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(1) Professora de Fisiologia Vegetal, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR. (2) Graduandos em Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR. RESPOSTA DA APLICAÇÃO DA SOLUÇÃO DE HOAGLAND COM EXCESSO EM 20% DO MICRONUTRIENTE ZINCO NO FEIJÃO Cyntia Maria Wachowicz(1), Fernando Claudinei Kosiba(2), Marciane Gonçalves dos Santos(2) & Waldiney Fieszt(2) RESUMO Os benefícios da aplicação de elementos minerais no solo para melhorar a produtividade das culturas são conhecidos há muito tempo. E que a deficiência em Zn não só é prejudicial para as plantas mais também para a nutrição humana, buscou-se analisar os efeitos causados pela deficiência desse micronutriente no feijão (Phaseolus vulgaris L.) cultivar IPR-TUIUIU. O experimento foi realizado em estufa, no Município de Contenda- PR entre os meses de Abril e Junho de 2015, em vasos de vermiculita, fazendo uso de aplicação da Solução de Hoagland com excesso em 20% do micronutriente. O experimento foi realizado através do delineamento inteiramente casualizados de 2 (dois) tratamentos com 6 (seis) repetições. Palavras-chaves: feijão, deficiência, nutrição mineral, zinco. (1) Professora de Fisiologia Vegetal, Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR. (2) Graduandos em Agronomia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR. 1. Introdução A cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.) destaca-se nacionalmente como fonte de proteína e tendo grande importância na alimentação da população, já que é um dos alimentos mais consumidos. Na safra de 2013/2014 de acordo com a Conab aproximadamente 48,2% da produção do feijão primeira safra é colhida na região Sul e o Paraná é o maior produtor. A safra paranaense representa cerca de 31% da produção nacional. E, para explorar todo o potencial produtivo do feijão é necessário conhecer a importância da nutrição mineral para essa cultura. O termo nutrição implica em nutriente, que é um elemento considerado essencial para o crescimento e produção de biomassa da planta, não podendo ser substituído por nenhum outro. Os nutrientes considerados essenciais e que são obtidos pela planta, diretamente do substrato que a sustenta, são classificados em macronutrientes e micronutrientes. (Wachowicz & Carvalho, 2002) A exigência nutricional das culturas, em geral, torna-se mais intensa com o início da fase reprodutiva, sendo mais crítica na época de formação das sementes, quando consideráveis quantidades de nutrientes são para elas translocadas. Essa maior exigência se deve ao fato de os nutrientes serem essenciais à formação e desenvolvimento de novos órgãos de reserva (Carvalho e Nakagawa 2000) por Teixeira et al. (2005) Os nutrientes essenciais são exigidos pelos vegetais em quantidades determinadas, que variam de acordo com a espécie, o estágio de desenvolvimento e a exposição a estresses ambientais ou interações ecológicas. Plantas deficientes em nutrientes móveis, como N, P, K, Mg, S e Cl, apresentam os respectivos sintomas de deficiência nos órgãos mais maduros, como nas folhas basais, por exemplo. Já plantas deficientes em nutrientes com mobilidade intermediária (Fe, Zn, Cu, B e Mo) e mobilidade baixa (Ca e Mn) são afetadas primeiramente nos tecidos mais jovens. (Kerbauy, 2008). O Zn é um dos micronutrientes mais importantes, pois, além da sua essencialidade em plantas, é fundamental na nutrição humana, e sua deficiência é considerada um problema nutricional mundial. (Marenco & Lopes, 2007). E de acordo com Wachowicz & Carvalho 2002, os sintomas de deficiência em Zn são clorose internerval nas folhas mais novas, baixa estatura e, entre outros sintomas, internódios curtos, dando a aparência de rosetas às terminações dos ramos. Kerbauy, 2008 coloca ainda como sintoma de deficiência de Zn a redução na taxa de alongamento do caule, o que se explica por uma possível exigência de Zn para a síntese de auxinas. O solo é o substrato mais comumente usado para o crescimento das plantas, mais a areia e os substratos líquidos e gasosos também podem ser utilizados. (Marenco & Lopes, 2007). Para a realização deste experimento foi utilizada a Vermiculita que segundo Jr. 2013, é formada pela hidratação de certos minerais basálticos. Quando aquecidos a 1.000 °C, a água contida entre as suas milhares de lâminas se transforma em vapor fazendo com que as partículas se transformem em flocos sanfonados que aprisionam células de ar. M.E. de 80 a 120 kg/m3. 