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Ponto 14 - Processo Civil

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PONTO 14
Direito Processual Civil: Título Executivo. Processo de Execução. Princípios Gerais. Espécies. Execuções Especiais. Execução contra a Fazenda Pública. Execução de Obrigação de Fazer e de Não-Fazer. Execução por Quantia Certa Contra Devedor Solvente. Execução Fiscal.
Processo de Execução –
O processo de execução é a tutela voltada à satisfação do direito do credor, e conta com duas formas executivas distintas, 02 sistemas processuais de execução: como procedimento autônomo, ou como fase de um processo.
Sistema do sincretismo processual: é ter num processo mais de uma espécies de tutela, o processo para a ter duas fases procedimentais sucessivas, com concentração de atos processuais de. A primeira fase é a de conhecimento e no mesmo processo já pode iniciar a fase de execução. A lei deu a essa fase procedimento o nome de “cumprimento de sentença” (artigo 475, I, CPC).
a) Execução de título executivo extrajudicial: a execução se dá através do processo de execução independente, sempre foi assim.
b) Título executivo judicial:
b.1) Antes de 1990 a regra era a da autonomia das ações. Mas já havia como exceção do sistema o processo sincrético (exemplo: ação de despejo e ações possessórias)
b.2) 1990 - Código de Defesa do Consumidor - o artigo 84, voltado à tutela coletiva, tornou sincrético todo o processo que tivesse como objeto uma obrigação de fazer ou não fazer em processo coletivo.
b.3) 1994 – alteração dos artigos 461 e 273 do CPC dentro ideia do sincretismo processual:
a) artigo 461 do CPC (tutela individual): toda obrigação de fazer ou não fazer no âmbito da tutela individual passou a se desenvolver através de processo sincrético.
b) artigo 273 do CPC: toda execução de tutela antecipada é por mera fase procedimental.
b.4) 1995 - Lei 9.099/95 - No juizado especial, todo processo, independentemente da obrigação que discute é sincrético. Só haverá execução autônoma de titulo extrajudicial.
b.5) 2002 - criado o artigo 461-A do CPC, que torna sincrético todo processo com obrigação de entregar coisa.
b.6) 2005 - a Lei 11.232 (lei do cumprimento de sentença) que trouxe para o sincretismo processual a obrigação de pagar quantia certa.
Na execução de título judicial a regra passou a ser o processo sincrético, tem-se como exceção: a execução contra a Fazenda Pública (na obrigação de pagar quantia, em razão da submissão ao regime de precatório); a execução contra devedor insolvente (a falência da pessoa física), e execução de alimentos.
 
Obs. artigo 475-N, parágrafo único do CPC, que trata dos títulos executivos judiciais. Sentença penal, sentença arbitral e homologação de sentença estrangeira,q exigem a citação do exequente, por isso entende-se que haverá um processo autônomo, mas com o procedimento de cumprimento de sentença.
Formas de Execução - Sub-rogação ou Execução indireta:
Execução por sub-rogação - a satisfação do direito é feita sem a colaboração do devedor (penhora e expropriação do bem na obrigação de pagar quantia certa).
Execução indireta - depende da colaboração do devedor. Não pode confundir voluntariedade com espontaneidade, o cumprimento foi voluntário, mas não foi espontâneo, foi fruto de uma pressão exercida sobre o devedor para que ele cumpra a obrigação (ex.: fixação de astreinte – ameaça de piora da situação do devedor; abatimento dos honorários (art. 652, § único, CPC – pressão pela vantagem que oferece com o pagamento espontâneo)
TÍTULOS EXECUTIVOS
Títulos executivos JUDICIAIS
Os títulos executivos judiciais estão listados no art 475-N do CPC. São eles:
(a) Sentença civil: em 2005, a expressão “sentença civil condenatória” foi substituída por “sentença civil que reconhece existência de obrigação”. Essa mudança se relaciona à discussão sobre a execução de sentença meramente declaratória. Em princípio, não há o que ser executado em sentença declaratória, que apenas fornece uma certeza jurídica (ex: investigação de paternidade, usucapião). Mas quando se pretende a declaração de existência de uma obrigação inadimplida, a execução será útil.
Na doutrina, há 3 correntes sobre a possibilidade de execução de sentença meramente declaratória:
 (i) Nery e Araken de Assis: a sentença meramente declaratória não era título executivo e, após 2005, continua não sendo, em razão do princípio da congruência (CPC, art. 460);
 (ii) para Zavascki e Didier: a sentença meramente declaratória sempre foi título executivo, baseado nos princípios da economia processual (execução da sentença declaratória dispensa o ajuizamento de nova ação), e da nulla executio sine titulo;
(iii) para HTJ e Abelha, a sentença declaratória não era título executivo e passou a ser com a lei.
STJ - A inovação trazida pelo art. 475-N, I, do CPC, introduzida pela Lei n. 11.232/2005, conferiu eficácia executiva à sentença proferida no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia.REsp 1422401/PR, DJ 30.05.2014. Precedentes: AgRg no REsp 822.717/RS, 4.T, DJ 18/09/2013; REsp 1.100.820/SC, 1ª T., DJ 25/09/2012; e REsp 1.114.404/MG, primeira Seção, DJ 01/03/2010).
Súmula 461 do STJ: “O contribuinte pode optar por receber, por meio de precatório ou por compensação, o indébito tributário certificado por sentença declaratória transitada em julgado.”
(b) Sentença penal condenatória: Diferente da sentença civil, sujeita a execução provisória, só é possível executar a sentença penal na esfera cível após o trânsito em julgado, em virtude do princípio da presunção de inocência. A legitimidade passiva da exceção da sentença penal condenatória é exclusivamente do condenado (e seus herdeiros). Na esfera civil, até podem existir co-responsáveis pelo ato ilícito. Mas não se admite execução da sentença penal condenatória contra os co-responsáveis que não foram condenados penalmente. Ex: se o motorista de ônibus condenado na esfera penal pelo atropelamento não tem patrimônio, a vítima não pode executar a sentença penal contra a empresa. Se a sentença penal condenatória é desconstituída por revisão criminal, os reflexos são: (i) se ainda não há execução, não haverá mais; (ii) se a execução está em trâmite, ela será extinta, por falta de título (iii) se a execução já foi realizada, a repetição de indébito depende da fundamentação acolhida na revisão criminal (ex: ausência de autoria, materialidade, etc). Ao proferir a sentença penal, o juiz deve fixar um valor mínimo de danos (CPP, art. 387, IV), a partir do que foi aferido na cognição penal, o que não impede a liquidação do dano na esfera civil, com o pedido de complementação da diferença que o exequente entenda devido.
(c) Sentença homologatória: É o caso de autocomposição em processo em curso. A sentença homologatória pode ser mais ampla do que o objeto do processo.
(d) Sentença arbitral: a sentença arbitral é o único título judicial não formado pelo juiz e independe de homologação judicial para ser considerada título executivo.
(e) Acordo extrajudicial homologado judicialmente: Autocomposição sem que haja processo em curso. O pedido de homologação é de jurisdição voluntária.
(f) Sentença estrangeira homologada pelo STJ: A sentença estrangeira, judicial ou arbitral, via de regra, só gera efeitos no Brasil depois de homologada, inclusive as declaratórias do estado das pessoas, como a sentença de divórcio. Título extrajudicial estrangeiro não precisa ser homologado.
(g) Formal e Certidão de Partilha: Esses títulos só são eficazes perante o inventariante e os herdeiros.
Títulos executivos EXTRAJUDICIAIS
Os títulos executivos extrajudiciais estão no art. 585 do CPC, em rol exemplificativo, existindo outros títulos na legislação extravagante:
(a) Títulos de Crédito: Em regra, é preciso que o exeqüente instrua a inicial com a via original do título. No campo processual, não há necessidade de protesto para execução dos títulos. O STJ decidiu que a duplicata virtual é título executivo (RESP 1024691 e REsp 1354776/MG, DJ 08.09.2014). O título continuasendo em “papel”(cartularidade), sua circulação e forma, é que se processa virtualmente.
(b) Instrumento público, documento particular e transação: Documento público só é título executivo se estiver assinado pelo devedor. Já na escritura pública, basta a declaração do Tabelião, dispensando a assinatura do devedor. Para ser título executivo, o documento particular precisa ter assinatura do devedor e de 2 testemunhas. Segundo o STJ, as testemunhas não precisam estar presentes no momento da formação do título (RESP 541267-RJ).
(c) Alugueis e acessórios de locação: Só é possível executar despesa condominial quando houver contrato de aluguel envolvido. Na relação condômino-condomínio, não há título; o crédito deve ser cobrado mediante processo de conhecimento, pelo rito sumário (CPC, art. 275, II, “c”).
(d) Créditos dos Auxiliares da Justiça (serventuário, perito, tradutor e intérprete): Esse é um título sui generis. O objeto do crédito: “custas, emolumentos e honorários”. A forma do título é uma decisão judicial que aprova esses créditos. Esse é o único título extrajudicial formado por uma decisão do juiz. Dinamarco e Greco chegam a defender que esse é um título executivo judicial.
(e) Certidão de Dívida Ativa (CDA): É título extrajudicial unilateralmente formado pelo credor (Fazenda Pública), diante da presunção de legalidade do ato administrativo.
PRINCÍPIOS EXECUTIVOS
1) Princípio do nulla executio sine titulo: sem título executivo não há execução. Os dois requisitos indispensáveis à execução são o título e o inadimplemento. 
