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SAE Modulo II

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Prévia do material em texto

Curso de 
Sistematização da Assistência 
de Enfermagem 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada, é proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
MÓDULO II 
 
EXAME FÍSICO 
Quando falamos em semiologia em enfermagem, estamos nos referindo ao 
estudo dos sintomas apresentados por nossos clientes. Estes sintomas podem ser 
subjetivos ou objetivos, verbalizados pelos clientes ou observados pelo Enfermeiro. 
Na maioria das vezes, os sintomas de maior importância se apresentam ao 
Enfermeiro através do próprio cliente que o procura para relatar suas queixas. Este vem 
buscar ajuda ou orientação com relação ao que está sentindo e procura, na grande 
maioria das vezes, respostas e/ou a execução de procedimentos que façam com que os 
sintomas desaparecem ou, minimamente, sejam amenizados. 
Para que os Enfermeiros possam propor atividades que resultem em benefícios a 
saúde de seus clientes, existe a necessidade de se conhecer holisticamente este cliente. 
Isto é, o Enfermeiro deverá ter a habilidade de reunir as informações relatadas pelo 
cliente durante a entrevista com os dados coletados durante o exame físico, o que trará 
as reais necessidades físicas, psicológicas, emocionais, intelectuais, sociais, culturais e 
espirituais dos clientes. 
Juntamente com a entrevista, o exame físico compõe a primeira parte da 
Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE, o Histórico de Enfermagem. Esta é 
a principal etapa da SAE; é onde o Enfermeiro irá embasar todo o restante do processo, 
isto é, a partir do Histórico de Enfermagem o Enfermeiro irá determinar o Diagnóstico de 
Enfermagem que, por sua vez, irá subsidiar as intervenções de enfermagem propostas na 
Prescrição de Enfermagem. Após a decisão e implementação das intervenções de 
enfermagem, periodicamente, estas devem ser avaliadas para se detectar possíveis 
mudanças no estado geral dos clientes e assim, suspender ou alterar estas intervenções. 
A esta etapa da SAE se dá o nome de Evolução de Enfermagem, onde o exame físico 
também é utilizado. Além de possibilitar a identificação de problemas e o levantamento de 
percepções e expectativas que necessitam de intervenções de enfermagem, o exame 
físico também possibilita: individualizar a assistência de enfermagem; estabelecer uma 
 
 
 
 
 
68 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
relação interpessoal de confiança, diminuir o nível de ansiedade do cliente e aumentar o 
grau de satisfação do Enfermeiro no desenvolvimento de suas atividades. 
O exame físico, assim como as demais etapas da SAE, somente poderá ser 
desenvolvido por Enfermeiros, pois solicita um amplo conhecimento científico e prático 
para sua realização eficaz. 
Alguns cuidados devem ser tomados pelo enfermeiro para que o exame físico 
seja realizado com eficiência e que se gaste o mínimo de tempo necessário. 
Abaixo descreveremos alguns destes cuidados: 
• Explicar o que será feito e o porquê ao paciente, pedindo-lhe permissão e 
colaboração; 
• Proporcionar ambiente adequado: tranqüilo e confortável, com iluminação 
homogênea e que permita privacidade; 
• Evitar ao máximo as interrupções; 
• Manter as mãos limpas, aquecidas, com as unhas curtas. 
• Adequar a altura da maca ou leito ao biótipo do Enfermeiro para facilitar a 
execução do exame; 
• Procurar realizar o exame físico no sentido céfalo-caudal, deixando a região 
onde o cliente refere dor ou alguma alteração para ser examinada por último; 
• Ficar atento à comunicação não verbal do cliente para se detectar possível 
desconforto e dor, principalmente às expressões faciais. 
 
Técnicas para exame físico 
Para realização do exame físico utilizamos quatro técnicas básicas, a inspeção, a 
ausculta, a palpação e a percussão. Nestas técnicas utilizamos nossos sentidos de visão, 
audição, tato e olfato. 
A inspeção é a mais importante de todas as técnicas, por isso deverá ser 
utilizada no início de cada fase do exame físico. Inicia-se no primeiro encontro com o 
 
 
 
 
 
69 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
cliente, onde o Enfermeiro começa a analisar o comportamento e o organismo do cliente. 
Por exemplo, verifica-se simetria de olhos, coloração de pele, distribuição de cabelos, 
movimentos físicos que podem indicar ansiedade, etc. Utilizando seus conhecimentos e 
adquirindo experiência, o Enfermeiro poderá tornar-se sensível aos indícios visuais. 
É importante realizar uma avaliação no local onde o exame físico irá ser realizado. 
A iluminação é de fundamental importância, podendo em alguns momentos dificultar a 
inspeção realizada pelo Enfermeiro. 
A ausculta é utilizada para se ouvir os sons produzidos pelo nosso organismo. 
Geralmente utiliza-se o estetoscópio para ampliar o sentido da audição. Com a prática da 
ausculta, o Enfermeiro torna-se sensível às alterações sonoras produzidas pelo nosso 
organismo, conseguindo realizar a diferenciação dos sons normais dos anormais e, dentro 
dos anormais, quais são indicativos de determinadas patologias. 
O Enfermeiro necessita de um estetoscópio de boa qualidade, que seja adaptável 
a ele. As olivas devem ser confortáveis, o tubo deve medir cerca de 30 centímetros e sua 
cabeça deve possuir um diafragma e uma campânula. A campânula é utilizada para se 
ouvir sons graves (sopros cardíacos, por exemplo) e o diafragma para sons de alta 
freqüência, como os sons respiratórios. 
A técnica de palpação é utilizada para verificar a posição e forma de várias 
estruturas e órgãos. Implica no toque da região ou parte do corpo que se quer examinar. 
Com a utilização dos conhecimentos de fisiologia, fisiopatologia e principalmente 
anatomia, junto à experiência da realização do exame físico, o Enfermeiro terá 
capacidade de diferenciar variações da normalidade. Existem várias técnicas de 
palpação, que são utilizadas de acordo com a região e o que se deseja examinar. As mais 
utilizadas são: 
• Mãos espalmadas, utilizando toda palma da mão; 
• Mãos espalmadas, sendo utilizadas apenas as polpas digitais, com uma mão 
superpondo-se a outra; 
• Mãos em garra – para palpação de órgãos profundos; 
 
 
 
 
 
70 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
• Em forma de pinça – utilizando o polegar e o indicador; 
• Digito pressão: comprimir uma área corporal utilizando a polpa digital do 
indicador ou polegar, e; 
• Palpação bimanual – uma das mãos aproxima a estrutura que será 
examinada pela outra. 
Sempre que certa região necessitar ser auscultada é importante realizar esta 
técnica antes da palpação, pois com a palpação, as estruturas são mobilizadas e 
estimuladas, interferindo na produção dos sons. Deste modo, podemos identificar sons 
que não verdadeiros e sim foram produzidos naquele momento, pelo estímulo que 
provocamos. 
Se o cliente verbalizar dor ou desconforto em uma determinada região, deixe-a 
para o final do exame, pois o cliente apresentará certodesconforto além da possibilidade 
da erradicação da dor e conseqüentemente verbalização de dor em local onde esta não 
se encontrava antes. 
Quando o Enfermeiro detectar certa ansiedade ou inquietação por parte do 
cliente, deverá iniciar a palpação com as mãos deles por debaixo das suas, até que este 
se tranqüilize. 
A percussão é utilizada quando o examinador deseja saber se a região 
examinada possui no seu interior ar, líquido ou se são sólidos. Através da movimentação 
de tecidos subjacentes, são produzidos sons audíveis e vibrações palpáveis que podem 
ser distinguidas pelo Enfermeiro. 
Podem-se diferenciar três tipos de sons: o maciço, o submaciço e o timpânico. O 
som maciço é produzido quando se percuti uma região sólida, desprovida de líquido e ar 
como, por exemplo, o fígado. O submaciço é produzido em regiões com quantidade 
restrita de ar, como a região localizada entre o parênquima pulmonar e um órgão sólido. 
O som timpânico é identificado quando percutimos estruturas repletas de ar como o 
estômago e alças intestinais. 
Para realização desta técnica utilizamos principalmente a percussão direta e a 
indireta. Na percussão direta, a polpa digital do dedo médio golpeia diretamente a região 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
que está sendo examinada. O dedo deve estar fletido e os movimentos de golpe são 
provenientes da articulação do pulso. Na percussão indireta, o examinador utilizar o 
dedo médio de uma das mãos para golpear a falange distal do dedo médio da outra mão 
que se encontra posicionada sobre a região examinada. A mão utilizada para receber os 
golpes deve estar espalmada e apenas o dedo médio deve estar em contato com a região 
a ser examinada. Assim como na percussão direta, os movimentos de golpe são 
provenientes da articulação do pulso. 
Posições para exame físico 
Existem várias posições utilizadas para realização do exame físico. Estas 
posições são utilizadas de acordo com a parte do corpo que se deseja examinar. As mais 
utilizadas são: 
- sentada; 
- ortostática ou em pé; 
- decúbito dorsal – cliente deitado de costas, com braços e pernas estendido ao 
longo do corpo; 
- decúbito ventral – cliente deitado com abdome para cima, com braços e pernas 
estendido ao longo do corpo; 
- Fowler – cliente semi-sentado no leito, recostado em travesseiros; 
- ginecológica – cliente deitado em decúbito dorsal, com as pernas flexionadas e 
afastadas; 
- Tredelemburg: decúbito dorsal, com as pernas e pés mais elevados que o corpo. 
 
