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DIREITO PENAL-PARTE ESPECIAL

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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
1 
 
OS: 0026/9/19-Gil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PENAL 
- Parte Especial - 
PARA CONCURSOS 
 
MÓDULO 1 
 
 
Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
Carreiras Policiais 
 
 
 
OS: 0026/9/19-Gil 
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
2 
 
OS: 0026/9/19-Gil 
CONCURSO: CARREIRAS POLICIAIS 
 
ASSUNTO: CRIMES CONTRA A VIDA 
 
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL 
-- CRIMES CONTRA A VIDA 
- HOMICÍDIO 
Conceito: trata-se, grosso modo, da retirada da vida (EXTRAUTERINA) de alguém por outra pessoa. 
 Esse crime possui a seguinte composição dentro do Código Penal: 
Art.121 
Caput ------> homicídio doloso simples; 
Parágrafo 1º ------> homicídio doloso privilegiado; 
Parágrafo 2º -------> homicídio doloso qualificado; 
Parágrafo 3º -------> homicídio culposo; 
Parágrafo 4º -------> aumento de pena (majorantes); 
Parágrafo 5º -------> perdão judicial; 
Parágrafo 6º -------> aumento de pena (majorantes); 
Parágrafo 7º -------> aumento de pena específica para o FEMINICÍDIO; 
 
 ATENÇÃO! O caput, parágrafo 1o e 2o são hipóteses de competência do júri; o parágrafo 3o é competência do juiz 
singular. 
 
 CUIDADO! O chamado homicídio preterdoloso, na verdade é sinônimo de lesão seguida de morte, prevista no art. 129, 
parágrafo 3o do CP. Outro detalhe importante é que referido crime não vai a júri, uma vez que não se trata de crime doloso 
contra a vida. É de competência do juiz singular. 
- Homicídio doloso simples (art.121, caput): 
Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
Sujeito ativo: pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum. 
Sujeito passivo: crime comum assim, qualquer pessoa pode ser vítima. O tipo não exige qualidade ou condição especial do 
sujeito passivo. 
Tipo objetivo: tirar a vida de alguém. 
Qual vida? Vida extrauterina, ou seja, aquela que existe fora do útero. Desta feita, a extinção dolosa da vida intrauterina não 
configura homicídio, mas aborto. 
VIDA INTRAUTERINA VIDA EXTRAUTERINA 
- Aborto - Homicídio ou infanticídio 
 
O crime de homicídio é crime de execução livre, ou seja, pode ser praticado por: 
a) ação (por um fazer) ou omissão (por um NÃO fazer. Trata-se da figura do garante ou garantidor – art. 13, § 2o do CP). 
b) meios diretos ou indiretos. 
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0026/9/19-Gil 
Tipo subjetivo: dolo direto ou dolo eventual. O tipo não exige finalidade especial do agente. Contudo, se existir pode 
configurar-se uma qualificadora ou privilegiadora. 
Consumação: trata-se de um delito material, ou seja, consuma-se com o resultado morte, a qual deve ser considerada 
quando ocorre a cessação da atividade encefálica (conhecida por “morte cerebral”), conforme a lei nº 9.434/97). 
Tentativa: é possível. Pode ser: 
Tentativa branca (não cruenta) – a vítima não é atingida; 
Tentativa vermelha (cruenta) – a vítima é atingida. 
** OBSERVAÇÃO IMPORTANTE! O Homicídio simples, como regra geral, não é hediondo, salvo quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio. É chamado de homicídio condicionado. 
-- Homicídio privilegiado (art. 121, § 1o): 
 Trata-se de causa de diminuição de pena, em que “se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante 
valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode 
reduzir a pena de um sexto a um terço”. 
Privilegiadoras: 
1) Impelido por motivo de relevante valor social; 
O relevante valor social diz respeito aos interesses da coletividade (interesse nobre, altruístico). Por exemplo, matar o traidor 
da pátria ou matar perigoso bandido que assusta a vizinhança. 
2) Impelido por motivo de relevante valor moral; 
Já o relevante valor moral diz respeito aos interesses particulares do agente. São interesses ligados ao sentimento de 
compaixão, misericórdia ou piedade, por exemplo a prática da Eutanásia. 
3) Violenta emoção - Homicídio emocional. 
Para o reconhecimento deste privilégio, são necessários 03 (três) requisitos: 
a) Domínio de violenta emoção, ou seja, intensa emoção. Cuidado para não confundir com a mera influência de violenta 
emoção, que somente caracteriza atenuante de pena prevista no art.65, inc. III, alínea “c”. 
b) Reação imediata (“logo em seguida a injusta provocação da vítima”); 
Tem um revide sem intervalo temporal. A jurisprudência considera a “imediata reação” enquanto perdurar o domínio da 
violenta emoção. 
c) Injusta provocação da vítima. 
Não significa, necessariamente, agressão, assim como não precisa ser contra o homicida, pode ser contra terceira pessoa. É o 
caso do pai que mata estuprador da filha. 
** OBSERVAÇÃO! Homicídio privilegiado NÃO É HEDIONDO. Súmula nº 512, STJ foi CANCELADA! 
– Homicídio qualificado (art.121, paragrafo 2o): 
Há qualificadoras ligadas ao meio/modo de execução (inc. III, IV, VI e VII) – qualificadora objetiva, assim como há 
qualificadoras ligadas ao motivo ou finalidade do crime (inc. I, II e V) – qualificadora subjetiva. 
Homicídio qualificado 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe (INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA); 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum; 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do 
ofendido; 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0026/9/19-Gil 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
Feminicídio 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da 
Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
§ 2 º -A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
I - violência doméstica e familiar; 
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
Inciso I – motivo torpe 
É motivo vil, abjeto, repugnante. Como exemplo, citamos o denominado homicídio mercenário (mediante paga ou promessa 
de recompensa) - crime plurissubjetivo ou de concurso necessário (necessariamente tem o mandante e o executor chamado 
de “sicário”). 
** A paga ou promessa de recompensa deve ter natureza econômica? O assunto é controverso. A despeito disso, a prática de 
homicídio para obtenção de um favor sexual, por exemplo, no mínimo configuraria a qualificadora da torpeza. 
** Os denominados “Mandados gratuitos” não configuram esta qualificadora. 
** A vingançaé motivo torpe? A verificação se a vingança constitui ou não motivo torpe deve ser feita com base nas 
peculiaridades de cada caso concreto (STJ). A vingança, por si só, não configura motivo torpe (STF). Deve analisar o motivo de 
cada vingança. 
** O ciúme é torpe? Nos ensinamentos do Prof. Emerson Castelo Branco, deve-se verificar o que gerou o ciúme, pois por si 
só, não configura motivo torpe. Por exemplo, o indivíduo que assassina um colega de trabalho por ciúmes em relação a uma 
promoção na empresa, tem sua conduta qualificada pela futilidade (matar por ciúmes de uma promoção profissional). Já o 
homem que assassina a mulher por conta de ciúmes, após o término do relacionamento, teria sua conduta qualificada pelo 
Feminicídio (“se não for minha, não será de mais ninguém”). Interessante notar, ainda, que se for um homem que mata seu 
companheiro por ciúmes, aí já não configura futilidade, nem feminicídio (só incide em relação às vítimas mulheres), mas 
qualificadora do motivo torpe. 
Inciso II – motivo fútil 
Trata-se da morte provocada por conta de um motivo insignificante. É o famoso: “matou por causa disso!?”. 
** Ausência de motivos - “Homicídio gratuito” 
Conforme indica o Prof. Emerson Castelo Branco, prevalece o entendimento de que a ausência de motivos não se equipara a 
motivo fútil, por ausência de previsão legal. A seguir, Jurisprudência acerca do tema: 
TJDFT 
A FALTA DE MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DO CRIME NÃO CARACTERIZA MOTIVO FÚTIL. 
"PENAL E PROCESSUAL PENAL. EMBARGOS INFRINGENTES. HOMICÍDIO QUALIFICADO (ARTIGO 121, § 2º, INCISOS II E IV, DO 
CÓDIGO PENAL). PRONÚNCIA. QUALIFICADORA DO MOTIVO FÚTIL. EXCLUSÃO. AUSÊNCIA DE MOTIVO. O motivo fútil não se 
confunde com a ausência de motivos." (EIR 20020510073837) (grifos no original) 
STJ 
AUSÊNCIA DE MOTIVO NÃO SE CONFUNDE COM MOTIVO FÚTIL. 
"AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. HOMICÍDIO. PRONÚNCIA. MOTIVO FÚTIL. QUALIFICADORA 
MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. AUSÊNCIA DE MOTIVO NÃO SE EQUIPARA À EXISTÊNCIA DE FUTILIDADE. PRECEDENTES. 
EXCLUSÃO. REGIMENTAL DESPIDO DE ARGUMENTOS NOVOS E IDÔNEOS PARA REBATER AS RAZÕES EM QUE SE FUNDOU A 
DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 
1. As razões declinadas na petição do regimental se ressentem de argumentos novos e robustos o bastante para infirmar os 
fundamentos da decisão agravada, proferida em conformidade com a jurisprudência sedimentada nesta Corte, no sentido de 
http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=219119
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
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OS: 0026/9/19-Gil 
que a ausência de motivo não se equipara à existência de futilidade, devendo, portanto, ser mantida em seus próprios 
termos." (AgRg no REsp 1.289.181/SP) 
Inciso III – emprego de veneno, fogo, explosivos, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar 
perigo comum: 
 O legislador deu exemplos e depois encerrou de forma genérica, configurando-se exemplo daquilo que se denomina 
interpretação analógica. 
Emprego de veneno: homicídio praticado por emprego de veneno é chamado de venefício. 
CUIDADO! Só incide a qualificadora do emprego de veneno quando a vítima desconhece estar ingerindo tal substância. Ou 
seja, pressupõe insídia (veneno é exemplo de meio insidioso). 
Se a vítima tem conhecimento da ingestão do veneno, por exemplo se o homicida, mediante emprego de arma, coage a 
vítima a ingerir conscientemente veneno, não se configura a qualificadora do inc. II pelo veneno, mas pela “crueldade” ou, 
ainda, pode-se reconhecer a incidência da qualificadora do inciso IV: “traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou 
outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”: 
Inciso IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do 
ofendido 
 Neste inciso, o legislador também com a interpretação analógica. 
 Nessa modalidade de qualificadora, pressupõe-se a relação de confiança entre a vítima e seu algoz. 
 Traição – é o ataque desleal, repentino e inesperado (ex: atirar na vítima pelas costas). Emboscada – pressupõe 
ocultamento do agente, que ataca a vítima com surpresa. Dissimulação – fingimento, ocultando o agente a sua intenção 
hostil. 
** ATENÇÃO! A premeditação, por si só, não caracteriza crime qualificado. 
** Idade da vítima: tenra ou avançada (enquanto “recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido”), por si só, 
não configuram a qualificadora do inc. IV, pois não se constituem “recurso” procurado pelo agente, mas característica 
inerente da vítima. 
Inc. V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime 
Homicídio por conexão com outro crime. Tem 2 conexões: 
Conexão teleológica – o agente mata para assegurar a execução de crime futuro. Ex: matar segurança para estuprar a 
modelo. 
Conexão consequencial – o agente mata para assegurar a impunidade vantagem ou ocultação de crime passado. Ex: matar 
gerente de banco que reconheceu o agente como um dos assaltantes. 
** “Outro crime”: pode ser de autoria do próprio homicida ou pessoa diversa. 
** Na conexão teleológica é dispensável a ocorrência do crime futuro visado pelo homicida. 
** Matar para assegurar contravenção penal não configura homicídio por conexão, podendo caracterizar outra qualificadora 
(por exemplo, motivo fútil). 
 