 
2) Princípio do nulla titulus sine lege: só a lei pode criar espécies de título executivo. Não se aceita titulo criado pela doutrina, partes ou jurisprudência.
3) Princípio da Patrimonialidade: é o resultado do processo de humanização da execução. No início tinha um devedor respondendo pela sua dívida com o seu próprio corpo, o credor tinha o direito de matar o devedor (se houvesse mais de um credor o devedor deveria ser esquartejado e distribuído os pedaços entre os credores). Após, decidiu-se por tornar o devedor um escravo (primeiro era a escravidão perpétua, depois veio a escravidão temporária). 
Responsabilidade patrimonial
- Absoluta
- Relativa (proteção ao patrimônio mínimo)
Obs. a prisão civil recai sobre o corpo, mas não satisfaz a divida.
 
- Os bens do devedor passaram a responder pela sua dívida. Num primeiro momento a responsabilidade patrimonial era integral, independentemente do valor da dívida, o devedor perdia todo o seu patrimônio. Aqui a execução ainda era tida como uma forma de vingança privada.
Impenhorabilidade
Absolutamente - art. 649
Relativamente (trata-se de uma garantia de ordem: só será penhorado ao final - bem que pode ser penhorado, apenas será o último da ordem). Art. 650
Princípio do patrimônio mínimo: o devedor responde no limite da dívida, mas mantém bens que garantam a sua sobrevivência digna. O patrimônio mínimo é uma das derivações do princípio da dignidade da pessoa humana. 
Absolutamente impenhorável: é um bem que mesmo sendo o único não será penhorado (artigo 649)
Relativamente impenhorável: são os bens que só não respondem se houver outros bens (artigo 650).
ATENÇAO - Mas há bens absolutamente impenhoráveis que podem excepcionalmente ser penhorados: 
1 - artigo 649, IV, CPC – elenca os valores obtidos com o trabalho. Esse artigo diz que para pagar dívida de alimentos o salário pode ser penhorado; 
2 - bem de família – Lei 8.009/90: o bem de família é absolutamente impenhorável, mas o artigo 3° traz hipóteses de penhora do bem de família - debito trabalhista, condominial, fiscal, alimentos.
- É irrenunciável a impenhorabilidade absoluta? A questão não é pacifica no STJ
Desfavorável:
"Inobstante a indicação do bem pelo próprio devedor, não há que se falar em renúncia ao benefício de impenhorabilidade absoluta, constante do artigo 649 do CPC. A ratio essendi do artigo 649 do CPC decorre da necessidade de proteção a certos valores universais considerados de maior importância, quais sejam o Direito à vida, ao trabalho, à sobrevivência, à proteção à família. Trata-se de defesa de direito fundamental da pessoa humana, insculpida em norma infraconstitucional" (REsp 864.962/RS, DJe de 18.2.2010, Rel Min. Mauro Campbell Marques e AgRg no REsp 1381709/PR, segunda T, DJ 13.09.2013).
Favorável:
Hipótese em que o executado indica bem à penhora e, posteriormente, invoca a nulidade da adjudicação em razão da impenhorabilidade absoluta (art. 649, V, do CPC) do objeto da constrição, por constituir equipamento essencial ("colheitadeira") à continuidade do exercício da profissão. Inviabilidade. Bem móvel voluntariamente oferecido pelo devedor à garantia do juízo execucional. Patrimônio integrante do ativo disponível do executado. Renúncia espontânea à proteção preconizada no inciso V do art. 649 do CPC. Vedação ao comportamento contraditório (venire contra factum proprium).
2. Os bens protegidos pela cláusula de impenhorabilidade (art. 649, V, do CPC) podem constituir alvo de constrição judicial, haja vista ser lícito ao devedor renunciar à proteção legal positivada na norma supracitada, contanto que contemple patrimônio disponível e tenha sido indicado à penhora por livre decisão do executado, ressalvados os bens inalienáveis e os bens de família. Precedentes do STJ. (REsp 1365418/SP, Quarta Turma, Rel. Marco Buzzi, DJ 16.04.2013. (Nesse julgado o relator menciona doutrina favorável de Araken de Assis, Luis Guilherme Marinoni e Fredie Diddier).
4) Princípio do desfecho/resultado único:
- Processo ou fase de Conhecimento: 
fim normal: é a resolução do mérito. Na resolução do mérito pode ter a entrega de tutela jurisdicional tanto para o autor como para o réu.
fim anômalo: é a decisão terminativa (termina o processo sem extinguir o mérito).
- Processo ou fase de Execução: 
fim normal: a execução é projetada para satisfazer o direito do credor.
fim anômalo: é o fim por meio de uma decisão terminativa.
 Esse princípio hoje não é tão soberano, porque a partir do momento em que se passa a admitir a discussão incidental do mérito executivo na própria execução admite-se que o executado obtenha a tutela jurisdicional, com consequente resultado favorável. Se a resolução de mérito é em favor do executado, ele ganhou a tutela jurisdicional. Assim, se o próprio sistema permite a defesa incidental do executado, quando ele recebe a tutela jurisdicional, diz-se que esse é, também, um fim normal da execução.
a) Impugnação ao cumprimento de sentença: é a defesa típica do executado na fase do cumprimento de sentença. Hoje parece tranquilo considerar que a impugnação é uma defesa incidental do executado.
b) Exceção de pré-executividade: pode veicular matéria de mérito e gerar a extinção da execução com resolução do mérito em favor do executado - exemplo clássico é a prescrição. STJ, 4ª Turma, REsp. 666.637/RN se o executado alegar uma matéria de mérito na exceção e se a exceção for acolhida, haverá uma extinção da execução com sentença de mérito, fazendo coisa julgada material.
5) Princípio da disponibilidade da execução: Trata da desistência pelo exequente da execução ou de meios executivos - artigo 569 do CPC: O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas. 
Parágrafo único - Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios; b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante. 
Princípio que parte do pressuposto que a melhor decisão ao executado será a sentença terminativa - então nem o intima para manifestar, mas se houver defesa de mérito dependerá.
- Para o STJ a prisão civil na execução de alimentos NUNCA pode ser determinada de ofício. Se o credor não pede a prisão civil, significa que o credor estaria desistindo desse meio executivo.
- A desistência daexecução não depende de anuência do executado. Mas se a matéria dos embargos for de mérito, pelo interesse em fazer coisa julgada, o executado pode optar a continuar na ação.
Por que no processo de conhecimento precisa do consentimento do réu para desistir da ação? Precisa da anuência do réu porque o réu também pode obter tutela jurisdicional. No processo em fase de execução aplica-se o princípio do resultado único. Se o exequente desistir a sentença será terminativa (artigo 267, VIII do CPC). A desistência da execução leva a um fim, regra geral, que é o melhor possível para o executado.
Obs. Se durante o trâmite dos embargos o exequente desiste da execução, a extinção da execução por desistência também pode afetar os embargos em trâmite a depender da matéria alegada nos embargos pelo executado. Se tiver nos embargos apenas matéria de defesa processual, ligada à forma da execução, os embargos automaticamente serão extintos, uma vez que estarão prejudicados, perde o objeto – neste caso ocorrerá a extinção da execução por decisão terminativa. - Por outro lado, se a matéria for de mérito, a extinção dos embargos depende de anuência do embargante. A anuência do embargante se justifica porque o embargante pode obter mais do que se obteve com a extinção da execução por desistência.
Obs. impugnação ou uma exceção de pré-executividade que veicula matéria de mérito executivo. Durante o trâmite dessa impugnação o exequente desiste da execução. Se a execução for extinta por desistência, a impugnação e a exceção de pré-executividade também serão extintas. A impugnação e a exceção de pré-executividade não possuem autonomia, elas são incidentais, seguem o destino da execução. Neste caso são aplicadas as regras do processo de conhecimento e não as regras do processo de execução. Nesse caso específico a desistência só gera a extinção da execução com anuência do executado.
6) Princípio da menor onerosidade: esse princípio busca impedir que a execução seja usada como vingança privada. O sacrifício do executado é algo natural da execução, do cumprimento das obrigações. O executado deve ser sacrificado nos estritos limites do necessário para satisfazer o direito. Esse princípio deve ser analisado sob duas óticas distintas: Menor Onerosidade X Satisfação Efetiva
1 - Utilização de meio menos gravoso - Artigo 620 do CPC: “Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor.” – se tem diferentes meios para a satisfação da execução, deve ser adotado o meio menos oneroso. 
2 - Se o ato não traz beneficio ao exequente não pode ser praticado. Artigo 659, §2° do CPC: “Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução.” 
Obs. Dinamarco e Greco dizem que é preciso ter cuidado com o artigo 620 do CPC, porque ele realmente garante a menor onerosidade. Mas por outro lado também deve ser analisada a efetividade da tutela executiva (que é algo que interessa ao exequente). O valor da menor onerosidade e o valor da efetividade devem ser analisados em conjunto, com base nos elementos do caso concreto.
7) Princípio da lealdade e boa-fé processual: todas as regras gerais de dever de boa-fé e lealdade são aplicadas na execução e aplicadas para ambas as partes - ex. litigância de má-fé, recursos protelatórios (ver art. 600 do CPC).
8) Princípio da atipicidade das formas executivas: na lei podem ser encontrados diversos meios executivos. O rol legal de meios executivos é meramente exemplificativo, o juiz pode adotar meios executivos não consagrados em lei. (outros que além de sub-rogação ou execução direta).
