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Eficiência da Ciclagem de Nutrientes em Ecossistemas Pastoris J. Dubeux, M. Cunha, M. Lira, M. Santos, J. Vendramini, A. Mello 28 de Maio, 2015 ZOOTEC - Fortaleza, CE Tópicos 1. Introdução 2. Estoque de nutrientes em pastagens 3. Fluxo de nutrientes em pastagens 4. Eficiência da ciclagem de nutrientes em pastagens 5. Considerações finais Introdução • Pastagens cobrem 40% da superfície terrestre e 70% da área agricultável (White et al., 2000) • Pastagens contribuem significativamente em termos de serviços ambientais • Impactos causados em pastagens podem ter efeito significativo sobre outros ecossistemas terrestres Introdução • Ciclagem de nutrientes é um processo-chave para garantir a sustentabilidade em ecossistemas de pastagens • A compreensão do fluxo de nutrientes em pastagens auxilia na manutenção da sustentabilidade desse ecossistema Introdução Uso eficiente de nutrientes é essencial Balanço negativo de nutrientes Balanço positivo de nutrientes O ciclo do N em pastagens N2 Fixação biológica O ciclo do N em pastagens Forragem não consumida Retorno via serrapilheira MOS Microorganismos NH3 NH4 + N2 Lixiviação Desnitrificação Amonificação Fixação por minerais de argila NO3 - Nitrificação Absorção pelas plantas O ciclo do N em pastagens MOS Microorganismos NH3 NH4 + N2 Lixiviação Desnitrificação Amonificação Fixação por minerais de argila Forragem consumida Retorno via excreta Volatilização NO3 - Nitrificação Absorção pelas plantas NH3 Introdução • Substancial quantidade de informação disponível • Desafio: relacionar informações disponíveis com os processos biológicos que ocorrem na pastagem • Modelagem pode ajudar a identificar lacunas do conhecimento e direcionar pesquisas Nitrogênio Total Estoque de C em pastagem, % Folhas Colmos Raízes + rizomas Serrapilheira Excreta MOS Distribuição (%) do N total em diferentes compartimentos de uma pastagem de Paspalum notatum, Flügge manejada intensivamente (3 UA/ha e 200 kg N/ha/ano) Dubeux et al. (2004) Distribuição (%) do N total em diferentes compartimentos de uma pastagem de Paspalum notatum, Flügge manejada intensivamente (3 UA/ha e 200 kg N/ha/ano) Nitrogênio Total Estoque de N em pastagem, % Folhas Colmos Raízes + rizomas Serrapilheira Excreta MOS Dubeux et al. (2004) Taxa de mineralização anual média Mat. org. do solo: 2 – 5 % Resíduo vegetal: 60 – 80% Fezes bovina: 70 – 80% Raízes e rizomas: 50 – 70% Fontes: Brady e Weil, 2002; Urquiaga et al., 1998; Thomas e Asakawa, 1993 Estoque de nutrientes em pastagens [VALUE]% [VALUE]% [VALUE]% [VALUE]% Raízes + rizomas Serrapilheira Excreta MOS *Assumindo produção de raízes = decomposição de raízes; Horiz. A e E (0-33 cm) Distribuição (%) do N mineral disponibilizado em pastagens de bahiagrass manejadas intensivamente (3 UA/ha e 200 kg N/ha/ano) Nitrogênio mineralizado Importância da excreta e resíduos vegetais varia com intensidade de manejo 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 100 200 300 400 kg N/ha/ano Or ige m do N ut iliz ad o p ara cre sc im en to ve ge tal (% ) % N originado da MOS % N originado da decomposição de excreta e resíduo vegetal Lira et al. (2006) Ciclagem de nutrientes: vias de retorno Duas principais vias de retorno: excreta e serrapilheira Maior retorno via excreta Maior retorno via serrapilheira Processo Via de retorno do nutriente Referência Serrapilheira Excreta animal Distribuição espacial de nutrientes Mais uniforme Concentração em áreas específicas da pastagem Dubeux Jr et al. (2007) Perdas de nutrientes Menores Maiores Boddey et al. (2004) Disponibilidade de nutrientes Mais lenta Mais rápida Haynes & Williams (1993) Vias de retorno de nutrientes Manejo afeta taxa de deposição de serrapilheira 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Jul Ago Set Out kg M O h a- 1 d -1 8 cm 16 cm 24 cm Taxa de deposição de serrapilheira em pastagens de Tifton- 85 manejadas sob diferentes alturas de resíduo pós-pastejo (Liu et al., 2011) 0 0,001 0,002 0,003 0,004 Low Mod High k ( g g -1 d -1 ) b ab a 40 kg N ha-1 yr -1 1.2 AU ha-1 120 kg N ha-1 yr -1 2.4 AU ha-1 360 kg N ha-1 yr -1 3.6 AU ha-1 Manejo afeta taxa de