Instrumentos necessários para realização do exame físico 
 
Alguns materiais e equipamentos podem ser utilizados para facilitar a realização 
do exame físico. Por exemplo: algodão, abaixador de língua, balança, estetoscópio, 
esfigmomanômetro, espátula, garrote, lanterna, luvas, martelo para reflexos, otoscópio, 
 
 
 
 
 
72 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
oftalmoscópio, régua ou fita métrica, termômetro. 
 
EXAME FÍSICO GERAL 
 
No exame físico geral serão descritos tópicos referentes a sinais vitais e dados 
antropométricos. 
Os sinais vitais compreendem dados de temperatura, pressão arterial sistêmica, 
pulso e respiração. Estes dados nos fornecem uma visão geral do estado de saúde do 
cliente e possíveis alterações corporais. A seguir iremos analisá-los separadamente: 
- temperatura corporal - reflete o funcionamento do sistema termo-regulador, o 
equilíbrio entre a produção e a perda de calor do organismo. Pode ser verificada na região 
retal, bucal, inguinal ou axilar, sendo esta última a mais comumente utilizada. Em um 
adulto normal, a temperatura axilar varia entre 36 e 37,2º C. 
- pressão arterial – é a medida da pressão exercida pelo sangue na parede das 
artérias. Varia de acordo com a força contrátil do coração, a resistência da parede arterial 
e o volume de sangue circulante. Em um adulto normal, sua pressão arterial deverá estar 
em torno de 120/80 mmHg, com variação de um ponto para mais, ou menos. Vários são 
os fatores que interferem e alteram os níveis de pressão arterial: atividade física, barulho, 
dor, utilização e tabaco, café e outras drogas, temperatura do ambiente, estado 
emocional. 
- Também devemos estar atentos com o esfigmomanômetro que utilizamos. Este 
deve ter o manquito com largura de cerca de 40% da circunferência do braço e seu 
comprimento deve ter cerca de 80% desta circunferência. Se o manquito não respeitar 
estas proporções, obteremos leituras falsas, com medições elevadas. Outro fator 
importante é: se utilizamos aparelhos aneróides (mais comuns), devemos calibrá-lo 
periodicamente. 
- pulso – é a verificação da quantidade dos batimentos cardíacos, através da 
onda produzida nas artérias (dilatação e contração das paredes destas) com a passagem 
 
 
 
 
 
73 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
de sangue. Para a verificação do pulso, pode-se utilizar a artéria, pediosa, poplítea, 
femoral, temporal, carótida ou, a mais utilizada, radial. O número considerado normal de 
pulsações em um adulto varia de 60 a 80 batimentos por minuto. 
- respiração – é o ato de inspiração e expiração, promovendo a troca de gasosa 
entre o ambiente e o nosso organismo. A freqüência respiratória considerada normal em 
um adulto varia entre 16 e 20 respirações por minuto. 
- Os dados antropométricos referem-se ao peso e altura dos indivíduos. Através 
de sua verificação o Enfermeiro consegue verificar dados nutricionais e possíveis 
alterações no equilíbrio entre peso e altura, entre outros. 
 
AVALIAÇÃO MENTAL 
 
Para realizarmos uma avaliação mental, devemos atentar para vários fatores 
prontamente observáveis, que em conjunto irão indicar a presença de alguma alteração 
mental. A seguir, serão descrito os tópicos a serem observados. 
 
Fala e Linguagem 
 
Devemos observar o conteúdo do discurso, se existe coerência no que está 
sendo dito. Também devemos analisar a velocidade da fala, o volume, o tom de voz e 
suas alterações e se este parece autêntico. 
Também devemos analisar a forma com que o discurso se expressa. Verificar a 
presença de logorréia (fala excessiva), o mutismo (silêncio total), a afasia (dificuldade em 
se expressar, não recorda palavras) e a verbigeração (repetir frases e palavras sem 
sentido). 
 
Humor 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Devemos descobrir qual o nível habitual de humor do cliente e qual foi à variação 
deste durante sua vida. Podemos nomear o estado de humor de acordo com os seguintes 
tipos: tristeza, melancolia, contentamento, alegria, euforia, raiva, ansiedade/preocupação, 
desinteresse e indiferença. 
 
Pensamento e Percepção 
 
Com relação às percepções, devemos atentar para a análise de todos os 
sentidos: a audição, a visão, a gustação e o tato. Avaliamos a intensidade das sensações, 
se estas são compreendidas e se existem a ocorrência de possíveis delírios ou 
alucinações. 
 
 
 
Função Cognitiva 
 
Neste momento verificamos se o cliente está orientado com relação ao tempo, ou 
lugar, as pessoas, e o comprometimento de sua memória remota e recente. 
Questionamos o cliente sobre a hora do dia, o dia da semana, o mês, o ano, a 
estação, quanto tempo trabalha na empresa, para verificarmossua orientação com 
relação ao tempo. 
Referente ao lugar, perguntamos sobre o endereço de sua residência, o endereço 
do trabalho, nome da cidade e do estado. Com relação às pessoas, solicitamos ao cliente 
que diga seu nome completo, de seus colegas de trabalho. Normalmente alterações nas 
respostas revelam a presença de delírios. 
Na avaliação da memória remota, questionamos datas de nascimento, escolas 
 
 
 
 
 
75 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
que freqüentou outros empregos. Esta memória encontra-se comprometida, na fase inicial 
da demência. 
A memória recente refere-se a lembranças das atividades exercidas ou fatos 
acorridos no mesmo. Devemos perguntar qual foi o horário agendado para a consulta de 
enfermagem, quem o recepcionou, a que horas chegou ao serviço. Alterações nessas 
respostas indicam a presença de demência e de delírio. 
Durante o exame mental, devemos sempre checar as respostas dadas, pois o 
cliente pode estar confabulando, isto é, criando fatos para compensar a falha na memória. 
 
 
EXAME FÍSICO ESPECÍFICO 
Pele 
Função 
Revestimento e proteção dos tecidos subjacentes e órgãos, retenção de líquidos 
corporais dentro de seus limites, regulação da temperatura corporal, sintetização de 
vitamina D. 
Composição 
Composta por três camadas sendo: 
• Epiderme: camada mais superficial isenta de vasos sanguíneos que se 
subdivide em duas outras camadas: camada córnea externa formada de 
células ceratinizadas mortas e outra celular interna onde são formadas a 
melanina e a queratina. A nutrição da epiderme depende da derme 
subjacente. 
• Derme: Composta de tecido conjuntivo, bem vascularizada, apresenta 
glândulas sebáceas e folículos pilosos 
• Tecido subcutâneo: contém gordura, glândulas sudoríparas e o restante 
dos folículos pilosos e se encontra fundido a derme. 
 
 
 
 
 
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Coloração 
Resultado da presença de quatro pigmentos basicamente sendo: melanina, 
caroteno, oxiemoglobina e desoxiemoglobina. A quantidade de melanina (pigmento 
acastanhado da pele) é determinada geneticamente e aumenta pela exposição à luz 
solar. 
A cor da pele varia de acordo com a raça, região do corpo e irrigação sanguínea. 
Com o envelhecimento a vascularização da derme diminui e as pessoas de pele clara 
podem adquirir um aspecto mais claro e opaco. 
A cianose possui dois tipos sendo: 
• Cianose Central: devido ao baixo nível de oxigênio no sangue arterial. 
• Cianose Periférica: devido à diminuição e lentidão do fluxo sangüíneo 
cutâneo, os tecidos absorvem mais oxigênio do que o habitual do sangue. 
Geralmente encontrada como resposta normal a ambientes frios ou 
ansiedade. 
 
Superfície, Integridade e Espessura 
 A superfície da pele varia de acordo com a idade e a região do corpo. 
Normalmente é lisa e elevações, não é depressível, possuindo elasticidade e é íntegra o 
que garante a proteção aos tecidos subjacentes e órgãos. Com o envelhecimento enruga-
se e torna-se frouxa, perdendo o turgor. 
 
