Buscar

AULA COMPLETA PENAL III AV2(1) (2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 190 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 190 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 190 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Turma 2001 TARDE: 
Email: adv2001turma@gmail.com; senha: turma2001adv 
turmadireito2018-1@outlook.com; senha: direito2018 
Representante de Turma: Miguel 99121-6141 
 
Turma 3001 NOITE: 
Email: direitopenalestacio3001@gmail.com 
Senha: 4semestre 
Representante de Turma: Dimitrio 99128-5308 
 
AV1 – ARTIGO entre 12 a 15 fls. (até 3 pessoas) - ABNT 
Temas 
I – Análise da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo 
(História, impactos na sociedade roraimense e Direitos Humanos) 
II – A ressocialização dos presos na Penitenciária Agrícola de Monte 
Cristo e os Direitos Humanos. 
(É possível a ressocialização dos presos naquele ambiente?) 
III – Análise das recentes rebeliões na Penitenciária Agrícola de Monte 
Cristo e os Direitos Humanos. 
(Discutir as recentes chacinas, motivos e consequências) 
IV – Prestação de assistência à saúde de caráter preventivo na 
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e os Direitos Humanos. 
(Relatórios OAB, CNJ e DEPEN de visita/inspeção a penitenciária 
agrícola de monte cristo nos anos de 2016, 2017 e 2018; Lei de 
Execuções Penais) 
 
 
 
 
 
V - Prestação de assistência à saúde de caráter preventivo na 
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo e os Direitos Humanos. 
(Resolução 14/94 a qual estabelece regras mínimas para o tratamento do 
preso no Brasil; Lei 1266/18 do Estado de Roraima, a qual institui o 
padrão de atendimento médico e odontológico nas unidades prisionais) 
VI - Prestação de assistência à saúde de caráter preventivo na 
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, Direitos Humanos e Tortura 
(Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário; Regras de Mandela 
e Relatório de Missão a unidades de privação de liberdade no Estado de 
Roraima - Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura) 
VII – Como se dá a prestação de assistência à saúde de caráter 
preventivo na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo? 
 . A equipe de profissionais de saúde estão trabalhando na 
Penitenciária Agrícola de Monte Cristo? Se não. Porquê. 
 . Quais os dias e os horários que prestam atendimento nessa 
unidade prisional? 
 . Quem são as pessoas que compõem a equipe de assistência à 
saúde da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a qual órgão estão 
vinculados SESAU ou SEJUC? 
 . O que é a “Ala da saúde” na Penitenciária Agrícola de Monte 
Cristo? 
 . Quem é o atual diretor da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo? 
Obs. Utilizar o Relatório de Missão a unidades de privação de liberdade 
no Estado de Roraima - Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à 
Tortura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Turma 2001 TARDE: 
GRUPO TEMA 
Eder Yan Seabra de Lima 
Lorenzo Sobral de Almeida 
I 
Cleube Lima Ferreira 
Dimas Rodrigues 
Ana Cristina Rodrigues 
I 
Kamila Madhay 
Vanessa Costa 
Franklim Nascimento 
I 
Jainny Diogo Oliveira da Silva 
Eduardo Felipe 
Natascha Breves Sena 
I 
Ingrid Mariana 
Maria Lais de Alencar Santos 
I 
Maria da Conceição Mota Ferreira Cruz 
Elizeu Ferreira de Souza Barden 
David Higor Sales de Oliveira 
I 
Eduarda Silva Ferreira 
Patricia Souza Santos Pereira 
Ulicélia de Oliveira 
VII 
Micael Santos da Silva 
Johanison Raiel dos Santos 
II 
Alana do Vale 
Silvania Vonhytz da Silva 
II 
Thomaz Augusto Caldas Cabrera II 
João Guilherme Melo dos Reis 
Giulia Nascimento 
Wendel Brash 
II 
Andrea Freitas de Vasconcelos II 
Tailane Caniza Mayer 
Aldeliane Laranjeira 
Darline Monteiro Silva 
III 
Joseane Pereira Santa Brigida 
José Raian cunha Raiol 
Raimunda da Cunha Duarte 
II 
Isabella Macedo Arriel Vilela 
Aline Helena Zago 
Miguel Menezes de Andrade 
III 
Thamela Karina Oliveira Moura de Sousa 
Rayane Aires dos Santos Lima 
Yordania 
III 
Ana Karoliny Pinto Silva 
Francisco silva e Silva 
Gislane da Silva Gomes 
III 
Andressa Vieira Feitosa 
Erick Renato Vieira Silva 
III 
Geovana Gomes 
Maria Ariane 
Josiely 
III 
Renata Paludo III 
Lucas Ferreira de Sousa 
Bruna Luiz 
Adielie Siqueira 
Raquel Leal 
VI 
Ana Liandra Cabral de Souza 
João Victor Aires Rodrigues 
Maria Raphaela Cruz Pereira 
IV 
Bruna Ribeiro Pinheiro 99174-7038 VII 
Nayara Bentes 99114-6852 
Cleyza ketllen 
Kytana Elkya Silva Lemos 99116-2800 
VII 
Joana Darc Veras Maia 99133-3392 VII 
 
 
ruimachadojr01@gmail.com 
Turma 3001 NOITE: 
GRUPO TEMA 
Marcela Cruz do Nascimento 
Kelly Aguiar Pires 
I 
Ana Clara Almeida de Souza 
Raul Victor dos Reis Nascimento Coutinho 
I 
Ketlenn Mota 
Isabely Ferreira 
Kawenna Majjoriê 
I 
Marcela 
Reyla Milhomem 
I 
Kelly Pirez 
Kennedy gomes 
Hector Pinheiro Souza 
Marxuel da Silva de Oliveira 
I 
Danubia Souza Machado I 
Alberto Ribeiro 
Mateus da Silva Figueredo 
Daniel Pietro 
I 
Doralice Baia Mota 
Matheus Rodrigues Rocha 
Thiago Nascimento Rodrigues 
I 
Carina Silva Lobo 
Karen Camilo de Sousa 
Radielson Fontenele Ramos 
I 
Guilherme Prudêncio Maia 
Weverton Tome Briglia 
Valdeir Saraiva Araujo 
II 
Mayco Samias 
Madson Cavalcante 
Leticia Gaudêncio 
II 
Ruth Gabriela de Jesus Fernandes 
Lariane Sousa 
Paulo costa do Nascimento 
II 
Ana Clara Barradas 
Keila Sales da Silva 
Fatima Celena Oliveira Barradas 
II 
Ivan Hugo Costa da Silva 
Mibizar dos Santos Pereira 
II 
Mario Sergio Lima Briglia 
Cauby de Souza Andrade 
Albert Einstein Lima da Silva 
Livia Elen Fernandes Severo 
III 
Jonathan Rodrigo III 
Carina Lobo 
Karen Camilo 
Radielson Serejo 
III 
Orismar Junior 
José Carlos da Silva Martins 
III 
Adriel Passos da Silva 
Dayane Pereira da Silva 
Jackeline Sander Oliveira Reina 
III 
Luan Aires Oliveira Souza 
Dimitrio de Castro e Silva 
VI 
Jaine Chrysley dos Santos Araujo 
Nathalia gomes de Morais 
Amanda Brito Bandeira 
VII 
Iram Gonçalves de França 
Karen Louise Almeida Timbó 
Gabriela Regina de Souza Santos 
VII 
Cleres Lopes Barroso 
Cassio Lima Cerrão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES 
 
1. QUANTO A QUALIDADE DO SUJEITO 
. Comum / Próprio 
2. QUANTO A RELAÇÃO ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO 
NATURALÍSTICO 
. Material / Formal 
3. QUANTO AO MOMENTO EM QUE SE CONSUMA O CRIME 
. Instantâneo / Permanente 
4. QUANTO AO GRAU DE INTENSIDADE DO RESULTADO 
. De Dano / De Perigo 
5. QUANTO AO NÚMERO DE ATOS EXECUTÓRIOS QUE 
INTEGRAM A CONDUTA 
. Unissubisistente / Plurissubsistente 
6. COM RELAÇÃO À FORMA COMO É PRATICADO O CRIME 
. Comissivo / omissivo 
7. QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO 
. De forma livre / De forma vinculada (Art. 284 do CP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo 
 . Crime Comum / Crime próprio 
Sujeito Passivo 
 . Quem sofre a ação? 
1.2. Elementos: 
1.2.1 – Objetivo: É o núcleo dos tipos: 
Subjetivo: Dolo / Dolo Eventual / Culpa 
1.3. Admite a forma Culposa? 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Comum / Próprio 
. Material / Formal 
. Instantâneo / Permanente 
. De dano / De perigo 
. Unissubisistente / Plurissubsistente 
. Comissivo / omissivo 
. De forma livre / De forma vinculada 
1.5. Quando se dá a Consumação? 
1.6. Admite Tentativa? 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE ESPECIAL 
TÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
CAPITULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
Art. 5º da CF 
. Princ. Fundamental / Supra princípio. 
 
HOMICÍDIO 
. Art. 121. Matar alguém: 
Pena – reclusão, de seis a vinte anos. 
 
TOPOGRAFIA DO CRIME DE HOMICÍDIO 
HOMICÍDIO SIMPLES Art. 121, caput 
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO Art. 121, Par. 1º 
HOMICÍDIO QUALIFICADO Art. 121, Par. 2º 
HOMICÍDIO CULPOSO SIMPLES Art. 121, Par. 3º 
CASOS DE AUMENTO DE PENA 
Homicídio Culposo na 1ª parte 
Homicídio Doloso na 2ª parte 
Art. 121, Par. 4º 
PERDÃO JUDICIAL – Exclusivo do Homicídio 
Culposo 
Art. 121, Par. 5º 
MAJORANTES RELACIONADAS A GRUPO DE 
EXTERMINIO E MILICIA 
Art. 121, Par. 6º 
CAUSAS DE AUMENTO EXCLUSIVAS DO 
FEMINICÍDIO 
Art. 121, Par. 7º 
 
 
.Conceito de Genocídio 
 . Eliminar, ainda que parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial 
ou religioso; 
. Crime hediondo contra a humanidade, previsto no art. 1º da Lei 
2.889/56; 
 
. Conceito de Morte 
 . De acordo com a lei 9.434/97, a morte se da com a cessação das 
funções vitais do ser humano (coração, pulmão e cérebro), sendo a morte 
encefálica o momento mais importante. 
 
. Conceito de Vida 
. Vida Extrauterina 
 . Respira; 
 . Docimasia Pulmonar de Galeno; 
 
. AIDS x Homicídio 
 . Doença fatal (para a medicina) – Homicídio – Tentativa de 
Homicídio; 
 
Obs. Onde está tipificado o Homicídio Preterdoloso? 
 Homicídio Preterdoloso no Brasil é Crime? 
. No Brasil homicídio preterdoloso é crime, mas não está previsto no art. 
121 e sim no art. 129 §3º – Lesão Corporal seguida de morte. 
. Não é um crime doloso contra a vida, e sim um crime doloso qualificado 
culposamente (o agente age com dolo no antecedente lesão corporal e 
culpa no consequente morte). 
. Lesão Corporal seguida de morte (homicídio preterdoloso) não vai a júri. 
 
