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2017
Políticas Educacionais
Prof.ª Mônica Maria Baruffi
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof.ª Mônica Maria Baruffi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
379
B295p Baruffi; Mônica Maria
 Políticas educacionais / Mônica Maria Baruffi:
 UNIASSELVI, 2017.
 200 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0054-5
 
 1.Educação e Estado – Políticas Públicas. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
III
aPrEsEntação
Caros acadêmicos!
A educação brasileira passa por diversas mudanças, as quais são 
importantes em sua estruturação. Assim, é necessário o estudo e reflexão à luz 
das políticas governamentais.
 Neste caderno de estudos, você, acadêmico, visualizará e reconhecerá 
as mudanças ocorridas até o momento na educação brasileira, a partir da Lei nº 
9.394/96, juntamente com a Constituição Federal, ambas importantes no processo 
político deste país. Essas mudanças marcaram e ainda marcam o cenário federal, 
estadual e municipal, influenciando nos programas e nas políticas públicas, 
principalmente na educação, nosso foco neste caderno de estudos.
Veremos também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de maneira 
dialógica, observando seus artigos e sua funcionalidade.
Na primeira unidade, trataremos das Políticas Públicas na Educação, com 
a Constituição Federal e sua influência na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
reconheceremos o histórico da LDB e sua influência na estrutura educacional em 
todas as esferas governamentais.
Na segunda unidade trazemos a você, a comunicação existente entre 
globalização e as políticas públicas, falaremos sobre as instituições formadoras 
do sistema educacional brasileiro, e a organização e gestão escolar coletiva.
Na terceira unidade, tratamos da identidade da escola, a organização e 
gestão frente às políticas públicas, identificaremos as competências do professor 
na escola e da equipe gestora, reconheceremos as áreas de atuação dos membros 
da escola e os instrumentos da estruturação política educacional nas escolas.
Este caderno tem a finalidade de auxiliar a você, acadêmico, em 
sua formação e discutir as temáticas referentes às políticas públicas na área 
educacional. Acreditamos que você poderá reconhecer a importância das 
políticas educacionais através desta leitura, que para sua formação é essencial! 
Ótimo estudo!
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais 
os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais 
que possuem o código QR Code, que é um código 
que permite que você acesse um conteúdo interativo 
relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos 
e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar 
mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
sumário
UNIDADE 1 – AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO ...................................................... 1
TÓPICO 1 – AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO .......................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS? ............................................................................................ 3
2.1 COMO SE FAZ POLÍTICAS PÚBLICAS? .................................................................................... 7
2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO ..................................................................... 11
3 LIGAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA 
 EDUCAÇÃO ......................................................................................................................................... 30
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 36
TÓPICO 2 – A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996 ................................. 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 39
2 COMO SITUAR-SE SOBRE A LDB ................................................................................................. 39
3 A LDB E SUA ESTRUTURAÇÃO ..................................................................................................... 44
4 BREVE ANÁLISE DOS TÍTULOS DA LDB ................................................................................... 45
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 69
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 71
TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS 
 POLÍTICAS EDUCACIONAIS ..................................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 73
2 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – HISTÓRICO ............................................................... 73
3 O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2011 – 2020) ............................................................... 77
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 81
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 82
UNIDADE 2 – POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS .............. 83
TÓPICO 1 – POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS .................. 85
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................85
2 A GLOBALIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
 EDUCACIONAIS ................................................................................................................................ 85
3 NOVAS REALIDADES SOCIAIS E AS REFORMAS EDUCATIVAS NO BRASIL .............. 91
4 REVOLUÇÃO INFORMACIONAL ................................................................................................. 94
5 NÍVEIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO .......................................................... 99
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 125
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 126
TÓPICO 2 – AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL 
 BRASILEIRO .................................................................................................................... 129
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 129
VIII
2 PROGRAMAS DO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA 
 EDUCAÇÃO ......................................................................................................................................... 129
3 OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NACIONAL ................................................................ 132
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 136
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 137
TÓPICO 3 – A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA ........................................ 139
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 139
2 CONCEITUANDO ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ....................................................................... 139
3 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA ................................................................................... 141
4 OBJETIVOS DA ESCOLA E AS PRÁTICAS DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ................... 143
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 146
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 147
UNIDADE 3 – A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS .............. 149
TÓPICO 1 – A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS .................. 151
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 151
2 A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: LUGAR DE APRENDIZAGEM ............................................. 151
2.1 PAPEL DO GESTOR ESCOLAR ................................................................................................... 153
2.2 PAPEL DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA ......................................................................... 155
2.3 PAPEL DO PEDAGOGO ............................................................................................................... 156
2.4 PAPEL DO ALUNO ........................................................................................................................ 157
2.5 COLABORADORES ....................................................................................................................... 157
3 A GESTÃO PARTICIPATIVA E A CULTURA ORGANIZACIONAL NA ESCOLA ............. 158
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 162
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 163
TÓPICO 2 – A APRENDIZAGEM E AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 
 E DA GESTÃO ESCOLAR ............................................................................................. 165
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 165
2 AS FUNÇÕES ESSENCIAIS NO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DE GESTÃO 
 ESCOLAR .............................................................................................................................................. 165
3 ORGANIZAÇÃO E DESEMPENHO DO CURRÍCULO ............................................................. 170
4 A FORMAÇÃO CONTINUADA ...................................................................................................... 171
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 176
TÓPICO 3 – A GESTÃO PARTICIPATIVA CONTINUANDO A CONSTRUÇÃO E 
 PLANEJAMENTO DE UMA ESCOLA DEMOCRÁTICA ....................................... 179
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 179
2 OS MECANISMOS DA ESTRUTURAÇÃO POLÍTICA EDUCACIONAL NA ESCOLA .... 179
2.1 CONSELHOS ESCOLARES ........................................................................................................... 180
2.2 GRÊMIOS ESTUDANTIS ............................................................................................................... 180
2.3 APPs – ASSOCIAÇÃO DE PAIS E PROFESSORES .................................................................... 181
2.4 A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DA ESCOLA E DA APRENDIZAGEM ......................... 182
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 184
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 191
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 192
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 195
1
UNIDADE 1
AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA 
EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• conhecer aspectos relacionados ao conceito de políticas públicas e sua fun-
cionalidade;
• entender o que é a Constituição Federal e sua influência na Lei de Diretri-
zes e Bases da Educação;
• reconhecer o histórico da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação;
• conhecer o envolvimento entre a LDB e as esferas federal, estadual e mu-
nicipal;
• entender a LDB e sua organização com as políticas públicas.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico você 
encontrará atividades que o ajudarão a refletir e fixar os conteúdos abordados.
TÓPICO 1 – AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
TÓPICO 2 – A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
TÓPICO 3 – A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E 
 RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
Assista ao vídeo 
desta unidade.
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, estamos iniciando o Caderno de Estudos de Políticas 
Educacionais e queremos, neste tópico, apresentara você, alguns conceitos 
relacionados às políticas públicas e qual o seu envolvimento com a educação. 
Assim, a Constituição Federal também fará parte deste estudo, além de nossa carta 
magna na educação, a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Afinal, que ligação tem as políticas públicas, a Constituição Federal e 
a LDB para o trabalho desenvolvido na esfera educacional? É significativa a 
interação entre elas e cabe a nós, acadêmicos e futuros profissionais da educação, 
compreendermos esta ligação, a qual determina o bom funcionamento ou não dos 
projetos desenvolvidos pelas esferas federais, estaduais e municipais.
Cabe ressaltar, prezado acadêmico, que você está sendo convidado a 
analisar, refletir, questionar e construir novas ideias a partir dos conhecimentos 
que serão apresentados a você a partir deste momento.
Vamos à leitura!
2 O QUE SÃO POLÍTICAS PÚBLICAS?
Acadêmico, se você fosse perguntado sobre o que são políticas públicas, 
qual seria sua resposta? Acreditamos que, inicialmente, você pararia e refletiria 
sobre o tema. É algo natural do ser humano, que ao ser questionado, por alguns 
segundos ou minutos pare e reflita sobre o que foi perguntado. 
A esta pergunta pensamos que sua resposta possa estar relacionada a uma 
visão prática do dia a dia, mas como? Existem outras formas de visualizarmos as 
políticas públicas? Vejamos!
As políticas públicas possuem sua história e conceitos, conforme o Manual de 
Políticas Públicas: conceitos e práticas do Sebrae, coordenado por Caldas (2008, p. 5):
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
4
A função que o Estado desempenha em nossa sociedade sofreu 
inúmeras transformações ao passar do tempo. No século XVIII e XIX, 
seu principal objetivo era a segurança pública e a defesa externa em 
caso de ataque inimigo. Entretanto, com o aprofundamento e expansão 
da democracia, as responsabilidades do Estado se diversificaram. 
Atualmente, é comum se afirmar que a função do Estado é promover 
o bem-estar da sociedade. Para tanto, ele necessita desenvolver uma 
série de ações e atuar diretamente em diferentes áreas, tais como saúde, 
educação, meio ambiente.
Assim, observa-se que o Estado passou e passa por transformações, as 
quais são acompanhadas por toda a sociedade. Se antes a preocupação encontrava-
se direcionada à defesa do território, hoje, além da defesa do território nacional, 
as preocupações voltam-se também para as áreas da saúde, segurança pública, 
educação, meio ambiente. Mesmo que saibamos da fragilidade em muitas dessas 
áreas, o Estado necessita voltar a se organizar e buscar soluções para a fortificação 
delas, pois a população necessita dessas ações.
Desta forma, falar em políticas públicas para alguns é o mesmo que ser 
utópico, pois elas não surtem efeitos desejáveis. Sim, vivemos uma realidade 
delicada e repleta de problemas, os quais precisam ser passados a limpo. Mesmo 
que muitos não acreditem, já se deixaram levar pelo descrédito da política, mesmo 
assim são necessários movimentos que reformulem todo o sistema em que o Estado 
se encontra, para assim determinarmos as ações e os programas para a melhoria e 
estabilidade das áreas de segurança pública, saúde, educação, dentre outras.
E como afirma Oscar Wilde em uma de suas célebres frases e utilizada 
por Mário Luiz Neves de Azevedo (2008, p. 9) na apresentação do livro Políticas 
Públicas Contemporâneas: “Isto é utópico? Um mapa-múndi que não inclua a 
Utopia não é digno de consulta”.
 
Neste caderno, a utopia em sua mais elevada significação será utilizada e 
levará você, acadêmico, a refletir sobre como, por que e para que são utilizadas as 
políticas públicas e como essas influenciam em nosso cotidiano.
Ainda conforme Azevedo (2008, p. 18), “escrever sobre Políticas Públicas 
é tratar, essencialmente, sobre projetos em construção que dependem da visão de 
mundo dos seus promotores”.
Afinal, o que são essas políticas públicas? Vamos buscar respostas em nosso 
dia a dia.
Em cada momento de nossa vida, em nosso cotidiano, estamos envoltos 
por regras que determinam nossa maneira de agir, pensar, conviver e determinam 
o processo de construção econômica, política e social de um país, de nossas vidas 
e da sociedade num todo.
Em muitos momentos estas políticas passam despercebidas, mas elas 
encontram-se dentro da história da humanidade. Podemos relatar também 
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
5
forte influência na Grécia Antiga, onde a palavra política tem seu berço, onde 
filósofos como Aristóteles e Platão foram os precursores desta ciência. Cabe, 
aqui, perguntarmos: política é uma ciência? Sim, a política é uma ciência, a qual 
“determina quais são as ciências necessárias nas cidades, quais as que cada cidadão 
deve aprender” (ABBAGNANO, 2000, p. 773).
Perante o apresentado na citação, podemos perceber que as políticas são 
as regras de organização e de convivência necessárias para que uma cidade, um 
estado e país consigam se desenvolver e viver em harmonia, sendo os governantes 
os responsáveis pelos caminhos a serem traçados para a melhoria da qualidade de 
vida da população envolvida.
Ao buscarmos respostas referentes ao que é Política Pública, encontramos 
diversas definições que nos remetem à organização, a estudos voltados às ações a 
serem empregadas para o bem-estar da sociedade.
Como afirma Santos (2012, p. 5): “Políticas públicas são ações geradas na 
esfera do Estado e que têm como objetivo atingir a sociedade como um todo ou 
partes dela”.
Cabe ressaltar que as políticas públicas são também de nossa 
responsabilidade, enquanto cidadãos, que buscam melhoria de vida. As políticas 
públicas terão eficácia, a partir do momento que os cidadãos compreendam como 
ocorre a criação dessas políticas (ações, programas) nas esferas federais, estaduais 
e principalmente nas que estão bem próximas de cada um de nós, e que estão 
sendo desenvolvidas, as municipais. Estas ações também ocorrem dentro e fora 
de nossas residências, e somos nós, também responsáveis pela sua aplicabilidade, 
transparência e eficácia.
Como? Eu responsável por políticas públicas? Isso não compete somente 
aos governantes? Sim, compete a eles, mas também a cada cidadão, que possui a 
responsabilidade de cobrar e de fazer cumprir as leis através de ações.
Fica claro que a política, segundo Santos (2012, p. 2), “[...] sempre está 
ligada ao exercício do poder em sociedade, seja em nível individual, quando se 
trata das ações de comando, seja em nível coletivo, quando um grupo (ou toda 
sociedade) exerce o controle das relações de poder em uma sociedade”. De acordo 
com o mesmo autor, podemos perceber que, independentemente do nível, seja 
individual ou coletivo, a política está presente e vem acompanhada de outra 
palavra, que é o poder.
O poder é algo que se encontra impregnado dentro de todas as áreas de 
estruturação profissional ou política. Este poder pode ser compreendido como 
algo positivo ou negativo. Positivo no sentido de ser compreendido como um 
processo de transformação de uma sociedade, voltada às bem feitorias, à visão de 
uma sociedade em que todos possuam seus direitos e seus deveres.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
6
No aspecto negativo, pode levar o detentor do poder a tornar-se um 
dominador, sem a preocupação com a qualidade de vida da população. Conforme 
Santos (2012, p. 2), o termo poder é “capacidade ou propriedade de obrigar alguém 
a fazer alguma coisa”. O autor ainda expõe que: “Nesse sentido, é importante 
ressaltar que o poder (em suas mais variadas manifestações) pode ser exercido 
mediante o uso da coação e/ou da persuasão. Em matéria de política, ambas as 
opções são tidas como válidas, tudo depende de quem exerce o poder e de como 
opta por exercê-lo” (SANTOS, 2012, p. 2).
Diante do exposto, observa-se que a política possui váriaspossibilidades, 
dentre elas nos deparamos com as que nos levam a construir uma sociedade com 
direitos e deveres bem estruturados, ou a que nos leva a termos uma sociedade 
totalmente desestruturada e mantida como refém de suas ações.
Frente a isso, as políticas públicas são as ações que determinam como, 
por que e para que servirão. E elas, conforme Marinho (2006, p. 1), são de 
“responsabilidade do Estado, com base em organismos políticos e entidades da 
sociedade civil, se estabelece um processo de tomada de decisões que resultam nas 
normatizações do país, ou seja, nossa Legislação”.
Assim, as políticas públicas retratam não só questões acerca da economia, 
mas do envolvimento de diversos segmentos, contendo condições e possibilidades 
de desenvolver mecanismos que auxiliem no crescimento e qualidade de vida da 
população.
Cabe ressaltar que as políticas públicas recebem diversas definições, Souza 
(2006, p. 26) as define como:
O campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, ‘colocar o 
governo em ação’ e/ou analisar essa ação (variável independente) e, 
quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações 
(variável dependente). A formulação de políticas públicas constitui-se 
no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e 
plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados 
ou mudanças no mundo real.
Assim, podemos definir políticas públicas como as ações que os governantes 
utilizam para realizar um governo voltado à melhoria da qualidade de vida da 
população, da economia, da educação, da segurança pública, enfim, dando ao seu 
país, estado ou município possibilidades de crescimento.
Tendo essas ações e programas voltados a esses segmentos, pode-se 
perceber que todos, independentemente de nível econômico, terão possibilidades 
de crescimento e de manutenção da qualidade de vida.
Agora surge outra pergunta: como são elaborados os programas, como se 
faz as políticas públicas?
Vamos elucidar essas dúvidas!
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
7
2.1 COMO SE FAZ POLÍTICAS PÚBLICAS?
Seguindo o raciocínio, observamos que as políticas públicas são então as 
ações, programas desenvolvidos pelos governantes, as quais são prioridade. 
[...] as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e planos 
que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para 
alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público. É certo que as 
ações que os dirigentes públicos (os governantes ou os tomadores de 
decisões) selecionam (suas prioridades) são aquelas que eles entendem 
serem as demandas ou expectativas da sociedade, ou seja, o bem-estar 
da sociedade é sempre definido pelo governo e não pela sociedade 
(CALDAS, 2008, p. 5).
Independentemente das participações ou não da sociedade nas ações que 
envolvem a melhoria do bem-estar da sociedade, enquanto cidadãos necessitamos 
nos manter atentos e participativos nas ações que os governantes desenvolvem em 
nosso país, estado e município.
Alguns poderão estar incomodados com a apresentação da última parte da 
citação de Caldas (2008, p. 5): “o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo 
governo e não pela sociedade”. Por que isso ocorre? O autor explica:
Isto ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de forma 
integral. Ela faz solicitações (pedidos ou demandas) para os seus 
representantes (deputados, senadores e vereadores) e estes mobilizam 
os membros do Poder Executivo, que também foram eleitos (tais como 
prefeitos, governadores e inclusive o próprio Presidente da República) 
para que atendam às demandas da população. As demandas da 
sociedade são apresentadas aos dirigentes públicos por meio de grupos 
organizados, no que se denomina de Sociedade Civil Organizada 
(SCO), a qual inclui, conforme apontado acima, sindicatos, entidades 
de representação empresarial, associação de moradores, associações 
patronais e ONGs em geral (CALDAS, 2008, p. 5-6).
Dessa forma, nós, cidadãos, necessitamos nos organizar em nossa rua, através 
de associação de bairros, para assim ir em busca de soluções para os problemas 
que envolvem nossa comunidade. Sabemos das dificuldades financeiras que as 
instituições governamentais passam, principalmente as municipais, são inúmeras. 
[...] os recursos para atender a todas as demandas da sociedade e seus 
diversos grupos (a SCO) são limitados ou escas sos. Como consequência, 
os bens e serviços públicos desejados pelos diversos indivíduos 
se transformam em motivo de disputa. Assim, para aumentar as 
possibilidades de êxito na competição, indivíduos que têm os mesmos 
objetivos tendem a se unir, formando grupos.
Observe, acadêmico, que as palavras de Caldas nos remetem à ideia de 
competição, embate na possibilidade de busca de resultados que deem à população 
melhores condições de vida. Ainda ressalta Caldas (2008, p. 6) com relação à 
questão do embate:
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
8
Não se deve imaginar que os conflitos e as disputas na socieda de sejam 
algo necessariamente ruim ou negativo. Os conflitos e as disputas servem 
como estímulos a mudanças e melhorias na sociedade, se ocorrerem 
dentro dos limites da lei e desde que não coloquem em risco as instituições.
Com isso, podemos determinar que a organização da sociedade civil 
precisa estar presente na formulação das ações que auxiliem na melhoria de todos 
os setores que envolvem a sociedade.
Já sabemos que as políticas públicas são desenvolvidas a partir do interesse 
dos governantes e recebidas as ideias da sociedade organizada. Outro fator a 
ser observado na elaboração das políticas públicas é que nem sempre as ações 
desenvolvidas ou solicitadas pela sociedade civil organizada são atendidas, e a 
sociedade necessita buscar ajuda ou apoio em outros grupos organizados para que 
suas reivindicações sejam aceitas. Em outro momento, pode ocorrer um embate, 
conforme apresentado anteriormente por Caldas (2008), e isso não deve ser visto 
como um momento de revolta, mas de busca de soluções.
Estes embates ocorrem devido ao que nos apresenta Caldas (2008, p. 6), 
quando diz que: “as sociedades contemporâneas se caracterizam por sua diver-
sidade, tanto em termos de idade, religião, etnia, língua, renda, profissão, como 
de ideias, valores, interesses e aspirações” e acabam também tendo sua maneira 
de pensar e agir com relação a determinadas situações. Para alguns, ações como a 
melhoria da pracinha do bairro não é condizente com os seus interesses e preferem 
que as melhorias sejam realizadas em outros setores. Para que não ocorram embates 
mais fervorosos é preciso o diálogo e a organização. Quem são os atores que criam 
essas Políticas Públicas? Qual é a logística desse processo?
No processo de discussão, criação e execução das Políticas Públi cas, 
encontramos basicamente dois tipos de atores: os ‘estatais’ (oriundos do 
Governo ou do Estado) e os ‘privados’ (oriundos da Sociedade Civil). 
Os atores estatais são aqueles que exercem fun ções públicas no Estado, 
tendo sido eleitos pela sociedade para um cargo por tempo determinado 
(os políticos), ou atuando de forma permanente, como os servidores 
públicos (que operam a burocracia) (CALDAS, 2008, p. 8).
Cada um desses atores possui uma função determinada. Os atores estatais 
(os políticos) buscam no período das campanhas políticas apresentar programas 
e ações que poderão vir a ser desenvolvidas, sendo que as Políticas Públicas são 
definidas pelo poder legislativo.
Entretanto, as propostas das Políticas Públicas partem do Poder 
Executivo, e é esse Poder que efetivamente as coloca em prática. 
Cabe aos servidores públicos (a burocracia) oferecer as informa-
ções necessárias ao processo de tomada de decisão dos políticos, bem 
como operacionalizar as Políticas Públicas definidas. Em princípio, 
a burocracia é politicamente neutra,mas frequente mente age de 
acordo com interesses pessoais, ajudando ou difi cultando as ações 
governamentais. 
Assim, o funcionalismo público compõe um elemento essencial para 
o bom desempenho das diretrizes adotadas pelo governo (CALDAS, 
2008, p. 8).
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
9
Os atores privados (sociedade civil) são os que não possuem ligação direta 
com o setor administrativo do Estado. São eles:
• A imprensa.
• Os centros de pesquisa.
• Os grupos de pressão, os grupos de interesse e os lobbies.
• As Associações da Sociedade Civil Organizada (SCO).
• As entidades de representação empresarial.
• Os sindicatos patronais.
• Os sindicatos de trabalhadores.
• Outras entidades representativas da Sociedade Civil Organiza da 
 (SCO) (CALDAS, 2008, p. 9).
Além dos que foram apresentados acima, existem outros atores, como os 
que fazem parte da área do turismo, da cultura, que também são da área privada e 
podem fazer parte desse processo.
Com o que foi apresentado até o momento, sabemos quem são os atores 
do processo. Cabe agora determinarmos os caminhos, os estágios ou fases que são 
necessários seguir para a formulação até a execução das Políticas Públicas.
As Políticas Públicas possuem seus estágios, os quais assim se apresentam, 
segundo Caldas (2008, p. 7):
• Primeira fase – Formação da Agenda (Seleção das Priori dades).
• Segunda fase – Formulação de Políticas (Apresentação de Soluções ou 
 Alternativas).
• Terceira fase – Processo de Tomada de Decisão (Escolha das Ações).
• Quarta fase – Implementação (ou Execução das Ações).
• Quinta fase – Avaliação.
Cabe ressaltar que estas fases possuem uma ligação, elas estão somente 
apresentadas separadamente para melhor compreensão do processo.
Com relação às fases, vamos identificá-las uma a uma e assim você, 
acadêmico, compreenderá melhor esse processo de criação de novas Políticas 
Públicas.
Segundo Caldas (2008), a primeira fase, determinada como Formação da 
Agenda, busca organizar e detectar quais são os problemas existentes na sociedade 
e determinar os valores necessários para a sua elaboração. Caldas (2008, p. 10-11) 
defende que “tal processo envolve a emergência, o reconhecimento e a definição das 
questões que serão tratadas e, como consequência, quais serão deixadas de lado”.
Na segunda fase, temos a Formulação de Políticas, onde ocorre a seleção 
das prioridades, verifica-se quais são as que necessitam ser aceitas ou não.
A partir do momento em que uma situação é vista como proble ma e, 
por isso, se insere na Agenda Governamental, é necessário definir as 
linhas de ação que serão adotadas para solucioná-lo. 
Este processo, no entanto, não ocorre de maneira pacífica, uma vez 
que geralmente alguns grupos considerarão determinadas formas 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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de ação favorável a eles, enquanto outros a considerarão prejudicial, 
iniciando-se assim um embate político. Esse é o momento em que deve 
ser definido qual é o objetivo da política, quais serão os programas 
desenvolvidos e as metas al mejadas, o que significa a rejeição de várias 
propostas de ação. 
Certamente essa escolha, além de se preocupar com o posicio namento 
dos grupos sociais, necessita ser feita ouvindo o corpo técnico da 
administração pública, inclusive no que se refere aos recursos – 
materiais, econômicos, técnicos, pessoais, dentre ou tros – disponíveis 
(CALDAS, 2008, p. 11).
Cabe observar que nesta fase é importante uma relação de dialogicidade 
com todos os setores envolvidos, pois sabendo ouvir as partes envolvidas, no caso 
os segmentos administrativos e econômicos, conseguir-se-á determinar se estas 
ações são ou não possíveis de serem levadas adiante. “Outra análise importante se 
refere aos riscos que cada alternativa traz, desenvolvendo uma forma de compará-
las e de medir qual é mais eficaz e eficiente para aten der ao objetivo e aos interesses 
sociais” (CALDAS, 2008, p. 13). 
Já na terceira fase temos o Processo de Tomada de Decisões, em que os 
governantes junto às Políticas Públicas tomam decisões. Segundo Caldas (2008, p. 13):
 
[...] a fase de tomada de decisões pode ser de finida como o momento onde 
se escolhe alternativas de ação/intervenção em resposta aos problemas 
definidos na Agenda. É o momento onde se define, por exemplo, os 
recursos e o prazo temporal de ação da política. As escolhas feitas nesse 
momento são expressas em leis, decretos, normas, resoluções, dentre 
ou tros atos da administração pública. 
Outro passo importante, nessa fase, é se definir como se dará o processo 
de tomada de decisões, ou seja, qual o procedimento que se deve 
seguir antes de decidir algo. Primeiramente, de verá se decidir quem 
participará do processo, se este será aberto ou fechado.
Quando Caldas trata da participação ou não no processo de tomada de 
decisões, ele está apresentando a possibilidade dos governantes de abrirem 
espaço para a sociedade civil participar ou não. Se for uma participação aberta, os 
governantes necessitam determinar se haverá consulta dos favorecidos. 
No caso de se prever tal tipo de consulta (como, por exemplo, no 
Orçamento Participa tivo), é necessário estabelecer se a decisão será 
ou não tomada por votação, as regras em torno da mesma, o número 
de graus (direta ou indireta) que envolverá a consulta que será feita 
aos eleitores etc. Essa definição é fundamental pelo fato de que dife-
rentes formas de decisão podem apresentar diferentes controla dores da 
Agenda e resultar em decisões diferentes (CALDAS, 2008, p. 14).
Na quarta fase temos a Implementação, na qual as ações serão realizadas, 
é o momento de colocar o projeto em ação. Para isso o setor administrativo passa 
a executar o projeto. Cabe salientar que durante o processo de execução do projeto 
podem ocorrer mudanças drásticas, dependendo da postura do poder administrativo.
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
11
E por último, temos a fase de Avaliação, a qual deve estar em permanente 
ação, desde o primeiro momento do estágio ou fases da elaboração das Políticas 
Públicas.
A avaliação, em sua estrutura, mostra aos gestores quais as ações que foram 
bem desenvolvidas e as que deixaram lacunas. Dessa forma, a avaliação acaba 
sendo uma ferramenta de aprendizado e dando aos administradores respostas das 
ações ali empregadas.
De maneira geral, o processo de avaliação de uma política leva em 
conta seus impactos e as funções cumpridas pela política. Além 
disso, busca determinar sua relevância, analisar a efici ência, eficácia e 
sustentabilidade das ações desenvolvidas, bem como servir como um 
meio de aprendizado para os atores públicos (CALDAS, 2008, p. 19).
Diante do exposto, podemos perceber que as Políticas Públicas serão realmente 
determinantes e eficazes se ocorrer uma boa administração política. Segundo Caldas 
(2008, p. 19), ela será uma boa política se cumprir as seguintes funções:
• Promover e melhorar os níveis de cooperação entre os atores 
 envolvidos. 
• Constituir-se num programa factível, isto é, implementável.
• Reduzir a incerteza sobre as consequências das escolhas feitas.
• Evitar o deslocamento da solução de um problema político por meio 
 da transferência ou adiamento para outra arena, momen to ou grupo. 
• Ampliar as opções políticas futuras e não presumir valores do minantes 
 e interesses futuros nem predizer a evolução dos conhecimentos. 
 Uma boa política deveria evitar fechar possí veis alternativas de ação.
Você deve estar se perguntando: para que eu necessito saber sobre estas questões?
A partir do momento que você inicia um processo de reconhecimento 
das ações que são desenvolvidas e elaboradas pelo sistema governamental, seja 
ele a nível federal, estadual ou municipal, você poderá compreender e dar sua 
parcela de participação no processo de construçãode novas ações e programas, 
principalmente no que diz respeito às áreas que são de maior importância para 
você, sua comunidade e com relação a sua vida profissional.
Frente ao exposto, vamos seguir nosso caminho, pois, depois de 
reconhecermos o que são as Políticas Públicas, sua função e sua elaboração, 
passaremos a tratar de outro documento em que também foi necessária a 
participação dos vários segmentos da sociedade civil organizada para sua 
elaboração. Estamos falando da Constituição Federal.
2.2 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A EDUCAÇÃO
A Constituição Federal é a carta magna de um Estado Democrático, nela 
estão contidas todas as leis que regem o sistema governamental.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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Conforme Machado e Cunha (2016, p. 23), “a Constituição de um Estado 
Democrático é a cartilha na qual os cidadãos apreendem os fundamentos e a 
proteção de seus direitos, a disciplina da atuação e dos limites do Poder Estatal e a 
função social da comunidade”.
Nosso país, o Brasil, possui sua Constituição, por ser um Estado Democrático, 
e nessa constituição estão elencados todos os segmentos que formam a estrutura 
governamental. A Constituição Brasileira foi promulgada em 5 de outubro de 1988 
“fruto da convocação da Assembleia Nacional Constituinte pela Emenda nº 26, de 
17.11.1985, e de sua posterior aprovação por essa mesma Assembleia (MACHADO; 
CUNHA, 2016, p. 23).
No que diz respeito a sua organização, a Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 estava assim composta em sua composição original, 
conforme Machado e Cunha (2016, p. 23):
[...] com 245 artigos em suas Disposições Permanentes (note-se que 
inúmeros artigos são compostos de vários incisos, parágrafos e alíneas, 
tais como os arts. 5º, 271, 22, 24, 155, entre outros) e 70 artigos em suas 
Disposições Transitórias (também com incisos e parágrafos, a exemplo 
dos arts. 27 e 47).
Observa-se que a Constituição Brasileira possui, após seus 21 anos de 
existência, uma nova roupagem, sendo que: 
[...] foram aprovadas 62 emendas constitucionais, além de seis emendas 
de revisão. [...] Enfim, a Constituição em vigor conta agora com 250 
artigos na Parte Permanente (alguns artigos ainda acrescidos ao texto 
com numeração sequencial alfabética – 103-A, 146-A etc.) e 97 artigos no 
Ato das Disposições Transitórias (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 24).
Outro fator importante a ser ressaltado nesta etapa da construção da 
Constituição Federal são os princípios fundamentais, que cada cidadão brasileiro 
deve saber e que são a base da Constituição.
O vocábulo princípio, do latim principium, traz à mente a noção genérica 
de início, começo, origem ou causa. Em sentido jurídico, princípio é 
norma que expressa os valores mais altos da sociedade, de tal forma que, 
integrado na ordem Constitucional, passa a orientar todas as demais 
normas e regras do ordenamento jurídico que ela baliza (MACHADO; 
CUNHA, 2016, p. 3).
Ainda conforme Machado e Cunha (2016, p. 3), “os princípios são os 
fundamentos com base nos quais serão previstas as regras que tem por finalidade 
fazê-los efetivos em determinada ordem de disciplina”.
Assim, deverão ser seguidas as regras, sob “pena de, não o fazendo, ser 
considerada inconstitucional, justificando sua exclusão do ordenamento jurídico” 
(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 3).
 
Caro acadêmico, podemos observar com estes parágrafos iniciais que 
estamos diante de um documento no qual se estabelece a identidade de um 
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
13
Estado Democrático, que deve ser seguido, conseguindo assim manter a ordem e 
o progresso de um país.
AUTOATIVIDADE
Vamos realizar uma parada para reflexão. Você, acadêmico, em algum momento 
buscou informações sobre como é nossa Constituição? Deixe sua observação 
nessas poucas linhas. Se a reposta for afirmativa ou se for negativa, deixe sua 
justificativa.
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Após este momento de reflexão, e de nos percebermos como cidadãos 
conscientes de nossos direitos e deveres, para assim podermos realizar as cobranças 
de mudança em nosso país, em todas as suas esferas, vamos continuar nossos 
estudos caminhando dentro desse documento maior – que é a Constituição – e 
verificar que em seus títulos há um que será nosso foco, que é o Título VIII, que se 
refere à Ordem Social.
Neste título encontramos oito capítulos, sendo eles dispostos na seguinte ordem: 
QUADRO 1 – DISPOSIÇÕES DO TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL
CAPÍTULO DA ORDEM SOCIAL ARTIGOS
Capítulo I Disposições Gerais Art. 193
Capítulo II
Da Segurança Social, composto pelas Seções 
I, II, III e IV
Arts. 194 a 204
Capítulo III
Da Educação, da Cultura e do Desporto. 
Composto por:
Seção I – Da Educação
Seção II – Da Cultura
Seção III – Do Desporto
Arts. 205 a 217
Arts. 205 a 214
Arts. 215 a 216
Art. 217
Capítulo IV Da Ciência, Tecnologia e Inovação Arts. 218 a 219
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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Capítulo V Da Comunicação Social Art. 220 a 224
Capítulo VI Do Meio Ambiente Art. 225
Capítulo VII
Da Família, da Criança, do Adolescente, do 
Jovem e do Idoso
Arts. 226 a 230
Capítulo VIII Dos Índios Arts. 231 a 232
FONTE: Organizado pela autora
Observando o quadro acima, destacamos o Capítulo III, no qual está 
exposto na Seção I, o que diz respeito à Educação, nos artigos 205 a 214. Daremos 
maior ênfase a esta seção, pois é a que se relaciona ao nosso trabalho, com nossas 
vivências enquanto profissionais da educação.
Você, acadêmico de licenciatura, que está buscando construir sua vida 
profissional, ou que já esteja nesta área e busca novos conhecimentos, é de suma 
importância perceber-se integrado nestes artigos que serão apresentados nesta 
unidade.
Quando tratamos da Constituição Federal nos deparamos com a Educação, 
ponto crucial no desenvolvimento de um país. Se buscamos ordem e progresso 
necessitamos de uma educação que esteja voltada à melhoria da qualidade de vida 
de seus confederados. 
Assim, iniciamos com o Artigo 205: “A educação, direito de todos e 
dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração 
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988).
Observa-se, neste artigo, dois dos grandes princípios da Constituição, que 
são: o direito e o dever. O direito, inicialmente, à educação para todos. Conforme 
Machado e Cunha (2016, p. 1081): 
Assim, podemos afirmar que foi atribuído a todo indivíduo brasileiro 
uma prerrogativa legal de exigir do Estado e da família esse direito. 
Ousamos afirmar ainda, que esse direito está incorporado ao patrimônio 
do indivíduo, sem possibilidade de reversão, por força da lei. Desse 
modo, todos podem exigir do Estado e da família o referido direito, 
porque o legislador incumbiu-lhes tal dever, ou seja, tal obrigação 
refere-se à regra imposta por lei. Resumindo: o legislador constituinte 
incumbiu ao Estado e à família o dever de prestar educação a todos. 
Caberá ao Estado a complementação da educação recebida em casa 
pelas pessoas.
Cabe ressaltar que a família também é responsável diretamente pela 
educação das crianças, sendo ela uma parceira do Estado nesse processo. No 
entanto, observam-se ainda muitas lacunas referentes a essa situação, poisao 
referir-se ao dever da família na educação dos filhos, estes em muitos momentos 
transferem essa responsabilidade somente às escolas (Estado), tornando fragilizado 
o processo de ensino-aprendizagem.
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
15
Mesmo diante de algumas lacunas, a Constituição Federal foi e é um 
documento que apresentou e apresenta grandes avanços na área educacional “e a 
partir daí novas leis surgem para regulamentar os artigos constitucionais e estabelecer 
diretrizes para a educação do Brasil” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1081).
Como exemplo, podemos citar a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação (Lei nº 9.394, de 20.12.1996) e a Lei nº 10.172, que aprovou o PNE – Plano 
Nacional de Educação, documentos que trataremos com mais proximidade nas 
próximas páginas e unidades.
Ainda tratando das questões relacionadas ao ensino e dever deste pelo 
Estado e família, vejamos o artigo 206 da Constituição (BRASIL, 1988):
Artigo 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, 
a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino;
IV – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, 
na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade;
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da 
educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores 
considerados profissionais da educação básica e sobre fixação de prazo 
para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Ressalta-se, neste artigo, caro acadêmico, que a garantia do ensino, a 
qualidade, a igualdade quanto ao acesso e permanência na escola, a liberdade 
de aprender, o pluralismo de ideias, gratuidade do ensino público, a gestão e 
valorização dos profissionais da educação estão garantidos nesses princípios. No 
que diz respeito à igualdade, Machado e Cunha (2016, p. 1082) afirmam que:
A igualdade – um dos fundamentos básicos inerentes à própria noção de 
República (art., 1º da CF) e, portanto, do estado democrático de Direito, 
pois não é possível falar em dignidade da pessoa humana sem o respeito 
à igualdade e à liberdade – tratada neste inciso, vem a ser a relação de 
paridade, ou uniformidade, a relação de igualdade entre todas as pessoas 
para que possam usufruir as mesmas condições de ensino. Afinal, 
quando os homens se propuseram a formar uma república, fizeram-na 
desde que sob um Estado que outorgasse a si mesmo, por intermédio de 
uma Constituição, instituições que respeitassem a igualdade, vista como 
postulado básico à própria formação do regime republicano. 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
16
CF – Constituição Federal
No que diz respeito à “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e 
divulgar o pensamento, a arte e o saber” (BRASIL, 1988), podemos observar que 
todos possuem o direito e a liberdade de fazer o quiserem. 
A palavra liberdade, em sentido amplo, vem a ser a ausência de 
constrangimento alheio, ou seja, é livre o homem que faz aquilo que 
quer e não o que o outrem determine que faça. O homem, segundo 
esse princípio, não deve sofrer nenhum tipo de constrangimento 
social quando estiver aprendendo, ensinando, pesquisando e 
divulgando o seu pensamento, sua arte e o seu saber (MACHADO; 
CUNHA, 2016, p. 1083).
É importante ressaltar que o princípio da liberdade está relacionado ao 
princípio da legalidade, estabelecido no inciso II do art. 5º da CF (BRASIL, 1988):
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direto à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos 
desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei; [...]
Cabe ressaltar que a liberdade aqui apregoada se trata de perceber que 
cabe ao cidadão ser livre de realizar ou não determinadas ações sem ser coagido 
em qualquer situação. Esta situação nos remete à posição do professor em sala de 
aula, ao ensinar é preciso que ele tenha liberdade de pensamento:
[...] para desenvolver modelos pedagógicos os quais se adaptem 
às necessidades de seus alunos, ou, até mesmo, ter liberdade para 
reconhecer que muitas vezes ensinar é levar o aluno a aprender por si só, 
como é o caso do professor orientador, ou maiêutico, para relembrarmos 
Sócrates (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1083).
Ainda cabe ressaltar que o professor possui a responsabilidade de buscar 
o conhecimento e instigar a pesquisa, conseguindo assim o aprimoramento dos 
trabalhos desenvolvidos na escola com os alunos. Transformando as aulas em 
momentos de criatividade, descoberta e de instigar a curiosidade do aluno. Para 
tanto o professor necessita ter vontade e competência pedagógica.
Com relação ao pluralismo de ideias, de concepções pedagógicas e 
coexistência de instituições públicas e privadas de ensino (BRASIL, 1988), 
podemos compreender que vivemos rodeados por diversas maneiras de ver, 
NOTA
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
17
ouvir, pensar, dando possibilidades infinitas de construirmos e conhecermos 
novas culturas e elaborarmos novos pensamentos. O respeito às diferenças nos 
leva a compreender que a educação não pode ser vista de maneira homogênea, 
dentro de uma sala de aula estão presentes diversas culturas, ninguém é igual a 
ninguém. E aí é que reside a beleza da construção do ensino. Conforme este inciso, 
que trata do pluralismo de ideias, Machado e Cunha (2016, p. 1084) afirmam que: 
Os seres que formam o mundo são diversos, individuais, diferentes, 
múltiplos, heterogêneos e, assim sendo, jamais poderão ser considerados 
dentro de uma realidade absoluta. As pessoas pensam de maneiras 
diferentes. O ensino não pode ser pautado em ideias homogêneas, em 
concepções pedagógicas únicas e absolutas, pois estaríamos diante de um 
empobrecimento cultural e intelectual. Ademais, ao professor é preciso 
liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar seu pensamento 
para que lhe seja possível a criação de estratégias pedagógicas as quais 
se amoldem às necessidades dos alunos. 
Acreditamos que você, acadêmico, tenha percebido que a presença da 
liberdade leva tanto as instituições públicas como privadas a construir dentro 
das escolas o respeito às ideias do outro e a noção também de igualdade. Assim, 
conseguimos construir os valores de democracia social que são representados 
pelo pluralismo de ideias e pelas concepções pedagógicas (MACHADO; 
CUNHA, 2016).
No inciso IV do art. 206, que trata da gratuidade do ensino público em 
estabelecimentos oficiais, podemos compreender que o Estado está proibido de 
realizar qualquer cobrança de valores relacionados à oferta da educação escolar 
básica. Ressaltamos que a escola pública é uma instituição que todo e qualquer 
indivíduo poderá se matricular independentemente de classe social, religião ou 
raça. Estas instituições são mantidas pelo Poder Público “por intermédio da gestão 
de recursos públicos” (MACHADO; CUNHA, 2016,p. 1084). 
As escolas públicas são escolas pagas com os impostos cobrados da 
população, mas não são privadas, isto é, não visam ao lucro, mas a 
atender uma demanda social. O direito ao ensino público e gratuito 
não foi afastado daqueles que podem pagar pela prestação de serviços 
educacionais, pois se de outra forma ocorresse seria discriminação, mas 
aqueles que podem pagar pelo ensino têm recebido uma educação de 
melhor qualidade, já que o Estado tem se afastado de sua obrigação 
de empreender ações capazes de ampliar tanto o oferecimento como 
a qualidade da educação escolar, nos termos constitucionalmente 
estabelecidos (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1084-1085).
Caro acadêmico, vamos tratar agora de outro inciso de relevante significado a 
cada um de nós, estamos falando do inciso V, que trata “da valorização dos profissionais 
da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso 
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas” 
(BRASIL, 1988). Conforme consta na Constituição Federal, este inciso foi modificado na 
data de 19 de dezembro de 2006, através da Emenda Constitucional nº 53. 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
18
Esta nova redação, dentre outras já ocorridas, “demonstra que o legislador não 
sabe como valorizar o profissional do ensino” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).
A nova redação do inciso substitui a expressão ‘profissionais do ensino’ 
por ‘profissionais da educação’, que possui um sentido mais amplo, 
já que não só trata do magistério, mas de todos os profissionais de 
educação escolar pública. O novo texto também prevê que a valorização 
se aplica aos profissionais do ensino privado, mesmo que as garantias 
especificadas não os alcancem. Além disso, pela leitura do inciso sob 
comento, todos esses profissionais deverão contar com remuneração 
condigna aos objetivos de sua profissão, bem como condições adequadas 
de trabalho (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).
Ressalta-se, ainda, que cada estado da federação possui sua legislação 
relativa aos profissionais do magistério, mas que devem ser respeitadas todas as 
leis previstas na Constituição Federal.
No que tange ao inciso VI, que trata da “gestão democrática do ensino 
público, na forma da lei” (BRASIL, 1988), este inciso tem o objetivo de demonstrar 
a cada cidadão que o conceito de democracia implica “um processo de convivência 
social em que o poder emana do povo e é por ele exercido direta ou indiretamente 
em seu próprio proveito” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).
O princípio democrático é aquele que assegura aos cidadãos o pleno 
direito de participação nas tomadas de decisão, e essas noções devem 
ser difundidas no ensino público e permear o cotidiano dos educandos. 
A adoção desse princípio pode significar a introdução de eleições 
diretas para reitores e todas as demais autoridades universitárias, assim 
como a participação paritária de estudantes, funcionários e professores 
em órgãos colegiados, configurando a participação de todos na questão 
educacional (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1085).
Cabe ressaltar ainda que, conforme apresentado anteriormente, cada estado, 
em sua organização, pode apresentar em sua proposta curricular elementos que 
configurem a possibilidade de existirem eleições diretas para diretor das unidades 
escolares, dando assim, maior abertura democrática no espaço escolar.
Continuando nosso estudo, chegamos ao inciso VIII, que trata do “piso 
salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, 
nos termos de lei federal” (BRASIL, 1988). Este inciso também foi acrescentado 
pela Ementa Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 2006.
Este inciso tem o intuito de diminuir as desigualdades salariais dos 
profissionais da educação existentes entre os estados da federação. 
Conforme Machado e Cunha (2016, p. 1086), “este novo inciso, em verdade, 
quer assegurar o caráter nacional do piso salarial dos profissionais da educação. 
Tal previsão, que pelo caráter peremptório do texto, revela ser um princípio e 
demonstra uma conquista dos profissionais da educação”.
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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Chegamos ao parágrafo único do art. 206, no qual “a lei disporá sobre 
as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica 
e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de 
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” 
(BRASIL, 1988). 
Este parágrafo foi acrescentado pela Emenda Constitucional nº 53, de 19 de 
dezembro de 2006, e conforme Machado e Cunha (2016, p. 1087), “este parágrafo 
deve ser regulamentado por lei federal e prevê as categorias de trabalhadores 
profissionais que atuam na educação básica e a definição dos valores de seus pisos 
salariais e de seus respectivos planos de carreira”. 
Quando tratamos dos planos de carreira, é necessário compreender que eles 
“são um instrumento de gestão que objetiva o desenvolvimento dos profissionais 
da educação das instituições de ensino vinculadas ao MEC – são fundamentais 
para que a atividade educacional não se torne apenas um ganho avulso ou uma 
tarefa ocasional” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).
Ainda tratando da Seção I, vamos nos ater ao artigo 207, que assim trata:
“Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-pedagógica, 
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos princípios 
de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 1988). Neste 
artigo apresentam-se questões relativas à autonomia, palavra que denota a 
liberdade de trabalho em todos os âmbitos universitários. Cabe aqui uma ressalva, 
antes da Constituição de 1988, as universidades, em nosso país: 
[...] surgiram por iniciativa do poder do Estado e por muito tempo 
estiveram sob sua ingerência, principalmente durante a Ditadura 
Militar de 1964 ao início dos anos 1970, para atender objetivos 
estratégicos dos militares, o que nos faz concluir que as universidades 
eram muito mais estatais que públicas, já que nesse período houve um 
êxodo de profissionais do ensino por razões de perseguição política, 
principalmente dos que quiseram manter autonomia de sua cátedra 
(MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).
Mesmo depois desse caminho percorrido pelas universidades, após a 
Ditadura Militar, com a Constituição de 1988 se definiu a autonomia universitária, 
mas as universidades continuam compondo-se como uma extensão administrativa 
do poder estatal “posto que a natureza pública dos seus serviços exige alguma 
forma de controle e avaliação por parte do Estado e da sociedade mesmo que isso 
não signifique ingerência” (MACHADO; CUNHA, 2016, p. 1087).
No que tange à autonomia didático-científica, administrativa e 
patrimonial, Machado e Cunha (2016, p. 1087, grifos do original) afirmam que:
A autonomia didático-pedagógica de que trata o artigo vem a ser a liberdade 
que as universidades devem ter de definir currículos; abrir e fechar 
cursos, tanto de graduação como de pós-graduação e de extensão; 
e definir suas linhas prioritárias e mecanismos de financiamento da 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
20
pesquisa, de acordo com as regras internas. Portanto, diz respeito 
à possibilidade de as universidades conduzirem sem restrições as 
atividades de ensino e aprendizado. Quanto à autonomia administrativa, 
as universidades poderão se organizar internamente, da maneira que 
melhor lhes convier, com estatutos próprios e, também, organização de 
planos de carreira para o magistério público nas universidades federais 
(art. 206, V, da CF), enfim, trata-se da possibilidade de autogovernar-se. 
Já em relação à autonomia de gestão financeira e patrimonial, refere-
se à dotação orçamentária e à plena liberdade de remanejamento de 
recursos. A autonomia patrimonial está vinculadaà ideia de constituição 
de patrimônio próprio, liberdade para obtenção de rendas de vários 
tipos e utilização de tais recursos da forma que convier às universidades. 
O encaminhamento da autonomia universitária deve se dar com base na 
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, já que esses três 
itens se complementam.
Diante do exposto, podemos determinar que as universidades, mesmo 
possuindo sua autonomia, devem se manter ligadas ao MEC – Ministério da 
Educação, e à Constituição Federal, como também à LDB – Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação, a qual será estudada na próxima unidade.
Mesmo possuindo autonomia, toda e qualquer autarquia pública necessita 
do controle e da avaliação de seus serviços, da sociedade e do Estado.
Dá-se, ainda, às universidades o direito de admitir professores, técnicos 
e cientistas estrangeiros, na forma da lei, apresentado no parágrafo 1º, 
o qual foi acrescentado pela Ementa Constitucional nº 11, de 30 de abril 
de 1996. Neste parágrafo ainda se encontra atrelado o parágrafo 2º que 
prevê também a pesquisa científica e tecnológica federais (MACHADO; 
CUNHA, 2016, p. 1088).
Caro acadêmico, você talvez venha a se questionar: para que eu preciso 
saber destes artigos, parágrafos e incisos? Independentemente de sua licenciatura, 
necessita sim ter o conhecimento das leis, as quais regem nosso trabalho e vida 
profissional. Nada é demais. E saber das leis demonstra que estamos cada vez mais 
preparados para caminhar neste espaço chamado educação. 
 