2. Materiais e métodos O experimento foi conduzido em uma propriedade rural na localidade de Pocinho, no município de Contenda-PR, em vaso com vermiculita, entre os dias 14 de abril e 01 de Junho de 2015. O clima de região é sub-tropical, com média anual de 17°C distintos nos períodos de calor (de outubro a março – onde tem-se média de 21°C) e de frio (de abril a setembro – onde a média é de 13°C), vale salientar que o experimento foi realizado no meses considerados frios. O experimento foi realizado em uma estufa de 4,00x2,50 metros, em um esquema com 2 (dois) tratamentos, com 6 (seis) repetições cada, sendo estes: a solução nutritiva completa de Hoagland – denominada solução controle (Sc) – e, outra com excesso de 20% de Zn (Zinco) – denominada solução tratamento (St) – delineados em duas fileiras de 6 vasos uma ao lado da outra da seguinte forma: S Sc 01 S St 02 S Sc 03 S St 04 S Sc 05 S St 06 S St 01 S Sc 02 S St 03 S Sc 04 S St 05 S Sc 06 No início do tratamento foi calculada a capacidade de campo dos vasos, os quais possuem medidas de 10,5 cm de altura e com diâmetro inferior de 11,5 cm e superior de 13,5 cm, com 16 (dezesseis) furos da parte inferior do vaso, para isso foi colocado papel filtro no interior (fundo) do vaso na mesma medida do vaso, e depois adicionado vermiculita até a primeira marca interna do vaso (aproximadamente 09 cm), e após tarar o peso do vaso, foi pesada a vermiculita chegando à quantidade de 125 g por vaso, depois inserido de forma lenta água deionizada (com volume conhecido) até a água ultrapassar o papel filtro, e verificado a quantidade de água utilizada, 400 ml no caso deste experimento, desta forma foi utilizado à mesma quantidade de vermiculita e água deionizada em todos os vasos restantes. Após o preparo dos vasos realizou-se a semeadura de 10 semente de Feijão da cultivar IPR- TUIUIU (Lote: 101019 / Categoria “S2”) de forma circular de modo a compreender toda a extensão do vaso. A umidade de todos os vasos foi mantida com água deionizada até a germinação das primeiras brotações, e após apenas com as soluções objeto deste estudo. Assim que todas as sementes germinaram efetuou-se o raleio a fim de proporcionar igualdade no número de plantas por vaso, neste caso 3 plantas por vaso. Vale salientar que a quantidade utilizada de solução controle e solução com excesso são exatamente as mesmas. 3. Resultados e Discussões O primeiro parâmetro analisado no experimento foi as quantidades de água deionizada utilizada até a germinação de todas as plantas defeijão as quais estão representadas na (Tabela 1), e as quantidades utilizadas após a germinação até o encerramento do experimento como a solução controle e solução com excesso de Zn que estão demonstradas na Tabela 2. Lembrando que as soluções foram usadas exatamente nas mesmas quantidades. Para uma melhor visualização das quantidades utilizadas durante o experimento os dados também estão apresentados no Gráfico 1. A grande variância nas doses das soluções é devido à variação de temperatura ocorrida durante o período do experimento, pois nos dias mais frios não há uma grande transpiração já nos dias mais quentes há uma taxa de transpiração maior e, além disso, a planta exige mais para a realização da fotossíntese, que nos dias mais frios. Sendo que a 5ª e a 6ª semana foi a que exigiu mais solução, e a 1ª e a 7ª semana foi a que menos exigiu solução. O segundo parâmetro avaliado foi à altura em centímetros das plantas e o número de folhas de cada vaso tratado com a solução controle e os vasos tratados com a solução de Zn. Cada vaso possuía três plantas, a avaliação foi feita através da média das mesmas. Em relação à altura de planta observou-se que o vaso 1 apresentou o mesmo resultado para os dois tratamentos, já o tratamento controle apresentou melhor resultado nos vasos 2, 3, 4 e 6, o tratamento com excesso de Zn apresentou melhor resultado somente no vaso 5. Já no que se refere ao número de folhas, verificou-se que a solução com excesso de Zn apresentou número maior de folhas nos vasos 2, 4, 5 e 6 perdendo para a solução controle somente nos vasos 1 e 3. Como se pode analisar nos gráficos 2 e 3. No que diz respeito à altura das plantas o sintoma de baixa estatura apresentado pelo excesso de Zn é igual