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Análise Textual

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Análise Textual 
Aula 1: Língua, linguagem e variação lingüística
Por que nos comunicamos?
Já parou para pensar que tudo para nós, seres humanos, tem de ter uma explicação? 
Isso chama a atenção para uma coisa que fazemos constantemente, mas não nos damos conta: procuramos sempre dar um sentido aos fatos, interpretar situações, interpretar o mundo e a vida.
Buscamos dar sentido aos fatos quando:
Comunicamos nossa maneira de pensar;
"Prefiro ficar com todos os defeitos que as pessoas dizem que tenho, do que fingir ser alguém que não sou.”
Defendemos ideologias;
“Em vez de pensar  ‘quero fazer’, pense ‘consigo fazer’. Em vez de pensar ‘quero ser’, pense ‘posso ser’.  Pensar ‘quero’ é força de vontade, mas pensar ‘posso’ é força da convicção.” Katsumi Tokuhisa
Expressamos nossos sentimentos;
Eu + Você = Beijos, risadas, abraços, carinhos e amor.
Difundimos idéias
“E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.” Friedrich Nietzcsche
Mesmo quando buscamos dar sentido aos fatos, ponderamos a nossa maneira de falar, com base nas situações em que somos colocados(as). Clique nas caixas e veja os exemplos:
Informalidade: E ai, brother? Bora pegar onda?
Formalidade: Muitíssimo bom dia! Gostaria de convidar-lhe a adentrar ao oceano para iniciarmos a prática da modalidade esportiva denominada surfe.
Percebeu  a diferença nas falas do surfista?
Tanto no contexto formal quanto no informal, sabemos, intuitivamente, nos comportar de forma adequada, usando uma linguagem apropriada a cada situação.
Adaptar a linguagem para situações formais ou informais fazem parte de nossa realidade, embora muitas vezes não identifiquemos isso.
A língua é um produto social e cultural constituído por signos linguísticos, caracterizado por um código, e a linguagem é o veículo de expressão. 
Como vimos anteriormente, a língua também varia de acordo com o contexto de comunicação, já que não falamos sempre do mesmo modo. Sendo necessário, portanto, distinguir informalidade da linguagem vulgar ou popular.
Você sabia que o Português também é a língua oficial de outros países?
O  Português é a língua oficial de Brasil, Portugal, Moçambique, Angola Cabo Verde e São Tomé e Principe. Porém, possui algumas variações, de acordo com a região em que é falado, formando o que chamamos de dialetos regionais ou geográficos.
Mas afinal qual é a diferença entre linguagem e língua?
Podemos dizer que linguagem é uma faculdade (capacidade) que permite exercitar a comunicação, latente ou em ação. 
Já a língua refere-se a um conjunto de palavras e expressões usado por um povo, por uma nação, munido de regras próprias (sua gramática).
Se você ainda estiver pensando no caso dos animais, refletindo se eles se comunicam de alguma maneira ― não como nós, mas se comunicam ―, vale reforçar que a grande questão é que não podemos afirmar que eles tenham linguagem, pois esta é exclusiva do ser humano. O que os animais têm são formas de comunicação.
Pesquisas científicas já catalogaram, em chimpanzés, cerca de 100 sinais diferentes para expressar medo, fome, alegria etc. Mas são formas pontuais, limitadas, específicas.
Aqui chegamos a um ponto essencial: a língua é uma construção social e corresponde à cultura, história e sociedade de um determinado povo, de uma determinada nação. 
No caso das crianças chinesas, ela fala as duas línguas porque tem contato com as duas culturas. Em casa, por exemplo, a criança fala chinês com os familiares, já na rua e nos demais meios sociais, principalmente na escola, ela fala o idioma francês.
Linguagem, língua... mas e na prática?
A atividade de comunicação que fazemos todos os dias, aparentemente sem muito esforço, não é tão simples assim. Antes da fala sair de sua boca, você pensa, elabora o que quer comunicar, depois procura palavras e construções adequadas na língua para que essa fala possa ser entendida pelos outros.
A linguagem é uma capacidade humana e a língua uma espécie de “contrato” entre as pessoas em uma sociedade e é por ser uma capacidade humana que os analfabetos conseguem se comunicar, mesmo sem saber ler e escrever.
Isso quer dizer que, para haver comunicação, basta o indivíduo “acionar” a capacidade mental (linguagem) e articular o código social (língua).
Dissemos que a linguagem está relacionada à interpretação do mundo, à nossa capacidade de atribuir significado às coisas, à natureza, aos anseios, certo?
Ela representa, portanto, qualquer forma de comunicação, daí temos a linguagem dos sinais como as das placas de trânsito, indicação de gênero nas portas dos banheiro, a linguagem das cores, a linguagem do corpo, dentre outras. Essa linguagem é chamada de não verbal.
No caso dessa placa, especificamente, estamos lidando apenas com a escrita. Logo, entramos no contexto verbal.
Esse contexto possibilita nossa comunicação pelas regras de uma língua. 
Isso permite uma fala adequada que resultará em entendimento caso o interlocutor compartilhe as referências necessárias para compreender o significado.
 Vejamos agora uma transcrição de um texto oral:
“(...) na minha opinião... o Presidencialismo já teve muitas chances de melhorar... eh... eh... mais de cem anos... cem anos já... né?  E... até hoje não melhorou... sempre... sempre... os presidentes nas suas campanhas ficam falando que vão fazer isso... vão fazer aquilo... aí sempre... chega sempre lá na hora...” (Projeto Discurso & Gramática ― UFRJ ― dados da língua falada)
Note que transcrever um discurso falado tentando ser fiel à fala é problemático, pois é necessário marcar as pausas próprias dessa modalidade, evidenciando as repetições.
Na escrita, a realidade é diferente, lidamos com outro contexto: faz-se uma comunicação e a pessoa não está presente, daí a possibilidade de haver comunicação sem contar a distância. 
Essa possibilidade requer comportamentos diferentes da modalidade da fala, justamente porque a pessoa não está presente. Tudo deve ser comunicado da forma mais clara possível, pois o leitor não tem outros recursos para entender a mensagem.
Estudamos nesta aula a linguagem com finalidades comunicativas ― como informar, expressar ideias, opiniões ou simplesmente manter o contato com o interlocutor ―, e vimos que existe uma relação entre a linguagem, suas funções e o contexto em que se realiza, formando o objetivo, o veículo, o público alvo e a situação social.
AULA 2 
ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO
Imagine a seguinte situação: 
Seu colega de trabalho está preso no aeroporto de outra cidade porque o tempo está ruim e só poderá voltar para casa no dia seguinte. 
Você terá que comunicar esse fato a quatro destinatários diferentes. 
Relacione o discurso que pareça mais adequado ao interlocutor em questão.
Percebeu que a língua não é a mesma em todas as situações?
Como vimos, a língua varia de acordo com a situação, com a idade do falante, com a formalidade ou informalidade do encontro, com as pessoas envolvidas etc. 
Enfim, possuímos diversos contextos em que a língua se acomoda. Esse fenômeno é chamado de Variação Linguística. Entretanto, mesmo que haja variação, sempre será necessário que os elementos da língua estejam ordenados e relacionados de forma a haver textualidade.
Clique nas caixas de texto e veja alguns enunciados:
Temos uma sequência de palavras que são legítimas na língua, pois conhecemos cada uma delas. No entanto, agrupadas da forma como estão, não apresentam uma sequência lógica, compreensível.
