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Questionário de DIREITO PENAL I (respondido

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Questionário de DIREITO PENAL I
1 - Caio pratica atos de execução do crime de homicídio. No entanto, antes de ocorrer a morte, impede que o resultado se produza. A conduta descrita configura:
a) tentativa.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento posterior.
d) arrependimento eficaz.
letra D. Dispõe o art. 15, segunda parte, do Código Penal: "O agente que (...), voluntariamente, impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados".
2 - No crime de favorecimento pessoal, dispõe o §2º, do art. 348, do Código Penal: "Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica isento de pena". Tal dispositivo é causa de:
	
	a) exclusão de tipicidade.
	
	b) exclusão de ilicitude.
	
	c) exclusão de culpabilidade
	
	d) exclusão de punibilidade.
 comentário do autor: Apesar de ter praticado uma conduta típica (ilicitude), ter capacidade de ser responsabilizado (culpabilidade); por força da lei, o agente fica isento de pena. Assim, o dispositivo em questão trata-se de causa de exclusão de punibilidade. Alternativa correta é a letra D.
3 - João subtraiu um telefone celular, avaliado na quantia de R$ 800,00, pertencente à Maria, para si, mediante grave ameaça, mantendo-a em seu poder, restringindo sua liberdade durante 2 horas, a fim de garantir o êxito da subtração. João deverá responder por:
a) roubo e sequestro, em caráter formal.
b) sequestro, já que este absorve o roubo.
c) roubo e sequestro, em concurso material. 
d) roubo circunstanciado.
4 - Marcos, querendo matar seu vizinho, faz um disparo em sua direção. No entanto, não chega nem a lesioná-lo. Marcos:
a) responderá por tentativa de homicídio.
b) não responderá por crime nenhum, pois nem chegou a atingir seu vizinho.
c) responderá por tentativa de lesão corporal.
d) responderá lesão corporal consumada.
5 - O roubo cometido com emprego de arma de brinquedo deve ser punido:
a) como roubo circunstanciado pelo uso de arma de fogo
b) como roubo simples
c) como roubo em concurso formal com crime de porte ilegal de arma
d) como furto qualificado pelo uso de violência.
6 - O crime se diferença da contravenção penal:
a) pela natureza entre as infrações penais
b) pela espécie de pena imposta
c) pela capacidade psicológica do agente
d) pelo requisito subjetivo da infração
7 - Define-se crime instantâneo como sendo:
a) aquele que uma vez consumado, está encerrado, a consumação não se prolonga
b) a consumação se prolonga no tempo, dependente da ação do sujeito ativo
c) a consumação se prolonga no tempo, independentemente da ação do sujeito ativo
d) nenhuma das alternativas está correta
8 - O filho que furta R$ 4.000,00 de seu pai:
a) responde pelo delito de furto
b) responde pelo delito de furto qualificado pelo abuso de confiança
c) não responde por crime algum, pois o fato é atípico
d) não responde por crime algum, pois o fato é impunível.
9 - Circunstâncias são:
a) dados essenciais do crime 
b) dados acessórios que estão ao redor da figura típica e que tem por finalidade a medida da gravidade do tipo, podendo aumentar ou diminuir a pena
c) dados que alteram a essência do fato
d) todas as alternativas estão corretas.
10 - Crime de mera conduta é aquele:
a) que descreve e exige o resultado naturalístico para sua consumação
b) que apenas descreve, mas não exige o resultado naturalístico para sua consumação
c) que não descreve e nem exige o resultado naturalístico para sua consumação
d) que não descreve, mas exige o resultado naturalístico para sua consumação.
11 - Crime de mão própria é aquele que:
a) pode ser cometido por qualquer pessoa 
b) exige uma qualidade especial do sujeito ativo 
c) exige uma qualidade especial do sujeito passivo
d) embora passível de serem cometidos por qualquer pessoa, ninguém os pratica por intermédio de outrem.
12 - De acordo com o CP, considera-se praticado o crime:
a) somente no lugar onde se produz ou deveria produzir-se o resultado 
b) somente no lugar em que ocorreu a ação ou omossão
c) no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado
d) todas as alternativas estão corretas.
13 – Conceitue e dê um exemplo de crimes progressivos:
Entende-se como crime progressivo aquele que ocorre quando o agente, para praticar crime de maior ofensa a um bem jurídico, ou seja, para alcançar um resultado mais gravoso, pratica uma ofensa de menor intensidade, que é o crime meio para se chegar ao crime fim, progredindo do mais brando ao mais grave.