** ATENÇÃO! O homicídio qualificado é hediondo, pouco importando a qualificadora, exceto a hipótese de homicídio 
qualificado-PRIVILEGIADO, ocasião em que o privilégio afasta a hediondez. 
**Admite-se homicídio qualificado/privilegiado, desde de que a qualificadora seja de natureza objetiva, pois o privilégio, 
sempre subjetivo, é incompatível com as qualificadoras da mesma natureza. 
Inciso VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (Feminicídio) 
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: 
Violência doméstica e familiar; 
Menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1274851&num_registro=201102563351&data=20131029&formato=HTML
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
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CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0026/9/19-Gil 
** OBSERVAÇÃO! No inciso VI, o legislador fala em “razões de condição de sexo feminino”, explicando no §2º-A o que seriam 
essas “razões” (complementação da norma). Ocorre que essa complementação prevista no §2º-A, no inciso I fala em 
“violência doméstica e familiar”, expressão que, TAMBÉM, carece de complementação, no caso pela Lei Maria da Penha. 
Nesse caso, estamos diante daquilo que se denomina NORMA PENAL EM BRANCO AO QUADRADO, haja vista que para a 
aplicação da norma, seu complemento precisa ser complementado (complemento do complemento). 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da 
Força Nacional de Segurança Pública,no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente /consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
 Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
- Homicídio culposo 
 Trata-se de infração penal de médio potencial ofensivo, que consiste, genericamente, no fato de o agente, com 
manifesta imprudência, negligência ou imperícia, deixar de empregar a atenção ou diligência de que era capaz, provocando, 
com sua conduta, o resultado lesivo (morte), previsto (culpa consciente) ou previsível (culpa inconsciente), embora não 
desejado ou aceito. 
Obs.: no caso de crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, não se aplica o art. 121 do CP, mas o art. 302 
do Código de Trânsito. 
MORTE CULPOSA 
Art. 121, §3º do CPB Art. 302 do CTB 
- Crime comum; - Crime de trânsito (na direção de veículo automotor); 
- A pena é de 01 – 03 anos. Como a pena mínima é de 01 
ano, admite-se a suspensão condicional do processo. 
- A pena é de 02 – 04. A pena mínima é de 02 anos, não se 
admitindo a suspensão condicional do processo. 
 
** Observa-se que há um mesmo resultado (morte culposa) com tratamentos claramente distintos no CP e no CTB. Há duas 
correntes tratando dessa situação. Para fins de prova, importante conhecer a corrente predominante, que nos ensina que: 
Apesar de os artigos 121, §3º do CPB e 302 do CTB terem o mesmo desvalor do resultado, o desvalor da conduta é diferente, 
sendo a conduta negligente no trânsito mais perigosa, merecendo pena mais severa. 
- Aumento de pena (art. 121, §4º do CPB) –--> aumento de 1/3 
-- Majorantes do homicídio culposo (art. 121, §4º, primeira parte): 
Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício: o agente, não observa os conhecimentos técnicos que possui (erro 
profissional). Seria uma “negligência profissional”. Atenção, não se confunde com imperícia, pois esta constitui em inaptidão 
técnica para exercício de profissão. 
Ex.: uma pessoa vai ao hospital para submeter-se a uma cirurgia. Após a cirurgia, o médico esqueceu uma tesoura cirúrgica 
no interior do corpo do paciente. 
Omissão de socorro: o agente deixa de prestar socorro à vítima, podendo fazê-lo sem risco pessoal. 
CUIDADO! Não incide o art. 135 do CPB, evitando “bis in idem”. 
Não procura diminuir as consequências do comportamento: de acordo com Heleno Fragoso, trata-se de majorante 
redundante de omissão de socorro. 
Foge para evitar a prisão em flagrante: o agente demonstra ausência de escrúpulo e de responsabilidade moral. 
-- Majorantes do homicídio doloso (art. 121, §4º, segunda parte) –--> aumento de 1/3 
Crime praticado contra vítima menor de 14 anos ou maior de 60 anos: é necessário que o agente tenha conhecimento da 
condição especial de sua vítima (menor de 14 anos ou maior de 60 anos). 
** Nos termos do art. 4º do CP, adotou-se a Teoria da Atividade, ou seja, considera-se a condição etária da vítima no 
momento da conduta, independente do momento do resultado. 
-- Majorantes do homicídio (art. 121, § 6º) ---> aumento de 1/3 até a metade 
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
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OS: 0026/9/19-Gil 
 A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de 
prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
-- Majorantes do FEMINICÍDIO (art. 121, § 7º) ---> aumento de 1/3 até METADE 
 A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado: 
Durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; 
Contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; 
Na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
-- Perdão judicial (art. 121, §5º do CPB) 
 Instituto pelo qual o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente 
de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
** ATENÇÃO! 
- Art. 120, CP - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. 
- Súmula nº 18, STJ – A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo 
qualquer efeito condenatório. 
- Pressupostos para o perdão judicial: 
Quando as consequências da infração atingirem o próprio agente, de forma tão grave, que a pena se torne desnecessária; 
** OBSERVAÇÃO: é dispensável o vínculo afetivo entre os envolvidos. Exemplo do ciclista que atropela e mata uma criança, 
mas que também sofre as consequências de sua negligência, pois ficou tetraplégico. 
----> INDUZIMENTO (art. 122 do Código Penal) 
 O artigo 122 do Código Penal estabelece: 
 “Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:” 
Pena – reclusão, de 2 (dois) anos a 6 (seis) anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, se da 
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único. A pena é duplicada: 
Aumento de Pena 
I – Se o crime é praticado por motivo egoístico; 
II – Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. 
** Conceito de suicídio – trata-se do ato de alguém em tirar a própria vida. 
 A conduta descrita no art. 122 estabelece 03 (três) condutas relacionadas ao suicídio: induzir, instigar ou auxiliar ao 
suicídio. 
Induzir – é a conduta em que o agente cria a ideia na cabeça da vítima. Ex: (A vítima desabafa seus desamores a alguém, que, 
nesse contexto, sugere que a mesma tire sua própria vida); 
Instigar – é a conduta em que o agente reforça uma ideia já existente. Ex: (Um indivíduo que se posta num viaduto e ameça 
jogar-se daquele local. Aquele que incentiva a que o indivíduo pule, o está instigando. 
Auxiliar – é a conduta em que o agente dá apoio material ao ato suicida, disponibilizando os meios materiais para que o 
suicídio ocorra. Ex: (emprestar arma de fogo para que a vítima se suicide). 
 