Nesta frase, as palavras legítimas na língua estão agrupadas de forma a comunicar uma mensagem compreensível. Diferente do que aconteceu no exemplo anterior.
Este exemplo apresenta uma ideia incompleta, já que não é possível entender o que se quer dizer sobrea casa.
Apesar de ter somente uma palavra, a frase comunica uma ideia completa.
Temos um texto toda vez que apresentamos uma ideia completa, mesmo que isso seja feito através de uma única palavra. 
Percebemos com isso que um texto não é uma questão de quantidade de palavras, mas, sim, de comunicação, da capacidade de passar uma mensagem que possa ser entendida pelo interlocutor ou pelo leitor.
Vamos falar agora de Coesão
Fala-se de coesão (junção) quando temos palavras, expressões, isto é, conexões colocadas estrategicamente ao lado de outras para produzirem a sequência da mensagem com sentido. 
Há diferentes tipos de coesão, que são responsáveis pela chamada “tessitura do texto”.
Veja um exemplo:
Coesão
Pai, depois da aula, vou à casa do Roberto pegar o meu casaco, porque hoje ele me avisou que o deixei lá.  
A palavra PORQUE estabelece uma noção de causa. No texto, ela explicará o motivo da filha ir à casa do colega.
Já as palavras ELE, O e LÁ, ligam as duas partes do texto por se tratarem de referentes. Assim, a palavra ele se refere a Roberto, o se refere a casaco e lá se refere a casa.
Testando seu conhecimento
Leia a reportagem abaixo e identifique as palavras utilizadas para fazer referência a “Quatro bandidos armados” e “cabo Alexandre Pereira dos Santos”.
Marque cada palavra clicando sobre ela.
As palavras que você selecionou são elos coesivos denominadas coesões referenciais. 
Elas constroem a textualidade porque se referem ao(s) mesmo(s) referente(s), sem fazer repetições. 
Essa é uma forma que a língua nos oferece para falarmos de um mesmo assunto/ser várias vezes, com diferentes denominações. Isso evita que nosso texto seja cansativo e que nosso leitor não tenha a impressão de que já leu aquela informação.
Aprofundando o assunto
Texto é um entrelaçamento de enunciados oracionais e não oracionais  organizados de acordo com a lógica do autor.
Mas esse entrelaçamento não deve ser feito de qualquer jeito, pois um texto, para possibilitar o entendimento, deve ser claro, concorda? 
Essa qualidade está relacionada diretamente aos elementos coesivos, responsáveis por promover a ligação entre as partes. 
Veja agora os dois tipos básicos de coesão (clique nas palavras em destaque nas caixas para ver os exemplos de emprego):
Relacione as frases das personalidades ao tipo de coesão que corresponde a cada uma delas. Os elementos destacados te ajudarão. 
Arraste as fotos para fazer a associação.
“A gente não faz amigos, reconhece-os.” (Vinícius de Moraes)
Coesão referencial gramatical por pronome
“Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades.” (Fernando Pessoa)
Coesão sequencial temporal
“(...)
Deixe o teu corpo entender-se com outro corpo. 
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.” (Manuel Bandeira)
Coesão sequencial por conexão
“A educação tem raízes amargas, mas seus frutos são doces.” (Aristóteles)
Coesão através de conjunção adversativa
Agora vamos tratar da coerência textual
Você já ouviu alguém dizer que as informações de um texto estavam incoerentes? Ou até mesmo que uma pessoa era incoerente?
Pois é, isso acontece quando não conseguimos estabelecer coerência entre as partes de um texto. Deste modo, cada uma dessas partes acaba apresentando informações que são opostas, contraditórias, gerando incompreensão. 
Observe a faixa abaixo, por exemplo:
Até onde sabemos, domingo é um dia. Então, por que colocaram essa informação separada? 
Será que a loja abre em todos os dias úteis da semana, não abre no sábado e volta a abrir no domingo? Será que apenas queriam enfatizar que a loja abre inclusive no domingo? 
Não ficou claro, concorda?
Veja outro exemplo, agora de um texto, que também apresenta problemas em relação à coerência textual.
A estrutura da administração pública é dividida em direta e indireta. A administração pública direta é exercida por órgãos subordinados entre os entes gestores, porque a indireta é exercida por pessoas jurídicas criadas por lei vinculadas ao ente gestor.
Leia o texto abaixo:
Observe que a coerência é mantida pelos seguintes elementos: 
1 - O objeto de quem se fala;
2 - O tempo;
3 - O estado emocional do sujeito que fala.
Como leitores, precisamos, muitas vezes, acionar o nosso conhecimento de mundo para completar uma mensagem e construir um texto.
É o que acontece, por exemplo, quando lemos mensagens que buscam a economia da linguagem, como no caso das comunicações via internet, ou quando procuramos atribuir significado a textos poéticos.
Como acabamos de ver, uma das formas de se garantir que um grupo de palavras seja denominado texto é a presença de recursos linguísticos e semânticos (como a coesão e a coerência).
Entretanto, nossa leitura vai além, já que temos necessidade de recorrer ao nosso conhecimento (experiência de vida, senso comum, formação acadêmica etc.) para que um texto faça sentido, signifique alguma coisa. 
Já não basta mais garantirmos que as palavras sejam reconhecidas e que a sequência de palavras esteja encadeada de forma coesa e coerente. É preciso recorrer a outros recursos para se ler um texto. Esse é o caso, por exemplo, do recurso de Hipertexto!
Vc sabe o que é hipertexto?
Você pode até achar que não sabe, mas já viu muito desse conceito até este ponto da disciplina.
Quando linkamos duas coisas estamos fazendo uma ponte, não é mesmo? 
Ou melhor, é mais do que uma ponte, trata-se de uma associação. 
Durante a leitura, mesmo sem perceber, costumamos fazer muitas associações. 
Veja um exemplo.
Você consegue interpretar o significado desta placa?
Você pode até não ter pensado de que se trata de uma sinalização que indica passagem de nível sem barreira, mas certamente identificou que se trata de uma placa de sinalização de trânsito, não é mesmo? 
Isso foi possível, pois você fez uma associação com as placas de trânsito que já viu nas ruas. O formato e a cor foram linkados imediatamente com as informações que você já tinha.
Percebeu que até agora, você seguiu uma sequência para conhecer o que é hipertexto?
É justamente disso que estamos tratando, pois o hipertexto pode ser entendido como uma espécie de conexão em que as informações podem ser lidas em diferentes sequências. 
O leitor segue vários caminhos para desvendar/desdobrar a mensagem, assim como você está fazendo para conhecer esse conceito. 
No mundo contemporâneo, por exemplo, os hipertextos se tornaram uma forma de interatividade, fundamental para que possamos compreender e organizar a enorme quantidade de informações a que somos expostos diariamente.
Após analisar tantos exemplos, é possível dizer que o hipertexto é um dispositivo cognitivo, no sentido de que no instante da leitura podemos fazer associações, passando a outras fontes de informação (como os gráficos e caixas de destaque).
O hipertexto traz para a leitura:
O hipertexto, portanto, se constrói a partir da associação de uma imagem ou informações relacionadas a um texto considerado pelo receptor da mensagem. 
Deste modo, mais do que um texto tradicional, construído a partir de palavras impressas, o hipertexto exige a participação do leitor.
Concluímos que tanto a coesão quanto a coerência são aspectos fundamentais que constituem um texto, pois, do contrário, sem a existência deles, a unidade necessária não será mantida e não teremos o texto propriamente dito.
 