Suor 
Em condições normais é inodora, sua quantidade aumenta em situações de 
elevação da temperatura ambiente e situações estressantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Apêndices Cutâneos 
São considerados apêndices, as pêlos, unhas e glândulas sebáceas e 
sudoríparas. 
• Pêlos: nos adultos encontramos dois tipos de pêlo sendo a lanugem (curto, 
fino e pouco aparente) e um pêlo mais grosseiro e pigmentado, 
denominado de terminal, como exemplo deste pêlo podemos citar as 
sobrancelhas. 
• Unhas: tem a função de proteger as extremidades distais dos dedos e 
artelhos. Composta por placa ungueal geralmente encurvada, e coloração 
rósea no leito ungueal. A placa ungueal é firmemente ligada à placa 
ungueal e aproximadamente um quarto da placa ungueal onde se localiza 
a raiz ungueal é recoberta pela prega ungueal proximal. As pregas 
ungueais laterais protegem os lados da placa e a cutícula tem função de 
lacre e proteção destes espaços. Com o envelhecimento, as unhas perdem 
parte de seu brilho e podem tornar-se espessadas e amareladas. As unhas 
das mãos apresentam crescimento mais rápido do que as unhas dos pés, 
sendo seu crescimento de aproximadamente 0,01mm ao dia. 
• Glândulas Sebáceas: tem como função a produção e excreção de 
substância gordurosa que serve como proteção. Presentes em toda 
superfície cutânea com exceção das regiões palmares e plantares. 
• Glândulas Sudoríparas: subdividem-se em dois tipos, sendo denominadas 
glândulas écrinas e apócrinas. 
Glândulas Écrinas: desembocam diretamente e extensamente por toda superfície 
cutânea e são responsáveis pela produção e excreção do suor que ajuda a controlar a 
temperatura corporal. 
Glândulas Apócrinas: localizam-se principalmente na região axilar e genital, 
desembocam em folículos pilosos e são estimuladas pela tensão emocional. A 
responsabilidade pelo suor dos adultos é a decomposição bacteriana do suor apócrino. 
 
 
 
 
 
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Anormalidades 
Para realização do exame da pele é importante familiarizar-se com alguns tipos 
de colorações, lesões e tumores cutâneos, assim como, algumas anormalidades 
encontradas nas unhas e adjacências, sendo as alterações abaixo as mais comumente 
encontradas: 
Técnica do Exame 
O exame físico da pele deve ser correlacionado com a informação obtida no 
histórico do cliente e em outras partes do exame físico. 
É necessário examinar a pele na medida em que prosseguir por cada sistema 
orgânico. 
A superfície cutânea deve ser inspecionada com boa iluminação e de preferência 
com luz natural ou artificial semelhante à natural. A luz artificial costuma distorcer as cores 
e mascarar a icterícia. 
Inspeção 
Observe e anote a coloração geral da pele antes de efetuar a palpação e 
digitopressão e pesquise alterações generalizadas: albinismo, pletora, palidez, cianose, 
icterícia e integridade da pele. 
Palpação 
Palpe superficialmente cada segmento e após, se preciso, utilize a técnica de 
digitopressão e realize testes de sensibilidade tátil, dolorosa e térmica para as manchas 
hipocrômicas e acrômicas na medida em que proceder com o exame físico e observando 
aspectos relacionados com a coloração, superfície, hidratação, espessura e integridade. 
É importante verificar a existência de enfisema subcutâneo. 
Coloração 
Pesquisar a presença de manchas vásculo-sanguíneas que se origina de 
vasodilatação em área limitada ou a efusão de sangue para a derme e as pigmentares 
 
 
 
 
 
79 
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que se estabelecem de acordo com o pigmento melanina, conforme abaixo: 
• Manchas Vásculo-sanguíneas 
Eritema: rubor congestivo da pele em área limitada que desaparece a 
digitopressão. 
Púrpura: originária da efusão de sangue para a derme. De acordo com seu 
tamanho e posição recebe denominações sendo: menor do que um cm é chamada de 
petéquia, maior, de equimose e se linear, víbice (popularmente conhecido como vergão). 
• Manchas Pigmentares 
Hipercromia: pigmentação excessiva. Geralmente devido ao aumentode 
melanina. 
Hipocromia: de coloração mais clara do que o restante da pele, geralmente devido 
à diminuição de melanina. 
Acromia: descoloração total da pele na região da mancha, devido à ausência de 
melanina. 
 
Testes de Sensibilidade 
 
• Sensibilidade Tátil: utilize a técnica de puntipressão ou mecha de algodão 
seco. 
• Sensibilidade Dolorosa: utilização de técnica de puntipressão ou 
empregando uso de agulha. 
• Sensibilidade Térmica: utilize fontes calor e frio no local. 
 
Superfície, espessura e integridade 
Palpar a superfície observando as condições de hidratação (umidade, oleosidade, 
xerodermia (seca) e hiperidrose (sudorese excessiva, geralmente se acumula formando 
 
 
 
 
 
80 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
gotas visíveis na pele) e o aumento volumétrico, geralmente associado à presença de 
edema ou cicatrizes. 
Observar localização anatômica e distribuição (localizadas ou generalizadas) das 
lesões, se em superfície expostas ou em regiões intertriginosas (pregas cutâneas), ou 
ainda se estão localizadas em áreas expostos a alérgenos ou irritantes específicos, como 
pulseiras, anéis, produtos químicos e produtos de limpeza, avaliando seu tamanho, forma, 
aspecto, coloração, profundidade, conteúdo (sólido ou líquido), volume de secreção e 
aspecto e odor. 
Na pesquisa procure observar lesões recentes, que não tenham sofrido 
alterações por coçadura ou tenham sofrido outro tipo de alteração. 
É importante lembrar que algumas lesões apresentam distribuições típicas, a 
exemplo da psoríase que pode afetar várias áreas do corpo e entre estas é 
freqüentemente encontrada na região dos cotovelos e joelhos. 
Já as infecções causadas por Cândida são freqüentemente localizadas em região 
intertriginosas. 
 
Unhas 
Inspecionar e palpar avaliando coloração, forma, resistência, presença de 
manchas, lembrando que baqueteamento sugere cliente com problemas do sistema 
respiratório. 
 
Pêlos 
Inspecionar distribuição, quantidade, consistência. 
Observação: Pode-se ainda realizar o teste de prega cutânea para mensuração 
do estado nutricional (obesidade e magreza) para determinação do percentual de gordura, 
utilizando compassos especiais, sendo os mais conhecidos os de Harpenden e o de 
Lange, devendo-se utilizar tabelas existentes para cada estrutura examinada. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
Cabeça 
 
A familiarização com a anatomia do crânio possibilita localizar e descrever os 
achados, tendo em vista que as regiões da cabeça têm seus nomes derivados dos ossos 
subjacentes. 
 
Técnicas de Exame 
Importante perguntar ao cliente se este observou alguma alteração no couro 
cabeludo e nos cabelos. 
Inspeção e Palpação 
A palpação deverá ser realizada com as polpas digitais em todo o crânio. 
Observar e anotar: 
 
Cabelos 
• Distribuição; 
• Textura (finos ou grossos), lembrando que a textura e a cor podem variar de 
acordo com a raça. 
No hipertireoidismo as pessoas apresentam cabelos finos e no hipotireoidismo 
cabelos grossos, sendo importante correlacionar esses achados com os demais durante o 
exame físico. 
• Processo de queda: se positivo perguntar ao cliente o início e período de 
ocorrência. 
• Brilho: em condições normais devem apresentar brilho. 
• Higienização: observar a presença de oleosidade, presença de caspas, 
 
 
 
 
 
82 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
piolhos e lêndeas. 
Couro Cabeludo 
Reparta o cabelo em diferentes locais e observe a presença de descamação, 
lesões, protuberâncias e higienização. 
 
Crânio 
 
Inspecione e palpe todo o crânio observando: deformidades, protuberâncias, 
depressões, hipersensibilidade e tamanho. 
 
Face 
 
As alterações na coloração e simetria da face podem indicar patologias, sendo 
importante observar: 
• Coloração da pele (cianose, palidez, icterícia). 
• Textura. 
• Edemas. 
• Massas e nodulações. 
• Movimentos involuntários. 
• Paralisias. 
• Simetria. 
• Distribuição de pêlos. 
• Expressões da face: apática, colérica, tensa, inexpressiva, triste, alegre, 
tranqüila. 
 
 
 
 
 
 
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Olhos e Visão 
 
É importante perguntar ao cliente se este observou alguma alteração em sua 
visão, com perguntas como “que tal sua visão”. Se este referir algum distúrbio, outras 
perguntas se fazem necessárias para elucidação do distúrbio tais como: 
• Começou de repente ou aos poucos? 
• Dificuldade de visão de longe ou perto? 
• As imagens apresentam-se embaçadas? Em sua totalidade ou em parte? 
• Existem pontos na sua visão? (estocomas) 
• Existem pontos de luz cintilantes? 
• Visão dupla? (diplopia) 
• Utiliza óculos ou lentes de contato? 
• Submeteu-se à cirurgia ocular? 
É importante informar ao cliente sobre os procedimentos que serão realizados, 
levando-se em conta que esta é uma região muito sensível. 
 
Pálpebras e Cílios 
 
Observar que em condições normais a pálpebra superior cobre uma parte da íris, 
porém, não recobre a pupila. 
O espaço de abertura entre as pálpebras é denominado fissura palpebral. As 
pálpebras se fecham e abrem simetricamente. A distribuição dos cílios é uniforme. 
Ao exame observar: 
• Edemas. 
• Xantelasma. 
 
 
 
 
 
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• Ptose. 
• Blefarite. 
 