Obs. O homicídio simples, caput é crime hediondo, lei 8072/90? 
 Em regra, o homicídio simples não é crime hediondo. 
 Em regra, somente o homicídio qualificado é crime hediondo. 
. O homicídio simples passa a ser crime hediondo quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por uma só pessoa 
desse grupo. 
 
Obs. Homicídio simples praticado por milícia, por falta de previsão legal, 
não é hediondo nem equiparado e sofre o aumento de pena do §6º. 
 
Obs. Matar um Animal x Matar uma pessoa natural 
 . A morte de um ser humano é tido como homicídio tratado no art. 
121 do CP. 
 . A morte dolosa de um animal, é um crime ambiental, tratada no 
art. 29 da lei 9.605/98 
 
 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Crime Comum, qualquer pessoa; 
Obs.: Irmãos Siameses; 
 
Sujeito Passivo: A vítima 
Obs.: Irmãos Siameses; (duplo homicídio e concurso de crimes). 
 . Duplo homicídio / concurso de crimes (homicídio e tentativa) 
 
Obs.: Art. 29 da Lei 7.170/83 – Crime contra a Segurança Nacional, 
reclusão de 15 a 30 anos; 
 
 
1.2. Meios de Execução: 
 Comissivos / Omissivos (posição de garantidor) 
1.3. Elementos: 
1.3.1 – Objetivo: É o núcleo do tipo, MATAR 
Subjetivo: DOLO, DOLO EVENTUAL ou CULPA 
 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Comum / Material / De forma livre / Comissivo, Omissivo / Instantâneo / 
De Dano / Plurissubsistente 
 
1.5. Consumação: Se consuma com a morte da vítima 
 
 1.6. Admite Tentativa 
 
HOMICÍDIO DOLOSO PRIVILEGIADO, Art. 121 Par. 1º 
A pena é diminuída de 1/6 a 1/3; 
1. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor social 
2. Matar alguém impelido por motivo de relevante valor moral 
3. Matar alguém sob o domínio de violenta emoção, logo após injusta 
provocação da vítima. 
 a) Emoção Violenta; 
 b) Injusta provocação da vítima; e 
 c) Sucessão imediata entre a provocação e a reação. 
 
Art. 121 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social 
ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação 
da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Obs. Cuidado esse “PODE” na verdade é um poder dever, de acordo 
com a doutrina majoritária o juiz não tem uma faculdade de reduzir a 
pena. Presentes os requisitos o juiz “DEVE” reduzir a pena. 
 . No caso do tribunal do júri, quem vai dizer se os requisitos estão 
ou não presentes são os jurados. 
 . A discricionariedade do magistrado diz respeito somente ao 
quantum da redução, e sua decisão deve ser motivada. 
 
Obs. Homicídio emocional (Matar alguém sob o domínio de violenta 
emoção logo depois [sem intervalo temporal] de injusta provocação da vítima) 
 É uma espécie de privilegiadora. 
Exemplo: 
I – A mulher que surpreende o marido a traindo na cama e vai e mata o 
marido; 
 . O adultério é considerado uma injusta provocação; 
 . Não se pode alegar legitima defesa da honra (não se leva a honra 
com sangue). 
II - Pai que mata o estuprador da filha. 
 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO, Art. 121 Par. 2º 
 
Obs. A pena deixa de ser de 6 a 20 anos e passa a ser de 12 a 30 anos. 
 Todos os incisos do §2º configuram crime hediondo (lei 8072/90) 
 
1. Quanto aos motivos determinantes: 
 . Mediante paga ou promessa de recompensa ou OUTRO MOTIVO 
TORPE (ganância) ou FÚTIL (pequeneza da causa em comparação com a 
consequência) 
 . Torpe, moralmente reprovável (normalmente envolve 
ganância); 
 . Fútil, desproporção entre a causa e a morte. Exemplo: Briga 
de Trânsito. 
Obs. Matar sem motivo algum, não pode ser equiparado a matar por 
motivo fútil, pois o CP não admite analogia in malam partem. 
Obs. Concurso necessário (quem paga ou promete e quem executa); 
Exemplo: Aquele que mata mediante paga ou promessa de recompensa 
– o chamado homicídio mercenário (exemplo de torpeza) 
 
 
2. Quanto aos meios: 
 . Veneno, explosivo, fogo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou 
cruel, ou que possa resultar perigo comum. 
Ex.: Tício mata Mévio com um disparo em ponto letal e, após sua morte, 
divide o corpo em 30 pedaços. Neste caso, podemos dizer que incidiu a 
qualificadora “meio cruel”? 
Obs: A qualificadora do “emprego de veneno” 
 . Veneno é qualquer substância que em contato com o organismo 
pode levar a morte. 
Exemplo: Açúcar para o diabético (se o agente sabe que a vítima é 
diabética e usa o açúcar para matar o diabético). 
Obs. Para se ter a qualificadora do Emprego de Veneno, “a vítima não 
pode saber que está ingerindo veneno”. 
. Se a vítima souber que está ingerindo veneno emprega-se a 
qualificadora “meio cruel”. 
 
Obs: Homicídio qualificado pela tortura x Tortura qualificada pelo 
resultado morte. 
 
3. Quanto à forma de execução: 
. Traição (atirar pelas costas); 
. Emboscada (esconder, esperando uma oportunidade para atacar a 
vítima); 
. Dissimulação (se disfarçar [vestindo de carteiro] para matar a vítima). 
 
4. Quanto à conexão com outro delito: 
Fato praticado para garantir a execução, ocultação, impunidade ou 
vantagem de outro crime. (não abrange contravenção Penal) 
 
Obs: Homicídio Qualificado-Privilegiado 
 
5. Quanto ao sexo feminino 
FEMINICÍDIO, incluído pela Lei n° 13.104/2015 
. Matar mulher por preconceito, discriminação, menosprezo quanto 
ao sexo feminino – seja praticado ou não no ambiente domestico e 
familiar. 
. É uma decorrência a mais da Lei de Violência Doméstica (lei 
11.340/06); 
. É matar uma mulher em razão de seu sexo frágil. 
 . Matar uma mulher aumenta a pena; 
 . Hediondo 
Obs. Femicidio x Feminicídio 
 . Femicídio: Matar mulher, e matar mulher não pode ser diferente de 
matar homem; 
 . Feminicídio: Matar mulher em razão da condição de sexo feminino, 
é matar por preconceito, discriminação, menosprezo quanto ao sexo 
feminino 
 
5. Quanto a Função 
 . Homicídio Funcional 
 . Crime Hediondo 
 . O homicídio, a lesão corporal gravíssima e a seguida de morte 
cometidos contra autoridade, policial, cônjuge e parentes até o 3º grau, 
“no exercício da função”, “em decorrência dela” ou “em razão dessa 
condição” (CP, art. 121§2º, VIII); 
 São sujeitos passivos do Homicídio Funcional: 
 1. autoridade ou agente previsto nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública; 
 Integrantes do sistema prisional: Secretários da Administração 
Penitenciária, Diretores de presídios, agentes penitenciários, Diretores de 
Centros de Detenção Provisória, Diretores de Cadeias Públicas e 
carcereiros. 
 2. cônjuge, companheiro (união estável) ou parente consanguíneo 
até terceiro grau da autoridade ou agente público, em razão dessa 
condição (pais, mães, avós, bisavós, filhos, netos, bisnetos, irmãos, tios e 
sobrinhos). 
 Assim, podem ser sujeitos passivos membros das Forças Armadas 
(Exército, Marinha eAeronáutica), polícias federal, rodoviária federal, 
ferroviária federal, civis estaduais, como os Delegados de Polícia, 
militares estaduais, corpos de bombeiros militares estaduais, autoridades 
e agentes integrantes do sistema prisional, da Força Nacional de 
Segurança e guardas-civis, municipais ou metropolitanos (estes de 
acordo com o art. 144, § 8o, da CF). Podem também ser sujeitos 
passivos os Ministros do STF, membros dos Tribunais Superiores, 
Desembargadores dos Tribunais de Justiça, Juízes Federais e Estaduais, 
membros do MP da União e dos Estados, havendo nexo de causalidade 
principal (no exercício da função) ou secundária (em razão da função). 
Obs. Não se aplica o homicídio funcional quando a vítima for parente por 
afinidade, tão pouco quanto ao parentesco sócio afetivo. 
Exemplo: Sogro(a), genro, nora, padrasto, madrasta, enteado, cunhado, 
“pais de criação” etc. 
Obs. Não se aplica o homicídio funcional a agentes públicos 
aposentados. 
Obs. Filho adotivo é equiparado a filho consanguíneo, estando abrangido 
pelo homicídio funcional. 
 
HOMICÍDIO CULPOSO, Art. 121 Par. 3º 
 
Obs. Se o Homicídio foi fruto de negligência, imprudência ou imperícia a 
pena é de 1 a 3 anos. (Art. 68 do CP) 
Exemplo: Ticio estacionou o seu veículo automotor em uma ladeira, e 
acreditou ter acionado o freio de mão. Ticio sai do veículo e vai a uma 
loja, mas o freio de mão foi mal acionado, e o veículo acabou descendo a 
ladeira e passou por cima do mendingo Mévio que dormia em cima de 
uma calçada. Mévio morreu. 
 Ticio vai responder por qual crime, tendo em vista que achou ter 
freado o veículo a contento, mas não agiu corretamente? 
 Art. 302 do CTB ou pelo art. 121§3º do CP? 
Art. 302 do CTB, Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: 
Resposta: Ticio provocou a morte por meio de veículo automotor, mas ele 
não estava na direção do veículo automotor, por isso vai responder pelo 
art. 121§3o do CP. 
 
 I. Imprudência – A pessoa age sem as cautelas, sem ter os 
cuidados, sem ter o zelo necessário para desempenhar a conduta; A 
pessoa sabe o que está fazendo, mas de tanto repetir determinada 
conduta acaba se tornando auto confiante demais. 
Exemplo: médico cirurgião plástico, ao realizar a cirurgia, começa a falar 
ao celular e acaba por esquecer um bisturi dentro da paciente, vindo a 
matá-la. 
Exemplo: Dirigir em alta velocidade (acima da velocidade permitida pela 
via). 
 II. Negligência – O agente não fez o que deveria. 
Exemplo: A baba vê a criança brincando de super homem no 
apartamento. A baba vê a criança brincando próximo a estante e vai 
preparar a comida da criança. A baba não tira a criança daquele local. E a 
estante vem a cair em cima da criança e a mata. 
 III. Imperícia – A pessoa desempenha uma conduta sem ter o 
conhecimento necessário. 
Exemplo: A pessoa tem CNH categoria B, e começa a dirigir um 
caminhão, vindo a atropelar e matar uma pessoa. 
 
