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questões discursivas

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Seria possível a aplicação do princípio da adequação social para justificar o arquivamento de inquérito policial instaurado em razão da venda de CDs e DVDs? Justifique. 
Apesar de comum entre a sociedade, a prática de vender CDs e DVDs piratas é crime e não se admite a aplicação do princípio da adequação social. O Superior Tribunal de Justiça, que já havia pacificado o entendimento sobre o assunto, editou a Súmula 502, que consolida a questão.
Súmula 502: presentes a materialidade e a autoria, afigura-se típica, em relação ao crime previsto no artigo 184, parágrafo 2º, do Código Penal, a conduta de expor à venda CDs e DVDs piratas.
Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
§ 2o Na mesma pena do § 1o incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente. (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Medida provisória poderá regular matéria penal? Por quê?
Obs.: Medida Provisória não pode criar crime – é ato do Executivo com força normativa, mas não pode criar crime (direito incriminador). 
Sobre direito não incriminador, há as seguintes correntes: 
Medida provisória não pode versar sobre direito penal, nem incriminador como o não-incriminador 
(art. 62, § 1º, letra “b”, da CF) – CORRENTE MAJORITÁRIA; 
Mas, com a MP se pode legislar sobre direito penal não incriminador?
1ª corrente: não, seja ele incriminador ou não – art. 62, § 1º, I, b, CF (penso que é majoritária pela doutrina);
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
As autolesões não são punidas pelo legislador brasileiro. Dessa forma, é correto afirmar que o princípio da ofensividade ou lesividade não se presta à atividade de controle jurisdicional abstrata da norma incriminadora ou à função político-criminal da atividade legiferante?
O princípio da ofensividade é aplicado tanto na atividade jurisdicional quanto na legislativa. 
Versa o princípio da ofensividade que não há crime sem lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico alheio. Também é conhecido como princípio da lesividade.
O princípio da ofensividade orienta tanto ao legislador, que não deve criminalizar condutas que não ofendam bens jurídicos, quanto o juiz, que deve verificar no caso concreto se houve lesão relevante ao bem jurídico tutelado pela norma.
O Direito penal, em outras palavras, pode e deve ser conceituado como um conjunto normativo destinado à tutela de bens jurídicos, isto é, de relações sociais conflitivas valoradas positivamente na sociedade democrática.
Proibir a incriminação de condutas que digam respeito, tão somente, à esfera pessoal do sujeito: trata-se de uma decorrência das garantias constitucionais da intimidade e da vida privada. Não há crime se houver lesão ou exposição a perigo de um bem jurídico próprio.
Atenção: A prática de prostituição, autolesões e a tentativa de suicídio não são crimes, porque ocorre uma ofensa a um bem jurídico próprio.
“O Estado, para garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas aquelas ações que se refiram, de maneira imediata, só a quem as realize, das quais derive lesão aos direitos dos outros, isto é, que atinjam sua liberdade e propriedade, sem o seu consentimento ou contra ele, ou das que haja de temê-las provavelmente; probabilidade na qual haverá de considerar a dimensão do dano que se quer causar e a importância da limitação da liberdade produzida por lei proibitiva”. Wilhem Von Humboldt. Los límites de la acción del estado. 1792, p. 122 (com adaptações). Com relação ao fragmento de texto, qual (is) princípio (s) de direito penal e teorias do bem jurídico estão relacionadas ao fragmento?
- INTRANSCENDÊNCIA - "só a quem as realize, das quais derive lesão aos direitos dos outros"
- INTERVENÇÃO MÍNIMA - " O Estado, para garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas aquelas ações que se refiram, de maneira imediata"
Lembrar que a intervenção mínima é dirigida ao legislador (ESTADO) no sentido de evitar a definição desnecessária de crimes e a imposição de penas injusta, desumanas ou cruéis, a criação de tipos delituosos deve obedecer à imprescindibilidade, só devendo intervir o Estado, por intermédio do Direito Penal, quando os outros ramos do Direito não conseguirem prevenir a conduta ilícita (DAMÁSIO DE JESUS, p. 52)
Cleber Masson ensina que não há infração penal quando a conduta não tiver oferecido ao menos perigo de lesão ao bem jurídico. É disso que trata a primeira parte do fragmento de texto do Wilhem Von Humboldt: "O Estado, para garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas aquelas ações que se refiram, de maneira imediata, só a quem as realize, das quais derive lesão aos direitos dos outros, isto é, que atinjam sua liberdade e propriedade, sem o seu consentimento ou contra ele, ou das que haja de temê-las provavelmente."
Sobre o princípio da proporcionalidade, Cleber Masson também leciona que, modernamente, tal princípio deve ser analisado sobre uma dupla ótica, ou seja, tanto no sentido de proibição ao excesso, pois é vedada a cominação e aplicação de penas em dose exagerada e desnecessária, quanto no sentido de impedir a proteção insuficiente de bens jurídicos, pois não tolera a punição abaixo da medida correta. É disso que trata a segunda parte do fragmento de texto do Wilhem Von Humboldt:
"(…) probabilidade na qual haverá de considerar a dimensão do dano que se quer causar e a importância da limitação da liberdade produzida por lei proibitiva." 
"A terrível humilhação por que passam familiares de presos ao visitarem seus parentes encarcerados consiste na obrigação de ficarem nus, de agacharem diante de espelhos e mostrarem seus órgãos genitais para agentes públicos. A maioria que sofre esses procedimentos é de mães, esposas e filhos de presos. Até mesmo idosos, crianças e bebês são submetidos ao vexame. É princípio de direito penal que a pena não ultrapasse a pessoa do condenado". (DIAS, José Carlos. "O fim das revistas vexatórias". In: Folha de São Paulo. São Paulo: 25 de julho de 2014, 1o caderno, seção Tendências e Debates, p. A-3) Além da ideia de dignidade humana, por esse trecho o inconformismo do autor, recentemente publicado na imprensa brasileira, sustenta-se mais diretamente também em qual princípio jurídico-penal?
Principio da pessoalidade, personalidade ou da intranscedência
Esta relacionado ao princípio da PERSONALIDADE da pena, ou da PESSOALIDADE DA PENA(Ou, ainda, INTRANSCENDÊNCIA da pena), segundo o qual a pena não passará da pessoa do apenado.
É claro que, pelo relato do texto, a pena em si não está sendo aplicada aos familiares. Contudo, embora quem cumpra pena seja o infrator, é aplicada aos seus familiares toda uma situação de flagelo e humilhação, como se o sofrimento excessivo fosse deliberadamente imposto aos parentes do infrator. Além disso, o texto é claro ao final ao dizer: “É princípio de direito penal que a pena não ultrapassea pessoa do condenado”, o que evidencia a relação com o princípio da pessoalidade da pena.
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