Inspeção da Conjuntiva Palpebral 
 
Globo Ocular 
Em condições normais se apresentam simétricos, ocupando a cavidade orbitária e 
anteriormente localizada tangente à margem dos cílios. 
Ao exame observar: 
• Exoftalmia (protusão); 
• Enoftalmia (retração); 
• Sensibilidade e tensão. 
 
Técnicas de Exame 
 
Posicionamento do cliente: sentado. 
Posicione-se por trás do cliente, tendo desta forma, condições de observar o 
globo ocular de cima para baixo. 
Com delicadeza puxe as pálpebras superiores para cima, observando a relação 
das córneas com as pálpebras inferiores. 
Lembrete: existem variações nos limites superiores da normalidade para 
protusões oculares, sendo maiores nas pessoas da raça negra. 
Observar ainda a existência de desvios oculares. 
 
 
 
 
 
 
 
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Conjuntiva Ocular, Esclerótica, Córnea, Íris e Pupilas 
 
A conjuntiva ocular apresenta duas porções sendo: a conjuntiva bulbar que 
recobre a maior parte do globo ocular e se adere frouxamente ao tecido subjacente e a 
conjuntiva palpebral que reveste as pálpebras. As junções destas duas porções permitem 
a movimentação do globo ocular. 
A esclerótica localiza-se subjacente à conjuntiva bulbar, sua coloração normal é 
esbranquiçada. 
A córnea é constituída por camada lisa e transparente que recobre a íris. A íris é 
uma camada pigmentada localizada subjacente a córnea. 
A pupila é um orifício circular no centro da íris, em condições normais seu 
diâmetro varia de 2 a 4 milímetros. 
 
Técnica de Exame 
 
Posicionamento do cliente: sentado. 
Peça ao cliente que olhe para cima, com o dedopolegar comprima ambas as 
pálpebras inferiores, expondo a esclerótica e a conjuntiva. 
Para se obter uma visão global do olho, utilize os dedos indicador e polegar e 
afaste as pálpebras sobre os ossos e solicite ao cliente olhar para cima, para baixo e para 
os lados. 
 
Conjuntiva Ocular, Esclerótica e Córnea 
 
Observe a presença de anormalidades de acordo com as ilustrações: 
Técnica de Exame para Inspeção da Conjuntiva Palpebral Superior 
 
 
 
 
 
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Exame realizado quando existe a suspeita de corpo estranho, que exige a 
eversão da pálpebra: 
Solicite ao cliente olhar para baixo e solicite que este relaxe os olhos, realize a 
técnica com movimentos firmes e com delicadeza. 
Levante um pouco a pálpebra superior de forma que possa segurar os cílios 
superiores e puxe-os delicadamente para baixo e para frente, conforme ilustração; 
Coloque uma espátula (abaixador de língua) ou um cotonete a uma distância de 
aproximadamente 1 cm acima da borda palpebral. Empurre delicadamente o abaixador 
para baixo ao mesmo tempo em que eleva a borda da pálpebra, evertendo-a. Deve-se 
tomar muito cuidado para que não ocorra compressão do globo ocular. 
Segure os cílios superiores contra a sobrancelha, com o dedo polegar e indicador 
e examine a conjuntiva palpebral. Observe a conjuntiva e pesquise a existência de corpos 
estranhos ou cílios. Após o término do exame, segure os cílios superiores e puxe-os para 
frente de forma delicada, desta maneira a pálpebra irá retornar a sua posição normal. 
Íris e Pupilas 
Observar: 
• Diâmetro pupilar; 
• Realizar teste de fotorreação (descrito nas técnicas de exame neurológico); 
• Anormalidades pupilares; 
 
Teste de Visão Ocupacional 
Tem como finalidade verificar as condições de saúde visual para o trabalho e 
quando da evidência de complicações, encaminhar o mais precocemente para avaliação 
do oftalmologista. 
Assim como, avaliar a melhora após o tratamento prescrito pelo médico ou pelo 
uso de lentes corretivas. 
 
 
 
 
 
 
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Importância 
Dos nossos cinco sentidos a visão é o mais utilizado pelos empregados em geral, 
para a execução de suas atribuições. Em muitos casos é decisiva para que exista 
desempenho ideal das atribuições exigidas pelo cargo. 
Podemos citar como exemplo a operação de máquinas, equipamentos, veículos, 
inspeções em desenhos, observação de reações químicas e realização de consertos e 
reparos. 
Um distúrbio não identificado pode gerar graves prejuízos econômicos, 
envolvendo perda de materiais e em alguns casos propiciar acidentes com o funcionário, 
possibilitando em determinadas circunstâncias colocar em risco a vida dos demais 
funcionários, ou ainda expor a risco as demais pessoas a exemplo dos motoristas de 
veículos que transitam fora da Empresa. 
Podemos concluir que avaliar a função visual é da maior importância para a 
saúde ocupacional. 
O teste de visão ocupacional é realizado com um aparelho chamado Ortho-rater. 
Pode-se utilizar ainda para o teste de acuidade visual a tabela de Snellen O ortho-rather 
possibilita a realização do exame em pequeno espaço, como se fora a uma distância de 6 
metros no exame para longe e 35 cm para perto. As doze etapas possuem dificuldade 
crescente, sendo estas: 
1) Acuidade visual - 06 provas 
Capacidade para distinguir os objetos e a sua forma, significando o grau de 
detalhes que o olho pode perceber através de uma imagem. Ao exame essas imagens 
são representadas por letras, símbolos ou figuras e constituídas de modo a poder indicar, 
uma medida angular. 
A acuidade visual igual a 1 normal (índice de visão normal) representa a medida 
de um ângulo visual de sessenta segundos, ou 1 minuto. 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnica de Exame 
 
Posicionamento do cliente: sentado. 
O examinador solicita ao cliente que fale, ou indique com a mão se o símbolo 
maior está voltado para direita, esquerda, para cima ou para baixo. Realizar o teste 
primeiramente com ambos os olhos e após separadamente, esse processo é realizado 
tanto para longe como para perto. 
Quando o cliente possui visão normal, distingue sem dificuldade o símbolo e a 
sua posição. 
Como o grau de dificuldade crescente, sendo que, se na décima segunda, 
consegue visualizar corretamente a posição, possui acuidade visual superior a 1. 
2) Foria 
Foria representa o paralelismo permanente dos eixos oculares. Somente olhos 
perfeitamente posicionados na cavidade orbitária mentem equilíbrio postural em 
quaisquer direções que tomem em estado de vigília, desta forma sendo considerado 
normal à função visual binocular. 
 
• Foria Lateral – 02 provas 
O teste de foria lateral é realizado mediante a visualização de imagens 
dissociadas (uma para cada olho), são capazes de se fundirem numa só se o paralelismo 
for mantido. 
• Foria Vertical – 02 provas 
No teste de foria vertical em condições de normalidade o examinado deverá ver a 
linha pontilhada cruzando a escada luminosa e indicará o número do degrau mais próximo 
ao cruzamento. 
 
 
 
 
 
 
 
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3) Percepção de Profundidade – 01 prova 
É a capacidade visual para avalia distância. Os principais mecanismos 
responsáveis pela percepção de profundidade são a disparidade e o mecanismo de ajuste 
de amplitude, só funcionam graças à participação de ambos os olhos, portanto a visão 
binocular (foria) é necessária à percepção de profundidade. 
No ortho-rater, este teste consiste em mostrar ao examinado uma figura contendo 
9 séries numeradas, 8 delas identificadas por letras, onde este deve informar, em cada 
série, qual o número que ele vê mais próximo de seus olhos. 
O teste de percepção de profundidade possui 9 etapas com dificuldade 
progressiva. 
4) Distinção de Cor (Visão Colorida ou cromática)– 01 prova 
Avalia a capacidade dos olhos de distinguir cores. Das funções visuais, a mais 
complexa é a de distinguir cores. 
As alterações do senso cromático são denominadas de discromatopsias, 
utilizando-se ainda o termo daltônico aos que apresentam problemas na distinção das 
cores. A mais freqüente confusão cromática se dá entre o vermelho e o verde, embora 
outras confusões sejam possíveis entre o amarelo e o azul. Atinge preferentemente 
homens e raramente ocorre em mulheres. As razões ainda não são claras, mas é certo 
tratar-se de imperfeição hereditária. 
O teste consiste em solicitar ao examinador para identificar números que se 
encontram descritos dentro de dois círculos e dois quadrados, sendo que o aparelho 
reproduz quadro das mais selecionadas estampas pseudo-isocromáticas. 
A dificuldade de leitura em todos, ou em alguns, indica anormalidade. 
Total de provas: 12 
Existe ainda o exame de Tonometria que tem como objetivo mensurar a tensão 
do globo ocular, contribuindo para verificação do nível de normalidade e detecção precoce 
de possíveis casos de hipertensão ocular e ainda contribuir para o diagnóstico precoce e 
tratamento eficaz do glaucoma. O nome do instrumento utilizado é Tonômetro de Schiot. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudodeste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
É importante lembrar que existem padrões de visão ocupacional com requisitos 
necessários ao desenvolvimento da grande maioria das tarefas industriais, tendo sido 
agrupado por Bausch & Lomb, os trabalhadores em 6 diferentes grupos ocupacionais e 
para cada um destes elaborado um padrão visual. 
 