É graças à coesão, por exemplo, que conseguimos compreender um texto com mais facilidade. Se, quando lermos, identificarmos os chamados elos coesivos, que nos remetem a formar a sequência de ideias e as mensagens que vão construindo o sentido do texto, conseguiremos entender a mensagem com muita mais clareza e rapidez.
Outro aspecto importante visto nesta aula é o entendimentodo conceito de hipertexto, elemento cada vez mais comum nos textos e bastante presente como forma de hiperlink.
AULA 3 
 
Textualidade – coesão seqüencial. articulações sintáticas e relações semânticas
Na aula passada falamos de texto, dos mecanismos que garantem um amontoado de frases ser efetivamente um texto etc. Agora temos mais conhecimento para tratar da textualidade (o mesmo que tessitura do texto), termo que utilizamos na aula anterior para identificar as conexões e a coerência. 
Nessa aula, para aprofundar o assunto, trabalharemos mais aspectos relacionados à coesão como fonte de auxílio à coerência textual.
Também vimos a noção de hipertexto, lembra-se? 
Agora será importante lermos/interpretarmos o conteúdo de determinado texto que envolva outros mecanismos, além da linguagem verbal, para a comunicação da mensagem.
Coesão sequencial e a relação com o sentido
Quando falamos que um texto se caracteriza por apresentar uma ideia completa, queremos dizer que as informações estão conectadas umas às outras coerentemente, ou seja, estabelece-se relações lógicas entre as ideias contidas no texto.
A coesão sequencial que garante a textualidade é facilitada pela utilização de conectivos, como preposições e conjunções. Veja agora novos exemplos de coesão sequencial, clicando nas caixas abaixo:
Adição: Também, e, ainda, não só, mas também, além disso. 
Fiz Análise Textual e  Metodologia Científica.
Proporção: À medida que, quanto mais, ao passo que, à proporção que.
Quanto mais estudava, mais ganhava dinheiro.
Conformidade: Como, segundo, conforme, consoante.
Segundo a orientação do professor, começaremos o estágio em breve.
Condição: Se, caso, desde que, contanto que.
Você pode ter um bom emprego, desde que se dedique à faculdade.
Finalidade: Para que, a fim de que, com o objetivo de, com o intuito de
Com o intuito de conseguir a vaga na faculdade, ela estudava oito horas todos os dias.
Talvez neste exemplo você tenha tido um pouco de dificuldade para perceber a relação de finalidade entre as frases.
Porém, essa possível dificuldade é logo superada se mudarmos a ordem das orações. Veja: Ela estudava oito horas todos os dias, com o intuito de conseguir a vaga na faculdade.
Lembra-se de que falamos de incoerência na aula passada? 
A junção de informações de forma inadequada é um dos principais motivos da falta de coerência nos textos. 
Veja  um novo exemplo:
O CLIMA ESTEVE MUITO NESTE PERÍODO; PORÉM, A COLHEITA FOI EXCELENTE.
Ao lermos esse texto pensamos logo: 
 “Porém foi excelente? Como assim? Isso não é óbvio? Já que o clima foi favorável, logicamente a colheita foi boa. A surpresa seria ter um clima ruim e mesmo assim uma colheita boa ou um clima ótimo e a colheita ruim.”
 O porém nos traz a ideia da adversidade, não é mesmo? Então, jamais poderia ser utilizado para juntar essas informações. Por causa da presença dele, temos uma mensagem incoerente.
Não existe uma forma única de fazer a conexão das ideias. Entretanto, dentre as várias possibilidades, é provável que haja junções inadequadas como mostrou o exemplo com o erro. 
 
Assim, deduzimos que nem todas as conexões são possíveis para formar uma ideia completa, coerente. Isso nos leva a perceber que essas junções, que podemos chamar de articulações sintáticas, devem ser utilizadas para encontrar o sentido adequado.
 
Chegamos, então, a uma importante informação: são as articulações sintáticas que estabelecem as relações semânticas.
Mesmo sendo possível perceber a relação existente entre as frases a presença dos elementos articuladores facilitaria muito a apresentação das ideias.
Você consegue pensar em elementos articuladores que poderiam ser usados nestes exemplos?
Os elementos articuladores fazem parte do que chamamos de articulações sintáticas, função responsável pelo estabelecimento das relações semânticas. 
Ao ler um texto, necessitamos estabelecer relações sintático-semânticas (causa, consequência, comparação, disjunção etc.). Isso porque essas relações estabelecem sentido no que se quer comunicar e a arrumação das informações obedece ao estabelecimento do sentido.
 
O que isso quer dizer exatamente?
 
Quer dizer que as palavras, as expressões com as quais ligamos as ideias, estabelecem significados, conduzem o sentido das mensagens. Sendo assim, não se pode utilizar um elemento qualquer para conectar as informações. 
 
