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Guia definitivo de minerais (Atlas)

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GUIA DE MINEROGRAFIA – SUMÁRIO DAS FICHAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
GUIA DE MINEROGRAFIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material para uso interno (não é uma publicação). 
Departamento de Mineralogia e Petrologia do 
Instituto de Geociências da 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abrange um grupo de pouco mais de 80 minerais formadores de rocha. 
Deve ser acompanhado da Chave de Minerografia, com o 
Método de Determinação de Minerais pelo método “passo-a-passo”. 
 
 
3ª versão, agosto de 2013 
 
Comentários, sugestões e o arquivo em PDF: heinrich.frank@ufrgs.br 
 
 
 3 
TABELA DE ALTERAÇÕES 
 
NOME DESCRIÇÃO 
Alteração de 
opacos 
Consiste no desenvolvimento de hidratos de ferro de cor vermelha viva, que se 
espalham, formando manchas, ao redor dos grãos de opacos em lâmina delgada. Pode 
ocorrer com magnetitas em rochas vulcânicas, por exemplo. 
Argilização Também denominada de caulinização, é a formação de argilominerais (normalmente 
caulinita e argilominerais do Grupo da Montmorilonita) nos minerais, geralmente por 
processos intempéricos. Os minerais, originalmente límpidos e incolores, a ND tornam-
se turvos (“cloudy”), de cor amarelada. O processo é comum em feldspatos em geral. 
Calcitização Também chamada de carbonatização, consiste no desenvolvimento de calcita nos 
minerais. A calcita pode inclusive substituir completamente o grão, formando 
pseudomorfoses. Pode ocorrer com plagioclásios. 
Caulinização sinônimo de argilização. 
Cloritização Consiste na formação de clorita nos minerais e normalmente ocorre nos minerais 
máficos da rocha como biotita e anfibólios. Pode iniciar ao longo das clivagens e a partir 
das bordas dos grãos. 
Damouritização Consiste no desenvolvimento de damourita no mineral hospedeiro. Damourita é uma 
muscovita de grão extremamente fino, compacta e de tato untuoso, lembrando 
serpentina. 
Devitrificação Alteração típica de vidro vulcânico (obsidiana), quando o vidro é substituído por 
agregados finamente cristalinos compostos pelos minerais que teriam se formado se o 
magma tivesse resfriado lentamente. Uma série de texturas ocorrem, ver literatura 
especializada. 
Fengitização Consiste no desenvolvimento de fengita como produto de alteração do mineral. Fengita 
são micas brancas que formam uma série entre muscovita e celadonita. 
Fenitização É um processo metasomático que transforma as rochas encaixantes de rochas 
alcalinas (ijolitos), complexos carbonatítitos, sienitos nefelinos, granitos peralcalinos, 
gnaisses e migmatitos. Podem formar rochas monominerálicas de feldspatos alcalinos. 
Iddingsita É uma alteração característica da olivina e consiste na formação de um agregado de 
serpentina fibrosa, clorita, óxidos de ferro e outros. A alteração inicia nos limites 
intergranulares e ao longo das fraturas e possui cor vermelha profunda ou marrom. 
Limonitização Alteração a óxidos e hidróxidos e ferro na forma de agregados dendríticos de goethita 
(limonita) com formas de “flores de gelo”. Ocorre na siderita e é uma feição diagnóstica 
importante para este mineral. 
continua na próxima página. 
 