Passaremos a tratar do artigo 208, onde se encontram os deveres que o 
Estado possui com a educação escolar pública. Dedicaremos uma atenção especial 
a este artigo, pois trata de questões relativas à obrigatoriedade e gratuidade da 
educação básica.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a 
garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 
(dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para 
todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) 
anos de idade;
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
21
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, 
por meio de programas suplementares de material didático escolar, 
transporte, alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 1988).
Observa-se que nesse artigo se encontra o conteúdo relativo aos deveres do 
Estado para com a população brasileira, que é de prestar educação escolar pública 
de qualidade e gratuita. 
Quando tratamos da educação básica estamos nos referindo ao nível de 
ensino que abrange os primeiros anos de educação formal, que corresponde 
ao direito de todos os brasileiros à formação comum necessária ao exercício de 
cidadania e a sua qualificação para o trabalho e a continuidade de seus estudos.
Outro fator a ser ressaltado é que para existir este movimento possuímos 
dois documentos principais que abarcam a educação básica, que são: a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº 9.394 de 20.12.1996, e o Plano 
Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, ambos regidos pela Constituição 
da República Federativa do Brasil. Conforme Abrão (2016, p. 1089):
De acordo com a Classificação Internacional Normatizadora da Educação 
(International Standard Classification of Education – Isced), a educação básica 
inclui: (1) a educação primária, ou seja, o primeiro estágio da educação 
básica, correspondente à aprendizagem básica da leitura, da escrita e 
das operações matemáticas simples; e (2) o ensino secundário inferior, 
isto é, o segundo estágio do processo de escolarização, correspondente à 
consolidação da leitura e da escrita e às aprendizagens básicas na área da 
língua materna, história e compreensão do meio social e natural envolvente. 
No que diz respeito a questões relativas ao sistema educativo brasileiro e de 
países em desenvolvimento, Abrão (2016, p. 1089) apresenta que: “Alguns sistemas 
educativos, em particular os de países em desenvolvimento, incluem na educação 
básica a educação pré-escolar e os programas de ensino de segunda oportunidade 
destinada à alfabetização de adultos”. Neste caso encontramos a EJA (Educação de 
Jovens e Adultos), programa que auxilia na alfabetização de jovens e adultos em 
nosso país.
Podemos ainda dizer que o Plano Nacional de Educação – PNE 
desenvolvido no Brasil, contempla como educação básica a Educação Infantil, o 
Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Abrão (2016, p. 1089) ressalta que: 
[...] a educação Infantil compreende a faixa etária de 0 a 6 anos, porém, 
em nosso país há tratamento diferenciado entre as faixas etárias de 0 a 
3 anos e de 4 a 6 anos para a pré-escola; além disso as creches deverão 
adotar objetivos educacionais, transformando-se em instituições de 
educação, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais emanadas do 
Conselho Nacional de Educação. Essa determinação segue a melhor 
pedagogia, pois é nessa idade, precisamente, que os estímulos educativos 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
22
têm maior poder de influência sobre a formação da personalidade e o 
desenvolvimento da criança. Trata-se de um tempo que não pode ser 
descurado ou mal orientado.
Frente ao exposto, podemos perceber que para o PNE, este tema é sua 
“menina dos olhos”, pois a formação da criança ocorre desde os primeiros momentos 
de sua vida, e quando entra na educação formal, os profissionais da educação 
devem organizar-se determinando objetivos que auxiliem no desenvolvimento 
global da criança, possibilitando uma sequência educativa de qualidade.
É importante saber, caro acadêmico, que a Emenda Constitucional nº 59/2009 
estabeleceu em relação à educação básica duas diretrizes, assim apresentadas por 
Abrão (2016, p. 1089): “ [...] é dever do Estado prestá-la; e é obrigatória e gratuita 
dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta 
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria”.
Cabe ressaltar que os estrangeiros, como os brasileiros, possuem o direito 
à gratuidade na educação básica, que estejam na idade própria (7 a 14 anos). Os 
pais ou responsáveis pelas crianças poderão exigir isso do Estado, pois a educação 
básica é obrigatória, independente também da idade. 
No que diz respeito ao inciso II, que trata da progressiva universalização 
do ensino médio gratuito, podemos determinar que este dá a possibilidade de 
continuidade dos estudos de maneira gratuita aos adolescentes. Conforme Abrão 
(2016, p. 1090): 
[...] atendendo o princípio estabelecido no art. 206, I, do texto Maior, 
o qual prevê ‘a igualdade de condições ao acesso e permanência na 
escola’. Entretanto, estabeleceu o constituinte com tal inciso que o 
Estado não deve ficar inerte em relação ao prosseguimento do ensino 
dos educandos [...] e deverá construir escolas e oferecer condições 
necessárias para atender o maior número possível de educandos no 
ensino médio, sempre considerando a realidade de cada ente federado.
Já no inciso III, se apresenta como dever do Estado o “atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino” (BRASIL, 1988). Ressaltamos que mesmo possuindo todos estes 
direitos com as leis, cabe ao estado dar condições tanto pedagógicas como físicas para 
que os profissionais da educação e as crianças a serem atendidas possuam condiçõesdignas de trabalho e de permanência nos espaços escolares. Independentemente 
de ser escola pública ou privada, a educação precisa ser desenvolvida e as crianças 
muito bem recebidas, conseguindo assim, avanços educacionais.
Conforme a Constituição, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o 
Conselho Nacional de Educação por meio do parecer CNE/CEB nº 17/2001 e da 
Resolução CNE/CEB nº 2/2001, ditou aos sistemas de ensino, seja ele privado ou 
público, a responsabilidade de matricular todas as crianças com necessidades 
educacionais especiais.
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
23
Em seu art. 5º, essa Resolução prescreveu o conteúdo da expressão 
‘educando com necessidades educacionais especiais’, como sendo 
os alunos que, durante o processo educacional apresentarem: I – 
dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo 
de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades 
curriculares, compreendidas em dois grupos: a) aquele não vinculado 
a uma causa orgânica específica; b) aqueles relacionados a condições, 
disfunções, limitações ou deficiências; II – dificuldades de comunicação 
e sinalização de linguagens e códigos aplicáveis; III – altas habilidades/
superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a 
dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes (ABRÃO, 
2016, p. 1091). 
O educando possui o direito de se matricular e frequentar a escola, 
independentemente de ser pública ou privada, e sempre lembrando da necessidade 
de a escola possuir uma estrutura adequada para o receber, e perceber que 
independentemente de seu problema, é importante a sua permanência e convívio 
saudável na escola. Cabe ressaltar que o entendimento, com relação ao “educando 
com necessidades educacionais especiais”, como se apresenta no art. 5º, trata não 
só dos educandos com dificuldades físicas ou intelectuais elevadas, mas sim, de 
todos que de uma maneira ou outra possuem alguma dificuldade educativa de 
compreensão ou socialização.
O inciso IV trata da garantia de educação infantil, em creche e pré-escola, 
às crianças até 5 (cinco) anos de idade, observamos que ocorreu uma nova redação, 
ficando assim, apresentada nas palavras de Abrão (2016, p. 1091):
O texto deste inciso, alterado pela EC n. 53/2006, incorpora a educação 
infantil como dever do Estado brasileiro. A prescrição sob comentário, 
em verdade, adéqua seu texto da Lei n. 11.274/2006 – que alterou alguns 
dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação -, já que inclui as 
crianças de seis anos de idade no ensino fundamental obrigatório com 
duração de nove anos.
EC – Emenda Constitucional
Com relação a esse inciso, podemos perceber que as crianças que completam 
seis anos no ano letivo deverão ser matriculadas no Ensino Fundamental, dando 
continuidade ao processo educacional voltado à alfabetização e letramento. 
NOTA
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
24
FIGURA 1 – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
FONTE: Disponível em: <http://neuropsicopedagogianasaladeaula.
blogspot.com.br/2012/04/o-processo-de-alfabetizacao-na-historia.
html>. Acesso em: 19 set. 2016. 
Caro acadêmico, ao tratarmos do assunto alfabetização e letramento, 
indagamos: o que é alfabetização e letramento? São sinônimos? 
Vamos refletir sobre isso, pois é de extrema importância buscarmos esse 
entendimento. Quando falamos em alfabetização e letramento, estamos tratando do 
que nos é apresentado no PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.
FIGURA 2 – CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
FONTE: Disponível em: <http://pt.slideshare.net/CamilaRibeiro35/alfabetizaao-e-
letramento-pnaic>. Acesso em: 25 jul. 2016.
Podemos perceber que o alfabetizar e letrar se confundem, estão interligados, 
de acordo com Magda Soares (1998, p. 47): “Alfabetizar e letrar são duas ações 
distintas, mas são inseparáveis, ao contrário, o ideal seria alfabetizar letrando, ou 
seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de 
modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo alfabetizado e letrado”.
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
25
O slide da figura anterior e os demais que o compõe, são de Camila Ribeiro, 
pedagoga da Prefeitura Municipal de Araucária, e se encontram na íntegra no link: <http://
pt.slideshare.net/CamilaRibeiro35/alfabetizaao-e-letramento-pnaic>. Acesso em: 25 jul. 2016.
Com este entendimento sobre alfabetização e letramento, podemos perceber 
que todo educando necessita dos profissionais da educação comprometidos e que 
o Estado dê a estes profissionais condições de aprimoramento e entendimento.
No que diz respeito ao inciso “V – acesso aos níveis mais elevados do 
ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”; 
e ao inciso “VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do 
educando” (BRASIL, 1988); observamos que a cada indivíduo é dado o direito de 
participar ou acessar a universidade, a pesquisa, que muito se fala na atualidade, 
como uma das necessidades mais presentes na esfera educacional e das criações 
artísticas. Conforme Abrão (2016, p. 1091-1092): “[...] tal direito será conferido 
àqueles que demonstram capacidade de acordo com os mecanismos de aferição 
que lhes forem impostos”.
Já o inciso VI, apresentado acima, denota que o Estado tem o dever de 
criar ações que atendam à igualdade de condições para o acesso e permanência do 
educando na escola, “oferecendo a ele o ensino noturno regular adequado as suas 
condições, já que, normalmente, os cursos noturnos são procurados por pessoas 
com mais idade, as quais trabalham durante o dia e necessitam estudar à noite” 
(ABRÃO, 2016, p. 1092).
E, por último, o inciso VII, que trata do “atendimento ao educando, em 
todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de 
material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”. Este 
inciso trata do que anteriormente comentamos, de nada adianta mantermos os 
educandos em sala de aula, lhes dando o direito à matrícula, gratuidade do ensino, 
se não lhes são dadas condições físicas e pedagógicas para tanto. Como assim? Da 
seguinte forma, conforme nos prescreve Abrão (2016, p. 1092):
Esse preceito constitucional é de suma importância, pois não basta 
garantir o direito ao ensino público gratuito, porque por si só ele não 
se efetiva. São necessários programas suplementares para que seja 
possível manter um estudante na escola. Diante da miserabilidade de 
parcela significativa da população brasileira, os programas de oferta 
de material escolar, transporte, saúde e alimentação não podem se 
dissociar do direito à educação, porque se de outra forma ocorresse, 
este último não se realizaria. 
DICAS
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
26
A autora ainda nos apresenta de maneira bem clara: 
Um aluno com fome não consegue assimilar as lições de seu professor, 
sem saúde, não consegue estudar, sem transporte não chega à escola e 
sem material não acompanha a lição. Desse modo, para que o ensino 
seja ministrado, não basta o princípio da igualdade de condições ao 
acesso e permanência na escola, o Estado deverá ser chamado a dar 
condições concretas e efetivas para viabilizar esse princípio. Para tanto, 
o constituinte atribui ao estado o dever de promover ações, e, todas 
as etapas da educação básica, para garantir de forma suplementar o 
material didático-escolar, o transporte, a alimentação e a assistência à 
saúde dos educandos. Mas deixemos bem claro que a atuação do Estado, 
por meio de programas para promoção dessas ações, é suplementar, 
pois deverá atingir somente os educandos que não tenham condições 
de se autossustentar (ABRÃO, 2016, p. 1092).
Nas próximas unidades trataremos dos programas que o Estado promove 
para auxiliar no desenvolvimento emelhoria da vida educacional dos educandos.
Caro acadêmico, parece um pouco cansativo este processo de estudo, mas 
saiba que é necessário para sua formação, enquanto profissional da educação. 
Desta forma, vamos dar continuidade, agora apresentando outro artigo.
“Art. 209 – O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes 
condições” (BRASIL, 1988): 
I – cumprimento das normas gerais da educação nacional: as escolas 
privadas poderão exercer o ensino, mas deverão seguir as regras previstas nos 
documentos oficiais como a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o PNE – 
Plano Nacional de Educação, dentre outros documentos relacionados à educação.
II – autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público: quanto ao 
direito de abertura de escolas privadas, cabe e é dado o direito ao Poder Público 
de sancionar, liberar, autorizar a abertura destas instituições privadas e verificar 
se elas atendem ao que é prerrogativa de melhoria na qualidade educacional dos 
educandos. Cabe também ao Poder Público realizar avaliações, em que ele “poderá 
revogar a autorização caso verifique que atitudes contrárias ao interesse social, 
como ensino de baixa qualidade e preços de mensalidades extorsivos, estão sendo 
praticados” (ABRÃO, 2016, p. 1095).
O artigo 210, trata de uma temática de extrema importância, que assim 
se apresenta: “Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, 
de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais 
e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1988). Este artigo demonstra um 
respeito e cuidado com relação ao pluralismo cultural. Conforme Abrão (2016, p. 
1095), “o pluralismo representa hoje uma necessidade, pois a história nos mostrou 
a tragicidade das tentativas de uniformização e hegemonização culturais, raciais, 
ideológicas, religiosas etc.”.
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
27
Cabe ressaltar ainda que na formulação deste artigo se observa o cuidado 
e abertura para considerar o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, 
pois a escola é um espaço de democracia, a qual de forma alguma poderá deixar de 
respeitar as diferenças culturais aí existentes e reconhecer as diferenças regionais e 
sociais existentes neste nosso imenso país.
FIGURA 3 – PLURALISMO CULTURAL
FONTE: Disponível em: <http://educador.brasilescola.uol.com.br/
estrategias-ensino/a-diversidade-cultural-brasileira-sala-aula.htm>. Acesso 
em: 19 set. 2016. 
Segundo Abrão (2016, p. 1095), “[...] constitui um dos objetivos fundamentais 
da República Federativa do Brasil a promoção do bem de todos, sem preconceito 
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Entendemos que a escola é um ambiente próprio para a efetividade e o respeito a 
esses preceitos”. 
Continuando, sobre os artigos relativos à educação, apresentamos o “Art. 
211 – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em 
regime de colaboração seus sistemas de ensino” (BRASIL, 1988). 
Observe, acadêmico, que este artigo trata da competência de cada membro 
federado no sistema educacional. 
Ao falar sobre competência é necessário esclarecer que o Brasil é um 
Estado Federal e o constituinte, no art. 1º, configurou sua formação 
da seguinte maneira: União, Estados-membros, Distrito Federal e 
Municípios. As características essenciais de um Estado federal são: os 
Estados-membros possuem autonomia para autogovernar-se, há uma 
descentralização legislativa, administrativa e política e esses Estados 
participam do governo central por meio de seus representantes no 
Congresso Nacional. A proposta do constituinte de 1988 foi pela 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
28
tentativa da maior descentralização de decisões, fortalecendo os Estados 
e os Municípios. Desse modo ficou a União com a elaboração de normas 
gerais, sempre levando em consideração a realidade local (ABRÃO, 
2016, p. 1097). 
Desta forma, o artigo 211, como declara Abrão (2016, p. 1097), “[...] deve 
ser interpretado em consonância com o disposto no art. 23 da Carta Magna, que 
prevê a fixação de normas para cooperação entre União, Estados, Distrito Federal 
e Municípios, com vistas ao equilíbrio do desenvolvimento e ao bem-estar em 
âmbito nacional”. 
Com isso podemos perceber que a pluralidade cultural e regional é 
respeitada no desenvolvimento e construção de uma estrutura organizacional 
adequada à realidade local.
Assim, à União fica a responsabilidade de auxiliar financeiramente, 
organizar o sistema federal de ensino, buscar meios para a obtenção de ensino de 
qualidade através de seus programas e de uma Base Nacional de Ensino. 
Aos municípios fica a priorização do ensino fundamental e da educação 
infantil com qualidade. Esta temática será melhor desenvolvida nas próximas 
unidades deste caderno. Já os Estados e o Distrito Federal priorizarão o ensino 
fundamental e médio.
O Artigo 212 traz as questões relativas ao financeiro, ficando assim sua 
leitura: “A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita 
resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino” (BRASIL, 1988). 
Ao tratarmos deste artigo, podemos nos ater ao que ocorre em nossos estados 
e municípios. Como profissional da educação e como cidadão, podemos observar 
se os recursos públicos estão sendo realmente aplicados na esfera educacional. 
Cabe a cada membro formador da sociedade buscar informações relativas a esta 
aplicação, pois é de extrema necessidade ter as condições necessárias para o 
funcionamento e desenvolvimento dos trabalhos pedagógicos na escola.
É importante observar que esta matéria está regulamentada pela Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação. Vejamos o artigo 213:
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, 
podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas, definidas em lei que: 
I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes 
financeiros em educação;
II – assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola 
comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso 
de encerramento de suas atividades.
Parágrafo 1º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados 
a bolsas de estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, 
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
29
para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver 
falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da 
residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir 
prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
Parágrafo 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e 
fomento à inovação realizadas por universidades e/ou por instituições 
de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio financeiro 
do Poder Público (BRASIL, 1988, grifo nosso).
Os dois parágrafos tratam de ações relativas ao financeiro. No parágrafo 
primeiro, cabe ao Poder Público realizar investimentos prioritariamente em sua 
rede de ensino, mas poderá conceder bolsas de estudo para os ensinos fundamental 
e médio aos alunos que comprovarem falta de recursos.
O parágrafo segundo trata de uma regra não obrigatória, pois o Poder Público 
poderá apoiar ações relativas a atividades universitárias de pesquisa, de extensão e 
de estímulo e fomento à inovação. Tudo isso dependerá de verbas orçamentárias.
Por último, trataremos do artigo 214, que busca estabelecer o plano nacional 
de educação, o qual será melhor analisado nas próximas unidades. 
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de 
duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de 
educação em regimede colaboração e definir diretrizes, objetivos, 
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção 
e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e 
modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das 
diferentes esferas federativas que conduzam a: 
I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – melhoria da qualidade de ensino;
IV – formação para o trabalho;
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País;
VI – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em 
educação como proporção do produto interno bruto (BRASIL, 1988, 
grifo nosso).
Com estes dados podemos perceber que o Plano Nacional de Educação tem 
como base buscar solucionar e, se assim não for possível, diminuir as diferenças e o 
pessimismo existente com as questões educacionais. É determinante que todos os 
profissionais da educação tenham conhecimento deste documento, participem de 
sua elaboração, que ocorre a cada dez anos, e verifiquem se os objetivos já propostos 
foram ou estão sendo conquistados. Participar é uma das palavras-chave para cada 
um de nós, profissionais da educação.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
30
AUTOATIVIDADE
Caro acadêmico! Frente ao exposto, nos artigos relativos à Educação, vamos 
retomar o artigo 212, que fala sobre a aplicação de percentuais na educação 
fundamental, no que diz respeito ao município. Relativo a isso, você, 
enquanto cidadão e profissional da educação, que está em busca de novos 
conhecimentos, busca saber se realmente é realizada essa aplicação de recursos 
na esfera educacional de seu município ou estado? Você acha necessário esse 
acompanhamento?
Daremos continuidade a nossos estudos e trataremos de outro fator que é 
determinante no processo de legislar. Até o momento, nos deparamos com o que são as 
Políticas Públicas e a influência da Constituição Federal na Educação com a apresentação 
dos artigos 205 até o 214, que tratam diretamente das questões educacionais.
Formular leis que tragam propostas flexíveis e auxiliem na estruturação 
de todos os níveis de ensino de um país, como o Brasil, não é algo tão fácil, 
mas observa-se que os documentos criados, pautados na ética, na ordem e no 
desenvolvimento educacional, retratam que muito já se caminhou e muito ainda é 
necessário construir com a educação nacional. Por isso, trataremos agora de algo 
significativo e que nos faz pensar. 
3 LIGAÇÃO ENTRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A LEI DE 
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO
Como vimos, a Constituição Federal é a Carta Magna de nosso país, e é 
a partir deste documento que nós, da educação, necessitamos buscar alimento 
para a construção de outro documento que podemos considerar a Carta Magna da 
Educação brasileira. 
Estamos falando da LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
documento este que pode ser considerado a “bússola da educação escolar”, 
conforme apresentado no prefácio do livro LDB fácil, pela professora Maria do 
Socorro Santos Uchoa Carneiro (CARNEIRO, 2015, p. 17). 
Podemos determinar que a Constituição Federal foi e é a raiz de sustentação 
de todo o programa educacional de nosso país. A Constituição Federal delineia a 
forma democrática de governo.
A Constituição é o fundamento do direito à medida que, de seu cumprimento, 
deriva o exercício da autonomia legítima e consentida. Não menos importante é 
compreender que, ao institucionalizar a soberania popular, o texto constitucional 
traduz o estado da cultura política da nação (CARNEIRO, 2015). Enquanto que na 
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
31
educação, as constituições brasileiras construíram através de caminhadas árduas, uma 
aproximação entre “direitos políticos e direitos sociais” (CARNEIRO, 2015, p. 38).
Para tanto, conforme Carneiro (2015, p. 38), “a inclusão da Educação como 
direito fundamental de todo cidadão contribuiu para sinalizar na perspectiva da 
construção de uma escola de padrão básico, vazada em um modelo organizacional 
de objetivos convergentes, logo estruturado à luz de marcos normativos comuns”.
Observa-se que para chegar ao patamar em que nos encontramos na 
atualidade a caminhada foi árdua e passamos por diversos momentos históricos, 
na construção de várias constituições brasileiras.
Assim, podemos determinar de forma resumida as constituições que 
já tivemos em nosso país. Estas constituições foram oito, assim apresentadas, 
conforme Carneiro (2015, p. 39):
A primeira Constituição do país data de 1824. De então até agora, o 
Brasil teve oito constituições, a saber: a de 1824, a de 1891, a de 1934, a 
de 1937, a de 1946, a de 1967, a de 1969 e a de 1988. Destas, apenas as de 
1891, 1934, 1946 e 1988 foram votadas por representantes populares com 
delegação constituinte. A última dessas Constituições, a de 1988, contou 
com uma robusta participação da comunidade nacional, mediante a 
mobilização de amplos segmentos da sociedade civil. Culminância deste 
movimento cívico foram os atos públicos que cimentaram a criação do 
Plenário Nacional Pró-Participação Nacional Popular na Constituinte. 
Neste cenário, a defesa da escola pública e de uma educação de qualidade 
ganhou relevância ímpar no conjunto da sociedade brasileira [...].
Diante deste cenário, vamos apresentar a você, acadêmico, um quadro 
resumido das constituições que já tivemos em nosso país e qual a ligação de cada 
uma com a educação. Fique atento às situações e interesses envolvendo cada 
momento histórico da construção das constituições!
QUADRO 2 – CONSTITUIÇÕES BRASILEIRAS
CONSTITUIÇÃO/ANO FATOS DETERMINANTES
Constituição Imperial/1824
Ato Institucional/1834 
Incorporou a iniciativa de implantação de colégios e universidades 
ao conjunto de direitos civis e políticos, além de fixar a gratuidade do 
ensino primário. O processo gerencial ficou aos cuidados da Coroa 
e, quatro anos mais tarde, instalam-se as Câmaras Municipais que 
ficam com a responsabilidade de inspecionar as escolas primárias.
A declaração do Ato Institucional criou as Assembleias Legislativas 
Provinciais, cabendo-lhes a atribuição de legislar sobre instrução 
pública. Ocorre aqui a elitização do ensino, pois a maioria das 
escolas secundárias abrigava-se em mãos de particulares, o que 
por si só representava uma elitização da escola, dado que somente 
famílias de posse poderiam custear os estudos de seus filhos. A 
escola que se queria buscava a tradição da educação aristocrática, 
totalmente voltada para os frequentadores da corte e, portanto, para 
os destinatários do Ensino Superior, em detrimento dos demais 
níveis de ensino.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
32
Constituição 
Republicana/1891
Trouxe mudanças significativas na educação. Ao Congresso 
Nacional foi atribuída a prerrogativa legal exclusiva de legislar 
sobre o ensino superior. Ainda poderia criar escolas secundárias 
e superiores nos estados, além de responder pela instrução 
secundária do Distrito Federal. Aos Estados cabia legislar sobre o 
ensino primário e secundário, implantar e manter escolas primárias, 
secundárias e superiores. Nestes dois últimos casos, o Governo 
Federal poderia, igualmente, atuar.
Constituição/1934
Coube à União federal a tarefa de fixar as diretrizes e bases da 
educação nacional. Criou, também, o Conselho Nacional de 
Educação, e os estados e o Distrito Federal ganharam autonomia 
para organizar seus sistemas de ensino e, ainda, instalar Conselhos 
Estaduais de Educação com idênticas funções das do Conselho 
Nacional, evidentemente, dentro do âmbito de suas jurisdições. 
A União recebeu a tarefa de institucionalizar e elaborar o Plano 
Nacional de Educação, com dois eixos fundamentais: organização 
do ensino nos diferentes níveis e áreas especializadas e a realização 
de ação supletiva com os estados, seja subsidiando comestudos e avaliações técnicas, seja aportando recursos financeiros 
complementares.
Constituição/1946
No clima de afirmação democrática que invadiu o mundo no ambiente 
do pós-guerra, buscou-se um eixo representado por um conjunto 
de valores transcendentais que tinham, na liberdade, na defesa da 
dignidade humana e na solidariedade internacional, os dormentes de 
sustentação. Proclamava a educação como um direito de todos.
Nesta Carta de 1946, prescreveu uma organização equilibrada do 
sistema educacional brasileiro, mediante um formato administrativo 
e pedagógico descentralizado, sem que a União abdicasse da 
responsabilidade de apresentar as linhas mestras de organização da 
educação nacional. Neste documento há muito das ideias e do espírito 
do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932. Foi a partir 
desta percepção que o Ministro da Educação de então, Clemente 
Mariani, oficializou comissão de educadores para propor uma reforma 
geral da educação nacional. Aqui, a origem da Lei 4.024/61, a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nossa primeira LDB, somente 
aprovada pelo Congresso Nacional depois de uma longa gestação de 
11 anos.
Ainda neste momento, o Ministério da Educação e Cultura passa 
a exercer as atribuições de Poder Público Federal em matéria de 
Educação.
Constituição/1967
Foi pautada sob a inspiração da ideologia da segurança nacional, 
o ensino particular recebeu amplo apoio e fortalecimento. Ocorreu 
a ampliação da obrigatoriedade de ensino fundamental de sete 
até 14 anos, aparentemente grande conquista, pois conflitava com 
outro preceito que permitia o trabalho de crianças com 12 anos. 
Nisto, contrastava com a Carta de 1946 que estabelecia os 14 anos 
de idade como idade mínima para o trabalho de menores. Retirava-
se a obrigatoriedade de percentuais do orçamento destinados à 
manutenção e desenvolvimento do ensino.
TÓPICO 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
33
Constituição/1969
Preservou-se todos os ângulos da constituição anterior. Os recursos 
orçamentários vinculados ao ensino ficaram restritos aos municípios 
que se obrigavam a aplicar, pelo menos, 20% da receita tributária 
no ensino médio. O lado mais obscurantista deste texto foi relativo 
às atividades docentes. A escola passou a ser palco de vigilância 
permanente dos agentes políticos do Estado. Neste período, 
editaram-se vários Atos Institucionais que eram acionados, com 
muita frequência, contra a liberdade docente.
Constituição/1988
Esta constituição significou a reconquista da cidadania sem medo. 
Nela, a educação ganhou lugar de altíssima relevância. O país 
inteiro despertou para esta causa comum. As emendas populares 
calçaram a ideia de educação como direto de todos (direito social) e, 
portanto, deveria ser universal, gratuita, democrática, comunitária 
e de elevado padrão de qualidade. Em síntese, transformadora da 
realidade. Aqui as universidades passaram a gozar de autonomia 
didático-científica administrativa e de gestão financeira e 
patrimonial, e a obedecer ao princípio de indissociabilidade entre 
ensino, pesquisa e extensão.
FONTE: Carneiro (2015, p. 29-33)
Observe, acadêmico, que a caminhada de nossa Constituição e da educação 
brasileira foi pautada por momentos históricos e fez com que pudéssemos 
determinar as necessidades do momento e das muitas mudanças que ainda 
estamos buscando dentro da Educação.
Essa busca vem de encontro às necessidades, valores, desejos e anseios da 
população, que hoje participa ativamente de forma democrática das atividades e 
propostas apresentadas.
Nossa LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação – está inserida em nossa 
Carta Magna, a Constituição Federal. Por este motivo o interesse e a necessidade 
de reconhecermos este documento como de extrema importância em nossas vidas 
profissionais. Tanto a Constituição como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
estão inseridas em nosso cotidiano. 
34
Neste tópico, você aprendeu que:
• Em muitos momentos as políticas públicas nos passam despercebidas, mas 
elas encontram-se dentro da história da humanidade. Podemos relatar também 
forte influência na Grécia Antiga, onde a palavra política tem seu berço, onde 
filósofos como Aristóteles e Platão foram os precursores desta ciência.
• “Políticas Públicas são ações geradas na esfera do Estado e que têm como 
objetivo atingir a sociedade como um todo ou partes dela” (SANTOS, 2014, p. 5).
• As políticas públicas terão eficácia a partir do momento que os cidadãos 
compreenderem como ocorre a criação dessas políticas (ações, programas) nas 
esferas federais, estaduais e, principalmente, nas que estão bem próximas de 
cada um de nós, e que estão sendo desenvolvidas – as municipais. Estas ações 
também ocorrem dentro e fora de nossas residências, e somos nós também 
responsáveis pela sua aplicabilidade, transparência e eficácia.
• As Políticas Públicas são de “responsabilidade do Estado, com base em 
organismos políticos e entidades da sociedade civil se estabelece um processo 
de tomada de decisões que derivam nas normatizações do país, ou seja, nossa 
Legislação” (MARINHO, 2014, p. 1).
• As políticas públicas retratam não só questões acerca da economia, mas do 
envolvimento de diversos segmentos, contendo condições e possibilidades de 
desenvolver mecanismos que auxiliem no crescimento e qualidade de vida da 
população.
• “A Constituição de um Estado Democrático é a cartilha na qual os cidadãos 
apreendem os fundamentos e a proteção de seus direitos, a disciplina da atuação 
e dos limites do Poder Estatal e a função social da comunidade” (MACHADO; 
CUNHA, 2016, p. 23).
• No artigo 206 da Constituição Federal, ressalta-se a garantia do ensino, a 
qualidade, a igualdade quanto ao acesso e permanência na escola, a liberdade 
de aprender, o pluralismo de ideias, gratuidade do ensino público, a gestão e 
valorização dos profissionais da educação (BRASIL, 1988).
• As universidades gozam de autonomia didático-pedagógica, administrativa e de 
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos princípios de indissociabilidade 
entre ensino, pesquisa e extensão (BRASIL, 1988).
RESUMO DO TÓPICO 1
35
• Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
 
