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NOVAS TECNOLOGIAS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA A INFORMÁTICA NA CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE INCLUSIVA

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NOVAS TECNOLOGIAS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA A INFORMÁTICA NA CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE INCLUSIVA
Edna da Silva Rios Gomes
	Edileusa Adelina Oliveira Cunha	
Jandson Silva de Oliveira
Rafaela Alves de Araújo
Renata Sousa Sampaio
Tutora Externa – Klenia Marla Santiago
Centro Universitário Leonardo da Vinci- UNIASSELVI
Curso: Pedagogia (PED 1892) - Prática Interdisciplinar III
28/06/2018
RESUMO
Este artigo tem como objetivo refletir sobre a relação entre educação, tecnologia e cidadania na atualidade, visando a participação do cidadão capaz de atuar na sociedade que está inserido. O ser humano esta ligado a evolução da própria sociedade, sendo assim se faz necessário analisar bem como entender os aspectos que passam interferir nesse processo. O presente trabalho tem por finalidade principal desenvolver uma pesquisa bibliográfica voltada para as novas tecnologias e pessoas com deficiências e a informática na construção da sociedade inclusiva. Conclui-se constatando que a tecnologia aliada á educação promove a cidadania, pois estimula a produção de saberes, democratiza o acesso a informação e ao conhecimento e potencializa a emancipação social.
Palavra-Chave: Educação; Tecnologia; Inclusão
1 INTRODUÇÃO
A educação tem um marco nos processos históricos e culturais que modelam e instruem famílias, comunidade, escolas e atualmente podemos pensar também em ambientes fora dela, este marco tradicionalmente conhecido estão dando lugar as novas formas de construir conhecimentos. Partido do pressuposto de que a escola já conheça o valor e o potencial da pessoa com deficiência muitas vezes o primeiro obstáculo é o desconhecimento justamente em função da invisibilidade da pessoa com deficiência na sociedade, e falar de pessoa com deficiência na sociedade brasileira é falar de 14,5% da população em torno de 27 milhões de brasileiros atualmente, segundo o IBGE não estão presentes em sala de aula e nem no convívio social, estão ausentes por existir uma invisibilidade e uma baixa expectativa do potencial dessas pessoas, então existe uma série de preconceito e barreiras atitudinais além das barreiras físicas e arquitetônicas que afastam essas pessoas da convivência social, as tecnologias assistivas são um recurso para ajudar a romper com as dificuldades que esses indivíduos encontram, na medida que possibilita a essas pessoas que não conseguiam falar,andar, se alimentar sozinha, despertar e encontrar meios para se expressar, colocar pra fora todo aquele potencial que ela tem escondido.
Dentro do contexto abordaremos os seguintes tópicos: Histórico das Mudanças na educação de pessoas com deficiência, Inclusão educacional das pessoas com deficiência, Tecnologias assistivas e o Uso da informática na educação inclusiva.
2 HISTÓRICO DA MUDANÇA NA EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
A oferta de educação a pessoas com deficiência mudou bastante com o passar dos anos, no Brasil após um longo período de exclusão e abandono, atenções a esse tema ganhou espaço no século XIX. Em 1854 ocorre a criação do Instituto dos Meninos Cegos hoje intitulada Benjamim Constant, e três anos depois o Instituto dos Surdos Mudos atual Instituto Nacional de Educação de Surdos ambos na cidade do Rio de Janeiro.O perfil, contudo era muito mais voltado as deficiências visuais e auditivas continuando a excluir as limitações físicas e principalmente as intelectuais, tal cenário começou a mudar apenas a partir de meados do século XX quando inicia-se a articulação de uma política de educação especial, e nessa época que surge instituições como a sociedade Pestalozzi do Brasil e a APPAE. 
Em 1969 o Brasil contava com mais de 800 escolas especializadas na educação de pessoas com deficiência intelectual, na década de 80 a educação especial começa a ganhar caráter de inclusão o primeiro passo para isso foi em 1988 com o artigo 208 da Constituição Brasileira que garante o atendimento preferencialmente na rede regular de ensino aos indivíduos que apresentam a deficiência. Em dezembro de 1996 é publicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 9.394 o texto confirma que a educação deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino e deve haver serviço de apoio especializado a todos.