Exemplos: para o agente praticar o crime de homicídio, pratica-se, necessariamente, o delito de lesão corporal; homicídio qualificado pela tortura, para se chegar ao homicídio qualificado pela tortura é preciso passar pelo delito de tortura etc.
Obs.: No que toca a responsabilização penal no crime progressivo, o agente só responderá por um crime, qual seja: o maior, pois fica eliminado o menor, que é chamado de crime de passagem.
14 – Conceitue e dê um exemplo de delito punitivo por erro de proibição:
Delito putativo por erro de proibição ocorre quando o agente supõe violar uma norma penal, que na verdade não existe; falta tipicidade à sua conduta, pois o fato não é considerado crime. Ex: como é o caso do boxeador que, após nocautear seu oponente, pensa ter cometido algo ilícito
 O crime putativo ou imaginário é aquele em que o agente supõe, por erro, que está praticando uma conduta típica quando o fato não constitui crime. O agente pensa que cometeu um crime, mas, na verdade, realizou um irrelevante penal. Pode ser: delito putativo por erro de tipo, que é o crime impossível pela impropriedade absoluta do objeto, como no caso da mulher que ingere substancia abortiva, pensando estar grávida; delito putativo por erro de proibição, quando a agente pensa estar cometendo algo injusto, mas pratica uma conduta perfeitamente normal, como é o caso do boxeador que, após nocautear seu oponente, pensa ter cometido algo ilícito; e delito putativo por obra do agente provocador, conhecido também como delito de ensaio, delito de experiência ou delito de flagrante preparado, no qual não existe crime por parte de agente induzido, ante a ausência de espontaneidade (cf. Súmula 145 do STF).
15 – Conceitue e dê um exemplo de delito punitivo por obra de agente provocar (crime de flagrante provocador): 
O delito putativo ocorre quando o agente considera erroneamente que a conduta realizada por ele constitui crime, quando na verdade, é um fato atípico; só existe na imaginação do sujeito. Exemplo: O agente deixa de pagar dívida , instrumentalizada por meio de nota promissória. De fato, no crime putativo o agente quer cometer uma infração penal, porém utiliza-se de conduta que não constitui fato típico.
O delito putativo por obra de agente provocador (crime de flagrante provocado) ocorre quando alguém, de forma insidiosa, provoca o agente à prática de um crime, ao mesmo tempo que toma providências para que o mesmo não se consuma. Ex: alguém, vítima ou terceiro, de forma insidiosa, provoca o sujeito a cometer um crime, ao mesmo tempo que toma providências para que não atinja a consumação. A ineficácia e a impropriedade não recaem sobre o meio executórionem sobre o objeto material. A impossibilidade absoluta de o delito vir a alcançar o momento consumativo decorre do conjunto das medidas preventivas tomadas pelo provocador. Por isso, ao lado da ineficácia absoluta do meio e da impropriedade absoluta do objeto, o art. 17 pode ser ampliado por analogia, estendendo-se a um terceiro caso: o do agente provocador, em que o conjunto de circunstâncias por ele dispostas exclui a possibilidade de consumação do crime 
16 – Conceitue e dê um exemplo de crimes dolosos, culposos, e preterdolosos:
o crime doloso “quando o sujeito quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo” ( CP art. 18, I). Mirabete contribui para o entendimento deste tipo de crime ao dizer que no crime doloso não devemos apenas analisaro objetivo que o agente quis alcançar, mas também a conduta do autor. Esta conduta é dividida em duas partes: interna e externa. Na interna, analisamos o pensamento do autor: ele se propõe a um fim, prepara os meios para a execução deste fim e, por fim, considera os efeitos do fim pretendido. Ex: a pessoa quer matar seu amigo e mata.
A conduta externa é a exteriorização da conduta, uma “atividade em que se utilizam os meios selecionados conforma a normal e usual capacidade humana de previsão”.
o crime culposo “quando o sujeito deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia” (CP art. 18, II). Nos crimes culposos não há a preocupação “com o fim da conduta; o que importa não é o fim do agente, mas o modo e a forma imprópria com que atua”. Ex: o rapaz vai limpar sua arma que tem de forma legal (porte de arma), dentro da sua casa e ao levantar a arma, ela dispara contra sua irmã.