 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA EM 1/3 
Art. 121, Par. 4º 
 
Obs. Causas de aumento que o juiz deve considerar na 3ª fase do critério 
de aplicação da pena. 
 
. 1ª Parte do §4º - No homicídio Culposo: 
a) Resulta de inobservância de regra técnica ou profissão, arte ou 
ofício; 
 . Imprudência, Negligência e Imperícia; (art. 18, inc. II do CP) 
 
b) Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; 
Obs.: . Morte instantânea da vítima 
 . se a morte é clara 
. se a morte é duvidosa; 
 
c) Não procura diminuir as consequências de seu ato; 
d) Foge para evitar prisão em flagrante 
Obs.: Exceção - Linchamento; 
 
. 2ª Parte §4º - No homicídio doloso: 
 . Se o crime for cometido contra pessoa menor de 14 anos ou maior 
de 60 anos. 
Obs. Considerar a idade no momento da conduta (da ação ou omissão), 
pouco importando a idade no momento do resultado. 
 ***** Não fala de vítima deficiente ou portadora de necessidades 
especiais ***** 
Art. 121, Par. 6º 
 . A pena é aumentada de 1/3 até a ½ se o crime for praticado por 
milícia privada (não é crime hediondo), ou por grupo de extermínio (crime 
hediondo) 
Milícia Privada - Associações não oficiais, cujos membros atuam ilegalmente, com o 
emprego de armas, com estrutura semelhante a militar. Essas forças paramilitares se 
utilizam das técnicas e táticas policiais oficiais por elas conhecidas, a fim de 
executarem seus objetivos anteriormente planejados. Não é raro ocorrer e, na 
verdade, acontece com frequência, que pessoas pertencentes a grupos paramilitares 
também façam parte das forças militares oficiais do Estado, a exemplo de policiais 
militares, bombeiros, agentes penitenciários, policiais civis e federais. 
Grupo de Extermínio - grupo, via de regra, de “justiceiros”, que procura eliminar 
aqueles que, segundo seus conceitos, por algum motivo, merecem morrer. Podem ser 
contratados para a empreitada de morte, ou podem cometer, gratuitamente, os crimes 
de homicídio de acordo com a “filosofia” do grupo criminoso, que escolhe suas vítimas 
para que seja realizada uma “limpeza social”. 
 
HOMICÍDIO CULPOSO – PERDÃO JUDICIAL 
Art. 121, Par. 5º 
 . O juiz pode deixar de aplicar a pena; 
 
HOMICÍDIO CULPOSO NO TRÂNSITO 
 . Não se aplica o Par. 3º do art. 121 e sim o art. 302 do Código de 
Trânsito Brasileiro (lei 9.503/97); 
 
COMPETÊNCIA PARA JULGAR 
 . Tribunal do Júri 
....................................................................... 
 
INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO 
. Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio 
para que o faça: 
Pena – reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou 
reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão 
corporal de natureza grave. 
 
Obs. O suicídio não é crime (ou a sua tentativa) 
 Quem pratica crime é o terceiro que venha a Induzir, Instigar ou 
Auxiliar e desde que resulte morte ou lesão corporal grave. 
 
Obs. Pessoa com Discernimento X Pessoa sem Discernimento 
 . Induzir incapaz a se matar – responde pelo art. 121 CP 
 Obs. Pessoa sem discernimento (menor de 14 anos); 
 
I - Induzir – é fazer nascer à ideia do suicídio na cabeça da vítima; 
II - Instigar – reforçar uma ideia previamente existente; 
III - Auxiliar – é entregar algum apetrecho para que o agente se mate. 
 
Obs. Art. 129 §1º e 2º 
LESÃO CORPORAL 
GRAVE 
Reclusão de 01 a 05 
anos 
1. Incapacidade para as ocupações 
habituais por mais de 30 dias; 
2. Perigo de vida; 
3. Debilidade permanente de membro, 
sentido ou função; 
4. Aceleração de parto; 
 
LESÃO GRAVISSIMA 
 
Reclusão de 02 a 08 
anos 
5. Incapacidade permanente para o trabalho; 
6. Enfermidade incurável; 
7. Perda ou inutilização do membro, sentido 
ou função; 
8. Deformidade permanente; 
9. Aborto 
 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Crime comum, qualquer pessoa 
Sujeito Passivo: Pessoa induzida, instigada ou auxiliada 
Obs. Exige-se que a conduta seja direcionada a uma determinada 
pessoa. Assim, não há o crime se um sujeito escreve um livro que induza 
seus leitores ao suicídio (pois aqui os destinatários são gerais, e não 
específicos). 
1.2. Elementos: 
1.3.1 – Objetivo: - Induzimento; 
 - Instigação; 
 - Auxílio; 
Subjetivo: DOLO 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Material / De dano / Instantâneo / Comissivo / De ação livre / Comum / 
Plurissubsistente: 
1.5. Consumação: Se dá com a morte ou lesão corporal grave 
a) a vítima falece – pena de 2 a 6 anos 
b) a vítima sofre lesões corporais graves – pena de 1 a 3 anos 
c) a vítima sofre lesões corporais leves – O fato não é punível 
d) a vítima não sofre lesões – O fato não é punível 
 
2. TIPO QUALIFICADO, Par. Único do art. 122, pena duplicada 
1. O crime é praticado por motivo egoístico 
2. A vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade 
de resistência. 
 Obs. Pessoa maior que 14 anos e menor de 18 anos. 
 
Obs. Roleta Russa 
Roleta Russa → Aqui temos umaarma com projétil, assim os 
participantes ficam a mercê da sorte, puxando o gatilho contra si mesmo. 
O sobrevivente responde pelo artigo 122 
 
 . Homicídio, participação em suicídio; 
 
EXERCÍCIO 
1. PACTO DE MORTE – Imagine a seguinte situação: Tício e Mévio, 
visando ao suicídio, trancam-se em um quarto no qual há uma torneira 
que, quando aberta, libera gás tóxico. Agora vamos analisar algumas 
possibilidades: 
a. Tício abre a torneira, libera o gás e vem a falecer. Mévio sobrevive. 
Nesse caso responderá Mévio por? E Tício por? 
b. Mévio abre a torneira, Tício falece e Mévio sobrevive. Neste caso, 
responderá Mévio por? 
c. Tício e Mévio abrem a torneira e os dois sobrevivem. Neste caso, os 
dois responderão por? 
d. Por fim, Tício abre a torneira, os dois sobrevivem e sofrem lesões 
corporais graves. Neste caso, Mévio responderá por? E Tício, que abriu a 
torneira, responderá por? 
.................................................................... 
 
 
 
 
INFANTICÍDIO 
 
 
 Relembra Noronha: 
“O infanticídio teve, através das épocas, considerações diversas. 
Em Roma, como se vê das Institutas de Justiniano (Liv. IV, Tít. 
XVIII, § 6º), foi punido com pena atroz, pois o condenado era cosido 
em um saco com um cão, um galo, uma víbora e uma macaca, e 
lançado ao mar ou ao rio. No direito medieval, a Carolina 
(Ordenação de Carlos V), art. 131, impunha o sepultamento em 
vida, o afogamento, o empalamento ou a dilaceração com tenazes 
ardentes. Foi no século XVIII, sobretudo, que o delito passou a ser 
considerado mais brandamente, e hoje, não obstante vozes em 
contrário, é orientação comum das legislações e também a seguida 
pelos Códigos pátrios.” 
 
. Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, 
durante o parto ou logo após: 
Pena – detenção, de dois a seis anos 
 
. Seus traços marcantes e inafastáveis são, portanto, os seguintes: 
a) que o delito seja cometido sob a influência do estado puerperal; 
b) que tenha como objeto o próprio filho da parturiente; 
c) que seja cometido durante o parto ou, pelo menos, logo 
após. 
 
Obs.: Estado Puerperal, é o período compreendido entre o pré e pós 
parto ocorrido entre a expulsão da placenta e a volta do organismo da 
mãe para o estado anterior à gravidez. Deve ser atestado por perícia. 
 Paulo José da Costa Júnior, analisando o estado puerperal, diz: 
“A mulher, abalada pela dor obstétrica, fatigada, sacudida pela 
emoção, sofre um colapso do senso moral, uma liberação de 
instintos perversos, vindo a matar o próprio filho.” 
 
Obs.: Infanticídio x Aborto 
 . Nascente (ruptura da bolsa / trabalho de parto) x Feto 
Obs.: Infanticídio x Homicídio 
 . Durante o Parto ou logo após; 
 . Influência do Estado Puerperal; 
Obs. Abandono de recém-nascido x Infanticídio 
 . Art. 134, Par. 2º x Art. 123 do CP 
Exposição ou abandono de recém-nascido 
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: 
§ 2º - Se resulta a morte: 
Observa-se que no primeiro se leva em consideração o motivo de 
honra (honoris causa), ao passo que no segundo, o desequilíbrio 
fisiopsíquico. 
No art. 134, a genitora não objetiva a morte do filho e sim expô-lo ou 
abandoná-lo, sendo que o resultado morte sobrevém a título de 
preterdolo. 
 
Obs. Sujeito passivo que já se encontrava morto. 
 . Crime Impossível 
Obs. Infanticídio Putativo 
 . Erro quanto à pessoa, art. 20 §3º CP. 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Crime próprio 
Sujeito Passivo: Ser nascente ou recém-nascido (neonato) 
1.2. Elementos: 
1.3.1 – Objetivo : Núcleo do tipo MATAR 
Subjetivo : DOLO 
Obs.: Não existe na forma Culposa 
 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Próprio / Material / De dano / Instantâneo / Comissivo ou Omissiva / De 
forma livre / Plurissubsistente 
 
1.5. Consumação 
 Com a morte do nascente ou recém-nascido 
1.6. Admite tentativa 
 . Ex. Genitora tenta sufocar.... – Travesseiro. 
1.7. Não se Admite Coautoria e sim Participação 
 1ª) Mãe que mata o próprio filho, contando com o auxílio de 
terceiro; (art. 123 CP) 
 2º) O terceiro mata o recém-nascido, contando com a participação 
da mãe; (art. 121 x art. 123 CP) 
 
Obs. Coautor x Participe 
Autor é quem pratica o crime (por exemplo, no caso do homicídio, quem apertou o 
gatilho). Às vezes temos mais de um autor. Nesse caso, chamamos de coautores. 
Já o partícipe é quem ajuda. 
 
1.8. Admite Concurso de Crimes 
 . Art. 123 combinado com o Art. 211 do CP; 
 . Mãe mata e oculta o cadáver.... 
1.9. Ação Penal e Procedimento 
 . Ação é Pública Incondicionada; 
 . Competência do Tribunal do Juri; 
.................................................................................... 
 