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela 
não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de 
idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 1988).
36
1 Ao detectarmos problemas sociais, os governantes e a sociedade civil 
organizada buscam encontrar meios, as chamadas Políticas Públicas para o 
desenvolvimento de programas e ações que diminuam a situação encontrada. 
Desta forma, analise as sentenças:
I – Políticas Públicas são utilizadas somente no que diz respeito às questões 
econômicas de um país em desenvolvimento.
II – Políticas Públicas são ações que envolvem diversos segmentos da sociedade 
e auxiliam na qualidade de vida da população e aplicada pelos governantes.
III – Políticas Públicas são movimentos relativos a partidos políticos que 
compreendem sua posição de promotores da verdade.
IV – Políticas Públicas são ações que envolvem tanto a economia de um país 
com o envolvimentoda sociedade organizada e aplicada pelos governantes.
Assim, assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – F – V 
b) ( ) V – V – F – F 
c) ( ) F – V – F – F
d) ( ) V – F – F – V
e) ( ) F – V – V – F 
2 (ENADE, 2011) Com o advento da República, a discussão sobre a questão 
educacional torna-se pauta significativa nas esferas dos Poderes Executivo 
e Legislativo, tanto no âmbito Federal quanto no Estadual. Já na Primeira 
República, a expansão da demanda social se propaga com o movimento da 
escola novista; no período getulista, encontram-se as reformas de Francisco 
Campos e Gustavo Capanema; no momento de crítica e balanço do pós-1946, 
ocorre a promulgação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, em 1961. É somente com a Constituição de 1988, no entanto, que 
os brasileiros têm assegurada a educação de forma universal, como um 
direito de todos, tendo em vista o pleno desenvolvimento da pessoa no que 
se refere a sua preparação para o exercício da cidadania e sua qualificação 
para o trabalho. O artigo 208 do texto constitucional prevê como dever do 
Estado a oferta da educação tanto a crianças como àqueles que não tiveram 
acesso ao ensino em idade própria à escolarização cabida. Nesse contexto, 
avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. 
A relação entre educação e cidadania se estabelece na busca da universalização 
da educação como uma das condições necessárias para a consolidação da 
democracia no Brasil.
PORQUE
AUTOATIVIDADE
37
Por meio da atuação de seus representantes nos Poderes Executivos e 
Legislativo, no decorrer do século XX, passou a ser garantido no Brasil o direito 
de acesso à educação, inclusive aos jovens e adultos que já estavam fora da 
idade escolar.
FONTE: Disponível em: <http://www.usjt.br/uploads/lacce/letras/userfiles/files/PDF/ENADE-
PROVA.pdf>. Acesso em: 2 dez. 2016.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. 
a) ( ) As duas são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa 
correta da primeira. 
b) ( ) As duas são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma 
justificativa correta da primeira. 
c) ( ) A primeira é uma proposição verdadeira, e a segunda, falsa. 
d) ( ) A primeira é uma proposição falsa, e a segunda, verdadeira. 
e) ( ) Tanto a primeira quanto a segunda asserção são proposições falsas.
3 Cada país possui suas leis, as quais regem o sistema governamental. Em 
nosso país possuímos a Constituição que é reconhecida como a carta 
magna de um país democrático. Dessa forma, podemos definir a palavra 
Constituição como:
I – Modelo que determina aos cidadãos reconhecerem os fundamentos e 
proteção de seus direitos e deveres.
II – Documento que determina os deveres que cada cidadão deverá seguir em 
toda sua vida sem poder criticar sobre as leis.
III – Documento que determina ao cidadão reconhecer o que cabe à Família e 
ao Estado e a função social da comunidade.
IV – Modelo que demonstra as leis determinantes para que o país possa seguir 
um caminho de maneira democrática e pacífica.
Agora, assinale a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – V 
b) ( ) F – V – V – F 
c) ( ) F – F – V – F 
d) ( ) V – F – V – F
e) ( ) F – V – F – F 
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 1
38
39
TÓPICO 2
A LEI DE DIRETRIZES E BASES 
DA EDUCAÇÃO DE 1996
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Após a leitura do Tópico 1, podemos dar continuidade a nossos estudos, 
pois estamos aptos a compreender como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
foi elaborada e de onde partiu sua fundamentação.
Veremos também, neste Tópico 2, a relação que a LDB possui com o Sistema 
Educacional, suas mediações e a necessidade de sua presença neste sistema.
Cabe ressaltar que serão tratadas temáticas voltadas à organização da LDB 
nas esferas Federal, Estadual e Municipal, chegando à instituição escolar.
Esta caminhada retrata o que você, acadêmico, busca em sua formação 
profissional, o conhecimento, o reconhecimento e a capacidade de utilização destes 
documentos em sua construção profissional e pessoal.
Então, vamos continuar nosso processo de construção e, por que não dizer, 
de reconstrução do conhecimento relativo às leis que regem a Educação brasileira!
2 COMO SITUAR-SE SOBRE A LDB 
Inicialmente, vamos nos reportar ao quadro que foi apresentado a você 
referente às constituições no que diz respeito à educação (Quadro 2). Nesse 
quadro visualizamos que o caminho foi construído a partir de diversos interesses, 
incialmente voltados à corte imperial, logo depois, passados longos anos e o Brasil 
ter sofrido diversos fatos históricos, buscou levar a educação a todos como um 
direito através da elaboração de leis que pudessem abarcar essas necessidades. 
Devemos ter bem claro, caro acadêmico, que este movimento, que ainda 
ocorre e se faz necessário, não foi fácil, pois todo movimento relacionado à 
construção de novas regras leva, em muitos momentos, ao embate, em que a maneira 
de pensar de um não condiz com a forma de pensar do outro, criando inúmeras 
possibilidades de conflitos que devem ser ao final levados a um denominador 
comum. Como afirma Carneiro (2015, p. 27), “as disposições normativas do país no 
campo educacional são heterogêneas e nem sempre harmônicas e congruentes”. 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
40
Congruente; congruência: Harmonia duma coisa com o fim a que se destina; 
coerência (FERREIRA, 2001, p.186).
Assim, podemos determinar que a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação – está inserida, como relatado anteriormente, na Constituição Federal. 
Conforme Carneiro (2015, p. 27): 
A Lei da Educação deve trazer certeza e ordem de um lado e, de outro, 
deve ser mediadora entre imposições da estabilidade e as exigências da 
evolução social. Mas deve, sobretudo, ser um roteiro seguro de conceitos, 
caminhos, condutas e conclusões sob a inspiração da constituição.
Observe que a LDB também possui sua caminhada histórica, e vamos nos 
ater a ela neste momento.
A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi a Lei nº 4.024, 
de 20 de dezembro de 1961, foi difícil sua elaboração, pois foi deixada correr de maneira 
frouxa, sem acompanhamento de perto. Como afirma Carneiro (2015, p. 35-36):
Entre a chegada do texto à Câmara Federal, em outubro de 1948, e o 
início dos debates sobre o texto, em maio de 1957, decorreram oito anos 
e meio. Daí, até a aprovação, em 20 de dezembro de 1961, mais quatro 
anos e sete meses! Ou seja, entre encaminhamento, as discussões e a 
aprovação do texto, passaram-se treze anos.
Observa-se que neste caminho, muitos foram os embates, chegando o texto 
a ser aprovado no ano de 1961, um marco histórico para a Educação Brasileira, 
pois os eixos principais deste documento relatavam: 
 
i) Dos Fins da Educação
ii) Do Direito à Educação
iii) Da Liberdade de Ensino
iv) Da Administração do Ensino
v) Dos Sistemas de Ensino
vi) Da Educação de Grau Primário
vii) Da Assistência Social escolar
viii) Dos Recursos para a Educação (CARNEIRO, 2015, p. 36).
Com estes eixos, podemos perceber que a Educação Brasileira passa a ter 
um movimento linear em sua estruturação.
Após este movimento, já no ano de 1971, surge a nossa segunda Lei de 
Diretrizes e Bases, a Lei 5.692/71, a qual recebeu o nome oficial de Lei da Reforma 
do Ensino de 1º e 2º Graus, conforme Carneiro (2015, p. 36), caracterizada com 
uma gestação lenta e que também foi vista como um processo atípico, “em função 
NOTA
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
41
do contexto político em que foi gestada: período de governo discricionário com as 
liberdades civis estranguladas”.
A terceira LDB foi a Lei 9.394/1996. Esta lei também teve sua construção 
complicada, pois possui em sua base a passagem de vários governos e,conforme 
Carneiro (2015, p. 37), “[...] marcados por fortes contradições ideológicas, sua 
tramitação foi longa, conflitiva, intensa, detalhista e ambientada em contextos de 
correlações de forças ora emancipatórias, ora paralisantes”.
O início da construção deste novo documento aconteceu em 1988, mas 
perpassou por três governos, a saber: José Sarney, Fernando Collor e Fernando 
Henrique Cardoso. 
Diante deste quadro, muitos anos foram necessários para sua construção 
e desconstrução, pois com as mudanças de governo, mudavam-se as formas de 
compreender as políticas públicas envolvendo a educação.
A discussão e tramitação da Lei 9.394/1996 no Congresso Nacional 
prolongaram-se, [...], pois passou por várias relatorias, teve vários 
substitutivos, ziguezagueou da Câmara para o Senado e vice-versa 
em ritmo de fluxo legislativo variado, submetida a movimentações 
burocráticas e de técnica legislativa que traduziam, com esforços 
ora explícitos, ora camuflados, um percurso tortuoso de conflitos 
ideológicos e de interesses contraditórios (CARNEIRO, 2015, p. 38).
Observa-se que os interesses aqui envolvidos estavam voltados para uma 
“visão agudamente desigual dos mecanismos de controle social, a partir dos 
espaços de governo e das escalas de comando dos protagonistas e atores do palco 
educacional, sobretudo daqueles posicionados na ponta do sistema: a escola” 
(CARNEIRO, 2015, p. 38).
Com isso, a construção desta nova Lei foi determinante no que diz respeito 
à busca do diálogo, pois “há de se reconhecer que o tempo ensinou o que ainda não 
se aprendera com o tempo: a estratégia das Conciliações abertas, na feliz expressão 
do sociólogo e deputado federal Florestan Fernandes” (CARNEIRO, 2015, p. 38).
Diante do exposto, podemos determinar que todos os embates ficaram 
focados diretamente em três blocos apresentados pelo professor Moaci Alves 
Carneiro, integrante da equipe que auxiliou na elaboração do texto final da LDB. 
Ficaram assim elencados:
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
42
QUADRO 3 – ETAPAS DE ESTUDO DA FORMAÇÃO DA LDB 9.394/96
BLOCO UM
• O direito à educação e o dever de educar.
• Definição de educação e respectivos fins, princípios, níveis escolares e focos.
• Público e privado na oferta de educação.
• Formas de organização da educação escolar e, sobretudo, da educação básica.
• Níveis e distribuição de responsabilidades entre União, estados, DF e municípios.
• Financiamento da educação.
• Funcionalidades e limites do ensino privado.
• Formação de professores e extensão do conceito de trabalhadores da educação para todos os 
“atores escolares”.
• Gestão democrática da escola.
BLOCO DOIS
• Educação escolar: compreensão, organização e oferta.
• Diretrizes e Parâmetros Curriculares para a educação básica.
• Componentes estruturantes da universidade, funções e sistemas de articulação.
• Modalidades de articulação entre os vários níveis de ensino.
• Estrutura e Funcionamento dos Sistemas de Ensino.
• Saberes formais e não formais dentro dos currículos em operação.
• Educação escolar para a diversidade e manejos de políticas educacionais para a inclusão social.
• Organização das modalidades de ensino, com destaque para a Educação de Jovens e Adultos, 
Educação Especial, Educação Profissional e Educação Indígena.
BLOCO TRÊS
• Oferta de educação escolar e regime de colaboração.
• Formas de organização, estrutura e funcionamento de todos os níveis e modalidades de ensino.
• “Refaces” da Educação Superior, novas tipologias de curso e indissociabilidade das funções de 
ensino, pesquisa e extensão.
• Educação Profissional e Mercado de Trabalho.
• Reestruturação do esquema de cursos de formação de professores.
• Reposicionamento do estado em relação à rede Federal de Instituições de Ensino Técnico.
• Criação de Universidades especializadas por campo de saber.
• Credenciamento de instituições de Educação a Distância.
• Sistema Nacional de Avaliação.
FONTE: CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: Leitura crítica e compreensiva artigo a artigo (2015, p. 
39-40).
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
43
Com o que foi apresentado acima, podemos destacar que os avanços 
ocorreram e estamos colhendo na atualidade alguns destes frutos.
A Lei 9.394 é aprovada pelo plenário do Senado Federal em 8 de fevereiro 
de 1996, conforme Carneiro (2015 p. 41-42), “[...] retornando, em sucessivo, à 
Câmara dos Deputados. Ali, o Substitutivo originário do Senado recebe outro 
relator, incorpora emendas e é, afinal, aprovado sem vetos, assumindo a forma da 
Lei 9.394/1996”.
A Lei 9.934/96 pode ser encontrada em sua escola ou no site do Ministério da Educação: 
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12907:legislacoes&
catid=70:legislacoes>, consulte.
Carneiro (2015, p. 42) afirma que ao texto atualizado da LDB, atribui-
se quatro comprovações referentes à educação e sua aplicabilidade, assim 
apresentadas por ele:
I. A educação é um campo estratégico de lutas políticas entre forças de 
permanência e forças da mudança. Para as primeiras, a educação é um 
‘produto’, para as segundas um ‘processo’.
II. O ambiente político que hospedou as longas, detalhadas, conflitivas 
e contraditórias agendas de debate político, no âmbito do processo 
de elaboração da atual LDB, foi marcado por esforços continuados de 
desqualificar o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública na LDB e, 
ainda, de elidir o esforço do Bloco Parlamentar em Defesa da Educação 
Pública, formado e consolidado ao longo da Constituinte.
III. A inversão dos mecanismos de controle político, com a prevalência 
da vontade onipotente do Executivo sobre o Legislativo, deslocou os 
focos relacionais entre Educação/Estado/Sociedade/Economia/Cultura.
IV. A mobilização da sociedade civil organizada constitui empuxe 
fundamental para remover tentativas de descaminhos do estado e de 
desvios do Poder Político. No caso em tela, os veementes protestos de 
entidades e atores do campo educacional, as manifestações dirigidas 
ao Parlamento Nacional e ao MEC, os encontros locais, regionais e 
nacionais – com destaque para o I Congresso Nacional em Defesa da 
Escola Pública (julho/agosto de 1996, em Belo Horizonte, reunindo mais 
de cinco mil participantes) e, ainda, o trabalho incansável e vigilante do 
Fórum junto ao Congresso Nacional, com o apoio da imprensa, foram 
fatores decisivos para assegurar o caminho de avanços desejados. 
Pode-se dizer que este conjunto de forças e iniciativas de mobilização 
política contribuiu significativamente para conter o alargamento de 
deformações no texto em curso legislativo e, assim, para desenhar 
um campo normativo-educacional mais consentâneo com a realidade 
democrática do país.
DICAS
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
44
Estas comprovações denotam que a caminhada para termos hoje a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394/96 não foi algo fácil, ocorreram forças que 
sentiam a necessidade de determinar o que, como e qual leitura deveria ser feita 
sobre este documento. 
Em relação aos blocos apresentados anteriormente, podemos determinar que 
esta LDB trouxe avanços significativos em vários momentos de sua escrita. Os avanços 
estão apresentados na defesa da escola pública, na defesa ao profissional da educação, 
na maneira como o Estado organiza e oferece a Educação Superior, dentre outros. 
Com isso, podemos determinar que a LDB é e está em constante transformação.
Caro acadêmico, para alguns, o que vimos até o momento pode ser 
determinado como algo dispensável, mas não o é, pois estes movimentos históricos 
vivenciados na construção tanto da Constituição como da Lei de Diretrizes e 
Bases devem ser vistos como “radiografias vivas dos antagonismos da sociedade 
brasileira e, sobretudo, como expressões de significaçõesdo passado e de matéria-
prima para ressignificações no futuro, dentro de uma visão reinterpretada de novas 
possibilidades do Brasil como sociedade democrática” (CARNEIRO, 2015, p. 43).
Com isso podemos determinar que se necessita a cada momento redescobrir 
o que há de essencial dentro dos meios políticos e sociais, para assim reconstruirmos 
nossa história e modificar, se necessário, os caminhos na fortificação de leis mais 
flexíveis para a melhor condução da Educação no Brasil.
3 A LDB E SUA ESTRUTURAÇÃO
Caro acadêmico, diante do exposto até o momento, podemos determinar 
que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação também possui uma estruturação, e 
possui, conforme Santos (2012 p. 30), “um status diferenciado”.
Esse status caracteriza a LDB como “a maior de todas as políticas públicas 
regulatórias, pois sua estrutura define as relações, os acordos e os conflitos que 
podem se desenrolar no âmbito da educação brasileira” (SANTOS, 2012, p. 30).
Ao tratarmos da estruturação da LDB, nos deparamos com um documento 
que passou e passa por modificações nos artigos, sendo estes modificados por 
diversos motivos.
Quanto à estruturação do documento, podemos assim determiná-la: possui 
nove títulos, 92 artigos, além de cinco capítulos, tendo o capítulo II cinco seções.
Assim apresenta-se:
Título I – Da educação
Título II – Dos princípios e fins da educação nacional
Título III – Do direito à educação e do dever de educar
Título IV – Da organização da educação nacional
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
45
Título V – Dos níveis e das modalidades de educação e ensino
Capítulo I – Da composição dos níveis escolares
Capítulo II – Da Educação Básica
Seção I – Das disposições gerais
Seção II – Da Educação Infantil
Seção III – Do Ensino Fundamental
Seção IV – Do Ensino Médio
Seção IV-A – Da educação profissional técnica de nível médio
Seção V – Da educação de jovens e adultos
Capítulo III – Da educação profissional e tecnológica
Capítulo IV – Da educação superior
Capítulo V – Da educação especial
Título VI – Dos profissionais da educação
Título VII – Dos recursos financeiros
Título VIII – Das disposições gerais
Título IX – Das disposições transitórias
Com esta exposição podemos compreender o que antes Carneiro (2015) 
nos apresentou em suas considerações sobre a construção da LDB. Possuímos um 
documento com largas possibilidades de mudanças sociais e políticas públicas que 
auxiliam na caminhada política educacional brasileira.
Tanto a Constituição Federal como a LDB estão interligadas, dando, 
assim, condições de mesclar sua estruturação e alinhamentos. Para que você 
tenha maiores conhecimentos sobre a LDB na íntegra, solicitamos que busque nas 
páginas do Portal do Ministério da Educação esse documento, ou no link <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. 
4 BREVE ANÁLISE DOS TÍTULOS DA LDB
Faremos, agora, em algumas páginas a análise de cada título da LDB, para 
sua melhor compreensão e análise:
Título I
Da Educação
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem 
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de 
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade 
civil e nas manifestações culturais.
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à 
prática social (BRASIL, 1996, grifo do original).
Podemos observar que este artigo não trata somente da educação formal, 
mas da que ocorre também fora das universidades e das escolas (informal), como 
nos espaços da família, no trabalho, nas organizações sociais, nas associações, nos 
sindicatos, entre outros.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
46
Ainda neste artigo, no § 2º, quando trata da vinculação ao mundo do 
trabalho e a prática social, a educação passa a ser vista através de quatro conceitos 
estruturantes, assim apresentados por Carneiro (2015, p. 52, grifos do original):
a) Prática social: atividade socialmente produzida, ao mesmo tempo, 
produtora de existência social. Significa, também, soma de processos 
históricos determinados pelas ações humanas.
b) Mundo do trabalho: ambiente de construção de sobrevivência, mas 
também de transformação social.
c) Movimentos sociais: esforços organizados de construção de espaços 
alternativos de organização coletiva com vistas à emancipação das 
coletividades.
d) Manifestações culturais: expressões da cultura enquanto conceito 
antropológico. Reporta o mundo que o homem cria através de sua 
intervenção sobre a natureza, ou seja, através de seu trabalho. Neste 
sentido, não há cultura superior a outra, há, isto sim, culturas diferentes.
Estes conceitos retratam o que nós, educadores, das mais diversas áreas 
necessitamos saber, e distinguir o que significa o mundo do trabalho de mercado 
do trabalho.
De acordo com Carneiro (2015, p. 52), o mundo do trabalho é “o campo 
por excelência da realização humana e da construção coletiva da cidadania com 
qualidade de vida”. Com relação ao mercado de trabalho, o mesmo autor afirma 
que: “é lugar da empregabilidade, dos pontos fixos de ocupação e, portanto, da 
profissionalidade. E embora diferentes, estes conceitos se completam em uma 
visão unificadora de desenvolvimento e formação”.
Ainda em relação a este parágrafo, podemos determinar que a escola é o espaço 
que assegura a entrada do sujeito na vida intelectual, o auxiliando na construção de 
seus conhecimentos de forma sistematizada, conforme Carneiro (2015, p. 53):
[...] ela abre os caminhos de todos e de cada um para uma relação 
criativa com o saber produzido pelo ser humano trabalhador. Ora 
se é verdade que o sujeito aprendente apropria-se de uma parte do 
patrimônio cultural humano, é também verdade que a conexão entre 
sujeito e saber – entre educação escolar e vida – se dá pelo trabalho. Por 
isso, pode-se dizer, em um certo sentido, que o primeiro princípio do 
saber é o trabalho, fonte de prática social.
Título II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos 
princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por 
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996, 
grifo do original).
Observamos que a Constituição Federal possui escrita similar ao apresentado 
no Artigo 2º. Encontramos, nesse artigo, as responsabilidades relativas ao Estado e 
às famílias no que se refere à Educação.
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
47
Ao Estado cabe se organizar ou se balizar de maneira legal frente à 
educação, observando o que segue na Constituição Federal nos artigos 208 a 214 
já apresentados anteriormente. Além do que apresenta a LDB (Lei 9.349/96) e 
o Estatuto da Criança e do Adolescente, Capítulo IV (Do Direito à Educação, à 
Cultura, ao Esporte e ao Lazer) (Lei 8.069/90) (CARNEIRO, 2015).
Quanto à finalidade da educação, ela se apresenta em três momentos, 
sendo eles: a obtenção do pleno desenvolvimento do educando, dando ao 
indivíduo dentro de sua aprendizagem um desenvolvimento suave e progressivo. 
Preparação para o exercício da cidadania: desenvolver o conceito de cidadania 
de maneira global, observando que esta construção é gradativa, necessita de 
observância. Qualificação para o trabalho: a escola necessita se organizar de 
maneira a repassar ao educando uma relação educação-trabalho, voltada para 
tornar o trabalho altamente produtivo e que o conhecimento construído possa 
auxiliar no desenvolvimento do educando.
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da 
legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extraescolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;
XII - consideração com a diversidade étnico-racial (Incluído pela Lei nº 
12.796, de 2013) (BRASIL, 1996).
Nesse artigo temos 12 princípios, os quais devem nortear o ensino brasileiro. 
Sabemos que muitos desses princípios ainda estão em construção no que diz 
respeito a sua prática diária, mas denotam avanços ocorridos em nossa sociedade 
e na implementação dos direitos e garantias de qualidade e valorização dos 
profissionais da educação escolar, desenvolvimento de concepções pedagógicas e 
sua aceitação, além das questões relativas à diversidade étnico-racial.
Título III
Do Direito à Educação e do Dever de Educar
Este título é formado por quatro artigos, art. 4º, 5º, 6º e 7º que tratam 
dos deveres e responsabilidades do Estado e da sociedade civil, no que tange à 
educação escolar. Podemos perceber que o artigo 4º sofreu mudanças através da 
Lei 12.796/2013, que amplia os níveis de educação escolar básica como gratuita 
e obrigatória, sendo assim delineados: Educação Infantil da Pré-escola, o Ensino 
Fundamental e o Ensino Médio.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
48
Você, acadêmico, já deve ter observado em sua escola, ou com seus 
familiares que possuem crianças em idade escolar, a mudança ocorrida no que diz 
respeito a matrículas. A partir de agora, os pais devem matricular seus filhos na 
Educação Infantil, a partir dos 4 anos, levando-os para a pré-escola. Cabe ressaltar 
que esta mudança ocorreu pelo fato de que anteriormente aos pais era obrigatória 
a matrícula a partir dos seis anos, sendo que a única forma de educação obrigatória 
era o Ensino Fundamental.
Assim, a Pré-escola integra a Educação Infantil, a qual representa a primeira 
etapa da Educação Básica. 
Conforme Carneiro (2015, p. 92): “A Educação Infantil tem como finalidade 
o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos de idade, com foco em 
quatro dimensões: A – desenvolvimento físico; B – desenvolvimento psicológico; 
C – desenvolvimento intelectual e D – desenvolvimento social”.
Com relação ao Ensino Fundamental, pode-se afirmar que é uma sequência 
do que já foi iniciado na Educação Infantil, dando ênfase em: 
seu desenvolvimento da capacidade de aprendizagem; aprofundamento 
no processo de alfabetização; compreendimento nas esferas cultural, 
social, natural, educacional, político e econômico, aproximando-se 
também das tecnologias, das artes, da cultura e dos valores em que 
a sociedade se fundamenta. Observa-se, também, a necessidade do 
fortalecimento dos vínculos familiares, a observância em relação à 
solidariedade humana (CARNEIRO, 2015, p. 97).
Esta etapa da Educação Fundamental possui duração de nove anos 
obrigatórios e gratuitos. Assim organizados: Anos Iniciais (formado por cinco 
anos); Anos Finais (formado por quatro anos). 
O Ensino Médio passou por diversas mudanças, você, acadêmico, pode 
observar no Portal do MEC as diversas alterações, sendo que na atualidade este nível 
de ensino passa a ser como “oferta obrigatória universal e gratuita” (CARNEIRO, 
2015, p. 103). Com esta dita universalização do Ensino Médio gratuito, ele passa a aliar 
três níveis de alcance. São eles, conforme Carneiro (2015, p. 103, grifos do original):
Social, porque eleva o padrão de escolaridade do cidadão brasileiro, 
aprimorando os níveis de compreensão política em geral; cultural, 
porque ressitua as pessoas no contexto das diversas linguagens 
atuais, ampliando as chances de multiplicar os espaços dialógicos e 
interacionistas e, por fim, econômico, porque qualifica o trabalhador, 
ensejando uma relação profissional mais adequada com as 
transformações produtivas e com a TECNOCIÊNCIA.
Cabe salientar que a organização do Ensino Médio tem como foco, conforme 
o art. 26, da Res. nº 04/2010-CNE, apresentado por Carneiro (2015, p. 105):
a) A consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos assimilados 
no Ensino Fundamental.
b) A preparação básica para a cidadania e o trabalho.
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
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c) O desenvolvimento do aluno como pessoa humana.
d) A formação ética e estética do aluno associada ao desenvolvimento 
da autonomia intelectual e do pensamento crítico.
e) A compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos da 
produção contemporânea.
f) A aquisição de competências e habilidades para continuar aprendendo 
ao longo da vida.
Cabe aqui uma reflexão: frente a estas finalidades podemos nos ater ao que 
realmente está sendo realizado em nossas escolas. Em sua visão, o Ensino Médio 
possui estas ações ou fins em nosso cotidiano pedagógico? Estamos realizando 
estes movimentos para chegarmos a estes fins?
Cabe ressaltar, também, a presença do “III - atendimento educacional 
especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais 
do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos 
os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino; 
[...]” (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) (BRASIL, 2013). Este atendimento 
educacional especializado necessita de uma organização, a qual assim pode ser 
determinada, conforme Carneiro (2015, p. 122):
i) Matrícula dos alunos preferencialmente nas escolas regulares e nas 
classes comuns; 
ii) Professores devidamente capacitados e especializados;
iii) Flexibilizações e adaptações curriculares com foco no significado 
prático e instrumental dos conteúdos essenciais;
iv) Metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados;
v) Processos de avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos 
que apresentam necessidades educacionais especiais;
vi) Projeto pedagógico permeável à diferença e à diversidade;
vii) Serviços de apoio pedagógico especializado para complementação 
ou suplementação curricular, utilizando equipamentos e materiais 
específicos;
viii) Rede de apoio interinstitucional que envolva equipes 
multidisciplinares a serem acionadas sempre que necessário para o 
sucesso do aluno em seu processo de aprendizagem.
Caro acadêmico, você poderá se perguntar: como ocorre esta educação 
inclusiva, qual sua fundamentação?
O fundamento da educação inclusiva, segundo a Declaração de Salamanca, 
é: “[...] que todas as crianças, sempre que possível, devem aprender juntas, 
independentemente de suas dificuldades e diferenças. A inclusão educativa é um 
movimento da sociedade planetária com três décadas de história, enraizada no respeito 
intransigente aos direitos humanos” (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 1994, p. 1).
Ouve-se muito falar em educação inclusiva, assim, salientamos que o Brasil 
é um país que buscou alinhar seus parâmetros de conduta que implicam em ações e 
atitudes de todos os profissionais, sejam da esfera Federal, Estadual ou Municipal, 
incluindo os profissionais das escolas.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
50
• Aprender é uma ação humana em cuja centralidade está o aluno.
• Adaptar o conteúdo escolar é ação do próprio aluno no âmbito do 
processo de autorregulação.
• Modular a assimilação dos conhecimentos é processo dependente das 
limitações e possibilidades do aluno.
• Reconhecer e valorizar as diferenças é o primeiro passo para a escola 
comum recriar suas práticas pedagógicas.
• Trabalharcom uma gama variada de atividades é o grande desafio do 
professor da educação especial.
• Aferir programas no campo da aprendizagem e, não, conferir 
quantidade de conteúdos programáticos aprendidos, é a forma 
adequada de proceder à avaliação dos alunos com deficiência.
Com relação aos sujeitos da Educação Especial, a LDB possui seu olhar para 
o atendimento educacional especializado a três grupos, que são: os alunos com 
deficiência, os alunos com transtornos globais do desenvolvimento e os alunos 
com altas habilidades.
Estas questões estudaremos com maior profundidade em cadernos como o de 
LIBRAS.
Dando sequência aos estudos, vamos ao próximo título.
Título IV
Da Organização da Educação Nacional
Este título vai do art. 8º ao 20, que trata da organização da educação 
nacional, apresentando as competências de cada nível da federação, sendo eles: 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Ressalta-se que neste momento da 
organização da educação nacional todos os segmentos devem buscar um trabalho 
de colaboração que auxilie na aplicação das políticas públicas.
Cada esfera possui suas responsabilidades, assim aferidas na LDB – Lei 
9.349 (BRASIL, 1996, grifo do original):
Art. 9º A União incumbir-se-á de: (Regulamento)
I - elaborar o Plano Nacional de Educação, em colaboração com os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do 
sistema federal de ensino e o dos Territórios;
III - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus sistemas de 
ensino e o atendimento prioritário à escolaridade obrigatória, exercendo 
sua função redistributiva e supletiva;
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o 
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
51
ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e 
seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum;
IV - A - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, diretrizes e procedimentos para identificação, 
cadastramento e atendimento, na educação básica e na educação superior, 
de alunos com altas habilidades ou superdotação; (Incluído pela Lei 
nº 13.234, de 2015)
V - coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação;
VI - assegurar processo nacional de avaliação do rendimento escolar 
no ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os 
sistemas de ensino, objetivando a definição de prioridades e a melhoria 
da qualidade do ensino;
VII - baixar normas gerais sobre cursos de graduação e pós-graduação;
VIII - assegurar processo nacional de avaliação das instituições de 
educação superior, com a cooperação dos sistemas que tiverem 
responsabilidade sobre este nível de ensino;
IX - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, 
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino. (Vide Lei nº 10.870, de 
2004)
§ 1º Na estrutura educacional, haverá um Conselho Nacional de 
Educação, com funções normativas e de supervisão e atividade 
permanente, criado por lei.
§ 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a União 
terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os 
estabelecimentos e órgãos educacionais.
§ 3º As atribuições constantes do inciso IX poderão ser delegadas aos 
Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituições de 
educação superior.
Tomamos a liberdade de apresentar na íntegra este documento, pois denota 
a importância de sabermos qual a responsabilidade de cada esfera federativa no 
que diz respeito à Educação.
Observamos no Artigo 9º, que compete à União, a sistematização e análise 
dos dados oriundos de todas as redes de ensino. Caro acadêmico, você já ouviu 
falar sobre o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e o Sinaes 
(Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior)? Pois bem, trataremos 
deles mais adiante, mas podemos dizer que eles são mecanismos que a União 
utiliza para a sistematização e análise de dados educacionais. Os artigos a seguir 
tratam da incumbência dos Estados, Distrito Federal e Municípios (BRASIL, 1996).
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos 
seus sistemas de ensino;
II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino 
fundamental, as quais devem assegurar a distribuição proporcional 
das responsabilidades, de acordo com a população a ser atendida e os 
recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder 
Público;
III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância 
com as diretrizes e planos nacionais de educação, integrando e 
coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;
IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, 
respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino;
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
52
V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o 
ensino médio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 
38 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009).
VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual (Incluído 
pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003).
Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências 
referentes aos Estados e aos Municípios.
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:
I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos 
seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacionais 
da União e dos Estados;
II - exercer ação redistributiva em relação as suas escolas;
III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;
IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu 
sistema de ensino;
V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com 
prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros 
níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente 
as necessidades de sua área de competência e com recursos acima 
dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à 
manutenção e desenvolvimento do ensino.
VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede 
municipal (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003).
Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar 
ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de 
educação básica.
Conforme Santos (2012, p. 36), “também vale destacar que a redação da 
LDB aponta claramente para uma integração entre os sistemas de ensino municipal 
e estadual, coisa que ainda está muito longe de acontecer”.
Observe, acadêmico, que tanto estados como municípios possuem 
autonomia de baixar normas complementares, desde que estas não arranhem os 
princípios gerais apresentados na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
Já o Artigo 12 tem como funcionalidade apresentar as atribuições dos 
estabelecimentos de ensino (BRASIL, 1996):
Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns 
e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento;
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedadecom a escola;
VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o rendimento 
dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica;
VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for 
o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos 
alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; 
(Redação dada pela Lei nº 12.013, de 2009)
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
53
VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da 
Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação 
dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta 
por cento do percentual permitido em lei (Incluído pela Lei nº 10.287, 
de 2001).
Percebemos quais são as incumbências do estabelecimento educacional 
em relação ao seu funcionamento. Cabendo observância no cumprimento das 
horas-aula, dos dias letivos. Observa-se, também, a presença da sociedade civil 
no que diz respeito ao número elevado de faltas do educando, tendo a escola a 
responsabilidade de acionar o Conselho Tutelar. Podemos, ainda, ousar em 
dizer que todo o artigo busca a gestão compartilhada, sendo a responsabilidade 
participada entre Estado, escola e a sociedade civil. Cabe ressaltar também as 
incumbências do profissional da educação, que estão assim alinhadas na LDB:
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento 
de ensino;
II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica 
do estabelecimento de ensino;
III - zelar pela aprendizagem dos alunos;
IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor 
rendimento;
V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar 
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao 
desenvolvimento profissional;
VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias 
e a comunidade.
Observamos nesse artigo que os profissionais da educação são chamados a 
se posicionar como profissionais da educação, e não como meros coadjuvantes do 
sistema educacional. Sabemos das lacunas existentes dentro do sistema educacional, 
principalmente no que tange à valorização do professor, mas necessitamos buscar 
meios para que este quadro se modifique. Para isso, necessitamos fazer o que você 
está realizando agora, a busca do conhecimento das leis, de nossos deveres e de 
nossos direitos neste processo.
Visto isso, vamos utilizar as palavras de Santos (2012, p. 38), que se refere 
aos demais artigos deste título IV:
No que alude aos sistemas de ensino, os arts. 14 e 15 atribuem-lhes a 
responsabilidade de promover a gestão democrática do público, além 
de assegurar autonomia administrativa e pedagógica às unidades que 
os compõem.
Os arts. 16, 17 e 18 definem a área de abrangência de cada sistema 
de ensino. A esse respeito, cabe observar que, curiosamente, as 
instituições de educação infantil mantidas pela iniciativa privada 
integram os sistemas municipais de ensino, ainda que sua autonomia 
didático-administrativa e financeira seja preservada. Já os arts. 19 e 20 
regulamentam as definições de instituição pública (art.19) e privada 
(art.20) de ensino.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
54
Partiremos agora para o título que se refere aos níveis e modalidades de 
Educação e Ensino.
Título V
Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
Capítulo I
Da Composição dos Níveis Escolares
“Art. 21. A educação escolar compõe-se de:
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e 
ensino médio;
II - educação superior” (BRASIL, 1996).
Na sua estrutura educacional, a educação escolar possui esta organização:
• Creche: três anos de duração. Destinado às crianças de 0 a 3 anos.
• Pré-escola: dois anos de duração. Para crianças de 4 a 5 anos.
• Ensino Fundamental: nove anos de duração. Para crianças de 6 a 14 
anos.
• Ensino Médio: mínimo de três anos de duração. Destinado a alunos de 
15 a 17 anos (CARNEIRO, 2015, p. 142).
De acordo com Carneiro (2015, p. 142):
Quando as etapas e fases de aprendizagem circulam fora da previsão 
de idades regulares, assumem configurações diversas, de ensino não 
regular, voltada para o perfil de alunos que fogem à norma, como é 
o caso, entre outros, de estudantes com atraso de matrícula e/ou no 
percurso escolar, de jovens e adultos sem escolarização ou com esta 
incompleta. Para estas outras situações, há previsão na LDB (art. 24, Inc. 
V, alínea b e art. 37 e 38), e, desdobramento, na Res. CNE/CEB 4/2010, 
art. 21, parágrafo único).
Do artigo 22 ao 60 vamos mostrar quais as habilidades que o profissional 
da educação deve possuir. O título V é o mais extenso, e que possui elevado 
número de ações, que enquanto profissional da educação ou futuro profissional 
da educação, necessita estar atento. Assim, podemos apresentar sua composição:
Capítulo II – da Educação Básica. Que se subdivide em:
Seção I – Das Disposições Gerais (art. 22 ao art. 28).
Seção II – Da Educação Infantil (art. 29 ao art. 31).
Seção III – Do Ensino Fundamental (art. 32 ao art. 34)
Seção IV – Do Ensino Médio, incluindo a seção IV-a – Da Educação 
Profissional Técnica de Nível Médio (art. 35 ao art. 36 –D).
Seção V – Da Educação de Jovens e Adultos (art. 37 e 38).
O Capítulo I já referimos anteriormente, definindo assim os níveis de 
ensino, suas funcionalidades, sua hierarquização, a qual se apresenta também na 
Constituição Federal.
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
55
Sabemos que há muito ainda para ser desenvolvido e discutido frente à 
Educação Básica, para chegar à universalização da Educação.
Universalização: tornar comum (FERREIRA, 2001, p. 736).
Já o Capítulo II, traz a Educação Básica como foco, trazendo a ideia de 
que a Educação Básica não está somente focada na preparação para o Ensino 
Superior, mas sim, sendo vista como etapa fundamental na formação humana 
de cada cidadão. Abarca também a Educação Infantil até o Ensino Médio, define 
as regras referentes ao Ensino Religioso e a estruturação do Ensino Médio. Os 
elementos aqui apresentados “encontram-se na LDB de maneira ampla e flexível 
[...] resta às escolas e aos sistemas de ensino a tarefa de definir o que seria 
‘humano’, para só então utilizar a educação básica como modelo de formação 
humana” (SANTOS, 2012, p. 41). No que diz respeito à ideia de cidadania, ainda 
nos apresenta Santos (2012, p. 41):
 
[...] embora a educação básica seja concebida como elemento 
indispensável para a formação da cidadania, se não houver uma 
definição de cidadania, um conceito como esse cai no vazio das 
definições, carecendo da clareza necessária para expressar uma 
diretriz de formação humana, tal como a pretendida nessa visão de 
educação básica. 
Ainda em relação às regras referentes ao ensino religioso, que se apresentam 
no art. 33 da LDB, encontramos muitas controvérsias. Conforme Santos (2012, p. 42): 
Essa controvérsia é enfrentada na LDB da seguinte maneira: o ensino 
religioso deve ser oferecido obrigatoriamente nas escolas, mas sua 
matrícula é facultativa ao aluno. Para evitar problemas relativos aos 
proselitismos e/ou à intolerância religiosa, a saída tentada, no âmbito 
da LDB, foi de que o conteúdo dessa matéria fosse definido a partir de 
associações civis (nos sistemas de ensino), composta por representantes 
das diversas confissões e denominações religiosas. Aparentemente, 
isso garantiria uma solução democrática no que compete às decisões 
tomadas pelos representantes dos credos, na escolha de conteúdo do 
ensino religioso, mas, na realidade, isso trouxe – e continua trazendo – 
tanta controvérsia que, na prática, essa é uma questão indefinida.
No que diz respeito ao Ensino Médio, e como já vimosanteriormente, a 
LDB expõe que o tempo de duração desse ensino é de três anos, compondo assim 
a etapa final da educação básica. Vejamos o art. 36, no que tange ao currículo 
(BRASIL, 1996):
 
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado 
da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação 
NOTA
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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da sociedade e da cultura; a língua portuguesa como instrumento de 
comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a 
iniciativa dos estudantes;
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina 
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em 
caráter optativo, dentro das disponibilidades da instituição.
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas 
obrigatórias em todas as séries do ensino médio. (Incluído pela Lei 
nº 11.684, de 2008)
No que diz respeito à seção IV-A, encontramos a Educação Profissional 
Técnica de Nível Médio (art. 35 ao art. 36-D). Estes artigos retratam como será 
desenvolvida esta educação profissional técnica (BRASIL, 1996):
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino 
fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à 
habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de 
ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei 
nº 11.741, de 2008)
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o 
esteja cursando, efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e 
podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades 
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades 
educacionais disponíveis; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios 
de intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao 
desenvolvimento de projeto pedagógico unificado (Incluído pela Lei nº 
11.741, de 2008).
Com relação à titulação, a LDB assim determina para a Educação Profissional 
Técnica de Nível Médio:
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de 
nível médio, quando registrados, terão validade nacional e habilitarão 
ao prosseguimento de estudos na educação superior. (Incluído pela 
Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível 
médio, nas formas articulada concomitante e subsequente, quando 
estruturados e organizados em etapas com terminalidade, possibilitarão 
a obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a 
conclusão, com aproveitamento de cada etapa que caracterize uma 
qualificação para o trabalho (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) 
(BRASIL, 1996).
E por último, na Seção V – Da Educação de Jovens e Adultos, em seu artigo 
37 diz que:
“Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não 
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na 
idade própria” (BRASIL, 1996).
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
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Com este artigo podemos determinar que grande parte das matrículas do 
EJA se encontram na rede pública, e o EJA tem a função de viabilizar e estimular o 
acesso destes educandos à educação de qualidade e mediante ações integradoras.
Outro fator a ser observado diz respeito ao art. 38, relativo à avaliação 
destes indivíduos. Que assim prescreve:
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, 
que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando 
ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de 
quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito 
anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por 
meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.
No que cabe ao Capítulo III – Da Educação Profissional e Tecnológica, 
esta possui quatro artigos (art. 39 ao art. 42), que trazem em sua fundamentação 
os conceitos de educação profissional e de tecnologia, além da articulação com a 
educação regular.
O Capítulo IV – Da Educação Superior, compõem-se de 15 artigos (art. 43 ao 
57). A educação superior é vista como o “segmento que fecha o arco da composição 
da educação formal e da oferta de ensino institucional sequenciado, de acordo com 
a legislação educacional do país” (CARNEIRO, 2015, p. 500). Nesse capítulo, o 
ensino superior se desdobra em cursos e programas, presentes no Artigo 44, sendo 
estes estruturados com o ensino, pesquisa e extensão.
Já os Artigos 45 e 46 trazem a quem compete a docência desse ensino, além 
das questões relativas à autorização e reconhecimento dos cursos.
Art. 45. A educação superior será ministrada em instituições de ensino 
superior, públicas ou privadas, com variados graus de abrangência ou 
especialização.
Art. 46. A autorização e o reconhecimento de cursos, bem como o 
credenciamento de instituições de educação superior, terão prazos 
limitados, sendo renovados, periodicamente, após processo regular de 
avaliação. 
§ 1º Após um prazo para saneamento de deficiências eventualmente 
identificadas pela avaliação a que se refere este artigo, haverá 
reavaliação, que poderá resultar, conforme o caso, em desativação de 
cursos e habilitações, em intervenção na instituição, em suspensão 
temporária de prerrogativas da autonomia, ou em descredenciamento. 
§ 2º No caso de instituição pública, o Poder Executivo responsável por 
sua manutenção acompanhará o processo de saneamento e fornecerá 
recursos adicionais, se necessários, para a superação das deficiências.
O Artigo 47 trata do ano letivo, na educação superior, sendo necessária a 
carga horária mínima de duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo, sendo excluído 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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o tempo reservado aos exames finais, quando forem oferecidos. Trata ainda este 
artigo de questões relativas ao oferecimento de cursos de qualidade tanto no período 
diurno como noturno. Elenca-se também a obrigatoriedade da frequência de alunos e 
professores às aulas como mecanismo de controle institucional.
 
