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SOCIALIZAÇÃO/TUTORIZAÇÃO ORGANIZACIONAL INTRODUÇÃO Propor, planejar, implantar e acompanhar programas de Tutorização Organizacional é uma prática do psicólogo; A socialização organizacional caminhou da análise das táticas organizacionais para perspectivas integrativas, assentadas em modelos multiníveis e vem apresentando cada vez mais sofisticação teórica e metodológica; A influência do interacionismo simbólico contribuiu para a ênfase que é dada à proatividade a partir de 1990 nos sujeitos em processo de socialização; Proatividade: agir preventivamente; competência que supões outras habilidades; Seu avanço na Psicologia foi em resposta às demandas concretas das organizações, dos trabalhadores e da sociedade em geral; • Tutorar novos empregados: promover a integração ou acelerar o processo de socialização dos empregados ao ingressarem em uma organização e/ou vivenciarem grandes ciclos de mudanças nelas; caráter processual e dinâmico; • Prática antiga: Mitologia Grega personagens de Homero - Mentor e Telêmaco; • Lição Mitológica: ser tutor não é substituir nem ajudar no sentido de fazer alguma coisa juntamente com o outro; • Exemplos de práticas de aplicação de Tutorização: supervisão de estágio, sistema de pós-graduação e pesquisa, extensão, monitorias; • Terceira Revolução Industrial: intensificação da instabilidade no emprego; • Globalização: promove um trânsito mais intenso de pessoas entre países, organizações e entre filiais de uma mesma organização exigindo das pessoas maior capacidade adaptativa e flexibilidade para lidar com a diversidade cultural; Globalização: maior competitividade entre as organizações; exige maior desempenho dos empregados, criando a expectativa de que possam desempenhar níveis de excelência no trabalho em prazos mais curtos. CONCEITUANDO E DIFERENCIANDO Mentoring – conotação jurídica; Tutoria: “cargo ou autoridade de tutor; exercício de tutela” (Aurélio); Caráter jurídico: relação marcada pela autoridade, em que a primeira parte é imbuída do poder (tutor) e segunda (tutorando) é destituída de poder; Tutorização: não se refere a um processo jurídico ou de destituição de autoridade e da autonomia do outro; Tutorização: processo de relação interpessoal intensa em que o tutor- pessoa mais experiente em lidar com a organização e/ou com determinados processos organizacionais e que apresenta mais conhecimentos técnicos sobre o desenvolvimento de determinado posto de trabalho- apoia ou oferece suporte psicossocial e feedback, bem como estimula o crescimento da carreira profissional do tutorando- iniciante na organização ou em alguns de seus processos (BORGES E CARVALHO, 2013); Processo que se desenvolve abrangendo a construção de sentidos relacionados ao estímulo e suporte da autonomia, proatividade, auto - crescimento e bem- estar, supondo a valorização das potencialidades, competências e experiências do tutorando; É um processo que se realiza na relação interpessoal: tutor- tutorando; Benefícios: desenvolvimento de carreira e suporte psicossocial ; • Três eixos que apontam para a necessidade de acelerar a socialização organizacional: 1. Desempenho: buscar excelência no desempenho; 2. Relações de trabalho: equilíbrio entre as relações de trabalho; 3. Ético- político: ética fundada na reciprocidade político-social; • Tutorização pode ser definida como um processo de ensino-aprendizagem, um processo reflexivo e um processo de desenvolvimento pessoal e profissional. É um importante instrumento e meio de socialização. TUTORIZAÇÃO SEGUNDO SEUS ATORES Sendo processual, a tutorização envolve vários atores; Alguns autores preocupam-se em descrever dois atores (tutores e tutorandos) como papéis sociais implicados no processo, mas existem outros atores engendrados no mesmo; • O tutor deve atuar como professor, padrinho, anfitrião, guia, conselheiro, orientador de carreira, orientador acadêmico, advogado e modelo ativo (referência); • O tutor não deve atuar como um substituto de pai, amigo, psicoterapeuta e avaliador; • A Psicologia defende que um bom tutor deve ter um perfil de habilidades definido como facilitador; O ator tutorando é tomado como sujeito ativo de seu processo; Supõe-se que ele quer aprender, crescer, tornar-se autônomo, desenvolver suas competências técnicas e sociais e comprometer-se com a situação e a organização; TUTORIZAÇÃO SEGUNDO SUAS FUNÇÕES E SEU DESENVOLVIMENTO Para aprofundar a questão do que é tutorização, Kram (1983, 1985) agrupou as funções envolvidas no processo da mesma, em duas amplas categorias: funções de desenvolvimento de carreira e funções de suporte psicossocial. • Funções de desenvolvimento de carreira: se referem aos aspectos da relação de tutorização orientados à aprendizagem dos papéis que preparam o indivíduo para o progresso dentro da organização; • Funções de suporte psicossocial: que concernem aos aspectos da relação de tutorização que promovem o senso de competência, a identidade e a efetividade do papel desempenhado pelo tutorando no trabalho; DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA •APADRINHAMENTO •EXPOSIÇÃO E VISIBILIDADE •COACHING •PROTEÇÃO •ATRIBUIÇÃO DE TAREFAS DESAFIADORAS SUPORTE PSICOSSOCIAL •MODELAGEM DE PAPÉIS •ACEITAÇÃO E CONFIRMAÇÃO •ACONSELHAMENTO •AMIZADE FUNÇÕES DE DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA • Apadrinhamento: propicia a divulgação de informações acerca da competência e do potencial de trabalho do