É importante, portanto, que tenhamos em mente de forma clara os tipos de relações que podemos estabelecer entre as informações.
Coerência sem coesão
Como se conjuga um empresário:
Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraçou. Beijou. Saiu. Entrou. Cumprimentou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cumprimentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Conferiu. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Depositou. Depositou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou. Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraçou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou. Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Presenteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocupou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Temeu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se...
Na sua opinião, os escritos acima podem ser considerados um texto?
( x ) Sim, porque é coerente, isto é, apresenta uma continuidade semântica.
( ) Não, pois a falta de coesão prejudica o estabelecimento da coerência.
Neste texto, a coerência é depreendida da sequência ordenada dos verbos com os quais o autor mostra o dia a dia de um empresário. O autor não precisou utilizar elementos coesivos para construir um texto.
Coesão e coerência nos processos seletivos
Nos processos seletivos é muito comum pedirem aos candidatos para escreverem redações, não é mesmo? A coesão e a coerência são os principais pontos analisados na hora da avaliação do texto.
A partir de agora você verá dicas para escrever um texto coeso e coerente e tirar de letra essa etapa do processo seletivo. Vamos lá!
1. Conectivos
As relações sintático-semânticas permitem a conexão entre as orações e, por serem tão importantes, é bastante válido que você aprenda algumas dessas conjunções e as suas influências.
Assim, quando você se tornar bem íntimo delas, terá mais segurança na hora de aplicá-las e, com certeza, seu texto será mais claro e coerente, já que você conseguirá estabelecer com mais facilidade as conexões em seu texto.
2. Estruturas sintáticas
Ao revisar seu texto verifique se os verbos que você utilizou estão sendo aplicados de maneira adequada e se estão dizendo realmente aquilo que você pretendia, isto é, veja se existe um verbo mais específico, que não dê margem para o seu leitor interpretar de forma equivocada.
Ao fazer essa revisão é bom checar se os complementos verbais que você utilizou estão de acordo e também as preposições, para evitar problemas de regência, por exemplo.
3. Períodos Longos
Quando escrevemos períodos muito longos as chances de cometermos erros aumentam consideravelmente. Portanto, opte por escrever períodos mais curtos e objetivos. Você perceberá que essa tática auxilia inclusive na pontuação correta de seu texto. Veja um exemplo:
Em 1988 o timefoi profissionalizado por ocasião do título de Campeão da Segunda Divisão Estadual, na época da administração de Luiz Gonçalves Lima, Luiz Negrinho, usando o uniforme composto por camisa com listras horizontais verdes e brancas, calção verde e meias verdes, para comemorar o título e para homenagear o membro-fundador, já falecido, que foi presidente do time por muito tempo, e que, mesmo morto, deveria estar pulando de alegria, por ter dedicado toda a sua vida para conquistar o direito de jogar entre os melhores, de jogar com as estrelas que tanto admirava e ver seu time brilhar na televisão aos domingos. 
Observando esse longo período, que apresenta informações bem variadas, verificamos como esse tipo de construção pode prejudicar o entendimento.
4. Fatores de Coerência
Seguem alguns fatores que auxiliam na formação de textos coesos, que você sempre deve observar na hora de escrever:
• O conhecimento de mundo e a preocupação em compartilhar esse conhecimento com os interlocutores; 
• O domínio das regras da língua, possibilitando a combinação dos elementos linguísticos que serão compreendidos pelos interlocutores que também dominam essas regras;
• Os próprios interlocutores, considerando a situação em que se encontram, as suas intenções de comunicação e a função comunicativa do texto. A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, mas sempre interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor.
Luci Elaine de Jesus, em seu artigo “Análise Linguística, como desatar esse nó?”, diz que, embora a coesão não seja condição suficiente para que enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que dão a eles maior legibilidade e evidenciam as relações entre seus diversos componentes. 
Provamos isso ao analisar os exemplos da música “Boa sorte” e do texto “Como se conjuga um empresário”. Notamos como os elos coesivos, apesar de não serem essenciais, ajudam na compreensão do texto.
Porém, a coerência em textos didáticos, expositivos, jornalísticos, por exemplo, pela necessidade de serem sempre claros, já dependem da utilização explícita de elementos coesores.  
Vimos, nesta aula, portanto, que a coesão não garante a coerência, embora influencie o seu estabelecimento. Assim, percebemos que coerência e coesão se completam no processo de produção e compreensão do texto.
AULA 4 
TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA 
A coerência, como você já sabe, é a ligação de cada uma das partes do texto com o seu todo, de forma que não haja contradições ou erros que gerem incompreensão, mal-entendido ou até mesmo falha na comunicação. 
A coerência diz respeito à intenção comunicativa do emissor, interagindo, de maneira cooperativa, com o seu interlocutor.
 
