Buscar

Fundamentos da Sociologia da Educação - Slides de Aula Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 42 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Prof. Alexandre Furniel
UNIDADE I
Fundamentos da
Sociologia da Educação
 Propiciar ao estudante a possibilidade de compreender e analisar a realidade 
social em seus múltiplos aspectos.
Questões centrais que norteiam nossa reflexão nesta unidade:
O que é a Sociologia como ciência? 
Por que a educação é objeto de estudo da Sociologia?
Objetivos da disciplina
Nesta unidade, a ênfase do seu estudo será:
 A constituição da Sociologia como ciência.
 O objeto de estudo da Sociologia da Educação.
 As relações entre educação e desigualdades sociais. 
Objetivos desta unidade:
 Compreender o que é Sociologia como ciência.
 Problematizar o tratamento sociológico conferido 
à temática educacional.
 Analisar as relações entre desigualdade social 
e educação.
A Sociologia como ciência e as desigualdades sociais e educacionais
 A Sociologia surge do movimento de pensar e questionar a realidade social, no 
momento em que a vida da sociedade europeia do final do século XVIII está 
marcada pela desagregação de seus valores e de suas crenças tradicionais, em 
consequência das transformações produzidas pela constituição da modernidade, 
baseada no primado da razão como meio de interpretação dessa realidade.
A constituição da Sociologia como ciência 
 A Sociologia como ciência surgiu no século XIX, momento de desenvolvimento do 
método científico em outros setores do conhecimento humano. Ela tinha como 
preocupação aplicar o ponto de vista científico à observação e à explicação dos 
fenômenos sociais e buscou compreender as transformações sociais provocadas 
pelas Revoluções Industrial e Francesa.
 A Sociologia parte da noção de que a vida humana em sociedade está sujeita a 
uma ordem social e procura compreender as regularidades e as leis que regem 
as relações entre os homens.
A constituição da Sociologia como ciência 
 Desde a sua criação, a Sociologia preocupa-se com a definição do seu objeto de 
pesquisa e os métodos de análise para não se confundir com o senso comum.
 A Sociologia como ciência utiliza-se de pesquisas quantitativas, levantamento de 
dados empíricos e técnicas de observação da realidade.
 Análise consistente do material, que possibilite a outros pesquisadores a 
reprodução e a validação dos mesmos resultados.
A constituição da Sociologia como ciência
 Embora não seja possível um único indivíduo fundar um campo inteiro de estudo, 
havendo muitos colaboradores no pensamento sociológico, atribui-se especial 
proeminência a Augusto Comte (1798-1857).
 Para Comte, o papel da Sociologia seria explicar as leis do mundo social, assim 
como as ciências da natureza explicam o mundo físico.
 Comte formulou a lei dos três estágios do conhecimento 
humano: o teológico, o metafísico e o positivo.
Os precursores da Sociologia
 Estágio teológico: o pensamento humano era guiado por ideias religiosas e pela 
crença de que a sociedade era expressão da vontade divina.
 Estágio metafísico: se desenvolveu no período da Renascença, em que a 
sociedade passou a ser vista em termos naturais e não sobrenaturais.
 Estágio positivo: anunciado pelas descobertas de Galileu e Newton, conduziu 
ao estímulo da aplicação de técnicas científicas para a compreensão 
do mundo social.
 A sociologia é vista como a última ciência a se 
desenvolver por ser a mais complexa de todas 
as ciências.
A lei dos três estágios de Augusto Comte
 Émile Durkheim (1858-1917) foi um dos precursores da Sociologia como ciência. 
Foi influenciado pelo pensamento de Augusto Comte, porém considerava suas 
ideias especulativas demais. Durkheim procurou dar uma base empírica para o 
conhecimento sociológico. 
 Para Durkheim, o princípio básico da Sociologia era “estudar os fenômenos como 
coisas”. Com isso queria dizer que a vida social pode ser analisada de forma tão 
rigorosa quanto os objetos ou fenômenos da natureza. 
 Para Durkheim, as sociedades têm uma realidade própria 
– a sociedade é mais do que ações e interesses de seus 
membros individuais.