Crime preterdoloso ou preterintencional “é aquele em que a ação causa um resultado mais grave que o pretendido pelo agente”
É considerado por Mirabete um crime misto, “em que há uma conduta que é dolosa, por dirigir-se a um fim típico, e que é culposa pela causação de outro resultado que não era objeto do crime fundamental pela inobservância do cuidado objetivo. Há no dolo no antecedente e culpa no conseqüente”. Ex: uma pessoa empurra seu amigo na piscina com brincadeira, e seu amigo se afoga.
17 – Conceitue e dê um exemplo de crimes hediondos e crime habitual profissional: 
Crime hediondo diz respeito ao delito cuja lesividade é acentuadamente expressiva, ou seja, crime de extremo potencial ofensivo, ao qual denominamos crime “de gravidade acentuada”. O crime hediondo é o crime que causa profunda e consensual repugnância por ofender, de forma acentuadamente grave, valores morais de indiscutível legitimidade, como o sentimento comum de piedade, de fraternidade, de solidariedade e de respeito à dignidade da pessoa humana. Ex: uma pessoa invade o domicilio de uma família e mata toda a família, pai, mãe, filho e avós. LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990
“Crime habitual é a reiteração da mesma conduta reprovável, de forma a constituir um estilo ou hábito de vida, art 229. Quando o agente pratica as ações com intenção de lucro, fala-se em crime profissional”. Ex: curandeirismo (prescrever, aplicar, ministrar habitualmente, qualquer substancia sem habilitação medica)
18 – Quanto ao crime culposo, quais os elementos do fato típico culposo?
Os elementos do fato típico culposo, segundo a doutrina tradicional, são representados pela conduta humana de fazer ou não fazer, inobservância do dever objetivo de cuidado, previsibilidade objetiva, ausência de previsão (ou previsão com culpa consciente), resultado involuntário, nexo de causalidade e tipicidade. 
19 – o que seria Crime Consumado, segundo o Código Penal?
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Para estudo:
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. 
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
O crime será consumado quando a conduta do autor se amoldar inteiramente ao tipo penal previsto em lei como criminoso.
 Será tentado quando a conduta dele não realizar inteiramente o tipo penal criminoso, sendo frustrada por circunstâncias alheias à sua vontade.
 A vontade do agente é importante na caracterização da tentativa, pois, se seu agir foi interrompido por sua propria iniciativa, a tentativa não se caracteriza, sendo o caso, então, de desistência voluntária ou de arrependimento eficaz.
 No crime culposo não se cogita a hipótese de tentativa.
 Para a punição da tentativa se considera a extensão da conduta do autor até o momento em que foi interrompida. Quanto mais próxima da consumação, menor deve ser a redução (1/3). De outro lado, quanto mais longe a conduta do autor ficou da consumação delitiva, maior deve ser a redução da pena (2/3). O Juiz deve fixar a redução dentro desses limites, de modo justificado.
20 – Quais infrações que não admitem tentativa? Cite 4 e explique cada um deles: 
Contravenções penais (art. 4º, da LCP) que estabelece não ser punível a tentativa.
Crimes culposos nos tipos culposos, existe uma conduta negligente, mas não uma vontade finalisticamente dirigida ao resultado incriminado na lei. Não se pode tentar aquilo que não se tem vontade livre e consciente, ou seja, sem que haja dolo.
Crimes habituais são aqueles que exigem uma reiteração de condutas para que o crime seja consumado. Cada conduta isolada é um indiferente para o Direito Penal.
Crimes omissivos próprios o crime estará consumado no exato momento da omissão. Não se pode admitir um meio termo, ou seja, o sujeito se omite ou não se omite, mas não há como tentar omitir-se. No momento em que ele devia agir e não age, o crime estará consumado.
Crimes unissubsistentes são aqueles em que não se pode fracionar a conduta. Ou ela não é praticada ou é praticada em sua totalidade. Deve-se ter um grande cuidado para não confundir esses crimes com os formais e de mera conduta, os quais podem ou não admitir a tentativa, o que fará com que se afirme uma coisa ou outra é saber se eles são ou não unissubsistentes.
Crimes preterdolosos são aqueles em que há dolo no antecedente e culpa no conseqüente. Ex. lesão corporal seguida de morte. Havendo culpa no resultado mais grave, o crime não admite tentativa.