decomposição da serrapilheira D u b e u x (2 0 0 5 ) Inclusão de leguminosas acelera a taxa de decomposição da serrapilheira Si lv a et a l. ( 2 0 1 2 ) 0 0,0005 0,001 0,0015 0,002 0,0025 0,003 0,0035 0,004 0,0045 0,005 B. decumbens B. decumbens + C. mucunoides k (g g -1 d -1 ) Sistema radicular Kanno et al., 1999 Decomposição de resíduos: rumen vs. campo Silva et al. (2010) Serrapilheira e formação de MOS C o tr u fo e t al ., 2 0 1 3 Serrapilheira e formação de MOS Miltner et al. (2012) Cotrufo et al. (2013) Serrapilheira e formação de MOS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 B. humidicola B. humidicola/Desmodium ovalifolium Lit ter N (g/ kg ) Cantarutti et al, 2002 Leguminosas aumentam teor de N na serrapilheira Serrapilheira e formação de MOS Relação C:N em solos da Australia e solos internacionais (K ir kb y et a l., 2 0 1 1 ) Serrapilheira e formação de MOS B. humidicola (BH) Total = 223 t ha-1 BH + A. pintoi Total = 268 t ha-1 Fisher et al. (1994) Adição de Nutrientes Solo Fixação biológica de N2 Deposição atmosférica Fertilizantes Movimento ascendente de camadas mais profundas do solo Suplementação animal Adição – deposição atmosférica P h o en ix e t al ., 2 0 0 6 ( G lo b al C h an ge B io lo gy ) 1990’s 2050 Adição – fertilizantes • Fertilizantes aumentam a produtividade primária, elevando a deposição de resíduos orgânicos • Eficiência varia com o fertilizante, solo, níveis utilizados, espécie forrageira e condições ambientais • Aspectos ambientais e econômicos devem ser considerados Adição – Fixação Biologica de N2 • Bacterias associadas às plantas e microorganismos de vida livre são capazes de reduzir o N2 da atmosfera (Marschner, 1995) • Leguminosas utilizadas na agricultura fixam anualmente 33 a 46 Tg de N (Jensen et al., 2012) • Muitas vezes é ignorado que 40 a 50% do N fixado está presente em raízes e rizomas (Peoples et al., 2012) Fixação Biológica de N2 Adições – Nutrientes de camadas profundas do solo Substancial absorção de K localizado 3 m abaixo da superfície em uma área de floresta (Buxbaum et al. , 2005) 87 kg N ha-1 ano-1 retorna via litter e 61% de BNF (Apolinário, 2014) Adições – Nutrientes de camadas mais profundas do solo Lençol freático ascendente pode aumentar disponibilidade de nutrientes (Obour et al., 2011) Adições – Misturas minerais e suplementação animal • Animais em pastejo retornam a maior parte (80-90%) dos nutrientes ingeridos para o solo via excreta • Suplementos adicionarão nutrientes ao sistema• Suplementação também pode aumentar a eficiência de utilização de nutrientes Fo n te : V al k e H o b b e lin k, 1 9 9 2 Perdas de nutrientes Solo Erosão Volatilização Desnitrificação Lixiviação Perdas - erosão Pastagens bem manejadas propiciam boa cobertura do solo Continuous cropping (CC); Conventional tillage (CT) Natural pasture G ar ci a- P ré ch ac e t al . ( 2 0 0 4 ) CC = Continuous cropping; CPR = Crop-Pasture Rotation CT = Conventional tillage; RT = Reduced Tillage; NT = No Tillage Perdas - erosão • Renovação de pastagens e cultivo do solo podem trazer problemas de erosão (Sparovek et al., 2007) • Perdas de nutrientes podem causar eutroficação de lagos e sedimentação de rios May 27th, 1979 May 2, 2000 Yellow River - China Perdas – lixiviação e desnitrificação 1 cm de raízes por 1 cm3 de solo absorve quase todo nitrato se houver umidade do solo adequada (Tinker e Nye, 2000) Nitrato Excessiva chuva ou irrigação Água subterrânea N2 Perdas - lixiviação Superpastejo Subpastejo Menos lixiviação Mais lixiviação Perdas – inibição da nitrificação pode reduzir lixiviação de nitratos e desnitrificação Subbarao et al., 2009 Brachialactone bloqueia duas vias enzimáticas da nitrificação em Nitrosomonas: ammonia mono- oxygenase e hydroxylamine oxidoreductase Ativada pela disponibilidade de NH4 na rizosfera Após 3 anos, B. humidicola demonstrou ter suprimido a população de organismos nitrificadores do solo, reduzindo a nitrificação e a emissão de N2O Perdas – volatilização de amônia Volatilização de amônia aumenta com temperatura e umidade Urina de bovinos é uma das principais fontes de N contribuindo para volatilização de amônia Cada mancha de urina 