A institucionalização da Sociologia 
 Wright Mills (2009), no texto “A promessa”, afirmou que os seres humanos 
envolvidos na vida cotidiana tendem a ter uma visão limitada dos horizontes 
sociais, pois sua visão de mundo social se encontra restrita aos ambientes mais 
próximos. A sociologia é uma ciência que adota um olhar mais amplo sobre o 
mundo social e, dessa forma, permite aos seres humanos compreenderem a 
relação entre suas vidas individuais com os contextos sociais mais amplos.
A constituição da Sociologia como ciência
 Segundo Giddens (2012), sob a perspectiva prática, a Sociologia permite a 
compreensão das diferenças culturais entre os grupos sociais. Permite uma 
análise precisa dos resultados das ações políticas e possibilita que os indivíduos 
tenham uma maior autocompreensão do seu papel na sociedade.
A Sociologia como ciência
Surgida em um contexto de grandes transformações sociais, qual é o papel da 
Sociologia como ciência? 
a) Investigar os problemas sociais a partir de pesquisas científicas.
b) Investigar os problemas sociais a partir de explicações religiosas.
c) Investigar os problemas sociais a fim de subsidiar o jornalismo investigativo.
d) Investigar os problemas sociais a fim de estabelecer contribuição 
à classe política.
e) Investigar e analisar as relações sociais entre os 
indivíduos, especialmente, os conflitos vivenciados pela 
classe dominante.
Interatividade 
 A educação é um objeto privilegiado da Sociologia. O ato de educar é concebido, 
ao mesmo tempo, à base da conservação da ordem e do esteio de suas mais 
radicais transformações. 
 Questões sociais como: que tipo de educação deve 
existir? Quais são os conhecimentos que o sistema 
educacional deve garantir a todos os cidadãos? A 
educação das classes dominantes deve ser igual à 
educação dos segmentos pobres da população? Como 
garantir essa igualdade? Percebe-se que os temas que 
permeiam o debate na área educacional são os mesmos 
presentes no debate político e social contemporâneo, 
evidenciando a estreita ligação entre os problemas da 
sociedade e os problemas da educação.
A educação em perspectiva sociológica 
Ao analisar o desenvolvimento dos estudos sociológicos sobre educação, Antônio 
Cândido identifica diversos focos sobre os quais a educação pode ser estudada 
na Sociologia:
a) A primeira é sobretudo uma reflexão sobre o caráter social do processo 
educativo, seu significado como sistema de valores e sua relação com as 
concepções e as teorias do homem. Nessa perspectiva, a educação é vista 
como processo de socialização do indivíduo para a vida em sociedade. Esse é o 
ponto de partida da análise de Émile Durheim.
Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação 
b) A linha pedagógico-sociológica desenvolveu-se, principalmente, nos Estados 
Unidos, onde procurou efetuar o estudo dos aspectos sociais da educação a fim 
de obter o bom funcionamento da escola. Seu foco é o estudo dos grupos 
sociais, formas de interação, a relação da escola com a comunidade, 
entre outros.
 Essa concepção tem como pano de fundo o “culto à 
eficiência” escolar. A sociologia é concebida como 
componente da pedagogia e da administração escolar. 
Essa área tem sido cultivada por educadores como ramo 
da ciência da educação.
Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação 
c) A terceira linha é devida a sociólogos ou a educadores de orientação sociológica, 
que veem a sociologia educacional como ramo da sociologia, não da ciência da 
educação. Preocupa-se com a função social da educação e com a solução dos 
problemas educacionais.
Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação Os indivíduos humanos, como quaisquer outros animais, nascem dotados de 
impulsos, instintos e desejos herdados da natureza.
 A sociedade está fora dos indivíduos, sob a forma de outros indivíduos e 
instituições. A sociedade também está dentro dos indivíduos, sob a forma de 
valores, normas, costumes, tradições etc.
Os processos de socialização dos indivíduos 
 Para conviverem pacificamente, os indivíduos devem aprender a limitar aqueles 
impulsos, desejos e instintos (que são, geralmente, violentos ou sexuais).
 Para isso, a sociedade estabelece valores e normas para guiar o comportamento 
dos indivíduos e conduzi-los à convivência harmoniosa. Algumas normas são 
explícitas e instituídas em leis; outras normas continuam tácitas.