Crimes de atentado são aqueles em que a própria tentativa já é punida com a pena do crime consumado, pois ela está descrita no tipo penal. Ex. art. 352 do CP evadir-se ou tentar evadir-se.
21 – O que seria Desistência voluntária e arrependimento eficaz? Dê um exemplo de cada.
A desistência voluntária é “a atitude do agente que, podendo chegar à consumação do crime, interrompe o processo executivo por sua própria deliberação” (DOTTI, 2010, p. 413). Ou seja, o agente quando inicia “a realização de uma conduta típica, pode, voluntariamente, interromper a sua execução” (BITENCOURT, 2007, P. 406), conduta essa impunível. Em outras palavras, “o agente, voluntariamente, abandona seu intento durante a realização dos atos executórios” 
o arrependimento eficaz, também chamado de arrependimento ativo, ocorre “quando o agente, tendo já ultimado o processo de execução do crime, desenvolve nova atividade impedindo a produção do resultado” (JESUS, 2006, p. 343/344). Exige uma ação positiva do agente, pois “o processo de execução do delito se encontra esgotado (ação típica realizada)” (PRADO, 2010, p. 84), com a finalidade de evitar a produção do resultado.
DIFERENÇA:
Na desistência voluntária, o agente interrompe o processo de execução que iniciara; ele cessa a execução, porque a quis interromper (mesmo que haja sido por medo remorso ou decepção) e não porque tenha sido impedido por fator externo à sua vontade. No arrependimento eficaz, embora já houvesse realizado todo o processo de execução, o agente impede que o resultado ocorra. Em ambos os casos, sempre voluntariamente.
22 – O que seria o arrependimento posterior, segundo o Código Penal brasileiro?
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
 Não obstante deslocado à teoria do crime dentro do Código Penal, porquanto deveria estar localizada no tópico da aplicação da pena, esta causa geral de diminuição da sanção penal encerra um favor ao autor do delito cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa. Quando ele repara o dano ou restitui a coisa, a redução da pena, na etapa de sua dosimetria, é obrigatória.
 No mais, embora a reparação do dano e a restituição da coisa possam dar a endenter que se tratam de situações próprias dos crimes contra o patrimônio,o teor da norma alcança também outros delitos alheios à tutela de tal bem jurídico, sendo amplamente aplicável desde que a conduta inicial do autor venha desassistida de alguma violência ou grave ameaça.
 Não bastasse, a incidência do dispositivo no caso concreto deve ser decorrência de uma liberalidade do próprio agente, quando ele age pela própria consciência. Novamente, aqui, não se compreende a aplicação de tal causa de diminuição quando o autor do fato é coagido a reparar o dano ou restituir a coisa, seja pela autoridade policial ou por terceiros.
 A diminuição ocorre no mínimo em um terço  (1/3) e no máximo em dois terços (2/3).
 O ato de arrependimento do autor deve também ocorrer antes do recebimento da denúncia ou queixa. Após, será uma circunstância atenuante genérica, na forma do artigo 65, inciso III, "b", do Código Penal.
23 – Com base no previsto no Código Penal brasileiro, conceitue e dê 2 exemplos de crimes impossível.
Crime impossível consiste naquele em que o meio usado na intenção de cometê-lo, ou o objeto-alvo contra o qual se dirige, tornem impossível sua realização.
Segundo o código penal brasileiro, em seu artigo 17:
"Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime."
Exemplo de impossibilidade do meio:
Matar alguém, batendo-lhe com uma flor, fazendo rituais de magia, etc.
Exemplo de impossibilidade do objeto:
Matar um cadáver, estuprar uma boneca, etc.
 24 – Explique o conceito de crime utilizado como excludente de punibilidade os elementos do Estado de necessidade, legitima defesa e estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito: ( conceitue cada elemento e de 1 exemplo de cada) 
- estado de necessidade
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Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de 1/3 a 2/3.
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- o perigo deve ser atual (o entendimento prevalente é de que ele também possa ser iminente);
- o perigo deve ameaçar direito próprio ou alheio;
- a situação de perigo não tenha sido causada voluntariamente (entenda-se dolosamente) pelo agente;
- inexistência do dever legal de enfrentar o perigo;
- inevitabilidade da conduta;
- razoabilidade do sacrifício;
- conhecimento da situação justificante (elemento subjetivo).