ATENÇÃO! A conduta do agente que, num mesmo contexto fático, importar a prática de mais de um dos verbos do tipo 
(induzir, instigar, auxiliar) ou até mesmo os todos eles, não caracterizará vários crimes, mas crime único. Assim também, a 
realização de apenas um já concretiza o crime. Isso ocorre porque estamos diante de um tipo misto alternativo. 
 
 
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0026/9/19-Gil 
PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO HOMICÍDIO 
O agente auxilia, moral ou materialmente, a vítima a se matar. O agente provoca a morte da vítima. 
A vítima precisa querer o resultado a que está sendo induzida, 
instigada ou auxiliada a provocar por conta própria. 
A vítima pode até mesmo estar consciente da sua morte, 
mas esta é provocada por outrem. 
 
Sujeito Ativo - qualquer pessoa pode ser sujeito ativo, exceto a vítima; 
Sujeito Passivo – qualquer pessoa pode ser sujeito passivo. 
Observação: informação importante é relacionado ao fato de que a vítima deve ser pessoa determinada. Dessa forma, não 
responde por esse crime alguém que venha a escrever um livro pregando o suicídio e, com isso, provocando o suicídio de 
outrem após sua leitura. 
Observação: Os verbos induzir, instigar e auxiliar são os verbos relativos à participação, no entanto tratam-se dos núcleos do 
tipo penal. Como aqueles que praticam o verbo nuclear do tipo penal são autores, não podem ser classificados como meros 
participes. 
 
-- Aumento de pena (art. 122, p. único) 
Se o crime for cometido por motivo egoístico – é aquele que diz respeito a interesse próprio,a obtenção de vantagem 
pessoal. O sujeito visa tirar proveito de qualquer modo do suicídio. Como EXEMPLO clássico, a doutrina remete à hipótese 
daquele que induz a mãe ao suicídio para receber a herança ou para obter seguro de vida do qual é beneficiário. Outro 
EXEMPLO: induzir alguém a suicidar-se para ver livre o caminho para conquistar a companheira da vítima. 
Se a vítima for menor – a lei não indica o que seria menor nesse caso, desse modo conforme Rogério Sanches Cunha aduz 
que: menor para fins do artigo em cometido é todo aquele que com idade inferior a dezoito anos, que não tenha suprimida 
por completo, a sua capacidade de resistência, devendo o juiz analisar sua existência tendo em vista o caso concreto. Por 
analogia ao artigo 224 a menoridade é estabelecida é entre 14 e 18 anos, percebe-se que a vítima menor de 14 anos não tem 
capacidade de consentir com um ato sexual, muito menos de consentir em tirar a própria vida. 
Se a vítima tem capacidade de resistência diminuída por qualquer causa – trata-se de uma hipótese que prevê uma 
capacidade mental relativa da mesma ou que, por algum motivo, tem a sua capacidade de resistência diminuída – Ex: vítima 
embriagada. 
** Tanto na hipótese da menoridade (criança de tenra idade), quanto no caso em que a vítima for absolutamente incapaz 
mentalmente ou não possuir nenhuma capacidade de oferecer resistência, o agente responderá por homicídio e não pelo 
crime de participação ao suicídio na forma qualificada. 
** É possível o Auxílio ao Suicídio por Omissão? 
 Como regra geral, o crime é comissivo. Contudo, é possível sim sua ocorrência a título de omissão, quando o 
omitente tem o poder-dever de agir para impedir o resultado. Por exemplo: hipótese de um pai que, sabendo que sua filha 
quer se matar e, observando que esta se aproxima de uma janela, nada faz para impedir que a mesma pule. O pai responderá 
por Auxílio ao Homicídio por Omissão). 
** Consumação e Tentativa 
 O crime de Participação em Suicídio se consuma com a morte ou lesão corporal de natureza grave. Caso não ocorra 
morte ou lesão corporal de natureza grave, a fato será considerado atípico. 
** Não se admite tentativa no crime de Participação em Suicídio. 
** PACTO DE MORTE – trata-se de uma acordo entre pessoas para que todas, ao mesmo tempo e no mesmo contexto, se 
matem. Aquele que sugeriu o pacto e aquele que reforçou a atitude do outro estão incursos no crime de participação em 
suicídio, exceto se algum deles praticar ato executório em relação à morte do outro, ocasião em que o crime será homicídio. 
** Hipóteses 
Duas pessoas decidem se matar juntas, uma abre a torneira de gás enquanto a outra veda a saída de gás, as duas são 
encontradas desmaiadas mas não morrem. É considerado tentativa de homicídio? Sim, A primeira pessoa que abre a torneira 
de gás quer matar a outra, e a segunda pessoa que veda a saída de gás também quer matar a outra, configurando dessa 
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forma tentativa de homicídio. De outro lado, cada pessoa em relação a si mesmo no sentido de se matar é considerado fato 
atípico, pois se matar não é crime. 
Pacto de Morte - Exemplo comum é do casal de namorados que se tranca em uma sala abrindo a torneira de gás. Temos as 
seguintes situações: 
Aquele que abriu a torneira sobrevive, enquanto o outro morre. O sobrevivente responderá por homicídio, uma vez que 
praticou ato executório; 
Ambos sobrevivem sofrendo lesão corporal de natureza grave. Aquele que abriu a torneira responde por tentativa de 
homicídio, todavia, o a outra pessoa responde pelo induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio; 
Se ambos sobrevivem e não há lesão corporal de natureza grave, aquele que abriu a torneira responderá por tentativa de 
homicídio, por outro lado, a outra pessoa não responderá por nada, visto que o fato é atípico. 
Se o agente, desejando suicidar-se, erra o disparo e mata terceira pessoa, responderá por homicídio culposo. 
Roleta Russa - Aqui temos uma arma com projétil, assim os participantes ficam a mercê da sorte, puxando o gatilho contra si 
mesmo. O sobrevivente responde pelo artigo 122. 
Duelo Americano - Nesse caso temos duas armas, sendo certo que somente uma delas está carregada. Assim, os 
participantes atiram contra a própria cabeça. O sobrevivente responde pelo artigo 122. 
 
--- > INFANTICÍDIO - Art. 123 do CPB 
O infanticídio se trata de uma forma especial de homicídio (para alguns, homicídio privilegiado). É um crime praticado por um 
sujeito ativo especial, em face de um sujeito passivo especial, num momento especial. 
-- Sujeito ativo – é a parturiente, durante ou logo após o parto, sob influência do estado puerperal. 
Trata-se de uma elementar. Porém, hoje, prevalece que a elementar é subjetiva, comunicável (delito próprio), admitindo 
coautor e partícipe. 
-- Sujeito passivo – é o filho que está nascendo (nascente) ou acabou de nascer (recém-nascido ou neonato). 
A mãe que, sob estado puerperal, querendo matar seu filho recém-nascido, mata filho de outra pessoa. O crime praticado 
continua sendo um infanticídio, mesmo tendo ocorrido erro sobre a pessoa do sujeito passivo (art. 20, §3º do CPB). 
 
-- Conduta punida – elementares: 
a) morte causada de forma livre: significa que é um crime de execução livre, podendo ser praticado por ação, omissão, por 
meios diretos ou indiretos. 
b) circunstância temporal: durante ou logo após o parto. Se a morte ocorrer antes do parto, o crime é de aborto. Se ocorrer 
tempos depois do parto, trata-se de homicídio. Para ser infanticídio, é necessário respeitar esse aspecto temporal. 
** Mas o que seria “logo após o parto”? RESPOSTA: A maioria entende presente a circunstância temporal sempre que 
também presente o estado puerperal. Assim, enquanto perdurar o estado puerperal, considera-se presente o “logo após”. 
c) influência do estado puerperal: 
 
CUIDADO! Para que se configure o crime de infanticídio, não basta que a mãe mate o filho durante ou logo após o parto, sob 
influência do estado puerperal. É preciso, também, que haja uma relação de causa e efeito entre tal estado e o crime, pois 
nem sempre ele produz perturbações psíquicas na parturiente. Essa afirmativa está na exposição de motivos do Código 
Penal. 
** Qual a diferença do crime de infanticídio para o crime de abandono de recém-nascido com resultado morte (art. 134, §2º 
do CPB)? 
 
 
 
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ART. 123 DO CPB ART. 134, §2º DO CPB 
- Crime contra a vida; - Crime de perigo; 
- A mãe age com dolo de dano; - A finalidade da mãe é ocultar a gravidez; 
- A competência é do Júri - A mãe age com dolo de perigo; 
 - A morte é resultado qualificador culposo. 
 - A competência é do juiz singular 
 
-- Tipo subjetivo – o crime é punido somente a título de dolo (direto ou eventual). A negligência é atípica. Assim, a 
parturiente, sob influência do estado puerperal, que culposamente mata o neonato pratica que crime? 
 Prevalece que a circunstância de o fato ocorrer no período do estado puerperal será matéria decisiva na dosagem da 
pena e não constitui excludente ou elementar do tipo. A parturiente responde por homicídio culposo (MIRABETE, CAPEZ etc). 
 