 São as instituições (escola, família, igreja) que fazem o 
trabalho de transferência dos valores e normas sociais 
para os indivíduos, habituando-os à vida social. A esse 
processo “educativo” denominamos socialização.
A educação como forma de socialização dos indivíduos
 A educação tem um papel importante na socialização dos indivíduos, pois conduz 
ao aprendizado dos valores comuns da sociedade. Esses valores comuns incluem 
crenças religiosas e morais e um senso de autodisciplina.
 Durkheim argumenta que a escolarização proporciona a internalização das regras 
sociais que contribuem para o funcionamento da sociedade.
 Nas sociedades industriais, a educação ensina as 
habilidades necessárias para cumprir papéis em 
ocupações cada vez mais especializadas.
Educação como socialização
 Portanto, a escola é uma instituição responsável pela socialização dos indivíduos 
na vida social. Segundo Durkheim, o seu papel é transmitir os valores sociais e 
preparar o indivíduo para a sociedade.
 As análises de Durkheim no campo educacional são vistas como forma de inculcar 
uma nova filosofia àqueles que seriam os agentes sociais da nova ordem social, 
ou seja, os professores das escolas primárias e secundárias.
 Por meio da formação de profissionais que atuariam na 
educação escolar, Durkheim vislumbrou a possibilidade de 
disseminação da sociologia: a ciência que propunha uma 
nova forma de compreensão do mundo moderno.
A educação em perspectiva sociológica
Funções da escola:
1. O sistema escolar é uma fonte segura de mobilidade social ascendente.
2. Difundir saberes necessários ao bom funcionamento da sociedade.
3. Socialização dos mais jovens.
4. Transmissão da cultura de uma geração para outra.
Funções latentes da escola:
1. Desenvolver uma cultura juvenil.
2. Encorajar o pensamento crítico e independente.
Funções da educação
 Os estudos sobre educação no Brasil e, particularmente, os de inspiração 
sociológica, começam a se configurar como campo próprio a partir de 1930. É 
possível definir três fases nesse processo: dos anos 1930 a 1960, o período dos 
regimes militares e meados dos anos 1980 aos dias de hoje.
 Na primeira fase, a educação é vista como recurso privilegiado no processo de 
construção do novo perfil de cidadão adequado ao Brasil em mudança. A reforma 
da educação ajudaria a construir a base de transformação do país.
Os estudos sociológicos de educação no Brasil 
 Os anos 1950 marcam o momento de mais intensa ação governamental, com 
expansão dos sistemas educacionais em virtude da aceleração dos processos de 
industrialização e urbanização e o restabelecimento da democracia. 
 O golpe militar de 1964 frustrou o esforço de transformar a realidade educacional. 
A educação passa a ser vista como um componente da manutenção 
do poder estabelecido.
 Os governos militares mantiveram o discurso da 
importância da educação para o desenvolvimento do país 
e desenvolvem-se análises no campo da economia da 
educação, que concebem a educação como instrumento 
estratégico de mobilidade social e do combate à 
desigualdade econômica.
Os estudos sociológicos de educação no Brasil
 Somente a partir de 1970 é possível falar em democratização do acesso ao ensino 
no país. A disparidade regional que se manifesta na economia acompanhou as 
diferenças de oferta e qualidade do sistema de ensino nas diversas regiões. 
 A partir de 1990 foi alcançada a meta de universalização do Ensino Fundamental, 
a tônica das políticas públicas passou a ser não somente a expansão do ensino 
em seus diferentes níveis, mas também a expansão aliada à qualidade.
O sistema educacional brasileiro
 Desde meados dos anos 1980, com a redemocratização do país, a educação vem 
ganhando nova evidência no quadro das políticas sociais e das preocupações com 
o desenvolvimento econômico. A superação da pesada herança de descaso e do 
tratamento populista das questões referentes à educação, torna-se hoje 
um imperativo.
 Somam-se a esses problemas os novos, decorrentes da globalização e do 
processo de transformação tecnológica acelerada.