Artigo 461, §5º do CPC: “Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial.”
Execução de títulos extrajudiciais: conceito, espécies, pressupostos, partes, competência e procedimento.
1. Conceito: A execução de título extrajudicial é aquela deflagrada a partir de documentos particulares ou públicos aos quais a lei empresta força executiva. O rol dos títulos executivos extrajudiciais consta do art. 585 do CPC, cujo inciso V explicita sua não taxatividade (= Exemplo de título fora do rol: o contrato de honorários advocatícios, cf. Lei 8906/1994 − Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB −, art. 24, caput).
Quanto ao inciso I do art. 585 do CPC costuma-se apontar que a via original do título deve instruir a execução.
Trata-se da forma encontrada pelo legislador para fazer cessar a circulação que rege os títulos aí relacionados (“princípio da circulabilidade”), de modo a se poder dar início à execução. Contudo, e exatamente por conta de se ter a circulabilidade como parâmetro, é eventualmente possível a mera juntada de cópia autenticada, desde que se verifiquem: i) impossibilidade material de juntar o original (ex.: título já instruindo outro processo ou Inquérito Policial – IP − aí, afinal, já findou circulabilidade); b) impossibilidade de circulação (= Exemplo: cheque já prescrito). Nesse sentido: RESP 712.334/RJ, DJ 05.11.2008, REsp 820.121/ES, DJe 05/10/2010 e REsp 1086969/DF, DJ 21/05/2014). De qualquer forma, em sendo necessária a instrução da inicial com o título extrajudicial, pode implicar em indeferimento da peça, a inobservância dessa exigência.
Com relação à duplicata virtual o STJ decidiu ser ela título executivo (RESP 1024691 e REsp 1354776/MG, DJ 08.09.2014).
Por fim, frise-se que, além de necessário para desencadear o processo executivo, o título é que dará os contornos e os limites da execução.
2. Espécie de execução de títulos extrajudiciais:
Dentre as duas formas executivas básicas, a única viável para títulos extrajudiciais é a do processo autônomo. Não há que se falar na possibilidade de execução como mera fase procedimental, em tema de títulos extrajudiciais, até por uma consequência lógica (o título, afinal, não é formado em uma fase judicial anterior, de conhecimento, como se daria com o título judicial).
OBSERVAÇÃO: A ponderação do parágrafo anterior é a que costuma fazer a doutrina. Lembrar, porém, que os títulos referidos no inciso VI do art. 585 do CPC ( Créditos dos Auxiliares da Justiça) são, sim, executados nos próprios autos. E trata-se de títulos extrajudiciais, segundo o CPC (em que pesem as críticas de doutrinadores como Leonardo Greco, que os diz judiciais).
3. Pressupostos:
Encontram-se definidos no art. 586 do CPC, que relaciona a liquidez, a certeza e a exigibilidade como atributos inerentes aos títulos executivos.
Certeza do título - quando não há controvérsia quanto à existência do crédito por ele manifestado. A certeza decorre, normalmente, da perfeição formal do título.
Liquidez é o atributo do título em que se encontra determinado o valor e a natureza daquilo que se deve. Um título não deixa de ser líquido por não apontar o montante da dívida, desde que se possa, pelos elementos nele contidos, e por simples cálculo aritmético, chegar ao valor devido. O título extrajudicial tem sempre de ser líquido para ensejar a execução, pois não existe liquidação de título extrajudicial.
Exigibilidade - diz respeito ao vencimento da dívida. Se a obrigação estiver sujeita a condição ou termo, somente com a verificação de um dos institutos é que o crédito tornar-se-á exigível.
A propositura de qualquer ação relativa ao débito constante do título executivo não inibe o credor de promover-lhe a execução.
4. Partes:
Legitimidade ativa (CPC, arts. 566 e 567).
4.1) Pelo art. 566 do CPC, são 2 (dois) os legitimados (CPC, art. 566): i) o credor a quem a lei confere título executivo [o inciso traz a chamada legitimidade ordinária originária ou primária. Excepcionalmente,porém, pode ser considerado credor um terceiro - Exemplo: art. 23 do Estatuto da OAB diz que o advogado tem legitimidade para executar a sentença no tocante a honorários]; ii) o Ministério Público, nos casos prescritos em lei [Legitimação do MP será sempre extraordinária (sempre em nome próprio defende interesse alheio). Atenção quanto à legitimação do MP na tutela coletiva: aí, não só legitimidade executiva, mas dever funcional de executar. Art. 68 do CPP (pessoa pobre como titular do direito à reparação do dano): cf. STF, RE 135.328, que firmou a tese de que há a legitimação do MP onde a Defensoria ainda não atue (inconstitucionalidade progressiva).
4.2) Pelo art. 567 do CPC, há mais 3 (três) categorias de legitimados (“Art. 567. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir: I – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo; [Aqui, legitimação é provisória, não programada para durar para sempre: dura só até a partilha dos bens, que é até quando o espólio dura (após, com os herdeiros tendo recebido seus quinhões sucessórios ou hereditários, passam eles a ser os legitimados). A legitimação destes sujeitos é ordinária: estarão em juízo em nome próprio defendendo interesse próprio. É também superveniente (ou derivada, ou secundária − legitimação que surge após a formação do título executivo; no caso, o evento superveniente é a morte)]; II – o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos; [Instrumento de cessão de crédito deve instruir a inicial. Se a cessão de crédito for feita durante a execução, haverá hipótese de sucessão processual. O cessionário sempre atuará com legitimação ordinária (em nome próprio defende interesse próprio) e superveniente. Na verdade, só muda em relação ao I o fato de aqui a legitimação decorrer de ato inter vivos]; III – o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional [Aqui, há transferência de crédito. Pode ser tanto sub-rogação legal (=Exemplo: art. 346 do CPC − fiador que paga dívida) como convencional (= Exemplo, art. 347 do CPC). A exemplo do cessionário de crédito, o sub-rogado atua como legitimado ordinário superveniente (também ante ato inter vivos).
Legitimidade passiva (CPC, arts. 568: “Art. 568. São sujeitos passivos na execução: I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; [Devedor obrigatoriamente há de constar do título. Atua com legitimação ordinária primária (ou originária) − porque é criada já quando da formação do título.]; II – o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor; [Legitimação ordinária superveniente – Aqui, possível eventualmente a alegação de benefício de inventário − art. 1792 do CPC: “Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe, porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor dos bens herdados”; III – o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo; [Nesse caso, a figura do novo devedor, com a assunção de dívida, via cessão de débito. Novo devedor terá legitimação ordinária superveniente por ato inter vivos]; IV – o fiador judicial; [Não consta do título executivo. Se credor quiser, pode reunir devedor e fiador em litisconsórcio. Não cabe interpretação ampliativa para abarcar o fiador convencional. Quando este for executado, será por conta de seu enquadramento em outros incisos, como o inciso I]; e V – o responsável tributário, assim definido na legislação própria.[Conforme artigos 134 e 135 do Código Tributário Naiconal – CTN –, são legitimados passivos tanto pelo CPC quanto pela Lei de Execução Fiscal – LEF – Lei 6.830/1980. Nesse caso, o título executivo será a Certidão de Dívida Ativa – CDA].
5. Competência:
Competência para a execução de título extrajudicial é sempre relativa. Critérios para lhe definir o foro competente, pela ordem: i) Cláusula de Eleição de foro; ii) Local do cumprimento da obrigação; iii) Domicílio do executado.
Se forem vários os executados, poderá ser escolhido o domicílio de qualquer deles.
Em se tratando de execução fiscal, será da Justiça Federal quando o exequente for a União ou entidade autárquica federal. Nos demais casos, a competência é da Justiça Estadual.
Protesto do título executivo em cartório não afeta a regra de competência executiva. Trata-se de ato de natureza meramente administrativa, afinal − e, sendo competência uma matéria jurisdicional, não há qualquer interferência (STJ, RESP 782.384/SP).
6. Procedimento:
6.1 – Execução de títulos extrajudiciais - o CPC regulou separadamente as execuções de títulos extrajudiciais tendo em vista a natureza da prestação a ser obtida do devedor, classificando-as em: I – execução para entrega de coisa certa ou coisa incerta (arts. 621 a 631, do CPC); II – execução das obrigações de fazer e não fazer (arts. 632 a 645, do CPC); III – execução por quantia certa, contra devedor solvente ou insolvente (arts. 646 a 724 e arts. 748 a 786, do CPC, respectivamente).
OBSERVAÇÃO: As normas que regem o processo de execução de título extrajudicial aplicam-se subsidiariamente ao cumprimento da sentença (CPC, art. 475-R).
Execução por quantia certa contra devedor solvente.
1. Noções Gerais: A satisfação de um direito de receber quantia tem dois regramentos no CPC: a) cumprimento de sentença (Ponto 15.10) (processo sincrético) – modo geral os títulos executivos judiciais; b) processo de execução – títulos executivos extrajudiciais, e a alguns judiciais (sentença penal condenatória, sentença arbitral, sentença estrangeira homologada pelo STJ, etc.). Apesar de serem procedimentos distintos, o cumprimento de sentença se vale de regras do processo de execução, sobretudo no que tange à produção de receita (penhora, expropriação, etc.). A partir da penhora, os procedimentos são praticamente idênticos. Partindo da regra de que o devedor responde por suas obrigações com seus bens presentes e futuros (art. 591), a execução por quantia certa objetiva a expropriação dos bens do devedor inadimplente, necessários à satisfação do direito do credor (art. 646). Devedor solvente (ativo maior que passivo), insolvente só quando declarado por sentença.