No Artigo 48, dispõe-se sobre os diplomas de curso superior reconhecido. Estes 
quando registrados, terão validade nacional como comprovação da formação recebida 
pelo acadêmico. Algo importante a ser ressaltado é o que se apresenta a seguir:
§ 1º Os diplomas expedidos pelas universidades serão por elas próprias 
registrados, e aqueles conferidos por instituições não universitárias serão 
registrados em universidades indicadas pelo Conselho Nacional de 
Educação.
§ 2º Os diplomas de graduação expedidos por universidades estrangeiras 
serão revalidados por universidades públicas que tenham curso do mesmo 
nível e área ou equivalente, respeitando-se os acordos internacionais de 
reciprocidade ou equiparação.
§ 3º Os diplomas de Mestrado e de Doutorado expedidos por universidades 
estrangeiras só poderão ser reconhecidos por universidades que possuam 
cursos de pós-graduação reconhecidos e avaliados, na mesma área de 
conhecimento e em nível equivalente ou superior.
O § 1º traz uma inovação, conforme trata Carneiro (2015, p. 565):
O § 1º inova ao permitir que diplomas expedidos por universidades 
sejam por elas próprias registrados. Neste caso, as universidades devem 
estar autorizadas a funcionar e devem estar reconhecidas legalmente. 
Legislação recente permite que qualquer universidade – pública ou 
privada – possa registrar diplomas de IES não universitárias.Por outro 
lado, permite igualmente que os centros universitários registrem seus 
próprios diplomas.
IES – Instituições de Educação Superior
Com relação ao Artigo 49, ele trata da aceitação de transferência de alunos 
regulares para cursos afins, existindo vagas para tal processo.
No Artigo 50, observam-se as questões relativas à abertura de matrículas 
quando houver ocorrência de vagas, mediante processo seletivo prévio conforme a lei.
O Artigo 51 delibera sobre os critérios e normas de admissão dos acadêmicos, 
sendo estas instituições legalmente credenciadas. Vejamos o que diz o Artigo 52:
NOTA
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
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Art. 52. As universidades são instituições pluridisciplinares de formação 
dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e 
de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: 
I - produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático 
dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico 
e cultural, quanto regional e nacional;
II - um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de 
mestrado ou doutorado;
III - um terço do corpo docente em regime de tempo integral.
Conforme Carneiro (2015, p. 573), “a missão essencial da universidade 
é produzir e disseminar conhecimento, via formação profissional avançada, em 
diferentes áreas do saber”. Por este motivo recebem a denominação de instituições 
pluridisciplinares. No que diz respeito à formação dos profissionais, a universidade 
busca professores especializados em suas variadas áreas, trabalhando assim com o 
conhecimento articulado assegurando, “quanto possível, o domínio e o cultivo do 
saber humano” (CARNEIRO, 2015, p. 573).
Quando se lê pluridisciplinar estamos nos remetendo a uma visão que 
quebra a fragmentação imposta no conhecimento curricular. Conforme Carneiro 
(2015, p. 574), “a universidade pluridisciplinar é um laboratório de formação e não 
de conformação”. Assim, existe movimento, transformação.
E para que as instituições sejam pluridisciplinares é necessário que elas 
organizem o conhecimento sob eixos estruturantes que envolvem: 
i) a estrutura de diversas áreas do conhecimento; ii) o vínculo entre 
domínio do conhecimento e o respectivo processo de aquisição; 
iii) identificação do conteúdo globalizante de cada subárea do 
conhecimento (cursos), incluindo o saber específico e as metodologias 
que vão diminuir a trajetória a ser palmilhada para a assimilação deste 
saber; iv) a captação da estrutura das disciplinas [...]. (CARNEIRO, 
2015, p. 574).
Ainda conforme Carneiro (2015, p. 575), “é necessário compreendermos 
que a espinha dorsal da organização do ensino na universidade é a construção da 
unidade do conhecimento por via da multiplicidade dos saberes”.
Os Artigos 53 e 54 trazem em evidência à palavra autonomia, assegurando 
às universidades suas atribuições para o funcionamento e andamento dos trabalhos 
educativos, observando sua organização no âmbito de contratação de profissionais, 
no seu funcionamento, contando com um estatuto jurídico especial.
O Artigo 55 trata das questões relativas ao Orçamento Geral, que compete 
à União sua seguridade, junto às instituições superiores mantidas por ela. O Artigo 
56 assim se apresenta:
Art. 56 As instituições públicas de educação superior obedecerão ao 
princípio da gestão democrática, assegurada a existência de órgãos 
colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos da 
comunidade institucional, local e regional.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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Parágrafo único. Em qualquer caso, os docentes ocuparão setenta por 
cento dos assentos em cada órgão colegiado e comissão, inclusive nos 
que tratarem da elaboração e modificações estatutárias e regimentais, 
bem como da escolha de dirigentes.
Com relação a este artigo, podemos verificar que a gestão democrática 
é vista como matéria de definição constitucional, conforme o art. 206, inc. VI. 
Observa-se que esta gestão deve ser apresentada nos documentos que legislam 
cada sistema e juntamente aos regulamentos de cada instituição.
O Artigo 57 trata das questões relativas às horas que o professor deverá 
realizar na instituição pública de educação superior, sendo esta carga mínima de 
oito horas semanais de aulas.
“O Capítulo V – que trata da Educação Especial, possui em sua formação três 
artigos (art. 58 ao 60), que determinam a regulamentação, da definição conceitual 
da educação especial enquanto modalidade de ensino presente em todos os níveis” 
(SANTOS, 2012, p. 39).
Nesses artigos temos presente o que consta na Constituição Federal de 
1988, que define as formas de organização, estruturação, preferencialmente na rede 
regular de ensino. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, então encontramos o 
desejo de uma sociedade inclusiva.
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a 
modalidade de educação escolar oferecida, preferencialmente, na rede regular de 
ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento 
e altas habilidades ou superdotação (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) 
(BRASIL, 1996). Quem são os “educandos portadores de necessidades especiais?”. 
Conforme Carneiro (2015, p. 610-611), assim fica delineado:
• Aluno com deficiência mental. 
• Aluno com deficiência auditiva.
• Aluno com deficiência visual.
• Aluno com deficiência múltipla.
• Aluno com deficiência motora.
• Aluno com condutas típicas.
• Aluno com Síndrome de Down. 
• Aluno com autismo.
• Aluno com déficit de atenção/hiperatividade.
• Aluno com transtornos do pensamento e da linguagem.
• Aluno com transtorno de personalidade.
• Aluno com dificuldade de aprendizagem. 
• Aluno superdotado.
• Aluno em classes hospitalares, em centros de reabilitação ou 
convalescência, em domicílio.
• Alunos oriundos de contextos culturais minoritários (indígenas, 
ciganos).
• Alunos com problemas de autoconceito.
• Alunos submetidos a níveis agudos de privação cultural.
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
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O autor ainda trata de outros registros crescentes na sociedade de alunos 
especiais relativos a situações de risco e de trabalho forçado, privando a vida dos 
educandos como:
• Alunos filhos de pais separados.
• Alunos filhos de pais alcoólatras.
• Alunos sem pais.
• Alunos filhos de pais desempregados.
• Alunos filhos de pais encarcerados.
• Alunos dependentes de drogas.
• Alunos com problemas de subnutrição.
• Alunos/meninos de rua.
• Alunos que vivem em situação de risco.
• Alunos cujos pais vivem em trânsito/filhos de famílias circenses, de 
caminhoneiros, boias-frias, agricultores em terra, de famílias ciganas 
etc. (CARNEIRO, 2015, p. 45).
Frente ao exposto, podemos determinar que os educandos que necessitam 
de atendimento educacional especializado precisam estar em uma escola que seja 
flexível e possua uma equipe multidisciplinar capaz de realizar este apoio aos 
professores que se comprometem com o ensino, favorecendo um ambiente em que 
a aprendizagem seja voltada às políticas inclusivas.
Essa temática será mais aprofundada no Caderno de Estudos de Educação 
Inclusiva.
Já o Artigo 59 trata das questões relativas aos educandos que possuam 
transtornos globais do desenvolvimento e as altas habilidades ou superdotação, 
apresentando-lhes currículo, métodos e recursos educativos para atender suas 
necessidades. A escola deverá possuir professores com especialização em nível 
superior, bem como os professores regentes serem capacitados para a integração 
destes educandos. Trata-se, também, do acesso igualitário aos programas sociais.
O Artigo 60 trata das questões relativas aos órgãos normativos dos sistemas 
de ensino referentes à educação especial na esfera privada “sem fins lucrativos, 
especializadas,e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio 
técnico e financeiro pelo poder público” (BRASIL, 1996).
Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, 
a ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na 
própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às 
instituições previstas neste artigo (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 
2013) (BRASIL, 1996).
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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De acordo com Carneiro (2015, p. 640): 
A Educação Especial no Brasil desenvolveu-se, primeiramente, em 
instituições privadas sem fins lucrativos. Só depois, mercê de grandes 
pressões sociais, o Estado passou a se ocupar do assunto. Neste sentido, 
não se pode esquecer da grande contribuição que instituições como 
as Apaes, Pestalozzi, Febiex e tantas outras ofereceram e continuam a 
oferecer para o desenvolvimento da Educação Especial no Brasil.
Cabe ressaltar ainda que com a colaboração da sociedade, como confere 
a Constituição Federal, em seu Artigo 205, a lei reconhece que se necessita de 
órgãos normatizadores junto ao sistema de ensino, para definirem critérios de 
caracterização institucional e pedagógico, para que as instituições que tratam da 
educação especial recebam o apoio técnico e financeiro do Poder Público.
Título VI
Dos Profissionais da Educação
Este título IV é composto por seis artigos, art. 61 a 67. Estes artigos buscam 
definir quem são os profissionais da educação. Também é tratado de sua formação 
profissional (BRASIL, 1996). 
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, 
nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos 
reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência 
na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada 
pela Lei nº 12.014, de 2009)
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, 
com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção 
e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou 
doutorado nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso 
técnico ou superior em área pedagógica ou afim (Incluído pela Lei nº 
12.014, de 2009).
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo 
a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como 
aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, 
terá como fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento 
dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; 
(Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios 
supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, 
de 2009)
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em 
instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 
12.014, de 2009)
Os Artigos 61, 62, 63, 64 e 65 retratam a preocupação deste profissional 
da educação, que são os professores que “ministram o ensino, e os demais, que 
apoiam todo o processo de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento do aluno, 
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
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além dos vários caminhos de formação. Já o Art. 66 fixa a diferenciação existente 
com relação à preparação para o magistério superior” (CARNEIRO, 2015, p. 644).
Cabe ressaltar aqui a presença da formação continuada, apresentada 
no Artigo 62 em seus incisos. Além do Artigo 67, que institui a valorização dos 
profissionais da educação. Esta temática será apresentada na próxima unidade 
deste caderno.
Título VII
Dos Recursos Financeiros
Esse título é formado por nove artigos, os quais vão do art. 68 ao 77, dando 
ênfase aos recursos destinados à educação.
Vamos a eles: o Artigo 68 se refere a quais são os recursos públicos a 
serem investidos na educação e sua origem. No Artigo 69 trata-se da fixação dos 
percentuais a serem aplicados na educação.
Art. 69. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, vinte e cinco por cento, ou 
o que consta nas respectivas Constituições ou Leis Orgânicas, da receita 
resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, 
na manutenção e desenvolvimento do ensino público.
Conforme Santos (2012, p. 49), a fixação destes investimentos em 
educação em percentuais fixados acaba por impedir dois problemas, a dizer: 
“a. A desvalorização financeira dos recursos alocados para esse fim. b. O 
descompromisso dos entes federativos com suas atribuições constitucionais, no 
que tange ao financiamento da educação pública”. 
No Artigo 70 apresentam-se as definições sobre a finalidade das verbas e 
manutenção da Educação. 
O artigo 71 trata de complementar o que foi apresentado no artigo anterior.
Já os Artigos 72 e 73 se referem à divulgação publicamente dos valores 
aplicados anualmente no desenvolvimento e manutenção do ensino, bem como as 
regras para a prestação das contas das operações financeiras concretizadas.
O Artigo 74 trata da fixação de um valor mínimo para cada aluno da rede 
de ensino, sendo este valor repassado pela União, de forma colaborativa com os 
Estados, Distrito Federal e Municípios, assegurando assim um ensino de qualidade.
Este cálculo será realizado ao final de cada ano letivo pela União e será 
repassado observando as questões relativas às variações regionais no custo dos 
produtos e nas variadas modalidades de ensino.
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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Artigo 75: “A ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados será 
exercida de modo a corrigir, progressivamente, as disparidades de acesso e garantir 
o padrão mínimo de qualidade de ensino” (BRASIL, 1996). Observa-se que neste 
artigo se busca reduzir as desigualdades regionais relativas à educação nacional.
O Artigo 76 complementa o artigo anterior, dando a entender que existirá 
um regime de colaboração entre Estados, Municípios e a União no que tange à 
educação.
Já o Artigo 77 trata da regulação das transferências de recursos públicos 
para instituições que tratam da educação, como escolas comunitárias, confessionais 
ou filantrópicas que possuam comprovação de finalidade não lucrativa além da 
prestação de contas ao poder público.
Título VIII
Das Disposições Gerais
Neste título estão apresentados os artigos 78 a 86, que tratam sobre a 
regulação específica relativa a questões que abarcam desde a educação indígena, 
educação de jovens e adultos (EJA), chegando à educação a distância.
O artigo 78, aborda a educação indígena:
“Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências 
federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas 
integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e 
intercultural aos povos indígenas [...]” (BRASIL, 1996). Este artigo da LDB vem 
com o conceito de multiculturalismo, com o objetivo de assim poder trabalhar com 
conteúdos ligados às culturas indígenas, respeitando sua língua e sua cultura.
O Artigo 79 trata de questões relativas à competência da União em 
subsidiar os sistemas de ensino que promovam a educação intercultural, também 
apresentada nos PCN, onde desenvolve o tema transversal da pluralidade cultural. 
No Artigo 79-B, inclui-se a Lei 10.639/03, que cria nos calendários escolares a data 
relativa ao Dia da Consciência Negra, sendo ela dia 21 de novembro. 
[...] deve ser registrado, no entanto, que a noção de interculturalismo 
presente nesse documento não obedeceà acepção própria da palavra, 
pois não enfatiza a relação entre as diversas culturas e etnias, mas pensa 
nelas como identidades estanques – negro, branco, indígena – e, alguns 
dos conteúdos culturais relativos a esses grupos são incluídos de modo 
pontual (SANTOS, 2012, p. 52).
No Artigo 80 nos deparamos com a responsabilidade dos sistemas de 
ensino relativos à Educação a Distância. Isso nos interessa muito, caro acadêmico, 
pois você está realizando seus estudos numa instituição de ensino a distância.
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
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Conforme Carneiro (2015, p. 784), “o artigo 80 determina que o Poder 
Público vai não apenas incentivar o desenvolvimento de programas de Educação 
a Distância, mas também programas de educação continuada, dentro do 
entendimento de que a educação não é um produto, é um processo e, portanto, 
nunca se termina de aprender”. O autor continua seu pensamento dizendo que:
Neste horizonte, sinaliza o CNE/CEB, na Res. 04/2010, ao definir as 
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica que: 
‘[...] a organização curricular deve levar em conta as experiências 
escolares que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas 
pelas relações sociais, articulando vivências e saberes dos estudantes’ 
(CARNEIRO, 2015, p. 784).
Com isso afirmamos que a Educação a Distância (EAD) se utiliza de 
espaços virtuais para multiplicar as possibilidades de aprendizagem, conforme 
Carneiro (2015, p. 785). Para que exista esta multiplicação de saberes necessitamos 
das TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação.
Os programas de Educação a Distância possuem e preveem a obrigatoriedade 
de momentos presenciais em: “avaliações de estudantes; estágios obrigatórios, 
quando previstos na legislação pertinente; defesa de trabalhos de conclusão 
de curso, quando previstos na legislação pertinente; atividades relacionadas a 
laboratórios de ensino, quando for o caso” (CARNEIRO, 2015, p. 776).
Estes programas de Educação a Distância possuem os mesmos rigores 
da lei para seu funcionamento, e os níveis de qualidade dos cursos e programas 
oferecidos também possuem o mesmo peso.
Observe, acadêmico, que o educando desta modalidade de ensino, como 
você, possui uma maior responsabilidade, cabe a cada aluno três características, 
pontuadas por Carneiro (2015, p. 777): 
a) É autodiretivo, portanto, responsável pela agenda de estudos 
independentes; b) é possuidor de experiência e, por isso, seletivo no 
conteúdo da aprendizagem; e, por fim, c) é operativo, o que o ajuda no 
curso dos conhecimentos práticos, ou seja, daqueles conhecimentos que 
respondem e correspondem a suas necessidades imediatas.
 
Por este motivo, acadêmico, a importância de você participar dos fóruns, 
enquetes, realizar a leitura das trilhas, ler seu Caderno de Estudos, buscar maiores 
informações através das tecnologias oferecidas por sua instituição de ensino, as 
quais são muitas e na maior parte das vezes são deixadas de lado. Vamos utilizá-
las para melhor desempenho de nossos trabalhos.
As instituições na modalidade a distância também podem, através da 
Portaria Normativa nº 2/2007, realizar a abertura de polos, claro que com as 
respectivas regulamentações, como se apresenta nesta portaria.
Cabe ressaltar que o papel do professor, neste ambiente de interatividade 
aberta condiz com as palavras de Carneiro (2015, p. 785) assim apresentadas: “o 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
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papel do professor agrega responsabilidades adicionais à medida que o aluno tende 
a substituir a passividade tradicional por interações e interlocuções permanentes 
em torno de sua autoformação, tendo como consequência a construção continuada 
do processo de autonomia e de postura crítica”.
Já no Artigo 81, a LDB faz uma quebra, estimulando a radicalidade do 
pensamento pedagógico e da prática escolar, deixando de lado aquele modelo 
pronto, dando ao aluno a possibilidade de construção de seus conteúdos, tendo 
ele a responsabilidade de autorreger-se.
O Artigo 82 trata de questões relativas às normas de realização do estágio, 
aprovada em agosto de 2008 pelo Congresso Nacional, e sancionada pelo Presidente 
da República.
Sabemos que os estágios são parte integrante do projeto pedagógico do 
curso “integrando, portanto, o itinerário formativo do aluno, seu foco bipolar: 
desenvolvimento de competências no campo da atividade profissional projetada e 
contextualização do currículo mediante a integração teoria/prática” (CARNEIRO, 
2015, p. 788).
Cabe ressaltar, acadêmico, que a partir do sexto módulo você realizará seus 
estágios. Observe que eles são de extrema importância, dando a você a possibilidade de 
vislumbrar e colocar à prova todos os ensinamentos já construídos e apreender novos. 
Veja que os estágios possuem hoje uma elasticidade, pois temos na 
atualidade dois tipos, que são: o estágio obrigatório e o não obrigatório, também 
conhecido como estágio remunerado.
O estágio obrigatório consta no projeto do curso das instituições de ensino 
e das respectivas diretrizes curriculares e o cumprimento de seus acordos legais, 
sendo isso imprescindível para a obtenção do diploma e consequentemente para 
seu registro profissional.
Já o estágio não obrigatório, também conhecido como estágio remunerado, 
é uma atividade opcional, acrescida “à carga horária regular obrigatória ou, ainda, 
assume o caráter de uma atividade de formação complementar remunerada” 
(CARNEIRO, 2015, p. 788).
O Artigo 83 trata do ensino militar, que continua sendo realizado e mantido 
por legislação específica.
O Artigo 84 se refere aos discentes da educação superior, que poderão 
ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa por suas instituições, exercendo 
funções de monitoria. Esta monitoria, conforme Carneiro (2015, p. 794):
[...] é uma atividade desenvolvida na educação superior com quatro 
objetivos assim definidos: i) estimular o aluno a um permanente alto 
nível de estudo; ii) gerar um relacionamento pedagógico elevado 
e produtivo entre alunos e professores; iii) auxiliar o professor no 
TÓPICO 2 | A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO DE 1996
67
desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas; iv) suscitar, no 
aluno, o interesse pela carreira docente.
Já o Artigo 85 estabelece que:
Art. 85. Qualquer cidadão habilitado com a titulação própria poderá 
exigir a abertura de concurso público de provas e títulos para cargo de 
docente de instituição pública de ensino que estiver sendo ocupado por 
professor não concursado, por mais de seis anos, ressalvados os direitos 
assegurados pelos arts. 41 da Constituição Federal e 19 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias.
Este artigo traz à tona questões relativas ao compadrio, permanecendo no 
cargo sem que tenha feito ou participado de concurso público. 
Compadrio: relações entre compadres; proteção excessiva ou injusta (FERREIRA, 
2001, p. 176).
O Artigo 86 trata do estabelecimento de vínculo entre as IES com o Sistema 
Nacional de Ciência e Tecnologia.
Título IX
Das Disposições Transitórias
Este título é composto por seis artigos que vão do art. 87 ao art. 92. Conforme 
Santos (2012, p. 54), “nele estão definidas ações legais com abrangência futura, e a 
partir dele, é possível perceber que a atual LDB revoga todas as Leis de Diretrizes 
e Bases anteriores”. 
O Artigo 87 institui a Década da Educação, que se inicia em 1997, onde se passa 
a realizar diversas políticas que fomentam a melhoria da educação em nosso país.
A LDB instituiu a Década da Educação ao iniciar-se um ano após a 
publicação da lei. A ideia era importante porque recolocava, mais uma 
vez, a necessidade de se criarem mecanismos favoráveis à atenção 
dos poderes públicos e da sociedade para a questão da educação. A 
experiência tem mostrado que somente ações de rotinasão incapazes 
de levar a sociedade brasileira a ultrapassagem de índices educacionais 
desfavoráveis, mesmo quando comparamos o Brasil com alguns países 
da América Latina (CARNEIRO, 2015, p. 798).
Com estas palavras, podemos parar para refletir um pouco: será que foi 
conquistada a educação universal para nossa população, conforme apresentado 
em artigos anteriores? Como fechamento deste título da LDB, citamos Carneiro 
(2015, p. 799), o qual diz que:
NOTA
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
68
A ideia não passou de uma utopia jamais realizada, exatamente porque 
em educação, antes de marcar o curso dos processos, é necessário 
demarcar os recursos para os procedimentos. [...]. Em 2015, exibi-los, 
ainda, uma enorme população analfabeta: 9% da população brasileira! 
Isto sem esquecer nosso altíssimo percentual de analfabetos funcionais.
Caro acadêmico, talvez você esteja se sentindo cansado com essa leitura, 
mas é necessária para que nos sintamos instigados a modificar o quadro que se 
apresenta na nossa realidade educacional. 
Assim, faça a autoatividade para verificar se conseguiu adquirir mais 
conhecimentos relativos à Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
69
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação está inserida na Constituição 
Federal. 
• A primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi a Lei nº 4.024, 
de 20 de dezembro de 1961, foi difícil sua elaboração, pois foi deixada correr de 
maneira frouxa, sem acompanhamento de perto. 
• No ano de 1971 surge a nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases, a Lei nº 5.692/71, 
a qual recebeu o nome oficial de Lei da Reforma do Ensino de 1° e 2º Graus.
• A terceira LDB foi a Lei nº 9.394/1996.
• A LDB é vista como “a maior de todas as políticas públicas regulatórias, pois sua 
estrutura define as relações, os acordos e os conflitos que podem se desenrolar 
no âmbito da educação brasileira” (SANTOS, 2012, p. 30).
• Da Educação: Art. 1º “A educação abrange os processos formativos que se 
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas 
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da 
sociedade civil e nas manifestações culturais” (BRASIL, 1996).
• Deveres do Estado: este título é formado por quatro artigos, art. 4º, 5º, 6º e 7º, 
que tratam dos deveres e responsabilidades do Estado e da sociedade civil no 
que tange à educação escolar.
• Organização da Educação Nacional: este título vai do art. 8º ao art. 20, que trata 
da organização da educação nacional, apresentando as competências de cada 
nível da federação, sendo eles: União, Estados, Distrito Federal e municípios. 
Ressalta-se que neste momento da organização da educação nacional todos 
os segmentos, União, Estados e Municípios devem buscar um trabalho de 
colaboração que auxilie na aplicação das políticas públicas.
• Dos Profissionais da Educação: este título IV é composto por seis artigos, art. 
61 a 67. Esses artigos buscam definir quem são os profissionais da educação. 
Também é tratado de sua formação profissional.
• Dos Recursos Financeiros: esse título é formado por nove artigos, os quais vão 
do art. 68 ao 77, dando ênfase aos recursos destinados à educação.
70
• Das Disposições Gerais: neste título estão apresentados os artigos 78 a 86, que 
tratam sobre a regulação específica relativa a questões que abarcam desde a 
educação indígena, educação de jovens e adultos (EJA) chegando à educação a 
distância.
• O Título IX – Das Disposições Transitórias é composto por seis artigos que vão 
do art. 87 ao art. 92. Conforme Santos (2012, p. 54), “nele estão definidas ações 
legais com abrangência futura, e a partir dele é possível perceber que a atual 
LDB revoga todas as Leis de Diretrizes e Bases anteriores”. 
• Das Disposições Transitórias: o Artigo 87 institui a Década da Educação que 
se inicia em 1997, onde se passa a realizar diversas políticas que fomentam a 
melhoria da educação em nosso país.
71
1 (ENADE, 2014) A Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013, alterou a Lei nº 9.394, de 
20 de dezembro de 1996. Uma das alterações tornou obrigatória a Educação 
Básica para a população com idade entre 4 e 17 anos de idade. Essa alteração 
decorre da Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, a qual 
garante que a medida deverá ser implantada progressivamente até 2016.
 Diante disso, são necessárias ações, no interior da escola, que levem os 
profissionais à compreensão mais aprofundada do teor desses dispositivos 
legais, de modo que a implementação dessa política esteja articulada à 
melhoria da qualidade da educação pública.
Com relação às novas demandas da Educação Básica, avalie as afirmações a 
seguir:
I. A Educação Básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade 
compreende as etapas de pré-escola, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Os 
currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio 
devem ter base nacional comum e parte diversificada.
II. A Educação Básica compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental 
e o Ensino Médio. A Educação Infantil de 4 a 5 anos de idade é obrigatória para 
o acesso ao Ensino Fundamental.
III. A Educação infantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da 
criança de até 5 anos de idade, contemplando os aspectos físico, psicológico, 
intelectual e social.
IV. É dever dos pais efetivar, na escola, a matrícula da criança com 4 anos de idade, 
cabendo à escola realizar o acompanhamento e o registro do desenvolvimento 
das crianças.
É correto o que se afirma em:
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II e III, apenas.
c) ( ) II e IV, apenas.
d) ( ) I, III e IV, apenas.
e) ( ) I, II, III e IV.
2 (ENADE, 2011) Na Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da 
Educação Inclusiva, o atendimento educacional especializado é organizado 
para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória 
em todos os níveis e modalidades de ensino.
De acordo com os pressupostos da inclusão escolar expressos na referida 
Política, avalie as afirmações a seguir. 
AUTOATIVIDADE
72
I. A inclusão educacional expressa um paradigma fundamentado na concepção 
de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores 
indissociáveis. 
II. A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a aprendizagem 
dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas escolas regulares. 
III. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, 
elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as 
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades 
específicas. 
IV. O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de intenções 
que prevê, a partir da próxima década, ações políticas de atendimento 
educacional especializado, que deve ocorrer em salas de aula diferenciadas, na 
mesma escola. 
É correto apenas o que se afirma em: 
a) ( ) I e III. 
b) ( ) I e IV. 
c) ( ) II e IV. 
d) ( ) I, II, e III. 
e) ( ) II, III e IV.
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 2
73
TÓPICO 3
A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E 
RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Após a análise da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, podemos 
determinar que esta abarca todas as ações e políticas públicas educacionais que são 
necessárias ao desenvolvimento e à busca de uma educação universal. Com isso, 
passaremos agora a tratar dos documentos que abarcam as metas e estratégias 
para auxiliar no desenvolvimento destas ações.
Enquanto profissionais da educação necessitamos estar cientes das 
dificuldades, mas também das diversas possibilidades de desenvolvimento das 
políticas públicasapresentadas pelo governo federal, estadual e municipal.
Para tanto, falaremos sobre a busca pela qualidade na educação brasileira, 
através do PNE – Plano Nacional de Educação, com um breve histórico, o que 
se avançou e o que será necessário para a aplicabilidade deste plano para a nova 
década (2011-2020).
2 PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – HISTÓRICO
Acadêmico, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação podemos delinear 
o interesse em modificar o quadro existente em nosso país, relativo à educação.
Esta qualificação educacional perpassa por diversas políticas públicas que 
devem auxiliar o desenvolvimento e crescimento da qualidade de vida do cidadão 
brasileiro, desde o início de sua vida educacional até sua vida adulta.
Relativo a isso, falaremos de um documento que pauta políticas e metas 
para dez anos na educação nacional.
O Plano Nacional da Educação possui um histórico, e passa a ser visto na 
primeira LDB, Lei nº 4.024/1961 como “instrumento de distribuição de recursos 
para os diferentes níveis de ensino” (AZANHA, 1998, p. 110). Sucederam-se vários 
planos, mas, a maioria não obteve êxito, pois, como observam Libâneo, Oliveira e 
Toschi (2012, p. 178):
Os planos que sucederam o de 1962 revelaram-se mais tentativas 
frustradas do que planos efetivos de educação, uma vez que as 
coordenadas de ação do setor eram obstaculizadas pela falta de 
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
74
integração entre os diferentes ministérios, especialmente em razão 
do fato de a educação nunca ter sido prioridade governamental, a 
não ser nos discursos, e da descontinuidade administrativa que tem 
caracterizado os sucessivos governos.
Os autores ainda preconizam que:
Vale salientar, todavia, que os planos até então existentes se ligavam 
aos pressupostos definidos na LDB, diferentemente do ocorrido após 
a promulgação da Constituição de 1988, que determina a instituição 
do Plano Nacional de Educação por lei, sendo, portanto, autônomo 
em relação ao que se estabelece na nova LDB (LIBÂNEO; OLIVEIRA; 
TOSCHI, 2012, p. 178).
Em 1990, início do governo de Fernando Collor, realiza-se a discussão 
internacional para um plano decenal para os nove países mais populosos do 
Terceiro Mundo. Este plano foi uma proposta da UNESCO – Organização das 
Nações Unidas para a Educação –, à Ciência e à Cultura, pelo Banco Mundial e pela 
UNICEF – Fundo das Nações Unidas para Infância –, sendo que sua publicação 
ocorreu em 1993, mas não saiu do papel.
 O Plano Decenal de Educação para Todos foi apresentado pelo governo brasileiro 
em Nova Delhi, num encontro promovido pela Unicef e pelo Banco Mundial e que reuniu os nove 
países mais populosos do Terceiro Mundo – Tailândia, Brasil, México, Índia, Paquistão, Bangladesh, 
Egito, Nigéria e Indonésia – que, juntos, possuem mais da metade da população mundial.
FONTE: Disponível em: <http://www.educabrasil.com.br/plano-decenal-de-educacao-para-
todos/>. Acesso em: 30 jul. 2016.
Fernando Henrique Cardoso, empossado em 1995, apresentou seu Plano 
Nacional de Educação “como continuidade do Plano Decenal de 1993 (art. 87, § 1º, 
da Lei nº 9.394/1996)” (LIBÂNEAO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 179). Este plano 
foi elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), 
tendo somente alguns interlocutores.
Já em 2001, o PNE – Plano Nacional de Educação – foi aprovado pelo 
Congresso Nacional, pela Lei nº 10.172, de 9 de janeiro de 2001, tendo seu 
encerramento no final do ano de 2010.
Observa-se que este foi o primeiro Plano Nacional de Educação “submetido 
à aprovação do Congresso Nacional, por exigência legal inscrita tanto na 
Constituição Federal de 1988 (art. 214) como na LDB nº 9.394/1996 (art. 87, § 1º)” 
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 182).
NOTA
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
75
Cabe salientar que, conforme apresentado no plano, os municípios, estados 
e Distrito Federal deveriam elaborar seus planos decenais, onde a sociedade foi 
convidada para sua elaboração, mas, vê-se que em muitos estados e municípios 
do país isso não ocorreu. De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 181):
 
Entre as razões para a elaboração do PNE, figurava a premência de haver 
um plano de Estado, ou seja, um projeto de educação que tivesse duração e vigência 
independentes dos governos no poder, garantindo a continuidade das políticas 
públicas para a educação. 
O Plano Nacional da Educação (2001-2010) teve quatro objetivos básicos:
a) A elevação global do nível de escolaridade da população.
b) A melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis.
c) A redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso 
à escola pública e à permanência, com sucesso, nela.
d) A democratização da gestão de ensino público nos estabelecimentos 
oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais 
da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e da 
participação da comunidade escolar e local em conselhos escolares e 
equivalentes (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 183).
Caro acadêmico, este Plano Nacional de Educação, como os que já haviam 
sido elaborados, necessitava de avaliação periódica, mas isso foi algo que não 
ocorreu de forma eficaz, e essa avaliação deveria ter sido realizada tanto pela 
sociedade civil organizada como pelo Poder Legislativo, para verificar se as metas 
propostas estavam sendo alcançadas ou não.
 
Já nos anos 2009 e 2010, viu-se a necessidade de instituir a Conferência 
Nacional de Educação – Conae, que se constitui em:
[...] um espaço democrático de construção de acordos entre atores sociais, 
que, expressando valores e posições diferenciadas sobre os aspectos 
culturais, políticos, econômicos, apontam renovadas perspectivas para 
a organização da educação nacional e para a formulação do Plano 
Nacional de Educação 2011-2020 (CONAE, 2010a, p. 9)
Observa-se que a Conae teve participação direta na formulação também do 
PNE 2011-2020.
O documento final da Conae você pode ver na íntegra no link <http://conae.
mec.gov.br/images/stories/pdf/pdf/documetos/documento_final_sl.pdf>.
DICAS
76
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
Entre os anos 2003 e 2006 as Políticas Educacionais empreendidas no 
primeiro governo Lula apresentaram um programa para a educação intitulado 
“Uma Escola do Tamanho do Brasil”. 
Considerando a educação como condição para a cidadania, o governo 
Lula mostrou-se determinado a reverter o processo de municipalização 
predatória da escola pública, propondo marco de solidariedade entre os 
entes federativos para garantir a universalização da educação básica, na 
perspectiva de elevar a média de escolaridade dos brasileiros e resgatar 
a qualidade do ensino em todos os níveis (LIBÂNEO; OLIVEIRA; 
TOSCHI, 2012, p. 188).
Assim, a garantia de uma educação como direito passou a ser entendida 
neste governo através de três diretrizes gerais, sendo elas: a) democratização do 
acesso e garantia de permanência: b) qualidade social da educação; c) instauração 
do regime de colaboração e da democratização da gestão (CONAE, 2010b).
Várias metas no decorrer do primeiro mandato de Lula foram atingidas, 
dentre elas a criação do 
Fundeb – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica. Nos anos de 2007-2010, em seu segundo mandato, o então 
presidente Lula determina um Plano de Desenvolvimento da Educação 
– PDE, que foi apresentado pelo então Ministro da Educação Fernando 
Haddad, em abril de 2007, sendo este um plano de Estado e não de 
partido ou governo (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 192).
Esse plano compõe o Plano Plurianual (PPA) 2008-2011. No PPA, 
previsto no art. 165 da Constituição Federal de 1988 e regulamentado 
pelo Decreto nº 2.829, de 29 de outubro de 1998, são estabelecidas as 
medidas, gastose objetivos a serem seguidos pelos governos num 
período de quatro anos. O PPA 2008-2011 foi sancionado pelo presidente 
da República por meio da Lei nº 11.653 de 7 de abril de 2008 (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 192).
Este Plano de Desenvolvimento da Educação foi organizado baseado em 
quatro eixos de ação, assim determinados: 1. Educação básica; 2. Alfabetização e 
educação continuada; 3. Ensino profissional e tecnológico e 4. Ensino superior.
De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 195), “o PDE tem de 
positivo três programas que buscam enfrentar o problema qualitativo da educação 
básica: o Ideb, a Provinha Brasil e o Piso do Magistério”.
Na campanha eleitoral de 2010 para a Presidência da República, foi 
organizada a Carta-Compromisso Pela Garantia do Direito à Educação de Qualidade, 
que instituições e entidades, em número de 27, entregaram aos candidatos na 
intenção de “exigir desses candidatos que afirmassem seu comprometimento com 
políticas públicas para a educação” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 200).
Essa carta possui medidas a serem observadas relativas à inclusão de todas 
as crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola; universalização do atendimento 
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
77
na demanda por creches; superação do analfabetismo; promoção da aprendizagem 
para crianças, adolescentes, jovens e adultos; alfabetização das crianças até 8 
anos, até o ano de 2014; padrões mínimos de qualidade para todas as escolas, 
reduzindo as desigualdades na educação e a ampliação de matrículas no ensino 
profissionalizante e superior. Esta carta-compromisso sustenta ainda, conforme 
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 201), que:
 
[...] o sistema nacional de educação deve ser estruturado sobre três 
pilares: 1) a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE), 
que deverá provocar a construção articulada de planos estaduais e 
municipais de educação; 2) estabelecimento de regime de colaboração 
legalmente constituído entre os entes federados; 3) a implementação de 
Lei de responsabilidade Educacional, tal como aprovou a Conae 2010.
Após as eleições, já em 2011, toma posse a presidente Dilma Rousseff, a qual 
diz que daria continuidade ao programa de educação do governo Lula (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA; TOSCHI, 2012). Assim, dá-se continuidade ao PNE (2011 – 2020), com 
suas implementações.
3 O PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2011 – 2020)
O então Ministro da Educação, Fernando Haddad, no dia 15 de dezembro de 
2010, apresentou um projeto de lei em que se encontrava o novo PNE para 2011-2020. 
Segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 208), “o foco, segundo o 
ministro, é a valorização do magistério e a qualidade da educação”. 
 Conforme a Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, as metas propostas são 
(BRASIL, 2014):
Meta 1: universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4 a 5 anos, e 
ampliar a oferta de educação infantil de forma a atender a 50% da população de até 3 
anos.
Meta 2: universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de 6 
a 14 anos.
Meta 3: universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 
anos e elevar, até o final da década, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 
85%, nesta faixa etária.
Meta 4: universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos 
estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades 
ou superdotação na própria rede regular de ensino.
Meta 5: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino 
fundamental.
78
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
Meta 6: oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação 
básica.
Meta 7: atingir, ao final da década, as seguintes médias nacionais para o IDEB: 
IDEB 2011 2013 2015 2017 2019 2021
Anos iniciais do ensino fundamental 4,6 4,9 5,2 5,5 5,7 6,0
Anos finais do ensino fundamental 3,9 4,4 4,7 5,0 5,2 5,5
Ensino médio 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2
FONTE: Carneiro (2015) 
Meta 8: elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar, 
no mínimo, 12 anos de estudo, para as populações do campo, da região de menor 
escolaridade no país e dos 25% mais pobres, bem como igualar a escolaridade média 
entre negros e não negros, com vistas à redução da desigualdade educacional.
Meta 9: elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 
2015 e erradicar, até o final da década, o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa 
de analfabetismo funcional até o final da década.
Meta 10: oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos na 
forma integrada à educação profissional nos anos finais do ensino fundamental e no 
ensino médio.
Meta 11: triplicar a matrícula em cursos técnicos de nível médio, assegurando a 
qualidade da oferta.
Meta 12: elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida 
para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta.
Meta 13: elevar a qualidade da educação superior de forma consistente e duradoura 
pela ampliação da atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior 
para 75% (setenta e cinco por cento), no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, 
sendo, do total, 35% (trinta e cinco por cento) doutores.
Meta 14: elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu 
de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores.
Meta 15: garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, que todos os professores da educação básica possuam formação 
específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento 
em que atuam.
Meta 16: formar 50% (cinquenta por cento) dos professores da educação básica em nível 
de pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada em sua 
área de atuação.
TÓPICO 3 | A EDUCAÇÃO BRASILEIRA, SUA ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO COM AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
79
Meta 17: atualizar progressivamente o piso salarial profissional nacional para os 
profissionais do magistério público da educação básica de forma que o rendimento médio 
do profissional do magistério com mais de onze anos de escolaridade seja equiparado 
ao rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
Meta 18: implantar, no prazo de dois anos, planos de carreira para os profissionais da 
educação em todos os sistemas de ensino.
Meta 19: garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, a nomeação comissionada de diretores de escola vinculada 
a critérios técnicos de mérito e desempenho e à participação da comunidade escolar.
Meta 20: ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no 
mínimo, o patamar de 7% do produto interno bruto do país.
Maiores informações sobre as Metas do PNE 2014-2020 você encontra no link: 
<http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf>.
Caro acadêmico, você poderá pensar: as metas aqui propostas são 
excelentes, de uma fundamentação ímpar, mas, será que até hoje alguma dessas 
metas foi cumprida em sua totalidade?
Na reunião que ocorreu na Câmara dos Deputados, em Brasília, realizada 
no dia 7 de junho de 2016, os integrantes da Campanha Nacional pelo Direito à 
Educação, que é formada por diversas organizações da sociedade, observaram que 
“nenhuma das 14 metas previstas para 2015 e 2016 no Plano Nacional de Educação 
(PNE) foi integralmente cumprida”, conforme a repórter Genny Morais, em artigo 
publicado no site da Câmara dos deputados (MORAIS, 2016). 
Assim, afirmam que perante a avaliação realizada pelas diversas organizações 
da sociedade,“o PNE não vem sendo cumprido, principalmente por causa dos 
cortes no Orçamento do Governo Federal e das crises econômicas e políticas. Todos 
os participantes da audiência pública concordaram que o que foi proposto até agora 
ainda não saiu do papel” (MORAIS, 2016). Ainda sobre as metas, os integrantes da 
Campanha Nacional pelo Direito à Educação afirmam que:
Entre as metas não cumpridas até agora, algumas são consideradas mais 
preocupantes pelos participantes do debate na Comissão de Educação, 
por impactarem outros objetivos do PNE: 
- O Sistema Nacional de Educação, que estabelece a cooperação 
entre União, estados e municípios na hora de pagar a conta; 
- O Custo Aluno Qualidade, que determina quais são os padrões 
mínimos de qualidade que todo aluno deve ter acesso e quanto isso custa; 
DICAS
80
UNIDADE 1 | AS POLÍTICAS PÚBLICAS NA EDUCAÇÃO
- O Plano de Valorização dos Profissionais da Educação, que trata da 
formação e capacitação dos professores e demais profissionais ligados 
aos alunos; e
- A Lei de Responsabilidade Educacional, que responsabiliza prefeitos 
quando as metas de qualidade de educação não forem cumpridas. 
 