3 INCLUSÃO EDUCACIONAL DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
A inserção escolar de discentes com necessidades especiais apesar de ser, um direito legal que assegura o ingresso, a continuidade e o sucesso no processo de aprendizagem na classe comum da escola regular, ainda é um problema para muitos professores em todos os níveis de ensino, considerando que a grande maioria tem muitas dificuldades para realizar o processo.
	A educação, um bem precioso defendida como direito de todos e dever do Estado e da família, na Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. Através de vários artigos, a Constituição afirma que a educação deverá ser promovida e incentivada com o apoio da sociedade, com o objetivo de promover o desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho, através do princípio da igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. Além da Constituição Federal, diversas leis amparam o direito do aluno com algum tipo de necessidade especial de receber atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, dentre elas, a Declaração de Salamanca de 1994, o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira de 1996, dentre outros documentos importantes. 
Há muito tempo tinha-se o pensamento de que a Educação Especial isolada seria a mais adequada para o ensino de alunos com deficiência, porém, estudos no campo da educação está modificando estes conceitos, as legislações e as práticas pedagógicas, possibilitando a reorganização de todo o sistema educacional, através do conceito da inclusão escolar de alunos com necessidades especiais. Atualmente, trabalhos estão sendo realizadas na tentativa de incluir os alunos com necessidades especiais no ensino regular, onde se tem discutido a respeito da melhor maneira de incluir, de que forma esses alunos aprenderiam melhor, qual o melhor local para estudo desses alunos.
Entende-se que a inclusão escolar de alunos com necessidades especiais é uma política educacional que contempla o atendimento de todos os alunos no mesmo espaço em comum, para que todos tenham acesso ao conhecimento escolar. A educação especial permite refletir sobre as diferenças humanas na linguagem, no desenvolvimento e na aprendizagem, na qual remete a reflexão que cada aluno deve receber incentivo para suas dificuldades, mantendo o direito de desfrutar da convivência com os demais alunos. A compreensão da importância do atendimento educacional especializado reside no fato de que este objetiva identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que reduzam os obstáculos para a completa participação dos alunos, levando em conta as suas necessidades específicas. 
(GOFFREDO, 1991). Se a inclusão educacional unir a criatividade do professor à sua convicção de que a aprendizagem é possível para todos os alunos e que não há limites na aprendizagem quando bem direcionada, com certeza haverá remoções de barreiras que ainda embaraçam a inclusão educacional. Pode-se concluir, portanto que a inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais vem ganhando espaço no contexto social. São avanços lentos, mas significativos que poderão comprovar que uma escola de qualidade, acolhedora para todos, é um sonho possível, pois o direito de todos os indivíduos à educação, como caminho possível de integração com o meio social, deve ser respeitado, independente das dificuldades do educando. No entanto, assegurar oportunidades iguais, não significa garantir tratamento idêntico a todos, mas sim oferecer a cada indivíduo meios para que ele desenvolva, tanto quanto possível, o máximo de suas potencialidades. 
3.1 TECNOLOGIAS ASSISTIVAS 
Estamos vivendo numaépoca de grandes mudanças e problemas tecnológicos em todas as áreas do conhecimento, que revelam a necessidade de um preparo e formação para estar integrado ao ensino virtual e as tecnologias assistivas. Partindo desta visão na medida em que a tecnologia passa a servir para formar pessoas cada vez mais autônomas, mais independente do pensar do agir e do refletir elas podem se tornar aliadas ao desenvolvimento humano. 
Freire (2000,p.90) destaca que [...] é na inserção no mundo e não na adaptação a ele que nos tornamos seres históricos e éticos, capazes de optar, de decidir, de romper [...]’’.
De acordo com o pensamento de Freire compreendemos que a inclusão não é simplesmente integração pessoal para se ajustar a uma sociedade, mas a mobilização social para acolher sujeito.
Com as tecnologias assistivas um amplo avanço foi dado que permitiu a essas pessoas com deficiência, a utilizar as diferentes tecnologias que temos disponível hoje na sociedade, percebemos então que a evolução tecnológica caminha na direção de tornar a vida desses indivíduos mais fáceis, a exemplo disso o primeiro passo dado foi a acessibilidade ao próprio computador e os software, como o Dosvox um sistema computacional de uso intensivo de voz, que favorece a autonomia de pessoas com deficiência visual e portadores de outras necessidades especial. Existem também pesquisa que mostram que o leitor de tela pode ajudar mais e que por definição tecnologia assistiva é qualquer recurso, produto e serviço que beneficie no desenvolvimento e na participação de atividades de pessoas com deficiência na sociedade. Desse modo todo ou qualquer item que melhore as capacidades funcionais dessas pessoas com deficiência é tecnologia adaptativa ou assistiva, e elas podem variar de uma simples bengala a um complexo de sistema computadorizado que estão incluídos roupas adaptadas, computadores, software e hardware especiais.