tutorando, auxiliando-o a construir sua reputação e a obter oportunidades de preparar-se para uma possível promoção na empresa; • Exposição e visibilidade: possibilitam o desenvolvimento de contatos , oportunizando ao tutorando desenvolver relações com pessoas- chave para seu futuro na carreira; • Coaching: o tutor pode oferecer feedback acerca do desempenho , orientando e sugerindo estratégias para a obtenção de reconhecimento no trabalho para o alcance das metas de carreira; • Proteção: o tutor busca defender o tutorando em situações delicadas e ampará-lo na interação com superiores, de modo que a inexperiência e a inabilidade políticas comuns ao iniciante não sejam prejudiciais à construção de sua imagem na organização; • • Atribuição de tarefas desafiadoras: no intuito de trabalhar as deficiências do tutorando e sempre oferecendo o devido suporte técnico. FUNÇÕES DE SUPORTE PSICOSSOCIAL Modelagem de papéis: o tutor serve como um modelo no qual o iniciante se espelha para guiar sua atuação profissional; A existência de consideração e respeito mútuo na relação caracteriza a função de aceitação e confirmação, a qual habilita o tutorando a desenvolver seu senso de competência; Aconselhamento: o tutor aponta caminhos e alternativas para a superação de limites e a exploração de potencialidades do tutorando; Amizade: a interação social pode evoluir para uma relação de amizade, que possibilita trocas informais sobre experiências no trabalho, propiciando maior ligação e compreensão mútua. TIPOS DE TUTORIZAÇÃO Informal: baseia-se em relações espontâneas que se iniciam por meio de interações entre membrosjuniores e seniores no ambiente de trabalho, não sendo administradas, estruturadas ou reconhecidas formalmente pela organização; Tutorização formal: os indivíduos são designados tutores por meio de um programa que é administrado e sancionado pela organização, como parte de uma estratégia de desenvolvimento de pessoal. São normalmente estruturados para ocorrer dentro de um período de tempo determinado e apresentam diretrizes que delimitam a frequência e o conteúdo da interação entre tutor e tutorando. OS PROGRAMAS DE TUTORIZAÇÃO ORGANIZACIONAL • Os programas bem-sucedidos em outras instituições não quer dizer que serão bem-sucedidos em todas; • Planejar e implantar programas de tutorização envolve processos que, demandam decisões gerenciais e técnicas diferentes, divididas em dois aspectos: 1. Considerar as pesquisas antecedentes que mostram se tais programas apresentam de fato efetividade; 2. E fundar-se em um diagnóstico claro da organização que identifique suas necessidades, as quais podem ser contrapostas com os aspectos referidos anteriormente. • Programas formais: 1. planejar; 2. implantar e desenvolver; 3. avaliar • A etapa de planejar envolve três processos: 1. concepção geral: teve ser pensado pelos dirigentes da instituição/ organização. 2. divulgação e negociação: “venda” do programa e de outro lado escutando sugestões e críticas. 3. detalhamento operacional: buscar responder algumas perguntas As normas que forem criadas para a implantar o programa, suas diretrizes e todos os documentos gerados devem refletir as etapas do planejamento, inclusive o conjunto de críticas e sugestões do processo de divulgação e negociação. Nas organizações públicas, é recomendável que a decisão de implantação e suas diretrizes gerais sejam devidamente documentadas e formalizadas, evitando inclusive que o programa tenha duração. CONSIDERAÇÕES FINAIS São múltiplas as dimensões internas e externas a serem consideradas no delineamento de um modelo de gestão que se revelem adequadas a uma determinada organização. É preciso destacar que os modelos de gestão facilitem o alcance de níveis elevados de eficiência, eficácia e efetividade; E compreender como os valores inerentes a cada pessoa interagem na organização, e de que forma são construídos e reconstruídos com base na interação com os valores de outrem e daqueles que gerenciam a organização, pode ser a maior relevância no processo de condução das organizações em relação à realização de seus objetivos. Sendo assim, é fundamental que as medidas adotadas e as características assumidas pelos modelos de gestão guardem o chamado alinhamento sistêmico. É preciso que exista coerência entre as ações e decisões tomadas. (FERREIRA, 2009) Implantar, avaliar um programa de tutorização, são ações institucionais que tem como objetivo atender demandas de gestão de pessoas e aperfeiçoamento contínuo, concretizando o compromisso ético da instituição de verificar se seus esforços geram resultados relevantes para ela própria, seus beneficiários e a sociedade; o Desta forma, compete ao psicólogo do trabalho e das organizações, como membro da equipe responsável pela gestão de pessoas, o desafio de propor as ações nesta área, avaliá-las e comunicar o resultado de suas intervenções; o Destaca-se então o papel do psicólogo como articulador político e pesquisador, no processo de implantação e avaliação dos programas voltados a pessoas e organizações (Borges-Andrade, 2006). REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BORGES, L.O.; CARVALHO, V. D. Tutorização Organizacional de Novos Empregados. In: BORGES, L.O; MOURÃO, L.O. (Org.). O Trabalho e as Organizações: Atuações a partir da Psicologia. Porto Alegre: Artmed, 2013. p.406-430. FERREIRA, V. C. P. et al. Modelos de Gestão. Rio de Janeiro: FGV, 2006 Obrigada pela atenção!!!
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