Desses quatro itens, dois estão em debate no Ministério da Educação e 
outros dois no Congresso Nacional (MORAIS, 2016, s.p.).
Frente a estas exposições, podemos determinar que as mudanças seguem 
a passos lentos, e que sua possibilidade de concretização necessita também de 
vontade política e que, enquanto sociedade civil organizada, participemos de 
todos os movimentos que tratem das questões educacionais e demais esferas. 
Observe o que ocorre nas redes sociais oficiais, busque informações, 
dialogue com seus colegas, mantenha-se informado.
Tudo isso para conseguirmos quiçá, num futuro bem próximo, alcançarmos 
algumas das metas propostas no Plano que hora temos e no que está sendo 
construído para o próximo decênio.
Vimos nesta unidade muitas informações, que são importantes para sermos 
profissionais da educação competentes.
81
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Plano Nacional de Educação possui um histórico, e passa a ser visto na 
primeira LDB, Lei nº 4.024/1961 como “instrumento de distribuição de recursos 
para os diferentes níveis de ensino” (AZANHA, 1998, p. 110).
• “Os planos que sucederam o de 1962 revelaram-se mais tentativas frustradas do 
que planos efetivos de educação, uma vez que as coordenadas de ação do setor 
eram obstaculizadas pela falta de integração entre os diferentes ministérios” 
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 178).
• Em 1990, início do governo de Fernando Collor, realizou-se a discussão 
internacional para um plano decenal para os nove países mais populosos do 
Terceiro Mundo, que são: Tailândia, Brasil, México, Índia, Paquistão, Bangladesh, 
Egito, Nigéria e Indonésia.
• Com a posse de Fernando Henrique Cardoso em 1995, foi apresentado o Plano 
Nacional de Educação “como continuidade do Plano Decenal de 1993 (art. 87, 
§ 1º, da Lei nº 9.394/1996)” (LIBÂNEAO, 2012, p. 179). Este plano foi elaborado 
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), tendo 
somente alguns interlocutores.
• O Plano Nacional da Educação (2001-2010) teve quatro objetivos básicos:
o a elevação global do nível de escolaridade da população;
o a melhoria da qualidade de ensino em todos os níveis;
o a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso à 
escola pública e à permanência, com sucesso, nela;
o a democratização da gestão de ensino público nos estabelecimentos 
oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos profissionais da 
educação na elaboração do projeto pedagógico da escola e da participação 
da comunidade escolar e local em conselhos escolares e equivalentes.
• Entre os anos 2003 e 2006 as Políticas educacionais empreendidas no primeiro 
governo Lula apresentaram um programa para a educação intitulado “Uma 
Escola do Tamanho do Brasil”. Assim, a garantia de uma educação como direito, 
passou a ser entendida neste governo através de três diretrizes gerais, sendo 
elas: a) democratização do acesso e garantia de permanência; b) qualidade social 
da educação; c) instauração do regime de colaboração e da democratização da 
gestão. 
• O Plano Nacional de Educação possui 20 metas e estratégias, contudo, nenhuma 
das 14 metas previstas para 2015 e 2016 no Plano Nacional de Educação (PNE) 
foi integralmente cumprida (MORAIS, 2016).
82
O PNE – Plano Nacional de Educação – inclui 20 metas e estratégias traçadas 
para o setor no próximo decênio. Entre essas metas, temos a que se refere a 
universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 
14 anos. Diante dessa informação, podemos determinar que para chegarmos a 
esta meta serão necessárias estratégias, como:
I. Para alcançar este objetivo é necessário criar novas políticas públicas.
II. Deverão ser previstas estas estratégias através de lei.
III. A meta será aplicada por todos os membros federados.
IV. Realizar metas insistentes no Plano Nacional de Educação.
Frente a isso, assinale a afirmativa correta:
a) ( ) II, apenas.
b) ( ) I, II, III e IV.
c) ( ) II e III, apenas.
d) ( ) I, II e III, apenas.
AUTOATIVIDADE
Assista ao vídeo de 
resolução desta questão
83
UNIDADE 2
POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: 
INFLUÊNCIAS GLOBAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• compreender a influência da globalização nas políticas públicas 
 educacionais;
• identificar os programas desenvolvidos pelo Ministério da Educação;
• conhecer as instituições formadoras do sistema educacional brasileiro;
• reconhecer a organização e gestão escolar coletiva.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico você en-
contrará atividades que o ajudarão a refletir e fixar os conteúdos abordados.
TÓPICO 1 – POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS 
 GLOBAIS
TÓPICO 2 – AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA 
 EDUCACIONAL BRASILEIRO
TÓPICO 3 – A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA
Assista ao vídeo 
desta unidade.
84
85
TÓPICO 1
POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: 
INFLUÊNCIAS GLOBAIS
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, nesta unidade, trataremos de questões relativas à revolução 
informacional, à globalização e à exclusão social ocorrida pela globalização, 
trataremos ainda da organização das instituições que formam o Sistema Nacional 
de Educação, o que cada uma possui como responsabilidade.
É possível que você se questione sobre qual a necessidade de tratarmos 
destas temáticas neste caderno. Abordaremos essas temáticas, pois elas estão 
inseridas na LDB/96, e ela é nossa base de formulação dos anseios e objetivos a 
alcançar dentro da educação.
Acadêmico, muitas vezes estamos tão ligados a nossa rotina diária e 
não percebemos que estamos atrelados às leis relativas à educação, por isso, a 
necessidade de verificarmos como, por que e para que determinadas ações que 
realizamos cotidianamente são necessárias para que se obtenha êxito no trabalho.
Obter o conhecimento é essencial para nossa formação e permanência na 
educação.
Então, vamos a mais esta etapa, agora relativa às Políticas Públicas na 
Educação influenciadas ou não pela globalização. Veremos quais os níveis e 
modalidades de educação e ensino existentes no sistema brasileiro de educação 
além dos planos, programas e a organização e gestão escolar coletiva. Será 
necessário que tipo de gestão escolar na contemporaneidade?
Qual sua ideia sobre isso? Vamos ler estas páginas e verificaremos se o que 
você pensa condiz com a realidade em que vivemos e que buscamos!
Boa leitura!
2 A GLOBALIZAÇÃO E SUA INFLUÊNCIA NAS POLÍTICAS 
PÚBLICAS EDUCACIONAIS
Acadêmico, a cada momento de nossasvidas nos deparamos com novas 
tecnologias, muitas informações, as quais nos chegam de forma rápida e sem 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
86
filtros em muitas situações. Tudo isso vem acompanhado de uma palavra que se 
ouve muito, a tal da globalização.
A globalização é algo que influencia diretamente cada um de nós e muitas 
vezes nem nos damos conta disso. Num processo de transformações que a 
sociedade contemporânea passa é natural obtermos intensas e variadas formas de 
informações, dando a cada indivíduo, como sugerem Libâneo, Oliveira e Toschi 
(2012, p. 61), “[...] a ideia de movimentação intensa, ou seja, de que as pessoas estão 
em meio a um acelerado processo de integração e reestruturação capitalista”.
Com isso podemos entender que a globalização existe em todos os espaços, 
seja econômico, social, político e cultural, dando ênfase ao momento histórico. 
Assim, a globalização para Sousa (2011, p. 4) é vista como: 
[...] processo de mundialização, de acordo com o entendimento 
majoritário dos autores contemporâneos, caracteriza-se pela ampla 
integração econômica, política, cultural e outros entre as nações. 
Contudo, a integração nos seus mais variados aspectos se destaca pela 
economia, podendo ser de diversos tipos, mas nenhuma integração 
econômica é melhor do que a outra. A escolha do país pelo modelo de 
integração decorre de seus objetivos e do seu grau de dependência entre 
as grandes potências.
Desta forma, não podemos deixar de nos questionar: como a globalização 
surgiu? Ela possui uma história? Sim, a globalização possui sua história, a qual pode 
ser resumida nas palavras de Sousa (2011, p. 2), que assim retrata a globalização:
A globalização remonta à origem do homem na Terra, claro que, com 
outras características e com outros delineamentos. O certo é que, este 
sistema vem evoluindo de acordo com as necessidades humanas 
e com as exigências mundiais. O grande avanço deve-se à queda do 
muro de Berlim, ao fim do socialismo, à expansão do capitalismo e 
do neoliberalismo, após a Segunda Grande Guerra Mundial e com o 
avanço da Comunidade Comum Europeia.
Frente aos avanços apresentados por Sousa, podemos determinar que 
o Brasil não escapou deste processo, estamos intimamente inseridos nesta 
globalização. Mas através de quê? 
Podemos determinar várias possibilidades, mas nos ateremos ao que diz 
Sousa (2011, p. 3), quando afirma que a globalização vem associada ao surgimento 
do estado neoliberal, o qual é originário do início do século XX, na Inglaterra.
Frente a isso, podemos determinar que o Brasil possui esta influência do 
neoliberalismo, pois no governo Fernando Collor, o Estado Neoliberal passou a ser 
implantado, em meados de 1990, dando a possibilidade às privatizações.
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
87
Neoliberalismo: prática econômica que não aceita a influência do estado na 
economia, deixando o mercado se autorregular com total liberdade. O lucro é o objetivo de 
todos nesse sistema (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 99).
Começou a ocorrer no Brasil uma grande liberalização comercial, através da 
diminuição de tarifas, e consequentemente o crescimento das exportações, 
especialmente de produtos básicos, e ainda, o aumento das importações, 
exceto para os setores de tecnologia de ponta, porque acreditava-se que era 
essencial o país investir neste setor (SOUSA, 2011, p. 3).
Nosso país, com estas mudanças, passa a receber olhares de países 
economicamente mais avançados (Primeiro Mundo), como Estados Unidos, Japão 
e a União Europeia, os quais tem o maior número de ações com o Banco Mundial.
Com relação ao Banco Mundial, podemos dizer que ele foi “criado a 
partir das necessidades advindas após a Segunda Guerra Mundial, quando os 
países devastados pela guerra sentiram a necessidade de buscar seu crescimento 
econômico” (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 88).
O Banco Mundial faz parte da vida dos brasileiros, pois não nos são 
estranhas as seguintes siglas: “FMI – Fundo Monetário Internacional, o qual 
permanece presente em nossa vida econômica e o BIRD – Banco Internacional 
para Reconstrução e Desenvolvimento, que foram criados pelo Banco Mundial, 
em 1944, no estado de New Hampshire” (BUENO; FIGUEIREDO, 2012, p. 2), com 
o objetivo de reconstrução e desenvolvimento dos países do sul.
Frente a isso, e passados vários anos, o Banco Mundial possui em seus 
objetivos um cuidado maior em relação às questões relativas à saúde e educação. 
E perceberam que a partir da educação poder-se-á diminuir a pobreza e 
consequentemente a violência. 
A pobreza tornou-se o elemento principal e foco de ações, e, nesta 
direção, a melhor forma de reforçar o processo seria estimular a 
produtividade. Diante da preocupação com a pobreza e das novas 
condicionalidades traçadas, o Banco Mundial redefiniu as formas de 
financiamento. Os projetos de empréstimos transformaram-se em 
multiprojetos que culminaram em programas integrados, dotados de 
componentes e interações complexas, organizados em áreas setoriais, 
sendo a educação uma delas (BUENO; FIGUEIREDO, 2012, p. 3-4).
Qual a importância do Banco Mundial e a globalização nas questões 
relativas ao Brasil, principalmente se tratando de educação?
Tudo, caro acadêmico! Pelo fato de que diante da economia brasileira, 
observa-se uma crescente escalada de violência, exclusão social, níveis elevados 
NOTA
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
88
de analfabetismo, mesmo que se tenha em anos anteriores conseguido alguns 
avanços, os quais não são suficientes para sua erradicação. Diante destes fatores, 
os quais são considerados de elevada importância, foram e é necessária a criação 
de políticas públicas, as quais foram mencionadas na Unidade 1, que denotam o 
foco e as estratégias a serem alcançadas para dirimirmos esses problemas.
Com isso, todos os países, independentemente de sua situação econômica, 
buscam meios de manter sua qualidade nos setores econômico e social, e os que não 
as possuem, buscam formas de sanar os problemas através de políticas públicas 
e de programas que o Banco Mundial possui para auxiliar os países do Terceiro 
Mundo e em desenvolvimento, no caso do Brasil, por exemplo.
As atuais políticas educacionais e organizativas devem ser 
compreendidas no quadro mais amplo das transformações econômicas, 
políticas, culturais e geográficas que caracterizam o mundo 
contemporâneo. Com efeito, as reformas educativas executadas em 
vários países do mundo europeu e americano, nos últimos vinte anos, 
coincidem com a recomposição do sistema capitalista mundial, que 
incentiva um processo de reestruturação global da economia regido 
pela doutrina neoliberal (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 42).
Ainda, de acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 42), “[...] alguns 
analistas críticos do neoliberalismo identificam três de seus traços distintivos: 
mudanças nos processos de produção associadas a avanços científicos e 
tecnológicos, superioridade do livre funcionamento do mercado na regulação da 
economia e redução do papel do Estado”.
Caro acadêmico, observe que essas linhas apresentadas por Libâneo, 
Oliveira e Toschi nos dão a ideia de que a forma econômica apresentada nos países 
industrializados trata a educação com políticas de ajuste, as quais são defendidas 
em âmbito mundial pelo Banco Mundial. As orientações neoliberais:
 
[...] postulam ser o desenvolvimento econômico, alimentado 
pelo desenvolvimento técnico-científico, o fator de garantia do 
desenvolvimento social. Trata-se de uma visão economicista e 
tecnocrática que desconsidera as implicações sociais e humanas do 
desenvolvimento econômico, gerando problemas sociais (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 43).
Dentro dessa visão de Libâneo, Oliveira e Toschi, podemos determinarque os problemas sociais estão elencados como: “desemprego, fome e pobreza, 
que alargam o contingente de excluídos, ampliando as desigualdades entre países, 
classes e grupos sociais” (2012, p. 43).
Não nos parece familiar essas questões?
Com o que já foi apresentado, podemos então determinar que a preocupação 
com o desenvolvimento técnico-científico passa a ter um novo olhar e retrata bem 
as questões relativas dos governos em como ver a formação de sua população, seu 
sistema educacional. 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
89
Com isso, percebemos que a preocupação relativa ao conhecimento – 
Educação – foca na questão econômica, no aumento da produtividade deste sujeito.
Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 43), “a reforma dos sistemas 
educativos torna-se prioridade, especialmente nos países em desenvolvimento, 
tendo em vista o atendimento das necessidades e exigências geradas pela 
reorganização produtiva no âmbito das instituições capitalistas mundiais”.
Cabe ressaltar que “somente o trabalho braçal já não é suficiente para a 
manutenção da economia de um país. É preciso fazer com que esses trabalhadores 
passem a buscar formação para melhorar a produtividade das indústrias, dando 
condições de crescimento econômico ao país” (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 
2014, p. 91).
Frente ao exposto, podemos determinar que a maneira de visualizar a 
economia e sua aceleração nos países em desenvolvimento é, perante o Banco 
Mundial, perceber que:
[...] novos tempos requerem nova qualidade educativa, o que implica 
em mudança nos currículos, na gestão educacional, na avaliação 
dos sistemas e na profissionalização dos professores. A partir daí, os 
sistemas e as políticas educacionais de cada país precisam introduzir 
estratégias como descentralização, reorganização curricular, autonomia 
das escolas, novas formas de gestão e direção das escolas, novas tarefas 
e responsabilidades dos professores (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 
2012, p. 45).
Diante desta exposição, o Banco Mundial passa o recado de que quem 
desejar crescer economicamente perante os demais países necessitará reestruturar 
seu sistema educacional. Com isso, a educação brasileira passou a se inserir neste 
contexto.
Podemos relembrar o que já estudamos na Unidade 1, quando tratamos 
das ações empreendidas no governo Collor, como a participação na Conferência 
Mundial sobre a Educação para Todos, em Jomtien, na Tailândia, promoção do 
Banco Mundial, com a participação de diversas organizações mundiais.
Nesta conferência foram determinados os seguintes objetivos:
Art. 1 Satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem: cada pessoa – criança, jovem 
ou adulto – deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas 
para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem.
Art. 2 Expandir o enfoque: lutar pela satisfação das necessidades básicas de aprendizagem 
para todos exige mais do que a ratificação do compromisso pela educação básica. É 
necessário um enfoque abrangente, capaz de ir além dos níveis atuais de recursos, das 
estruturas institucionais; dos currículos e dos sistemas convencionais de ensino, para 
construir sobre a base do que há de melhor nas práticas correntes.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
90
Art. 3 Universalizar o acesso à educação e promover a equidade: a educação básica 
deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é necessário 
universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efetivas para reduzir 
as desigualdades.
Art. 4 Concentrar a atenção na aprendizagem: a tradução das oportunidades ampliadas 
de educação em desenvolvimento efetivo – para o indivíduo ou para a sociedade – 
dependerá, em última instância, de, em razão dessas mesmas oportunidades, as pessoas 
aprenderem de fato, ou seja, apreenderem conhecimentos úteis, habilidades de raciocínio, 
aptidões e valores. 
Art. 5 Ampliar os meios de e o raio de ação da Educação Básica: a diversidade, a 
complexidade e o caráter mutável das necessidades básicas de aprendizagem das 
crianças, jovens e adultos, exigem que se amplie e se redefina continuamente o alcance 
da educação básica. [...]
Art. 6 Propiciar um ambiente adequado à aprendizagem: a aprendizagem não ocorre 
em situação de isolamento. Portanto, as sociedades devem garantir a todos os educandos 
assistência em nutrição, cuidados médicos e o apoio físico e emocional essencial para 
que participem ativamente de sua própria educação e dela se beneficiem.
Art. 7 Fortalecer as alianças: as autoridades responsáveis pela educação aos níveis 
nacional, estadual e municipal têm a obrigação prioritária de proporcionar educação básica 
para todos. Não se pode, todavia, esperar que elas supram a totalidade dos requisitos 
humanos, financeiros e organizacionais necessários a esta tarefa. Novas e crescentes 
articulações e alianças serão necessárias em todos os níveis: entre todos os subsetores e 
formas de educação, reconhecendo o papel especial dos professores, dos administradores 
e do pessoal que trabalha em educação; entre os órgãos educacionais e demais órgãos 
de governo, incluindo os de planejamento, finanças, trabalho, comunicações, e outros 
setores sociais; entre as organizações governamentais e não governamentais, com o setor 
privado, com as comunidades locais, com os grupos religiosos, com as famílias.
Art. 8 Desenvolver uma política contextualizada de apoio: políticas de apoio nos 
setores social, cultural e econômico são necessárias à concretização da plena provisão e 
utilização da educação básica para a promoção individual e social. A educação básica 
para todos depende de um compromisso político e de uma vontade política, respaldados 
por medidas fiscais adequadas e ratificados por reformas na política educacional e pelo 
fortalecimento institucional. [...]
Art. 9 Mobilizar os recursos: para que as necessidades básicas de aprendizagem para todos 
sejam satisfeitas mediante ações de alcance muito mais amplo, será essencial mobilizar 
atuais e novos recursos financeiros e humanos, públicos, privados ou voluntários. Todos 
os membros da sociedade têm uma contribuição a dar, lembrando sempre que o tempo, a 
energia e os recursos dirigidos à educação básica constituem, certamente, o investimento 
mais importante que se pode fazer no povo e no futuro de um país. [...]
Art. 10 Fortalecer a solidariedade internacional: satisfazer as necessidades básicas de 
aprendizagem constitui-se uma responsabilidade comum e universal a todos os povos, 
e implica solidariedade internacional e relações econômicas honestas e equitativas, 
a fim de corrigir as atuais disparidades econômicas. Todas as nações têm valiosos 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
91
FONTE: UNESCO. Declaração mundial sobre educação para todos: satisfação das 
necessidades básicas de aprendizagem. Jomtien,1990. Disponível: <http://unesdoc.unesco.org/
images/0008/000862/086291por.pdf>. Acessado em: 31 jul. 2016.
A partir desta Conferência, muda-se a visão de muitos governantes e 
busca-se a melhoria da educação através de reformas educativas, frente a novas 
realidades sociais.
3 NOVAS REALIDADES SOCIAIS E AS REFORMAS EDUCATIVAS 
NO BRASIL
Acadêmico, desta Conferência foram retiradas orientações para a elaboração 
do Plano Decenal de Educação Para Todos (documento elaborado para determinar 
ações a serem realizadas dentro de um determinado período, no caso, dez anos), 
sendo este documento produzido “como diretriz educacional do governo Itamar 
Franco em 1993” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 44).
De maneira breve, vamos resumir as ações realizadas a partir desta 
Conferência, para os demais governantes que sucederam a Collor até a atualidade.
No governo de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 1998) foram escolhidasmetas mais pontuais com relação ao Plano Decenal, ficando assim elencadas: 
descentralização da administração das verbas federais, elaboração do 
currículo básico nacional, educação a distância, avaliação nacional das 
escolas, incentivo à formação dos professores, parâmetros de qualidade para 
o livro didático, entre outras. Nesta gestão houve a elaboração e promulgação 
da LDB (Lei 9.349/96) e a formulação das diretrizes curriculares, normas e 
resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) para o ensino superior 
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 44).
Em seu segundo mandato (1999-2002), FHC manteve a mesma política 
educacional que vinha utilizando, incluindo neste a aprovação, pelo “Congresso 
Nacional, do Plano Nacional de Educação – PNE (2001-2010)” (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 45).
Acadêmico, você se recorda do que trata o Plano Nacional de Educação? Se não 
lembrar, busque na Unidade 1 esta definição.
conhecimentos e experiências a compartilhar, com vistas à elaboração de políticas e 
programas educacionais eficazes. [...]
UNI
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
92
Dando continuidade, observamos que no governo Lula (2003-2006) foi 
criado o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Este dado será 
melhor abordado nas páginas seguintes, dando assim uma compreensão de onde, 
como e para que é utilizado este fundo e os demais fundos criados pelo governo para 
auxiliar no desenvolvimento da educação e diminuir as desigualdades relativas 
às questões educacionais, refletindo nos demais espaços sociais. Em seu segundo 
mandato (2007-2010), realizou mudanças na educação básica como, aumento de 
recursos na educação, o Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb), o piso 
salarial dos professores e a aprovação da Emenda Constitucional nº 59.
A Emenda Constitucional nº 59, aprovada em 2009 pelo Congresso, prevê a 
obrigatoriedade do ensino para a população entre 4 e 17 anos e amplia a abrangência dos 
programas suplementares para todas as etapas da educação básica. Com a mudança na 
Constituição Federal, o ensino pré-escolar e médio passam a ser obrigatórios. A meta do 
governo, portanto, é universalizar o acesso. O prazo definido é 2016.
FONTE: Disponível em: <http://www.andi.org.br/infancia-e-juventude/legislacao/emenda-
constitucional-59>. Acesso em: 31 jul. 2016.
No governo de Dilma Rousseff, deu-se continuidade aos programas do 
governo anterior e buscou-se implementá-los.
Observe, caro acadêmico, que estas ações, entre outras, estão interligadas 
a ações e tendências internacionais, “sobretudo do Banco Mundial e do Fundo 
Monetário Internacional (FMI)” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 44). No 
entanto, segundo Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 45-46): 
As políticas e diretrizes educacionais dos últimos vinte anos, com raras 
exceções, não têm sido capazes de romper a tensão entre intenções 
declaradas e medidas efetivas. Por um lado, estabelecem-se políticas 
educativas que expressam intenções de ampliação da margem de 
autonomia e de participação das escolas e dos professores, por outro, 
verifica-se a parcimônia do governo nos investimentos, impedindo a 
efetivação de medidas cada vez mais necessárias a favor, por exemplo, 
dos salários, da carreira e da formação do professorado, com a alegação 
de que o enxugamento do Estado requer redução de despesas e do déficit 
público, o que acaba imprimindo uma lógica contábil e economicista ao 
sistema de ensino.
 
Com isso, podemos determinar que perante o mundo, e perante a própria 
população, nos deparamos com olhares desconfiados e descontentes com relação 
ao grau deficitário na aplicação das políticas públicas educacionais. Podemos 
determinar então que, de acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 46), “esse 
fato deve-se, certamente, às características do modelo econômico adotado, de 
NOTA
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
93
orientação economicista e tecnocrática, em que as implicações sociais e humanas 
ficam em segundo plano”.
Precisamos então reordenar nossa casa, o Brasil, para assim conseguirmos 
retornar ao crescimento econômico, para a obtenção de qualidade de vida. E não 
distante tudo recai sobre a Educação. Este é o caminho, e a nível globalizado, 
todos pensam desta maneira. A Educação é o caminho para a solução de muitos 
problemas mundiais e nacionais.
Com isso, caro acadêmico, precisamos, enquanto profissionais da educação, 
reconhecer diversas mudanças que ocorrem a nossa volta e estas recaem sobre nossa 
maneira de proceder com os nossos alunos e a compreensão das leis e suas estratégias.
AUTOATIVIDADE
Diante do que já vimos, sobre a globalização, podemos determinar que ela é 
irreversível ou chegará um momento em que os países, independentes de suas 
finanças, buscarão um retrocesso? Qual sua opinião?
Acadêmico, o que dialogamos até aqui pode não fazer muito sentido, mas 
observe que nesta perspectiva nosso país está buscando, muitas vezes por caminhos 
tortuosos, diminuir as desigualdades sociais e estamos diretamente ligados à 
globalização. Não podemos deixar de compreender que os acontecimentos no 
mundo afetam diretamente a educação, de várias formas, sendo as principais 
assim pontuadas por Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 62):
a) Exigem novo tipo de trabalhador, mais flexível e polivalente, o que 
provoca certa valorização da educação formadora de novas habilidades 
cognitivas e competências sociais e pessoais.
b) Levam o capitalismo a estabelecer, para a escola, finalidades mais 
compatíveis com os interesses do mercado.
c) Modificam os objetivos e as prioridades da escola.
d) Produzem modificações nos interesses, necessidades e valores 
escolares.
e) Forçam a escola a mudar suas práticas por causa do avanço tecnológico 
dos meios de comunicação e da introdução da informática.
f) Induz em alterações na atitude do professor e no trabalho docente, 
uma vez que os meios de comunicação e os demais recursos tecnológicos 
são muito motivadores.
Com estas intervenções, no que diz respeito aos acontecimentos que 
ocorrem no mundo atual, observamos que a escola está também necessitando de 
reformulação, pois a globalização está aí, adentrando nas salas de aula, em todos 
os espaços e um exemplo claro são as novas tecnologias, presentes em nossas vidas 
e na vida de nossos alunos. 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
94
4 REVOLUÇÃO INFORMACIONAL
Sabendo do conceito de globalização no qual estamos inseridos, podemos 
compreender que o celular é um dos instrumentos que representam essa 
globalização na atualidade. São muitos os exemplos, mas tomemo-lo para definir 
que a revolução da informação está em nós, em apenas um clique e estamos 
conectados ao mundo. Não é fascinante?
FIGURA 4 – REVOLUÇÃO INFORMACIONAL
FONTE: Disponível em: <http://nexus.futuro.usp.br/blog/~yria/3058>. Acesso 
em: 31 jul. 2016.
Perante o que possuímos em nossas mãos, e o que visualizamos 
cotidianamente, estamos vivenciando uma revolução informacional, através 
da internet, que é a estrela maior dessa revolução, e que nos dá a impressão de 
vivermos em uma “aldeia global”.
Sabemos que na atualidade podemos a qualquer momento receber 
informações dos mais variados pontos do mundo, as informações circulam de 
maneira veloz, tendo assim a sensação de estarmos no momento em que ocorreu 
determinada situação ou fato. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 77):
A internet (a super-rede mundial de computadores) é uma das estrelas 
principais, desta fase da revolução informacional, pois interliga milhões 
de computadores, ou melhor, de usuários a um imenso e crescente 
banco de informações, permitindo-lhes navegar pelo mundo por meio 
do microcomputador. As informações disponíveis dizem respeito a 
praticamente todos os temas deinteresse, o que fascina cada vez mais 
as pessoas.
E acrescenta que:
Com maior ou menor acesso, no entanto, as novas tecnologias da 
informação e os diferentes meios de comunicação – por exemplo, o 
rádio, o jornal, a revista, a televisão, o computador, o telefone, o fax 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
95
e outros – estão presentes nos espaços sociais ou incorporados no 
cotidiano de vida das pessoas, de maneira a modificar hábitos, costumes 
e necessidades.
Outro exemplo é o que nós estamos vivenciando, caros acadêmicos, são 
as tecnologias utilizadas para nossos estudos, por exemplo o Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA), o Da Vinci Talk, onde podemos conversar e tirar dúvidas, os 
vídeos da disciplina, os objetos de aprendizagem.
As informações correm por fibras ópticas, satélites etc., criando assim 
“redes de informações on-line (comunicação instantânea) que conseguem juntar 
texto, som e imagem” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 79).
Frente a isso, Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 79) nos apresentam 
características que envolvem ainda a revolução informacional, a saber:
• Surgimento de nova linguagem comunicacional, uma vez que circulam 
e se tornam comuns termos como realidade virtual, ciberespaço, 
hipermídia, correio eletrônico, Orkut, Facebook, Twitter e outros, 
expressando as novas realidades e possibilidades informacionais. Já é 
comum também a utilização de uma linguagem digital, sobretudo entre 
jovens, para expressar sentimentos e situações de vida.
• Os diferentes mecanismos de informação digital (comunicação 
instantânea), de acesso à informação, de pesquisa e de ligação entre 
matérias sempre atualizadas e qualificadas.
• As novas possibilidades de entretenimento e de educação (TV 
educativa, educação a distância, vídeos, softwares etc.).
• O acúmulo de informações e as infindáveis condições de 
armazenamento.
Observe, acadêmico, que estas características denotam a necessidade 
de cada indivíduo buscar seus conhecimentos para uma melhoria em sua vida 
profissional e pessoal, mas também dá a abertura para a exclusão social se estas 
características não forem bem desenvolvidas. Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi 
(2012, p. 81), a globalização é uma palavra que “está na moda”. 
No entanto, diferentemente da moda passageira, ela parece ter 
vindo para ficar. Tem sido usada para designar uma gama de fatores 
econômicos, sociais, políticos e culturais que expressam o espírito e a 
etapa de desenvolvimento do capitalismo em que o mundo se encontra 
atualmente. Trata-se, portanto, de palavra de difícil conceituação, em 
razão da amplitude e complexidade da realidade que tenta definir.
Cabe ressaltar que esta revolução informacional está em nosso meio e não 
sairá dele, pois com a globalização está sendo construída através de materiais, de 
serviços, saberes e habilidades. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012). E estas 
construções determinam o nível de desenvolvimento e de monopolização do 
pensamento. Para tanto, faz-se necessária uma verificação nas informações que 
circulam no espaço público, pois estas podem, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi 
(2012, p. 80), exercer “um papel de entretenimento e doutrinação das massas”. 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
96
E é isso que precisamos cuidar, pois a globalização e tecnologias são de 
extrema necessidade e possuem muita importância, mas elas podem criar uma 
cultura de massa empobrecida de conteúdo. A mesma revolução informacional 
que determina uma evolução pode trazer elementos que tornam o indivíduo mero 
captador de ideias e assim acaba sendo doutrinado por elas.
A informação das novas tecnologias “impõe o desafio de perceber as 
potencialidades contraditórias e libertadoras da revolução informacional, bem 
como as condições e estratégias de luta pela democratização da informação no 
contexto de uma sociedade cada vez mais globalizada” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; 
TOSCHI, 2012, p. 81). Como esta revolução informacional pode determinar 
mudanças na educação? 
Esta pergunta é pertinente, pois conforme Galvão Filho e Miranda (2012, 
p. 247), “existe uma tensão entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia 
(elas próprias em mutação constante) e as condições de sua aplicação: o sistema 
social e educacional e os modos de gestão devem abrir espaço à tecnologia em um 
determinado nível de desempenho”.
Frente ao exposto, podemos determinar que as tecnologias na educação 
possam auxiliar em uma dimensão maior, várias pessoas em suas várias faixas 
etárias, organização de novas formas de ensino como a EAD – Educação a Distância 
–, que determina o local, momento e desejos do educando, a utilização de ricas 
imagens e de visualizações sobre qualquer temática desenvolvida; o estudo voltado 
à competência do acadêmico para ir em busca do conhecimento; o fácil acesso às 
informações, dentre outros fatores que auxiliam o processo ensino-aprendizagem. 
Observa-se, assim, que esta revolução informacional determina a 
necessidade de a educação continuar buscando estas estratégias para tornar o 
sistema de ensino cada vez mais democrático e integrativo. 
Cabe ressaltar, aqui, o papel do professor nesse processo evolutivo das 
novas tecnologias. Para tanto, vamos apresentar a você, acadêmico, um recorte do 
artigo de Renival Vieira de Freitas e Magneide S. Santos Lima. 
AS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: DESAFIOS ATUAIS 
PARA A PRÁTICA DOCENTE
[...] As novas tecnologias: desafios e suas implicações no ambiente escolar e 
na prática docente.
A introdução dos recursos tecnológicos no ambiente escolar não se restringe 
apenas à utilização de determinados equipamentos e produtos. Essa evolução 
tecnológica e sua chegada e utilização no trabalho docente veio a contribuir na alteração 
de comportamentos. A utilização desses recursos tecnológicos sem o devido preparo 
do docente para a sua introdução na prática diária das escolas veio ocorrer um choque 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
97
cultural e uma resistência por parte dos docentes em sua aplicação, ocorrendo assim, o 
aceleramento da crise de identidade dos professores. 
Para Esteve (1999 apud ALONSO, 2008, s.p.) “a situação dos professores diante 
das mudanças que ocorrem na escola é comparável a um grupo de atores que trajam as 
vestimentas de determinado tempo e que, sem nenhum aviso anterior mudam-lhes os 
cenários e as falas”. Quando Esteve apresenta essa mudança repentina no cenário desse 
grupo de atores que precisa mudar toda sua apresentação sem um aviso prévio e sem 
a devida preparação podemos verificar o que ocorreu na prática diária do professor ao 
serem introduzidos nas escolas os recursos tecnológicos para serem utilizados pelos 
docentes antes mesmo do sistema educacional promover curso de aperfeiçoamento 
profissional para a utilização desses recursos tecnológicos na prática pedagógica. 
O professor não deixa de ter importância no desenvolvimento do seu papel 
como mediador da aprendizagem devido à inserção das novas tecnologias no ambiente 
escolar, mas, ao contrário, pode passar a ser o elemento principal dessa sociedade que 
utiliza cada vez mais essas novas tecnologias como recurso didático promovendo o 
enriquecimento da prática educativa, sendo assim, segundo Sacristán (1999, p. 89), “a 
prática educativa não começa do zero: quem quiser modificá-la tem que apanhar o 
processo ‘em andamento’. A inovação não é mais do que uma correção da trajetória”. 
A renovação na prática docente pode ser constatada, não pelo uso puro e 
simples desses recursos tecnológicos em seu cotidiano, mas, a partir do momento em 
que esses equipamentos modifiquem de forma significativa o olhar do professor diante 
de sua prática, suas concepções de educação, seus modelos de ensino-aprendizagem. 
Para Sacristán (1999, p. 74) “oprofessor é responsável pela modelação da prática, mas 
esta é a intersecção de diferentes contextos”.
Com o aparecimento dos computadores e da internet, e sua inserção no 
ambiente escolar, tornou-se possível a entrada desses novos recursos tecnológicos 
na vida escolar, visto que, antes desse aparecimento era inviável a instalação de um 
computador no ambiente escolar pelo seu tamanho e custo. 
Segundo Kenski (2008, p. 45), “a maioria das tecnologias é utilizada como auxiliar 
no processo educativo”. Não só o computador e a internet, como outros recursos que 
foram introduzidos na prática do docente em sala de aula, movimentaram a educação 
e provocaram novas mediações entre a abordagem do professor, o entendimento do 
docente e o conhecimento veiculado. 
A utilização por parte do professor no trabalho em classe de mídias e ferramentas 
computacionais contribui para consolidação do processo de ensino-aprendizagem. 
Esses recursos quando bem utilizados provocam a alteração dos comportamentos de 
docentes e discentes, contribuindo assim para a ampliação e maior aprofundamento 
do conteúdo estudado. Segundo Alava (2002, p. 65), “a mudança provocada pelo 
desenvolvimento da tecnologia educacional altera de forma profunda o modo como o 
aluno aprende”. 
Essa mudança só será possível se o educador se apropriar de tais recursos 
tecnológicos tornando-os significativos e verdadeiramente importantes, entre tantas 
possibilidades, para modificação da prática pedagógica, promovendo a dinamização 
do ensino e da aprendizagem, mas não basta a utilização, é necessário saber usar de 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
98
forma pedagogicamente correta a tecnologia escolhida para alcançar o sucesso no 
ensino-aprendizagem. [...].
Refletindo sobre as práticas docentes 
Na atualidade, nada garante o bom desempenho da prática docente se os 
professores não superarem as suas crenças e se dedicarem ao fazer pedagógico que 
leve o discente a experimentar outro comportamento diante dos objetos de ensino. 
Essas crenças são adquiridas antes mesmo dessas pessoas se tornarem professores, 
ainda como alunos. São visões pessoais, emocionais e se articulam como um sistema 
hierárquico de filtragem sobre o que é verdadeiro no ensino e na aprendizagem. 
As convicções se fortalecem com o tempo, na medida em que as experiências se 
cristalizam daquilo que tem bom êxito com frequência. Portanto, o docente, ao assumir a 
docência, traz consigo elementos, onde cria algo como condição de interferir na sua prática. 
Bourdieu afirma que “os hábitos são princípios geradores de práticas distintas 
e distintivas” (BOURDIEU, 2007, p. 22), logo, compreende-se que existe subentendida 
na docência uma proporção silenciosa da ação pedagógica. Por vez, quando interrogam 
os professores sobre por que desenvolvem sua prática dessa maneira e, por que, ao 
enfrentar determinadas situações, agiram desta forma, geralmente a resposta está 
relacionada às crenças daquele profissional, essa realidade segundo o autor, “constrói 
o espaço social, essa realidade invisível, que não podemos mostrar nem tocar e que 
organiza as práticas e as representações dos agentes” (BOURDIEU, 2007, p. 22). Por essa 
razão é muito difícil modificar o conteúdo da prática pedagógica nos docentes. 
A reflexão sobre o trabalho desenvolvido em sua prática diária pelos professores 
possibilita a análise das convicções profissionais dos docentes. Assim, define-se pela 
prática de ensino a identidade docente, construída pelos objetivos educativos e pela 
autonomia profissional. 
Refletindo acerca dessa questão, Sacristán (1999, p. 71) afirma que “[...] a prática 
educativa não é uma ação que deriva de um conhecimento prévio, como acontece com 
certas engenharias modernas, mas sim, uma atividade que gera cultura intelectual em 
paralelo com sua existência [...]”. Nessa ótica, entende que o docente, ao desenvolver 
sua prática, pensa, reflete sobre seu trabalho e que, ao confrontar com os problemas 
da sala de aula, busca utilizar-se dos conhecimentos adquiridos, (re) elaborando-os de 
forma criativa, no enfrentamento dos problemas, que surgem na sala de aula. 
Segundo Azzi (1999), o professor, na heterogeneidade de seu trabalho, está 
sempre diante de situações complexas para as quais deve encontrar repostas, e estas 
repetitivas ou criativas, dependem de sua capacidade e habilidade de leitura da 
realidade e, também, do contexto, pois pode facilitar e/ou dificultar a sua prática.
A prática docente, conforme exposto, se constitui uma fonte de situações 
complexas, na qual o docente no decorrer de sua jornada diária encontra-se face a 
face com os problemas e com as dificuldades crescentes dos discentes, referentes à 
apropriação e produção de conhecimento. 
No decorrer da prática diária em sala de aula surgem vários problemas que 
podem levar o docente a refletir acerca do ato pedagógico, fazendo com que esses 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
99
profissionais busquem alternativas para solucionar tais problemas, de modo a responder 
às exigências que essa prática lhes impõe. 
Nesse aspecto, Sacristán (1999, p. 79) afirma que “o ofício de quem ensina consiste 
basicamente na disponibilidade e utilização, em determinadas situações, de esquemas 
práticos para conduzir a ação”. O autor ressalta que na jornada escolar o professor 
necessita estar preparado para enfrentar determinadas situações problemáticas, as quais 
demandam uma tomada de decisões, aguçando o desenvolvimento do pensamento e 
da ação do docente sobre sua prática.
FONTE: Disponível em: <http://dmd2.webfactional.com/media/anais/AS-NOVAS-TECNOLOGIAS-
NA-EDUCACAO-DESAFIOS-ATUAIS-PARA-A-PRATICA-DOCENTE.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2016.
Com a leitura desse artigo podemos determinar que, na educação, a figura 
do professor, independente do surgimento das novas tecnologias (NTICs), mantém-
se presente neste processo e cabe a ele estar aberto a essas novas possibilidades e 
utilizá-las para o desenvolvimento de seus trabalhos. 
Com isso, partiremos neste momento ao que o artigo mencionou, que é a 
forma como a prática educacional passará a ser vista com as novas tecnologias. 
Essas práticas educativas estão atreladas aos níveis e modalidades de educação e 
ensino existentes em nosso país.
5 NÍVEIS E MODALIDADES DE EDUCAÇÃO E ENSINO
Com o apresentado anteriormente, percebemos que para existir ou 
ser inserido no sistema educacional, necessitamos ir ao encontro das leis que 
determinam o funcionamento de sua estrutura. Para tanto, podemos perceber que 
o sistema educacional possui em seu núcleo os níveis e modalidades de educação.
Para melhor compreensão, vamos determinar o que significa níveis e 
modalidades. Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 361):
 