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- ex.: a disputa de náufragos pela posse de uma tábua de salvação; a destruição de um tabique de madeira do vizinho, para deter um incêndio; agente que, ferido a faca no peito e em busca de assistência médica, atropela transeunte, causando-lhe a morte; venda de carne acima da tabela, por ter sido comprada também acima da tabela; impossibilidade, a não ser através desse meio, de exercer a profissão; acusado que, desempregado, devendo prover a subsistência de prole numerosa e esposa grávida, subtrai alimentos e utilidades domésticas em supermercado etc.
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- o estado de necessidade putativo ocorre quando o agente julga erroneamente estar sob a proteção da excludente; no caso, porém, é excluída só a culpabilidade, e não a antijuridicidade.
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- legítima defesa
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Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
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- existência de uma agressão (deve ser humana; contra animais ou coisas caracteriza-se estado de necessidade);
- a agressão deve ser injusta;
- a agressão deve ser atual ou iminente;
- agressão dirigida à proteção de direito próprio ou de terceiro;
- utilização dos meios necessários (são os meios menos lesivos à disposição do agente no momento da agressão).
- moderação – ex. de imoderação - matar a tiros um menor, para impedir a subtração de frutos de uma árvore.
- conhecimento da situação justificante (elemento subjetivo).
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- a legítima defesa putativa ocorre quando o agente julga erroneamente estar sob a proteção da excludente.
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- excesso: é a intensificação desnecessária de uma conduta inicialmente justificada; o excesso sempre pressupõe um início de situação justificante; a princípio o agente estava agindo coberto por uma excludente, mas, em seguida, a extrapola; ele pode ser doloso (descaracteriza a legítima defesa a partir do momento em que é empregado o excesso e o agente responde dolosamente pelo resultado que produzir) ou culposo (é o que deriva de culpa em relação à moderação, e, para alguns doutrinadores, também à escolha dos meios necessários; nesse caso, o agente responde por crime culposo).
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- diferenças entre o estado de necessidade e a legítima defesa:
- no EN, há um conflito entre bens jurídicos; na LD, ocorre repulsa contra um ataque.
- no EN, o bem é exposto a risco; na LD, o bem sofre uma agressão atual ou iminente.
- no EN, o perigo pode ser proveniente de conduta humana ou animal; na LD, a agressão deve ser humana.
- no EN, a conduta pode atingir bem jurídico de terceiro inocente; na LD, a conduta pode ser dirigida apenas contra o agressor.
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- estrito cumprimento do dever legal: o dever deve constar de lei, decretos, regulamentos ou atos administrativos fundados em lei que sejam de caráter geral - exs.: oficial de justiça que apreende bens para penhora; policial que lesiona assaltante em fuga etc; se o agente extrapolar os limites, haverá crime.
- exercício regular de direito: consiste na atuação do agente dentro dos limites conferidos pelo ordenamento legal; o sujeito não comete crime por estar exercitando uma prerrogativa a ele conferida pela lei - exs.: na recusa em depor em juízo por parte de quem tem o dever legal de guardar sigilo, na intervenção cirúrgica (desde que haja consentimento do paciente ou de seu representante legal), nas lesões esportivas, desde que respeitadas as regras do esporte etc; o exercício abusivo do direito faz desaparecer a excludente.
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- ofendículos – são aparatos visíveis destinados à defesa da propriedade ou de qualquer outro bem jurídico - exs.: pontas-de-lança em portão, cacos de vidro em cima de um muro, tela elétrica com aviso; o uso dos ofendículos é lícito, desde que não coloquem em risco pessoas não agressoras; quanto à natureza destes, há duas opiniões: a)existe a legítima defesa preordenada porque o aparato só funcionará quando houver agressão, e é preordenada porque foi posta anteriormente a esta; b) não há crime, pois há exercício regular do direito de defesa de bens jurídicos (não se pode cogitar de legítima defesa por não haver agressão atual ou iminente).
- defesa mecânica predisposta – são aparatos ocultos que têm a mesma finalidade dos ofendículos; podem, dependendo das circunstâncias, caracterizar algum crime culposo - ex.: colocar um tela elétrica sem aviso (se alguém encosta e sofre lesão, o responsável pela colocação de tela responde por “lesões corporais culposas”).
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- na parte especial
- coação para impedir suicídio (art. 146, § 3°, II);
- ofensa em juízo na discussão de causa (art. 142, I);
- aborto para salvar a vida da gestante (art. 128);
- violação de domicílio quando um crime está sendo ali praticado (art. 150, § 3°, II) etc.

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