação profissional (parteira, farmacêutico, etc.), apesar do fator ser típico, estará acobertado pela descriminante do estado de necessidade (art. 24 do CP). b) o perigo de vida da gestante: não basta o perigo para a saúde; c) a impossibilidade do uso de outro meio para salvá-la: não pode o médico escolher o meio mais cômodo, pois se houver outra maneira para salvar a vida da gestante, o agente responderá pelo crime. Obs. Não há necessidade do consentimento da gestante para a realização do aborto. . Ex. Câncer uterino; tuberculose; anemia profunda; leucemia; diabetes; Obs. Sujeito ativo. Enfermeira ou parteira. - A excludente de ilicitude só se aplica se o perigo for atual; Obs. Descriminante putativa (CP, art. 20, §1º) - Se há erro de diagnostico, e o aborto era desnecessário, ocorre erro (culpa) – exclui o dolo, e portanto o crime em questão. Aborto sentimental, humanitário ou ético (CP, art. 128, II) É indispensável o preenchimento de 03 condições: a) que o aborto seja praticado por médico: caso realizado por pessoa sem habilitação legal haverá o crime, não se ajustando qualquer causa legal de justificação. b) que a gravidez seja resultante de estupro: c) prévio consentimento da gestante ou seu representante legal: Obs. Não necessita de autorização judicial, basta prova idônea do atentado sexual (boletim de ocorrência, testemunhos colhidos perante autoridade policial, atestado médico relativo às lesões defensivas sofridas pela mulher e às lesões próprias da submissão forçada à conjunção carnal). . No caso da Gravidez decorrente da violência presumida / ficta, basta a prova dessa conjunção carnal. Ação Penal e Procedimento . Ação é Pública Incondicionada; . Competência do Tribunal do Juri; EXERCÍCIOS 1. (CESPE/Administração – PM-DF/2010) Um médico praticou aborto de gravidez decorrente de estupro, sem autorização judicial, mas com consentimento da gestante. Nessa situação, o médico deverá responder por crime, já que provocar aborto sem autorização judicial é sempre punível, segundo o CP. 2. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio privilegiado, estando o agente em uma das situações que ensejem o seu reconhecimento, o juiz é obrigado a reduzir a pena, mas a lei não determina o patamar de redução. 3. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Getúlio, a fim de auferir o seguro de vida do qual era beneficiário, induziu Maria a cometer suicídio, e, ainda, emprestou-lhe um revólver para que consumasse o crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de natureza grave. Em relação a essa situação hipotética, apesar de a conduta praticada por Getúlio ser típica, pois configura induzimento instigação ou auxílio ao suicídio, ele é isento de pena, porque Maria não faleceu. 4. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio privilegiado, a violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser dominante da conduta do agente e ocorrer logo após injusta provocação da vítima. 5. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) É inadmissível a ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado. .................................................................... CAPITULO II DAS LESÕES CORPORAIS LESÕES CORPORAIS Conceito . Qualquer dano ocasionado à integridade física e à saúde fisiológica ou mental do homem. . É a ofensa – direta ou indiretamente – a integridade corporal ou a saúde de outrem, quer causando uma enfermidade, quer agravando a que já existe. A dor é dispensável para a configuração do delito, mas influenciará na fixação da pena. Não é preciso o derramamento de sangue, ou que haja qualquer tipo de dor. . Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção, de três meses a um ano Obs. AUTOLESAO . Não é punido no direito brasileiro, a não ser que o agente pretendendo obter indenização ou valor de seguro fira o próprio corpo, mutilando-se. Art. 171 Par. 2º, V, do CP. Obs. Aplicação do Princípio da Insignificância ou bagatela . É aplicável a lesão ínfima causada à vítima. Ex. Pequenas lesões causadas culposamente em acidentes de trânsito; puxão de cabelo; beliscão; pequena arranhadura. Fato atípico. Obs. Lesões leves provocadas por cônjuge . Hipótese de violência doméstica, art. 129 Par. 9º; Obs. Consentimento do Ofendido. . O consentimento da vítima é causa supralegal de exclusão da ilicitude. . Ex. Lesão corporal consentida cometida durante a prática sexual entre adultos (Filme: Cinquenta Tons de Cinza); Fato atípico. Obs. Comprovação por perícia . É indispensável a realização de laudo pericial; Obs. Cirurgia de mudança de sexo . Lesão Corporal Grave x Princípio da Busca pela Felicidade . “O ser humano não pode ser digno, ser livre, se não é feliz!” . Consentimento do Ofendido exclui a ilicitude pelo exercício regular do direito. Obs. Lesões Esportivas . Ex. Boxe, Futebol. Fato atípico . A não ser que ocorram excessos por parte do agente. Ex. Mordida na orelha do adversário feita por Mike Tyson. TIPOS PENAIS DO CRIME DE LESÃO CORPORAL LESÃO CORPORAL SIMPLES Art. 129, caput LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA Art. 129, Par. 4º e 5º LESÃO CORPORAL QUALIFICADA Art.129, Par. 1º, 2º, 3º e 9º LESÃO CORPORAL CULPOSA Art. 129, Par. 6º e 7º PERDÃO JUDICIAL Art. 129, Par. 8º CAUSA DE AUMENTO DE PENA Art. 129, Par.10º LESÃO CORPORAL GRAVE Reclusão de 01 a 05 anos 1. Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; 2. Perigo de vida; 3. Debilidade permanente de membro, sentido ou função; 4. Aceleração de parto; LESÃO GRAVISSIMA Reclusão de 02 a 08 anos 5. Incapacidade permanente para o trabalho; 6. Enfermidade incurável; 7. Perda ou inutilização do membro, sentido ou função; 8. Deformidade permanente; 9. Aborto Obs. As lesões podem ser divididas quanto ao elemento subjetivo e intensidade. Quanto ao elemento subjetivo Quanto à intensidade a) dolosa simples (caput); b) dolosa qualificada (§§1º, 2º e 3º); c) dolosa privilegiada (§§4º e 5º); d) culposa (§6º). a) leve (caput); b) grave (§1º); c) gravíssima (§2º); d) seguida de morte (§3º). Obs. Lesão Corporal seguida de morte, art. 129 Par. 3º, . Crime PRETERDOLOSO (dolo na conduta inicial e culpa na ocorrência do resultado) . Não admite tentativa na forma culposa do crime e na forma preterdolosa. Obs. Lesão Culposa no Trânsito . Não se aplica o art. 129, Par. 6º, mas sim o Art. 303 do CTB (Lei 9.503/97) Obs. Vias de Fato x Injúria Real . Cometimento de violência (que não caracterize lesões corporais) com a intenção de humilhar, envergonhar, ofender a dignidade da vítima. Ex. leve bofetada no rosto – teremos Injúria Real. . Se a violência não for ultrajante teremos Vias de Fato (desde que não caracterize lesões corporais) Ex. Empurrar a vítima; rasgar sua roupa; puxar cabelo; arremessar-lhes objetos; arrancar parte do vestuário; sacudir a vítima. Obs. Corte de cabelo ou da barba à revelia da vítima. . Será Injúria Real – se o corte for feito com o intuito de envergonhar, humilhar; (RT 438/441) . Vias de Fato – Se a violência praticada não deixar vestígios sensíveis, (não caracterizando lesão corporal); . Lesão Corporal leve – Se a violência deixar vestígios leves. Obs. Lesão corporal não se confunde com contravenção penal de vias de fato. Configura-se contravenção a agressão física sem a intenção de lesionar (art. 21 do Dec. Lei 3.688/41). Obs. Homicídio x Lesão Corporal seguida de morte . O crime de Homicídio é julgado pelo tribunal do júri; . O crime de Lesão Corporal seguida de morte, não é julgado pelo Tribunal do Júri, pois não se trata de crime doloso contra a vida. O agente assume o risco de causar lesão corporal, a morte advém a título de culpa. Obs. Lesão Corporal x Crime de Disparo de Arma de Fogo (Art. 15 da Lei 10.826/2003) . Se o agente efetua disparo de arma de fogo em direção a vítima com o dolo de lhe causar lesões corporais de natureza leve, ele responde por lesão corporal e não pelo disparo, pois o disparo foi a forma que ele encontrou para lesionar. Obs. Lesão Corporal x Crime Continuado . Art. 71, Par. Único do CP, desde que as lesões corporais sejam praticas uma seguida à outra, em diversas vítimas. Obs. Lesão Corporal x Concurso Formal de Crimes (art. 70 do CP) . É admissível, desde que o agente com uma só ação atinja a integridade física e a saúde de várias pessoas. Ex. Tício em um só ato despeja, sobre um grupo de pessoas, um recipiente contendo ácido sulfúrico. Obs. Multiplicidade de lesões contra a mesma pessoa. Crime único x Concurso de Crimes . O delito de lesões corporais é Plurissubsistente (admite a prática de vários atos executórios) . Multiplicidade de lesões, contra a mesma pessoa, em um só processo, constitui crime único. Ex. Tício primeiramente chicoteia Mévio; logo em seguida desfere-lhe pauladas nas costas; e, finalmente, desfere- lhe uma facada no braço. 