2. Procedimento:
a) fase de proposição: A execução de títulos extrajudiciais se realiza por processo autônomo. A sua formação exige os requisitos gerais para a constituição de qualquer processo. Haverá, então, petição inicial – com requisitos especiais, em razão da natureza do objeto desse processo- 
A petição inicial deve satisfazer os requisitos do 282 do CPC e faculta-se ao credor apresentar a relação dos bens que pretende sejam penhorados. Marinoni: dispensa o pedido de provas, porque no processo executivo não se realiza instrução probatória.
Art. 615-A - Ao ajuizar a ação de execução, o credor pode requerer certidão comprobatória da distribuição da causa, que deverá identificar as partes e o valor da causa. A finalidade dessa averbação é a publicização da execução, de modo a evitar a fraude. Esta averbação não gera nenhum direito de preferência no recebimento do crédito. Eventual alienação posterior a essa averbação acarretará presunção de fraude à execução (presunção relativa, ex. o devedor poderá provar que não é insolvente). Este artigo excepciona a fraude à execução, pois contempla uma presunção de fraude anterior à citação (regra geral – para que haja fraude à execução – deve ser depois da citação).
É possível em um só processo de execução cumular várias ações contra o mesmo réu (cumulação objetiva) ou uma ação executiva ser apresentada por vários autores ou por um autor contra diversos réus, ou contemplando vários autores e réus ao mesmo tempo (cumulação subjetiva). Os pressupostos são os mesmos do processo de conhecimento. Não se pode cumular uma execução de título judicial com uma baseada em título extrajudicial ou contra a fazenda pública. Da mesma forma não se pode cumular execuçõescuja competência material ou funcional pertença a órgãos jurisdicionais distintos. Não se admite (para Marinoni) o litisconsórcio unitário, já que o processo não tem por objetivo uma decisão uniforme para todos os litisconsortes.
Recebida a PI e fixado o valor dos honorários do advogado do exequente e determinada citação é necessária promovê-la. A via regular é por mandado, não se aceita a citação por correio. Só com a citação válida do executado as alienações e onerações de bens penhoráveis serão consideradas em fraude a execução (caso não tenha havido antes a averbação do 615-A). O executado é citado para em 3 dias promover o pagamento da dívida. O prazo só começa a fluir a partir da juntada aos autos do mandado de citação cumprido ou do término do prazo da citação por edital. Havendo mais de um executado, o prazo será autônomo para cada um deles, contando-se, então, a partir da juntada aos autos do respectivo mandado de citação, salvo no caso de cônjuges, quando o prazo de ambos será contado da juntada do último.
Não encontrando o executado para realizar a citação, o oficial de justiça, antes de restituir o mandado aos autos, realizará o arresto de bens em quantidade suficiente para que a execução possa ser satisfeita. Esse arresto possui natureza executiva e não cautelar. È medida que independe de decisão judicial, incidindo diante da simples não localização do executado para a citação. Não ocorrendo manifestação do requerido no referido prazo de 3 dias, o arresto se converterá em penhora – [Arresto executivo (653): basta não ser localizado o executado para sua citação (arresto de ofício pelo oficial de justiça); realizado o arresto, ele vai procurar o devedor por mais três vezes; se ele não encontrar o devedor, o credor poderá requerer a citação por edital do devedor (a lei fala em citação por edital, mas não fala em citação com hora certa; Súmula 196 do STJ: pode haver citação por hora certa na execução de títulos extrajudiciais); não sendo realizado o pagamento, o arresto se converte em penhora].
O executado não tem mais a opção de pagar ou nomear bens à penhora. É o exequente que pode indicar os bens passíveis de penhora na própria PI. No caso de não pagamento no prazo de 3 dias, pode o exequente exigir a penhora on –line sobre valor depositado pelo executado em conta corrente ou aplicação financeira. Não efetuando o pagamento integral do débito, o oficial de justiça, de posse da 2º via do mandado de citação, procederá à penhora de bens - que localizar ou que forem indicados pelo exequente e à sua imediata avaliação. O executado pode pagar, sofrer a penhora ou no prazo de 15 dias (não no de 3) reconhecer e existência do crédito depositando de pronto 30% do valor executado (moratória legal).
Requisitos dessa proposta: 1º) devedor deverá reconhecer a dívida acrescida de correção monetária, juros, custas e honorários advocatícios; 2º) no ato de reconhecimento da dívida, no ato em que ele realiza a proposta, ele tem que comprovar que recolheu pelo menos 30% do valor; 3º) deverá propor o pagamento do saldo em até 6X mensais; 4º) proposta no prazo dos embargos (15 dias). Mesmo que a proposta seja feita nestas condições, apesar da vinculação obrigatória do juízo e do exequente ao pedido, em respeito ao princípio do contraditório, o juiz intimará o exequente para se manifestar sobre o pedido; mesmo que o credor não concorde, pouco importa, a proposta será deferida; trata-se de um direito subjetivo do devedor (feita de acordo com a lei, prescinde da concordância do credor). Se a proposta for feita de modo diverso, ela estará condicionada à concordância do credor. Se o magistrado indeferir a proposta (caberá o recurso de AI), a execução vai prosseguir. Não é mais possível a oposição de embargos, por preclusão lógica (Nery, Marinoni, Araken). Ademais, não é possível a apresentação da proposta concomitantemente com a oposição de embargos, porque o ato de reconhecer a dívida é incompatível com a vontade de embargar. Se o devedor não quiser correr risco nenhum, o melhor é fazer um acordo com o credor. Após a oposição dos embargos, pode haver apresentação da proposta de pagamento parcelado, todavia, sendo condicionada a aceitação do credor. Se o magistrado deferir a proposta: suspende a execução até que sejam pagas as parcelas vincendas. Em havendo o inadimplemento de qualquer das parcelas vincendas, haverá o vencimento antecipado das demais, hipótese esta que o devedor arcará, ainda, com uma multa de 10% sobre o valor da dívida.
b) fase de instrução: Penhora: é o ato de afetação do bem à execução (responsabilidade patrimonial que era abstrata se concretiza em determinados bens), que garante o juízo e gera direito de preferência entre credores com a mesma qualidade (entre quirografário, terá preferência o que tiver penhorado primeiro, irrelevante o registro).  Natureza jurídica: majoritariamente, unicamente de ato executivo (ressalvados os entendimentos minoritários de que se trataria de medida cautelar; ou que além de ato executivo possui efeitos conservativos). A penhora despoja, em regra, o executado da posse direta do bem penhorado; porém, ele pode ser depositário, caso assim aceite o exequente, caso haja dificuldade na remoção do bem, ou no caso de penhora de bem imóvel. A alienação de bem constrito por penhora traz presunção, ainda mais forte, de fraude (respeitado o 3º de boa-fé). 
A penhora não pode recair sobre bens impenhoráveis (art. 649, CPC).
Observação 1: A razão dessa limitação à penhora deve-se ao objetivo de preservar as receitas alimentares do devedor, a penhora não pode levar a situação incompatível com a dignidade da pessoa humana. Inalienabilidade de bens particular não prevalece em face de obrigações tributárias (art. 186, CTN). Fazem jus à impenhorabilidade absoluta: se não residir no único imóvel, mas utilizar o valor da locação como complemento de renda familiar, faz jus aos benefícios da Lei 8.009/90 (STJ, RESP 243.285, 26/08/2008). Honorários advocatícios têm natureza alimentar. STF e STJ atualmente estendem os benefícios para as pequenas empresas, em relação aos bens necessários e úteis, mas não os imóveis - AgRg no REsp 1381709 / PR.
Observação 2: Verbas públicas recebidas por instituições privadas. Fundo partidário, mas os demais bens dos partidos são penhoráveis. São relativamente impenhoráveis, art. 650: frutos, mas sendo de prestação alimentícia é absolutamente impenhorável.
Observação 3: Sumula 449/ STJ - A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.
A penhora em dinheiro é a preferível (lista do art. 655, CPC), porque atende ao princípio da máxima coincidência, dispensando a fase de expropriação. A penhora em dinheiro pode recair sobre a conta corrente (penhora online, através de convênio entre a Justiça e o Banco Central – BACENJUD), a Corte Especial do STJ. Resp 1.112.943, 15.09.2010, entendeu que “a penhora online, antes da entrada em vigor da Lei 11.382/06, era medida excepcional (...) após o advento da referida lei, o juiz ao decidir sobre a realização da penhora online, não pode mais exigir do credor a prova do exaurimento das vias extrajudiciais na busca de bens penhoráveis...”. Recentemente, o STF (MS 27621) disse que é possível a imposição, pelo CNJ, de que todos os juízes tenham cadastro no BACENJUD; isso não viola autonomia funcional, por não impor ao juiz a prática do ato desta ou daquela forma.
Os embargos do executado não dependem de penhora e o prazo para sua interposição conta-se da juntada aos autos do mandado citatório cumprido.