Nariz e Seios Paranasais 
 
Posicionamento do cliente: sentado 
 
Técnica de Exame 
Inspeção 
Examine as superfícies anteriores e internas do nariz. Com a mão enluvada, 
comprima suavemente a ponta do nariz com o seu polegar para alargar as narinas e com 
a ajuda de uma caneta luminosa ou da luz do otoscópio é possível visualizar os vestíbulos 
nasais. 
Observe se existe a presença de: deformidades, desvio do septo nasal, 
coloração da mucosa, secreções, lesões e edemas. 
 
Palpação 
 
Nariz: se houver algum indício de obstrução nasal, comprima alternadamente as 
asas do nariz solicitando que o cliente inspire. 
Seios da Face: Pressione para cima com os polegares a parte óssea das 
sobrancelhas, evitando comprimir os olhos, para palpar os seis frontais. Após, pressione 
para cima os seios maxilares. 
Observe a presença de: hipersensibilidade local, além de sintomas que podem 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
estar associados como febre, dor e secreção nasal, sugestivo de sinusite aguda. 
 
Boca 
Posicionamento do cliente: sentado 
 
Inspeção e Palpação 
 
Lábios 
Em condições normais se apresentam hidratados, com coloração que varia do 
róseo ao castanho e a pele íntegra. Observar as seguintes anormalidades: presença de 
cianose, lesões, ressecamento. É fundamental everter os lábios para exame da mucosa 
labial. 
Cavidade Oral 
Solicite ao cliente abrir a boca e observe as estruturas internas com o auxílio das 
mãos, utilizando espátula (abaixador de língua e lanterna). 
O uso destes instrumentos é imprescindível para que se obtenha uma 
visualização adequada da cavidade, lembrando que a ausência de luminosidade 
adequada pode mascarar ou impossibilitar a visualização de anormalidades 
principalmente àquelas ligadas à alteração de coloração. 
O olfato é muito importante para a detecção e caracterização do hálito do cliente 
que dependendo da característica apresentada sugere processos patológicos a exemplo 
do hálito cetônico sinal indicativo de diabetes. 
Na idade adulta, a dentição completa conta com 32 dentes. A mucosa oral e 
demais estruturas devem se apresentar hidratadas, coradas e íntegras. 
Caso o cliente faça uso de próteses, solicite a este sua retirada. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
Inspecione 
 
Mucosa Oral: observe presença de alteração de coloração, lesões, placas 
esbranquiçadas e nódulos. 
Gengiva e Dentes: observe alteração de coloração nas gengivas. Lembrando 
que a presença de uma linha negra sugere envenenamento por chumbo. Inspecione 
ainda as margens das gengivas e as papilas interdentárias e observe a presença de 
edemas, ulcerações, tártaros e resíduos alimentares. Inspecione os dentes e observe a 
presença de manchas, posição anormal e amolecimento dos dentes (verificar enluvando 
as mãos e utilizar os dedos indicador e polegar). 
Palato Duro 
Inspecione: alteração de coloração, hidratação, lesões, protuberâncias, 
depressões anormais. 
 
Língua e Assoalho da Boca 
Solicite ao cliente que exponha a língua para fora e observe: assimetria, 
coloração, textura, ulceração, nodulações, protusão assimétrica. 
Inspecione as laterais da língua e a superfície inferior e o assoalho da língua, 
pesquisando a presença de regiões esbranquiçadas, avermelhadas, nódulos e 
ulcerações. Em clientes etilistas e ou tabagistas é importante realizar a palpação da 
língua, pesquisando regiões endurecidas. 
Técnica de Palpação da Língua 
Enluve ambas as mãos, peça ao cliente para expor a língua para fora, com a mão 
direita segure a ponta da língua com o auxílio de uma gaze, afaste a língua para o lado 
esquerdo, inspecione e palpe com a mão esquerda, inverta o processo e inspecione o 
outro lado. 
 
 
 
 
 
 
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Condições de Higiene 
Inspecione a presença de tártaro, resíduos alimentares e cáries e língua recoberta 
por placa de secreção evidenciando ausência de escovação da mesma. É importante 
lembrar que grande parte das endocardites bacterianas tem como causa originária a 
higienização inadequada que propicia cáries, acúmulo de tártaro e conseqüente 
proliferação bacteriana. 
Portanto, ao constatar esta situação é de extrema importância que o cliente seja 
orientado sobre a técnica correta de escovação dos dentes e língua. 
 
Faringe 
 
Solicite novamente ao cliente que abra a boca, mantendo a língua dentro da 
cavidade oral e solicite a ele que diga “ah” ou boceje, desta forma você poderá ter uma 
boa visualização, caso isso não seja possível, utilize uma espátula (abaixador de língua) e 
comprima a região média da língua para poder visualizar a faringe. É importante observar 
a distância correta da espátula para não provocar náuseas e vômitos. 
Já tendo visualizado toda a faringe (conforme ilustração), solicite ao cliente que 
diga “ah” e observe a elevação do palato mole e o posicionamento da úvula. É importante 
lembrar que na paralisia do 10º par de nervos, o palato não se eleva e a úvula fica 
desviada para um dos lados. 
Examine o palato mole, pilares anterior e posterior, amígdalas (que nem sempre 
são visíveis) e a faringe posterior. 
Inspecione: alterações da coloração, simetria da úvula, ulcerações e existência 
de exsudatos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Articulação Temporomadibular 
 
Técnica de Exame 
Posicionamento do cliente: sentado; 
Coloque a polpa dos seus dedos à frente do trago de cada pavilhão auditivo e 
peça ao cliente que abra a boca. Quando do movimento as pontas dos seus dedos devem 
cair nos espaços articulares, examine a amplitude do movimento, presença de edema e 
hipersensibilidade, estalidos “cliques” podem ser ouvidos em condições normais. A 
presença de edema, hipersensibilidade e amplitude diminuída, sugerem artrite. 
 
Ouvidos e Audição 
 
Perguntar ao cliente se sua audição é boa, se teve ou tem algum problema nos 
ouvidos, se percebeu alguma perda auditiva, caso positivo, se no ouvido direito, esquerdo 
ou em ambos e quando começou a perceber o início dos sintomas, se ocorreu de forma 
abrupta ou aos poucos e ainda sobre outros sintomas que podem estar associados e 
quais são eles a exemplo: dor (otalgia), vertigem, tinido (zumbido), etc. 
Lembrete: Existem dois tipos básicos de comprometimento auditivo sendo: 
1) Perda Condutiva: resultante de problemas no ouvido médio ou externo. 
2) Perda Sensorial: em decorrência de problemas no ouvido interno,no nervo 
coclear ou nas conexões centrais do cérebro. 
Indivíduos que apresentam perda sensorioneural, apresentam problemas 
principalmente na compreensão da fala. 
Pergunte ao cliente se está fazendo uso de algum medicamento, lembrando que 
alguns medicamentos podem afetar a audição, entre eles: aminoglicosídeos, aspirinas, 
quinino, furosemida,entre outros. 
 
 
 
 
 
 
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Lembrete: 
Otalgia: sugere problema no ouvido externo ou médio, mas também pode ser 
referida a partir de estruturas próximas tais como a boca, garganta e pescoço. 
Tinido (zumbido): som percebido sem estímulo externo pode ser descrito como 
uma tonalidade musical, ruído pulsátil. Pode ser percebido em um ou em ambos os 
ouvidos. 
O tinido pode acompanhar a perda auditiva, porém, com freqüência permanece 
sem explicação. 
Pode-se perceber ainda som de estalido que origina, às vezes, na articulação 
temporomandibular, ou quando os clientes se conscientizam dos ruídos vasculares 
provenientes da região cervical. O tinido é um sintoma comum, sua freqüência aumenta 
com o avançar da idade e pode em casos mais graves estar acompanhado de perda 
auditiva e vertigem. 
Vertigem: é a falsa impressão de que o cliente ou o ambiente está rodando. 
Estas sensações indicam, basicamente, um problema no ouvido interno, no nervo coclear 
ou nas suas conexões. 
 
Técnica de Exame 
 
Inspeção e Palpação 
 
Pavilhão Auricular: inspecione a presença de deformidades, nódulos ou lesões 
cutâneas. 
Pergunte ao cliente se este tem dor e secreção anormal ou inflamação, em caso 
de dor faça a inserção do ostoscópio iniciando sempre pelo lado assintomático. 
 