Os estudos sociológicos de educação
As principais instituições sociais responsáveis pela socialização de um indivíduo são 
a família e a escola. A socialização é um processo que diz respeito à:
a) Inserção da criança no meio escolar para obtenção do conhecimento 
desenvolvido pela humanidade.
b) Inserção da criança na cultura social para que obedeça as regras 
sociais existentes.
c) Interiorização de normas, regras, valores, crenças e saberes de uma sociedade.
d) Seleção das formas eficazes de conduzir as crianças a 
posições de prestígio social.
e) Integração social da criança através do reconhecimento 
das hierarquias sociais.
Interatividade
 A sociedade moderna é organizada em torno dos princípios liberais que 
estabelecem a liberdade de competição entre os indivíduos, tornando essa 
competitividade justa, a educação deve atuar como mecanismo de equalização 
social, na qual todos tenham acesso ao conhecimento para competir com 
igualdade para a conquista de posições de maior prestígio social.
A questão que aqui se coloca é: em que medida as desigualdades sociais 
determinam as desigualdades educacionais? A escola tem desempenhado seu papel 
de equalizador social?
As desigualdades sociais 
 A sociedade capitalista, inaugurada com a modernidade, assenta-se na 
propriedade privada dos meios de produção e no uso que faz deles, na medida em 
que os homens se apropriam da natureza, da técnica, da ciência. Para garantir a 
sobrevivência social, produz-se em quantidade e isso cria riqueza, a qual se 
acumula e gera desproporção no modo de dividir os resultados dessa produção 
material. Quase todas as parcelas da população participam do enriquecimento 
geral, mas dele se aproveitam de forma desigual. Estamos diante da 
desigualdade social.
As desigualdades sociais 
 As diferenças que situam indivíduos e grupos em posições hierarquicamente 
superiores ou inferiores na estrutura social, conferem vantagens ou desvantagens 
de acordo com o lugar ocupado na estrutura social e revelam a existência de 
desigualdades com base em atributos sociais.
 A questão, portanto, refere-se à desigualdade social, que 
resulta das diferenças no acesso às condições de vida 
(renda, habitação, saneamento, alimentação, saúde, 
educação, trabalho etc.) e, assim, esse acesso situa 
indivíduos e grupos em posições desiguais na hierarquia 
social: geralmente, os mais favorecidos estão no “topo” e 
os menos favorecidos, mais próximos da “base”.
As desigualdades sociais 
 A questão das desigualdades sociais sempre esteve presente na Sociologia e 
ainda hoje constitui um dos principais problemas desde o Iluminismo.
 A desigualdade social, originada com o modo de produção capitalista, ainda vige 
de modo intenso nas diferentes formas que englobam desde as manifestações de 
desigualdade de renda e de condições de vida,até a desigualdade cultural –
expressa na desigualdade de gênero –, e por meio das quais as individualidades 
passam a ser dotadas de poder sobre o conjunto da sociedade.
As desigualdades sociais 
 As desigualdades sociais no Brasil datam da chegada dos portugueses, em que se 
gerou a percepção de que os indígenas seriam inferiores ou incapazes. Esse 
processo seguiu com a escravidão negra, que gerou desigualdades sociais que 
reverberam até os dias de hoje.
 Com o processo de industrialização e urbanização em meados do século XX, 
criou-se uma classe social de operários urbanos, marcados pela pequena 
apropriação da riqueza produzida pelo trabalho, constituíram as periferias das 
grandes cidades do país.
As desigualdades sociais no Brasil 
 As desigualdades sociais não se restringem à desigualdade de renda, mas 
também em condições precárias de saúde, habitação e educação. Mesmo com o 
crescimento da produção agrícola e industrial, o crescimento do setor de comércio 
e serviços demonstra que a sociedade produz riquezas, mas eles não são 
distribuídos de modo que atinjam todos os brasileiros. 
 Segundo o IBGE, os 40% mais pobres da população brasileira eram responsáveis 
por 13,3% da renda total do país, enquanto os 10% mais ricos tinham 41,9%, 
em 2012.
