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Garantias constitucionais e o atual momento do País

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Compatibilidade das garantias constitucionais e o atual momento do País
Despertar, alimentar-se, sair de casa, sentir-se seguro e dispor do livre arbítrio de escolhas, seguir uma rotina que é peculiar a cada indivíduo. Vivemos rodeados pelo direito, sendo que muitos deles nem notamos que de fato existem, e é indispensável à compreensão dos direitos fundamentais para o exercício da cidadania. É nos garantido pelo Art. 5º da Constituição Federal o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade. Entretanto, realmente essas garantias são efetivadas?
O mais importante e fundamental dos direitos tutelado pelo ordenamento jurídico é o direito à vida, sem ele, como seria possível a existência e o exercício dos outros direitos? Temos o direito de continuar vivos e vivermos uma vida digna, e, cabe ao Estado assegurá-la no que se é chamado de “dupla acepção”, ou seja, não só o viver, como também as garantias dessa sua existência para que ela seja digna.
Quanto à acepção referente aos meios de sobrevivência, para que se exerça o direito a vida é preciso de fato ter meios que possibilitem viver, meios estes que muitos não têm condições de manter, como alimentação e propriedade, políticas públicas no âmbito da saúde para diminuir a mortalidade, do trabalho e segurança, do trânsito para evitar acidentes. Podemos constatar que nos poderes, mais precisamente no Legislativo e Executivo, vigoram Leis e programas que garantem meios de sobrevivência aos indivíduos, (bolsa família, minha casa minha vida, pré-natal, o salário mínimo).
Quanto à acepção referente a continuar vivo, o direito à vida é observado desde o nascituro, (onde já existem leis que assegurem seus direitos civis), até a morte, (envolvendo assuntos polêmicos como aborto e eutanásia). Há exceções quanto ao direito à vida, como por exemplo, o Estado em casos de guerra declarada pelo presidente, além dos casos de aborto previsto pelo Código Penal brasileiro nos artigos 124 a 128.
O direito à liberdade é bem amplo, compreendendo vários aspectos distintos. O direito de locomoção, consciência e expressão, crença e religião. Vivemos em um Estado democrático de Direito, onde gozamos de um Estado Legal onde o povo participa ativamente da politica, elegendo através da maioria quem os representará, não deixando de garantir os direitos das minorias.
De acordo com o inciso XV do Art. 5º O direito à locomoção compreende o indivíduo em observância às leis se locomover em território nacional por onde bem entender, entrar, ficar ou sair em posse de seus bens, desde que seja em tempos de paz.
A liberdade à consciência pode ser entendida como o direito de pensar, achar, crê ser verídico correto e certo o que lhe convier. O indivíduo tem o direito de achar o que quiser sobre si e sobre o que o cerca, e, o Estado não pode impor concepções filosóficas a cerca disso. A liberdade de expressão é o direito de dizer a outrem o que pensamos, o que sabemos, seja pessoalmente ou através da mídia, além de permitir que as pessoas tenham acesso a diferentes tipos de informações e ponto de vista. Essa troca de informações não apenas em território nacional, mas também entre países, ultrapassando fronteiras. Outro desdobramento do direito à liberdade é a sua escolha no que crê, que religião seguir. Os indivíduos em nosso Estado intitulado como laico tem total liberdade para seguir o que bem entender. Havendo respeito entre crenças.
Os direitos à locomoção e liberdade de expressão são garantidos sim, em partes. Todavia, vemos que no que se trata de liberdade de crença, religião, há certa discriminação por parte do cristianismo com as outras e total dominância da mesma. Mesmo nosso Estado sendo laico, é muito fácil identificar pessoas em cargos de representação pública com uma mentalidade ideológica condenada pelos padrões de um Estado baseado na Democracia. 