Meação: a penhora deve recair sobre a totalidade do bem comum, devendo a meação recair cobre o produto apurado na expropriação executiva. Precatórios são penhoráveis. Direitos e ações: não pode o direito real de usufruto, mas pode do exercício. Não há mais usufruto de empresa e sim penhora do faturamento. Reforço de penhora: STJ entende que não pode ser de ofício. Avalição é feita pelo oficial de justiça, (art. 680, CPC).
Expropriação(faz parte da fase de instrução): segue a seguinte ordem de preferência: A) adjudicação (até a Lei 11.382/06, a adjudicação não era mecanismo preferível; só ocorria após frustração da tentativa de alienação): o Estado-juiz transfere o bem penhorado para o credor ou outros legitimados (cônjuge, ascendente, descendente) que detêm preferência sobre o bem. Pode ser adjudicação satisfativa (quando o valor cobrado é maior que o do bem, havendo continuidade da execução); ou adjudicação venda: a execução é menor que o bem, com a devolução da diferença. Valor mínimo da adjudicação = valor da avaliação (STJ).  Os débitos tributários sub-rogam-se no preço. Pode ser provisória, quando pendentes embargos à execução, mas não exige caução, resolvendo em perdas e danos, caso procedentes os embargos. B) alienação por iniciativa particular: ocorre quando frustrada a adjudicação. Continua sendo judicial: o particular (próprio exequente ou corretor) faz apenas intermediação – ao contrário da alienação no SFH, que é feita pelo próprio credor. Tenta-se evitar a hasta pública. Preço mínimo = avaliação, o executado não tem direito de pedir essa forma de expropriação, mas pode indicar comprador. C) hasta pública: mais onerosa forma de expropriação. Pode ser uma praça (para bens imóveis, realizada por servidor da Justiça, no átrio do fórum) ou leilão (para bens móveis, realizado por leiloeiro, em lugar determinado pelo juiz). A Lei 11.382/06 viabilizou a arrematação eletrônica. A hasta exige publicidade: publicação de edital, convocando eventuais arrematantes. Em relação aos vícios do edital, o STJ aplica o princípio da instrumentalidade das formas. A publicidade é mitigada quando o valor do bem for menor que 60 salários, quando bastará a afixação de edital no próprio fórum. Encerrada com a arrematação. É uma ato de desapropriação, de soberania estatal. Intimação na pessoa de seu advogado. Extingue as hipotecas que se sub-rogam no preço da arrematação. Pode ocorrer evicção, subsiste direito de regresso (STJ, Resp, 123703, 13.05.2011). D) usufruto: é a última modalidade de produção de receita. Assemelha-se a uma anticrese. Todos os frutos civis do bem penhorado ficam destinados ao pagamento da dívida. O bem continua no patrimônio do devedor. O executado não pode se opor a este modelo de produção de receita. A principal defesa do executado são os embargos do devedor. Eis algumas informações sobre ele: ação autônoma; manejada em 15 dias da juntada da citação da execução; são, em regra, destituídos de efeito suspensivo; podem ser ajuizados independentemente de penhora. E lembrar que não há mais usufruto de empresa e sim penhora do faturamento.
 
Execução contra a Fazenda Pública - Execução Fiscal.
Execução Fiscal - está regulada pela Lei Federal nº 6.830/80 e, subsidiariamente, pelas disposições do CPC
a) Dívida Ativa. é constituída por dívida de natureza tributária ou não tributária pela Lei Federal n. 4.320/64. Compreende, além do principal, a atualização monetária, os juros, a multa de mora e os demais encargos previstos em lei ou contrato.
 A CDA pode ser, até a prolação da sentença de embargos, substituída, em caso de erro material ou formal. O que não se admite é a modificação do sujeito passivo da execução (Súmula 392, STJ).
As Fazendas não promovem execução fiscal quando a dívida for de pequeno valor, de acordo com limites fixados em cada esfera. Mas, se ainda assim ela intentar execução, não cabe ao juiz extinguir o feito, porque apenas cabe ao ente público avaliar o ajuizamento. Nesse sentido a Súmula 452, STJ. 
Protesto de CDA. À luz do art. 1º da Lei 9.492/1997, discutia-se a possibilidade de protesto da Certidão de Dívida Ativa (CDA), título executivo extrajudicial (art. 586, VIII, do CPC) que aparelha a Execução Fiscal, regida pela Lei 6.830/1980. O STJ, no julgamento do REsp 1.126.515/PR, Relator Ministro Herman Benjamin, DJe 16/12/2013, reformou a sua jurisprudência, passando a admitir a possibilidade do protesto da CDA com base nessa lei. Considereou o protesto instituto de natureza bifronte, que representa, de um lado, instrumento para constituir o devedor em mora e provar a inadimplência, e, de outro, modalidade alternativa para cobrança de dívida, foi ampliado, desvinculando-se dos títulos estritamente cambiariformes para abranger todos e quaisquer "títulos ou documentos de dívida". Com a publicação da Lei 12.767/2012, promoveu-se a inclusão do parágrafo único no art. 1º da Lei 9.492/1997, para expressamente consignar que estão incluídas "entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas autarquias e fundações públicas".
b) Legitimidade ativa e passiva na Execução Fiscal: Pode ser ajuizada pela Fazenda Pública (União, Estados, Municípios, DF e suas autarquias e fundações públicas). Para parcela da doutrina, também devem ser incluídas as agências reguladoras (Scarpinella Bueno). Para Didier (obra citada) e Marinoni-Arenhart  (Execução, p 392), não pode ser ajuizada pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. Reconhece Didier, todavia, ser possível, a celebração de convênio entre um ente público e uma empresa pública ou sociedade de economia mista para que esta possa promover a execução fiscal. Cita como exemplo o ERESP n 537.559/RJ, em que reconhecida a legitimidade da CEF para intentar execução fiscal como substituta processual do FGTS. Para Theodoro Jr, citando precedente STJ (Resp 397.363), a aplicação do procedimento executivo dependerá da atividade que elas exercem, exigindo-a no caso da ECT.
Os conselhos profissionais são também partes legítimas (ADI n 1.717/DF). É de se observar que a OAB não pode se valer do executivo fiscal para cobrar anuidades de advogados, devendo utilizar a execução por quantia certa contra devedor solvente. É que a OAB não integra a Administração Indireta, não estando submetida à Lei 4.320/64, e o art. 2 º da LEF prevê que constitui dívida ativa aquela definida como tributária ou não tributária pela Lei 4.320/64. As contribuições vertidas pelos advogados não desfrutam de natureza tributária nem ostentam índole fiscal, tanto que não se subordinam ao princípio da legalidade estrita, cabendo a cada seccional fixar o valor da anuidade a ser paga. Assim, não sendo composta a receita da OAB de verbas orçamentárias, nem atendendo às exigências da LEF, não pode valer-se da execução fiscal (STJ, ERESP 503.252/SC).
O polo passivo, por sua vez, compõe-se pelo devedor constante da certidão ou por seus sucessores a qualquer título. Pode, ainda, ser promovida a execução em face do garantidor da dívida ou contra a pessoa obrigada a satisfazer a obrigação, como o fiador, o espólio, a massa falida ou o responsável, nos termos da lei, por dívidas tributárias ou não tributárias. Tanto o devedor quanto os demais responsáveis devem estar designados no termo de inscrição de dívida, conforme dispõe o art. 2 º, par 5 º, I, da LEF. 
Responsável tributário e redirecionamento da execução fiscal – no julgamento dos EREsp 702.232/RS, de relatoria do Min. Castro Meira, a Primeira Seção firmou entendimento de que o ônus da prova quanto à ocorrência das irregularidades previstas no art. 135 do CTN - "excesso de poder", "infração da lei" ou "infração do contrato social ou estatutos" - incumbirá à Fazenda ou ao contribuinte, a depender do título executivo (CDA). 
Se o nome do sócio não consta da CDA e a execução fiscal foi proposta somente contra a pessoa jurídica, ônus da prova caberá ao Fisco. 
Caso o nome do sócio conste da CDA como corresponsável tributário, caberá a ele demonstrar a inexistência dos requisitos do art. 135 do CTN, tanto no caso de execução fiscal proposta apenas em relação à sociedade empresária e posteriormente redirecionada para o sócio-gerente, quanto no caso de execução proposta contra ambos (o redirecionamento, então, pressupõe que o nome do responsável esteja na CDA). 
A Primeira Seção do STJ, no julgamento do REsp 1.104.900/ES, relatoria da Ministra Denise Arruda,submetido ao regime dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC), reiterou o entendimento de que a presunção de liquidez e certeza do título executivo faz com que, nos casos em que o nome do sócio conte da CDA, o ônus da prova seja transferido ao gestor da sociedade.
 “O mero inadimplemento da obrigação de pagar tributos não constitui infração legal capaz de ensejar a responsabilidade prevista no artigo 135 do Código Tributário Nacional. Ademais, a quebra da empresa executada não autoriza a inclusão automática dos sócios, devendo estar comprovada a prática de atos com excesso de poderes ou infração à lei. Precedentes.” (AgRg no REsp 1273450/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/02/2012, DJe 17/02/2012)
STJ Súmula nº 435 -  Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
No caso de encerramento da falência da pessoa jurídica, não deve prosseguir a execução fiscal contra a massa falida, por inexistência de sujeito passivo, devendo ser facultada à exequente a oportunidade de postular o redirecionamento contra os sócios – art. 134, VII, CTN (STJ, RESP 608.198). Ou seja, ainda que regular a dissolução da pessoa jurídica por falência, é admissível o prosseguimento da execução fiscal contra os sócios cujos nomes constam da CDA. 