Podemos organizar, de acordo com Ingedore Koch, a coerência em quatro tipos:
Tipos de Coerência 
Coerência semântica
Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em sequência. 
A incoerência aparece quando esses sentidos não combinam ou quando são contraditórios. 
É estabelecida entre os significados dos elementos do texto através de uma relação logicamente possível.
Coerência sintática
Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica: conectivos, pronomes etc. 
Trata da adequação entre os elementos que compõem a frase, o que inclui também atenção às regras de concordância e de regência.
Coerência estilística
Vem da utilização de linguagem adequada às possíveis variações do contexto. Na maioria das vezes, esse tipo de coerência não chega a perturbar a interpretabilidade de um texto. 
É uma noção relacionada à mistura de registros linguísticos (formal x informal, por exemplo). É desejável que quem escreve ou lê se mantenha em um estilo relativamente uniforme.
Coerência pragmática
Podemos dizer que esse tipo de coerência é verificado através do conhecimento que possuímos da realidade sociocultural, que inclui também um comportamento adequado às conversações. 
Refere-se ao texto visto como uma sequência de atos de fala. Para haver coerência nesta sequência, é preciso que os atos de fala se realizem de forma apropriada, isto é, cada interlocutor, na sua vez de falar, deve conjugar o seu discurso ao do seu ouvinte, de forma a manter a expectativa de conteúdo de acordo com a situação em que o texto é usado.
Mas como distinguir cada tipo?
Um texto pode ser incoerente em determinada situação se seu autor não consegue estabelecer um sentido ou uma ideia através da articulação de suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos (pontuação, vocabulário etc.).
Como vimos na última aula, pode-se concluir, por esse motivo, que um texto coerente é aquele que é capaz de estabelecer sentido. Por isso, a coerência é entendida como um princípio de interpretabilidade. 
Agora veremos exemplos de cada tipo de incoerência. É só seguir em frente.
Incoerência semântica 
 A casa que desejo comprar é bastante jovem. 
 Essa frase é incoerente quando levamos em consideração o significado da palavra jovem. 
 Embora tenha o sentido de coisa nova, o vocábulo jovem só é empregado para caracterizar seres humanos; e não seres inanimados, como é o caso de casa.  
Para essa caracterização, a palavra nova seria mais apropriada, concorda?
Incoerência sintática 
 As pessoas que têm condições procuram o ensino particular, onde há métodos, equipamentos e até professores melhores.
Apesar de haver comunicabilidade, já que possível compreender a informação, a coerência desse período está inadequada. 
 Ela poderia ser restabelecida se fosse feita uma alteração: a troca do pronome relativo onde, específico de lugar, para no qual ou em que (ensino particular, no qual/em que há métodos).
Incoerência estilística
 O ilustre advogado observou que sua petição não prosperaria, haja vista seu cliente ter enfiado o pé na jaca.   
Imagine iniciar uma fala, em um contexto formal, com palavras mais “sofisticadas” e depois misturar com uma forma de linguagem bem popular, usando gírias. 
 Esta incoerência poderia parecer inclusive uma brincadeira, modificando o sentido que o autor da frase desejava.
Incoerência pragmática
 Veja esta conversa entre amigos:  
― Maria, sabe dizer se o ônibus para o Centro passa aqui?
― Eu entendo, João. Hoje faz um ano que minha avó faleceu. 
 Note que Maria, na verdade, não responde a pergunta feita por João, pois não estabeleceu uma sequência na conversa. 
 Ela propôs outro assunto, irrelevante para a pergunta feita. 
Assim, percebemos que na sequência de falas deste exemplo não há coerência.
Para resumirmos a questão do que é estabelecido como texto, e que caracteriza a textualidade, vamos recorrer a uma explicação de Koch e Travaglia, especialistas no assunto:
“Ter textualidade ou textura é o que faz de uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um amontoado aleatório de frases ou palavras. A sequência é percebida como texto quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade significativa global. Portanto, tendo em vista o conceito que se tem de coerência, podemos dizer que é ela que dá origem à textualidade.”
Na atividade abaixo, você encontrará quatro enunciados que apresentam erros de coerência. 
 Relacione, então, lembrando-se do que acabamos de estudar, o tipo de incoerência ao erro em questão: 
O MOSQUITO
(Vinícius de Moraes)
Parece mentira
De tão esquisito: 
Mas sobre o papel
O feio mosquito
Fez sombra de lira!
Coerência sintática
O articulador sintático “mas” (3º verso) garante a coerência sintática, pois estabelece uma oposição entre duas imagens: um mosquito x uma lira.
FLORES (fragmento)
É nestas flores, em particular, que vejo desenhar-se uma linha que me leva de mim a ti, passando sobre um campo invisível, onde já não se ouvem os pássaros,e onde o vento não faz cair as folhas.
Coerência sintática
O articulador sintático “onde” (4º verso) garante a coerência sintática, pois se refere ao lugar “campo invisível”.
No fim da tarde, nossa mãe aparecia nos fundos do quintal:
Meus filhos, o dia já envelheceu, entrem pra dentro.
(Manoel de Barros)
Coerência semântica
Sem um contexto específico, não seria adequado atribuir o adjetivo “envelheceu” ao substantivo “dia”. Porém, no poema, a expressão “fim de tarde” garante a coerência semântica.
Num ouvido, escrito: ENTRADA, 
noutro ouvido, escrito: SAÍDA.
(Paulo Leminski)
Coerência semântica
A oposição “num” x “noutro” permite que também se estabeleça uma coerência semântica por oposição de sentidos entre as palavras “ENTRADA” X “SAÍDA”.
BALÕEZINHOS (fragmento) (Manuel Bandeira)
 
Na feira do arrabaldezinho
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
— “O melhor divertimento para as crianças!”
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.
Coerência pragmática
A palavra “balõezinhos” organiza-se em coerência pragmática com a fala do homem que oferece os balões, pois os “menininhos pobres”, que no texto são os receptores da mensagem, compreendem que se trata de um tipo de brinquedo destinado especialmente à diversão das crianças.
MACUNAÍMA (fragmento)
 Vinha passando Capei, a Lua. Macunaíma gritou pra ela:
— Sua bênção, dindinha Lua!
— Uhum... que ela secundou.
Coerência pragmática
Os falantes do texto – os personagens Macunaíma e Capei, a Lua – conseguem estabelecer um diálogo coerente, pois ambos pertencem ao contexto da cultura popular. Portanto, trata-se de coerência pragmática.
ERRO DE PORTUGUÊS
(Oswald de Andrade)
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena! 
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
A coerência estilística é garantida pela linguagem coloquial,  marcada pela oralidade,  que é utilizada em todos os versos. Destacam-se “bruta chuva” e “Que pena!”
ROMEU E JULIETA (fragmento)
 
ROMEU - Deixai, então, ó santa! que esta boca mostre o caminho certo aos corações.
Em tua boca me limpo dos pecados.
(E ele a beija)
JULIETA - Que passaram, assim, para meus lábios.
ROMEU - Pecados meus? Quero-os retornados. Devolva-me os.
Coerência estilística
O diálogo mantém uma coerência estilística, visto que os personagens utilizam o mesmo padrão de linguagem para se comunicar.
Fios da coerência textual
Agora que você já reconhece a coerência ou a falta dela e que o contexto literário ultrapassa o uso comum das palavras, vamos nos dedicar um pouco aos fios que constroem a coerência..
Você sabia que a palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, entrelaçamento de fios”? Assim, da mesma forma que um tecido não é apenas um emaranhado de fios, o texto é não um mero amontoado de frases:
 
Segundo Melo, o “texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de organização e transmissão de ideias, conceitos e informações de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura, um quadro, um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma novela de televisão também são formas textuais.” (MELO, 2003)
Por isso, deve haver uma organização, uma unidade de sentido para que o texto seja considerado texto e cumpra sua função: estabelecer contato com seu interlocutor, a fim de informar, influenciar, questionar, sensibilizar, convencer, divertir, enganar, seduzir. É disso que trata a coerência textual.
 