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Crime Comum, qualquer pessoa Sujeito Passivo: A vítima Obs. Em 2 casos a lei exige qualidade especial da vítima: ser mulher grávida. Art. 129, §1º, IV Resulta aceleração do parto Art. 129, §2º, V Resulta abortamento. 1.2. Elementos: 1.2.1 – Objetivo: OFENDER (a integridade corporal ou a saúde de outrem) Subjetivo: DOLO, CULPA ou PRETERDOLO Dolo Culpa Preterdolo Caput e §§1º e 2º §§6º e 7º §§1º, 2º e 3º 1.3. Qualificação Doutrinária: . Material / De Dano / Plurissubsistente / De forma livre 1.4. Consumação: Se consuma com a efetiva ofensa à integridade corporal ou saúde física ou mental da vítima. 1.5. Admite-se Tentativa – Na forma Grave e Gravíssima LESÕES CORPORAIS PRIVILEGIADAS, Art. 129 Par. 4º A pena é diminuída de 1/6 a 1/3; 1. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem por motivo de relevante valor social 2. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem impelido por motivo de relevante valor moral 3. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima. a) Emoção Violenta; b) Injusta provocação da vítima; e c) Sucessão imediata entre a provocação e a reação. SUBSTITUIÇÃO DE PENA POR MULTA, Art. 129 Par. 5º Não sendo graves as lesões: a) Ocorrer à situação anterior, ou seja a lesão corporal for privilegiada. Em se tratando de lesões corporais leves, o legislador concedeu ao juiz duas alternativas: - reduzir a pena de 1/6 a 1/3 (Par. 4º) ou substituí-la por multa (Par. 5º); b) Se tratar de lesões recíprocas entre infrator e ofendido, hipóteses: 1 – Ambos se feriram, e um deles agiu em legítima defesa: um é condenado com o privilégio da substituição por multa; o outro é absolvido; 2 – Ambos se feriram e dizem estar em legítima defesa: ambos são absolvidos; 3 – Ambos se feriram, nenhum em legítima defesa: condena-se os dois com a aplicação da multa. LESÃO CORPORAL CULPOSA, Art. 129 Par. 6º, 7º - AUMENTO EM 1/3 . Resulta de inobservância de regra técnica ou profissão, arte ou ofício; . Imprudência, Negligência e Imperícia . Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; . Não procura diminuir as consequências de seu ato; . Foge para evitar prisão em flagrante LESÃO CORPORAL CULPOSA – PERDÃO JUDICIAL Art. 129, Par. 8º . O juiz pode deixar de aplicar a pena; VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, art. 129 Par. 9º . Se o crime for qualificado (lesões graves, gravíssimas ou morte) – a pena é aumentada de 1/3; . Se a vítima de violência doméstica, no caso do Par. 9º, é portadora de deficiência (física ou mental) – a pena é aumentada em 1/3. Obs.: É possível o enquadramento no crime de violência doméstica de Babá, que se prevalece da convivência com a criança para agredi-la. Ação Penal e Procedimento . Ação é Pública Incondicionada, se a lesão for Grave (Par. 1º), Gravíssima (Par. 2º), ou seguida de morte (Par. 3º). . Será Pública condicionada a representação do ofendido se for leve (caput), ou culposa (Par. 6º) ....................................................................... EXERCÍCIOS a) Diferenciar Crime Próprio x Crime de mão própria Levando-se em consideração a co-autoria e participação, com fundamento no art. 30 do CP b) Diferenciar animus é laedendi x animus é necandi Quando se emprega cada um deles. c) Conceituar: Crime de Perigo Concreto; Crime de Perigo abstrato; Crime de perigo individual; Crime de Perigo comum ou coletivo; Crime de perigo atual; Crime de perigo iminente; Crime de perigo futuro ou mediato. d) QUESTÃO OBJETIVA E SUBJETIVA DA AULA 3 DO PLANO DE AULA CAPITULO III DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE arts. 130 ao 136 Obs. São crimes de PERIGO (mera probabilidade de dano); . A CONSUMAÇÃO se dá com a simples exposição a perigo de dano; Procura-se evitar que o dano ocorra; Exemplo: . Punir condutor que anda em alta velocidade; . Pai que corrige seu filho; . Possui uma função preventiva e educativa; Obs. Admitem TENTATIVA nos atos plurissubsistentes (a consumação se da com a realização de vários atos); Obs. O elementoSubjetivo é a vontade consciente de produção do PERIGO; PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO Obs. Procura o legislador por meio deste artigo impedir a propagação de doenças venéreas sexualmente transmissíveis; . Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. Par. 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. Par. 2º - Somente se procede mediante representação. Obs. Ato Libidinoso - é a ação que dá ao autor prazer e satisfação sexual; abrange desde a conjunção carnal, a carícias corporais e beijos sensuais, ou seja, toda a forma de ato sexual possível de se transmitir doenças. Obs. Moléstia venérea – Codiloma acuminado (HPV); Doença inflamatória pélvica (DIP); Donovanose; Hepatites virais; Herpes; Sífilis; Gonorreia; Cancro mole, dentre outras. Obs. Utilização de preservativo – Não configura o delito. Obs. O consentimento da vítima é irrelevante, se a lesão não for leve, pois o bem jurídico aqui tutelado é a incolumidade física e a saúde do indivíduo, interesse público, supra-individual. Para que o consentimento do ofendido seja válido, inicialmente, o bem jurídico em questão deve encontrar-se no rol daqueles entendidos como disponíveis, a vítima deve ter capacidade para consentir e, finalmente, o consentimento deve ser prévio ou, no mínimo, concomitante à conduta do agente. A integridade corporal e a saúde são disponíveis, desde que a lesão sofrida seja de natureza leve. Caso contrário, como regra geral, o consentimento não terá o condão de afastar a ocorrência da infração penal. Se a doença venérea produz lesão corporal de natureza grave, ou mesmo pode conduzir à morte, o consentimento não será válido. Obs. Crime de Forma Vinculada (contágio venéreo por meio de ato sexual), se o contágio se der por meio de uso de objetos pessoais, dentre outros, poderá ser caracterizado do delito do Art. 131 ou 132 do CP. Obs. CRIME IMPOSSÍVEL . Vitima também é portadora da doença; . Vítima é imune à doença; . Agente supõe erroneamente ser portador de moléstia venérea; 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Crime comum (qualquer pessoa contaminada por doença sexualmente transmissível) Obs. A prática desse crime constitui justo motivo para se pedir a dissolução da sociedade conjugal, com base em conduta desonrosa e violação dos deveres do casamento, Lei nº 6.515/77, art. 5º, caput) Sujeito Passivo: Vítima de contágio de moléstia (inclusive quem exerce a Prostituição) 1.2. Elementos: 1.3. – Objetivo : é a prática de relação sexual ou ato libidinoso, por pessoa portadora de moléstia venérea com outra pessoa expondo-a a risco de se contaminar. Subjetivo : a) O agente “sabe que está contaminado” (caput) – DOLO DE PERIGO; b) O agente “deve saber que está contaminado” (caput) – DOLO EVENTUAL; c) O agente “sabe que está contaminado e tem a intenção de transmitir a moléstia (Par. 1º) – DOLO DE DANO; Obs.: Não existe na forma Culposa Obs. CONSUMAÇÃO: Se da com a prática de relações sexuais ou atos libidinosos capazes de transmitir a moléstia venérea. Não é necessário o contágio, basta a exposição a situação de perigo de contágio. (DE PERIGO) 1.4. Qualificação Doutrinária: . Próprio / Formal / DE forma vinculada / Comissivo / Instantâneo / De Perigo Abstrato / Plurissubsistente 1.5. Admite tentativa . Exemplo: O Agente querendo manter relação sexual com a vítima, não consegue realizá-la. . Exemplo: Imagine-se a hipótese, mesmo que de laboratório, em que alguém, sabendo-se portador de uma doença venérea, vá até um bordel com a finalidade de manter relação sexual com uma prostituta. Quando está no quarto, já despido, ao deitar-se na cama com a vítima, ainda não iniciado o ato, uma colega de “profissão” da prostituta ingressa no quarto e impede a prática do ato sexual, revelando que o agente está contaminado por uma moléstia venérea. Podemos entender, dessa forma, como início da execução, aqueles instantes que antecederam, por exemplo, à conjunção carnal, quando o agente já havia retirado a roupa, bem como a roupa da vítima, pois o bem jurídico