 
 
 
 
 
 
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Técnica de Exame 
 
Inspeção do Canal Auditivo e Tímpano 
Segure o pavilhão auricular firme e delicadamente, tracione-o para cima, para trás 
e um pouco para fora da cabeça, conforme ilustração. Observe o diâmetro do canal 
auricular, escolha um espéculo com o maior diâmetro que o pavilhão auditivo puder 
acomodar. Antes de inserir o espéculo do ostoscópio, certifique-se do tamanho adequado 
e de ter acendido a luz, isto possibilitará a visualização de todo o conduto na medida em 
que se está procedendo à inserção. Mantenha o cabo do otoscópio seguro entre os dedos 
polegar e indicador e apóie a mão contra o rosto do cliente. Introduza o espéculo 
delicadamente no canal auditivo, direcionando a ponta para baixo e para frente, 
observando a presença de: rubor, descamações, secreções, edema, cerúmen e corpos 
estranhos. A coloração do cerúmen pode variar do amarelo ao preto e a consistência 
pode se apresentar escamosa, viscosa ou dura, podendo dificultar a visualização das 
demais estruturas de forma parcial ou total. Inspecione o tímpano registrando sua 
coloração e contorno. O cone luminoso, geralmente é de fácil visualização e ajuda na 
orientação. 
Palpação 
Palpe os pavilhões auriculares e verifique a consistência da cartilagem, 
sensibilidade e edema, iniciando sempre pelo lado assintomático, quando da presença de 
dor ou hipersensibilidade. 
Existe ainda outro exame específico sendo este: audiometria 
Audiometria 
Consiste em medir por meio do audiômetro a acuidade auditiva possibilitando a 
avaliação da função auditiva, encaminhamento precoce ao médico especialista quando da 
presença de anormalidades (hipoacusia), detectar a existência de problemas que 
desaconselhem a realização de tarefas onde as deficiências de audição exponham o 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
funcionário, os colegas e a empresa em risco e finalmente avaliar a melhora obtida após 
tratamento médico ou uso de aparelhos para surdez. 
 
Pescoço 
 
Breve Revisão de Anatomia 
Para fins descritivos o pescoço é dividido em dois triângulos pelo músculo 
esternomastóideo. 
Em regiões profundas situam-se a artéria carotídea e a veia jugular interna, 
apresentando esta última, trajeto diagonal sobre a superfície do músculo 
esternomastóideo. 
É importante relembrar o posicionamento de outras estruturas como o osso 
hióide, as cartilagens tireóide e cricóide, os anéis traqueais, a glândula tireóide, manúbrio, 
traquéia, clavícula, os gânglios linfáticos (cabeça e pescoço) assim como o fluxo da 
drenagem linfática (descritos na breve revisão de fisiologia do sistema linfático e gânglios 
linfáticos – Etapa do Exame Físico dos Membros Superiores e Inferiores). 
Os gânglios amigdalianos, submentoniano, submandibular e a cadeia cervical 
profunda devem ser palpados, devendo o examinador dobrar os dedos (formato de garra). 
Gânglios pequenos, móveis, indolores e isolados são palpados com freqüência em 
pessoas saudáveis. Gânglios dolorosos e aumentados sugerem inflamação. Gânglios 
duros ou fixos sugerem doença maligna. 
 
Técnica de Exame 
 
Posicionamento do cliente: sentado, relaxado, com o pescoço discretamente 
fletido para frente. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
Inspeção e Palpação 
Observe: simetria, massas, cicatrizes, aumento de glândulas e gânglios. 
Palpe utilizando a polpa digital dos dedos indicador e médio, movendo a pele 
sobre os tecidos subjacentes das regiões examinadas. Palpe os gânglios e pesquise: 
tamanho, formato, mobilidade e consistência e hipersensibilidade. 
 
Traquéia e Tireóide 
 
Técnica de Exame 
 
Inspeção e Palpação 
Identifique através da palpação as cartilagens tireóide, cricóide e a traquéia. 
Observe se a traquéia encontra-se posicionada na linha média ou se apresenta desvios. 
O desvio da traquéia indica processos patológicos. Com a ponta do dedo indicador em um 
dos lados da traquéia e observe o espaço entre a traquéia e o músculo esternomastóideo, 
proceda da mesma forma do lado oposto. Em condições normais os espaços devem ser 
simétricos e a traquéia posicionada na linha média. 
 
Tireóide 
 
Inspeção 
Incline levemente a cabeça do cliente para trás, inspecione a região abaixo da 
cartilagem cricóide, buscando a glândula tireóide. Para obter uma visualização adequada 
é necessário utilizar uma iluminação tangencial no sentido de cima para baixo a partir do 
queixo. A iluminação tangencial possibilita delinear o tamanho, podendo ser identificada à 
hipertrofia da glândula (bócio). Quando hipertrofiada aparecerá uma sombra na borda 
inferior indicando os lados da tireóide. Incline novamente a cabeça para trás e peça a ele 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
para deglutir. Observe a movimentação, contorno e simetria. Caso necessário ofereça um 
pouco de água para realização do movimento de deglutição. Durante a deglutição as 
cartilagens tireóide, cricóide e a glândula tireóide se elevam retornando em seguida a 
posição normal. 
Palpação 
Posicione-se por trás do cliente. Aproxime suas mãos do pescoço, devendo 
posicionar os dedos indicadores logo abaixo da cartilagem cricóide. Incline levemente a 
cabeça para trás. 
Solicite que o cliente degluta. Palpe a elevação à glândula sob suas polpas 
digitais. As características físicas da tireóide têm importância diagnóstica, porém para 
saber sobre seu funcionamento, são necessários exames laboratoriais além de outros 
sinais e sintomas detectados durante o exame físico. Observe o tamanho, formato, 
consistência, nódulos e hipersensibilidade. Solicite ao paciente retornar a cabeça à 
posição normal e solicite a ele que faça movimentos com o pescoço movimentosde 
rotação para a direita e esquerda, extensão e flexão (frente e trás) e inclinação para 
direita e esquerda. 
Artérias Carótidas e Veias Jugulares 
Inspecione e palpe: distensão venosa jugular e pulsações arteriais. Na presença 
destas, realizar exame detalhado com o cliente em decúbito dorsal quando do exame 
cardiovascular e se necessário elevar um pouco o decúbito de forma a mantê-lo 
confortável. 
 
Tórax e Pulmão 
 
É imprescindível uma boa coleta de dados que contenha informações detalhadas 
sobre a história familiar e a história ocupacional pregressa e atual, pois muitas doenças 
respiratórias e crônicas podem resultar da inalação de certos tipos de poeira ou a outras 
substâncias alérgenas, assim como a esporos e fungos. A exemplo os trabalhadores que 
 
 
 
 
 
100 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
trabalharam ou trabalham em minas de carvão, pedreiras, algodão, cerâmica, fundição de 
aço e trabalhadores rurais e cavadores de poços. Cabe lembrar que o asbesto e poeira de 
rocha contem sílica que podem causar doenças e os sintomas irão se manifestar até anos 
mais tarde. É imprescindível que a coleta de dados conste do tempo de exposição, e a 
relação com o tempo da exposição e o início dos sintomas. O histórico social do qual 
devem constar as condições de moradia, hábitos como tabagismo e etilismo, assim como 
a criação de determinados animais é também fator importante, a exemplo das pessoas 
que fazem criação de pássaros como pombos, papagaios, periquitos e canários. 
 
Breve Revisão de Anatomia e Fisiologia 
 
Tórax 
Para descrevermos os achados com exatidão é necessário ter em mente a 
localização anatômica. É importante observar que os espaços intercostais são 
denominados de acordo com a costela que o antecede. 
Os achados do tórax devem ser descritos de acordo com as dimensões, ou seja, 
ao longo do eixo vertical em torno de sua circunferência. 
Eixo Vertical 
Torna-se necessário enumerar as costelas e os espaços intercostais. Para auxiliá-
lo na localização tome como base o ângulo esternal, sendo que para encontrá-lo é 
necessário à palpação da chanfratura supra-esternal, e em seguida, deslize o dedo para 
baixo, cerca de uns 5 cm, até encontrar uma saliência óssea horizontal que é a ligação 
entre o manúbrio e o corpo do esterno. Desloque o dedo para a lateral e identifique a 2ª 
costela adjacente e a cartilagem costal. Partindo deste ponto, utilize dois dedos, podendo 
descer pelos espaços intercostais, percebendo um espaço por vez, seguindo sempre 
obliquamente conforme a ilustração abaixo. Não se devem contar os espaços intercostais, 
tendo como referência a borda inferior do externo, pois nesta região as costelas se 
encontram muito próximas uma das outras, possibilitando erro de localização. Em 
mulheres com mamas de grande volume, aconselha-se lateralizar um pouco a mama para 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
possibilitar a palpação. 
Região Anterior 
Observe que somente as cartilagens costais das sete primeiras costelas se 
articulam com o esterno. A oitava, nona e décima costelas articulam-se com as 
cartilagens costais que se localizam logo acima delas. A décima primeira e décima 
segunda costelas são chamadas de costelas flutuantes, por não apresentarem inserção 
anterior. A extremidade da décima primeira costela pode ser palpada lateralmente e a da 
décima segunda, palpada na região posterior. Não é possível diferenciar as cartilagens 
costais das costelas através da palpação. 
Região Posterior 
A partir da décima segunda costela, e possível realizar a contagem das costelas e 
de seus respectivos espaços intercostais. É de fundamental importância para a descrição 
exata de achados na região inferior e posterior do tórax, sendo ainda útil quando o exame 
da parte anterior estiver prejudicado ou for insatisfatório. Com os dedos localize a borda 
inferior da décima segunda costela e faça uma compressão para dentro e para cima, em 
seguida deslize os dedos para cima, e localize os espaços intercostais. Para auxiliá-lo na 
localização e descrição dos achados, tenha em mente que o ângulo inferior da escápula 
costuma se localizar ao nível da sétima costela ou espaço intercostal. Outra forma de 
localização pode ser realizada e descrita de acordo com a relação com as apófises 
espinhosas das vértebras. Para esta palpação, solicite ao cliente que flexione o pescoço 
para frente, a apófise que se mostrar mais proeminente costuma ser a sétima vértebra 
cervical. Se duas apófises se apresentam proeminentes, estas correspondem à sétima 
vértebra cervical e à primeira torácica. 
 