O termo modalidade da educação diz respeito aos diferentes modos 
particulares de exercer a educação. Enquanto os níveis de educação 
se referem aos diferentes graus, categorias de ensino, como infantil, 
fundamental, médio, superior, a modalidade de educação implica a 
forma, o modo como tais graus de ensino são desenvolvidos.
Com relação às modalidades de educação, nos deparamos com a educação 
formal, informal e não formal, que de maneira breve será detalhada neste momento, 
conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2011, p. 236-237):
• A educação informal, também chamada de não intencional, refere-
se às influências do meio humano, social, ecológico, físico e cultural às 
quais o homem está exposto. 
• A educação não formal é intencional, ocorre fora da escola, porém é 
pouco estruturada e sistematizada.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
100
• A educação formal é também intencional e ocorre ou não em instâncias 
de educação escolar, apresentando objetivos educativos explicitados. É 
claramente sistemáticae organizada.
Precisamos observar que todas as modalidades de educação são importantes, 
pois elas estão presentes no cotidiano das pessoas e tanto a modalidade informal 
“que se refere às influências do meio natural e social sobre o homem e interfere 
em sua relação com o meio social” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 235), 
quanto a formal, “ que busca ter objetivos explícitos, conteúdos, métodos de 
ensino, procedimentos didáticos [...]” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 
236), são determinantes para alcançarmos os objetivos previstos em lei.
Assim, todas as modalidades determinam sua maneira de auxiliar no 
desenvolvimento da educação e nenhuma deve ser desconsiderada.
Frente ao exposto, vamos nos ater aos Artigos 205 e 206 da Constituição 
Federal (BRASIL, 1988), que busca uma educação que é direito de todos e dever do 
Estado e da família, além do desenvolvimento pleno do indivíduo, tornando ele 
apto para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho.
No Artigo 206 da Constituição, encontramos os seguintes princípios para 
conquistar estes objetivos apresentados anteriormente:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, 
a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na 
forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por 
concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006);
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da 
educação escolar pública, nos termos de lei federal (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 53, de 2006).
A LDB/96, em seu título V, no que se refere aos níveis e modalidades de 
educação através do Artigo 21, determina que a educação escolar compõe-se de:
I - educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino 
médio;
II - educação superior (BRASIL, 1996).
Como podemos perceber, a educação infantil é o início do processo de 
educação formal, atrelado a esta modalidade temos a educação fundamental, 
e o ensino médio fechando o período da educação básica. Logo depois temos a 
educação superior, que é vista como a “etapa terminal do ciclo da educação 
escolar” (CARNEIRO, 2015, p. 298).
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
101
Com isso, buscaremos determinar as finalidades de cada nível através de 
alguns artigos elencados na LDB/96 e que tornam possível a execução destes níveis.
Nos Artigos 22, 23 e 24, temos as finalidades que a educação básica possui 
para desenvolver os educandos; também apresentam sua organização que poderá 
ser em séries anuais, períodos, ciclos, observando a idade dos grupos e sua 
organização. Ainda no Artigo 24 da LDB/96 apresenta-se a organização do ensino 
fundamental e médio observando regras como:
I – a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas 
por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o 
tempo reservado aos exames finais, quando houver;
II – a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do 
ensino fundamental, pode ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a 
série ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação 
feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do 
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme 
regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III – nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, 
o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde 
que preservada a sequência do currículo, observadas as normas do 
respectivo sistema de ensino;
IV – poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries 
distintas, com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, 
para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes 
curriculares;
V – a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com 
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos 
resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso 
escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação 
do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos 
ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem 
disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos;
VI – o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto 
no seu regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida 
a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas 
letivas para aprovação;
VII – cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, 
declarações de conclusão de série e diplomas ou certificados de 
conclusão de cursos, com as especificações cabíveis.
Vamos tratar do dispositivo I, que trata da carga horária mínima. Com isso, 
podemos determinar que a ampliação da carga horária mínima de 720 horas para 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
102
800 horas anuais e de 180 para 200 dias letivos foi um grande avanço para nosso 
país, pois conforme Carneiro (2015, p. 306), “o Brasil renuncia à incômoda posição 
de país que, embora signatário do Estatuto Universal dos Direitos Humanos de 
1948, exibia um dos mais reduzidos tempos de permanência do aluno na escola”. 
Ainda conforme Carneiro (2015, p. 306):
 
O ganho é inestimável. [...] se o sistema de ensino houver adotado o 
Ensino Fundamental de nove anos, o ganho será maior, passando para 
um acréscimo de 1.440 horas. Ao final do Ensino Médio terá 240 horas 
adicionais de estudo, o que equivale a dois meses extras de escolaridade. 
Ao término dos estudos correspondentes ao ciclo da educação básica, o 
aluno terá tido uma ampliação de carga horária, entre o Fundamental e 
o Médio, de cerca de 1.640 horas, o equivalente a dois anos adicionais de 
estudo. Um avanço espetacular da escola básica brasileira.
No que diz respeito a essas informações, nos deparamos também com 
muitas disparidades e necessidade de se avançar não só em relação ao número 
de horas em que a criança se encontra na escola, mas também na sua qualidade 
educacional.
Para tanto, no dispositivo II, encontramos algo que busca amarrar a 
quantidade de horas com a qualidade do ensino. Isto através da incumbência dada 
à escola de “elaborar e executar sua proposta pedagógica”, que se encontra no 
Artigo 12 da LDB.
No dispositivo III, observamos a necessidade inicial de se respeitar o sistema 
de ensino vigente e a escola pode aqui adotar a promoção por série, sendo que ela 
deverá ser apresentada no regimento escolar. Conforme Carneiro (2015, p. 307):
A lei inova, igualmente, no tocante à questão da promoção. No caso 
de a escola adotar a promoção por série, poderá ocorrer a promoção 
por disciplina, assegurada a estrutura sequencial do currículo. Aqui 
reside a maior dificuldade para operacionalizar a cultura da construção 
curricular, porque ela própria nunca trabalhou com um projeto 
pedagógico próprio, portanto, capaz de espelhar sua especificidade.
Cabe ressaltar a necessidade de os profissionais da educação buscarem 
maior diálogoem suas escolas e com relação as suas disciplinas, pois com isso 
estaremos obtendo um avanço significativo no que diz respeito à construção de uma 
organização curricular que enalteça os interesses e necessidades dos educandos e 
dos próprios profissionais da educação.
No dispositivo IV, apresenta-se a questão relativa à organização de turmas/
classes com alunos em suas séries distintas, utilizando o critério de adiantamento na 
matéria. Conforme Carneiro (2015, p. 308), “[...] é uma possibilidade interessante, 
embora, também de difícil operacionalização”.
Isso porque possuímos poucos recursos em todos os níveis, sejam eles 
materiais e tecnológicos, mas não nos falta a criatividade e a flexibilidade de tentar 
modificar muitas das coisas que são apresentadas no cotidiano educacional.
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
103
Já o dispositivo V trata da verificação do rendimento escolar que, conforme 
Carneiro (2015, p. 309), “[...] constitui um dos mais importantes meios para aferir a 
adequação do projeto político-pedagógico aos contextos individuais e sociais locais e 
sua decisão de atendimento “às necessidades básicas de aprendizagem dos alunos”.
Ao tratarmos da verificação do rendimento escolar é importante observar 
o que apresenta o Artigo 3º da LDB, que trata da igualdade de condições de acesso 
e permanência na escola; liberdade de aprender e ensinar etc. Além desse artigo, 
o Artigo 12 se refere ao cumprimento da função social da escola através de seu 
Projeto Pedagógico. Não nos esquecendo do Artigo 5º e 205 da Constituição e do 
Artigo 2º da LDB, que tratam de questões relativas a seu cumprimento total. 
Naturalmente, os procedimentos de verificação, nos termos da LDB, 
se voltam para o aluno como individualidade, uma vez que a ideia da 
educação escolar é possibilitar, a cada um, seu pleno desenvolvimento, 
seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o 
trabalho (Art. 2º). Tudo isto estará, de alguma forma, radiografado no 
histórico escolar [...] (CARNEIRO, 2015, p. 309).
Cabe ressaltar que os critérios para realização da avaliação perpassam 
por dois tipos: a qualitativa e a quantitativa. Assim, os critérios apresentados 
pela lei denotam a necessidade de se adotar procedimentos pedagógicos que 
possuam integração nos processos avaliativos. Pois, se buscarmos somente uma 
avaliação quantitativa, estaremos fadados a abandonar o foco da avaliação que é 
de verificarmos o aluno em sua totalidade, globalmente e não somente através de 
provas, por exemplo.
Outro fator que cabe ser salientado é o processo de aceleração de estudos, 
que para Carneiro (2015, p. 310) “deve constituir componente inafastável de uma 
política de correção de fluxo de todos os sistemas de ensino”. Importante ressaltar 
que, conforme Carneiro (2015, p. 310):
[...] o Brasil é campeão na América Latina em alunos que, fora da faixa 
etária, frequentam a escola fundamental. Esse fenômeno, que chega a 
percentuais elevadíssimos em toda a matrícula, denomina-se defasagem 
idade-série e é um dos fatores mais diretamente responsáveis pela baixa 
qualidade do ensino.
O que fazer com esta triste realidade? 
A cada momento, os profissionais da educação buscam respostas para esta 
mudança de realidade, muitos são os desafios e um destes desafios encontra-se na 
implantação de classes de aceleração, como afirma Carneiro (2015, p. 310), mas que 
não chega a fins eficazes por um dos motivos delineados a seguir: 
[...] o material usado e todo planejamento para a correção de fluxo no 
Brasil é ‘concebido’ por grandes agências fornecedoras com a total 
exclusão dos professores do processo de criação compartilhada. De fato, 
os docentes entram no processo como meros executores. E os resultados 
são os que todos conhecemos! Fica mais uma vez comprovado que, 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
104
quando o professor não participa, a escola não se modifica (CARNEIRO, 
2015, p. 310).
O dispositivo VI trata do controle da frequência, a qual é de extrema 
importância, pois auxilia no funcionamento adequado da educação escolar e do 
acompanhamento do processo de construção do processo de aprendizagem do aluno.
A frequência é obrigatória em todas as escolas da federação brasileira, 
independente da diversidade de cada região do país, perfazendo assim a 
necessidade da realização de 800 horas relativas à carga horária mínima e a 200 
dias letivos, já visto anteriormente.
Assim, o controle de frequência torna-se obrigatório legalmente, conforme 
o Artigo 23 e 24 da LDB, e necessário pedagogicamente, sendo submetido a três 
condições:
• “é de responsabilidade da escola;
• deve estar disciplinado no regimento escolar;
• obedece a normas gerais de cada sistema de ensino” (CARNEIRO, 2015, p. 312).
Observamos que a frequência escolar está atrelada à escolarização 
obrigatória e esta é presencial e necessita da administração dos dias e das horas 
letivos, realizado através do controle de frequência, a tão conhecida “chamada”.
Esta frequência é utilizada não por acaso, mas para que seja realizada a 
distribuição dos recursos pelo Fundeb, pois conforme o Artigo 9º, da Lei 11.494, 
que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação 
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB: “Para os fins da 
distribuição dos recursos de que trata esta lei serão consideradas exclusivamente 
as matrículas presenciais efetivas, conforme os dados apurados no censo escolar 
mais atualizado [...]” (BRASIL, 2007).
O Fundeb – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – foi criado em 
novembro de 1968 e está vinculado ao Ministério da Educação – MEC. A finalidade da autarquia 
é captar recursos financeiros para projetos educacionais e de assistência ao estudante. A maior 
parte dos recursos do FNDE provém do salário-educação, com o qual todas as empresas estão 
sujeitas a contribuir (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 391).
O dispositivo VII vem com o intuito de repassar às instituições a 
responsabilidade de expedir os históricos escolares, o qual é “a radiografia do 
percurso curricular do aluno e, portanto, de seu itinerário acadêmico” (CARNEIRO, 
2015, p. 313).
NOTA
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
105
Este documento tem o objetivo de confirmar que o aluno obteve os 
índices necessários para a obtenção do diploma e que adquiriu os conhecimentos 
necessários para dar continuidade a sua vida escolar.
Além do histórico escolar, a escola também pode entregar ao aluno, 
quando solicitado, uma declaração (parcial) ou total (que é o caso do diploma), 
para determinar até que nível o aluno se manteve naquela instituição. De acordo 
com Carneiro (2015, p. 313):
[...] as instituições de ensino têm a magna responsabilidade de registrar 
e certificar os conhecimentos do aluno, o que constitui um enorme 
desafio e uma vigilância educativa e burocrática continuada, sob o olhar 
cuidadoso da direção e o acompanhamento dos professores.
 
Ainda sobre os níveis de ensino, destacamos que a Educação Infantil, 
como se apresenta no Artigo 29 da LDB/1996, é a primeira etapa da educação 
básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até cinco 
anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996).
Cabe aqui uma ressalva, e que Carneiro (2015, p. 353) apresenta com 
propriedade, no que diz respeito à organização da educação infantil relativo à 
creche e pré-escola: 
Creche e pré-escola não são depósitos de crianças nem hospedagem-
dia, tampouco espaços para as crianças permanecerem algumas horas 
ao longo do dia, enquanto os pais realizam suas jornadas de trabalho. 
Pelo contrário, são ambientes apropriados, equipados adequadamente, 
potencializados noconjunto dos meios disponíveis e, sobretudo, com 
pessoal docente e de apoio técnico devidamente qualificado, portanto, 
com formação especializada, para trabalhar com as crianças da faixa 
etária legal indicada, tendo em vista o seu desenvolvimento integral no 
entrelaçamento dos aspectos físico, psicológico, social e lúdico-cultural.
Diante do exposto e o que é apresentado no Artigo 29, determinamos as 
funções que o Estado, a família e a comunidade possuem em relação às ações que 
devem ser desenvolvidas e articuladas por todos na eficácia do desenvolvimento 
da criança na primeira fase educacional de sua vida. Não sendo somente a escola 
a responsável por este movimento.
Cabe ressaltar o que Carneiro (2015, p. 354) apresenta sobre o porquê da 
importância destes três elementos para um ensino eficaz na Educação Infantil.
Porque estes são os contextos institucionais e sociais à disposição da 
criança para o seu estruturante desenvolvimento cognitivo. É neles que 
a criança aprende a pensar e aprende a aprender. É sempre conveniente 
relembrar que a inteligência se forma a partir do nascimento, mas é, 
sobretudo na infância que se abrem ‘as janelas de oportunidades’, 
quando se multiplicam os estímulos e as cadeias de experiências. 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
106
Com isso podemos determinar que a Educação Infantil é um direito 
fundamental da criança e essa educação se apresenta em quatro ações que são 
essenciais na sua aplicabilidade, sendo elas: condição de desenvolvimento, de 
formação, integração social e de realização pessoal. Carneiro determina que “ao 
lado desses aspectos tão essenciais da vida, há também argumentos de natureza 
econômica e social” (2015, p. 355). Cabe salientar que a Educação Infantil será 
oferecida para crianças de até cinco anos de idade.
De acordo com o Artigo 30 da LDB (BRASIL, 1996), a educação infantil será 
oferecida em creches para crianças de até três anos de idade, e em pré-escolas para 
crianças de quatro a cinco anos de idade.
Outro fator a ser observado, caro acadêmico, é a necessidade de verificar que 
muitas das ações desenvolvidas dentro da Educação Infantil ainda se apresentam 
de maneira deficitária, pois o Ministério da Educação:
 
[...] embora tenha, desde 1974, um setor para tratar deste assunto, na 
verdade, jamais desenvolveu uma política coerente e sequencial que 
compatibilize as ideias, corpo técnico para cooperação com os Estados 
e recursos financeiros. Ou seja, ausente dos orçamentos públicos, 
a educação pré-escolar jamais ultrapassou o terreno das intenções 
(CARNEIRO, 2015, p. 355).
Diante do exposto, a atual gestão do Ministério da Educação “vem 
buscando resgatar a educação pré-escolar mediante uma clara definição de 
políticas e diretrizes para o setor, desdobradas em: i) diretrizes gerais; ii) diretrizes 
pedagógicas; iii) diretrizes para uma política de Recursos Humanos” (CARNEIRO, 
2015, p. 355).
Com o passar dos anos, já em 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso, 
foi apresentado aos profissionais da educação um documento intitulado Referencial 
Curricular Nacional para a Educação Infantil, em três volumes (Introdução, 
Volume I e Volume II). Nesse documento estão expressos: os objetivos, conteúdos, 
estratégias, formas de avaliação e os princípios que denotam este referencial, que 
são assim apresentados: 
• o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas 
suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, 
religiosas etc.;
• o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, 
pensamento, interação e comunicação infantil;
• o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o 
desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, 
à interação social, ao pensamento, à ética e à estética;
• a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção 
nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie 
alguma;
• o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao 
desenvolvimento de sua identidade (BRASIL, 1998, p. 13).
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
107
Dentro do apresentado podemos delinear que o legislador (governo) está 
preocupado com o modo que se deve tratar o bebê e o tratamento também dado 
às crianças “enquanto sujeitos de direto, o que requer instituições funcionando 
com espaços adequados, equipamentos apropriados e docentes pedagógica e 
funcionalmente qualificados” (CARNEIRO, 2015, p, 363).
No que diz respeito aos referenciais curriculares utilizados pelos 
profissionais da Educação Infantil na elaboração de seu planejamento, devem ser 
levadas em consideração três áreas, a saber: 
a) a do desenvolvimento físico e motor;
b) a do desenvolvimento mental;
c) a do desenvolvimento socioemocional.
As quais são determinantes na LDB, no Artigo 29, definindo a educação 
infantil como a primeira etapa da educação básica.
Ainda com relação à educação infantil, o Artigo 31 da LDB apresenta como 
ela é organizada, de acordo com as seguintes regras comuns: 
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento 
das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao 
ensino fundamental; 
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída 
por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional; 
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para 
o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral; 
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, 
exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de 
horas; 
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de 
desenvolvimento e aprendizagem da criança (BRASIL, 1996).
Nesta etapa da Educação Infantil a avaliação tem um âmbito de 
acompanhamento relativo ao desenvolvimento e de observação, através dos 
registros, e não da forma como ocorre no Ensino Fundamental. 
De acordo com Carneiro (2015, p. 366), “esta diferença ajuda a compreender 
a distância que existe entre ensino e educação, ou, mais precisamente, entre crescer 
interiormente e ser aprovado exteriormente. Trata-se, portanto, de um processo 
essencialmente qualitativo”. 
Necessitamos verificar que há muito que se fazer com relação às questões 
avaliativas, pois na educação brasileira encontramos muito forte a avaliação dos 
conteúdos, deixando de se observar uma “avaliação de desenvolvimento evolutivo 
da aprendizagem” (CARNEIRO, 2015, p. 366).
Com isso verificamos a necessidade de termos no quadro da Educação 
Infantil profissionais da educação qualificados, como também outros profissionais 
como médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, dentre outros. Para muitos uma 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
108
utopia, para outros a necessidade urgente de organizarmos nossa educação, a qual 
é a base de todo o processo educacional brasileiro. 
No que diz respeito às práticas pedagógicas desenvolvidas neste nível, observa-
se que existe um alto grau de complexidade. Conforme Carneiro (2015, p. 366):
Neste ciclo escolar, exige-se do professor que tenha clareza sobre os níveis 
de interseção entre as atividades (procedimentos) vinculado ao campo 
dos conhecimentos sistematizados, dos saberes metodologizados. 
Educar é uma gama de processos articulados, vinculados à esfera do 
saber-ser. Tem, portanto, a ver com conformidades comportamentais, 
hábitos, relações intersubjetivas e desempenho social. Formar, por fim, 
é trabalhar competências, objetivando a inserção adequada do sujeito 
em atividades sociais, laborais e situacionais precisas. Vincula-se ao 
campo do saber-fazer.
Frente a isso, podemos determinar que a formação do profissional que 
estiver inserido na Educação Infantil éelevada, necessita de muito conhecimento e 
competência em suas atividades.
Para determinar a avaliação na Educação Infantil não podemos fazê-
la de forma quantitativa, mas sim observar o desenvolvimento emocional e 
comportamental, através de dimensões como: “atenção, atitudes reativas e 
proativas, participação, integração, socialização, adaptação, motivação, tolerância, 
sentimento do outro, prontidão mental, coordenação de movimentos, nível de 
linguagem e comunicação, processos de evolução de etapas, dentre outros” 
(CARNEIRO, 2015, p. 369).
Assim, a Educação Infantil, no que tange à avaliação, não está preocupada 
em medir ou apurar o que o aluno absorveu, mas sim trabalhar o currículo de 
maneira multidisciplinar, transdisciplinar e interdisciplinar, tudo isso através da 
ludicidade pedagógica.
No que diz respeito ao quadro de horas, deve-se respeitar o que se encontra 
na LDB, pois a Educação Infantil passa a ter uma organização e um funcionamento 
submetidos às exigências regulares, com 800 (oitocentas horas mínimas anuais) e 
no mínimo 200 (duzentos dias letivos).
O atendimento às crianças é definido pelo fator etário: crianças de zero a 
três anos matriculadas em creches, e de quatro a cinco anos na pré-escola. Cabe 
ressaltar mais uma vez que a creche e a pré-escola não são depósito de crianças, 
mas um espaço que busca a formação das crianças no eixo cuidar-educar, o que 
determina atenção individualizada e qualidade nas ações realizadas com a criança, 
buscando o pleno desenvolvimento da criança.
Já na pré-escola, a educação infantil vem com uma outra perspectiva, 
ancorada é claro nos princípios elencados na Educação Infantil, mas encontra-se 
nesse segmento a presença do controle de frequência da criança. Nesse segmento a 
frequência é de sessenta por cento (Artigo 31, inciso IV) (BRASIL, 1996).
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
109
O controle de frequência neste caso ganha enorme importância pelo fato de 
a pré-escola ter importância ímpar no processo de alfabetização e letramento 
do aluno. Como etapa imediatamente anterior ao ensino fundamental, a 
pré-escola é o chão da memória da aprendizagem sistematizada e, portanto, 
das interconexões ‘institucionalizadas dos alunos, aproximando formação 
cultural e vivências grupais e sociais dentro do processo de ler lições para 
estudar, aprender e prestar contas!’ Ou seja, aqui o aluno passa a assumir 
propriamente a responsabilidade das obrigações escolares e ‘do dever de 
casa’. A frequência controlada visa precisamente a evitar descontinuidades 
neste processo ou seu comprometimento por interrupções indevidas 
(CARNEIRO, 2015, p. 371).
E por último, e tão importante quanto os demais aspectos aqui elencados, a 
expedição de documentos em nível de alunos da Educação Infantil dá-se através de 
registros de acompanhamento, que retratam as etapas de desenvolvimento da criança.
Já o Artigo 32 vem com a responsabilidade de informar que o Ensino 
Fundamental obrigatório possui a duração de nove anos, de maneira gratuita 
na escola pública, tendo seu início aos seis anos de idade, e terá por objetivo a 
formação básica do cidadão, mediante (BRASIL, 1996): 
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios 
básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da 
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista 
a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e 
valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade 
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental 
em ciclos.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem 
adotar no ensino fundamental o regime de progressão continuada, sem 
prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas 
as normas do respectivo sistema de ensino.
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua 
portuguesa, assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas 
línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância 
utilizado como complementação da aprendizagem ou em situações 
emergenciais.
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, 
conteúdo que trate dos direitos das crianças e dos adolescentes, tendo 
como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que institui o Estatuto 
da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de 
material didático adequado (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007).
§ 6º O estudo sobre os símbolos nacionais será incluído como tema 
transversal nos currículos do ensino fundamental (Incluído pela Lei nº 
12.472, de 2011).
Observa-se neste artigo a preocupação relativa à permanência da criança na 
escola, dando a possibilidade de acrescentar mais conhecimentos para as crianças 
em toda sua vida escolar. Ao realizar este movimento de passar de oito anos para 
nove anos de escolaridade do Ensino Fundamental, além de ser uma conquista, 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
110
existiram efeitos relativos ao funcionamento da escola. Foram necessárias algumas 
reordenações relativas à reorganização do calendário de matrículas; modificações 
no projeto político pedagógico do Ensino Fundamental, trazendo também a 
inclusão da Educação Infantil neste meio; busca de estudos, análise e avaliações 
através da participação da sociedade, observando-se questões relativas aos 
recursos financeiros, materiais e humanos para a funcionalidade deste trabalho; 
a busca pela participação da família na formação das crianças em todos os níveis; 
a capacitação dos professores e funcionários através de um trabalho voltado ao 
pedagógico e que retrate a faixa etária em questão.
Através destes mecanismos, busca-se organizar a escola em sua estrutura 
pedagógica desenvolvendo uma formação comum. Cabe ressaltar, caro acadêmico, 
que formação básica e formação comum não se tratam de expressões equivalentes, 
conforme Carneiro (2015, p. 377):
[...] formação básica, quando se refere ao Ensino Fundamental e em 
formação comum quando se refere à educação básica. [...] A ideia de 
formação comum é bem mais abrangente. Enquanto a formação básica 
adjunge-se ao Ensino Fundamental, portanto, ao ensino de oferta 
universalmente obrigatória a todos os cidadãos brasileiros, a ideia de 
formação comum pervade os três níveis de constituição da educação 
básica e, desta forma, desentranhando-se dos limites do tempo no 
Ensino Fundamental (nove anos), busca superar a quantidade pela 
qualidade educativa.
Desta maneira, podemos perceber que formação comum e formação básica 
são palavras que possuem conceitos diferenciados, mesmo que se complementem.
Verificamos aqui a necessidade de abrirmos um parêntese relativo à Base 
Nacional Comum Curricular, a qual está sendo discutida amplamente em todo o 
território brasileiro. Caro acadêmico, você deve ter ouvido falar em sua escola, ou 
mesmo nos meios de comunicação, da realização de ações que busquem articular 
os componentes curriculares, conforme é apresentado e discutido no Artigo 26, 
quanto às áreas de conhecimento.
A Base Nacional Comum Curricular assim se apresenta quanto às áreas 
de conhecimento:
QUADRO 4 – ÁREAS DE CONHECIMENTO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
ÁREA DE LINGUAGENS
Língua Portuguesa
Língua Materna, para populações indígenas
Língua Estrangeira Moderna
Educação Física
Artes
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
111
ÁREA DE MATEMÁTICA
ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
Ciências
Física
Química
Biologia
ÁREADE CIÊNCIAS HUMANAS
História 
Geografia
Sociologia
Filosofia
ÁREA DE ENSINO RELIGIOSO
FONTE: Adaptado de Ministério da Educação (2016a) e Carneiro (2015)
O que é a BNCC – Base Nacional Comum Curricular? Este conceito 
encontra-se no próprio documento, na página 25, que assim está delineado:
[...] entende-se a Base Nacional Comum Curricular como os 
conhecimentos, saberes e valores produzidos culturalmente, expressos 
nas políticas públicas e que são gerados nas instituições produtoras 
do conhecimento científico e tecnológico; no mundo do trabalho; 
no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e 
corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercício da 
cidadania; nos movimentos sociais (Parecer CNE/CEB nº 07/2010, p. 31 
apud MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016a, p. 25).
Este conceito recai diretamente no que estamos verificando no Artigo 32 da 
LDB. Com isso, a Base Nacional Comum Curricular não é só mais um documento, 
mas sim, uma exigência.
A Base Nacional Comum Curricular é uma exigência colocada para o 
sistema educacional brasileiro pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(BRASIL, 1996; 2013), pelas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação 
Básica (BRASIL, 2009) e pelo Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014), e deve 
se constituir como um avanço na construção da qualidade da educação.
Para o Ministério da Educação, o que deve nortear um projeto de nação 
é a formação humana integral e uma educação de qualidade social. 
Em consonância com seu papel de coordenar a política nacional de 
Educação Básica, o MEC desencadeou um amplo processo de discussão 
da Base Nacional Comum Curricular da Educação Básica.
A BNCC, cuja finalidade é orientar os sistemas na elaboração de suas 
propostas curriculares, tem como fundamento o direito à aprendizagem 
e ao desenvolvimento, em conformidade com o que preceituam o Plano 
Nacional de Educação (PNE) e a Conferência Nacional de Educação 
(CONAE) (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016a, p. 24).
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
112
A Base Nacional Comum Curricular é um documento que ainda se encontra 
em discussão e construção, mas que já pode ser visualizado em sua segunda versão no link: 
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/bncc-2versao.revista.pdf>. 
Para um maior aprofundamento, procure ler o documento, pois nele encontram-se inúmeras 
possibilidades de reflexão e de modificações na maneira de se ver, aprender e desenvolver a 
Educação Básica.
FIGURA 5 – CAPA DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
FONTE: Disponível em: <https://www.google.com.br/
search?q=imagem+capa+BNCC+2016>. Acesso em: 20 ago. 2016.
Outro ponto a ser ressaltado do Artigo 32 é relativo ao inciso 6º, que trata 
dos símbolos nacionais e hinos. Esses possuem um valor histórico inestimável e 
traduzem o sentimento que une a nação e desponta a soberania de nosso país. 
Na Constituição Federativa do Brasil encontramos determinados como 
símbolos nacionais oficiais: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, o Brasão da 
República e o Selo Nacional (BRASIL, 1988). Cabe ressaltar que a apresentação e 
utilização desses símbolos são previamente regulamentadas pela Lei nº 5.700, de 
1º de setembro de 1971. Já em 2009, a Lei 12.031 passa a tornar obrigatório que as 
escolas públicas e privadas do Ensino Fundamental executem o Hino Nacional 
Brasileiro uma vez por semana em suas dependências.
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
113
Caro acadêmico, falando em símbolos nacionais, será que sabemos o que é 
patriotismo, civismo? Será que nossas crianças compreendem a importância destas 
palavras e dos símbolos? E nós? Sabemos ser patriotas? Para melhor compreensão, 
vamos buscar em Carneiro (2015, p. 400) estas definições que se entrelaçam.
O patriotismo vivenciado em suas diferentes explicações é parte da 
cidadania. Manifesta-se ele na valorização do país, em suas belezas 
naturais e riquezas e, também, na reverência aos símbolos nacionais. 
O civismo, por sua vez, é o respeito aos valores, instituições, práticas 
políticas e formas de a sociedade organizar-se e funcionar. Por extensão, 
patriotismo é um forte sentimento de orgulho, amor e devoção à pátria, 
aos seus símbolos e ao seu patrimônio material e imaterial. A expressão 
extrema de patriotismo é defender o próprio país em situações de guerra.
Com isso, devemos enquanto profissionais da educação e como cidadãos, 
respeitar os símbolos nacionais e apresentarmos às nossas crianças este respeito 
à Pátria Mãe, ensinando a elas o cultivo deste sentimento de respeito, amor, 
tarefa que deve ser compartilhada “pela escola no conjunto de suas atribuições 
e, particularmente, nas formas de trabalhar o currículo, a partir de datas e 
comemorações cívicas” (CARNEIRO, 2015, p. 400).
Continuando nossa aquisição de conhecimentos, o Artigo 34 vem com a 
responsabilidade de determinar o número de horas relativas ao efetivo trabalho em sala de 
aula no Ensino Fundamental, a saber: “A jornada escolar no ensino fundamental incluirá 
pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente 
ampliado o período de permanência na escola” (BRASIL, 1996).
Este artigo quando trata da progressividade de ampliação do período de 
permanência na escola, retrata o desejo de levar a criança do Ensino Fundamental 
não somente ao desenvolvimento de seu intelecto, mas:
 
[...] também do físico, do cuidado com sua saúde, além do oferecimento 
de oportunidades para que desfrute e produza arte, conheça e valorize 
sua história e seu patrimônio cultural, tenha uma atitude responsável 
diante da natureza, aprenda a respeitar os direitos humanos e os das 
crianças e adolescentes, seja um cidadão criativo, empreendedor e 
participante, consciente de suas responsabilidades e direitos, capaz 
de ajudar o país e a humanidade a se tornarem cada vez mais justos e 
solidários, a respeitar as diferenças e a promover a convivência pacífica 
e fraterna entre todos (Disponível em: <http://educacaointegral.mec.
gov.br/>. Acesso em: 20 ago. 2016).
Cabe salientar que a Educação Integral no Ensino Fundamental é 
desenvolvida pelo MEC – Ministério da Educação, com os programas: 
Mais Educação – “sua criação se deu a partir da Portaria Ministerial 
17/2007, e regulamentada pelo Decreto nº 7.083/2010” (CARNEIRO, 2015, p. 411). 
Este programa é ofertado às escolas públicas de ensino fundamental, 
e consiste no desenvolvimento de atividades de educação integral que 
expandem o tempo diário de escola para o mínimo de sete horas e que 
também ampliam as oportunidades educativas dos estudantes.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
114
As atividades de educação integral compreendem estratégias para o 
acompanhamento pedagógico diário da aprendizagem dos estudantes 
quanto às linguagens, à matemática, às ciências da natureza, às ciências 
humanas; bem como quanto ao desenvolvimento de atividades culturais, 
da cultura digital, artísticas, esportivas, de lazer e da abertura das 
escolas aos finais de semana (Disponível em: <http://educacaointegral.
mec.gov.br/mais-educacao>. Acesso em: 7 dez. 2016).
Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI) – este programa tem como 
objetivo:
[...] apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares 
inovadoras nas escolas de ensino médio, buscando garantir a formação 
integral com a inserção de atividades que tornem o currículo mais 
dinâmico, atendendo às expectativas dos estudantes e às demandas da 
sociedade contemporânea.
Os projetos de redesenho curricular deverão propor atividades 
integradoras, articulando as dimensões do trabalho, da ciência, da 
cultura e da tecnologia, de acordo com as Diretrizes Curriculares 
Nacionais para o Ensino Médio (Resolução CEB/CNE n. 2, de 30 de 
janeiro de 2012).As ações propostas devem contemplar as diversas áreas do conhecimento 
a partir de atividades propostas nos seguintes macrocampos: 
Acompanhamento Pedagógico (Linguagens, Matemática, Ciências 
Humanas e Ciências da Natureza); Iniciação Científica e Pesquisa; 
Leitura e Letramento; Línguas Estrangeiras; Cultura Corporal; Produção 
e Fruição das Artes; Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias; e 
Participação Estudantil.
Estas ações são incorporadas gradativamente ao currículo, ampliando 
o tempo na escola, na perspectiva da educação integral e, também, 
a diversidade de práticas pedagógicas de modo que estas, de fato, 
qualifiquem os currículos das escolas de Ensino Médio.
A adesão ao Programa Ensino Médio Inovador é realizada pelas 
Secretarias de Educação Estaduais e Distrital que selecionam as escolas 
de Ensino Médio que participarão do ProEMI e receberão apoio técnico 
e financeiro para a elaboração e o desenvolvimento de seus projetos 
de redesenho curricular (Disponível em: <http://educacaointegral.mec.
gov.br/proemi>. Acesso em: 20 ago. 2016).
Para que esta ideia de escola em tempo integral venha a ser adotada com 
profundidade e força, são necessárias muitas mudanças estruturais e pedagógicas, 
as quais já estão escassas na educação realizada nas quatro horas apresentadas na 
lei. Para tanto, conforme Carneiro (2015, p. 416 – 417):
O que ocorre, de fato, é que os custos adicionais do modelo são 
recorrentes e inafastáveis. O MEC calcula a necessidade de um 
investimento da ordem de R$ 3,8 bilhões para viabilizar a meta do Plano 
Nacional de Educação de oferecer educação em tempo integral em, no 
mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% 
dos alunos da Educação Básica.
Diante disso, podemos determinar que as questões financeiras esbarram 
também em mais duas grandes dificuldades para a efetivação deste programa:
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
115
• A matrícula de alunos de tempo integral sem a correspondente contratação 
de professores permanentes e qualificados, portanto, via concurso público, 
de professores igualmente de tempo integral. A solução tem sido contratar 
monitores e profissionais de formação inadequada (CARNEIRO, 2015).
• A oferta de aulas regulares em um turno e a improvisação de atividades 
complementares no contra turno. Significa que temos ensino integral sem 
“aulas” integradas (CARNEIRO, 2015).
Com isso encontramos as salas de aula abarrotadas de alunos, e seus 
professores sobrecarregados, desta forma não se consegue ampliar atividades 
educacionais eficazes, “sob pena de um comprometimento ainda maior da 
escolaridade formal” (CARNEIRO, 2015, p. 417).
Cabe ressaltar que a permanência da criança na escola no contra turno não 
determina aquisição de conhecimento ou aprimoramento de suas habilidades, 
pois as experiências que o Brasil possui com este programa sempre denotaram 
grandes fragilidades. 
Confunde-se escola de tempo integral com a pura extensão do tempo 
de permanência do aluno na escola. Via de regra, o que se tem nestas 
tentativas é a escola funcionando regularmente em um turno e, no 
outro, as crianças entregues a programações vazias e improvisadas por 
professores despreparados, quase sempre bolsistas universitários que 
atuam como boias-frias de educação, ou seja, os contra turnos nada 
mais são do que espaços com programações excludentes entre nível 
pedagógico, gestão institucional e perspectiva social em projeção para 
os alunos. Sem dúvida, um projeto de escola de tempo integral tem 
implicações políticas e sociopedagógicas que transcendem a jornada 
escolar diária e a propaganda política (CARNEIRO, 2015, p. 418).
Assim, podemos determinar que este programa, como o que se refere ao 
Ensino Médio, é muito bom, mas sempre esbarramos com a falta de financiamentos, 
tanto a nível de estrutura como pedagógicos. E cabe também ressaltar que a escola 
não é e nunca será a substituta da família do aluno. Cabe a cada um, família, escola 
e União, buscarem respostas a tantas fragilidades já existentes em nosso sistema 
educacional.
As responsabilidades precisam ser abraçadas por cada um, para podermos, 
quiçá, assegurarmos uma educação de qualidade aos alunos e de respeito ao 
trabalhador da educação, o professor!
E nos níveis de ensino, nos deparamos com a Seção IV que trata do Ensino 
Médio. Já iniciamos algumas falas referentes a este nível, mas vamos através dos 
Artigos 35 e 36 determinar a finalidade do Ensino Médio:
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração 
mínima de três anos, terá como finalidades:
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos 
no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
116
para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com 
flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento 
posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo 
a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do 
pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos 
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de 
cada disciplina (BRASIL, 1996).
Com este artigo podemos observar que as finalidades do Ensino Médio 
estão voltadas à preparação do jovem para as atividades voltadas ao trabalho, 
à cidadania e ao conhecimento técnico-científico. Podemos determinar que este 
Ensino Médio busca:
[...] educação, não o treinamento. O aluno vai-se educar a partir de 
uma nova base de pensamento lógico-abstrato, com uma educação 
básica reconceituada à luz da apropriação de inovações tecnológicas 
e organizacionais e lastreada por um substrato de conhecimento 
assegurado por uma formação básica comum e essencial (CARNEIRO, 
2015, p. 421). 
Assim, consegue-se uma (re)identidade na busca do conhecimento, este 
caminho foi construído com a apresentação do Enem – Exame Nacional do Ensino 
Médio, no ano de 1998, tendo como objetivo maior “complementar ou substituir o 
vestibular”. “O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tem o objetivo de avaliar o 
desempenho do estudante ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame 
alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores” 
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2016, s.p.). Ainda conforme o MEC (2016, s.p.): 
O Enem é utilizado como critério de seleção para os estudantes que 
pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para 
Todos (ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o 
resultado do exame como critério de seleção para o ingresso no ensino 
superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.
Relativo ao Artigo 35, suas finalidades estão atreladas uma a outra, pois 
têm-se no Ensino Médio a continuidade dos estudos (currículo) focados em: 
capacidades afetivas, cognitivas, relativas à identidade, valorização do corpo e da 
vida, como também o domínio de linguagens, a construção do pensamento lógico, 
participação ativa no que tange à cidadania, valorização da pluralidade cultural e 
patrimônio sociocultural de nosso país, meio ambiente. 
Busca-se com isso o aprimoramento do aluno como pessoa humana, 
pois ele possui uma identidade, a qual está inserida nas demais que se fazem 
presentes na instituição escolar. Conforme Carneiro (2015, p. 427), “a construção 
da identidade é um processo longo e complexo porque está vinculada a condições 
sociais e materiais. O Ensino Médio é o espaço privilegiado que o aluno encontra, 
certamente pela primeira vez, para aclarar sua sociobiografia, sua história de vida, 
suas condições como ser de relações”.
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
117No que tange ao Artigo 36, determina-se o currículo a ser trabalhado no 
Ensino Médio, voltado para as tecnologias, o significado de ciência, das letras 
e das artes, as questões relativas à transformação da sociedade e da cultura no 
nível histórico, a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao 
conhecimento e exercício de cidadania.
As disciplinas de língua estrangeira, a sociologia e a filosofia passam a ser 
obrigatórias em todas as séries do ensino médio.
Já no que tange à educação superior, no Capítulo IV, os artigos que 
tratam da educação superior vão do Artigo 43 ao 57. No Artigo 43 encontramos as 
finalidades da educação superior, sendo elas (BRASIL, 1996): 
I – estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico 
e do pensamento reflexivo;
II – formar diplomados nas diferentes áreas do conhecimento, aptos 
para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação 
contínua;
III – incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando 
o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da 
cultura, e, desse modo desenvolver o entendimento do homem e do 
meio em que vive; 
IV – promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e 
técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber 
através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; 
V – suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e 
profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando 
os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual 
sistematizadora do conhecimento de cada geração; 
VI – estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em 
particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à 
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; 
VII – promover a extensão, aberta à participação da população, visando 
à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da 
pesquisa científica geradas na instituição.
Cabe determinar que após a leitura das finalidades do ensino superior, 
encontramos, conforme Carneiro (2015, p. 515), “uma lista de palavras-ação com 
forte conteúdo indutor e com pertinência no campo do desenvolvimento humano”, 
como podemos ver:
 
Inciso I: estimular...
Inciso III: incentivar...
Inciso IV: promover...
Inciso V: suscitar...
Inciso VI: estimular...
Inciso VII: promover...
Segundo o Artigo 2º da LDB, “a educação, dever da família e do Estado, 
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, 
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
118
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996). O que 
está em negrito determina que a educação superior é a busca pela excelência do 
ensino, a busca pelo conhecimento mais avançado e que determina a qualificação 
do estudante para o trabalho. Ainda relativo às palavras-ação:
O conjunto de palavras-ação referenciado aponta para um esforço 
de canalização de elementos de racionalidade, emocionalidade e 
diretividade, no horizonte do desenvolvimento de uma estrutura 
intelectual sistematizadora do conhecimento... [...] aqui juntam-se 
aptidões e conhecimentos sob a forma de um feixe de intencionalidades 
institucionais que encontra, na universidade, sua expressão máxima de 
percepções, impulsos, meios e formas de desenvolvimento, estratégias 
de qualificação e, sobretudo, apropriação racional do saber (CARNEIRO, 
2015, p. 515).
Assim, fica clara a necessidade da busca da inovação dentro da esfera 
universitária, como trata este artigo e os demais que se referem à educação superior.
Portanto, acadêmico, sinta-se privilegiado em fazer parte dessa busca pelo 
conhecimento e pela inovação de suas ideias e ideais. Para tanto, é necessário 
estudo, esforço e comprometimento.
Até o momento observamos os níveis de ensino, agora trataremos de 
maneira breve das modalidades de ensino, que serão apresentadas a partir das 
Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013b, p. 40-46), em recortes:
Educação de Jovens e Adultos – As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais 
para a Educação de Jovens e Adultos estão expressas na Resolução CNE/CEB nº 1/2000, 
fundamentada no Parecer CNE/CEB nº 11/2000, sendo que o Parecer CNE/CEB nº 
6/2010 visa instituir Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) 
nos aspectos relativos à duração dos cursos e idade mínima para ingresso nos cursos de 
EJA; idade mínima e certificação nos exames de EJA; e Educação de Jovens e Adultos 
desenvolvida por meio da Educação a Distância. 
O Artigo 37 traduz os fundamentos da EJA ao atribuir ao poder público a 
responsabilidade de estimular e viabilizar o acesso e a permanência do trabalhador 
na escola, mediante ações integradas e complementares entre si, mediante oferta de 
cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade 
regular, proporcionando-lhes oportunidades educacionais apropriadas, consideradas 
as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante 
cursos e exames. Esta responsabilidade deve ser prevista pelos sistemas educativos e 
por eles deve ser assumida, no âmbito da atuação de cada sistema, observado o regime 
de colaboração e da ação redistributiva, definidos legalmente. 
 Os cursos de EJA devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto 
de tempo e espaço, para que seja: 
I - rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a 
permitir percursos individualizados e conteúdos significativos para os jovens e adultos; 
II - provido suporte e atenção individual às diferentes necessidades dos estudantes no 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
119
processo de aprendizagem, mediante atividades diversificadas; 
III - valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas 
e esportivas, geradoras de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes; 
IV - desenvolvida a agregação de competências para o trabalho; 
V - promovida a motivação e orientação permanente dos estudantes, visando à maior 
participação nas aulas e seu melhor aproveitamento e desempenho; 
VI - realizada sistematicamente a formação continuada destinada especificamente aos 
educadores de jovens e adultos. 
Na organização curricular dessa modalidade da Educação Básica, a mesma 
lei prevê que os sistemas de ensino devem oferecer cursos e exames supletivos, que 
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento 
de estudos em caráter regular. Entretanto, prescreve que, preferencialmente, os jovens e 
adultos tenham a oportunidade de desenvolver a Educação Profissional articulada com 
a Educação Básica (§ 3º do Artigo 37 da LDB, incluído pela Lei nº 11.741/2008).
 