Execução fiscal contra a Fazenda Pública: É cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública - Súmula 279 do STJ, contudo “Como os bens da Fazenda Pública são, por definição, impenhoráveis, o procedimento da Lei 6.830/80 não pode ser utilizado nas execuções contra entes da Administração Pública direta e suas autarquias e fundações, que têm legitimidade ativa, mas não legitimidade passiva para figurar no polo passiva de uma execução fiscal. As ações de execução contra a Fazenda Pública devem observar o rito do artigo 730 do CPC” (João Aurino e Marcos Paulo, Execução Fiscal Aplicada, 2012, p. 91) (REsp 1333867/SC, DJ 08.10.2013).
c) Competência: É do foro do domicílio do devedor, podendo ser ajuizada no foro do lugar em que se praticou o ato ou ocorreu o fato que deu origem à dívida. 
A execução fiscal configurava hipótese de competência delegada da justiça estadual (Art. 15 da Lei no 5.010, de 1966) e o STJ entendia que essa competência era absoluta, pois, no julgamento do REsp 1.146.194/SC (Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Relator p/ acórdão Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 25/10/2013), sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou entendimento no sentido de que o Juízo Federal pode declinar, de ofício, da competência para o processo e julgamento da execução fiscal, em favor do Juízo de Direito da Comarca do domicílio do devedor, quando esta não for sede de Vara da Justiça Federal, nesse caso não se aplica o enunciado da Súmula no 33 do Superior Tribunal de Justiça (essa súmula inadmite que a competência relativa seja declarada de ofício). Considerou a Corte que a norma legal visa facilitar tanto a defesa do devedor quanto o aparelhamento da execução, que assim não fica, via de regra, sujeita a cumprimento de atos por cartas precatórias. Ou seja, proposta a Execução Fiscal na Justiça Federal, haverá incompetência absoluta deste juízo caso o devedor seja domiciliado em comarca diversa que não possua vara federal.
NOVIDADE: 
REVOGAÇÃO DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA
A Lei n. 13.043/2014 revogou o inciso I do art. 15 da Lei n. 5.010/66.
Logo, a partir de agora, se a União, suas autarquias e fundações ajuizarem execução fiscal elas serão sempre processadas e julgadas pela Justiça Federal, mesmo que o executado more em uma comarca do interior onde não funcione vara da Justiça Federal.
Desse modo, não mais existe a competência delegada no caso de execuções fiscais propostas pela Fazenda Pública federal.
EXECUÇÃO FISCAL AJUIZADA COM BASE NA LEI 5010/66 PERMANECERÁ NA JUSTIÇA ESTADUAL -
A Lei n. 13.043/2014 determinou que a revogação da competência delegada NÃO deve alcançar as execuções fiscais da União e de suas autarquias e fundações públicas ajuizadas na Justiça Estadual antes da sua vigência (art. 75).
Em outras palavras, o fim da competência delegada só vale para execuções fiscais propostas a partir de 14/11/2014. As execuções fiscais propostas perante o juízo de direito antes dessa data deverão ser por ele sentenciadas e o eventual recurso é dirigido ao Tribunal Regional Federal.
A execução fiscal proposta pela União contra Estado estrangeiro ou organismo internacional deve ser intentada no STF, cf art. 102, I, alínea e, CF (STF, ACO-AgR n 543/SP). Isso à mercê da discussão acerca da imunidade de jurisdição ou de sua renúncia.
O julgamento de ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho insere-se na esfera da competência da Justiça do Trabalho, nos termos do art. 114, VII, da Constituição da República, com a redação que lhe foi atribuída pela EC 45/2004, salvo se já houver sentença de mérito na Justiça Comum (CC 123855/SP, DJ 21.03.2013).
Quanto ao FGTS, segue sendo competência federal: não se tem subjacente qualquer relação de trabalho, porque não envolvem, diretamente, empregado e empregador; a obrigação desse decorre de lei e não da relação trabalhista (Súmula 349, STJ) (REsp 1330108/RO, DJ 22.08.2013). STJ, CC n. 23.132/TO: é da Justiça Eleitoral a competência para processar execução fiscal que objetiva a cobrança de multa eleitoral.
Súmula nº 58 “Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio do executado não desloca a competência já fixada.”
Ainda quanto à falência, de acordo com a jurisprudência do STJ, a possibilidade de cobrança do crédito por meio de execução fiscal não impede a opção do credor pela habilitação do crédito no processo falimentar (RESP 874.065/RS). É que não se aplica à execução fiscal a vis attractiva do juízo universal da falência. Todavia, apesar de os créditos tributários não estarem sujeitos à habilitação no juízo falimentar, não se livram de classificação, para disputa de preferência. Assim, a Fazenda não tem de encerrar o executivo fiscal para habilitar seu crédito, mas deve encaminhar o produto de sua execução singular ao juízo da falência, para que se incorpore ao monte e seja distribuído, observadas as preferências e as forças da massa (STJ, RESP 188.148 e AgRg no AgRg no AgRg no CC 117184). Está superado o entendimento de que, havendo penhora anterior à quebra em favor da Fazenda, o bem constrito deveria ficar fora do rol dos bens da massa; ele sempre se submete à gradação legal de preferências.
d) Procedimento: Deve-se instruir a petição inicial com a certidão de dívida ativa. Estando em ordem, o juiz determina a citação do executado, preferencialmente por meio dos correios com AR, podendo a Fazenda requerer seja de outra forma. A citação pelo correio considera-se feita na data da entrega da carta no endereço do executado. Se a data for omitida no AR, considera-se feita a citação 10 (dez) dias após a entrega à agencia postal (art. 8 º, II, LEF). Se o AR não retornar em 15 dias da entrega da carta à agencia postal, a citação deve ser feito por oficial de justiça ou por edital. Frustradas as tentativas para citação, faz-se por edital. Na execução fiscal ela só ocorre após o esgotamento de todos os meios possíveis para localização do executado - STJ Súmula nº 414.
Info 493 do STJ EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. CITAÇÃO. RETROAÇÃO. PROPOSITURA DA AÇÃO. A Turma, em conformidade com o exposto pela Primeira Seção deste Superior Tribunal no julgamento do REsp 1.120.295-SP, DJe 21/5/2010, representativo de controvérsia, reafirmou o entendimento de que o art. 174 do CTN deve ser interpretado em conjunto com o disposto no art. 219, § 1º, do CPC, de modo que o marco interruptivo atinente à prolação do despacho que ordena a citação do executado retroage à data do ajuizamento do feito executivo, a qual deve ser empreendidano prazo prescricional. Dessarte, a propositura da ação constitui o dies ad quem do prazo prescricional e, simultaneamente, o termo inicial para sua recontagem sujeita às causas interruptivas previstas no art. 174, parágrafo único, do CTN. AgRg no REsp 1.293.997-SE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/3/2012.
O executado é então citado no prazo de 5 dias, para adotar uma das seguintes opções: 1º) pagar a dívida cobrada; 2º) garantir a execução; 3º) não pagar nem garantir.
O PAGAMENTO deve ser feito por meio de depósito em conta bancária vinculada ao juízo.
A GARANTIA do juízo evita que a Fazenda Pública indique bens do devedor que serão penhorados; e assegura o direito de poder oferecer embargos à execução (§ 1º do art. 16).
A Lei n. 13.043/2014 alterou o inciso II do art. 7º da LEF e previu expressamente mais uma forma de garantia do juízo: o SEGURO GARANTIA.
Assim, depois da Lei n. 13.043/2014, o devedor poderá oferecer a garantia do juízo de quaro modos:
a) DEPÓSITO EM DINHEIRO.
b) FIANÇA. 
c) NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA.
d) SEGURO GARANTIA (novidade)
Obs: no âmbito federal, mesmo antes da Lei n. 13.043/2014 a Procuradoria da Fazenda Nacional possuía Portaria (164/2014) aceitando o seguro garantia como garantia do juízo, desde que cumpridos certos requisitos. O STJ não aceitava o seguro garantia por ausência de previsão legal (AgRg no REsp 1423411/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05/06/2014).
PENHORA - Se o devedor não pagar nem nomear bens à penhora no prazo legal, o juiz determinará a penhora de bens.
Quanto à penhora, a ordem é distinta do CPC, devendo obedecer ao previsto no art. 11 da LEF. Se necessário o reforço de penhora, tal não pode ser determinado de ofício pelo juiz, sob pena de violação ao princípio dispositivo (STJ, RESP 475.693). A substituição depende de requerimento justificado da Fazenda, sendo aplicável à execução fiscal o art. 656 do CPC, com exceção de seu inciso I. É que esse inciso prevê que a parte pode requerer a substituição no caso de desobediência à ordem legal e, nos termos do art. 15 da LEF, a substituição de bens penhorados por outros independe da ordem de nomeação.
A intimação da penhora ao executado dá-se por publicação no Diário Oficial. Se a penhora recair sobre imóvel, será feita a intimação do cônjuge. É possível a penhora sobre o faturamento diário de empresa, desde que seja excepcional, caso não haja outro meio de se garantir o juízo nem bens suficientes para cobrir o valor.
 A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp 1.090.898/SP, firmou entendimento segundo o qual, não se equiparando o precatório a dinheiro ou fiança bancária, mas a direito de crédito, pode a Fazenda Pública recusar a substituição por quaisquer das causas previstas no art. 656 do CPC ou nos arts.11 e 15 da LEF.("A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por precatório" Súmula 406/STJ).