saúde, naquele instante, já estava sendo objetiva e imediatamente atacado. Obs. Ação Pública Condicionada à Representação do Ofendido. Obs. Casos Concretos. a) O agente sabe estar contaminado e mantém relação sexual com a vítima, sem a pretensão de transmitir a doença, mas expondo o sujeito passivo a perigo. . Responde pelo art. 130, caput. b) O agente deve saber estar contaminado e pratica a mesma conduta descrita no item anterior. . Responde pelo art. 130, caput. c) O agente sabe estar contaminado e quer transmitir a doença no contato sexual mantido (conseguindo ou não o contágio). . Responde pelo art. 130, Par. 1º. d) O agente sabe estar contaminado e quer transmitir a doença para afetar a saúde da vítima, provocando um dos resultados do art. 129, Par. 1º e 2º. . Responde por lesão corporal grave ou gravíssima. e) O agente sabe estar contaminado e quer transmitir a doença para matar a vítima que se encontra com saúde debilitada, animus necandi. . Responde pelo art. 121 (sendo a moléstia grave comparada a veneno). Obs. AIDS . Não é doença venérea, pois possui outras formas de transmissão além das vias sexuais. . Vírus considerado letal para a medicina; - Caso o portador do vírus mantenha relação sexual com alguém disposto a transmitir-lhe o mal. . Responde pelo Art. 130 CP, por tentativa de homicídio ou homicídio consumado. Obs. Prova Pericial É necessário prova pericial, para se comprovar que o agente se encontrava, no momento da ação, contaminado por moléstia venérea. Dessa forma, será muito difícil a configuração do mencionado tipo penal, uma vez que, ninguém é obrigado a fazer prova contra si mesmo, não sendo o agente obrigado a se submeter a exame pericial a fim de que, nele, seja apontada a doença venérea de que era portador. Art. 158 do CP, Quando a infração penal deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 167 do CP, Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. Obs. CONCURSO DE CRIMES . Concurso formal de crimes (art. 213 e seguintes) [estupro; violação sexual mediante fraude; assédio sexual] . Crime mais grave acrescentado de 1/6 até ½. Obs. Morte da vítima quando era intenção do agente transmitir-lhe a doença. Se houver a morte da vítima, quando a intenção era transmitir-lhe a doença, o autor responderá por lesão corporal seguida de morte, tendo em vista que seu dolo era de dano (transmissão da moléstia venérea de que era portador), sendo-lhe imputado a título de culpa (já que esse resultado não fazia parte do seu dolo, mas lhe era previsível). .................................................................................... PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE Obs. Apesar de se encontrar entre os crimes de perigo, esse é um crime de FORMAL e de DANO, com DOLO de DANO. . Esse delito se encontra neste capítulo, pois caso o autor pratique ato capaz de produzir o contágio, mas não ocorra a transmissão da enfermidade, o delito estará configurado da mesma forma. . Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. Obs. Moléstia Grave (art. 131CP) x Moléstia Venérea (art. 130CP) . Ex. de Moléstia Grave – Febre amarela; Tuberculose; A peste; o Cólera; o Tifo; a Varíola; A difteria; A lepra; O Sarampo; A paralisia; A leishmaniose.1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Crime Próprio (qualquer pessoa contaminada) Sujeito Passivo: Qualquer pessoa que não esteja contaminado pela mesma moléstia. Obs. CRIME IMPOSSÍVEL . Mesmas hipóteses do crime anterior. 1.2. Elementos: 1.3. – Objetivo : Transmitir a Doença Subjetivo : DOLO de querer TRANSMITIR A DOENÇA Obs. Não se admite o DOLO EVENTUAL (pois o tipo exige além da vontade genérica, que seja “com o fim de transmitir a outrem a moléstia grave”) 1.4. Qualificação Doutrinária: . Próprio / Formal / De forma livre / Comissivo / Instantâneo / Dano / Unissubistente e Plurissubsistente 1.5. Admite tentativa, desde que na forma Plurissubsistente. Obs.: A moléstia pode ser transmitida por qualquer meio apto. . Ex. Ato de tossir diretamente no rosto da pessoa saudável; Aperto de mão; beijo; abraço. . Ex. Seringas, bebidas, etc. Obs.: Não existe na forma Culposa Obs. CONSUMAÇÃO: Consuma-se o delito com a prática de atos destinados à transmissão