 
ABORTO 
 
O que se entende por abortamento, 
“Aborto é a interrupção voluntária da gravidez, com a morte do 
produto da concepção.” 
 
Obs. Pouco importa para a caracterização do crime se a gravidez é 
natural (fruto da cópula carnal) ou não (inseminação artificial). 
Obs. O bem tutelado é a vida intrauterina. 
Obs. Só é punível a título de Dolo. 
 
 
 
 
 
TIPOS PENAIS DO CRIME DE ABORTO 
AUTO-ABORTO Art. 124 1 a 3 anos Mãe 
FATO DE PROVOCAR ABORTO 
SEM O CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE 
Art. 125 
* 
3 a 10 
anos 
Qualquer 
pessoa 
FATO DE PROVOCAR ABORTO 
COM O CONSENTIMENTO DA 
GESTANTE 
Art. 126 
* 
1 a 4 anos Qualquer 
pessoa 
ABORTO QUALIFICADO * 
 . lesão corporal grave 1/3 
 . Duplicada se ocasiona a morte 
Art. 127 1/3 e 
duplicadas 
Terceiro por 
esse crime 
ABORTO PRATICADO POR 
MÉDICO 
Art. 128 
 
1.1. Aborto não criminoso: 
a) Aborto Natural ou espontâneo 
- interrupção espontânea da gravidez, normalmente causada por 
problemas de saúde da gestante; - Não há crime. 
b) Aborto Acidental 
- Decorrente de quedas, traumatismos e acidentes em geral; - Não 
há crime. 
c) Aborto Culposo 
- Resulta de culpa (imprudência, negligência e imperícia) 
1.2. Aborto criminoso (ou provocado) 
 a) Autoaborto (CP, art. 124) 
b) Aborto Provocado por terceiro sem o consentimento da gestante 
(CP, art. 125) 
c) Aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante 
(CP, art. 126) 
d) Aborto qualificado; 
e) Aborto Social / Econômico / Miserável 
- Praticado por razões de miséria, incapacidade financeira, ou crise 
social. 
- Ex. China 
- Nosso ordenamento jurídico não admite; - Há crime. 
f) Aborto honoris causa; 
- realizado para interromper gravidez extramatrimonium; - Há crime. 
g) Aborto Eugenésico, Eugênico ou Piedoso 
- praticado em face dos comprovados riscos de que o feto nasça 
com graves anomalias psíquicas ou físicas; 
- Não é permitido por nossa legislação; 
- Exceção, Aborto de Anencéfalo; 
- Eugenia, significa purificação das raças; 
- Só é autorizado mediante laudo irrefutável de que o feto não 
possui qualquer condição de sobrevida; 
1.3. Aborto Legal (praticado por médico) - Não há crime. 
 a) Aborto necessário ou terapêutico (CP, art. 128, I) - Ñ necessita 
de Ordem Judicial 
 – Se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 b) Aborto Sentimental, humanitário ou ético (CP, art. 128, II) Ñ 
necessita de Ordem Judicial 
 - Se a gravidez resulta de estupro; 
 c) Aborto de Anencéfalo; 
 - Anomalia no cérebro incurável, sendo a vida por um período 
prolongado inviável; 
 - Já foi criminalizado, mas hoje não é mais; 
 - Não há necessidade de autorização judicial, e sim de um laudo 
simples; 
Em 17 de junho de 2004, a Confederação Nacional dos 
Trabalhadores na Saúde (CNTS) propôs a Ação de Arguição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF nº 54), 
questionando a aplicação dos arts. 124, 126, e 128, I e II, do Código 
Penal, no que diz respeito ao feto anencéfalo. 
Após oito anos, aproximadamente, vale dizer, em 12 de abril de 
2012, o Supremo Tribunal Federal decidiu a questão por maioria e 
nos termos do voto do Relator, Ministro Marco Aurélio, a fim de 
declarara inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a 
interrupção da gravidez de feto anencéfalo é conduta tipificada nos 
arts. 124, 126, 128, I e II, todos do diploma repressivo. 
Assim, uma vez diagnosticada a anencefalia, poderá a gestante, se 
for de sua vontade, submeter-se ao aborto, sem que tal 
comportamento seja entendido como criminoso. Vale ressaltar que 
o Conselho Federal de Medicina, a fim de regulamentar a hipótese, 
editou a Resolução nº 1.989, de 10 de maio de 2012. 
 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: . No auto aborto ou aborto consentido (art. 124) é a 
gestante (crime de mão própria) 
. No aborto provocado por 3º com ou sem consentimento 
da gestante (art. 125 e 126), qualquer pessoa; 
Sujeito Passivo: . No auto aborto ou aborto consentido (art. 124) é o feto 
(a gestante não pode ser sujeito ativo e passivo de um 
crime); 
 . No aborto provocado por 3º sem consentimento da 
gestante, os sujeitos passivos são a gestante e o feto; 
 
1.2. Elementos: 
1.3.1 – Objetivo: . Provocar 
Subjetivo: . Dolo 
. Admite Dolo eventual 
Obs. Não se Admite a modalidade Culposa. 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Próprio / Plurissubsistente / Comissivo ou Omissivo / Material / 
Instantâneo / De dano / De forma livre; 
 
1.5. Consumação: Se dá com a interrupção da gravidez. 
 
1.6. Admite-se a Tentativa 
 . Ex. Apesar de a mãe ter se utilizado de medicação para abortar, a 
criança nasce. 
 
Obs. O dissentimento (não consentimento) da ofendida é presumido 
quando ela é menor de 14 anos, alienada ou débil mental (art. 126, 
parágrafo único). 
 
Obs. Admite Omissão (posição de garantidor) 
 . Ex. médico, parteira, enfermeira, percebendo do iminente aborto 
espontâneo ou acidental, nada fazem. 
 
Obs. Dispositivo Intrauterino (DIU) / Pílula do Dia Seguinte x Aborto 
 . Aborto é interromper gestação; 
 . O DIU e a Pílula do Dia Seguinte não visa interromper gestação e 
sim impedir que o óvulo se prenda ao útero (impede a liberação do 
óvulo), não ocorrendo sequer gestação. 
 
 
Obs. A comprovação do crime se dá através de Exame de Corpo de 
Delito, ou prova testemunhal. 
 
Obs. Crime Impossível 
a) Emprego de meio absolutamente inidôneo (art. 17 do CP); 
. Ex. Ingerir medicamento que não provoca aborto; 
b) Emprego de meio relativamente inidôneo; (Forma Tentada) 
. Ex. Ingerir substância química em quantidade inidônea à 
provocação do aborto; 
c) Absoluta impropriedade do objeto; 
. Ex. Agente realiza manobra abortiva, mas o feto já estava 
morto; 
. Ex. Agente realiza manobra abortiva, mas não estava grávida; 
 
Obs.: Aborto x Homicídio 
 . 2 Crimes em concurso Formal de Crimes (Homicídio e Aborto) – 
[art. 69 e 70 do CP] 
 . Exasperação da Pena (aplica-se a pena + grave acrescida de 1/6 
à ½). 
 . Ex. Tício mata Joana sabedor que ela estava grávida. 
 
Obs.: Aborto x Lesão Corporal qualificada pelo resultado aborto Art. 129 
§2o 
Exemplo: Assim que Tício chega em casa, tem início uma discussão com 
sua mulher, que se encontra grávida. Durante a discussão, o marido se 
descontrola e a agride, fazendo com que a gestante aborte. 
 Qual crime Tício cometeu? Lesão Corporal qualificada pelo 
resultado aborto ou o delito de aborto? 
. Depende do dolo de Tício. Se sua conduta foi dirigida finalisticamente a 
causar lesão corporal em sua esposa e desse comportamento adveio o 
resultado aborto, ele respondera pelo art. 129§2o CP. 
. Agora se ele ao agredir sua esposa pretendia a interrupção da gravidez, 
terá cometido o delito de aborto. 
 
Obs.: Gestante que tenta o suicídio 
 . A tentativa de suicídio, por si só, não é crime, respondendo 
somente aquele quem induz, instiga ou auxilia a gestante a se matar. 
 . Caso a gestante queira eliminar a própria vida e realize um 
comportamento dirigido a esse fim, por exemplo: ingerindo veneno ou 
atirando contra si mesma, caso não venha a morrer ela responderá por 
algum crime? 
 . Sim, responderá por aborto na modalidade de Dolo Eventual. 
 
Obs.: Aborto x Constrangimento (violência ou ameaça) 
 . 2 Crimes em concurso Formal (Aborto sem consentimento + 
constrangimento ilegal, art. 146 CP) 
 . Ex. Marido que mediante força física ministra substância abortiva 
em sua esposa. 
 . Exasperação da Pena 
 
Obs.: Crime de aborto x Fetos Gêmeos 
 . Se o autor sabia que eram Gêmeos, responde por concurso formal 
(2 crimes de aborto, penas serão somadas). 
 . Se não tinha conhecimento de que eram Gêmeos, responde por 
crime único. 
 
Obs.: Crime de Aborto e comunicação falsa de crime. (Concurso 
material) 
 . Aborto sentimental, humanitário ou ético, se a gestante fornece ao 
médico comunicação falsa de crime (estupro) – Art. 124 c/c Art. 340 do 
CP (falsa comunicação de crime). 
 . O Médico não responde por crime algum. 
 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
. Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho 
provoque. 
Pena – detenção, de um a três anos. 
1ª Figura – Aborto provocado pela própria gestante (auto-aborto) 
 . Crime de mão-própria; 
 . Admite participação de 3ºs (induz, instiga, auxilia) de forma 
secundária; Ex. 3º da Citotec a mãe. 
 . Mãe x 3º que auxilia (art. 126 CP) 
Exemplo: Gestante e seu marido, juntos, realizam manobras abortivas. 
 Marido (art. 126 do CP) – Gestante (art. 124 do CP) 
 
2ª Figura – Aborto consentido 
 . A Mãe consenti, mas a prática do aborto é feita por 3ª pessoa; 
 . O ato permissivo é personalíssimo e só cabe à mulher; 
 . Mãe x 3º que auxilia (art. 126 CP) 
Obs. As duas condutas trazidas pelo tipo só podem ser praticadas 
diretamente pela mulher grávida. 
 