Em relação à recusa ao oferecimento de precatório à penhora, se não observada a ordem legal dos bem penhoráveis, não ofende o princípio da menor onerosidade para o devedor sobre o da efetividade da tutela executiva, para aplicação desse princípio é preciso que se demonstre em concreto sua incidência, já que não existe uma preponderância abstrata, exige-se, para a superação da ordem prevista nos arts. 655 do CPC e 11 da LEF, argumentação baseada em elementos do caso concreto (REsp 1.337.790/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, DJe 7.1./2013 e AgRg no AREsp 582715/DF, DJ 04.12.2014).
Art. 185-A do CTN, determina a indisponibilidade de seus bens e direitos. Essa indisponibilidade deve limitar-se ao valor total exigível, devendo ser imediatamente levantada a indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite. Mas ela só ocorre se a dívida for de natureza tributária. A indisponibilidade não impede que o devedor use e usufrua de seu bem, só não podendo aliená-lo.
RECENTE: STJ - INDISPONIBILIDADE DE BENS E ESGOTAMENTO DE DILIGENCIAS:
Em recente julgamento na sistemática dos recursos repetitivos, o STJ consolidou que a indisponibilidade de bens e direitos autorizada pelo art. 185-A do CTN depende da observância dos seguintes requisitos: (i) citação do devedor tributário; (ii) inexistência de pagamento ou apresentação de bens à penhora no prazo legal; e (iii) a não localização de bens penhoráveis após esgotamento das diligências realizadas pela Fazenda, caracterizado quando houver nos autos (a) pedido de acionamento do Bacen Jud e consequente determinação pelo magistrado e (b) a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou Estadual de Trânsito - DENATRAN ou DETRAN.
2. O bloqueio universal de bens e de direitos previsto no art. 185–A do CTN não se confunde com a penhora de dinheiro aplicado em instituições financeiras, por meio do Sistema BacenJud, disciplinada no art. 655-A do CPC.
3. As disposições do art. 185-A do CTN abrangerão todo e qualquer bem ou direito do devedor, observado como limite o valor do crédito tributário, e dependerão do preenchimento dos seguintes requisitos: (i) citação do executado; (ii) inexistência de pagamento ou de oferecimento de bens à penhora no prazo legal; e, por fim, (iii) não forem encontrados bens penhoráveis.” (REsp 1377507 / SP, DJe 02/12/2014, Rel.Min. OG Fernandes, 1ª Seção.)
No que tange à penhora eletrônica de  depósitos  ou  aplicações financeiras, ela independentemente  do  exaurimento de diligências extrajudiciais por parte do exeqüente" (que é diferente da indisponibilidade de bens como visto acima). 
Nas execuções fiscais as intimações dos representantes judiciais da Fazenda são feitas pessoalmente, mediante vista dos autos. STJ, RESP 743.867: nas comarcas do interior dos Estados, onde não há sede de procuradorias, a intimação pode ser via postal.
A intervenção do Ministério Público só se dá, na execução fiscal, se verificada alguma das hipóteses previstas no art. 82, CPC. STJ Súmula nº 189
Defesa do executado: O devedor é citado para, em 5 (cinco) dias, pagar ou garantir a execução. Feito o depósito em dinheiro ou garantida a execução por outro meio (fiança, indicação de bens à penhora ou seguro garantia), o executado tem prazo de 30 dias para embargar.
Quanto à regra do art. 736 do CPC, que dispensa a garantia para apresentação de embargos, nos termos da jurisprudência do STJ, esse dispositivo é inaplicável à execução fiscal, pois a garantia do pleito executivo fiscal é condição de procedibilidade dos embargos de devedor nos exatos termos do art. 16, § 1º, da Lei n. 6.830/80 (REsp 1437078/RS, DJ 31.03.2014).
No que concerne à atribuição de efeito suspensivo aos embargos na execução fiscal, após oscilações no entendimento, a Primeira Seção do STJ, no julgamento de recurso repetitivo, REsp 1272827/PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, consolidou o entendimento segundo o qual é aplicável o art. 739-A do CPC em execução fiscal desde que cumpridos três requisitos: a) apresentação de garantia; b) verificação pelo juiz da relevância da fundamentação (fumus boni juris); e c) perigo de dano irreparável ou de difícil reparação (periculum in mora). (AgRg no REsp 1468833/SC, DJ 03.12.2014).
Ao executado cumpre alegar, nos embargos, toda matéria útil à defesa; não se admite reconvenção.  Majoritariamente, não se exige garantia integral, bastando a existência de penhora. Todavia, a suspensão da execução só ocorre com a garantia integral, e o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento no sentido de que não se pode extinguir os embargos à execução, face à insubsistência da garantia do juízo, sem antes intimar o embargante para que possa substituir o bem recusado por outro, ou para reforço de penhora insuficiente. (AgRg no REsp 1109989/SP, DJ 03.12.2013 e AgRg no AREsp 377572/PI, DJ 24.04.2014) .
Está superado o par 3 º do art. 16, LEF, que não admitia a alegação de compensação nos embargos. STJ, AgRg nos Edcl no REsp 573.212: está pacificado que, com a edição da Lei 8.383/91,regulamentando a compensação na esfera tributária, restou viabilizada a possibilidade de discutir sobre o instituto em sede de embargos.
O entendimento do STJ é no sentido de que, "em face do princípio da especialidade, o art. 19, § 1º, da Lei 10.522/02, o qual dispensa o ente público do pagamento de honorários advocatícios, não se aplica para os casos em que a Fazenda Pública reconhece a pretensão do contribuinte no âmbito dos embargos à execução fiscal, uma vez que a Lei 6.830/80 já contém regra própria a esse respeito (art. 26) e cuja interpretação já foi sedimentada pela edição da Súmula 153/STJ: "A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o exequente dos encargos da sucumbência (AgRg no AREsp 349184/RS, DJ 14.11.2013).
Oferecimento: Na execução fiscal por carta, os embargos do executado serão oferecidos no juízo deprecado, que os remeterá ao juízo deprecante para instrução e julgamento (art. 20, LEF), ao contrário do que ocorre no CPC, em que os embargos podem ser oferecidos tanto no juízo deprecante como no deprecado (art. 747, CPC). Já a competência para julgamento é a mesma: juízo deprecante, salvo quando versarem sobre vícios ou irregularidades de atos do próprio juízo deprecado. A diferença está no oferecimento.
Suspensão da execução: Caso não sejam encontrados bens penhoráveis, suspende-se o processo (art. 40): a) por 1 ano, quando não corre o prazo prescricional; b) após tal período, não localizados bens, arquiva-se provisoriamente os autos; c) se de tal decisão decorrer o lustro prescricional, reconhece-se, ouvida a Fazenda, a prescrição intercorrente. Se o juiz decretá-la sem ouvir a Fazenda, pode ser anulada a decisão, em razão de error in procedendo. 
STJ Súmula nº 314 “É desnecessária a intimação da Fazenda Pública da suspensão da execução fiscal por si requerida, bem como do ato de arquivamento, o qual decorre do transcurso do prazo de um ano de suspensão [é automático], prescindindo de despacho formal que o efetive. (AgRg no AREsp  225.152/GO, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/12/2012, DJe 04/02/2013)
Exceção de pré-executividade: É pacífica a jurisprudência no sentido de seu cabimento nas execuções fiscais (Súmula 393, STJ). Apenas para a) matérias conhecíveis de ofício e b) que não demandem dilação probatória. STJ Súmula nº 393
Expropriação: Passada a fase de penhora, sem embargos ou sendo rejeitados, possibilita-se à Fazenda adjudicar pelo valor da avaliação. Cf art. 23 da LEF, a alienação será feita em leilão público. Assim, as regras do art. 685-C do CPC, que permitem a alienação por iniciativa particular, não incidem na execução fiscal.
Recursos: Admitem-se todos os recursos do CPC. Das sentenças em execuções fiscais de valor inferior ou igual a 50 ORTN cabem unicamente embargos infringentes de alçada (art 34), que se destinam ao próprio juiz sentenciante, em 10 dias, bem como embargos de declaração.
Desistência: A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o exeqüente dos encargos da sucumbência. STJ Súmula nº 153
- Execução contra a Fazenda Pública
OBS.: A emenda constitucional 62/2009, foi objeto de quatro ações diretas de inconstitucionalidade (ADI 4357/DF – Conselho Federal da OAB e Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB); ADI 4425/DF – Confederação Nacional das Indústrias – CNI; ADI 4400/DF – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra); e ADI 4372/DF – Associação dos Magistrados Estaduais (Anamages). A decisão será pontuada no decorrer do texto.
Em razão da natureza dos bens públicos, inalienáveis e impenhoráveis, o procedimento da execução de pagar quantia certa contra a Fazenda demanda uma forma diferenciada. Registre-se que as demais formas de execução – de fazer/não fazer e entrega de coisa- não exigem procedimento diferenciado em relação à Fazenda, sendo possível, inclusive, a cominação de astreintes (STJ, AgRg no Ag 1.040.411). A execução pode se fundar em título executivo judicial (sentença) ou extrajudicial.