Localização de achados em torno da circunferência torácica 
 
As linhas medioesternal e vertebral são precisas, e as demais estimadas. A linha 
hemiclavicular possui um trajeto vertical que se inicia no ponto médio da clavícula, 
portanto, é necessário localizar com exatidão ambas as extremidades da clavícula. As 
 
 
 
 
 
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linhas axilares anterior e posterior possuem trajeto vertical que inicia nas pregas axilares 
anterior e posterior e a linha axilar média inicia-se no ponto mais alto da axila. Na região 
posterior a linha vertebral se localiza sobre as apófises espinhosas das vértebras e as 
linhas escapulares iniciam-se no ângulo inferior das costelas. A inspiração normal em 
repouso é realizada pela contração dos músculos respiratórios (diafragma e os 
intercostais externos); a expiração normal é passiva e não depende de esforço muscular, 
resulta do recolhimento elástico dos pulmões e da caixa torácica. Um adulto normal em 
repouso respira calma e regularmente cerca de 14 a 20 vezes por minuto. Lembrando que 
o esforço físico e a tensão emocional alteram esse ritmo, assim como processos 
patológicos. Pode-se dividir o processo da respiração em três etapas principais sendo: 
1) Ventilação Pulmonar - influxo e efluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos; 
2) Troca Gasosa - difusão de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e o 
sangue; 
3) Transporte – fluxo de oxigênio e dióxido de carbono do sangue e fluídos 
corpóreos para/e das células. 
A finalidade dos pulmões é a troca gasosa. Tem como função levar o oxigênio do 
ar ao sangue venoso sistêmico e permitir a saída de dióxido de carbono, produto de 
excreção do metabolismo celular, desta forma mantendo o equilíbrio metabólico das 
células. Este processo se dá através de uma série de processos bastante complexos. A 
partir da contração dos músculos inspiratórios o ar entra pela traquéia e brônquios até 
atingir os alvéolos pulmonares, onde o ar alveolar e o sangue capilar se encontram em 
contato íntimo, separados, apenas, por uma membrana alvéolocapilar ultrafina. O 
oxigênio espalha-se através da membrana alvéolocapilar para o sangue, enquanto o 
dióxido de carbono faz o caminho inverso. 
Os pulmões são órgãos que apresentam forma de um cone e preenchem 
totalmente os espaços pleurais. Os pulmões são divididos por fissuras oblíquas, sendo 
que estas subdividem os pulmões em lobos, sendo o direito subdividido em três lobos 
denominados superior, médio e inferior. O pulmão esquerdo subdivide-se em dois lobos 
sendo estes denominados superior e inferior. O ar entra e sai dos pulmões através das 
 
 
 
 
 
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vias aéreas, que se subdivide em: 
a) Vias Aéreas Condutoras: Podendo ainda ser denominada de árvore 
traqueobrônquica, que é formada pela traquéia, brônquios e bronquíolos. Sua principal 
função é levar os gases para dentro e para fora das unidades respiratórias terminais. Para 
que isso ocorra, o ar penetra pelo nariz e pela boca, em seguida passa pela laringe e 
sistema traqueobrônquico. As vias aéreas superiores filtram, ajustam a temperatura e 
umidificam o ar inspirado. 
 
Traquéia 
 
A porção extratorácica da traquéia localiza-se na linha média da região anterior do 
pescoço. Após a sua inserção no pescoço, desvia-se discretamente para a direita. Sua 
sustentação se dá através dos anéis de cartilagem em forma de ferradura que são unidos 
posteriormente por uma membrana maleável. Durante a tosse, ocorre o aumento da 
pressão intratorácica que empurra a membrana para dentro do espaço entre os ramos de 
cartilagem, estreitando o lúmen. Em conseqüência, a velocidade do fluxo aéreo aumenta 
criando uma grande força que desloca o material depositado na superfície da membrana. 
A traquéia divide-se ao nível da carina em brônquio fonte direito e brônquio fonte 
esquerdo, sendo que o brônquio direito apresenta seu ângulo com a traquéia menor do 
que o do brônquio esquerdo. Por esta razão os fluídos aspirados ou corpos estranhos, 
tendem a entrar no pulmão direito. Tendo em vista o deslocamento para a direita da 
traquéia, esta se afasta do pulmão esquerdo e aproxima-se mais do direito, e, portanto, o 
brônquio principal esquerdo é mais longo (5 cm) e o direito (3 cm). 
 
Brônquios 
 
Dividem-se em ramos lobares e segmentares. É de fundamental importância 
conhecer estas divisões, principalmente os segmentos broncopulmonares, pois certas 
 
 
 
 
 
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patologias, caracteristicamente, acometem determinados segmentos pulmonares, a 
exemplo da tuberculose pulmonar que freqüentemente afeta os segmentos apical e 
posterior dos lobos superiores ou o segmento superior dos lobos inferiores. 
Segmento broncopulmonar: é uma porção do tecido pulmonar que é suprido 
por um brônquio segmentar único e sua artéria correspondente. A drenagem venosa é 
variável, sendo que uma veia pode drenar mais de um segmento. Cada um dos 
segmentos funciona como uma unidade relativamente independente, embora ocorra a 
circulação colateral e a ventilação entre segmentos adjacentes. Os segmentos possuem 
forma e tamanhos diferentes e são separados por uma membrana fina e incompleta de 
tecido conjuntivo. Os brônquios subdividem-se em segmentos cada vez menores que são 
denominados gerações. Os últimos e menores brônquios, onde se originam as unidades 
respiratórias são denominados de bronquíolos terminais. 
b) Unidades Respiratórias Terminais: também conhecidas como parênquima 
pulmonar, ácinos ou lóbulos primários, têm como função principal à troca gasosa. 
 
Alguns Processos Patológicos e Alterações nos Pulmões 
Os processos patológicos e as alterações nos pulmões produzem sons 
denominados anormais. Abaixo um resumo sucinto dos mais comumente encontrados. 
Atelectasia 
Devido a não expansão de uma porção pulmonar, podendo acometer todo um 
pulmão, um lobo, ou apenas segmentos de um lobo. Existem três tipos de atelectasias 
denominadas: 
• Atelectasia Congênita: falta de expansão total dos pulmões no período 
neonatal é denominado de atelectasia congênita. 
• Atelectasia Funcional: insuflação incompleta dos pulmões durante a 
respiração em repouso. 
• Atelectasia Adquirida: pode ser obstrutiva ou compressiva sendo: 
a) Obstrutiva: resulta da obstrução da traquéia ou brônquio e pode ser causada 
 
 
 
 
 
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por aspiração de um corpo estranho, massa tumoral incluindo um brônquio, ou por 
exsudato. Uma grande área de atelectasia maciça pode ocasionar deslocamento do 
coração para o lado afetado. 
b) Compressiva: é resultado da compressão do pulmão por ar ou líquido nos 
espaços pleural ou pericárdico, que pode ser ocasionada por um grande tumor 
intratorácico ou por elevação do diafragma. Quando um pulmão atelectasiado se 
expande, ausculta-se pelo estetoscópio crepitações, em virtude da repentina abertura das 
vias áreas. 
Enfisema 
É uma dilatação anormal dos espaços aéreos acompanhados da destruição das 
paredes alveolares; em conseqüência destas alterações ocorre um aumento considerável 
no volume dos pulmões. A evolução da doença é lenta e o enfisema requer muitos anos 
até chegar a um estágio avançado que se caracteriza pela presença de dispnéia e pelo 
tórax em barril. A ausculta pulmonar e os ruídos respiratórios encontram-se diminuídos. O 
tabagismo é a maior e virtualmente a única causa de enfisema. 
Consolidação Pulmonar 
É a solidificação do tecido pulmonar devido à grande presença de líquido, 
característica da pneumonia. A ausculta os sons respiratórios são predominantemente 
brônquicos, com presença de egofonia, pectoriloquia áfona e broncofonia são auscultados 
no pulmão consolidado. 
Pneumotórax 
Ocorre quando o ar entra no espaço pleural, ocasionando um colapso parcial ou 
total do pulmão, geralmente em indivíduo jovem e saudável. O ar entra para o espaço 
devido à ruptura na superfície pulmonar. Pode resultar ainda de uma laceração pulmonar 
devido a ferimento puntiforme, tuberculose ou trauma (costela fraturada). Os ruídos 
respiratórios estarão ausentes no hemitórax quando o pulmão se encontrar totalmente 
colapsado. Quando acometidos de um pneumotórax, os clientes referem um início 
abrupto de dor torácica (tipo pleurítica) e certa dificuldade respiratória. Quando o pulmão 
encontra-se colapsado, a traquéia pode se desviar para o lado oposto do tórax e na 
 