O direito à igualdade discorre sobre a igualdade dos indivíduos perante á lei e na lei, o seja, Todos devem ser tratados de maneira isonômica segundo a norma Jurídica, e, a norma não pode reconhecer distinção por raça, sexo, religião, (exceto as constitucionalmente autorizadas). O Legislativo tem que editar leis, medidas, atos normativos sem base ideológica, tratando todos de forma isonômica, não diferenciando indivíduos nas mesmas situações por achismo e preconceito. O executivo tem que aplicar a Lei com base no que dita à norma, sem diferenciação por credo e julgamentos por filosofia própria, raça e classes sociais.
Apesar disso, o que presenciamos hoje no Brasil é realmente a isonomia jurídica que dita à Constituição? O fácil acesso ao judiciário, característica base de um Estado Democrático de Direito está presente à grande parte da população? Os pobres tem a mesma educação que os ricos? A resposta para todas essas perguntas é não, não há! O pobre grande parte das vezes tem difícil acesso á justiça. É fácil observar a situação da defensoria pública de alguns Estados, a morosidade dos processos, o olhar imparcial de alguns magistrados. Quando ligamos a televisão no correr do nosso dia a dia o que mais vemos é o peso da justiça caindo sobre quem tem menos condição econômica, uma vez perdida quando nos chega à informação sobre um crime praticado por alguém de alta classe a coisa fica por aí. A falta da isonomia jurídica no Brasil é gritante.
As minorias lutam durante anos para ter acesso a direitos que deveriam ser garantidos prontamente pelo Estado. O racismo, o crime de ódio a cada dia cresce. Isso indica uma carência de igualdade, tanto pela população quanto pelo Legislativo, Executivo e Judiciário.
Todo cidadão tem o direito a segurança, o direito de se sentir tranquilo, protegido ao ir e vir cotidiano, livres de medos e ameaças constantes. Sendo este dever o Estado, e, responsabilidade de todos os indivíduos. Se a Constituição prevê o direito a segurança, será que o Estado está nos garantindo esse direito? A cada dia que passa a violência cresce no Brasil, mais se aumenta as estatísticas de crimes cometidos por motivos banais, assaltos, sequestros, e, junto com o crescimento da violência, também cresce a sensação de insegurança e passividade em relação aos criminosos. Deixamos e frequentar espaços públicos para ficarmos confinados em nossas residências por medo de sair e não voltar vivo. O Estado está falhando em nos garantir segurança, descumprindo a Constituição!
Está faltando à rigidez quanto à criação pelo Legislativo e aplicação das normas pelo Executivo. Hoje, mais vale a pena correr o risco de roubar e matar uma pessoa, pois, há certeza da impunidade. Muitos dos crimes cometidos ficam por isso, sem solução, sem investigação. Mais é gasto com os prejuízos da criminalidade, valor estimado em 200 bi por ano que com novos presídios e condições humanas para os presidiários alcançarem a ressocialização. O sistema carcerário é uma verdadeira escola do crime, a pessoa entra e quando sai, se sair vivo, está totalmente pior que quando entrou.
O direito de propriedade é garantido pelo Art. 5º, tendo o indivíduo o direito de gozar de um determinado bem, de usufruir, dispor e reavê-lo de quem injustamente o tiver possuindo, porém, além de dar o direito de gozar do bem, o Artigo determina que a lei deva estabelecer um procedimento para desapropriação temporária por necessidade, utilidade pública ou interesse social mediante justa e prévia indenização em dinheiro. No caso de eminente perigo público a autoridade pode requerer o uso da propriedade privada, indenizando-o posteriormente se comprovado por um profissional competente, danos ao bem privado.
Destarte, o conhecimento dos direitos fundamentais é importante para que possamos cobrá-los do Estado. O direito à vida, de permanecer vivo e ter uma vida digna, o direito da liberdade de locomoção, de pensamento, expressão e crença, de saber que mesmo sendo a minoria, há leis que o protege e garante seus direitos. À isonomia perante as leis, a segurança enquanto membro de uma sociedade e direito a gozar dos seus bens. E, que a partir do conhecimento setome providências quanto a sua execução pelo Legislativo, Executivo e Judiciário para uma real efetivação e melhor convivência em sociedade.