ao causado pela deficiência, porém as plantas com esse tratamento apresentaram número maior de folhas, o que poderia colaborar no processo de fotossíntese. O terceiro e último parâmetro avaliado foi o peso da massa fresca e da massa seca de cada tratamento. Neste aspecto a solução excesso apresentou peso menor enquanto massa fresca, porém, maior quando massa seca, fato que pode estar relacionado com a estatura das plantas. Alguns fatos foram observados durante o experimento, sintomas como folhas amareladas e com manchas escuras apareceram no tratamento com excesso de Zinco em torno de 10% mais que no tratamento controle. E, a apresentação desses sintomas pelas plantas aconteceu por volta do décimo quinto dia após a semeadura e no tratamento controle por volta do vigésimo dia após a semeadura. Diferentemente do que apresentou os resultados, visualmente as plantas pareciam estar uniformes em relação a estatura e pesos. 4. Lista de tabelas e gráficos. Tabela 1. Volume de água deionizada utilizada no início do experimento. Tabela 2. Volume de solução controle e excesso de Zn utilizada durante o experimento Gráfico 1. Volume em ml de solução controle e solução excesso utilizado durante o experimento. Gráfico 2. Média da altura de planta e número de folhas de cada vaso da solução controle. Gráfico 3. Média da altura de planta e número de folhas de cada vaso da solução com excesso de Zn. Gráfico 4. Peso da massa fresca e da massa seca. 5. Conclusões A variação de temperatura influencia de forma significativa a absorção de água e nutrientes minerais do substrato. As plantas com tratamento de excesso de Zn apresentaram estatura mais baixa em relação ao tratamento controle, porém com um número maior de folhas. O tratamento com excesso de Zn apresentou peso (g.kg) menor quando em massa fresca e maior na massa seca. 6. Referências Contenda – Aspectos Físicos. Disponível em: http://www.contenda.pr.gov.br/conte udo.php?id=127. Acesso em 14 de junho de 2015. Canal Rural – a força do campo; Conab estima safra de grãos 2013/2014 em 195,9 milhões de toneladas. Disponível em: http://www.canalrural.com.br/noticia s/agricultura/conab-estima-safra- graos-2013-2014-1959-milhoes- toneladas-25407. Acesso em 07 de junho de 2015. JR. José de Almendra Freitas. Materiais de Construção (TC-031) AGREGADOS. vs: 2013. Ministério da Educação, Universidade Federal do Paraná, Setor de Tecnologia, Departamento de construção civil. KERBAUY, Gilberto Barbante. Fisiologia Vegetal. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. MARENCO, Ricardo A.; LOPES, Nei Fernandes. Fisiologia Vegetal: Fotossíntese, Respiração, Relações Hídricas, Nutrição Mineral. 2. ed. Viçosa: UFV,2007. TEIXEIRA, Itamar Rosa; BORÉM, Aluízio; ARAÚJO, Geraldo Antônio de Andrade; ANDRADE, Messias José Bastos de: Teores de nutrientes e qualidade fisiológica de sementes de feijão em resposta a adubação foliar com manganês e zinco. v.64, n.1, p.83-88; Bragantia, Campinas, 2005. WACHOWICZ, Cyntia Maria.; CARVALHO, Ruy Inácio Neiva de. Fisiologia Vegetal: Produção e Pós-colheita. Curitiba: Champagnat, 2002. TABELAS. DATA VOLUME/ML PRODUTO 14/04/2015 400 ÁGUA DEIONIZADA 15/04/2015 100 ÁGUA DEIONIZADA 16/04/2015 50 ÁGUA DEIONIZADA 17/04/2015 20 ÁGUA DEIONIZADA Tabela 1. Volume de água deionizada utilizada no início do experimento Solução Estoque Excesso de Zn Semanas Volume ml 1ª semana 135 2ª semana 230 3ª semana 280 4ª semana 225 5ª semana 305 6ª semana 300 7ª semana 90 Tabela 2. Volume de solução controle e excesso de Zn utilizada durante o experimento GRÁFICOS. Gráfico 1. Volume em ml de solução controle e solução excesso utilizado durante o experimento. 0 50 100 150 200 250 300 350 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana 5ª semana 6ª semana 7ª semana Solução Controle e Solução com Excesso em 20% de Zinco Gráfico 2. Média da altura de planta e número de folhas de cada vaso da solução controle. Gráfico 3. Média da altura de planta e número de folhas de cada vaso da solução com excesso de Zn. 0 10 20 30 40 1 2 3 4 5 6 Solução controle ALTURA CM Nº DE FOLHAS 0 5 10 15 20 25 30 1 2 3 4 5 6 Solução excesso de Zn ALTURA CM Nº DE FOLHAS Gráfico 4. Peso da massa fresca e da massa seca. 0 100 200 300 400 SOLUÇÃO ESTOQUE SOLUÇÃO EXCESSO DE ZINCO Peso (g.kg) massa fresca e massa seca MASSA FRESCA MASSA SECA
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