Qualificação Doutrinária: 
. Próprio / Plurissubsistente / Comissivo ou Omissivo / Material / 
Instantâneo / De dano / De forma livre; 
Obs. Admite Tentativa 
 
 
Aborto provocado por terceiro 
. Art. 125. Provocar aborto sem o consentimento da gestante. 
Pena – reclusão, de três a dez anos. 
 . Forma mais gravosa do delito de aborto; 
 . Não há consentimento da gestante; 
 . Não é preciso dissenso expresso, somente emprego de meios 
abortivos por 3º sem o seu conhecimento; Ex. Ministrar doses de 
substância abortiva em sua sopa sem que ela saiba. 
 Dissentimento real: 2ª parte do § único do art. 126 
 a) Fraude: induzir a gestante ao erro; Ex. Médico que, ao 
realizar exames de rotina, realiza manobras abortivas. 
 b) Grave ameaça contra a gestante: Ex. Pai ameaça expulsar 
a filha de casa se ela não abortar; Marido desempregado ameaça se 
matar se ela não abortar. 
 c) Violência: Ex. Homicídio de mulher grávida com 
conhecimento da gravidez pelo homicida. 
 Dissentimento presumido: 1ª parte do § único do art. 126 
 . É invalido o consentimento de gestante menor que 14 anos, 
alienada ou débil mental. 
Obs. Pode ocorrer erro por parte do 3º quanto ao imaginado 
consentimento da vítima, o que acarreta ERRO DE TIPO, respondendo 
pelo art. 126 do CP. 
 
Qualificação Doutrinária: 
. Comum / Plurissubsistente / Comissivo ou Omissivo / Material / 
Instantâneo / De dano / De forma livre; 
Obs. Admite Tentativa 
 
. Art. 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante. 
Pena – reclusão, de um a quatro anos. 
§ único – Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior 
de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é 
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. 
 . Gestante (Art. 124, 2ª parte) x 3º Provocador (Art. 126 CP); 
 . Admite concurso de pessoas (coautoria e participação). Ex. 
Enfermeira que auxilia médico em clínica de aborto. 
 
 Consentimento 
 . Consentimento válido: o 3º que praticar manobras abortivas na 
gestante, nesta hipótese responderá pelo Art. 126 do CP; 
 . Consentimento inválido: § único do Art. 126, 3º responde pelo Art. 
125 do CP. 
Obs. Desconsidera-se a vontade positiva da gestante quando menor de 
14 anos, alienada ou débil mental, ou se o seu consentimento foi obtido 
mediantefraude, grave ameaça ou violência. 
Obs. Gravidez da vítima menor que 14 anos, da alienada ou débil mental, 
é Estupro de vulnerável com violência presumida (Art. 217-A, do CP); 
 . Nesse caso se o aborto é precedido de consentimento de seu 
representante legal, configura-se ABORTO LEGAL (art. 128, II) – 
Excludente de Ilicitude. 
Obs. O consentimento da gestante tem que perdurar durante toda a 
execução do aborto, caso haja revogação em momento PRÉVIO ou 
INTERMEDIÁRIO, e o 3º prosseguir com a manobra, o 3º responde pelo 
Art. 125 e a gestante, não responde por delito algum. 
 
Qualificação Doutrinária: 
. Comum / Plurissubsistente / Comissivo / Material / Instantâneo / De 
dano / De forma livre; 
Obs. Admite Tentativa 
 
 
 
 
Forma Qualificada / Majorada 
. Art. 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são 
aumentadas de 1/3, se, em consequência do aborto ou dos meios 
empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza 
grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a 
morte. 
 . Só se aplica aos arts. 125 e 126 CP; 
Obs. Crime Preterdoloso – Aborto + (lesão corporal grave ou morte); - 
Dolo no antecedente (conduta) e culpa no consequente (resultado). 
 . Se o agente queria provocar ambos os resultados, responde por 
concurso de crimes: aborto + lesão corporal grave / aborto + homicídio. 
Obs. Lesão corporal leve ou grave como meio necessário à prática do 
aborto. 
 . Lesão corporal leve, já está excluída; 
 . Lesão corporal grave, “inerentes” ou “necessárias” para o aborto, 
não incide esse artigo. Ex. Lesão do útero. 
 . As lesões graves que incidem, são as EXTRAORDINÁRIAS. Ex. 
Infecções; pois caso contrário o crime de aborto seria sempre qualificado. 
 
Aborto Legal 
. Art. 128. Não se pune aborto praticado por médico: 
Aborto necessário ou terapêutico 
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de 
consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante 
legal. 
 
Obs. Trata-se de causas excludentes de ilicitude, sendo lícita a conduta 
daquele que pratica o aborto nas duas circunstâncias elencadas no texto 
legal. 
 
 Aborto necessário ou terapêutico (CP, art. 128, I) 
 É indispensável o preenchimento de 03 condições: 
a) aborto praticado por médico: Caso seja realizado por pessoa sem 
a habilitação profissional (parteira, farmacêutico, etc.), apesar do fator ser 
típico, estará acobertado pela descriminante do estado de necessidade 
(art. 24 do CP). 
b) o perigo de vida da gestante: não basta o perigo para a saúde; 
c) a impossibilidade do uso de outro meio para salvá-la: não pode o 
médico escolher o meio mais cômodo, pois se houver outra maneira para 
salvar a vida da gestante, o agente responderá pelo crime. 
Obs. Não há necessidade do consentimento da gestante para a 
realização do aborto. 
 
 . Ex. Câncer uterino; tuberculose; anemia profunda; leucemia; 
diabetes; 
Obs. Sujeito ativo. Enfermeira ou parteira. 
 - A excludente de ilicitude só se aplica se o perigo for atual; 
Obs. Descriminante putativa (CP, art. 20, §1º) 
- Se há erro de diagnostico, e o aborto era desnecessário, ocorre erro 
(culpa) – exclui o dolo, e portanto o crime em questão. 
 
 Aborto sentimental, humanitário ou ético (CP, art. 128, II) 
 É indispensável o preenchimento de 03 condições: 
a) que o aborto seja praticado por médico: caso realizado por 
pessoa sem habilitação legal haverá o crime, não se ajustando qualquer 
causa legal de justificação. 
b) que a gravidez seja resultante de estupro: 
c) prévio consentimento da gestante ou seu representante legal: 
 
Obs. Não necessita de autorização judicial, basta prova idônea do 
atentado sexual (boletim de ocorrência, testemunhos colhidos perante 
autoridade policial, atestado médico relativo às lesões defensivas sofridas 
pela mulher e às lesões próprias da submissão forçada à conjunção 
carnal). 
 . No caso da Gravidez decorrente da violência presumida / ficta, 
basta a prova dessa conjunção carnal. 
 
Ação Penal e Procedimento 
 . Ação é Pública Incondicionada; 
 . Competência do Tribunal do Juri; 
 
EXERCÍCIOS 
 
1. (CESPE/Administração – PM-DF/2010) Um médico praticou aborto de 
gravidez decorrente de estupro, sem autorização judicial, mas com 
consentimento da gestante. Nessa situação, o médico deverá responder 
por crime, já que provocar aborto sem autorização judicial é sempre 
punível, segundo o CP. 
 
2. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio 
privilegiado, estando o agente em uma das situações que ensejem o 
seu reconhecimento, o juiz é obrigado a reduzir a pena, mas a lei não 
determina o patamar de redução. 
 
3. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Getúlio, a fim de auferir o 
seguro de vida do qual era beneficiário, induziu Maria a cometer 
suicídio, e, ainda, emprestou-lhe um revólver para que consumasse o 
crime. Maria efetuou um disparo, com a arma de fogo emprestada, na 
região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido lesão corporal de 
natureza grave. Em relação a essa situação hipotética, apesar de a 
conduta praticada por Getúlio ser típica, pois configura induzimento 
instigação ou auxílio ao suicídio, ele é isento de pena, porque Maria 
não faleceu. 
 
4. (CESPE/Promotor – MPE-SE/2010) Acerca do homicídio privilegiado, 
a violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser dominante da 
conduta do agente e ocorrer logo após injusta provocação da vítima. 
 
5. (CESPE/Defensor Público – DPE-PI/2009) É inadmissível a 
ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado. 
.................................................................... 
 
 
CAPITULO II 
DAS LESÕES CORPORAIS 
 
LESÕES CORPORAIS 
 
Conceito 
 . Qualquer dano ocasionado à integridade física e à saúde 
fisiológica ou mental do homem. 
 . É a ofensa – direta ou indiretamente – a integridade corporal ou a 
saúde de outrem, quer causando uma enfermidade, quer agravando a 
que já existe. 
A dor é dispensável para a configuração do delito, mas influenciará 
na fixação da pena. 
 
Não é preciso o derramamento de sangue, ou que haja qualquer tipo de 
dor. 
 
. Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Pena – detenção, de três meses a um ano 
 
Obs. AUTOLESAO 
 . Não é punido no direito brasileiro, a não ser que o agente 
pretendendo obter indenização ou valor de seguro fira o próprio corpo, 
mutilando-se. Art. 171 Par. 2º, V, do CP. 
 
 
Obs. Aplicação do Princípio da Insignificância ou bagatela 
 . É aplicável a lesão ínfima causada à vítima. Ex. Pequenas lesões 
causadas culposamente em acidentes de trânsito; puxão de cabelo; 
beliscão; pequena arranhadura. Fato atípico. 
 
Obs. Lesões leves provocadas por cônjuge 
 . Hipótese de violência doméstica, art. 129 Par. 9º; 
 
Obs. Consentimento do Ofendido. 
 . O consentimento da vítima é causa supralegal de exclusão da 
ilicitude. 
 . Ex. Lesão corporal consentida cometida durante a prática sexual 
entre adultos (Filme: Cinquenta Tons de Cinza); Fato atípico. 
 
 
Obs. Comprovação por perícia 
 . É indispensável a realização de laudo pericial; 
 
Obs. Cirurgia de mudança de sexo 
 . Lesão Corporal Grave x Princípio da Busca pela Felicidade 
 . “O ser humano não pode ser digno, ser livre, se não é feliz!” 
 . Consentimento do Ofendido exclui a ilicitude pelo exercício regular 
do direito. 
 
Obs. Lesões Esportivas 
 . Ex. Boxe, Futebol. Fato atípico 
 . A não ser que ocorram excessos por parte do agente. Ex. Mordida 
na orelha do adversário feita por Mike Tyson. 
 
 
 
 
 
 
 
TIPOS PENAIS DO CRIME DE LESÃO CORPORAL 
LESÃO CORPORAL SIMPLES Art. 129, caput 
LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA Art. 129, Par. 4º e 5º 
LESÃO CORPORAL QUALIFICADA Art.129, Par. 1º, 2º, 3º e 9º 
LESÃO CORPORAL CULPOSA Art. 129, Par. 6º e 7º 
PERDÃO JUDICIAL Art. 129, Par. 8º 
CAUSA DE AUMENTO DE PENA Art. 129, Par.10º 
 
LESÃO CORPORAL 
GRAVE 
Reclusão de 01 a 05 
anos 
1. Incapacidade para as ocupações 
habituais por mais de 30 dias; 
2. Perigo de vida; 
3. Debilidade permanente de membro, 
 
sentido ou função; 
4. Aceleração de parto; 
LESÃO GRAVISSIMA 
Reclusão de 02 a 08 
anos 
5. Incapacidade permanente para o trabalho; 
6. Enfermidade incurável; 
7. Perda ou inutilização do membro, sentido 
ou função; 
8. Deformidade permanente; 
9. Aborto 
 
 
 
Obs. As lesões podem ser divididas quanto ao elemento subjetivo e 
intensidade. 
Quanto ao elemento subjetivo Quanto à intensidade 
a) dolosa simples (caput); 
b) dolosa qualificada (§§1º, 2º e 3º); 
c) dolosa privilegiada (§§4º e 5º); 
d) culposa (§6º). 
a) leve (caput); 
b) grave (§1º); 
c) gravíssima (§2º); 
d) seguida de morte (§3º). 
 