da moléstia grave, independentemente do fato de ter sido a vítima contaminada ou não. A contaminação pode se dar por beijo, instrumentos, injeções, e até mesmo por relações sexuais ou atos libidinosos, desde que a moléstia não seja venérea. Obs. Prova Pericial: mesmos comentários do art. 130 do CP. Obs. Utilização de Objeto contaminado que não diga respeito ao agente O agente que, embora não sendo portador de qualquer doença, se vale de um instrumento contaminado por moléstia grave, a fim de transmiti-la à vítima, pratica o delito tipificado no art. 131 do CP? Não. É necessário para a configuração do art. 131 do CP, que o agente esteja contaminado por moléstia grave e que atue no sentido de transmiti- la a alguém. Exemplo: Se tício utilizar um instrumento contaminado por moléstia grave de terceiro, poderá ser responsabilizado a título de lesões corporais, consumadas ou tentadas, se o seu dolo era o de ofender a integridade corporal ou à saúde de outrem, podendo variar, inclusive, a natureza das lesões (leve, grave ou gravíssima), nos termos do art. 129 CP. Obs. Crime impossível . Mesmas situações do art. 130 do CP. Obs. Vítima que morre em virtude da doença grave . Se a intenção do agente era no sentido de transmitir-lhe moléstia grave com o fim de causar-lhe a morte, deverá ser responsabilizado, caso a vítima venha a falecer, pelo delito de homicídio. / Se sobreviver – por tentativa de homicídio. Obs. Transmissão do vírus HIV Pode ocorrer a hipótese, não incomum, de que o agente, revoltado com a sua doença, queira transmitir a outras pessoas o vírus HIV, de que é portador. A Aids não somente é uma doença incurável, mas também letal. Embora, existam os “coquetéis” de medicamentos que fazem com que a vítima tenha sobrevida prolongada, não foi proclamada, ainda, sua cura. Assim, no caso de querer o agente transmitir o vírus HIV, Rogério Greco entende que o seu dolo será o de homicídio, e não o do delito tipificado no art. 131 do Código Penal. Nesse sentido, preleciona Guilherme de Souza Nucci: “Quando o agente busca transmitir o vírus da AIDS, propositadamente, pela via da relação sexual ou outra admissível (ex.: atirando sangue contaminado sobre a vítima), deve responder por tentativa de homicídio ou homicídio consumado (conforme o resultado atingido).” Em sentido contrário, entendendo pela configuração do art. 131 do Código Penal, já decidiu o STF: “Moléstia Grave. Transmissão. HIV. Crime doloso contra a vida versus o de transmitir doença grave. Descabe, ante previsão expressa quanto ao tipo penal, partir-se para o enquadramento de ato relativo à transmissão de doença grave como a configurar crime doloso contra a vida” (HC 98.712/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª T., julg. 05/10/2010). Obs. CONCURSO DE CRIMES . É possível desde que a intenção do agente seja para além do potencial atingimento da vítima, e sim a causação de uma epidemia, configurando assim o art. 267 (crime de perigo coletivo ou comum, pondo em risco um número indeterminado de vítimas). Obs. Ação Pública Incondicionada .................................................................................... PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM . Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Par. Único. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. Obs. Exemplos: a) Caso do empreiteiro que, para poupar-se ao dispêndio com medidas técnicas de prudência, na execução da obra, expõe o operário ao risco de grave acidente. Obs. O Agente não pretende causar nenhum dano a alguém, mas simplesmente criar uma situação da qual resulte uma ameaça de lesão para a vida ou a saúde de outrem. Obs. São crimes de PERIGO CONCRETO (não basta que a acusação descreva o fato praticado pelo agente, devendo demonstrar o perigo concreto sofrido pela vítima); Ex. dar tiros num local habitado é um fato; provar que esses tiros quase atingiram uma pessoa é o perigo concreto. Obs. Delito Subsidiário . “... se o fato não constitui crime mais grave” - Somente se utiliza a figura do art. 132, quando não se concretizar outro mais grave. Ex. Não tem como punir o agente pelo art. 132, quando houve na verdade uma tentativa de homicídio. 