-- Consumação – consuma-se com a morte do nascente ou neonato, logo, trata-se de um delito material. Admite tentativa (é 
um crime plurissubsistente). 
 
ABORTO – arts. 124 - 127 do CPB 
-- Aborto ou abortamento? 
O abortamento trata-se da conduta criminosa.Já o aborto é o resultado. Assim, o crime é de abortamento. Para essa 
corrente, chamar crime de aborto é a mesma coisa que chamar um crime de homicídio como crime de cadáver. 
 
-- Conceito do tipo penal Aborto (abortamento) 
É a interrupção da gravidez, com a destruição do produto da concepção. A gravidez, para fins jurídicos, ocorre com a nidação, 
ou seja, acoplamento do embrião na parede do útero. 
** CUIDADO! Art. 20 da LCP, o qual define como contravenção o ato de anunciar processo, substância ou objeto destinado à 
prática de aborto. 
 
– art. 124 
-- Sujeito Ativo 
É possível o concurso de agentes? 
1ª corrente – entende que se trata de DELITO DE MÃO-
PRÓPRIA (Bitencourt) 
2ª corrente – entende que se trata de DELITO PRÓPRIO (Luis 
Regis Prado) 
- Admite participação; - Admite participação; 
- Não admite coautoria (se o terceiro for além da atividade 
acessória, responderá como “autor” do crime previsto no 
art. 126) 
- Admite coautoria (o coautor, no entanto, responderá pelo 
art. 126, exceção pluralista à Teoria Monista) 
 
-- Sujeito Passivo – prevalece que o feto é o sujeito passivo. Assim, o aborto de gêmeos consistirá em concurso de crimes. 
-- Conduta criminalizada 
O autoaborto: provocar aborto em si mesmo; 
O consentimento criminoso: permitir que outrem (esse “outrem” responderá pelo art. 126 do CPB) lhe provoque aborto. 
OBS.: uma mulher, equivocadamente se imaginando grávida (gravidez psicológica), toma remédios para abortar o feto. Nessa 
situação, não há que se falar em crime de aborto. Trata-se de um delito putativo por erro de tipo (crime de alucinação). 
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-- Tipo subjetivo 
O dolo – tanto o dolo direto, quanto o dolo eventual. 
Exemplo de dolo eventual: mulher que, sabendo-se grávida, tenta suicidar-se, resultando aborto. Para Nelson Hungria, é um 
caso de aborto com dolo eventual. 
 
- Consumação 
Consuma-se com a morte do feto (delito material), não importando se esta ocorre dentro ou fora do ventre materno, desde 
que decorrente das manobras abortivas. 
Admite tentativa (delito plurissubsistente, ou seja, a execução pode ser fracionada em vários atos). 
Exemplos: 
1) a gestante pratica manobras abortivas, expelindo o feto já sem vida. O crime praticado é ABORTO; 
2) a gestante pratica manobras abortivas, expelindo o feto com vida, o qual morreu logo depois, em razão das manobras 
retrocitadas. Apesar de ter a morte ocorrido fora do ventre, houve ABORTO; 
3) a gestante pratica manobras abortivas, expelindo o feto com vida, entretanto ela pega uma faca e mata o recém nascido. 
Nesse caso, há crime de homicídio. É importante lembrar que não estado puerperal, pois já havia o interesse de matar o feto, 
portanto não se pode classificar a conduta como infanticídio. Mais, de acordo com a maioria, o crime é de homicídio e o 
crime de aborto tentado fica absorvido pelo de homicídio. 
- art. 125 
É crime de grande potencial ofensivo (pena de 03 a 10 anos), admitindo a prisão preventiva, mesmo que o agente seja 
primário, por que a pena máxima prevista suplanta 04 anos. 
 
-- Sujeito Ativo 
É o terceiro provocador, podendo ser qualquer pessoa. Não se exige qualidade especial desse agente, portanto trata-se de 
crime comum. 
 
-- Sujeito passivo 
É a gestante, que não consentiu e o feto, destruído com a manobra do agente. Dessa forma, estamos diante de um delito 
com dupla subjetividade passiva. 
 
-- Conduta 
Provocar aborto sem o consentimento da gestante. 
“Provocar aborto” – significa interromper intencionalmente a gravidez. 
OBS.: “que desfere violento pontapé no ventre de mulher sabidamente grávida, pratica o crime de aborto” (Jurisprudência). 
Trata-se de crime de aborto, previsto no art. 125, submetido ao julgamento do Tribunal do Júri. 
 
-- Tipo subjetivo 
O crime é punido a título de dolo, tanto o direto, quanto o eventual. 
Exemplo: o homem mata a companheira, sabendo que ela estava grávida. Esse agente responde pelo crime de homicídio da 
mulher e pelo crime de aborto (a título de dolo eventual) em concurso formal impróprio. 
 
-- Consumação 
É crime material, consumando-se com a destruição do produto da concepção. 
Admite a tentativa (é um crime plurissubsistente). 
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- art. 126 
 Reclusão de 01 a 04 anos. É delito de médio potencial ofensivo, admitindo suspensão do processo. Não se admite a prisão 
preventiva do agente, se primário. 
-- Sujeito Ativo 
É o terceiro provocador, podendo ser qualquer pessoa. Não se exige qualidade especial desse agente, portanto trata-se de 
crime comum. 
 
-- Sujeito Passivo 
A vítima é o feto. 
A gestante, que consentiu, responde pelo art. 124 do CPB. 
 
-- Conduta 
Provocar aborto, com o consentimento da gestante. 
*** PERGUNTA: Se durante a operação, a gestante desiste do intento, qual o crime que pratica o terceiro provocador que 
prossegue na execução, matando o feto? 
RESPOSTA: pratica o crime previsto no art. 125 do CPB. 
 
-- Tipo subjetivo 
O crime é punido a título de dolo direto ou eventual 
 
-- Consumação 
Dá-se com a morte do feto. Admite a tentativa. 
CUIDADO! Atenção para o parágrafo único! 
Art. 126, p. único – prevê o que a doutrina chama de “dissenso presumido”, ou seja, não consentimento presumido por lei, 
nos casos em que a gestante tem 14 anos ou menos; é alienada ou débil mental. O agente tem que ter conhecimento dessas 
condições especiais, para responder nas penas do art. 125. Não tendo conhecimento, responderá pelo aborto como se 
verdadeiro fosse o consentimento da gestante (art. 126 do CPB). 
 
OBSERVAÇÕES: 
1) O aborto não é crime hediondo, em nenhuma de suas modalidades. 
** O único contra a vida que é hediondo é o homicídio qualificado ou o homicídio simples, quando relacionado a atuação de 
grupos de extermínio. 
2) Namorado leva namorada para cirurgia de interrupção da gravidez. Qual crime pratica a namorada e o namorado? 
** A namorada praticou aborto consentido (art. 124 do CPB). Já o namorado, responderá pelo art. 124, na condição de 
partícipe. 
3) Namorado pagou terceiro provocador, para interromper a gravidez da namorada, com o consentimento desta. Quais 
crimes praticaram a namorada, o terceiro provocador e o namorado? 
** A namorada praticou crime previsto no art. 124; O terceiro provocador praticou o crime do art. 126. Já o namorado, 
responderá pelo art. 126, na condição de partícipe. 
cado - art. 127 
Apesar do código falar em formas qualificadas, o que se analisa no art. 127 são causas de aumento de pena (analisadas na 
terceira fase do sistema trifásico de cálculo da pena) -aumento de 1/3. 
 
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-- Causas de aumento de pena 
Obs.01: as majorantes só incidem nos artigos 125 e 126, jamais no art. 124, ou seja, só é aplicada contra o terceiro 
provocador e jamais para a gestante, por que o direito penal não pune a autolesão. Interessante, que nem mesmo para o 
partícipe do art. 124 incidirá esta causa de aumento de pena (exemplo 02 – namorado que leva a namorada para a clínica de 
aborto); 
Obs.02: os resultados: lesão grave e morte devem ser culposos. 
O crime de aborto é praticado com dolo. Já a lesãograve e a morte são praticados com culpa. Assim, trata-se de crime 
preterdoloso; 
Obs.03: é dispensável a consumação do aborto, para a incidência da “qualificadora” (leia-se “majorante”). 
 
É preciso ser praticado por médico, quando NECESSÁRIO para salvar a vida da gestante ou SENTIMENTAL, HUMANITÁRIO OU 
ÉTICO (no caso de GRAVIDEZ RESULTANTE ESTUPRO). 
A natureza jurídica desse artigo é de descriminante especial (causas especiais de exclusão da ilicitude) – Cesar Roberto 
Bittencourt. 
 