Portanto o objetivo da tecnologia assistivas é proporcionar a esses indivíduos maior independência, qualidade de vida e inclusão social, e habilidades no seu aprendizado.
3.1.1 Uso da informática na educação inclusiva
O movimento pela inclusão das pessoas portadoras de deficiência nos cursos regulares vem ganhando força nos últimos anos, várias escolas já trabalham nessa linha. Na educação especial os recursos da informática criam condições para novas aprendizagens, compreensões, atitudes e valores.
A informática tem papel atuante na construção de recursos que auxiliam no desenvolvimento cognitivo dos indivíduos, dessa forma a educação é um direito fundamental de todo, independente das deficiências que os mesmos possuem. Na lei de Diretrizes e Bases nº 9394/96 da Constituição Brasileira é vigente que a educação é um direito de todos, analisando as possibilidades para as pessoas com deficiências é indispensável aliarmos a informática como um direito desses indivíduos. Como retrata a lei podemos considerar os benefícios que a informática promove a essas pessoas, facilitando a aprendizagem do educando proporcionando uma aprendizagem prazerosa e contínua ao aluno estimulando a criatividade, a iniciativa, a reflexão e o raciocínio lógico, a auto confiança através de softwares pedagógicos, jogos complementares e conteúdos estudado em sala de aula explorando as áreas de português, matemática, geografia, história, ciências humanas, artes e conhecimento gerais. Os resultados obtidos com a utilização das ferramentas computacionais são fundamentais na construção de novos conhecimentos, trazendo benefícios significativos aos portadores de deficiência, tendo em vista que estes mudaram sua mentalidade em relação a maneira de desempenhar suas funções.
Neste sentido a informática possibilitou as pessoas com deficiência mais autonomia, eliminando o preconceito e aceitando este individuo como um ser capaz de desenvolver suas potencialidades e desempenhar seu papel na sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conjunto de informações levantadas neste trabalho nos mostrou o quanto é importante refletir sobre a nova realidade presente nas escolas, ambiente que vem acompanhando o ritmo de uma nova sociedade, de um novo publico de alunos. O mesmo apresentou informações que permitem algumas reflexões sobre o processo de inclusão de pessoas com deficiência que começa desde o inicio da escolarização, isso só é possível mediante as condições apropriadas, podendo se salientar o fato de que nos últimos anos as pessoas com deficiência estão assumindo sua própria voz, antes havia sempre quem falasse por elas em nome de suas necessidades muitas das vezes sem ser consultados e hoje através da inclusão digital os mesmos tem a autonomia de decidir e reconhecer o mundo a sua volta.
Conclui-se que através desse trabalho conseguimos compreender e esclarecer as idéias sobre o tema abordado, o mesmo foi relevante para nos acadêmicos do curso de Pedagogia por nos proporcionar conhecimento sobre as novas tecnologias e pessoas com deficiências a informática na construção da sociedade inclusiva, nos esclarecendo duvida e contribuindo significativamente na área profissional. 
REFERÊNCIAS
ANTUNES, K.C.V. História de vida de alunos com deficiência intelectual de uma escola do campo: percurso escolar e a constituição da pesquisa. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós Graduação em Educação, Rio de Janeiro, 2012.
GOFFREDO, Vera Lúcia Flor S. Integração ou segregação. O discurso
e a prática das escolas públicas da rede oficial de ensino
do município do Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Rio
de Janeiro, UERJ, 1991.
BRASIL,LBD- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- Lei nº 9.394/96, 20 de dezembro de 1996. Brasília: Diário Oficial da União,1996. 
	
Conselho Nacional de Educação Básica. Lei de Diretrizes Nacionais para a educação especial na Educação Básica. Resolução CNE/CEB n.2 de 11 de setembro de 2001. Brasília: CNE/CEB, 2001.

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