Obs. Lesão Corporal seguida de morte, art. 129 Par. 3º, 
. Crime PRETERDOLOSO (dolo na conduta inicial e culpa na 
ocorrência do resultado) 
. Não admite tentativa na forma culposa do crime e na forma 
preterdolosa. 
 
Obs. Lesão Culposa no Trânsito 
. Não se aplica o art. 129, Par. 6º, mas sim o Art. 303 do CTB (Lei 
9.503/97) 
 
Obs. Vias de Fato x Injúria Real 
 . Cometimento de violência (que não caracterize lesões corporais) 
com a intenção de humilhar, envergonhar, ofender a dignidade da vítima. 
Ex. leve bofetada no rosto – teremos Injúria Real. 
 . Se a violência não for ultrajante teremos Vias de Fato (desde que 
não caracterize lesões corporais) 
Ex. Empurrar a vítima; rasgar sua roupa; puxar cabelo; arremessar-lhes 
objetos; arrancar parte do vestuário; sacudir a vítima. 
 
 
 Obs. Corte de cabelo ou da barba à revelia da vítima. 
 . Será Injúria Real – se o corte for feito com o intuito de 
envergonhar, humilhar; (RT 438/441) 
 . Vias de Fato – Se a violência praticada não deixar vestígios 
sensíveis, (não caracterizando lesão corporal); 
 . Lesão Corporal leve – Se a violência deixar vestígios leves. 
Obs. Lesão corporal não se confunde com contravenção penal de vias de 
fato. Configura-se contravenção a agressão física sem a intenção de 
lesionar (art. 21 do Dec. Lei 3.688/41). 
 
Obs. Homicídio x Lesão Corporal seguida de morte 
 . O crime de Homicídio é julgado pelo tribunal do júri; 
 . O crime de Lesão Corporal seguida de morte, não é julgado pelo 
Tribunal do Júri, pois não se trata de crime doloso contra a vida. O agente 
assume o risco de causar lesão corporal, a morte advém a título de culpa. 
 
Obs. Lesão Corporal x Crime de Disparo de Arma de Fogo (Art. 15 da Lei 
10.826/2003) 
 . Se o agente efetua disparo de arma de fogo em direção a vítima 
com o dolo de lhe causar lesões corporais de natureza leve, ele responde 
por lesão corporal e não pelo disparo, pois o disparo foi a forma que ele 
encontrou para lesionar. 
 
Obs. Lesão Corporal x Crime Continuado 
 . Art. 71, Par. Único do CP, desde que as lesões corporais sejam 
praticas uma seguida à outra, em diversas vítimas. 
 
Obs. Lesão Corporal x Concurso Formal de Crimes (art. 70 do CP) 
 . É admissível, desde que o agente com uma só ação atinja a 
integridade física e a saúde de várias pessoas. 
Ex. Tício em um só ato despeja, sobre um grupo de pessoas, um 
recipiente contendo ácido sulfúrico. 
 
 
Obs. Multiplicidade de lesões contra a mesma pessoa. Crime único x 
Concurso de Crimes 
 . O delito de lesões corporais é Plurissubsistente (admite a prática 
de vários atos executórios) 
 . Multiplicidade de lesões, contra a mesma pessoa, em um só 
processo, constitui crime único. Ex. Tício primeiramente chicoteia Mévio; 
logo em seguida desfere-lhe pauladas nas costas; e, finalmente, desfere-
lhe uma facada no braço. 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Crime Comum, qualquer pessoa 
Sujeito Passivo: A vítima 
Obs. Em 2 casos a lei exige qualidade especial da vítima: ser mulher 
grávida. 
Art. 129, §1º, IV Resulta aceleração 
do parto 
Art. 129, §2º, V Resulta abortamento. 
 
 
1.2. Elementos: 
1.2.1 – Objetivo: OFENDER (a integridade corporal ou a saúde de 
outrem) 
Subjetivo: DOLO, CULPA ou PRETERDOLO 
Dolo Culpa Preterdolo 
Caput e §§1º e 2º §§6º e 7º §§1º, 2º e 3º 
 
 
1.3. Qualificação Doutrinária: 
. Material / De Dano / Plurissubsistente / De forma livre 
1.4. Consumação: Se consuma com a efetiva ofensa à integridade 
corporal ou saúde física ou mental da vítima. 
 1.5. Admite-se Tentativa – Na forma Grave e Gravíssima 
 
LESÕES CORPORAIS PRIVILEGIADAS, Art. 129 Par. 4º 
A pena é diminuída de 1/6 a 1/3; 
1. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem por motivo de 
relevante valor social 
2. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem impelido por 
motivo de relevante valor moral 
3. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem sob o domínio de 
violenta emoção, logo após injusta provocação da vítima. 
 a) Emoção Violenta; 
 b) Injusta provocação da vítima; e 
 c) Sucessão imediata entre a provocação e a reação. 
 
SUBSTITUIÇÃO DE PENA POR MULTA, Art. 129 Par. 5º 
Não sendo graves as lesões: 
a) Ocorrer à situação anterior, ou seja a lesão corporal for privilegiada. 
Em se tratando de lesões corporais leves, o legislador concedeu ao 
juiz duas alternativas: - reduzir a pena de 1/6 a 1/3 (Par. 4º) ou 
substituí-la por multa (Par. 5º); 
b) Se tratar de lesões recíprocas entre infrator e ofendido, hipóteses: 
1 – Ambos se feriram, e um deles agiu em legítima defesa: um é 
condenado com o privilégio da substituição por multa; o outro é 
absolvido; 
2 – Ambos se feriram e dizem estar em legítima defesa: ambos são 
absolvidos; 
3 – Ambos se feriram, nenhum em legítima defesa: condena-se os 
dois com a aplicação da multa. 
 
LESÃO CORPORAL CULPOSA, Art. 129 Par. 6º, 7º - AUMENTO EM 
1/3 
. Resulta de inobservância de regra técnica ou profissão, arte ou 
ofício; 
 . Imprudência, Negligência e Imperícia 
 . Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima; 
 . Não procura diminuir as consequências de seu ato; 
 . Foge para evitar prisão em flagrante 
 
LESÃO CORPORAL CULPOSA – PERDÃO JUDICIAL 
Art. 129, Par. 8º 
 . O juiz pode deixar de aplicar a pena; 
 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, art. 129 Par. 9º 
 . Se o crime for qualificado (lesões graves, gravíssimas ou morte) – 
a pena é aumentada de 1/3; 
 . Se a vítima de violência doméstica, no caso do Par. 9º, é 
portadora de deficiência (física ou mental) – a pena é aumentada em 1/3. 
 
Obs.: É possível o enquadramento no crime de violência doméstica de 
Babá, que se prevalece da convivência com a criança para agredi-la. 
 
 
Ação Penal e Procedimento 
 . Ação é Pública Incondicionada, se a lesão for Grave (Par. 1º), 
Gravíssima (Par. 2º), ou seguida de morte (Par. 3º). 
 . Será Pública condicionada a representação do ofendido se for leve 
(caput), ou culposa (Par. 6º) 
 
....................................................................... 
 
EXERCÍCIOS 
 
a) Diferenciar 
Crime Próprio x Crime de mão própria 
Levando-se em consideração a co-autoria e participação, com 
fundamento no art. 30 do CP 
 
b) Diferenciar 
animus é laedendi x animus é necandi 
Quando se emprega cada um deles. 
 
c) Conceituar: 
Crime de Perigo Concreto; Crime de Perigo abstrato; Crime de 
perigo individual; Crime de Perigo comum ou coletivo; Crime de 
perigo atual; Crime de perigo iminente; Crime de perigo futuro ou 
mediato. 
 
d) QUESTÃO OBJETIVA E SUBJETIVA DA AULA 3 DO PLANO 
DE AULA 
 
 
 
 
 
CAPITULO III 
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
arts. 130 ao 136 
 
Obs. São crimes de PERIGO (mera probabilidade de dano); 
 . A CONSUMAÇÃO se dá com a simples exposição a perigo de 
dano; 
 Procura-se evitar que o dano ocorra; 
 Exemplo: . Punir condutor que anda em alta velocidade; 
 . Pai que corrige seu filho; 
 . Possui uma função preventiva e educativa; 
Obs. Admitem TENTATIVA nos atos plurissubsistentes (a consumação 
se da com a realização de vários atos); 
Obs. O elementoSubjetivo é a vontade consciente de produção do 
PERIGO; 
 
 
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO 
Obs. Procura o legislador por meio deste artigo impedir a propagação de 
doenças venéreas sexualmente transmissíveis; 
 
. Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato 
libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber 
que está contaminado: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
Par. 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
Par. 2º - Somente se procede mediante representação. 
 
Obs. Ato Libidinoso - é a ação que dá ao autor prazer e satisfação 
sexual; abrange desde a conjunção carnal, a 
carícias corporais e beijos sensuais, ou seja, toda 
a forma de ato sexual possível de se transmitir 
doenças. 
Obs. Moléstia venérea – Codiloma acuminado (HPV); Doença 
inflamatória pélvica (DIP); Donovanose; Hepatites virais; Herpes; Sífilis; 
Gonorreia; Cancro mole, dentre outras. 
Obs. Utilização de preservativo – Não configura o delito. 
Obs. O consentimento da vítima é irrelevante, se a lesão não for leve, 
pois o bem jurídico aqui tutelado é a incolumidade física e a saúde do 
indivíduo, interesse público, supra-individual. 
 Para que o consentimento do ofendido seja válido, inicialmente, o 
bem jurídico em questão deve encontrar-se no rol daqueles entendidos 
como disponíveis, a vítima deve ter capacidade para consentir e, 
finalmente, o consentimento deve ser prévio ou, no mínimo, concomitante 
à conduta do agente. 
 A integridade corporal e a saúde são disponíveis, desde que a lesão 
sofrida seja de natureza leve. Caso contrário, como regra geral, o 
consentimento não terá o condão de afastar a ocorrência da infração 
penal. 
 Se a doença venérea produz lesão corporal de natureza grave, ou 
mesmo pode conduzir à morte, o consentimento não será válido. 
 