Procedimento: Dispensa garantia do juízo, porque os bens públicos são impenhoráveis, bem como os atos de expropriação – portanto não cabe execução provisória, precedentes STJ. A Fazenda é citada para embargar em 30 dias (art. 1-B, Lei 9.494/97, declarado constitucional ADC 11), e não para pagar, como de regra ocorre. Caso não haja embargos, deve ser expedido o precatório pelo juiz da execução e encaminhado ao presidente do tribunal. É aplicável subsidiariamente as regras do processo de execução comum naquilo que não for incompatível com as regras dos arts. 730 e 731 do CPC e 100, CF. As novidades da Lei 11.382/06 são totalmente aplicáveis à execução de título judicial contra a Fazenda.
STJ, AgRg no Resp 1.079.310/SP: A sentença  que rejeita  ou  julga  improcedentes  os  embargos  à  execução opostos  pela Fazenda Pública não está sujeita  ao reexame necessário; é que o reexame já foi procedido em relação à sentença do anterior processo de conhecimento.
Já Didier entende que o par 1 º do art. 739-A não se aplica à Fazenda, porque: a) efeito suspensivo depende de penhora, e a Fazenda não se sujeita à penhora; b) expedição de precatório ou RPV depende de trânsito em julgado – art. 100, par 3 º e 5 º, CF.  Por essa razão, os embargos opostos pela Fazenda devem ser recebidos no efeito suspensivo (STJ, AgRg no REsp 1264564). Quando os embargos forem parciais, deve-se expedir precatório quanto à parte incontroversa.
A apelação contra a sentença que rejeita os embargos da Fazenda há de ser recebida no seu duplo efeito.
Regime de precatórios: Qualquer crédito, independentemente da natureza, submete-se ao precatório; ressalvam-se os de pequeno valor.
Há 3 ordens cronológicas: créditos alimentares de que sejam titulares idosos ou portadores de doenças graves, até o triplo do limite para RPV; créditos alimentares dos demais titulares; e, por fim, os créditos não alimentares.
IDOSO E DOENÇA GRAVE - § 2º do art. 100
§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.
A expressão “na data de expedição do precatório” constante no § 2º do art. 100 da CF/88 foi declarada INCONSTITUCIONAL. O STF entendeu que esta limitação até a data da expedição do precatório viola o princípio da igualdade e que esta superpreferência deveria ser estendida a todos os credores que completassem 60 anos de idade enquanto estivessem aguardando o pagamento do precatório de natureza alimentícia.
CRÉDITO DE NATUREZA ALIMENTAR
No Rext 470.407, o STF entendeu que o previsto no art. 100, par1 º, da CF não é taxativo, de sorte que os honorários de advogado (contratuais ou sucumbenciais) ostentam natureza alimentícia.
Segundo entendimento pacífico do STJ, a atividade do Presidente do Tribunal tem natureza administrativa (Sum 311, STJ), incorrendo em crime de responsabilidade, e também respondendo perante o CNJ diante de ato comissivo ou omissivo que retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatório. Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatórios. STF Súmula nº 733
Apesar de previsões constitucionais admitindo que a União intervenha no Estado e este no Município quando o inadimplemento estatal superar 2 anos (art. 34, V,a, e 35, I, CF), o STF pacificou o entendimento de que a intervenção não pode ser determinada quando a razão para o não pagamento é a insuficiência dos cofres públicos, exigindo-se inadimplemento voluntário e intencional (AgRg 4.663/MG).
§§ 9º e 10 do art. 100 da CF/88
Compensação em favor da Fazenda: Segundo o art. 100, par 10 º da CF, antesda expedição dos precatórios, o Tribunal intimará a Fazenda devedora para que, num prazo de 30 dias, sob pena de perda do direito de compensação, informe sobre a existência de débitos do credor que possam ser compensados com o débito da Fazenda. 
O STF entendeu que os §§ 9º e 10 do art. 100 são INCONSTITUCIONAIS.Para o Supremo, este regime de compensação obrigatória trazido pelos §§ 9º e 10, ao estabelecer uma enorme superioridade processual à Fazenda Pública, viola a garantia do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da coisa julgada, da isonomia e afeta o princípio da separação dos Poderes. 
Dispensa de precatório: Cf art. 100, par 3 º, CF, nos casos de condenação de pequeno valor, é possível que o pagamento seja realizado sem a necessidade de expedição de precatório. O patamar deve ser indicado por cada entidade, por meio de lei específica. No âmbito federal, o art. 17, par 1 º, lei dos JEFs fixou em 60 salários mínimos.
A execução por RPA não tem procedimento executivo. Transitada em julgado a sentença, cabe ao juízo da condenação requisitar ao condenado o pagamento em até 60 dias por meio de depósito.
Sequestro: É possível para o caso de preterição na ordem de inscrição do precatório e não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito. Se tiver havido o parcelamento, nas hipóteses do art. 78 ADCT, o sequestro será possível se vencido o prazo ou em caso de omissão de previsão do valor do crédito no orçamento.
Preterição no pagamento: Caso alguém seja preterido no seu direito de preferência, pode requerer o sequestro da quantia necessária. O presidente do tribunal, após ouvir o chefe do MP, pode determinar a apreensão e entrega do valor ao credor. A doutrina majoritária entende que o sequestro, aqui, tem natureza de ato executivo. Para Barbosa Moreira, o ato de constrição deve recair sobre o patrimônio do credor que recebeu antes da hora. Já para Araken de Assis, recai sobre o patrimônio da Fazenda Pública, devedora original. STF entende que recai sobre renda pública (ADI 1.662), enquanto que o STJ pacificou entendimento de que o sequestro deve recair sobre renda pública não só na preterição da ordem, mas também no caso de omissão no orçamento e nos casos de não ser a dívida que foi parcelada paga no vencimento (RMS 22.519). STJ ainda entende que a legitimidade passiva no sequestro é exclusiva do ente público.
Aparentemente a EC 62/2009 pôs fim à polêmica por meio do art. 100, par 6 º, CF: as dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente no Poder Judiciário, autorizado, para os casos de preterimento do direito de precedência ou não alocação orçamentária do valor necessário, o sequestro desses valores.
Incidência de correção monetária e juros de mora: a correção é sempre devida. Os juros de mora são devidos em decorrência do atraso no pagamento da obrigação. Dentro do período dado ao Estado para efetuar o pagamento, não incidem juros. Súm Vinculante 17 “Durante o período previsto no parágrafo 1º [5º] do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.” Nesse caso é possível expedição de precatório complementar. Por outro lado “É indevida a inclusão de juros compensatórios em cálculo de atualização de precatório complementar. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público. (REsp 642075/MG, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 12/06/2007, DJ 27/06/2007, p. 227) (STJ).
A EC n.° 62/09 trouxe uma nova forma de cálculo prevista no § 12 do art. 100:
§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização (obs: correção monetária) de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora (obs2: juros de mora), incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. 
Regra semelhante está prevista no art. 1ºF da Lei n.° 9.494/97:
Art. 1º-F. Nas condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança. (Redação dada pela Lei nº 11.960/09)
O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança”, constante do § 12 do art. 100 da CF.
Para os Ministros, o índice oficial da poupança não consegue evitar a perda de poder aquisitivo da moeda. Este índice é fixado ex ante, ou seja, previamente, a partir de critérios técnicos não relacionados com a inflação considerada no período. Dessa maneira, como este índice (da poupança) não consegue manter o valor real da condenação, ele afronta à garantia da coisa julgada, tendo em vista que o valor real do crédito previsto na condenação judicial não será o valor real que o credor irá receber efetivamente quando o precatório for pago.
Com a declaração de inconstitucionalidade do § 12 do art. 100 da CF, o STF também declarou inconstitucional, por arrastamento (ou seja, por consequência lógica), o art. 5º da Lei n.° 11.960/2009, que deu a redação atual ao art. 1º-F. da Lei n.° 9.494/97.
O STF também declarou a inconstitucionalidade da expressão “independentemente de sua natureza”, presente no § 12 do art. 100 da CF, com o objetivo de deixar claro que, para os precatórios de natureza tributária se aplicam os mesmos juros de mora incidentes sobre o crédito tributário. 
IMPORTANTE: A inconstitucionalidade decidida pelo STF, refletiu rapidamente no STJ, que decidiu em Recurso Repetitivo que  o índice a ser aplicado na correção monetária de dívidas não tributárias é o IPCA. Quando os débitos fazendários ostentarem natureza tributária incidem os juros pela taxa SELIC como compensação pela mora, devendo esse mesmo índice, por força do princípio da equidade, ser aplicado quando for ela devedora nas repetições de indébito tributário (REsp 1.270.439/PR, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira,DJe de 2.8.2013 e MS 18217/DF). 
Já os juros moratórios serão equivalentes aos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicáveis à caderneta de poupança, exceto quando a dívida ostentar natureza tributária, para as quais prevalecerão as regras específicas (somente a correção monetária pelos índices da poupança foi considerada inconstitucional, a previsão de juros pelos índices da poupança permanece válida).
§ 15 do art. 100 da CF/88 - 
A EC n.° 62/09 acrescentou o §15 ao art. 100, permitindo a criação de um regime especial para pagamento de precatórios de Estados/DF e dos Municípios, estabelecendo uma vinculação entre a forma e prazo de pagamentos com a receita corrente líquida desses entes. 
Inclui ainda o art. 97 ao ADCT prevendo um regime especial de pagamento dos precatórios enquanto não fosse editada a lei complementar. 
Confira:
§ 15 do art. 100 - Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.
 
Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos

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