Se os fios embolam ou se rompem, quebra-se a coerência, ou seja, o texto não faz sentido.
 Então, vamos analisar a seguir os fatores que impedem que os fios do texto embaracem ou se rompam.
A coerência se estabelece por uma série de fatores que afetam os possíveis sentidos de um texto. 
 Portanto, ao considerarmos que a coerência é o princípio de interpretabilidade, podemos observar os seguintes fatores:
Conhecimento lingüístico
O Conhecimento linguístico consiste no domínio das regras que norteiam a língua, isso vai possibilitar as várias combinações dos elementos linguísticos.
Veja como imediatamente estranhamos sentenças que não seguem as regras da língua:
Jantar comeu um ontem gostoso.
“O português é comumente considerado uma língua acusativa, cuja ordem direta, não marcada, é sujeito-verbo-objeto (SVO ou SV(O))” (cf. Andrade, 1987; Chaves, 1989).
Levando em consideração essa conclusão, podemos afirmar que a alteração da ordem dos elementos que compõe a frase neste exemplo impediu a compreensão da mensagem.
Bateu-me com tanta força, que, apesar disso, não pude deixar de cair.
Nessa frase, o que gerou a falta de coerência foi o uso inadequado do “apesar disso”. 
 Quando o utilizamos, nosso interlocutor percebe que sua função é indicar uma contradição, mas, nesse caso, cair é uma consequência da pancada e não algo surpreendente.
 A mensagem coerente seria, então, “Bateu-me com tanta força que não pude deixar de cair.”, quando o usamos o “que” como uma conjunção explicativa.
Conhecimento de mundo
É o conhecimento proveniente de nossas experiências com o mundo, resultante da interação sociocultural. Através dessa interação, armazenamos conhecimento, constituindo os modelos cognitivos.
É uma espécie de arquivo que guardamos em nossa memória, como se fosse um dicionário, relacionado ao mundo e à cultura a que temos acesso. 
Por exemplo, ao chegar a um funeral, sei o comportamento que devo ter, como cumprimentar as pessoas, qual traje usar etc. Em um funeral, portanto, é aceitável dizer “é com muito pesar que trago meus sentimentos”, e não é aceitável dizer “é com muito prazer que trago meus sentimentos”.
Conhecimento partilhado
Conhecimento compartilhado entre as pessoas, entre quem estabelece uma interação. Essa interação se torna possível graças à experiência comum dos envolvidos.
Por exemplo, as regras comunicadas em reuniões de condomínio passam a ser conhecidas por aquele grupo de condôminos.  
Inferência
São as reflexões que fazemos a partir de alguma ideia, a partir de determinado texto. Incluem as deduções, conclusões que construímos juntamente com quem conta ou escreve uma história, um fato etc.
Por exemplo, quando alguém diz que foi ao médico ver um problema nos olhos, podemos deduzir que está falando de um oftalmologista.
Contextualização
São os elementos que “ancoram” o texto em uma situação comunicativa determinada, como a data, o local, a assinatura, elementos gráficos, timbre, título, autor. 
Em documentos, por exemplo, o carimbo, a data, a assinatura são muito importantes. Já entre os fatores gráficos, a disposição do conteúdo, as ilustrações e as fotos também contribuem para contextualizar o texto.
Situacionalidade
Conhecimento de onde a história se situa, com todos os elementos necessários. Fator que atua nas duas direções, tanto da situação para o texto quanto do texto para a situação.  
Um texto coerente em uma situação pode não ser em outra, como nos casos dos textos literários que analisamos. 
A situacionalidade se aplica, por exemplo, nos e-mails que apresentam siglas referentes a jargões empresariais (como PSC – “para seu conhecimento”), em que o destinatário do e-mail que não conhecer essa sigla não conseguirá compreender a mensagem.
Informatividade
É o nível de informação contida no texto, que dependerá da intenção do produtor de construir um texto mais ou menos hermético. 
Diz respeito ao grau de previsibilidade da informação que vem no texto, que será menos informativo, se contiver apenas informação previsível ou redundante. 
Já se contiver informação inesperada ou imprevisível, o texto terá um grau máximo de informatividade, podendo, à primeira vista, parecer até incoerente por exigir do receptor um grande esforçode decodificação.
 