 
Obs. Crime de Forma Vinculada (contágio venéreo por meio de ato 
sexual), se o contágio se der por meio de uso de objetos pessoais, dentre 
outros, poderá ser caracterizado do delito do Art. 131 ou 132 do CP. 
Obs. CRIME IMPOSSÍVEL 
 . Vitima também é portadora da doença; 
 . Vítima é imune à doença; 
 . Agente supõe erroneamente ser portador de moléstia venérea; 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Crime comum (qualquer pessoa contaminada por 
doença sexualmente transmissível) 
Obs. A prática desse crime constitui justo motivo para se pedir a 
dissolução da sociedade conjugal, com base em conduta desonrosa e 
violação dos deveres do casamento, Lei nº 6.515/77, art. 5º, caput) 
 
Sujeito Passivo: Vítima de contágio de moléstia (inclusive quem 
exerce a Prostituição) 
1.2. Elementos: 
1.3. – Objetivo : é a prática de relação sexual ou ato libidinoso, 
por pessoa portadora de moléstia venérea com outra pessoa expondo-a a 
risco de se contaminar. 
Subjetivo : a) O agente “sabe que está contaminado” (caput) 
– DOLO DE PERIGO; 
 b) O agente “deve saber que está contaminado” 
(caput) – DOLO EVENTUAL; 
 c) O agente “sabe que está contaminado e tem a 
intenção de transmitir a moléstia (Par. 1º) – DOLO 
DE DANO; 
Obs.: Não existe na forma Culposa 
Obs. CONSUMAÇÃO: Se da com a prática de relações sexuais ou atos 
libidinosos capazes de transmitir a moléstia venérea. Não é necessário o 
contágio, basta a exposição a situação de perigo de contágio. (DE 
PERIGO) 
 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Próprio / Formal / DE forma vinculada / Comissivo / Instantâneo / De 
Perigo Abstrato / Plurissubsistente 
1.5. Admite tentativa 
 . Exemplo: O Agente querendo manter relação sexual com a vítima, 
não consegue realizá-la. 
 . Exemplo: Imagine-se a hipótese, mesmo que de laboratório, em 
que alguém, sabendo-se portador de uma doença venérea, vá até um 
bordel com a finalidade de manter relação sexual com uma prostituta. 
Quando está no quarto, já despido, ao deitar-se na cama com a vítima, 
ainda não iniciado o ato, uma colega de “profissão” da prostituta ingressa 
no quarto e impede a prática do ato sexual, revelando que o agente está 
contaminado por uma moléstia venérea. 
 Podemos entender, dessa forma, como início da execução, aqueles 
instantes que antecederam, por exemplo, à conjunção carnal, quando o 
agente já havia retirado a roupa, bem como a roupa da vítima, pois o bem 
jurídico saúde, naquele instante, já estava sendo objetiva e 
imediatamente atacado. 
 
Obs. Ação Pública Condicionada à Representação do Ofendido. 
 
Obs. Casos Concretos. 
a) O agente sabe estar contaminado e mantém relação sexual com 
a vítima, sem a pretensão de transmitir a doença, mas expondo o 
sujeito passivo a perigo. 
. Responde pelo art. 130, caput. 
b) O agente deve saber estar contaminado e pratica a mesma 
conduta descrita no item anterior. 
. Responde pelo art. 130, caput. 
c) O agente sabe estar contaminado e quer transmitir a doença no 
contato sexual mantido (conseguindo ou não o contágio). 
. Responde pelo art. 130, Par. 1º. 
d) O agente sabe estar contaminado e quer transmitir a doença 
para afetar a saúde da vítima, provocando um dos resultados do 
art. 129, Par. 1º e 2º. 
. Responde por lesão corporal grave ou gravíssima. 
e) O agente sabe estar contaminado e quer transmitir a doença 
para matar a vítima que se encontra com saúde debilitada, 
animus necandi. 
. Responde pelo art. 121 (sendo a moléstia grave comparada 
a veneno). 
Obs. AIDS 
 . Não é doença venérea, pois possui outras formas de transmissão 
além das vias sexuais. 
 . Vírus considerado letal para a medicina; 
- Caso o portador do vírus mantenha relação sexual com alguém disposto 
a transmitir-lhe o mal. 
. Responde pelo Art. 130 CP, por tentativa de homicídio ou 
homicídio consumado. 
 
Obs. Prova Pericial 
 É necessário prova pericial, para se comprovar que o agente se 
encontrava, no momento da ação, contaminado por moléstia venérea. 
 Dessa forma, será muito difícil a configuração do mencionado tipo 
penal, uma vez que, ninguém é obrigado a fazer prova contra si mesmo, 
não sendo o agente obrigado a se submeter a exame pericial a fim de 
que, nele, seja apontada a doença venérea de que era portador. 
Art. 158 do CP, Quando a infração penal deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não 
podendo supri-lo a confissão do acusado. 
Art. 167 do CP, Não sendo possível o exame de corpo de delito, 
por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal 
poderá suprir-lhe a falta. 
 
Obs. CONCURSO DE CRIMES 
 . Concurso formal de crimes (art. 213 e seguintes) 
[estupro; violação sexual mediante fraude; assédio sexual] 
 . Crime mais grave acrescentado de 1/6 até ½. 
 
Obs. Morte da vítima quando era intenção do agente transmitir-lhe a 
doença. 
 Se houver a morte da vítima, quando a intenção era transmitir-lhe a 
doença, o autor responderá por lesão corporal seguida de morte, tendo 
em vista que seu dolo era de dano (transmissão da moléstia venérea de 
que era portador), sendo-lhe imputado a título de culpa (já que esse 
resultado não fazia parte do seu dolo, mas lhe era previsível). 
 
.................................................................................... 
 
 
PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE 
Obs. Apesar de se encontrar entre os crimes de perigo, esse é um crime 
de FORMAL e de DANO, com DOLO de DANO. 
 . Esse delito se encontra neste capítulo, pois caso o autor pratique 
ato capaz de produzir o contágio, mas não ocorra a transmissão da 
enfermidade, o delito estará configurado da mesma forma. 
 
. Art. 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de 
que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio: 
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
Obs. Moléstia Grave (art. 131CP) x Moléstia Venérea (art. 130CP) 
 . Ex. de Moléstia Grave – Febre amarela; Tuberculose; A peste; o 
Cólera; o Tifo; a Varíola; A difteria; A lepra; O Sarampo; A paralisia; A 
leishmaniose.1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Crime Próprio (qualquer pessoa contaminada) 
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa que não esteja contaminado pela 
mesma moléstia. 
Obs. CRIME IMPOSSÍVEL 
 . Mesmas hipóteses do crime anterior. 
 
1.2. Elementos: 
1.3. – Objetivo : Transmitir a Doença 
Subjetivo : DOLO de querer TRANSMITIR A DOENÇA 
Obs. Não se admite o DOLO EVENTUAL (pois o tipo exige além da 
vontade genérica, que seja “com o fim de transmitir a outrem a moléstia 
grave”) 
 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Próprio / Formal / De forma livre / Comissivo / Instantâneo / Dano / 
Unissubistente e Plurissubsistente 
1.5. Admite tentativa, desde que na forma Plurissubsistente. 
 
Obs.: A moléstia pode ser transmitida por qualquer meio apto. 
 . Ex. Ato de tossir diretamente no rosto da pessoa saudável; Aperto 
de mão; beijo; abraço. 
 . Ex. Seringas, bebidas, etc. 
 
 
Obs.: Não existe na forma Culposa 
 
Obs. CONSUMAÇÃO: Consuma-se o delito com a prática de atos 
destinados à transmissão da moléstia grave, independentemente do fato 
de ter sido a vítima contaminada ou não. 
 A contaminação pode se dar por beijo, instrumentos, injeções, e até 
mesmo por relações sexuais ou atos libidinosos, desde que a moléstia 
não seja venérea. 
Obs. Prova Pericial: mesmos comentários do art. 130 do CP. 
 
Obs. Utilização de Objeto contaminado que não diga respeito ao agente 
 O agente que, embora não sendo portador de qualquer doença, se 
vale de um instrumento contaminado por moléstia grave, a fim de 
transmiti-la à vítima, pratica o delito tipificado no art. 131 do CP? 
Não. É necessário para a configuração do art. 131 do CP, que o agente 
esteja contaminado por moléstia grave e que atue no sentido de transmiti-
la a alguém. 
 Exemplo: Se tício utilizar um instrumento contaminado por moléstia 
grave de terceiro, poderá ser responsabilizado a título de lesões 
corporais, consumadas ou tentadas, se o seu dolo era o de ofender a 
integridade corporal ou à saúde de outrem, podendo variar, inclusive, a 
natureza das lesões (leve, grave ou gravíssima), nos termos do art. 129 
CP. 
Obs. Crime impossível 
 . Mesmas situações do art. 130 do CP. 
 
Obs. Vítima que morre em virtude da doença grave 
 . Se a intenção do agente era no sentido de transmitir-lhe moléstia 
grave com o fim de causar-lhe a morte, deverá ser responsabilizado, caso 
a vítima venha a falecer, pelo delito de homicídio. / Se sobreviver – por 
tentativa de homicídio. 
 
Obs. Transmissão do vírus HIV 
 Pode ocorrer a hipótese, não incomum, de que o agente, revoltado 
com a sua doença, queira transmitir a outras pessoas o vírus HIV, de que 
é portador. 
 A Aids não somente é uma doença incurável, mas também letal. 
Embora, existam os “coquetéis” de medicamentos que fazem com que a 
vítima tenha sobrevida prolongada, não foi proclamada, ainda, sua cura. 
 Assim, no caso de querer o agente transmitir o vírus HIV, Rogério 
Greco entende que o seu dolo será o de homicídio, e não o do delito 
tipificado no art. 131 do Código Penal. Nesse sentido, preleciona 
Guilherme de Souza Nucci: 
“Quando o agente busca transmitir o vírus da AIDS, 
propositadamente, pela via da relação sexual ou outra admissível 
(ex.: atirando sangue contaminado sobre a vítima), deve responder 
por tentativa de homicídio ou homicídio consumado (conforme o 
resultado atingido).” 
 
 Em sentido contrário, entendendo pela configuração do art. 131 do 
Código Penal, já decidiu o STF: 
“Moléstia Grave. Transmissão. HIV. Crime doloso contra a vida 
versus o de transmitir doença grave. Descabe, ante previsão 
expressa quanto ao tipo penal, partir-se para o enquadramento de 
ato relativo à transmissão de doença grave como a configurar crime 
doloso contra a vida” (HC 98.712/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, 1ª T., 
julg. 05/10/2010). 
 
 
 
 
Obs. CONCURSO DE CRIMES 
 . É possível desde que a intenção do agente seja para além do 
potencial atingimento da vítima, e sim a causação de uma epidemia, 
configurando assim o art. 267 (crime de perigo coletivo ou comum, pondo 
em risco um número indeterminado de vítimas). 
Obs. Ação Pública Incondicionada 
 
 
.................................................................................... 
 
PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM 
. Art. 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
Pena – detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime 
mais grave. 
Par. Único. A pena é aumentada de 1/6 a 1/3 se a exposição da vida ou 
da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a 
prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em 
desacordo com as normas legais. 
 