 4 
 
NOME DESCRIÇÃO 
Leucoxênio Leucoxênio é uma associação submicroscópica de óxidos de ferro e titânio, com rutilo, 
anatásio, esfeno, perovskita, magnetita titanífera e especialmente ilmenita. A cor macro 
do leuxocênio é branca a amarela pálida. É uma alteração característica da ilmenita. 
Metamictização Denominação do processo que conduz à gradual e finalmente completa destruição da 
estrutura de um mineral devido à radioatividade de alguns de seus componentes. Um 
mineral metamictizado é amorfo e portanto isótropo. A allanita sofre este processo. 
Opacitização Consiste no desenvolvimento de magnetita + hematita + clinopiroxênio pobre em ferro e 
é causado por desequilíbrio no magma. Afeta a hornblenda marrom e a biotita, pode 
iniciar nas margens do cristal e depois ocupar todos o cristal. 
Pinitização Consiste no desenvolvimento de um agregado denso de sericitia e/ou clorita e também 
biotita, a partir dos limites intergranulares e de fraturas. Ocorre na cordierita; os 
pseudomorfos de cordierita são conhecidos como pinita. 
Propilitização Trata-se do desenvolvimento um agregado esverdeado de clorita, epidoto, albita e 
carbonato nos minerais. É uma alteração complexa de baixa intensidade, podem estar 
presentes sericitia, magnetita, pirita, quartzo e zeolitas. 
Quelifitização Consiste na formação de minerais ao redor do grão considerado, constituindo bandas. 
Essas bandas são chamadas de textura quelifítica, coroas quelifíticas ou bordas de 
reação. Muitos minerais podem apresenta-las, como por exemplo a granada. 
Saussuritização Desenvolve-se, por exemplo nos plagioclásios, um agregado de grão muito fino e de 
coloração esverdeada, composto por clinozoisita, zoisita, albita, actinolita e sericita. 
Sericitização Alteração muito comum, consiste na formação de pequenos flocos de mica branca no 
mineral. A mica branca normalmente é sericita (muscovita de alteração) e a NC se 
apresenta como pequenos pontos luminosos. Ocorre em feldspatos em geral. 
Serpentinização Consiste na mudança da mineralogia, geralmente de rochas máficas e ultramáficas 
como peridotitos e dunitos, através da oxidação e hidrólise dos minerais (como 
olivinas), formando serpentina, brucita e magnetita. 
Silicificação Com a introdução de sílica, ocorre a substituição parcial ou total do mineral hospedeiro. 
Troncos Fósseis são um exemplo clássico de silicificação. 
Spilitização Consiste na substituição de plagioclásios ricos em anortita por albita + calcita. 
Uralitização Consiste na transformação de um piroxênio em anfibólio como tremolita ou actinolita. 
Zeolitização O mineral altera para zeolitas como natrolita, thomsonita, escolecita e heulandita. 
Ocorre sob condições hidrotermais. A melilita pode sofrer este processo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACTINOLITA 
Série da Tremolita - Actinolita - Fe-Actinolita (ver também tremolita) 
Ca2(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2 Inosilicato, Grupo dos Anfibólios (solução sólida com tremolita) Monoclínico 
Cor / pleocroísmo: incolor a verde pálido e verde mais escuro. Pleocróico (veja abaixo). Cores 
mais escuras e pleocroísmo mais forte estão associadas com teores mais 
elevados de Fe. Pleocroísmo: X = incolor, verde amarelado pálido; Y = 
verde-amarelo pálido, verde-azul pálido, Z = verde pálido, verde, verde-azul. 
Relevo: moderado 
Clivagem: {110} perfeita, resultando em duas clivagens nas seções basais, que se 
cruzam em ângulos de 124º e 56º. Seções longitudinais mostram apenas 
uma clivagem, paralela ao eixo z (vertical) cristalográfico. 
ND 
Hábito: cristais prismáticos longos, fibrosa. São formas subédricas a anédricas, mas 
podem ocorrer palhetas; as seções basais podem ser losangulares. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,017 – 0,027, cores de 1ª ordem superior a 2ª ordem: 
cores cinza, amarelo, laranja, vermelho. Podem estar mascaradas pela 
cor própria do mineral. 
Extinção: oblíqua, com ângulo de 10 – 17º 
Sinal de Elongação: SE(+) 
Maclas: são relativamente comuns, tanto simples como lamelares. 
NC 
Zonação: frequentemente zonada 
LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 65 – 86º 
Alteração: a talco, clorita e calcita. 
Pode ser confundido com: tremolita é muito semelhante. Actinolita é similar a outros anfibólios: mesmo 
relevo alto e as duas clivagens que se intersectam em 124º nas seções basais. Actinolita se distingue deoutros anfibólios monoclínicos (como a hornblenda) pela sua por pálida; de anfibólios sódicos pela cor azul 
destes. Hornblenda é extremamente semelhante, mas actinolita possui um ângulo 2V mais elevado (difícil 
de verificar), um ângulo de extinção menor, cores bem mais pálidas e restritas ao verde (hornblenda pode 
ser marrom) e bem menos pleocroísmo. Cummingtonita é muito semelhante, mas frequentemente possui 
maclas lamelares muito finas. Wollastonita é semelhante. 
Associações: actinolita é comum em sedimentos calcários regionalmente metamorfisados. Também pode 
ser encontrada em rochas máficas e ultramáficas metamorfisadas e em xistos azuis. Tremolita e actinolita 
também são um produto de alteração comum de piroxênios e hornblenda e são conhecidos como uralita. 
Esquerda: a ND, cristais com relevo alto de actinolita, muscovita (lamelar, clivagem), biotita (marrom 
pleocróica) e quartzo (relevo baixo, incolor. Direita: a NC, micas exibem cores intensas de interferência, 
quartzo é cinza, as actinolitas mostram cores de 1ª ordem superior: cinza, branco, amarelo. 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem superior: a ND, actinolita (verde) e fenocristais de augita (relevo alto) em uma matriz de grão 
fino, rica em opacos. Os cristais de actinolita possuem crostas parcial de esfeno e opacos. 
Imagem inferior: o fenocristal de augita possui cores de interferência mais intensas que os 3 cristais de 
actinolita. A actinolita inferior possui uma borda parcial de esfeno. Na matriz dominam ripas de 
plagioclásio. Largura da imagem 3 mm. 
 