-- Aborto necessário (ou terapêutico) – art. 128, inc. I do CPB 
De acordo com a doutrina, trata-se de uma forma especial de estado de necessidade. 
Requisitos: 
Praticado por médico; 
É necessário que haja perigo de morte da gestante; 
Não basta o perigo para a saúde. É necessário que haja risco de morte. 
Impossibilidade de uso de outro meio para salvar à gestante, ou seja, inevitabilidade do aborto. 
OBSERVAÇÕES: 
** E se o aborto for praticado por um enfermeiro? 
O enfermeiro, não poderá se valer do previsto no art. 128, mas alegará o estado de necessidade comum, previsto no art. 24 
do CPB. 
** É necessário o consentimento da gestante ou o médico pode interromper a gravidez perigosa sem o consentimento? 
É dispensável o consentimento da gestante. Mesmo que a gestante queira morrer para salvar a vida do feto, o médico, ainda 
assim, pode interromper a gravidez para salvar a vida da gestante. 
** É necessária autorização judicial para praticar aborto terapêutico? 
** Não é necessária autorização judicial. 
 
-- Aborto SENTIMENTAL, HUMANITÁRIO OU ÉTICO - Aborto no caso de gravidez resultante de estupro (art. 128, II do CPB) 
 É permitido para evitar uma maternidade odiosa, que fará que a mulher lembre para sempre do ato que violou sua 
dignidade. Trata-se de uma forma de exercício regular de direito. 
Requisitos: 
É necessário ser praticado por médico; 
Gravidez resultante de estupro; 
Consentimento da gestante ou de seu representante legal, quando incapaz. 
É permitido o aborto também no caso de estupro de vulnerável (art. 217-A); 
OBSERVAÇÕES: 
** E se o aborto foi praticado por enfermeiro? 
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Nesse caso, apesar de ser aborto SENTIMENTAL, o enfermeiro responde pelo crime de aborto. 
** É necessária autorização judicial? 
Dispensa autorização judicial. 
**** OUTRAS QUESTÕES IMPORTANTES 
** É permitido abortamento de feto anencefálico? 
RESPOSTA: O anencéfalo é um embrião, feto ou recém nascido que, por mal formação congênita, não possui uma parte do 
sistema nervoso central, faltando-lhe os hemisférios cerebrais, tendo uma parcela do tronco encefálico. 
- De acordo com a Lei: 
A conduta é criminosa; 
Não está permitido pelo art. 128 do CPB; 
A exposição de motivos anuncia ser crime; 
Existe projeto de lei permitindo tal conduta. 
- Para a doutrina: 
Bittencourt ensina que esta espécie de aborto, para a gestante, é hipótese de inexigibilidade de conduta diversa; 
Trata-se de hipótese de atipicidade, pois, no caso do anencéfalo, não existe vida (no sentido jurídico) intrauterina. Não se 
mata aquilo que nunca viveu. 
- Para a Jurisprudência - tem admitido, desde que: 
Exista anomalia que inviabilize a vida extrauterina; 
Anomalia atestada em perícia médica; 
Prova do dano psicológico da gestante. 
** Essa questão está sendo julgada no STF – ADPF nº 54. 
 
- LESÕES CORPORAIS 
-- Topografia 
No art. 129, caput, está a lesão corporal leve; 
No parágrafo 1º, está a lesão corporal “Grave” e a lesão preterdolosa; 
No parágrafo 2º, está a lesão corporal “Gravíssima” e também a lesão preterdolosa; 
No paráfrafo 3º, está a lesão corporal seguida de morte (ou homicídio preterdoloso); 
No parágrafo 4º, está a lesão corporal dolosa privilegiada; 
No parágrafo 5º, estão benefícios; 
No parágrafo 6º, está a lesão corporal culposa; 
No parágrafo 7º, estão as majorantes de pena (as mesmas do art. 121, §4º do CPB); 
No parágrafo 8º, está o perdão judicial; 
Nos parágrafos 9º, 10 e 11, está violência doméstica e familiar (em sentido amplo, não necessariamente contra a mulher). 
No parágrafo 12, está a lesão praticada contra autoridade ou agente de segurança ou familiares, no exercício ou em razão da 
função. 
 
-- Considerações gerais 
O bem jurídico protegido é a incolumidade pessoal do indivíduo. Incolumidade entendida como: 
Saúde corporal; 
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Saúde fisiológica; 
Saúde mental. 
-- Sujeito Ativo 
Crime comum. Não se exige qualidade especial para o agente. 
 
-- Sujeito passivo 
Crime comum. Não se exige qualidade especial para a vítima. Porém, deve-se ter cuidado com duas hipóteses em que a 
vítima será própria, quais sejam: 
Art. 129, §1º, IV (vítima gestante) 
Art. 129, §2º, V (vítima gestante) 
OBS.: o direito penal não pune a autolesão. 
 
-- Conduta 
Ofender a incolumidade pessoal de outrem, quer causando uma enfermidade, quer agravando a que já existe. 
OBS.: dispensa dor. 
OBS.: a pluralidade de ferimentos não desnatura a unidade do crime, ou seja, não gera pluralidade de crimes, se praticados 
no mesmo contexto fático. A eventual pluralidade de ferimentos será considerada pelo juiz somente na fixação da pena base. 
*** Não se confunde lesão corporal com “vias de fato”, vez que na contravenção não existe (e sequer é a intenção do 
agente) dano à incolumidade da vítima (por exemplo: empurrão, puxão de orelha, puxão de cabelo etc). 
 
-- Lesão corporal dolosa de natureza leve (art. 129, caput do CPB) 
A pena cominada nos revela que essa conduta trata-se de uma infração de menor potencial ofensivo, portanto, admitindo as 
medidas despenalizadoras da lei nº 9.099/95. 
 
-- Lesão corporal de natureza grave (art. 129, §1º) 
Atenção! Pode ser dolosa ou preterdolosa. A pena cominada nos revela que, já este crime, trata-se de um crime de médio 
potencial ofensivo. Admite suspensão condicional do processo (pena mínima igual ou inferior a 01 ano). 
Os incisos são: 
Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias; 
Ocupação habitual: trata-se de qualquer atividade corporal rotineira, não necessariamente ligada a trabalho ou ocupação 
lucrativa, devendo ser lícita, ainda que imoral (por exemplo, PROSTITUIÇÃO). 
** Criança de tenra idade pode ser vítima dessa modalidade de lesão corporal? 
RESPOSTA: Sim. Por exemplo, se um bebê não puder mamar por mais de 30 dias, terá sido vítima de lesão corporal de 
natureza grave, pela impossibilidade de realizar sua atividade rotineira por mais de 30 dias. 
** A prostituta pode ser vítima dessa modalidade de lesão? 
RESPOSTA: Sim. Mesmo que considerada imoral, se a prostituta ficar impossibilitada de exercer a prostituição, terá sido 
vítima de lesão grave. 
** Indivíduo que leva um soco no rosto, permanecendo tal lesão visível por mais de trinta dias. 
A eventual relutância, por vergonha, em praticar as ocupações habituais não qualifica o crime. 
Perigo de vida: consiste na probabilidade séria, concreta e imediata do êxito letal, devidamente comprovada por perícia. 
** A região da lesão (por exemplo, pescoço ou cabeça) pode fazer presumir o perigo de vida? 
RESPOSTA: a região da lesão, por si só, não justifica a presunção do perigo. 
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OBS.: essa qualificadora (perigo de vida) é necessariamente preterdolosa, isto é, o perigo de vida deve ser fruto de “culpa”. 
LESÃO PERIGO DE VIDA 
- O agente atua com dolo. - O agente atua culposamente, pois se assim não o for, ele responderá 
por tentativa de HOMICÍDIO. 
 
Debilidade permanente de membro, sentido ou função 
Debilidade: consiste em diminuição ou enfraquecimento da capacidade funcional; 
Permanente: não significa que é para sempre, mas que implicará “recuperação incerta e por tempo indeterminado”; 
OBS.: não importa que o enfraquecimento possa se atenuar ou se reduzir com aparelhos de prótese, persistindo a 
qualificadora. 
Exemplo: um indivíduo, em razão da lesão, perdeu um dente. Essa lesão caracteriza essa qualificadora? 
RESPOSTA: a perícia deve atestar, com base no caso concreto, se a perda de um ou outro dente causou redução ou 
enfraquecimento do aparelho de mastigação. É o mesmo raciocínio aplicado para a lesão que provoque a perda de um dedo. 
Aceleração de parto: em razão da lesão, o feto é expulso com vida, antes do tempo normal, ou seja, ocorre um parto 
prematuro. 
OBS.: Se o feto for expulso sem vida, pode haver a caracterização do tipo penal do art. 129, § 2º, IV do CP, desde que 
decorrência de culpa (porém, se o agente sabia da gravidez, querendo ou assumindo o risco do aborto, responderá pelo art. 
125 do CPB). 
** Para a configuração dessa qualificadora, é imprescindível que o agente saiba ou possa saber da gravidez, para evitar 
responsabilidade penal objetiva. 
LEI DOUTRINA 
- O §1º traz a lesão grave – pena de 01 a 05 anos; 
- O §2º traz a lesão grave – pena de 02 a 08 anos. 
 