Obs. Exemplos: 
a) Caso do empreiteiro que, para poupar-se ao dispêndio com 
medidas técnicas de prudência, na execução da obra, expõe o 
operário ao risco de grave acidente. 
 
Obs. O Agente não pretende causar nenhum dano a alguém, mas 
simplesmente criar uma situação da qual resulte uma ameaça de lesão 
para a vida ou a saúde de outrem. 
 
Obs. São crimes de PERIGO CONCRETO (não basta que a acusação 
descreva o fato praticado pelo agente, devendo demonstrar o perigo 
concreto sofrido pela vítima); Ex. dar tiros num local habitado é um fato; 
provar que esses tiros quase atingiram uma pessoa é o perigo concreto. 
Obs. Delito Subsidiário 
 . “... se o fato não constitui crime mais grave” 
 - Somente se utiliza a figura do art. 132, quando não se concretizar 
outro mais grave. 
 Ex. Não tem como punir o agente pelo art. 132, quando houve na 
verdade uma tentativa de homicídio. 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Crime Comum(não se admite pessoa incerta) 
Sujeito Passivo: Qualquer pessoa (suj. determinado) 
 
Obs. Segundo a Jurisprudência, a utilização de cerca energizada para 
afugentar ladrões (ofendículo), por causar perigo a pessoas 
indeterminadas, não configura o crime do art. 132 CP, pois esse exige 
vítima certa. 
 
1.2. Elementos: 
1.3. – Objetivo : Expor a perigo 
Subjetivo : DOLO de expor a perigo 
Obs. Art. 132 x Tentativa de Lesão Corporal x Homicídio 
 . O Art. 132 é subsidiário, ou seja ocorrendo lesão corporal ou 
homicídio, deverá responder pelo delito mais grave. 
 
 
Obs.: Não admite a forma Culposa 
 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Comum / De Perigo Concreto / De forma livre / Comissivo ou Omissivo 
(expor) / Instantâneo / Plurissubisistente 
 
1.5. Admite tentativa – Na forma comissiva. 
 
1.6 Consumação 
Mera exposição da vítima ao RISCO DE DANO (perigo) 
 
Obs. Art. 132 do CP x Art. 15 da Lei 10.826/2003 (Estatuto do 
Desarmamento) 
 1) Se alguém disparar arma de fogo em lugar habitado ou nas 
cercanias, coloca em perigo pessoas humanas. 
. Responde pelo Art. 15 da Lei 10.826/2003; 
Disparo de arma de fogo 
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, 
em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a 
prática de outro crime: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 
 
 2) Caso o disparo seja efetuado em lugar não habitado 
normalmente, mas que naquela ocasião possuía alguma pessoa, e com 
isso ocorreu perigo efetivo. (não tinha a intenção de lesionar ninguém) 
 . Responde pelo art. 132 do CP. 
Perigo para a vida ou saúde de outrem 
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais 
grave. 
 
Obs. Causa de aumento de pena, par. Único – Ex. transporte de boias-
frias na caçamba do caminhão sem qualquer proteção. 
 . Além de poder configurar-se em via pública (delito de trânsito), 
pode ocorrer também em propriedades privadas (código penal). 
 . Ex. Transporte de boias frias. 
 
Obs. Quando o agente produz perigo a um número determinado de 
pessoas 
 O Agente quando coloca um grupo de pessoas a situação deperigo, responderá por concurso formal de crimes, art. 70 do CP. 
 
 
Obs. Ação Pública Incondicionada 
.................................................................................... 
 
 
ABANDONO DE INCAPAZ 
 
 Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, 
vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se 
dos riscos resultantes do abandono: 
 Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
 § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 § 2º - Se resulta a morte: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 Aumento de pena 
 § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
 I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
 II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor 
ou curador da vítima. 
 III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos 
 
Obs. O Dolo não é o de causar a morte (art. 121 CP) ou mesmo lesão 
corporal na vítima (art. 129 CP), mas sim o de ABANDONAR. 
 
Obs. O abandono tratado neste artigo é o FISICO; 
 
Obs. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado (Art. 133 CP) x Expor 
ou Abandonar recém-nascido (Art. 134 CP) 
 
Obs. Cuidado x Guarda x Vigilância 
 . Cuidado é a assistência eventual; 
 Assistência a pessoas que, de regra, são capazes de valer a si 
mesmas, mas que, acidentalmente, venham a perder essa capacidade. 
. Ex. o marido é obrigado a cuidar da esposa enferma, e vice-versa; 
o enfermeiro que cuida de pessoa portadora de doença grave. 
 . Guarda é a assistência duradora; 
. Ex. menores sob a guarda dos pais. 
 . Vigilância é a assistência acauteladora; Zelo pela segurança 
pessoal. 
. Ex. guia alpino vigia pela segurança de seus companheiros de 
escalada, mas não os tem sob sua guarda. 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Próprio (garantidor) 
Sujeito Passivo: Próprio 
 
Obs. Não é admissível o consentimento do Ofendido. 
1.2. Elementos: 
1.3. – Objetivo : Expor a perigo 
Subjetivo : DOLO de expor a perigo 
 Admite o Dolo Eventual 
 
Obs.: Não admite a forma Culposa 
 Ex. mãe que perde filho em supermercado; 
 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Próprio / De Perigo Concreto / De forma livre / Comissivo ou Omissivo / 
Instantâneo / Plurissubisistente 
 
Obs. Exemplos 
. Comissiva - Conduzir um incapaz até a floresta, abandonando-o; 
. Omissiva - babá que abandona o emprego, deixando as crianças, 
que estavam sob sua assistência à própria sorte. 
. A vítima que se encontre sob os cuidados de determinada 
enfermeira que, irritada pela falta de pagamento dos seus serviços, 
durante a madrugada, a abandone, deixando-a à própria sorte, 
quando eram necessários os seus cuidados no sentido de trocar, 
por exemplo, o balão de oxigênio, bem como a ministração de 
medicamentos necessários à estabilização de sua saúde. 
 
1.5. Admite tentativa – Na forma comissiva. 
Ex. o agente é surpreendido no ato do depósito, ou quando já está se 
distanciando da vítima, mas antes que esta corra perigo. 
1.6 Consumação 
Mera exposição da vítima ao RISCO DE DANO (perigo) 
Consuma-se o delito no instante em eu o abandono produz efetiva 
situação de perigo concreto para a vítima. 
 
Obs. Mesmo que o agente se arrependa e venha a buscar o assistido em 
momento posterior, se houver exposto a vítima a perigo, mesmo que por 
curto espaço de tempo, está configurado o delito. 
 
Obs. PRETERDOLO 
 . Ocorre no Par. 1º e 2º, pois a intenção (dolo) do agente era 
somente de abandonar, sendo que o resultado mais grave (culpa) foi 
além do inicialmente desejado pelo agente. 
 
Obs. ESTADO DE NECESSIDADE. 
 . Não se configura o crime, excludente da ilicitude, desde que 
preenchidos os requisitos constantes no art. 24 do CP. 
Ex. mãe que deixava os filhos trancados por absoluta necessidade de ir 
trabalhar fora. 
 
Obs. Aplicação da majorante em razão da união estável 
 O §3º do art. 133 do CP determina o aumento em 1/3 da pena se o 
agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador 
da vítima. 
 O CP não fez menção à união estável para fins de aplicação da 
majorante, mas o Código Civil não denomina cônjuges aqueles que se 
encontram nessa situação, conforme arts. 1.723 e 1724, do CC: 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável 
entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, 
contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição 
de família. 
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão 
aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, 
sustento e educação dos filhos. 
 
Assim, pergunta-se: O companheiro que abandona sua 
companheira, que necessita de sua assistência, tendo em vista a sua 
particular condição que a torna incapaz de defender-se dos riscos 
resultantes do abandono, deverá responder pelo delito tipificado no art. 
133 do Código Penal, com a aplicação da majorante prevista em seu § 
3º? 
 . Em respeito ao princípio da legalidade, não permitido analogia in 
malam partem. 
 
Obs. Ação Pública Incondicionada 
 
.................................................................................... 
Exposição ou abandono de recém-nascido 
 
Obs. Forma privilegiada do crime abandono de incapaz (art. 133 do CP). 
 É tido como uma forma de privilégio concedido pelo legislador, para 
que o agente não venha a cometer um delito mais grave, como o de 
infanticídio. 
 
Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra 
própria: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
 § 2º - Se resulta a morte: 
 Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
Obs. a) a situação de exposição ou abandono; 
b) A condição de recém-nascido; 
c) O especial fim de agir com que atua a agente, que procura, com 
o seu comportamento, ocultar desonra própria. 
 
Obs. Recém-nascido, ou seja, aquele que acabou de nascer; o neonato; 
aquele que possui poucas horas ou mesmo alguns dias de vida. 
 
Obs. Salvaguardar a honra pessoal 
Exemplo: Mãe resolve esconder a gravidez resultante de estupro do 
marido estéril; 
 
 . Se a pessoa for desonesta ou de desonra conhecida, ou se já 
concebeu, não cabe alegação de preservação da honra. 
 . A prostituta não pode ser sujeito ativo desse delito, respondendo 
por abandono de incapaz (art. 133 CP). 
 
1. CARACTERIZADORES DO DELITO 
1.1. Sujeitos do Delito: 
Sujeito Ativo: Próprio (garantidor) Mãe. 
Sujeito Passivo: Próprio (filho do sujeito ativo / recém-nascido) 
Obs. Crime de difícil configuração nos dias atuais. 
 
1.2 Elementos: 
 Objetivo : Expor a perigo 
 Subjetivo : DOLO de expor a perigo (para ocultar desonra 
própria). 
 
Obs.: Não admite a forma Culposa 
1.4. Qualificação Doutrinária: 
. Próprio / De Perigo Concreto / De forma livre / Comissivo ou Omissivo / 
Instantâneo / Plurissubisistente 
 
1.5. Admite tentativa – Na forma comissiva. 
Exemplo: Mãe que, querendo ocultar desonra própria, deixa seu filho 
embrulhado em um cobertor próximo a uma creche, oportunidade em 
que, instantes depois de sua saída do local, a criança é descoberta e 
acolhida pelas pessoas que trabalham naquela instituição. Nesse caso, 
podemos visualizar a possibilidade de ser a mãe responsabilizada pela 
tentativa do delito em estudo, uma vez que havia, segundo sua 
concepção, esgotado tudo aquilo que era necessário a fim de realizar o 
abandono, que não resultou em perigo concreto para a vida ou para a 
saúde do recém-nascido. 
 
1.6 Consumação 
Mera exposição do recém-nascido ao RISCO DE DANO (perigo) 
Obs. Mesmo que o agente se arrependa e venha a buscar o recém-
nascido em momento posterior, se houver exposto a vítima a perigo, 
mesmo que por curto espaço de tempo, está configurado

Continue navegando