450 kg N ha-1 Fertilizantes nitrogenados também contribuem para volatilização de amônia Eficiência média de utilização de fertilizantes nitrogenados é 50% Fertilizantes de liberação lenta são mais eficientes A d ap ta d o d e K in g (1 9 9 0 ). Zona Aeróbica Zona Anaeróbica Org. N Placa de Fezes bovina Destino do N em uma placa de fezes www.smithsonianmag.com Processos da vegetação Processos da vegetação Absorção de nutrientes e crescimento da planta Superfície radicular Concentração de nutrientes na rizosfera Absorção de nutrientes e crescimento da planta Barber e Silberbush, 1984 Comprimento total das raízes Raio médio das raízes Concentração de nutrientes na rizosfera α Processos da vegetação Sistema radicular deficiente reduz absorção de nutrientes e reduz tolerância a seca Aumentar a concentração de nutrientes na rizosfera “Maneira fácil”: aplicar fertilizante $$ e meio ambiente Outros mecanismos vegetais R ic h ar d so n e t al . ( 2 0 1 1 ) Utilização mais eficiente dos recursos naturais, tanto no espaço como no tempo Maior diversidade de grupos funcionais e riqueza de espécies Estrutura e função da pastagem Tilman et al. (1997) 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 2-species mixture 3-species mixture 11-species mixture D ry M at te r Y ie ld ( kg h a- 1 ) Sk in n e r e t al . ( 2 0 0 6 ) Estrutura e função da pastagem b a a Estrutura e função da pastagem Efeito da riqueza de espécies vegetais na dieta selecionada por ovinos (Wang et al., 2010) Comportamento do pastejo e distribuição espacial de nutrientes na pastagem D u b e u x et a l. ( 2 0 1 4 ) Comportamento do pastejo e distribuição espacial de nutrientes na pastagem D u b e u x et a l. ( 2 0 1 4 ) Verão Inverno White et al., 2001 Comportamento de pastejo muda com a estação 0 2 4 6 8 10 12 14 16 1,9 3,2 4,2 D if e re n ça d e a lt u ra d a p la n ta e n tr e o p ré e o p ó s- p as te jo ( cm ) Unidade Animal Fouled herbage Clean herbage Teixeira et al. (2011) Maior diferença indica menor rejeição de forragem Pastejo, produtividade primária e formação da MOS Piñeiro et al. (2010) revisaram 67 comparações pareadas de áreas pastejadas vs. não-pastejadas e concluíram que: Massa de raízes foi maior em áreas pastejadas Relação C:N da MOS aumentou em áreas pastejadas Sequestro de C orgânico e produtividade da pastagem podem ser simultaneamente aumentados quando se aumenta a retenção de N no ecossistema da pastagem Pastejo, produtividade primária e formação da MOS Emissão de gases de efeito estufa: pastagens são fonte ou dreno de C? IP C C ( 2 0 0 7 ) IPCC (2001) IPCC (2007) GWP = 25 GWP = 298 Emissão de gases de efeito estufa: pastagens são fonte ou dreno de C? • Animais em pastejo produzem mais metano por unidade de ganho quando comparados com animais alimentados com grãos • Comparação justa deve levar em conta o sistema completo de produção • Pastagens sequestram C e podem com isso minimizar os efeitos da emissão de gases de efeito estufa (Soussana et al., 2009) -0,4 -0,3 -0,2 -0,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 Ta xa d e a cú m u lo d e C (M g C h a- 1 a n o -1 ) Condição da pastagem Degradada Média Melhorada Sequestro de C em pastagens Taxa de acúmulo de C após 20 anos em Oxisolos (Maia et al., 2009) Emissão de gases de efeito estufa: pastagens são fonte ou dreno de C? Sequestro de Carbono orgânico CO2, CH4, N2O Martin Heimann (2011) publicado em Nature Taxa de aumento da concentração de metano na atmosfera está diminuíndo nas últimas 3 décadas… Apesar do aumento do rebanho de ruminantes… Mesmo assim, é importante estudar maneiras de reduzir a emissão de metano por ruminantes Considerações finais Considerações finais • Ciclagem de nutrientes é um importante serviço ambiental propiciado pelas pastagens • Aumentar a eficiência de uso dos nutrientes é possível. Para isso devemos aumentar a eficiência dos diferentes processos envolvidos (solo, planta, animal, manejo) • Resultados esperados: maior produção de bens e serviços por unidade de nutriente reciclado no ecossistema da pastagem Obrigado! Jose Dubeux University of Florida – NFREC dubeux@ufl.edu
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