[...] Quanto aos exames supletivos, a idade mínima para a inscrição e realização 
de exames de conclusão do Ensino Fundamental é de 15 (quinze) anos completos, e para 
os de conclusão do Ensino Médio é a de 18 (dezoito) anos completos. Para a aplicação 
desses exames, o órgão normativo dos sistemas de educação deve manifestar-se 
previamente, além de acompanhar os seus resultados. A certificação do conhecimento 
e das experiências avaliados por meio de exames para verificação de competências e 
habilidades é objeto de diretrizes específicas a serem emitidas pelo órgão normativo 
competente, tendo em vista a complexidade, a singularidade e a diversidade contextual 
dos sujeitos a que se destinam tais exames. 
São exemplos desta articulação o Programa Nacional de Integração da 
Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidadede Educação de Jovens 
e Adultos – PROEJA (que articula educação profissional com o Ensino Fundamental e 
o médio da EJA) e o Programa Nacional de Inclusão de Jovens Educação, Qualificação 
e Participação Cidadã – PROJOVEM, para jovens de 18 a 29 anos (que articula Ensino 
Fundamental, qualificação profissional e ações comunitárias). 
A União, pelo MEC e INEP, supletivamente e em regime de colaboração com 
os Estados, Distrito Federal e Municípios, vem oferecendo exames supletivos nacionais, 
mediante o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos 
(ENCCEJA), autorizado pelo Parecer CNE/CEB nº 19/2005. Observa-se que, a partir da 
aplicação do ENEM em 2009, este passou a substituir o ENCCEJA referente ao Ensino 
Médio, passando, pois, a ser aplicado apenas o referente ao fundamental. Tais provas 
são interdisciplinares e contextualizadas, percorrendo transversalmente quatro áreas de 
conhecimento – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas 
Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias.
Educação Especial – A Educação Especial é uma modalidade de ensino 
transversal a todas etapas e outras modalidades, como parte integrante da educação 
regular, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar.
 
Os sistemas de ensino devem matricular todos os estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, cabendo 
às escolas organizar-se para seu atendimento, garantindo as condições para uma 
educação de qualidade para todos, devendo considerar suas necessidades educacionais 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
120
específicas, pautando-se em princípios éticos, políticos e estéticos, para assegurar: 
I - a dignidade humana e a observância do direito de cada estudante de realizar 
seus projetos e estudo, de trabalho e de inserção na vida social, com autonomia e 
independência; 
II - a busca da identidade própria de cada estudante, o reconhecimento e a valorização 
das diferenças e potencialidades, o atendimento às necessidades educacionais no 
processo de ensino e aprendizagem, como base para a constituição e ampliação de 
valores, atitudes, conhecimentos, habilidades e competências; 
III - o desenvolvimento para o exercício da cidadania, da capacidade de participação 
social, política e econômica e sua ampliação, mediante o cumprimento de seus deveres 
e o usufruto de seus direitos. 
O atendimento educacional especializado (AEE), previsto pelo Decreto nº 
6.571/2008, é parte integrante do processo educacional, sendo que os sistemas de ensino 
devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento 
e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no atendimento 
educacional especializado (AEE). O objetivo deste atendimento é identificar habilidades 
e necessidades dos estudantes, organizar recursos de acessibilidade e realizar atividades 
pedagógicas específicas que promovam seu acesso ao currículo. Este atendimento não 
substitui a escolarização em classe comum e é ofertado no contra turno da escolarização 
em salas de recursos multifuncionais da própria escola, de outra escola pública ou 
em centros de AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou 
filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão 
equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios. 
[...] As atuais Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica 
são as instituídas pela Resolução CNE/CEB nº 2/2001, com fundamento no Parecer 
CNE/CEB 17/2001, complementadas pelas Diretrizes Operacionais para o Atendimento 
Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial 
(Resolução CNE/CEB nº 4/2009, com fundamento no Parecer CNE/CEB nº 13/2009), para 
implementação do Decreto nº 6.571/2008, que dispõe sobre o Atendimento Educacional 
Especializado (AEE). 
Nesse sentido, os sistemas de ensino assegurarão a observância das seguintes 
orientações fundamentais: 
I - métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender as 
suas necessidades; 
II - formação de professores para o atendimento educacional especializado, bem como 
para o desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas nas classes comuns de 
ensino regular; 
III- acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis 
para o respectivo nível do ensino regular. 
A LDB, no Artigo 60, prevê que os órgãos normativos dos sistemas de ensino 
estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, 
especializadas e com atuação exclusiva em Educação Especial, para fins de apoio 
técnico e financeiro pelo poder público e, no seu parágrafo único, estabelece que o 
poder público ampliará o atendimento aos estudantes com necessidades especiais na 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
121
própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições 
previstas nesse artigo. 
Educação Profissional e Tecnológica – A Educação Profissional e Tecnológica 
(EPT), em conformidade com o disposto na LDB, com as alterações introduzidas pela 
Lei nº 11.741/2008, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos 
diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e 
da tecnologia. Dessa forma, pode ser compreendida como uma modalidade na medida 
em que possui um modo próprio de fazer educação nos níveis da Educação Básica e 
Superior e em sua articulação com outras modalidades educacionais: Educação de 
Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação a Distância. 
A EPT na Educação Básica ocorre na oferta de cursos de formação inicial e 
continuada ou qualificação profissional, e nos de Educação Profissional Técnica de 
nível médio ou, ainda, na Educação Superior, conforme o § 2º do Artigo 39 da LDB: 
A Educação Profissional e Tecnológica abrangerá os seguintes cursos: 
I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; 
II – de Educação Profissional Técnica de nível médio; 
III – de Educação Profissional Tecnológica de graduação e pós-
graduação. 
A Educação Profissional Técnica de nível médio, nos termos do Artigo 36-B da 
mesma lei, é desenvolvida nas seguintes formas:
 
I – articulada com o Ensino Médio, sob duas formas: 
II – integrada, na mesma instituição, 
III – concomitante, na mesma ou em distintas instituições; 
IV – subsequente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o 
Ensino Médio. 
As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional 
de Nível Técnico estão instituídas pela Resolução CNE/CEB nº 4/99, fundamentada 
no Parecer CNE/CEB nº 16/99, atualmente em processo de revisão e atualização, 
face à experiência acumulada e às alterações na legislação que incidiram sobre esta 
modalidade. 
As instituições podem oferecer cursos especiais, abertos à comunidade, com 
matrícula condicionada à capacidade de aproveitamento e não necessariamente ao nível 
de escolaridade. São formulados para o atendimento de demandas pontuais, específicas 
de um determinado segmento da população ou dos setores produtivos, com período 
determinado para início e encerramento da oferta, sendo, como cursos de formação 
inicial e continuada ou de qualificação profissional, livres de regulamentação curricular. 
No tocante aos cursos articulados com o Ensino Médio, organizados na forma 
integrada, o que está proposto é um curso único (matrícula única), no qual os diversos 
componentes curriculares são abordados de forma que se explicitem os nexos existentes 
entre eles, conduzindo os estudantes à habilitação profissional técnica de nível médio 
ao mesmo tempo em que concluem a última etapa da Educação Básica.Os cursos técnicos articulados com o Ensino Médio, ofertados na forma 
concomitante, com dupla matrícula e dupla certificação, podem ocorrer na mesma 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
122
instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; 
em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais 
disponíveis; ou em instituições de ensino distintas, mediante convênios de 
intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento de projeto 
pedagógico unificado. São admitidas, nos cursos de Educação Profissional Técnica de 
nível médio, a organização e a estruturação em etapas que possibilitem uma qualificação 
profissional intermediária. 
Para Moacir Alves Carneiro, a certificação pretende valorizar a experiência 
extraescolar e a abertura que a Lei dá à Educação Profissional vai desde o reconhecimento 
do valor igualmente educativo do que se aprendeu na escola e no próprio ambiente de 
trabalho, até a possibilidade de saídas e entradas intermediárias. 
Educação Básica do campo – Nesta modalidade, a identidade da escola 
do campo é definida pela sua vinculação com as questões inerentes a sua realidade, 
ancorando-se na temporalidade e saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva 
que sinaliza futuros, na rede de ciência e tecnologia disponível na sociedade e nos 
movimentos sociais em defesa de projetos que associem as soluções exigidas por essas 
questões à qualidade social da vida coletiva no País. 
A educação para a população rural está prevista no Artigo 28 da LDB, em 
que ficam definidas, para atendimento à população rural, adaptações necessárias às 
peculiaridades da vida rural e de cada região, definindo orientações para três aspectos 
essenciais à organização da ação pedagógica: 
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses 
dos estudantes da zona rural; 
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do 
ciclo agrícola e às condições climáticas; 
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. 
As propostas pedagógicas das escolas do campo devem contemplar a diversidade 
do campo em todos os seus aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, de 
gênero, geração e etnia. Formas de organização e metodologias pertinentes à realidade 
do campo devem, nesse sentido, ter acolhida. Assim, a pedagogia da terra busca um 
trabalho pedagógico fundamentado no princípio da sustentabilidade, para que se possa 
assegurar a preservação da vida das futuras gerações. 
Particularmente propícia para esta modalidade, destaca-se a pedagogia da 
alternância (sistema dual), criada na Alemanha há cerca de 140 anos e, hoje, difundida 
em inúmeros países, inclusive no Brasil, com aplicação, sobretudo, no ensino voltado 
para a formação profissional e tecnológica para o meio rural. Nesta metodologia, o 
estudante, durante o curso e como parte integrante dele, participa, concomitante e 
alternadamente, de dois ambientes/situações de aprendizagem: o escolar e o laboral, 
não se configurando o último como estágio, mas sim, como parte do currículo do curso. 
Essa alternância pode ser de dias na mesma semana ou de blocos semanais ou, mesmo, 
mensais ao longo do curso. Supõe uma parceria educativa, em que ambas as partes 
são corresponsáveis pelo aprendizado e formação do estudante. É bastante claro que 
podem predominar, num ou noutro, oportunidades diversas de desenvolvimento de 
TÓPICO 1 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
123
competências, com ênfases ora em conhecimentos, ora em habilidades profissionais, 
ora em atitudes, emoções e valores necessários ao adequado desempenho do estudante. 
Nesse sentido, os dois ambientes/situações são intercomplementares. 
Educação Escolar Indígena – A escola desta modalidade tem uma realidade 
singular, inscrita em terras e cultura indígenas. Requer, portanto, pedagogia própria 
em respeito à especificidade étnico-cultural de cada povo ou comunidade e formação 
específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base 
nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira (Artigos 5º, 
9º, 10, 11 e inciso VIII do Artigo 4º da LDB). 
Na estruturação e no funcionamento das escolas indígenas é reconhecida 
sua condição de escolas com normas e ordenamento jurídico próprios, com ensino 
intercultural e bilíngue, visando a valorização plena das culturas dos povos indígenas 
e a afirmação e manutenção de sua diversidade étnica. São elementos básicos para a 
organização, a estrutura e o funcionamento da escola indígena: 
I - localização em terras habitadas por comunidades indígenas, ainda que se estendam 
por territórios de diversos Estados ou Municípios contíguos; 
II - exclusividade de atendimento a comunidades indígenas; 
III - ensino ministrado nas línguas maternas das comunidades atendidas, como uma 
das formas de preservação da realidade sociolinguística de cada povo; 
IV - organização escolar própria. 
Na organização de escola indígena deve ser considerada a participação da 
comunidade, na definição do modelo de organização e gestão, bem como: 
I - suas estruturas sociais; 
II - suas práticas socioculturais e religiosas; 
III - suas formas de produção de conhecimento, processos próprios e métodos de 
ensino-aprendizagem; 
IV - suas atividades econômicas; 
V - a necessidade de edificação de escolas que atendam aos interesses das comunidades 
indígenas; 
VI - o uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto 
sociocultural de cada povo indígena. 
As escolas indígenas desenvolvem suas atividades de acordo com o proposto 
nos respectivos projetos pedagógicos e regimentos escolares com as prerrogativas de: 
organização das atividades escolares, independentes do ano civil, respeitado o fluxo das 
atividades econômicas, sociais, culturais e religiosas; e duração diversificada dos períodos 
escolares, ajustando-a às condições e especificidades próprias de cada comunidade. 
Por sua vez, tem projeto pedagógico próprio, por escola ou por povo indígena, 
tendo por base as Diretrizes Curriculares Nacionais referentes a cada etapa da Educação 
Básica; as características próprias das escolas indígenas, em respeito à especificidade 
étnico-cultural de cada povo ou comunidade; as realidades sociolinguísticas, em cada 
situação; os conteúdos curriculares especificamente indígenas e os modos próprios de 
constituição do saber e da cultura indígena; e a participação da respectiva comunidade 
ou povo indígena. 
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
124
A formação dos professores é específica, desenvolvida no âmbito das instituições 
formadoras de professores, garantindo-se aos professores indígenas a sua formação em 
serviço e, quando for o caso, concomitantemente com a sua própria escolarização. 
Educação a Distância – A modalidade Educação a Distância caracteriza-se pela 
mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem que ocorre 
com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes 
e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.
 
O credenciamento para a oferta de cursos e programas de Educação de Jovens 
e Adultos, de Educação Especial e de Educação Profissional e Tecnológica de nível 
médio, na modalidade a distância, compete aos sistemas estaduais de ensino, atendidas 
a regulamentação federal e as normas complementares desses sistemas. 
Educação Escolar Quilombola – A Educação Escolar Quilombola é 
desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo 
pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e 
formação específica de seu quadro docente, observados os princípiosconstitucionais, a 
base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira. 
[...] Não há, ainda, Diretrizes Curriculares específicas para esta modalidade. 
Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas, deve ser reconhecida e 
valorizada sua diversidade cultural.
Caro acadêmico, vamos nos ater aos Programas que são desenvolvidos 
pelo Ministério da Educação para que tanto os níveis de ensino e as modalidades 
possam ter funcionalidade.
125
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A globalização é o “processo de mundialização, de acordo com o entendimento 
majoritário dos autores contemporâneos, caracteriza-se pela ampla integração 
econômica, política, cultural e outros entre as nações” (SOUSA, 2011, p. 4).
• O Banco Mundial foi “criado a partir das necessidades advindas após a 
Segunda Guerra Mundial, quando os países devastados pela guerra sentiram 
a necessidade de buscar seu crescimento econômico” (SILVA; FERRONATO; 
BARUFFI, 2014, p. 88).
• As características da revolução informacional: 
o Surgimento de uma nova linguagem comunicacional, uma vez que 
circulam e se tornam comuns termos como realidade virtual, ciberespaço, 
hipermídia, correio eletrônico, Orkut, Facebook, Twitter e outros, 
expressando as novas realidades e possibilidades informacionais. Já é 
comum também a utilização de uma linguagem digital, sobretudo entre 
jovens, para expressar sentimentos e situações de vida.
o Os diferentes mecanismos de informação digital (comunicação 
instantânea), de acesso à informação, de pesquisa e de ligação entre 
matérias sempre atualizadas e qualificadas.
o As novas possibilidades de entretenimento e de educação (TV educativa, 
educação a distância, vídeos, softwares etc.).
o O acúmulo de informações e as infindáveis condições de armazenamento 
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 79).
• “O termo modalidade da educação diz respeito aos diferentes modos particulares 
de exercer a educação. Enquanto níveis de educação se referem aos diferentes 
graus, categorias de ensino como infantil, fundamental, médio, superior, 
modalidade de educação implica a forma, o modo como tais graus de ensino 
são desenvolvidos” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 361).
• A Base Nacional Comum Curricular é entendida como os conhecimentos, saberes 
e valores produzidos culturalmente, expressos nas políticas públicas e que são 
gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico; 
no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades 
desportivas e corporais; na produção artística; nas formas diversas de exercício 
da cidadania; nos movimentos sociais (Parecer CNE/CEB nº 07/2010).
• As modalidades de ensino são: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, 
Educação Profissional e Tecnológica, Educação Básica do campo, Educação 
Escolar Indígena, Educação a Distância e Educação Escolar Quilombola. 
126
AUTOATIVIDADE
1 A Base Nacional Comum Curricular é um documento que está em construção 
e possui como fundamento conhecimentos, saberes e valores produzidos 
culturalmente. Este é um dos entendimentos que se encontra no Parecer 
CNE/CEB nº 07/2010.
Diante do exposto, quais os demais entendimentos que podemos ter com 
relação à Base Nacional Comum Curricular?
a) ( ) Entende-se a BNCC com base nos trabalhos relativos à administração 
pedagógica e o envolvimento de atividades voltadas ao desenvolvimento 
do espaço físico da escola.
b) ( ) Entende-se a BNCC como extensão de valores e saberes que se 
encontram nas políticas públicas, através do desenvolvimento da 
linguagem, das atividades desportivas e cidadania.
c) ( ) Entende-se a BNCC como base comum relativa a conteúdos 
predeterminados que deverão ser desenvolvidos sem possibilidade de 
flexibilização, deixando o planejamento engessado.
d) ( ) Entende-se a BNCC como documento elaborado a partir de informações 
relativas a tendências pedagógicas voltadas aos interesses do sistema 
governamental vigente.
e) ( ) Entende-se a BNCC como documento desenvolvido através de 
interesses da classe dominante, a qual determina o que, para que e o 
quanto deve ser apresentado aos educandos.
2 (ENADE, 2011) Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas 
camadas sociais que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da 
informação e da extensão das redes digitais. O problema da exclusão 
digital se apresenta como um dos maiores desafios dos dias de hoje, com 
implicações diretas e indiretas sobre os mais variados aspectos da sociedade 
contemporânea. 
 Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a 
produtividade e a competição global. É fundamental para a invenção, para 
a inovação e para a geração de riqueza. As tecnologias de informação e 
comunicação (TICs) proveem uma fundação para a construção e aplicação 
do conhecimento nos setores públicos e privados. É nesse contexto que se 
aplica o termo exclusão digital, referente à falta de acesso às vantagens e 
aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por motivos sociais, 
econômicos, políticos ou culturais. 
Considerando as ideias do texto acima, avalie as afirmações a seguir. 
I. Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas 
públicas escolherem o público-alvo de possíveis ações de inclusão digital. 
II. O uso das TICs pode cumprir um papel social, ao prover informações 
àqueles que tiveram esse direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir 
maiores graus de mobilidade social e econômica. 
127
III. O direito à informação diferencia-se dos direitos sociais, uma vez que esses 
estão focados nas relações entre os indivíduos e, aqueles, na relação entre o 
indivíduo e o conhecimento.
IV. O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia 
existente em território nacional, muito aquém da disponível na maior parte 
dos países do primeiro mundo. 
É correto apenas o que se afirma em: 
a) ( ) I e II. 
b) ( ) II e IV.
c) ( ) III e IV. 
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) I, III e IV.
3 (ENADE, 2011) Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva, o atendimento educacional especializado é organizado 
para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória 
em todos os níveis e modalidades de ensino.
De acordo com os pressupostos da inclusão escolar expressos na referida 
Política, avalie as afirmações a seguir. 
I. A inclusão educacional expressa um paradigma fundamentado na concepção 
de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores 
indissociáveis. 
II. A educação inclusiva prevê o acesso, a participação e a aprendizagem 
dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas escolas regulares.
III. O atendimento educacional especializado tem como função identificar, 
elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as 
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades 
específicas. 
IV. O movimento mundial pela inclusão educacional é uma carta de intenções 
que prevê, a partir da próxima década, ações políticas de atendimento 
educacional especializado, que deve ocorrer em salas de aula diferenciadas, 
na mesma escola. 
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I e III. 
b) ( ) I e IV. 
c) ( ) II e IV. 
d) ( ) I, II, e III. 
e) ( ) II, III e IV.
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 2
128
129
TÓPICO 2
AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA
EDUCACIONAL BRASILEIRO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, serão tratados assuntos relativos aos programas desenvolvidos 
pelo Ministério da Educação, dando assim possibilidade de crescimento e 
desenvolvimento das políticas públicas na áreaeducacional.
Além disso, trataremos da busca pela funcionalidade dos programas, a 
quem compete a responsabilidade pela aplicação e participação dos programas.
Veremos a sistemática desenvolvida para que ocorra a flexibilização das 
políticas públicas.
Assim, sigamos nossa leitura em busca de mais conhecimentos!
2 PROGRAMAS DO FUNDO NACIONAL DE 
DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
Caro acadêmico, dentro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
encontram-se também presentes as questões relativas aos recursos financeiros 
para a implementação dos programas educacionais.
Apresentaremos, de maneira breve, os programas e o que é o FNDE, com 
sua funcionalidade e legalidade.
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia 
federal criada pela Lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968, e alterada 
pelo Decreto-Lei nº 872, de 15 de setembro de 1969, é responsável pela 
execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC).
Para alcançar a melhoria e garantir uma educação de qualidade a todos, 
em especial a educação básica da rede pública, o FNDE se tornou 
o maior parceiro dos 26 estados, dos 5.565 municípios e do Distrito 
Federal. Neste contexto, os repasses de dinheiro são divididos em 
constitucionais, automáticos e voluntários (convênios).
Além de inovar o modelo de compras governamentais, os diversos 
projetos e programas em execução – Alimentação Escolar, Livro Didático, 
Dinheiro Direto na Escola, Biblioteca da Escola, Transporte do Escolar, 
Caminho da Escola, Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para 
a Rede Escolar Pública de Educação Infantil – fazem do FNDE uma 
instituição de referência na Educação Brasileira (FNDE, 2012).
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
130
Para Santos (2012, p. 70) o FNDE é: 
[...] um fundo que tem como principal objetivo fornecer as condições 
concretas para o desenvolvimento de ações, planos e programas 
destinados a subsidiar instituições e sistemas de ensino (especialmente 
em despesas como as envolvidas em construção de escolas, fornecimento 
de merenda escolar, entre outras). Assim, o FNDE atua por meio de 
diversos programas que gerenciam parte dos recursos desse fundo e a 
direciona para as respectivas demandas.
Alguns dos programas desenvolvidos por este fundo são:
• Biblioteca na Escola (PNBE): programa criado em 1997, tendo como finalidade 
enviar às bibliotecas das escolas obras e materiais de apoio a atividades relativas 
à educação básica. Para recebimento dessas obras é necessário realizar convênio, 
pois os materiais são recebidos a partir do censo escolar realizado no ano anterior. 
• Caminho da Escola: foi instituído com o objetivo de melhoria na frota de 
veículos escolares, garantindo a permanência do aluno na escola da zona rural. 
Existe uma parceria entre o FNDE e Inmetro, para que sejam garantidos veículos 
padronizados e com segurança.
• Livro Didático (PNLD): no ensino fundamental os alunos do 1º e 2º ano recebem 
livros consumíveis de alfabetização matemática e alfabetização linguística. Os 
alunos do 6º ao 9º ano recebem livros consumíveis de língua estrangeira. No que 
diz respeito ao ensino médio, envolve a distribuição de livros reutilizáveis nas 
disciplinas de matemática, história, geografia, língua portuguesa, biologia, física 
e química. Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 397): “O programa 
Nacional do Livro Didático em Braille atende alunos cegos que cursam o ensino 
fundamental em escolas públicas de ensino regular e escolas especializadas sem 
fins lucrativos”.
• Programa Um Computador por Aluno (Prouca): instituído pela Lei nº 12.249, 
de 14 de junho de 2010, o Prouca tem por objetivo promover a inclusão digital 
pedagógica e o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de 
alunos e professores das escolas públicas brasileiras, mediante a utilização de 
computadores portáteis denominados laptops educacionais. O equipamento 
adquirido contém sistema operacional específico e características físicas que 
facilitam o uso e garantem a segurança dos estudantes e foi desenvolvido 
especialmente para uso no ambiente escolar (PORTAL DO FNDE, 2012). 
• Proinfância: criado em 2007, este programa tem como objetivo: 
prestar assistência financeira, em caráter suplementar, ao Distrito 
Federal e municípios que firmarem o termo de adesão ao plano de 
metas Compromisso Todos pela Educação e elaborarem um Plano de 
Ações Articuladas (PAR). Estes valores são para a construção e aquisição 
de equipamentos e mobiliário para creches e pré-escolas públicas da 
educação infantil (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 400).
TÓPICO 2 | AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
131
• Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): para que a escola possa 
receber este programa é necessária verificação do censo do ano anterior para 
recebimento de recursos do PNAE. É preciso que seja criado nos municípios 
um Conselho de Alimentação Escolar, o qual fiscaliza e controla o uso dos 
recursos. Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 394): “O objetivo do 
PNAE é garantir pelo menos uma refeição diária nos dias letivos, atender às 
necessidades nutricionais dos alunos e desenvolver a formação de hábitos 
alimentares saudáveis [...]”.
• Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE): foi criado em 1995, tendo como 
objetivo “além de melhorar a qualidade do ensino fundamental, envolver a 
comunidade escolar a fim de otimizar a aplicação dos recursos” (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 395). Este programa tem como funcionalidade 
a transferência de valores às escolas públicas da educação básica das redes 
estaduais e municipais, onde haja mais de 20 alunos, e também para escolas de 
educação especial mantidas por ONGs – Organizações Não Governamentais. 
Estes valores podem ser utilizados na obtenção de: 
materiais permanentes e de consumo, para manutenção e conservação 
do prédio escolar, para capacitação e aperfeiçoamento de profissionais 
da educação, para avaliação de aprendizagem, para implementação 
de projetos pedagógicos e para desenvolvimento de atividades 
educacionais diversas, que visem colaborar na melhoria do atendimento 
das necessidades básicas de funcionamento das escolas (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 395). 
Este mesmo programa ainda contempla os programas:
O Escola Aberta foi criado em 2004, visando a oferta de oficinas, nos 
fins de semana, em escolas urbanas de comunidades em situação de 
risco e vulnerabilidade social. O Escola Acessível visa a adequação 
arquitetônica (obras e reformas) nos prédios escolares para a inclusão 
de alunos com necessidades educacionais especiais. O Mais Educação 
visa a formação integral de crianças, adolescentes e jovens de escolas 
estaduais e municipais de cidades com mais de 200 mil habitantes e com 
baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) por meio 
da ampliação do tempo e do espaço e das oportunidades educativas 
(LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 396).
•	 Programa Nacional de Formação Continuada a Distância nas Ações do 
FNDE (Formação pela Escola): este projeto objetiva a capacitação de todos 
os profissionais da educação, técnicos e gestores públicos tanto municipais 
como estaduais, além de representantes da comunidade escolar e da sociedade 
organizada. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 400): “Consiste na oferta 
de cursos de capacitação, de forma que os participantes conheçam os detalhes 
da execução das ações e programas do FNDE, com a concepção, as diretrizes, 
os principais objetivos, os agentes envolvidos, a operacionalização, a prestação 
de contas e os mecanismos de controle social”. Todos os cursos são oferecidos a 
distância e é para toda a sociedade organizada. Com a utilização da Educação a 
Distância, mais pessoas estão sendo atendidas.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO:INFLUÊNCIAS GLOBAIS
132
Com estes programas podemos perceber que cabe a cada Estado, Município, 
organizar-se para fazer parte destes programas, auxiliando e conseguindo 
melhorias para seus alunos e profissionais da educação. Assim, aos governantes 
cabe sistematizar seu trabalho e procurar determinar quais as políticas públicas 
que são necessárias a sua realidade local ou regional.
3 OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO NACIONAL
O Ministério da Educação, em suas atribuições, buscou em suas políticas 
públicas aperfeiçoar a profissionalização de nossos jovens, e buscando verificar 
seu desempenho e das universidades, criou mecanismos que auxiliem na melhor 
formação do jovem brasileiro. Estes mecanismos estão ligados também à questão 
avaliativa dos programas.
Alguns destes programas relativos à formação do estudante são:
Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. 
Sua criação ocorreu em 2011:
por meio da Lei 12.513/2011, com o objetivo de expandir, interiorizar e 
democratizar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica 
no país. O Pronatec busca ampliar as oportunidades educacionais 
e de formação profissional qualificada aos jovens, trabalhadores e 
beneficiários de programas de transferência de renda (Disponível em: 
<http://portal.mec.gov.br/pronatec/o-que-e>. Acesso em: 27 ago. 2016).
Os objetivos do Pronatec são:
I - expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação 
profissional técnica de nível médio presencial e a distância e de cursos e 
programas de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; 
II - fomentar e apoiar a expansão da rede física de atendimento da 
educação profissional e tecnológica; 
III - contribuir para a melhoria da qualidade do ensino médio 
público, por meio da articulação com a educação profissional; 
IV - ampliar as oportunidades educacionais dos trabalhadores, 
por meio do incremento da formação e qualificação profissional; 
V - estimular a difusão de recursos pedagógicos para apoiar 
a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. 
VI - estimular a articulação entre a política de educação profissional 
e tecnológica e as políticas de geração de trabalho, emprego e renda 
(Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/pronatec/o-que-e>. Acesso 
em: 27 ago. 2016).
Através de dados relativos às matrículas, nesse projeto, de 2011 a 2015 foram 
realizadas 9 mil e 400 matrículas. No ano de 2016 mais 2 milhões de matrículas 
(MEC, 2016a). Isso significa que a busca pelo conhecimento e a profissionalização 
estão em alta dentro do contexto social e econômico de nosso país.
TÓPICO 2 | AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
133
Outro programa utilizado pelo Ministério da Educação no que tange 
à avaliação, está relacionado aos alunos do 3º ano do Ensino Médio. Estamos 
falando do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio. Este programa foi criado 
em 1998, tendo como objetivo avaliar o desempenho do estudante ao fim do ensino 
médio. Poderão participar deste exame os alunos que estão finalizando ou que já 
concluíram o ensino médio em anos anteriores.
O Enem é utilizado como critério de seleção para os estudantes que 
pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos 
(ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do 
exame como critério de seleção para o ingresso no ensino superior, seja 
complementando ou substituindo o vestibular (Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/enem-sp-2094708791>. Acesso em: 27 ago. 2016).
Prouni – Programa Universidade para Todos. Este programa foi criado 
através da Lei nº 11.096 de 13 de janeiro de 2005. Esta lei concede aos estudantes 
brasileiros que não possuem nível superior bolsas de estudo total ou parcial, de 
50%, em instituições privadas de educação superior e de graduação.
Para que o estudante seja bolsista do Prouni, ele deverá possuir os seguintes 
requisitos, conforme se apresentado pelo Ministério da Educação (2016c, s.p.): 
• ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública;
• ter cursado o ensino médio completo em escola da rede privada, na 
condição de bolsista integral da própria escola;
• ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e 
parcialmente em escola da rede privada, na condição de bolsista integral 
da própria escola privada;
• ser pessoa com deficiência;
• ser professor da rede pública de ensino, no efetivo exercício do 
magistério da educação básica e integrando o quadro de pessoal 
permanente da instituição pública e concorrer a bolsas exclusivamente 
nos cursos de licenciatura. Nesses casos não há requisitos de renda.
Para concorrer às bolsas integrais, o candidato deve ter renda familiar 
bruta mensal de até um salário-mínimo e meio por pessoa. Para as 
bolsas parciais de 50%, a renda familiar bruta mensal deve ser de até 
três salários-mínimos por pessoa.
Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Este 
programa foi criado através da Lei nº 10.861, de abril de 2004, tendo como 
objetivo analisar as instituições de Educação Superior e seus estudantes (SILVA; 
FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 169).
Ele possui uma série de instrumentos complementares: autoavaliação, 
avaliação externa, Enade, avaliação dos cursos de graduação e 
instrumentos de informação (censo e cadastro). Os resultados das 
avaliações possibilitam traçar um panorama da qualidade dos cursos 
e instituições de educação superior no País. Os processos avaliativos 
são coordenados e supervisionados pela Comissão Nacional de 
Avaliação da Educação Superior (Conaes). A operacionalização é de 
responsabilidade do Inep.
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
134
As informações obtidas com o Sinaes são utilizadas pelas IES, para 
orientação da sua eficácia institucional e efetividade acadêmica e 
social; pelos órgãos governamentais para orientar políticas públicas e 
pelos estudantes, pais de alunos, instituições acadêmicas e público em 
geral, para orientar suas decisões quanto à realidade dos cursos e das 
instituições (INEP, 2011, s.p.).
Este instrumento está presente em nossa vida acadêmica, o tão famoso 
Enade – Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. Você já deve ter 
ouvido falar sobre esse programa, ou ainda ouvirá falar, ele possui uma elevada 
importância para você, acadêmico, e para a universidade em que você estuda. Veja 
por que é importante participar desse programa.
O Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) avalia 
o rendimento dos alunos dos cursos de graduação, ingressantes e 
concluintes, em relação aos conteúdos programáticos dos cursos em que 
estão matriculados. O exame é obrigatório para os alunos selecionados e 
condição indispensável para a emissão do histórico escolar. A primeira 
aplicação ocorreu em 2004 e a periodicidade máxima da avaliação é 
trienal para cada área do conhecimento (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 
2016b, s.p.).
Observe, acadêmico, que este exame é obrigatório para os alunos 
selecionados e condição indispensável para a emissão do histórico escolar.
Por que colocamos o trecho em negrito? Porque quando você receber 
ligações, e-mails em seu ambiente virtual leve a sério. Busque informações com o 
seu tutor ou ligue para o 0800 6425000 e converse com os professores que estarão 
aguardando você para sanar qualquer dúvida.
Não é invenção da instituição de ensino, é um programa federal, e possui 
embasamento legal para sua realização. Assim, participe das atividades que a 
instituição oferece a você para melhorar seu nível de conhecimento. 
Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente: este mecanismo foi criado 
através da Portaria Normativa nº 3, de 2 de março de 2011 com o objetivo de:
 
Art. 1º Institui, no âmbito do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira - INEP, a Prova Nacionalde Concurso para 
o Ingresso na Carreira Docente, a qual se constitui de uma avaliação 
para subsidiar a admissão de docentes para a educação básica no âmbito 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (BRASIL, 2011, s.p.).
Cabe salientar que este instrumento poderá ser utilizado por todos os entes 
federados (estados, municípios) para a avaliação dos participantes no ingresso da 
carreira docente. Conforme Silva, Ferronato e Baruffi (2014, p. 170):
Muitas são as informações, [...] mas cabe salientar que para que essa 
máquina chamada educação obtenha êxito, é preciso que todas as 
engrenagens estejam bem encaixadas em seus objetivos e ações, as 
quais buscam a qualidade da educação e qualificação do profissional 
da educação.
TÓPICO 2 | AS INSTITUIÇÕES FORMADORAS DO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO
135
Temos que observar, também, que não é só responsabilidade do profissional 
da educação, mas também das esferas federal, estadual e municipal dar garantia de 
um padrão de qualidade. Assim, podemos determinar que todos são responsáveis 
pelo desenvolvimento de uma educação de qualidade. Cabe a cada um ter visão, 
competência e saber fazer coletivamente seu trabalho.
Caro acadêmico, diante do que foi exposto e verificando seu conhecimento 
já adquirido, vamos partir para o Tópico 3, onde veremos como, o que e para que 
necessitamos de organização e gestão dentro da instituição escolar.
E isso é de extrema importância para cada um de nós, professores ou 
futuros profissionais da educação, independentemente de nossa área de atuação.
136
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• O FNDE é “um fundo que tem como principal objetivo fornecer as condições 
concretas para o desenvolvimento de ações, planos e programas destinados a 
subsidiar instituições e sistemas de ensino (especialmente em despesas, como as 
envolvidas em construção de escolas, fornecimento de merenda escolar, entre 
outras)” (SANTOS, 2012, p. 70). 
• Os programas desenvolvidos pelo FNDE são: Biblioteca na Escola (PNBE); 
Caminho na Escola; Livro Didático (PNLD); Programa Um Computador por 
Aluno (Prouca); Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); Programa 
Dinheiro Direto na Escola (PDDE); Programa Nacional de Formação Continuada 
a Distância nas Ações do FNDE (Formação pela Escola). 
• Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Sua 
criação ocorreu em 2011, “por meio da Lei 12.513/2011, com o objetivo de 
expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de educação profissional 
e tecnológica no país. O Pronatec busca ampliar as oportunidades educacionais 
e de formação profissional qualificada aos jovens, trabalhadores e beneficiários 
de programas de transferência de renda” (Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/pronatec/o-que-e>. Acesso em: 27 ago. 2016).
• Enem – Exame Nacional do Ensino Médio. Este programa foi criado em 1998, 
tendo como objetivo avaliar o desempenho do estudante ao fim do ensino médio. 
• Prouni – Programa Universidade para Todos. Este programa foi criado através 
da Lei nº 11.096 de 13 de janeiro de 2005. Esta lei concede aos estudantes 
brasileiros que não possuem nível superior bolsas de estudo total ou parcial, de 
50%, em instituições privadas de educação superior e de graduação.
• Sinaes – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. “Este programa 
foi criado através da Lei nº 10.861, de abril de 2004, tendo como objetivo analisar 
as instituições de Educação Superior e seus estudantes” (SILVA; FERRONATO; 
BARUFFI, 2014, p. 169). Este instrumento está presente em nossa vida acadêmica, 
o tão famoso Enade – Exame Nacional de Desempenho de estudantes.
137
AUTOATIVIDADE
1 (ENADE, 2011) Em 2007, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 
Educacionais Anísio Teixeira (INEP) criou o Índice de Desenvolvimento da 
Educação Básica (IDEB), que busca reunir, em um só indicador, dois conceitos 
igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias 
de desempenho nas avaliações.
 O IDEB é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar 
(aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados 
pelo INEP. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, 
realizado anualmente pelo INEP. As médias de desempenho utilizadas são 
as da Prova Brasil (para IDEBs de escolas e municípios) e do SAEB (no caso 
dos IDEBs dos estados e nacional). 
 A fórmula geral do IDEB é dada por: IDEBji = Nji × Pji; em que i = ano do 
exame (SAEB e Prova Brasil) e do Censo Escolar; Nji = média da proficiência 
em Língua Portuguesa e Matemática, padronizada para um indicador entre 
0 e 10, dos alunos da unidade j, obtida em determinada edição do exame 
realizado ao final da etapa de ensino; Pji = indicador de rendimento baseado 
na taxa de aprovação da etapa de ensino dos alunos da unidade j.
 O IDEB é usado como ferramenta para acompanhamento das metas de 
qualidade do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) para a Educação 
Básica. O PDE estabelece como meta que, em 2022, o IDEB do Brasil seja 6,0 — 
média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável 
a dos países desenvolvidos 
FONTE: Disponível em: <http:/portal.inep.gov.br/web/portal-ideb>. Acesso em: 30 set. 2011. 
A tabela a seguir apresenta dados hipotéticos das escolas X, Y e Z.
Ano 2007 2008 2009 2007 2008 2009
Escola
Nota Média 
Padronizada 
(N)
Nota Média 
Padronizada 
(N)
Nota Média 
Padronizada 
(N)
Indicador de 
Rendimento 
(P)
Indicador de 
Rendimento 
(P)
Indicador de 
Rendimento 
(P)
X 4,50 5,50 7,00 0,80 0,80 0,80
Y 3,20 4,00 4,80 0,70 0,75 0,80
Z 5,50 6,50 7,00 0,80 0,85 0,90
A partir das informações do texto e dos dados apresentados na tabela, 
avalie as informações que se seguem. 
I. Em 2009, as Escolas X e Z alcançaram IDEB acima da média estabelecida pelo 
PDE para o Brasil.
II. No triênio 2007-2009, a Escola Y foi a que apresentou maior crescimento no 
valor do IDEB. 
138
III. Se for mantida para os próximos anos a taxa de crescimento do IDEB 
apresentada no triênio 2007-2009, a Escola Y conseguirá atingir, em 2012, a 
meta estabelecida pelo PDE para o Brasil.
É correto o que se afirma em: 
a) ( ) I, apenas.
b) ( ) II, apenas. 
c) ( ) I e III. 
d) ( ) II e III. 
e) ( ) I, II e III.
2 Nos programas que o Ministério da Educação desenvolve com as suas 
políticas públicas encontramos o PROUNI – Programa Universidade para 
Todos. Este programa concede aos estudantes bolsas de estudo total ou 
parcial, de 50%, para frequentar o nível superior. Para que possa requisitar 
este programa o estudante precisa:
I. Ter iniciado o ensino médio em escola pública.
II. Ter cursado o ensino médio em escola pública.
III. Ter cursado o ensino médio em escola privada como bolsista integral.
IV. Ter iniciado o curso superior, estando no segundo semestre.
É correto o que se afirma em:
a) ( ) II, apenas.
b) ( ) I e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) III, apenas.
 