Hermético 
Grau máximo de informação
Focalização
Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Isso evita que um texto com tema da globalização passe a falar mal dos países globalizados.
O titulo do texto é, em grande parte dos casos, responsável pela focalização. 
Também pode ser analisado como a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte de seu conhecimento. 
Uma reportagem sobre um crime será lida de maneiras diferentes por um advogado, um psicólogo, um sociólogo e um policial, por exemplo. Assim, como o mesmo crime seria descrito de maneiras diferentes por esses profissionais.  
Intertextualidade
É uma interação entre textos, sendo um mecanismo importante para o entendimento de determinadas mensagens. 
Ocorre quando um texto faz alusão a outros textos, exigindo do leitor uma busca de informações fora do universo do texto em questão.
Isso é comum tanto para a fala coloquial, em que se retomam conversas anteriores, quanto para os noticiários dos jornais, por exemplo, que exigem o conhecimento de notícias já divulgadas como ponto de partida.
Na prática corporativa, é imprescindível o conhecimento de seu produto, de sua empresa, concorda? 
Sendo assim, é importante a leitura de textos como leis, estatutos, manuais etc., que possam levar a uma completa compreensão de um texto específico, posteriormente.
Fora isso, ainda temos que estar sempre informados e atualizados em um sentido geral, possuindo um conhecimento de mundo razoável para compreender satisfatoriamente vários contextos dentro da empresa.
Intencionalidade e aceitabilidade
O primeiro fator diz respeito à intenção do emissor e o segundo refere-se à atitude do receptor de aceitar a manifestação linguística como um texto coeso e coerente.
“Aqui, nesta Conferência, analisamos a sociedade brasileira nestes 500 anos de história de sua construção sobre os nossos territórios.  Confirmamos, mais do que nunca, que esta sociedade, fundada na invasão e no extermínio dos povos que aqui viviam, foi construída na escravidão e na exploração dos negros e dos setores populares. É uma história infame, é uma história indigna.”
(Documento final da Conferência dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil. Coroa Vermelha, Bahia, 21 de abril de 2000)
Afirmação em destaque, pode ser considerada uma conclusão  coerente, um fechamento coerente?  Por quê?
“Podemos afirmar que o propósito de quem se propõe a ler uma mensagem é entendê-la, parece que todos concordam com essa afirmação, por isso é importante que possamos refletir sobre a maneira de construção de alguns textos e, também, sobre o fechamento deles, porque, quando terminamos de lê-los, formamos um pensamento completo sobre o que foi proposto – se entendermos a mensagem.  
Como queremos entender o que lemos, a proposta é, a partir do fechamento, fazermos as conexões necessárias para o entendimento, daí, no caso em questão,  deduzirmos se a afirmação do autor de “história infame”  e “história indigna” ser aceitável, estar correta.  Como leitores, vamos precisar refletir sobre as informações do texto e as que não estão no texto, mas que são relevantes para o entendimento do assunto. Só assim poderemos considerar a coerência ou não do texto.”
Aula 5
Tipologia textual e gêneros textuais – parte 1
Agora que temos a noção de texto e também já reconhecemos as formas como ele é constituído, vamos estudar seus diferentes modos de organização. 
Vamos começar com um vídeo:
Você assistiu a uma sobreposição de duas "formas" de significar: música e poesia. 
Será que uma tem a ver com a outra? Será que é a mesma coisa em termos de organização textual?
Este é o assunto desta aula.
Propriedade de uma Progressão Geométrica
É fundamental que concordemos com a visão atual sobre a leitura, como processo cognitivo, o que isso significa?  
Atente para o texto a seguir:
“Enquanto o Brasil real não assumir, com a devida lucidez e honestidade, sua trajetória indígena e indigenista-antindígena  secularmente, na política oficial, este país, pluricultural, pluriétnico, plurinacional, não estará em paz com sua consciência, ignorará sua identidade e carregará  a maldição de ser  oficialmente etnocida, genocida, suicida.”
(D. Pedro Casaldáliga, bispo de São Félix do Araguaia)
Em que estão baseadas as afirmações de oficialmente etnocida, genocida, suicida? Tais expressões produzem coerência com a afirmação no texto: ...não estará em paz com sua consciência....?
Para entender esta mensagem, os elementos do texto são suficientes?  Os elementos do texto precisam ser acrescidos de informações de fora do texto? As informações de fora do texto são deduzidas pelo leitor?
Conceituando gêneros textuais e tipologia textual: um pingo de teoria
Os gêneros textuais podem ser encarados como as diversas formas que um texto assume para cumprir determinados objetivos, ou seja, para informar. Sendo assim, podemos admitir que diferentes formas de textos fazem parte de nosso cotidiano, levando em conta que a comunicação atende a vários propósitos. Os gêneros textuais são praticamente infinitos, visto que são textos orais e escritos produzidos por falantes de uma língua em um determinado momento, em um determinado contexto.
O tipo de texto, por sua vez, é limitado, pois se refere à estrutura composicional da língua. De forma geral, temos cinco tipos textuais (narração, argumentação, exposição, descrição e injunção), que aprofundaremos ainda nesta aula.
Não esqueça que em um tipo textual pode aparecer em qualquer gênero textual, da mesma forma que um único gênero pode conter mais de um tipo textual.
Uma carta, por exemplo, pode ter passagens narrativas, descritivas, injuntivas e assim por diante.
Vamos agora analisar os tipos textuais e ver alguns exemplos.
Narração
A narração conta um fato, que pode ser ou não inventado. Esse tipo de texto compõe-se de personagens, tempo e lugar. Normalmente, os verbos utilizados estão no tempo passado.
LOBO BOBO
(Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli)
Era uma vez um lobo mau
que resolveu jantar alguém
estava sem vintém 
mas arriscou
e logo se estrepou
um chapeuzinho de maiô
ouviu buzina e não parou
mas lobo mau insiste
faz cara de triste
mas chapeuzinho ouviu
os conselhos da vovó
dizer que não pra lobo
que com lobo não sai só
A narrativa, apresentada como música, retoma o conto infantil “Chapeuzinho Vermelho” para criar outro contexto social que envolve os personagens “lobo mau”, “chapeuzinho de maiô” e “vovó”, sendo que esta não participa da ação.
Argumentação
A argumentação é um tipo de texto através do qual o emissor da mensagem tenta convencer o ouvinte/leitor. O texto argumentativo defende uma ideia específica.
Veja abaixo exemplo:
A charge apresenta um argumento (“A preguiça é a mãe de todos os vícios”) para desenvolver outro argumento no qual desloca a ideia inicial (preguiça + vícios), objetivando defender uma tese contrária.
“É impossível fazer piadas a favor.” (Jaguar)
A frase do humorista Jaguar sintetiza um argumento que defende a piada como um discurso contrário a interesses alheios.
Exposição
A exposição é um tipo de texto que apresenta uma ideia, uma reflexão, um conhecimento, uma explicação sobre um objeto (pessoa, fato, circunstância). Como traz informações específicas sobre um tema, também é chamada de texto informativo.
Veja abaixo exemplo:
Meu bem querer (fragmento)
Djavan
 
Meu bem querer
É segredo, é sagrado
Está sacramentado
Em meu coração
Meu bem querer
Tem um quê de pecado
Acariciado pela emoção
 
Meu bem querer
Meu encanto, 
Estou sofrendo tanto
Amor, e o que é o sofrer
Para mim que estou
Jurado pra morrer de amor
A música “Meu bem querer”, composta por Djavan, apresenta umaexposição sobre o tema do amor. 
Na primeira parte da música, a letra informa ao ouvinte/leitor como o eu lírico define o amor que sente. Já na segunda parte, a composição esclarece ao ouvinte/leitor como se sente o sujeito amoroso.
Descrição
A descrição apresenta um objeto do discurso (pessoa, coisa, circunstância, fato etc.), realçando suas características e pode ser objetiva ou subjetiva. 
No primeiro caso, destacam-se características concretas do objeto, aproximando-o o mais possível da realidade. No segundo, o observador apresenta o objeto segundo a emoção que o envolve.
Veja os exemplos.
A casa era grande, branca e antiga. Em sua frente havia um pátio quadrado. À direita havia um laranjal onde noite e dia corria uma fonte. À esquerda era o jardim de buxo, úmido e sombrio, com suas camélias e seus bancos de azulejo. Ao meio da fachada que dava para o pátio havia uma escada de granito coberta de musgo. Em frente dessa escada, do outro lado do pátio, ficava o grande portão que dava para a estrada. A parte de trás da casa era virada ao poente e das suas janelas debruçadas sobre pomares e campos via-se o rio que atravessa a várzea verde e viam-se ao longe os montes azulados cujos cimos em certas tardes ficavam roxos. Nas vertentes cavadas em socalco crescia a vinha. À direita, entre a várzea e os montes, crescia a mata carregada de murmúrios e perfumes e que os Outonos tornavam doirada.
 
(ANDRESEN, Sophia de Mello Breyner. “O Jantar do Bispo”. In:______. Contos exemplares. Porto: Figueirinhas, 1997.
A escritora portuguesa Sophia de Mello Breyner Andresen descreve, de forma objetiva, uma casa. Vemos que são usados diversos adjetivos que ajudam o leitor a visualizar o objeto descrito.
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
 
ALENCAR, José de. Obra Completa. Vol. III. Rio de Janeiro: Editora José Aguilar, 1959.
O autor romântico José de Alencar apresenta a personagem principal ao leitor, destacando seus aspectos fundamentais relacionados à natureza. Nesse caso, temos uma descrição subjetiva.
Injunção
A injunção é uma tipologia textual que se caracteriza por determinar, indicar, orientar como se realiza uma ação. 
Veja o exemplo.
Os estatutos do homem (fragmento)
(Thiago de Mello)
 
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu. 
Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.
No poema de Thiago de Melo intitulado “O estatutos do homem”, identificamos que há uma mescla dos gêneros textuais poesia e legislação e uma tipologia textual, a injunção.
Como vimos, os gêneros textuais adaptam-se às circunstâncias da comunicação, bem como aos interesses do emissor e do receptor da mensagem.
 