- O §1º traz a lesão grave – pena de 01 a 05 anos; 
- O §2º traz a lesão gravíssima – pena 02 a 08 anos. 
** A expressão “lesão corporal gravíssima” é criação doutrinária, 
aceita pela jurisprudência; 
** A lei de Tortura (art. 1º, §3º da lei 9.455/97) e a lei dos crimes 
hediondos (art. 1º, I-A) já adotaram essa expressão. 
 
-- Lesão corporal de natureza gravíssima (art. 129, §2º) - essa qualificadora pode ser dolosa ou preterdolosa. 
Os incisos são: 
Incapacidade permanente para o trabalho 
Trabalho: essa expressão refere-se a trabalho anterior à lesão ou a qualquer trabalho? Prevalece que, para incidência dessa 
qualificadora, deve a vítima ficar incapacitada para todo e qualquer tipo de trabalho. Uma minoria (dentre eles o ROGÉRIO) 
entende que a qualificadora se concretizaria já com a incapacidade para seu trabalho anterior. 
Enfermidade incurável: transmissão intencional de uma doença, para a qual não existe cura no estágio atual da medicina. 
OBS.: a transmissão intencional da AIDS não configura essa qualificadora, havendo dolo de matar, de acordo com o STJ, 
caracteriza tentativa de HOMICÍDIO (STJ HC 9378/RS). Não havendo dolo de matar, o STF desclassificou a transmissão do 
vírus da AIDS para o crime do art. 131 do CPB (Perigo de contágio de moléstia grave). 
OBS.: de acordo com a doutrina, a vítima não está obrigada a submeter-se a intervenção cirúrgica arriscada para curar-se, 
persistindo a qualificadora. 
Perda ou inutilização de membro, sentido ou função 
Perda: amputação ou mutilação; 
Inutilização: sem qualquer capacidade de exercer suas atividades próprias. 
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** Em razão de uma lesão, um homem perdeu um de seus testículos. Essa perda caracteriza uma lesão corporal gravíssima? 
RESPOSTA: tratando-se de órgãos duplos, para que a lesão seja gravíssima, é necessário que atinja a ambos os órgãos. 
** E se a pessoa, em razão da lesão, ficar impotente (generandi, ou seja, não consegue mais gerar física; ou coeundi, ou seja, 
sem ereção)? 
RESPOSTA: é também gravíssima a lesão que produz impotência generandi ou coeundi. 
Deformidade permanente: consiste em dano estético aparente, considerável, irreparável pela força da natureza e capaz de 
provocar impressão vexatória (desconforto para quem olha e humilhação para a vítima). 
** Vitriolagem: é a deformidade permanente (lesão de natureza gravíssima) mediante o emprego de ácido (ácido sulfúrico, 
por exemplo); 
** De acordo coma maioria da doutrina, a idade, o sexo e a condição social da vítima devem ser considerados na apreciação 
da presente qualificadora; 
** Não se pode exigir que a vítima procure cirurgia para encobrir os ferimentos, mas se ela o fizer, corrigindo a lesão, 
desaparecerá a qualificadora. 
Aborto 
A lesão provoca na vítima a interrupção da gravidez, com a destruição do produto da concepção. Trata-se de qualificadora 
necessariamente preterdolosa (do contrário, o agente não responderá pela lesão, mas pelo crime de aborto, a título de dolo). 
Não se confunde com o aborto qualificado pela lesão (art. 127 do CPB), onde o aborto é punido a título de dolo e a lesão a 
título de culpa. 
É imprescindível que o agente saiba ou tenha condições de saber que a vítima estava grávida, para evitar responsabilidade 
objetiva. 
** É possível a coexistência de qualificadoras? 
RESPOSTA: uma determinada pessoa sofreu lesão, ficando incapacitada para as ocupações habituais (art. 129, §1º, I do CP) e 
deformidade permanente (art. 129, § 2º, IV do CP). Qual qualificadora será aplicada? Será aplicada a qualificadora mais 
grave, servindo a(s) outra(s) será (ão) utilizadas na fixação da pena base. 
 
-- Lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º) – “homicídio preterdoloso” 
Não está no art. 121 do CP, por que trata-se de crime contra a incolumidade física qualificado pela morte, e não crime contra 
a vida. 
1) conduta dolosa, visando lesão corporal; 
2) resultado morte culposo; 
 ** O caso fortuito ou a imprevisibilidade do resultado morte elimina a qualificadora, respondendo o agente somente 
pelas lesões. 
Exemplos: 
Numa boate, aplico um soco em outra pessoa, que cai, bate a cabeça numa mesa e morre, em seguida. Numa boate cheia de 
mesas, seria previsível que a vítima batesse a cabeça em alguma mesa. Assim, o crime foi de lesão corporal seguida de 
morte; 
Num tatame, um lutador, com raiva, aplica um golpe no árbitro, que cai e bate a cabeça num prego, morrendo em seguida. 
Haja vista ser imprevisível ter um prego num local próprio para “brigas”, o lutador responde apenas pela lesão; 
Vias de fato (empurrão) seguida de morte. A conduta será punida como HOMICÍDIO CULPOSO (art. 121, §3º do CP), ficando a 
contravenção penal absorvida. 
3) nexo causal entre conduta e resultado; 
 
-- Lesão corporal privilegiada - Diminuição de pena (art. 129, §4º do CP) 
A privilegiadora se aplica em todas as modalidades de lesão corporal (leve, grave, gravíssima e na seguida de morte). 
-- Substituição de pena (art. 129, §5º do CP) 
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OS: 0026/9/19-Gil 
Não sendo graves as lesões, pode substituir a pena de detenção pela de multa no caso da lesão prevista no caput - 
privilegiado (§4º) ou nos casos de lesões recíprocas. 
 
-- Lesão corporal culposa (art. 129, §6º do CP) 
Trata-se de infração de menor potencial ofensivo. (admite composição civil como excludente da punibilidade, transação 
penal, etc). 
NATUREZA DA LESÃO 
LESÃO DOLOSA LESÃO CULPOSA 
- Se for leve, caput (3m a 01 ano); 
- Se grave, parag. 1º (01 a 05 anos); 
- Se gravíssima, parág. 2º (02 a 08 anos) 
- Seja a lesão leve, grave ou gravíssima aplica-se a pena do art. 129,§6º 
(02 meses a 01 anos) – o juiz vai considerar a natureza da lesão na 
fixação da pena-base(art. 59 do CP). 
 
OBS.: lesão culposa praticada na direção de veículo automotor não se subsume ao art. 129, §6º do CP, mas ao art. 303 do 
CTB. 
LESÃO CULPOSA 
FORA DO TRÂNSITO NO TRÂNSITO LESÃO DOLOSA DO CPB – art. 129, caput do CPB 
- Art. 129, §6º do CPB – 02 
meses a 01 ano 
- Art. 303 do CTB – 06 
meses a 02 anos 
- A pena da lesão dolosa do CPB é a metade da pena cominada 
à lesão culposa no trânsito, ou seja, o delito culposo (no 
trânsito) passa a ter pena bem menor que o delito doloso. 
Essa situação é de questionável constitucionalidade. 
- Nos dois casos, temos o mesmo desvalor do resultado, o 
que não justificaria penas distintas, porém: 
 
- O Desvalor da conduta 
aqui é menor 
- O desvalor da conduta 
aqui é maior, justificando a 
pena mais elevada. 
 
 
 
- Aumento de pena 
§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. 
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
 
-- Violência doméstica 
Atenção! A vítima não precisa ser, obrigatoriamente, mulher. 
 
VÍTIMA HOMEM VÍTIMA MULHER 
- Aplica-se o art. 129, §§ 9º, 10 e 11 
- Aplica-se o art. 129, §§ 9º, 10 e 11 
+ 
Medidas protetivas da Lei Maria da Penha. 
 
 
 
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Art. 129, §9º do CPB Art. 129, §10 do CPB Art. 129, §11 do CPB 
- Qualificadora, no caso de lesão 
leve; 
- É majorante de pena dos §§ 1º, 2º e 3º - Traz uma majorante para o §9º 
O art. 129, caput (03 meses a 01 
anos), ocorrendo no ambiente 
doméstico e familiar (art. 129, 
§9º), passa a ter pena de 03 
meses a 03 anos, deixando de 
ser de menor potencial 
ofensivo. Pouco importa de a 
vítima é homem ou mulher. 
Se praticadas em ambiente 
doméstico/familiar: 
- a conduta do §1º (01 a 05 anos) tem a pena 
aumentada de 1/3, deixando de admitir 
suspensão do processo; 
- a conduta do §2º (02 a 08 anos) tem a pena 
aumentada de 1/3; 
- a conduta do §3º (04 a 12 anos) tem a pena 
aumentada de 1/3 
Se praticadas em ambiente 
doméstico/familiar: 
- a conduta do 11 (03 meses a 03 anos) 
contra vítima portadora de deficiência 
tem sua pena aumentada de 1/3 
 
-- Hipóteses de lesão corporal, espécie de violência doméstica: 
Lesão praticada contra ascendente, descendente ou irmão; 
Obs.: é dispensável a coabitação! 
Lesão praticada contra cônjuge ou companheiro; 
Lesão praticada contra pessoa com quem conviva ou tenha convivido o agente; 
Seria o exemplo de uma república de estudantes. 
** Prevalecendo-se o agente das relações domésticas de coabitação ou hospitalidade. 
 
-- DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE 
- Perigo de contágio venéreo 
 Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea, de que 
sabe ou deve saber que está contaminado: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 § 2º - Somente se procede mediante representação. 
 
- Perigo de contágio de moléstia grave 
 Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o 
contágio: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
- Perigo para a vida ou saúde de outrem 
 Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
 Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo 
decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo 
com as normas legais. 
 
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- Abandono de incapaz 
 Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz 
de defender-se dos riscos resultantes do abandono: 
 Pena - detenção, de seis meses a três anos. 
 § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - reclusão, de um a cinco anos. 
 § 2º - Se resulta a morte: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 Aumento de pena 
 § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: 
 I - se o abandono ocorre em lugar ermo; 
 II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. 
 III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. 
 
- Exposição ou abandono de recém-nascido 
 Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: 
 Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
 § 2º - Se resulta a morte: 
 Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
- Omissão de socorro 
 Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, 
ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da 
autoridade pública: 
 Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 
 Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, 
se resulta a morte. 
 
- Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial 
 Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de 
formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: (Incluído pela Lei nº 12.653, 
de 2012). 
 Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
 Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza 
grave, e até o triplo se resulta a morte. 
 
- Maus-tratos 
 Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, 
ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho 
excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: 
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 Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 
 § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 § 2º - Se resulta a morte: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. 
 
-- DA RIXA 
- Rixa 
 Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
 Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. 
 Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a 
pena de detenção, de seis meses a dois anos. 
 
-- CRIMES CONTRA A HONRA 
- Calúnia, Difamaçãoe Injúria 
CRIME CONDUTA HONRA PROTEGIDA 
Calúnia – art. 138 do CPB. 
Atenção! Cuidado com crimes da legislação 
específica, especialmente os crimes militares. 
Exemplos: 
** “Joaquim roubou um celular da Maria”; 
Imputar fato previsto como crime 
sabidamente falso. 
Honra objetiva, ou seja, a 
reputação (a imagem perante 
terceiros). 
Difamação – art. 139 do CPB. 
Exemplos: 
** “A Maria estava rodando a bolsinha na 
esquina”; 
** “Marcos sustenta banca de jogo do bicho” 
(jogo do bicho não é crime); 
Imputar fato desonroso, não 
importando se verdadeiro ou falso. 
Honra objetiva, ou seja, a 
reputação (a imagem perante 
terceiros). 
Injúria – art. 140 do CPB. 
Exemplo: “o Zé é ladrão!” 
Atribuir qualidade negativa. Honra subjetiva (a dignidade, o 
decoro, a auto-estima). 
 
- Análise dos crimes contra a honra em espécie 
-- CALÚNIA – art. 138 do CPB 
- Conceito 
Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente DETERMINADO fato definido como crime. Trata-se de infração de menor 
potencial ofensivo, admitindo, por exemplo, transação penal 
 
- Sujeito ativo 
Trata-se de crime comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa. Não podem ser autores de calúnia indivíduos que 
desfrutam de inviolabilidade, por exemplo, SENADORES, DEPUTADOS FEDERAIS, ESTADUAIS, VEREADORES. 
OBS.: Os advogados não desfrutam de imunidade profissional na calúnia. 
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- Sujeito passivo 
 Crime comum. Qualquer pessoa pode figurar como vítima. 
** Os menores (inimputáveis) podem ser vítimas de calúnia? 
RESPOSTA: quanto à essa questão há duas correntes: 
1ª corrente: defende que, sabendo-se que o menor de 18 anos não pratica crime, não se lhe pode imputar a prática de crime, 
não sendo vítima de calúnia, mas de difamação. 
2ª corrente: defende que o crime de calúnia consiste na falsa imputação de fato definido como crime. O menor pode praticar 
fato definido como crime chamado de ato infracional. Logo, pode ser vítima de calúnia. ESSA CORRENTE PREVALECE. 
** Pessoa jurídica pode ser vítima de calúnia? 
RESPOSTA: quanto ao assunto há três correntes: 
1ª corrente: com o advento da lei 9.605/98 (Crimes ambientais e responsabilidade penal da pessoa jurídica), esta corrente 
entende que a pessoa jurídica, nessas hipóteses, pode ser autora de crime e, portanto, vítima de calúnia. 
2ª corrente: pessoa jurídica não pratica crime, apesar de poder ser responsabilizada penalmente. Não pode ser vítima de 
calúnia, mas somente de difamação. Sem entrar no mérito da discussão sobre pessoa jurídica praticar ou não, o STF e STJ 
concordam com essa corrente, entendendo que ela não pode ser vítima de calúnia. 
3ª corrente: o código penal protege a honra da pessoa física e não da pessoa jurídica. PJ não pode ser vítima de qualquer 
crime contra a honra (essa é a posição de MIRABETE). 
** Morto pode ser vítima de calúnia? 
RESPOSTA: a calúnia contra os mortos também é punida, mas sendo a honra um atributo dos vivos, seus parentes é que 
serão os sujeitos passivos. Cuidado com a leitura do art. 138, §2º do CP. 
** A auto-calúnia é crime? 
RESPOSTA: essa conduta pode constituir crime, mas não na modalidade de calúnia propriamente dita, mas na modalidade do 
art. 341 do CPB. Pode ser crime, não contra a honra, mas contra a administração da Justiça. 
ATENÇÃO! 
** Crime contra a honra do Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara e Presidente do STF pode 
caracterizar: 
Artigos 138, 139, 140 do CPB; ou 
Lei nº 7.170/83 (Lei da Segurança Nacional) – se presente a motivação política. 
 
-- Conduta punida 
Imputar a alguém fato definido como crime sabidamente falso. A falsa imputação de contravenção penal não pode 
caracterizar esse crime, mas eventualmente DIFAMAÇÃO. 
Trata-se de delito de execução livre, ou seja, pode ser praticado por gestos, por escrito, por palavras etc. 
** Caluniar é dizer que alguém praticou crime que nunca aconteceu ou é atribuir a alguém, falsamente, um crime ocorrido? 
RESPOSTA: haverá calúnia quando o fato imputado jamais ocorreu (falsidade que recai sobre o fato) ou, quando real o 
acontecimento, não foi a pessoa apontada o seu autor (falsidade que recai sobre a autoria do fato). 
** O caput pune o criador da calúnia. Já o parágrafo 1ª pune o divulgador da calúnia, aquele que amplia a potencialidade 
lesiva. 
 
-- Tipo subjetivo 
O delito é punido a título de dolo, sendo imprescindível a vontade/intenção de ofender a honra objetiva da vítima. Detalhe: o 
caput admite o dolo direto e o dolo eventual. Agora, quem propala ou divulga admite apenas o dolo direto, não sendo 
punido o dolo eventual. 
 
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-- Consumação 
 Consuma-se no momento em que terceiro toma conhecimento da imputação criminosa, independentemente do 
dano à reputação do ofendido, bastando a potencialidade lesiva. Estamos diante de um delito formal. 
Esse crime admite a tentativa na forma escrita, por exemplo, no caso de carta caluniadora interceptada pela própria vítima, 
sem que terceiros tomem conhecimento. 
- Diferenciação entre Calúnia e Denunciação caluniosa 
CALÚNIA – art. 138 do CPB DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA – art. 339 do CPB 
Delito contra a honra Delito contra a administração da Justiça 
- A intenção única é ofender a honra da vítima. - Mais do que ofender a honra, a intenção do agente é ver instaurado 
procedimento oficial contra alguém que sabe inocente. 
 
- Exceção da verdade - art. 138, §3º do CPB 
Forma de defesa indireta, através da qual o acusado de ter praticado o crime de calúnia busca provar a veracidade do que 
alegou. É admissível a prova da verdade, salvo se: 
O fato imputado constitui crime de ação penal privada, o caluniado não foi condenado por sentença irrecorrível; 
Se o fato é imputado ao Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro; 
Razões políticas orientam essa proibição (no caso do Presidente) e razões diplomáticas (no caso de chefes de governo 
estrangeiro); 
Tendo sido a pessoa “caluniada” absolvida definitivamente pelo suposto crime que lhe foi imputado, não cabe prova da 
verdade, ou seja, não é possível exumar fato acobertado pela coisa julgada. 
Exceção da verdade Exceção da notoriedade 
- Prova da verdade da imputação; - Prova da notoriedade da imputação (do fato); 
- A procedência da exceção da verdade gera 
atipicidade do comportamento (pois o fato 
atribuído deixa de ser falso); 
- A procedência da exceção da notoriedade (ou seja, a comprovação 
da notoriedade do fato) demonstra crime impossível (pois é 
impossível abalar uma moral que já está prejudicada pela 
notoriedade do fato/que já é de domínio público). 
 