 
 
 
 
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percussão o som será de hiper-ressonância. 
Derrame Pleural 
Acúmulo de líquido na cavidade pleural resultante do excesso de produção, 
deficiência dos mecanismos de drenagem que normalmente mantém o espaço pleura 
relativamente seco, ou combinação de ambos. O acúmulo de líquido pode ser proveniente 
de processos inflamatórios, fluxo venoso ou linfático ou mudanças de pressão oncótica 
sérica, entre as superfícies pleurais. O acúmulo substancial de líquido entre estas 
superfícies interfere na transmissão dos sons respiratórios e vocais, além de diminuir a 
ressonância. Quando o excesso de líquido ocasiona a compressão ocorre alteração dos 
sons. Os ruídos respiratórios estarão ausentes quando de um grande derrame pleural. 
Dor 
Existem vários tipos de dor que ocorrem na região torácica, podendo ser 
classificados como: 
• Dor Pulmonar Primária e Referida 
Ocorre quando são atingidas a pleura parietal, as vias aéreas principais, a parede 
torácica, o diafragma e as estruturas mediastinais por processo patológico. É importante 
lembrar que o tecido pulmonar e a pleura visceral são insensíveis à dor, podendo estas 
regiões ser insensíveis mesmo na presença de grandes tumores. A localização da dor 
está diretamente associada à área de inervação. Exemplo: dor referida e originada na 
pleura diafragmática na base do pescoço e ombros, sendo estas regiões inervadas pela 
terceira, quarta e quinta raízes cervicais que também formam o nervo frênico. 
• Dor Pleurítica 
Os clientes a descrevemcomo dor em “fisgada” na região lateral do tórax à 
movimentação, dificultando a respiração, tendo em vista que com a diminuição da 
expansão torácica a dor diminui. Encurvar-se, virar na cama, tosse e espirros aumentam 
em muito a intensidade da dor. Em pós-operatório recente pode ser indicativo importante 
de embolia pulmonar. Se associada à febre, tosse e expectoração são sugestivas de 
pneumonia aguda. Acompanhada de doença prolongada, associada à perda de peso, 
 
 
 
 
 
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tosse persistente e queda de energia, pode sugerir tuberculose ou neoplasia torácica. 
• Dor Muscular 
Para distinguir esta dor (sinal de inflamação muscular) de doença torácica interna 
é muito importante a localização do local que servirá como pista. 
• Dor Costocondral 
Existência de dor e ainda existência de dor a pressão e aumento palpável da 
cartilagem que liga o osso esterno às costelas. Qualquer parte cartilaginosa da borda 
inferior da caixa torácica pode estar envolvida, com maior freqüência nas segunda, 
terceira e quarta cartilagens. A dor é “surda” e freqüentemente descrita como sensação 
de roer, é mais perceptível durante a noite quando o cliente se encontra deitado é leve e 
pode persistir por meses ou anos, tem pouca relação com a movimentação. A síndrome 
de Tietze produz esta dor. 
• Dor de Neurite Intercostal 
Principalmente quando causada por herpes zoster, pode causar dor semelhante à 
da pleurite. É superficial, aumentando sua intensidade quando relacionada à tosse e 
espirros, mas não a outros movimentos. É freqüentemente descrita como sensação de 
choque elétrico não relacionado aos movimentos respiratórios e às vezes se encontra 
associada a áreas de pele torácicas anestesiadas ou hipersensíveis. 
• Dor Cardíaca 
Muitas vezes diagnosticada pela história, por ser característica. O cliente sente 
uma dor em aperto abaixo do esterno, à esquerda que se irradia para ombros e braços ou 
pescoço, aliviada por repouso ou nitroglicerina, é típica da angina de peito. Causada por 
ansiedade ou atividade. 
• Dor Pericárdica 
Assim como a dor cardíaca sua localização é retroesternal, se estende para a 
esquerda, pode estar relacionada com a atividade, porém é afetada pela respiração, 
semelhante à dor pleural. É aliviada com a inclinação do corpo para frente ou correção da 
postura. 
 
 
 
 
 
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• Dor Aórtica 
Descrita pelo cliente como profunda, entediante, agonizante e rasgada. Sua 
localização é retroesternal e às vezes interescapular, causada por aneurisma, 
principalmente o dissecante. 
• Embolia Pulmonar 
Pode eventualmente produzir dor, dispnéia, tosse e raramente hemoptise. 
• Tosse 
Sinal indicativo de doença pulmonar. Existem basicamente dois tipos de tosse 
sendo a produtiva e não produtiva. Tosse produtiva: limpa as vias aéreas e elimina 
secreções que se acumulam nas vias aéreas em diversas doenças pulmonares. 
É percebida como um som grave, semelhante ao de um chocalho e 
freqüentemente está associada a hábitos tabagistas, bronquite, grande volume de escarro 
e desempenho débil em testes respiratórios. É importante observar as características do 
escarro, pois este é sugestivo do processo patológico instalado sendo: 
Escarro com odor fétido: causado freqüentemente por bactérias anaeróbicas, a 
exemplo no abscesso de pulmão. 
Escarro abundante, espumoso, semelhante à saliva: é mais raro de ser 
encontrado e é sugestivo de carcinoma bronquialveolar. 
Escarro volumoso, róseo e espumoso: pode ser visualizado em portadores de 
edema de pulmão. 
Hemoptise: podem aparecer veios de sangue no escarro dos portadores de 
infecção aguda, e escarro grosseiramente sanguinolento em portadores de pneumonia. 
Cabe salientar que algumas pessoas com expectoração sanguinolenta podem se 
encontrar gravemente enfermos, podendo ter sido acometidos de bronquiectasia, 
tuberculose, estenose mitral, carcinoma broncogênico e mais comumente com bronquite. 
É muito importante a distinção da origem do sangue. 
Síncope da Tosse: em episódios graves de tosse que podem acarretar em 
exaustão muscular e perda da consciência. Geralmente acomete homens de meia idade, 
 
 
 
 
 
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fortes e que fumam em demasia. Freqüentemente associada à asma e bronquite. A causa 
é desconhecida, suspeitando-se de uma anormalidade circulatória. 
 
Técnicas de Exame do Tórax e da Respiração 
Posicionamento: 
Solicite ao cliente que vista um avental, com o cliente sentado, exponha 
totalmente o tórax, no caso de mulheres, enquanto estiver examinando a região posterior 
do tórax, mantenha a região anterior coberta. É de fundamental importância perguntar ao 
cliente sobre a existência de dor ou desconforto e caso positivo, sendo o exame sempre 
iniciado pelo lado assintomático e após o sintomático, lembrando a obrigatoriedade de 
comparação dos achados em ambos os lados. 
Após a inspeção, a primeira técnica a ser realizada é a ausculta, pois se 
palparmos e percutirmos uma região com presença de hipersensibilidade estaremos 
possibilitando a alteração dos movimentos respiratórios e cardíacos deste. 
 
 
 
Inspeção 
Posicionamento: sentado. 
Observe e anote as anormalidades encontradas com relação a: 
Condições da pele: (coloração, integridade, textura), observando e descrevendo 
os achados anormais como: presença de lesões, cicatrizes, atrofias, palidez, enfisema 
subcutâneo. 
Formato 
Observe a simetria dos hemitórax nas regiões anterior e posterior, lembrando que 
a má formação e deformidades encontradas nestas regiões (abaulamentos e retrações), 
são sugestivas de condições patológicas e podem comprometer a função respiratória e 
 
 
 
 
 
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cardíaca entre outras. 
Observar: tipo de respiração, ritmo respiratório e freqüência respiratória, 
lembrando que a freqüência respiratória no adulto normal é de 14 a 20 incursões por 
minuto em repouso. 
Lembrete: Não deixe que o cliente perceba que você está observando seus 
movimentos respiratórios, pois pode interferir no ritmo e na freqüência. 
A Natureza dos Sons 
Sons são vibrações audíveis, criadas por regiões de compressão e rarefação do 
ar, alternadas. O som tem quatro características principais: freqüência, intensidade e 
duração e qualidade, sendo: 
Freqüência: é a medida do número de vibrações por determinado período de 
tempo, ciclos por segundos. Um número grande de vibrações, como em um som de alta 
freqüência, serão auscultados e interpretados como um som agudo. Já um som de baixa 
freqüência, será interpretado como um som grave. 
Intensidade: Depende exclusivamente de quatro fatores sendo: 
a) amplitude das vibrações; 
b) fonte geradora de energia; 
c) distância a percorrer; 
d) meio de passagem das vibrações. 
Duração das Vibrações: Fator determinante para que o ouvido possa interpretar 
como um som longo ou curto. 
Qualidade: é também conhecida como timbre, e resulta da composição de 
freqüências que perfazem um som. A qualidade (timbre) permite diferenciar uma nota de 
outra. Na ausculta permite, por exemplo, que o examinador diferencie um som vesicular 
de um som brônquico, assim como permite avaliar a existência de egofonia.

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