Por esse motivo, não há um limite para as classificações de gêneros, visto que os textos podem ser produzidos por falantes diversos e com objetivos específicos, de forma oral ou escrita. 
 
Os gêneros textuais, portanto, são ações discursivas que se constituem para representar o mundo, as experiências vivenciadas, os conhecimentos, os desejos etc.
 
Veja alguns exemplos de gêneros textuais.
Notícia: o objetivo principal é a informação
E – mail: comunicação rápida
Publicidade: uso da linguagem para convencimento 
Carta: mensagem individualizada
Charge: associação entre texto e imagem 
No início desta aula, apresentamos um vídeo no qual o poema “Soneto da Fidelidade”, de Vinícius de Moraes, foi inserido na música de “Eu sei que vou te amar”, composta por Vinícius e por Tom Jobim.
 
Entendemos, assim, que é possível identificar mais de um gênero textual em um só texto. Trata-se da transmutação de gêneros. Por exemplo, uma conversa pode se transformar em um telefonema, bilhete, carta ou e-mail.
 
No exemplo a seguir, verificamos que a poesia de Carlos Drummond de Andrade foi elaborada a partir de uma notícia de jornal. Veja:
POEMA DO JORNAL
Carlos Drummond de Andrade
O fato ainda não acabou de acontecer
e já a mão nervosa do repórter
o transforma em notícia.
O marido está matando a mulher.
A mulher ensanguentada grita.
Ladrões arrombam o cofre.
A polícia dissolve o meeting.
A pena escreve.
Vem da sala de linotipos a doce música mecânica.
Mesmo assunto, maneiras diferentes de abordar
Você deverá ler dois textos diferentes que tratam do mesmo assunto: doença. 
Esses textos, como você já deve imaginar, são distintos em sua finalidade e em sua estrutura (modo de organizar o texto). Obviamente, portanto, são gêneros textuais diferentes. 
1 TEXTO
INFORMAÇÕES AO PACIENTE
Ação do medicamento ou como este medicamento funciona
Buscopan composto é a combinação de dois medicamentos que aliviam de forma rápida e prolongada cólicas, dores e desconforto abdominal (dores na região da barriga). O medicamento faz efeito logo depois de tomado e seu efeito dura por 6 a 8 horas.
Indicações do medicamento ou por que este medicamento foi indicado 
Buscopan composto alivia de maneira rápida e por longo tempo as cólicas, dores e desconforto abdominal.
Riscos do medicamento ou quando não devo usar este medicamento
Contraindicações absolutas
Não devem usar Buscopan composto os pacientes com intolerância conhecida a antiespasmódicos (medicamentos contra cólicas) ou analgésicos da família da dipirona (derivados pirazolônicos) ou com determinadas doenças metabólicas, como porfíria ou deficiência congênita de glicose-6-fosfatodesidrogenase (doença com múltiplas manifestações clínicas, decorrentes de erros do metabolismo de substâncias denominadas porfirinas).
Como usar
Este medicamento não pode ser partido ou mastigado. Siga corretamente o modo de usar. Não desaparecendo os sintomas, procure orientação médica ou de seu cirurgião dentista.
Não use o medicamento com o prazo de validade vencido. Antes de usar observe o aspecto do medicamento. A suspensão do tratamento a qualquer momento não causará danos ao paciente.
2 TEXTO
HEPATITE
É qualquer processo inflamatório do fígado, e tem como um dos sintomas o amarelão no corpo. Os processos podem ser infecciosos, como no caso das hepatites virais, e não infecciosos, nos casos de hepatite por álcool, drogas e processos reumatológicos.
As duas categorias apresentam mortalidade associada. Nos casos agudos, são os ditos fulminantes (hepatites muito graves, com destruição completa do fígado). "O leque de tratamento varia de acordo com o agente causal. No caso das hepatites virais, vai de medicamentos sintomáticos ao uso de antivirais e drogas imunomoduladoras", explica Jaime Rocha, infectologista da Diagnósticos da América?DASA. Segundo ele, no caso da hepatite B, o principal foco deve ser preventivo com a vacinação, que faz parte do programa nacional de imunizações
Sabemos que é possível passarmos uma mensagem através de diferentes formas. Através da música, por exemplo, podemos passar várias mensagens, inclusive para criticarmos algo. Podemos dizer que é a crítica com beleza. Beleza de construções, de encadeamento de ideias, mas conservando o tom de discordância. Essas discordâncias, questionamentos, indagações, posicionamentos fazemparte da especificidade dos textos dissertativos/argumentativos.
A música de Cazuza expressa o descontentamento com seu país. Entretanto, notamos que ele não apresenta um texto tradicional que expresse explicitamente isso. Podemos dizer que o texto traz uma argumentação em torno de determinado assunto, construída através de organização linguística específica.
	
	
	
	
	É muito comum, nesses textos, o autor utilizar estratégias discursivas para convencer o leitor de que seu ponto de vista está correto. Isto é feito através dos argumentos que utiliza, da maneira como escreve determinadas ideias, as palavras e construções que articula... Enfim, estratégias que contribuem para tornar mais convincente ou não as ideias defendidas pelo autor.
	
Retomando nosso percurso teórico...
É importante, na apresentação de diversos tipos de texto, que possamos perceber que eles têm objetivos, sendo esses os objetivos que determinam a organização das informações, a seleção do vocabulário, das construções. Logo, é fundamental que, antes mesmo da construção de determinado texto, identifiquemos o objetivo da mensagem.
 Vamos elaborar um esquema daquilo que apresentamos até agora?
Podemos concluir, portanto, que as mensagens, os textos, se organizam devido a exigências sociais que compreendem, além de organizações gramaticais, a produção desses textos em situações específicas, com propósitos específicos e com determinado público também.
Nesse sentido, a importância de se conhecer a “linguagem formal”, a “norma culta”, além das necessidades de comunicação na informalidade, é essencial para que o indivíduo exerça realmente seu papel de cidadão, pois poderá estar em contato com as diferentes situações.
Na informalidade digamos que ninguém precisa nos ensinar, a própria interação com o meio se encarrega disso. Porém, as situações formais exigem de nós outro comportamento, não é verdade? E exigem também outro tipo de linguagem. Essa, nós temos de adquirir nas instituições de ensino, pois o meio social não é capaz de nos ensinar.

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