3 O Sinaes – Sistema de Avaliação de Educação Superior, foi criado através da 
Lei nº 10.861 de abril de 2004, e possui como objetivo analisar as instituições 
de Educação Superior e seus estudantes. Frente a isso, esse programa possui 
vários instrumentos que o complementam, como:
I - Análise, reformulação, desenvolvimento de questões internas.
II- Autoavaliação, avaliação externa, Enade.
III - Avaliação externa, entrevistas, banco de questões.
IV - Avaliação dos cursos de graduação e censo e cadastro.
É correto o que se afirma em:
a) ( ) IV, apenas.
b) ( ) I e III.
c) ( ) II e IV.
d) ( ) III, apenas.
e) ( ) I e II.
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 3
139
TÓPICO 3
A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO 
ESCOLAR COLETIVA
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃONeste tópico, trataremos de algo que nos é relativamente conhecido, mas 
que nos dá diversas possibilidades de respostas. Qual o conceito de organização e 
gestão? Elas cabem dentro do sistema educacional? Qual a função social da escola 
pública? Quais os objetivos da escola e as práticas de organização e gestão?
Perguntas como essas são determinantes para que cada um de nós, 
professores e futuros professores, possamos nos identificar dentro da organização 
e gestão escolar, independentemente de nossa área de atuação.
Não podemos acreditar que somente o diretor (gestor) é o que comanda a 
escola, mas sim, todos os atores que compõe a instituição são responsáveis por esse 
movimento.
Com isso, acadêmico, aguçamos sua curiosidade em perceber-se como 
parte integrante desse processo institucional.
Vamos ao estudo e a seu reconhecimento!
2 CONCEITUANDO ORGANIZAÇÃO E GESTÃO
Quando falamos em educação nos deparamos com a instituição escola, 
a qual é determinante em qualquer sociedade que possui como objetivo o 
desenvolvimento de seu povo.
Para tanto, a escola, como qualquer empresa, necessita de elementos 
formadores e de organização e gestão para assegurar seu bom funcionamento.
A organização e gestão são termos que estão associados, em sua grande 
maioria, com a ideia de “administração, governo, provisão de condições de 
funcionamento de determinada instituição social” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; 
TOSCHI, 2012, p. 411). Estas instituições sociais podem ser família, empresa, 
escola, órgão público, entidades sindicais, culturais, científicas, dentre outras, para 
que possam chegar aos objetivos previstos. Em se falando de escola, conforme 
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 411):
140
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
A organização e a gestão referem-se ao conjunto de normas, diretrizes, 
estruturas organizacionais, ações e procedimentos que asseguram 
a racionalização do uso de recursos humanos, materiais financeiros 
e intelectuais, assim como a coordenação e o acompanhamento do 
trabalho das pessoas.
Cabe salientar que para termos uma escola com organização e gestão 
democrática, é necessário compreendermos que são necessárias escolhas tanto 
nos meios, como recursos que assegurem a realização dos objetivos. Além disso, 
é necessário existir um acompanhamento e coordenação que determinem à 
articulação a integração de todas as atividades e das pessoas que atuam nas escolas, 
em prol do alcance de seus objetivos.
Para que essas duas características mencionadas, a racionalização do 
uso de recursos e coordenação e acompanhamento se efetivem, “são postas em 
ação as funções específicas de planejar, organizar, dirigir e avaliar” (LIBÂNEO; 
OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 412).
Ao colocarmos em ação as funções específicas daremos a esta ação o 
nome de gestão, a qual é uma atividade que faz com que se coloque em ação um 
determinando sistema organizacional.
Cabe salientar, ainda, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 412), que 
da definição de organização e gestão são retiradas duas implicações importantes. 
São elas:
A primeira é que as formas de organização e gestão são sempre meios, 
nunca fins, embora muitas vezes, erradamente, meios sejam tratados 
como fins; os meios existem para alcançar determinados fins que lhes 
são subordinados. A segunda é que, conceitualmente, a gestão faz parte 
da organização, mas aparece junto com ela por duas razões: a) a escola 
é uma organização em que tanto seus objetivos e resultados quanto 
seus processos e meios são relacionados com a formação humana, 
ganhando relevância, portanto, o fortalecimento das relações sociais, 
culturais e afetivas que nela tem lugar; b) as instituições escolares, por 
prevalecer nelas o elemento humano, precisam ser democraticamente 
administradas, de modo que todos os seus integrantes canalizem 
esforços para a realização de objetivos educacionais, acentuando-se a 
necessidade da gestão participativa e da gestão da participação.
Podemos determinar, dessa forma, que a escola, para que possa ser uma 
instituição com desenvolvimento de seus objetivos, necessita de organização e 
gestão democrática.
É preciso que sejam observados seus pares, seu entorno, buscar a 
participação das pessoas do trabalho, como da comunidade, realizar avaliações 
e manter um acompanhamento dessa participação, além de garantir a todos os 
alunos uma aprendizagem de qualidade.
Caro acadêmico, falamos até o momento muito sobre as leis que determinam 
o funcionamento do sistema de educação de nosso país. A escola é um destes 
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA
141
componentes que tornam possível a realização e concretização das leis, juntamente 
com seus profissionais da educação. 
Muitos são os estudos que tratam do sistema escolar e de políticas 
educacionais que possam determinar as metas a serem alcançadas dentro do 
sistema escolar. Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 413):
A ideia de ter as escolas como referência para a formulação e gestão das 
políticas educacionais não é nova, mas adquire importância crescente 
no planejamento de reformas educacionais exigidas pelas recentes 
transformações do mundo contemporâneo. Por essa razão, as propostas 
curriculares, as leis e as resoluções referem-se atualmente à prática 
organizacional como autonomia, descentralização, projeto pedagógico-
curricular, gestão centrada na escola e avaliação institucional.
Diante do apresentado por Libâneo, Oliveira e Toschi, podemos definir 
que a escola é um espaço organizacional de formação e aprendizagem, no qual os 
profissionais que ali trabalham podem dar suas opiniões, realizar atividades que 
auxiliem no seu desenvolvimento profissional e em seu trabalho com as crianças. O 
crescimento é mútuo. É interessante observar que os profissionais que trabalham na 
escola realizam ações educativas, mas nem todas com a mesma responsabilidade. 
Por quê? Vamos observar o que nos dizem Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 414) 
através de exemplos bem práticos:
Por exemplo, o atendimento aos pais, efetuado pela secretaria escolar, 
pode ser respeitoso ou desrespeitoso, inclusivo ou excludente, grosseiro 
ou atencioso; a distribuição da merenda envolve atitudes e modos de 
agir das funcionárias da escola que influenciam a educação das crianças 
de maneira positiva ou negativa; as reuniões pedagógicas podem 
tornar-se espaço de participação das pessoas ou de manifestações do 
poder pessoal do diretor.
Estes exemplos nos demonstram que a escola sendo um espaço de inúmeras 
diferenças busca o que há de melhor no ser humano, seus valores, os quais são 
determinantes para a realização de ações pedagógicas e significativas.
Dessa forma, podemos dizer também que a escola é um espaço formativo, 
que pode fazer com que se modifique a maneira de pensar e agir das pessoas, 
dando a possibilidade de verificar que as práticas de gestão e organização são 
necessárias nesse contexto.
3 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PÚBLICA
Em todos os momentos de nossa vida estamos diretamente ligados a 
diversas situações, sejam elas em nível político, social ou pessoal. Para tanto, a 
sociedade busca, diante dos mais diversos entraves, possibilidades de mobilização 
para organizar-se em muitas associações ou instituições.
142
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
Com isso, a escola nos mais variados momentos históricos, passa por essas 
ações e busca formar pessoas críticas, que desenvolvam seu senso crítico e agucem 
sua curiosidade com o novo, com o diferente.
Por isso, a escola possui papel essencial na organização da sociedade. 
Ela também é um elemento que representa a democracia, onde se desenvolvem 
temáticas que auxiliam no desenvolvimento da democracia participativa. 
Conforme o livro Conselhos Escolares, a escola “[...] tem como funçãosocial 
formar o cidadão, isto é, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o 
estudante solidário, crítico, ético e participativo” (BRASIL, 2004, p. 17).
Para que ocorra este movimento é necessário que se socialize o saber 
sistematizado, o qual está historicamente acumulado, e que possa ser incorporado 
ao conhecimento que o aluno já traz consigo. 
Assim, “a interligação e a apropriação desses saberes pelos estudantes e 
pela comunidade local, representam, certamente, um elemento decisivo para o 
processo de democratização da própria sociedade” (BRASIL, 2004, p. 18).
Para Vieira e Almeida (s.d., p. 4), “a escola trabalha com o conhecimento e 
com o ser humano. Por isso, é permanente seu desafio de estar em constante processo 
de discussão e reelaboração de suas ações, buscando as transformações necessárias, 
por meio de um currículo construído a partir do contexto histórico e social”.
Assim, podemos determinar que a escola possui espaço significativo no 
desenvolvimento das ações políticas e sociais para o exercício da democratização 
da sociedade. “A escola é, assim, o espaço de realização tanto dos objetivos do 
sistema de ensino quanto dos objetivos de aprendizagem” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; 
TOSCHI, 2012, p. 415). 
Ainda no que diz respeito à função da escola, não lhe é atribuída a ideia 
de empresa, pois conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 132), “a escola não 
é empresa. O aluno não é cliente da escola, mas parte dela. É sujeito que aprende, 
que constrói seu saber, que direciona seu projeto de vida”. Com isso, podemos 
observar que a função da escola é a formação humana.
Sabemos que vivemos em uma sociedade repleta de incentivos ao sistema 
capitalista, mas a escola em detrimento desse sistema necessita, dentro de sua 
função, buscar incessantemente pela cidadania, pela inclusão social, pela busca 
dos valores morais atrelados a uma articulação de escola e mundo do trabalho. 
Esta função não é algo tão fácil de conquistar, mas é necessária a busca incessante 
e acreditar no “desenvolvimento de uma escola democrática com ações conjuntas e 
participativas norteadas pela responsabilidade, ética e compromisso para alcançar 
a escola de qualidade” (SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 148).
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA
143
Conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 133), a escola pública possui 
três pontos essenciais de sua responsabilidade. São eles: 
• ser agente de mudanças, capaz de gerar conhecimentos e desenvolver 
a ciência e a tecnologia;
• trabalhar a tradição e os valores nacionais ante a pressão mundial de 
descaracterização da soberania das nações periféricas;
• preparar cidadãos capazes de entender o mundo, seu país, sua 
realidade e de transformá-los positivamente.
Frente ao exposto, podemos perceber que a escola é um dos meios de 
organização e formação do sistema educacional e que os membros formadores 
desse espaço são essenciais para a formação de cidadãos críticos “que participam 
ativamente das tomadas de decisão de sua vida e da sociedade, além de uma escola 
que busque a preparação dos indivíduos em sua formação tecnológica, cultural e 
geral, onde a ética e o desenvolvimento de suas habilidades sejam qualificadas” 
(SILVA; FERRONATO; BARUFFI, 2014, p. 148).
4 OBJETIVOS DA ESCOLA E AS PRÁTICAS DE ORGANIZAÇÃO 
E GESTÃO
Dentro da Constituição Federal e da Lei de Diretrizes e Bases encontramos 
artigos determinantes que desenvolvem a organização e a gestão escolar além de 
seus objetivos, isso já vimos em tópicos anteriores. Com isso, podemos determinar 
pelo que vimos até o momento, que a escola é uma instituição social que possui 
objetivos. Alguns dos objetivos explícitos da escola são, conforme Libâneo, 
Oliveira e Toschi (2012, p. 419), “[...] o desenvolvimento das potencialidades 
físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos 
(conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes, valores), para se tornarem 
cidadãos participativos na sociedade em que vivem”. 
Assim, é função da escola o ensino e a aprendizagem de todos os alunos, 
tarefa que fica a cargo dos professores. Essa organização escolar é necessária para 
melhor desenvolvimento do trabalho dos professores. Observe, acadêmico, que 
existe aí, uma interdependência entre os objetivos e função da escola, além da 
organização e gestão dos trabalhos escolares.
Cabe salientar que de nada adiantará grandes mudanças no que diz respeito 
à organização e gestão escolar se não forem observados elementos essenciais como 
a aprendizagem de qualidade, pois sem ela, continuaremos mantendo baixos 
rendimentos escolares.
144
UNIDADE 2 | POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO: INFLUÊNCIAS GLOBAIS
AUTOATIVIDADE
Como conquistar a melhor aprendizagem? O que as famílias, a comunidade e 
os próprios alunos esperam de uma escola? E você, acadêmico, o que espera da 
escola em que irá trabalhar ou está trabalhando? Deixe sua opinião.
Podemos determinar que a escola que esperamos e que os pais e comunidade 
esperam seja uma que deixe seus alunos motivados para estarem nas aulas e que se 
envolvam nas atividades da classe e das que ocorrem com os demais alunos.
Quanto aos professores, acreditamos que busquem um espaço em que 
possa ser empregada a autonomia e que possam ser desenvolvidos trabalhos que 
tragam respostas significativas tanto para alunos como para os profissionais. Um 
ambiente de total reciprocidade.
Podemos concluir que a escola, para obter seus objetivos, necessita ser 
organizada e administrada para a obtenção da qualidade da aprendizagem dos alunos.
Sabemos que as escolas não podem ser administradas e organizadas 
de maneira igualitária, pois vivemos em um país de grandes dimensões e 
características diversificadas, mas algumas características organizacionais podem 
ser determinantes em todas as instituições escolares, a saber:
• professores preparados, que tenham clareza de seus objetivos e 
conteúdos, que façam planos de aula, que consigam cativar seus alunos, 
que utilizem metodologia e procedimentos adequados à matéria e às 
condições de aprendizagem dos alunos, que façam avaliação contínua, 
prestando muita atenção nas dificuldades dos alunos;
• existência de projeto pedagógico-curricular com um plano de trabalho 
bem definido, que assegure consenso mínimo entre a direção da escola e 
o corpo docente acerca dos objetivos a alcançar, dos métodos de ensino, 
da sistemática de avaliação, das formas de agrupamento de alunos, das 
normas compartilhadas sobre faltas de professores, do cumprimento de 
horário, das atitudes com relação aos alunos e funcionários;
• bom clima de trabalho, e que a direção contribua para conseguir o 
empenho de todos, em que os professores aceitem aprender com a 
experiência dos colegas, trocando as qualidades entre si, de modo que 
tenham uma opinião comum sobre critérios de ensino de qualidade na 
escola;
TÓPICO 3 | A ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR COLETIVA
145
• estrutura organizacional e boa organização do processo de ensino-
aprendizagem, que consigam motivar a maioria dos alunos a aprender;
• papel significativo da direção e da coordenação pedagógica, que 
articule o trabalho conjunto de todos os professores e os ajudem a ter 
bom desempenho em suas aulas;
• disponibilidade de condições físicas e materiais, de recursos didáticos, 
de biblioteca e outros, que propiciem aos alunos oportunidades 
concretas para aprender;
• estrutura curricular e modalidades de organização do currículo 
com conteúdos bem selecionados, assim como critérios adequados de 
distribuição de alunos por sala;
• disponibilidade da equipe para aceitar inovações observando o 
critério de mudar sem perder a identidade. Considerar, também, que 
elas não podem ser instauradas de modo abrupto, rígido, imposto, mas 
os professores devem captá-las de forma crítico-reflexiva.É preciso que 
eles discutam as inovações com base nos conhecimentos e experiências 
que já carregam consigo, para compreenderem os objetivos daquelas 
que possam afetar seu trabalho. (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, 
p. 421-422).
Observe, acadêmico, que a organização escolar é necessária e que mudanças 
podem e devem ser realizadas para que esta instituição consiga manter uma 
educação de qualidade. 
Mudar determinadas ações é essencial quando elas já não são mais 
adequadas à realidade local.
Cabe salientar que compete a todos, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi 
(2012, p. 423), “responsabilizar-se pela aprendizagem dos alunos, sobretudo em 
face dos problemas sociais, culturais e econômicos que afetam os estabelecimentos 
de ensino”.
Com isso, observa-se que para existir uma melhoria das práticas de gestão 
e de sua organização é necessário que se tenha como foco o processo de ensino, 
observando os meios utilizados pela escola em função dos seus objetivos. A 
participação coletiva também é determinante para o êxito desse processo. E isso 
será tratado com maior cuidado na próxima unidade.
146
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Organização e gestão são termos que estão associados, em sua grande maioria, 
com a ideia de “administração, governo, provisão de condições de funcionamento 
de determinada instituição social” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 
411). Estas instituições sociais podem ser família, empresa, escola, órgão público, 
entidades sindicais, culturais, científicas, dentre outras, para que possam chegar 
aos objetivos previstos.
• Para que a racionalização do uso de recursos, coordenação e acompanhamento 
se efetivem, “são postas em ação as funções específicas de planejar, organizar, 
dirigir e avaliar” (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 412).
• Ao colocarmos em ação as funções específicas daremos a esta ação o nome 
de gestão, a qual é uma atividade que faz com que se coloque em ação um 
determinando sistema organizacional.
• A escola é um espaço organizacional de formação e aprendizagem, na qual os 
profissionais que ali trabalham podem dar suas opiniões, realizar atividades 
que auxiliem no seu desenvolvimento profissional e em seu trabalho com as 
crianças. O crescimento é mútuo. É interessante observar que os profissionais 
que trabalham na escola realizam ações educativas, mas nem todos com a 
mesma responsabilidade.
• A escola pública possui três pontos essenciais de sua responsabilidade. São 
eles: ser agente de mudanças, capaz de gerar conhecimentos e desenvolver a 
ciência e a tecnologia; trabalhar a tradição e os valores nacionais ante a pressão 
mundial de descaracterização da soberania das nações periféricas; preparar 
cidadãos capazes de entender o mundo, seu país, sua realidade e de transformá-
los positivamente (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012, p. 133).
147
1 (ENADE, 2011) Um dos objetivos da gestão democrática participativa 
é a articulação entre as políticas educacionais atuais e as demandas 
socioculturais. Considerando essa finalidade, avalie quais das ações 
educacionais abaixo se relacionam a essa concepção.
I. Compartilhar valores em prol da própria escola, reconhecendo a 
impossibilidade de se incluir ideais de justiça, solidariedade e ética humana, 
que transcendem os limites do processo educativo. 
II. Utilizar os índices educacionais da escola como subsídios de gestão para 
aprimorar o processo ensino-aprendizagem. 
III. Elaborar coletivamente o projeto político-pedagógico que reflita a filosofia 
da escola e apresente as bases teórico-metodológicas da prática pedagógica. 
IV. Planejar ações descentralizando poderes para realizar uma gestão focada 
nos diferentes aspectos da aprendizagem e nas questões macroestruturais da 
sociedade.
É correto apenas o que se afirma em:
a) ( ) I e II. 
b) ( ) I e IV.
c) ( ) III e IV. 
d) ( ) I, II e III.
e) ( ) II, III e IV.
2 (ENADE, 2011) “[...] garimpar o que de bom já temos em nossas práticas 
anteriores, e que ainda são significativas para as necessidades de hoje. 
Valorizo esse método porque [...] fazer educação não é como fazer um 
prédio”. 
FONTE: PIMENTA, S. G. De professores, pesquisa e didática. Campinas: Papirus, 2002. p. 60. 
Que concepção corresponde ao que defende Pimenta nesse fragmento de 
texto? 
a) ( ) Na inovação da prática pedagógica, não há espaço para o tradicional. 
b) ( ) Em educação, a transformação tem efetivo resultado, quando se 
abandona o estabelecido no cotidiano escolar. 
c) ( ) Valorizar o cotidiano já vivido pelo aluno é repetir erros de práticas 
anteriores. 
d) ( ) A experiência anterior serve de contraexemplo para o estabelecimento 
da nova experiência.
e) ( ) Inovar é avançar, considerando o que deve ser preservado no contexto 
do processo educativo.
AUTOATIVIDADE
148
3 (ENADE, 2011) “Não há uma forma única, nem um único modelo de 
educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o 
melhor. O ensino escolar não é sua única prática e o professor profissional 
não é seu único praticante”.
FONTE: BRANDÃO, C. R. O que é educação. 33. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995. p. 9. 
A afirmativa de Brandão, reproduzida acima, propõe uma nova dimensão 
educativa, pois:
a) ( ) articula, na figura do professor profissional, o centro de toda a ação 
pedagógica. 
b) ( ) tira da escola o peso da responsabilidade da educação, ao dividir esta 
com outros setores sociais.
c) ( ) propõe uma educação aberta, diversificada, participativa e que 
acontece em múltiplos espaços, entre os quais se inclui a escola.
d) ( ) busca uma educação escolar de excelência, preocupada em atender a 
um público-alvo específico.
e) ( ) abre possibilidades para que a educação formal aconteça em ambientes 
não formais, aumentando o número de vagas disponíveis na escola.
Assista ao vídeo de 
resolução da questão 1
149
UNIDADE 3
A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO 
ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• reconhecer a identidade da escola;
• identificar as competências do professor na escola e seu apoio na 
 organização e gestão escolar;
• reconhecer a estrutura organizacional da escola;
• reconhecer as áreas de atuação dos membros formadores da escola;
• conhecer os instrumentos da estruturação política educacional nas 
 escolas.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico você en-
contrará atividades que o ajudarão a refletir e fixar os conteúdos abordados.
TÓPICO 1 – A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS 
 PÚBLI CAS
TÓPICO 2 – A APRENDIZAGEM E AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DA 
 ORGANIZAÇÃO E DA GESTÃO ESCOLAR
TÓPICO 3 – A GESTÃO PARTICIPATIVA CONTINUANDO A 
 CONSTRUÇÃO E PLANEJAMENTO DE UMA ESCOLA 
 DEMOCRÁTICA.
Assista ao vídeo 
desta unidade.
150
151
TÓPICO 1
A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS 
POLÍTICAS PÚBLICAS
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade, estaremos tratando de assuntos relativos ao nosso espaço 
de trabalho, a ESCOLA. Espaço este, que possui uma organização, possui seus 
meios e seus objetivos, os quais determinam a articulação dos envolvidos e dos 
mecanismos necessários para sua funcionalidade.
Estaremos definindo a cultura organizacional, sua significação no sistema 
educacional, verificaremos que a escola é uma comunidade democrática de 
aprendizagem, que os profissionais da educação também são determinantes na 
organização e gestão da escola, além de suas competências.
Então, vamos a mais uma etapa de construção destes conhecimentos!
2 A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: LUGAR DE APRENDIZAGEM
Como já falamos na Unidade 2 sobre os conceitos de gestão e organização,vamos buscá-los para que possamos dar continuidade ao tema abordado. Como já 
vimos, “organizar significa dispor de forma ordenada, dar estrutura, planejar uma 
ação e prover as condições necessárias para realizá-la” (LIBÂNEO, 2012, p. 436).
Relativo à gestão, podemos determinar que “[...] é, pois, a atividade pela qual 
são mobilizados meios e procedimentos para atingir os objetivos da organização, 
envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativos” 
(LIBÂNEO, 2012, p. 438).
Frente ao exposto, podemos perceber que a escola é um espaço 
organizacional, é uma organização que busca a influência mútua entre as pessoas, 
na busca da formação humana. Ainda conforme Libâneo (2012, p. 437): 
A instituição escolar caracteriza-se por ser um sistema de relações 
humanas e sociais com fortes características interativas, que a 
diferenciam das empresas convencionais. Assim, a organização escolar 
define-se como unidade social que reúne pessoas que interagem entre 
si, intencionalmente, operando por meio de estruturas e de processos 
organizativos próprios, a fim de alcançar objetivos educacionais.
Frente a isso, podemos compreender que a escola é um espaço de 
aprendizagem e que necessita de organização e de gestão. Para isso, é preciso 
UNIDADE 3 | A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
152
articulação entre a organização e a gestão e vamos buscar no pensamento de Libâneo 
(2012) o esquema que determina a articulação necessária entre a organização e 
gestão junto aos objetivos na escola.
FIGURA 6 - ARTICULAÇÃO ENTRE MEIOS (ORGANIZAÇÃO E GESTÃO) E 
 OBJETIVOS NA ESCOLA
FONTE: Libâneo (2012, p. 425)
O esquema apresentado determina os passos a serem seguidos para 
que os objetivos educacionais possam ser alcançados e observa-se que se faz 
necessário observar as exigências econômicas, políticas, sociais e culturais que são 
determinantes diante da sociedade em que a escola esteja inserida. 
Podemos determinar que os objetivos educacionais determinam, como 
afirma Libâneo (2012, p. 425), “o desenvolvimento da pesquisa científica em questões 
educacionais e do ensino, das necessidades sociais e pessoais dos alunos relativas a 
conhecimentos, práticas culturais, mercado de trabalho, exercício da cidadania etc.”.
Cabe ressaltar que ao determinar os objetivos educacionais, eles precisam 
estar apresentando os interesses da comunidade, conforme suas necessidades, 
mas como podemos concretizar nossos objetivos educacionais?
Podemos concretizá-los a partir da elaboração do currículo da escola, através 
dos conteúdos, das atividades de ensino, as quais auxiliam no desenvolvimento e 
na qualidade da aprendizagem. De acordo com Libâneo (2012, p. 426): 
O conjunto currículo-ensino constitui os meios mais diretos para atingir 
o que é nuclear na escola, a aprendizagem dos alunos, com base nos 
TÓPICO 1 | A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
153
objetivos. Precisamente para tornar esse núcleo mais eficaz, existe outro 
conjunto de meios: as atividades de planejamento (incluindo o projeto 
político-pedagógico curricular e os planos de ensino), de organização e 
gestão e de avaliação.
Com estas explicações, podemos perceber que o esquema apresentado por 
Libâneo nos remete à organização e gestão participativa, na qual os meios e os 
objetivos precisam estar bem articulados para que se alcance sua eficácia.
Sabemos que cabe a todos a responsabilidade de realizar um trabalho eficaz 
na instituição escolar, mas é determinante também o papel do gestor, a direção da 
escola e a coordenação pedagógica nesta busca pela integração e articulação entre 
os objetivos.
Com isso, podemos determinar que a escola também possui sua estrutura 
organizacional. Ela apresenta-se neste diagrama:
FIGURA 7 – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL NO ESPAÇO ESCOLAR
FONTE: A autora
Com a apresentação em círculo, e contidos na esfera maior, que é a escola, 
queremos que você, acadêmico, perceba que é necessário existir uma conexão 
entre todos os segmentos que constituem a instituição escolar, pois “não se tem 
uma escola somente com a direção, mas sim com todos os atores buscando seus 
objetivos e buscando a função da escola, que é a aprendizagem dos alunos” 
(LIBÂNEO, 2012, p. 423).
 Frente a este diagrama, determinamos que cada membro formador possui 
sua função, seu papel, o quais serão apresentados neste momento.
2.1 PAPEL DO GESTOR ESCOLAR
Para que o profissional da educação chegue ao cargo de gestor, observa-
se que é necessário, conforme Baruffi (2014, p. 153): “[...] que o profissional tenha 
UNIDADE 3 | A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
154
competência e conhecimento de toda a organização do espaço escolar e de sua 
clientela, do corpo docente e das leis que amparam o sistema de ensino”.
A partir disso, podemos entender como competência a incessante busca 
pela qualidade e melhoria da educação, pois conforme Lück (2009, p. 12):
A busca permanente pela qualidade e melhoria contínua da educação 
passa, pois, pela definição de padrões de desempenho e competências 
de diretores escolares, dentre outros, de modo a nortear e orientar o seu 
desenvolvimento. Este é um desafio que os sistemas, redes de ensino, 
escolas e profissionais enfrentam. 
Com isso, podemos perceber que o gestor, ao buscar este cargo, necessita 
compreender que a estrutura administrativa de uma escola perpassa por diversos 
momentos e não se restringe ao administrativo. Observe o que nos relata Candido 
(1953 apud DIAS, 2004, p. 220) “A estrutura total de uma escola é, todavia, algo 
mais amplo, compreendendo não apenas as relações ordenadas conscientemente, 
mas ainda todas as que derivam da sua existência enquanto grupo social”.
Assim, o gestor necessita inicialmente conhecimento e competência. Esta 
competência é assim delineada por Lück (2009, p. 18): “[...] promover na comunidade 
escolar o entendimento do papel de todos em relação à educação e a função social 
da escola, mediante a adoção de uma filosofia comum e clareza de uma política 
educacional, de modo a haver unidade e efetividade no trabalho de todos”.
Compete ao gestor escolar dinamizar e executar a política educacional que 
leve ao alcance dos objetivos educacionais propostos. E como isso pode ocorrer? 
O gestor possui em suas mãos e pode construir e reconstruir o regimento interna 
da escola. Este regimento é construído com todos os membros da escola para que 
auxilie no bom andamento da instituição.
Cabe ressaltar ainda, que no artigo 14 da LDB, Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação, consta: “Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão 
democrática do ensino público na educação básica, [...]” (BRASIL, 1996, s.p.).
Esta gestão democrática aqui apresentada nos abre uma grande margem 
de possibilidades, ela não se encontra somente numa questão organizacional, mas 
sim, busca romper com uma estrutura tradicional, em que somente um manda. 
Esta gestão democrática retrata a participação e o envolvimento da comunidade 
escolar e de uma visão de gestão voltada para o saber ouvir, observar, analisar, 
compreender, dialogar, reformular e possibilitar as mais diversas mudanças para 
a obtenção de resultados condizentes com as necessidades da escola. De acordo 
com Baruffi (2014, p. 153):
Muitos são os desafios que permeiam o trabalho do gestor/administrador 
escolar, mas cabe ao mesmo demonstrar, através da liderança, da 
articulação, da razão e da emoção, construir uma administração voltada 
para uma escola onde se busca formar sujeitos historicamente críticos, 
que refletem e constroem seus conhecimentos.
TÓPICO 1 | A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
155
Com isso, acadêmico, todo profissional da educação deveria passar por este 
cargo, para verificar como é estafante e enriquecedor para sua vida profissionale 
pessoal. Para muitos colocar-se no lugar do outro se torna algo que faz pensar e 
verificar que não adianta mantermos uma postura de dono do poder, mas sim, 
aberto a novas possibilidades e enfrentamentos.
2.2 PAPEL DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Na LDB/96, no artigo 64, encontramos a seguinte apresentação:
Art. 64: A formação de profissionais de educação para administração, 
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional, para a 
educação básica será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em 
nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, 
nesta formação, a base comum nacional.
Este artigo nos apresenta a caminhada que você está realizando. Ao final 
de seu curso de Pedagogia terá o direito de trabalhar nas áreas citadas no artigo.
Observe a importância de descobrimos e reconhecermos a função de cada 
membro formador da instituição escolar. Então, vejamos quais as funções de cada 
membro da coordenação pedagógica.
A coordenação pedagógica apresenta-se com supervisor educacional, 
orientador educacional, além do gestor que já foi mencionado.
O supervisor educacional possui a função de auxiliar os professores na 
organização do processo ensino e aprendizagem “dando condições de buscar 
soluções e novas ideias na dinâmica dos trabalhos pedagógicos” (BARUFFI, 2014, 
p. 158). De acordo com Gimenes e Martins (2010, p. 381):
Supervisor Escolar ou Coordenador Pedagógico é o profissional da 
educação que atua no espaço escolar como um agente mediador e 
facilitador do processo ensino-aprendizagem. Está diretamente ligado 
aos professores subsidiando suas ações e contribuindo para a evolução 
de todo o processo que envolve a aprendizagem, devendo ser dinâmico 
e competente no exercício de suas funções.
Podemos assim determinar, que o supervisor, ou coordenador pedagógico, 
busca levar os professores à reflexão no que diz respeito a suas práticas pedagógicas.
Outro elemento formador da coordenação pedagógica é o orientador 
educacional, que conforme Pascoal (2013, p. 1):
Ele é o principal responsável pelo desenvolvimento pessoal de cada 
aluno, dando suporte a sua formação como cidadão, à reflexão sobre 
valores morais e éticos e à resolução de conflitos. Ao lado do professor, 
esse profissional zela pelo processo de aprendizagem e formação 
dos estudantes por meio do auxílio ao docente na compreensão dos 
comportamentos das crianças, ou seja: enquanto o professor se ocupa em 
UNIDADE 3 | A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
156
cumprir o currículo disciplinar, o orientador educacional se preocupa 
com os conteúdos atitudinais, o chamado currículo oculto. Nele, entram 
aspectos que as crianças aprendem na escola de forma não explícita: 
valores e a construção de relações interpessoais.
Com isso, observamos que o orientador educacional também transita por 
todos os campos da gestão escolar e fora dela. A função do orientador educacional 
é, conforme Pascoal (2013, p. 1):
• Orienta os alunos em seu desenvolvimento pessoal, preocupando-se 
com a formação de seus valores, atitudes, emoções e sentimentos.
• Orienta, ouve e dialoga com alunos, professores, gestores e 
responsáveis e com a comunidade.
• Participa da organização e da realização do projeto político-pedagógico 
e da proposta pedagógica da escola.
• Ajuda o professor a compreender o comportamento dos alunos e a 
agir de maneira adequada em relação a eles.
• Ajuda o professor a lidar com as dificuldades de aprendizagem dos 
alunos.
• Media conflitos entre alunos, professores e outros membros da 
comunidade.
• Conhece a legislação educacional do país.
• Circula pela escola e convive com os estudantes.
2.3 PAPEL DO PEDAGOGO
Conforme a LDB/96, encontramos no artigo 13, Título VI, da Organização 
da Educação Nacional, as competências do professor.
Assim apresenta-se:
I. Participar efetivamente da elaboração da proposta pedagógica do 
estabelecimento de ensino.
II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica 
elaborada.
III. Zelar pela aprendizagem dos alunos.
IV. Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor 
rendimento.
V. Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar 
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao 
desenvolvimento nacional.
VI. Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias 
e a comunidade (BRASIL, 1996, s.p.).
Ao ler este artigo estamos tratando sobre você, acadêmico, enquanto 
profissional da educação. Neste momento, perceba que a sua função, no momento 
de realização de seus estágios, na regência de classe, na participação das atividades 
escolares, estão presentes aqui.
Observe que a função do pedagogo é o de ser um articulador no 
processo de ensino aprendizagem. Cabendo a cada um sentir-se 
professor e desenvolver trabalhos que levem o aluno a construir o seu 
conhecimento. 
TÓPICO 1 | A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
157
Assim sendo, ao pedagogo é imprescindível que se mantenha bem 
informado sobre o que acontece na sociedade e no mundo, dando 
prioridade ao que venha auxiliar o aluno em seu desenvolvimento 
cognitivo, social e emocional (BARUFFI, 2014, p. 154).
Assim, ao professor cabe também estar aberto às novas informações 
tecnológicas, às mudanças existentes no mundo e em seu entorno. A escola, para 
tanto, se percebe como:
[...] um local do trabalho docente, e a organização escolar é espaço de 
aprendizagem da profissão, no qual o professor põe em prática suas 
convicções, seu conhecimento da realidade, suas competências pessoais 
e profissionais, trocando experiências com os colegas e aprendendo 
mais sobre seu trabalho (LIBÂNEO, 2012, p. 427).
Frente a isso, observe que ser professor necessita de muito empenho e 
busca incessante do conhecimento.
2.4 PAPEL DO ALUNO
O aluno não deixa de ser tão importante quanto os demais membros da 
escola aqui mencionados. Nesta estrutura não há melhores ou piores, há sim, 
pessoas na busca incessante de modificar a maneira de viver e qualificar estas 
crianças e jovens para a vida.
Os alunos devem ser vistos como “a menina dos olhos” da escola (BARUFFI, 
2014, p. 157). São eles que determinam a existência da instituição educacional. A 
escola é o espaço, no qual, este aluno vai, em sua grande maioria, na busca de 
novos conhecimentos e aprimoramento.
Diante do que foi afirmado, buscamos em Lück (2009, p. 21) a seguinte 
afirmação: “os alunos são as pessoas para quem a escola existe e para quem deve 
voltar as suas ações, de modo que todos tenham o máximo sucesso nos estudos 
que realizam para sua formação pessoal e social”.
Frente a essa afirmação, podemos determinar que aos profissionais da 
educação precisam desenvolver um ambiente rico em harmonia, onde a criança 
tenha desejo de permanecer, que o professor instigue o aluno, dando-lhe a 
possibilidade de criar novas formas de ordenar as informações e transformá-
las em conhecimento. Para que isso ocorra, faz-se necessário uma postura de 
competência e de conhecimentos, conseguindo, dos alunos, respostas de todo o 
trabalho desenvolvido na escola e que venha a refletir na sua comunidade familiar.
2.5 COLABORADORES
Estes também fazem parte da estrutura escola, pois sem eles não estaria 
preparada para receber ninguém. São os agentes de serviços gerais também 
chamados, em muitas regiões do Brasil, como serventes.
UNIDADE 3 | A ORGANIZAÇÃO ESCOLAR JUNTO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS
158
Os colaboradores e as merendeiras das escolas são imprescindíveis, pois 
deixam o espaço sempre organizado, mantendo a estrutura física da escola. Eles 
também são vistos, pelas crianças e pelos demais profissionais, como pessoas que 
deixam sua marca, dialogam muito com os alunos, dão conselhos, buscam ajudar 
a todos, indistintamente.
Os colaboradores estão

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