As desigualdades sociais no Brasil
 A partir da década de 1990, organismos nacionais e internacionais criaram índices 
sobre as desigualdades e a pobreza que revelam dados muito interessantes. No 
Brasil dispomos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), 
desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Índice 
de Desenvolvimento Humano (IDH), que a ONU publica por meio do Programa das 
Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Índices de desigualdade 
 Os dados foram divulgados em 2013, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística, na pesquisa Síntese de Indicadores Sociais – Uma análise das 
condições de vida dos brasileiros. O Índice Gini caiu de 0,556, em 2004, para 
0,507, em 2012 – quanto mais próximo de 0, melhor a distribuição da renda.
 Se em 2002, os 10% com os maiores rendimentos 
ganhavam 16,8 vezes mais do que os 40% com as 
menores rendas, a proporção caiu para 12,6, em 2012. De 
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de 
Domicílio (Pnad), em 2013, que analisou os dados de 
2012, que 6,4% das famílias recebiam até um quarto de 
salário mínimo por pessoa e 14,6% estavam na faixa entre 
um quarto e meio salário mínimo per capita.
Índices das desigualdades sociais no Brasil
Para o filósofo Jean Jacques Rousseau, qual a origem da desigualdade entre 
os homens?
a) O regime constitucional.
b) A propriedade privada.
c) Formação da sociedade civil.
d) A formação do Estado moderno.
e) Formação de mercados competitivos.
Interatividade 
 A análise das desigualdades sociais e educacionais não é consensual na 
Sociologia. A teoria funcionalista considera que a escola seleciona os estudantes 
por mérito e, assim, garante que os melhores alunos acabem conseguindo os 
melhores empregos.
 Outros teóricos de influência marxista argumentam que as 
escolas distribuem os benefícios da educação de forma 
desigual, alocando a maioria dos benefícios às crianças 
das classes superiores e aos grupos raciais e étnicos de 
status mais elevado. Isso significa que, em vez de 
funcionar como um sistema meritocrático, as escolas 
tendem a reproduzir os sistemas de estratificação social, 
como afirma o sociólogo Pierre Bourdieu.
As desigualdades sociais e educacionais
 Tomazi (1997) analisa as relações entre as desigualdades educacionais e as 
outras formas de desigualdade produzidas pela nossa sociedade. Toma como 
referência o analfabeto, que é analfabeto porque é pobre e a pobreza o mantém 
analfabeto. O analfabeto se torna um excluído socialmente por não dominar os 
símbolos da escrita que determinam a dinâmica da vida contemporânea.
 O sistema escolar também reproduziu historicamente as desigualdades. Foi 
moldado para atender aos filhos das classes médias e ricas. Quanto aos filhos dos 
trabalhadores, estes eram encaminhados desde criança para o trabalho.
Desigualdades educacionais
 A desigualdade de acesso ao sistema de ensino se manifesta ainda hoje no 
sentido atribuído à educação. O ensino oferecido para os filhos dos trabalhadores 
de classe baixa tem por finalidade prepará-los para o mercado de trabalho. Já os 
filhos de pessoas das classes dominantes são preparados “para o ensino superior 
e para a ocupação de cargos de gerência e administração no setor público e 
privado” (TOMAZI, 1993, p. 67).
Desigualdades educacionais
 As desigualdades sociais geradas pelo acesso diferenciado à renda somam-se às 
desigualdades de gênero presentes. Sabe-se que em muitos países, por exemplo, 
a escolarização de meninas é vetada. Cabem às meninas o trabalho doméstico, o 
analfabetismo e, em muitos casos, a gravidez precoce, que contribui para a 
reprodução das desigualdades sociais.
Desigualdades educacionais 
 As desigualdades de acesso às riquezas produzidas socialmente têm reflexos na 
educação, pois impedem os setores mais empobrecidos da população de ter 
acesso à educação.
Conclusão 
No contexto da sociedade brasileira contemporânea, marcada por grandes 
diferenças sociais, cabe à escola:
a) Reconhecer as diferenças e formar turmas homogêneas. 
b) Ignorar as diferenças e realizar o trabalho pedagógico em uma perspectiva 
da homogeneidade. 
c) Negar as diferenças e buscar a equidade, com vistas a humanização no 
ambiente de trabalho. 
d) Superar a concepção segundo a qual diferenças são 
deficiências e saber trabalhar com as diferenças.
e) Valorizar a meritocracia como forma de ascensão.
Interatividade 
ATÉ A PRÓXIMA!

Continue navegando