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Crime Comum(não se admite pessoa incerta) Sujeito Passivo: Qualquer pessoa (suj. determinado) Obs. Segundo a Jurisprudência, a utilização de cerca energizada para afugentar ladrões (ofendículo), por causar perigo a pessoas indeterminadas, não configura o crime do art. 132 CP, pois esse exige vítima certa. 1.2. Elementos: 1.3. – Objetivo : Expor a perigo Subjetivo : DOLO de expor a perigo Obs. Art. 132 x Tentativa de Lesão Corporal x Homicídio . O Art. 132 é subsidiário, ou seja ocorrendo lesão corporal ou homicídio, deverá responder pelo delito mais grave. Obs.: Não admite a forma Culposa 1.4. Qualificação Doutrinária: . Comum / De Perigo Concreto / De forma livre / Comissivo ou Omissivo (expor) / Instantâneo / Plurissubisistente 1.5. Admite tentativa – Na forma comissiva. 1.6 Consumação Mera exposição da vítima ao RISCO DE DANO (perigo) Obs. Art. 132 do CP x Art. 15 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento) 1) Se alguém disparar arma de fogo em lugar habitado ou nas cercanias, coloca em perigo pessoas humanas. . Responde pelo Art. 15 da Lei 10.826/2003; Disparo de arma de fogo Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 2) Caso o disparo seja efetuado em lugar não habitado normalmente, mas que naquela ocasião possuía alguma pessoa, e com isso ocorreu perigo efetivo. (não tinha a intenção de lesionar ninguém) . Responde pelo art. 132 do CP. Perigo para a vida ou saúde de outrem Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Obs. Causa de aumento de pena, par. Único – Ex. transporte de boias- frias na caçamba do caminhão sem qualquer proteção. . Além de poder configurar-se em via pública (delito de trânsito), pode ocorrer também em propriedades privadas (código penal). . Ex. Transporte de boias frias. Obs. Quando o agente produz perigo a um número determinado de pessoas O Agente quando coloca um grupo de pessoas a situação deperigo, responderá por concurso formal de crimes, art. 70 do CP. Obs. Ação Pública Incondicionada .................................................................................... ABANDONO DE INCAPAZ Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos Obs. O Dolo não é o de causar a morte (art. 121 CP) ou mesmo lesão corporal na vítima (art. 129 CP), mas sim o de ABANDONAR. Obs. O abandono tratado neste artigo é o FISICO; Obs. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado (Art. 133 CP) x Expor ou Abandonar recém-nascido (Art. 134 CP) Obs. Cuidado x Guarda x Vigilância . Cuidado é a assistência eventual; Assistência a pessoas que, de regra, são capazes de valer a si mesmas, mas que, acidentalmente, venham a perder essa capacidade. . Ex. o marido é obrigado a cuidar da esposa enferma, e vice-versa; o enfermeiro que cuida de pessoa portadora de doença grave. . Guarda é a assistência duradora; . Ex. menores sob a guarda dos pais. . Vigilância é a assistência acauteladora; Zelo pela segurança pessoal. . Ex. guia alpino vigia pela segurança de seus companheiros de escalada, mas não os tem sob sua guarda. 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Próprio (garantidor) Sujeito Passivo: Próprio Obs. Não é admissível o consentimento do Ofendido. 1.2. Elementos: 1.3. – Objetivo : Expor a perigo Subjetivo : DOLO de expor a perigo Admite o Dolo Eventual Obs.: Não admite a forma Culposa Ex. mãe que perde filho em supermercado; 1.4. Qualificação Doutrinária: . Próprio / De Perigo Concreto / De forma livre / Comissivo ou Omissivo / Instantâneo / Plurissubisistente Obs. Exemplos . Comissiva - Conduzir um incapaz até a floresta, abandonando-o; . Omissiva - babá que abandona o emprego, deixando as crianças, que estavam sob sua assistência à própria sorte. . A vítima que se encontre sob os cuidados de determinada enfermeira que, irritada pela falta de pagamento dos seus serviços, durante a madrugada, a abandone, deixando-a à própria sorte, quando eram necessários os seus cuidados no sentido de trocar, por exemplo, o balão de oxigênio, bem como a ministração de medicamentos necessários à estabilização de sua saúde. 1.5. Admite tentativa – Na forma comissiva. Ex. o agente é surpreendido no ato do depósito, ou quando já está se distanciando da vítima, mas antes que esta corra perigo. 