 -- Difamação (art. 139 do CPB) 
Difamar alguém, imputando-lhe DETERMINADO fato ofensivo à sua reputação. 
- Sujeito Ativo – crime comum. Qualquer pessoa pode cometer esse crime. ATENÇÃO! Pessoas que desfrutam de imunidade 
material não praticam esse crime. É importante observar que Advogado tem imunidade profissional (art. 7º, §2º do Estatuto 
da OAB). 
- Sujeito Passivo – crime comum. Qualquer pessoa pode ser vítima desse crime. 
- Conduta 
Imputar fato desonroso, sem revestí-lo de caráter criminoso. ATENÇÃO! Imputar prática de Contravenção Penal é 
DIFAMAÇÃO. 
Trata-se de crime de execução livre (palavras, por escrito, por gestos etc). 
** Agente propalador – o art. 139 do CP não contém a previsão de “propalar/divulgar” a difamação, como faz o art. 138. De 
acordo com a maioria da doutrina, a omissãonão significa que o fato é atípico. Todo aquele que propala ou divulga fato 
desonroso acaba também por praticar (nova) difamação. 
- Tipo subjetivo – em nada muda em relação à calúnia. É punida a título de dolo, sendo imprescindível a intenção de ofender 
a reputação (animus difamandi). 
- Consumação – ocorre quando terceiro toma conhecimento da imputação desonrosa. Trata-se de crime formal (ou seja, não 
precisa ocorrer a efetiva lesão à honra objetiva/reputação, bastando a potencialidade lesiva). Admite a tentativa no forma 
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escrita (é o caso da carta difamatória que interceptada pela própria vítima, impedindo que terceiros tomem conhecimento 
dos fatos desonrosos). 
** Diferentemente do que ocorre na calúnia, a EXCEÇÃO DA VERDADE, na DIFAMAÇÃO, é hipótese excepcionalíssima, 
somente se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções (se fora das suas funções, não 
admite exceção da verdade). 
** DIFAMAÇÃO contra Presidente da República comporta exceção da verdade? 
 Apesar de estar incluído no conceito de “funcionário público”, há proibição da exceção da verdade em crime de 
DIFAMAÇÃO contra o Presidente da República, pelas mesmas razões usadas para fundamentar a exceção da verdade na 
calúnia. 
Exceção da verdade: na calúnia e na difamação 
EXCEÇÃO DA VERDADE 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO 
- A sua procedência gera absolvição do acusado 
por atipicidade (falsidade é elementar do tipo). 
- A procedência gera absolvição do acusado, por estar ele 
acobertado pelo exercício regular de direito. 
 
** A exemplo da calúnia, a difamação também admite a exceção da notoriedade. 
- INJÚRIA (art. 140 do CPB) 
Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro. A honra protegida é Subjetiva. 
- Sujeito ativo – crime comum. Qualquer pessoa pode praticar injúria. 
** Os detentores de imunidade material não praticam injúria. Advogado tem imunidade profissional na injúria (o advogado 
só não tem imunidade profissional na calúnia). 
- Sujeito passivo – crime comum. Qualquer pessoa (capaz de compreender contra ela a ofensa proferida) pode ser vítima. 
Na injúria, pune-se a conduta de atribuir qualidade negativa. Não existe imputação de determinado fato. Mas se for fato 
indeterminado, vago, pode configurar injúria. 
- Tipo subjetivo – é punido a título de dolo (“animus injuriandi”) 
- Consumação – consuma-se quando a ofensa chega ao conhecimento da vítima. 
** Tentativa – admite tentativa (na situação em que o caluniador morre antes da ofensa chegar até a vítima). 
** Exceção da verdade/notoriedade 
EXCEÇÃO DA VERDADE/DA NOTORIEDADE 
CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA 
- Admite prova da verdade e 
admite prova da notoriedade. 
- Admite prova da verdade (somente na 
ofensa a funcionário público, relativa ao 
exercício de suas funções), bem como admite 
prova da notoriedade. 
- Não admite exceção da verdade 
ou da notoriedade. 
 
- Perdão judicial (art. 140, §1º do CPB) 
Hipóteses: 
Quando o ofendido provocou a injúria (provocação genérica, por exemplo, um soco); 
Apenas quem revida com uma injúria é perdoado. 
Quando o ofendido provocou com injúria outra injúria (provocação específica, por exemplo, uma pessoa ofende alguém e, 
em seguida, é ofendido). 
Nesse caso, os dois agentes são perdoados (compensação de injúrias). 
 
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL PARA CONCURSOS 
| Módulo 1 | Prof. Ítalo Farias Lima 
 
 
CURSO PRIME ALDEOTA – Rua Maria Tomásia, 22 – Aldeota – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208. 2222 
CURSO PRIME CENTRO – Av. do Imperador, 1068 – Centro – Fortaleza/CE – Fone: (85) 3208.2220 
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OS: 0026/9/19-Gil 
-- Injúria real (art. 140, §2º do CPB) 
 A violência ou vias de fato como meio para atingir à honra subjetiva da vítima. NELSON HUNGRIA dizia que o agente, 
mediante violência, atingia à vítima. Mais que o corpo, é atingida a alma. Por exemplo, um puxão de orelha, um tapa etc. 
 
OBSERVAÇÕES: 
1. A contravenção penal de “vias de fato” fica absorvida; 
2. Havendo violência, a pena da injúria real é somada com a pena do crime contra a pessoa (lesão corporal, por exemplo); 
- Injúria Preconceito/descriminação - (art. 140, §3º do CPB) 
É o único crime contra a honra, cujo potencial ofensivo não é pequeno, mas de médio potencial ofensivo. 
Não confundir injúria racial com o Racismo 
INJÚRIA RACIAL (art. 140, §3º) – ou também denominada 
“racismo impróprio” 
RACISMO (lei nº 7.716/89) 
- Atribuir qualidade negativa à vítima; - Ocorre segregação ou incentivo à segregação racial. 
Por exemplo, você não joga no meu time, porque é 
negro. 
- Crime afiançável - Crime inafiançável; 
- Prescritível 
** Tem jurisprudência defendendo a imprescritibilidade desse 
delito, uma vez que este seria um tipo de crime de racismo 
localizado fora da lei nº 7.716/89, a qual traria um rol apenas 
“exemplificativo” de condutas consideradas racismo. 
- Imprescritível; 
- Ação penal pública CONDICIONADA; - Ação penal pública INCONDICIONADA. 
 
** IMPORTANTE! 
 A retorsão mediante injúria preconceito, de acordo com a maioria, não permite o perdão judicial do art. 140, §1º do 
CPB, uma vez que o preconceito manifestado não se reveste de simples injúria, tratando-se de violação muito mais séria à 
honra e a uma das metas fundamentais do Estado Democrático de Direito (proteger a dignidade da pessoa humana). 
 
-- Disposições comuns 
O art. 141 é majorante. Causa aumento de pena (não qualifica) e se aplica em qualquer dos crimes contra a honra. Nos casos 
seguintes: 
Inciso I – contra o Presidente da República ou contra chefe de Governo Estrangeiro. 
Macular a honra do Presidente da República é o mesmo que macular, indiretamente, a honra de todos os cidadãos. Ofender 
Chefe de Governo Estrangeiro pode estremecer as relações diplomáticas celebradas pelo Brasil. 
Inciso II – contra funcionário publico, em razão de suas funções 
Se a ofensa não tiver nexo com a função, não incide a causa de aumento. Além disso, não se deve confundir crime contra a 
honra do funcionário público com o crime de desacato! 
CRIME CONTRA A HONRA DE FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO 
DESACATO 
- Ofensa na ausência do servidor; - Ofensa na presença do servidor; 
 
Inciso III 
 a) Na presença de várias pessoas; 
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OS: 0026/9/19-Gil 
b) Por meio que facilite a divulgação da calúnia, difamação ou injúria. 
Inciso IV – contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. É necessário que o dolo do 
agente seja ligado a essas condições pessoais da vítima e que ele saiba dessas condições pessoais, sob pena de aplicação de 
responsabilidade penal objetiva. 
Parágrafo único – ofensa mercenária. O agente pratica a ofensa mediante recebimento de pagamento. 
 
- Exclusão do crime (art. 142 do CPB) 
Inciso I – imunidade judiciária; 
Inciso II – imunidade literária, artística ou científica; 
Inciso III – imunidade funcional. 
OBSERVAÇÕES: 
1. Essas imunidades não alcançam a calúnia, mas apenas a difamação e a injúria. 
- Retratação (art. 143 do CPB) 
Entende-se por “retratação” retirar do mundo o que se afirmou, devolvendo a verdade. CUIDADO! Retratar-se não significa 
apenas uma confissão. Trata-se de ato unilateral (ou seja, dispensa a concordância do ofendido). 
É uma causa extintiva da punibilidade, que não obsta a ação cível. 
** Se a calúnia ou difamação é praticada por mais de uma pessoa, a retratação de um dos agentes não se comunica com o 
outro.

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