1.6 Consumação Mera exposição da vítima ao RISCO DE DANO (perigo) Consuma-se o delito no instante em eu o abandono produz efetiva situação de perigo concreto para a vítima. Obs. Mesmo que o agente se arrependa e venha a buscar o assistido em momento posterior, se houver exposto a vítima a perigo, mesmo que por curto espaço de tempo, está configurado o delito. Obs. PRETERDOLO . Ocorre no Par. 1º e 2º, pois a intenção (dolo) do agente era somente de abandonar, sendo que o resultado mais grave (culpa) foi além do inicialmente desejado pelo agente. Obs. ESTADO DE NECESSIDADE. . Não se configura o crime, excludente da ilicitude, desde que preenchidos os requisitos constantes no art. 24 do CP. Ex. mãe que deixava os filhos trancados por absoluta necessidade de ir trabalhar fora. Obs. Aplicação da majorante em razão da união estável O §3º do art. 133 do CP determina o aumento em 1/3 da pena se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. O CP não fez menção à união estável para fins de aplicação da majorante, mas o Código Civil não denomina cônjuges aqueles que se encontram nessa situação, conforme arts. 1.723 e 1724, do CC: Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família. Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. Assim, pergunta-se: O companheiro que abandona sua companheira, que necessita de sua assistência, tendo em vista a sua particular condição que a torna incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono, deverá responder pelo delito tipificado no art. 133 do Código Penal, com a aplicação da majorante prevista em seu § 3º? . Em respeito ao princípio da legalidade, não permitido analogia in malam partem. Obs. Ação Pública Incondicionada .................................................................................... Exposição ou abandono de recém-nascido Obs. Forma privilegiada do crime abandono de incapaz (art. 133 do CP). É tido como uma forma de privilégio concedido pelo legislador, para que o agente não venha a cometer um delito mais grave, como o de infanticídio. Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. Obs. a) a situação de exposição ou abandono; b) A condição de recém-nascido; c) O especial fim de agir com que atua a agente, que procura, com o seu comportamento, ocultar desonra própria. Obs. Recém-nascido, ou seja, aquele que acabou de nascer; o neonato; aquele que possui poucas horas ou mesmo alguns dias de vida. Obs. Salvaguardar a honra pessoal Exemplo: Mãe resolve esconder a gravidez resultante de estupro do marido estéril; . Se a pessoa for desonesta ou de desonra conhecida, ou se já concebeu, não cabe alegação de preservação da honra. . A prostituta não pode ser sujeito ativo desse delito, respondendo por abandono de incapaz (art. 133 CP). 1. CARACTERIZADORES DO DELITO 1.1. Sujeitos do Delito: Sujeito Ativo: Próprio (garantidor) Mãe. Sujeito Passivo: Próprio (filho do sujeito ativo / recém-nascido) Obs. Crime de difícil configuração nos dias atuais. 1.2 Elementos: Objetivo : Expor a perigo Subjetivo : DOLO de expor a perigo (para ocultar desonra própria). Obs.: Não admite a forma Culposa 1.4. Qualificação Doutrinária: . Próprio / De Perigo Concreto / De forma livre / Comissivo ou Omissivo / Instantâneo / Plurissubisistente 1.5. Admite tentativa – Na forma comissiva. Exemplo: Mãe que, querendo ocultar desonra própria, deixa seu filho embrulhado em um cobertor próximo a uma creche, oportunidade em que, instantes depois de sua saída do local, a criança é descoberta e acolhida pelas pessoas que trabalham naquela instituição. Nesse caso, podemos visualizar a possibilidade de ser a mãe responsabilizada pela tentativa do delito em estudo, uma vez que havia, segundo sua concepção, esgotado tudo aquilo que era necessário a fim de realizar o abandono, que não resultou em perigo concreto para a vida ou para a saúde do recém-nascido. 1.6 Consumação Mera exposição do recém-nascido ao RISCO DE DANO (perigo) Obs. Mesmo que o agente se arrependa e venha a buscar o recém- nascido em momento posterior, se houver exposto a vítima a perigo, mesmo que por curto espaço de tempo, está configurado
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