 
 
 
 7 
 
AEGIRINA ( = Acmita) 
(forma uma solução sólida com augita, o termo intermediário é a aegirina-augita) 
NaFeSi2O6 Inosilicato, Grupo dos Piroxênios Monoclínico 
Cor / 
pleocroísmo: 
moderadamente a fortemente pleocróica: X = verde profundo; Y = verde grama; 
Z = amarelo-marrom. Zonação de cor é comum, a borda normalmente é mais 
escura que o núcleo dos cristais. 
Relevo: alta a muito alto 
Clivagem: {110} perfeita: duas que se cruzam em ângulos de 87º e 93º nas seções basais, 
nas seções prismáticas vê-se apenas uma clivagem. 
ND 
Hábito: prismática curta a acicular, textura de ampulheta, grãos com margens pretas. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,037 a 0,061, resultando em cores intensas e fortes 
de 3ª e 4ª ordem, que frequentemente estão mascaradas pela intensa 
cor própria do mineral. 
Extinção: oblíqua, de 0o a no máximo 10º . 
Sinal de Elongação: SE(-) 
Maclas: simples e lamelares em {100}. 
NC 
Zonação: frequentemente zonada. 
LC Caráter: B(+) ou B(-) Ângulo 2V: 60-70º, varia com a composição. Série aegirina-augita: 70-110º 
Alteração: sem informações. 
Pode ser confundido com: anfibólios, devido ao seu hábito frequentemente alongado, mas pode ser 
distinguida destes pelo ângulo de quase 90º que suas duas clivagens formam nas seções basais (anfibólios 
fazem ângulos de 124 e 56º). A birrefringência e o ângulo de extinção diminuem com o aumento do teor de 
ferro, até chegar em aegirina-augita. O ângulo máximo de extinção da aegirina é de 10º. 
Associações: aegirina é encontrada em rochas ígneas alcalinas (ricas em Na e pobres em silica) como 
granitos alcalinos, sienitos, fonolitos, basanitos, carbonatitos e pegmatitos. Também é encontrada em 
rochas metamórficas da facies xistos-azuis como riebeckita-xistos e glaucofano-xistos. Ocorre em rochas de 
metamorfismo regional como xistos, gnaisses e formações ferríferas bandadas (BIFs). Por metasomatismo 
sódico em granulitos. Mineral autigênico em alguns folhelhos e calcários impuros. Associa-se a ortoclásio, 
feldspatóides e anfiibólios sódicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matriz de sodalita-fonolito com ripas de 
plagioclásio, nefelina intergranular e sodalita 
isótropa. Os cristais aciculares coloridos são de 
aegirina. Nic. +. 
 
 
Fenocristal de noseana com o padrão típico 
de inclusões. Na matriz da rocha há 
aegirinas verdes. Nic. //. 
 8 
 
ALLANITA 
(Ca,Ce,Y, La)2(Fe,Al)3O(Si2O7)(SiO4)(OH) Sorosilicato, Grupo do Epidoto. Monoclínico 
Cor / 
pleocroísmo: 
marrom ou mais raramente verde. Pleocroísmo moderado a forte: X = verde 
oliva pálido, marrom avermelhado; Y = marrom escuro, amarelo 
amarronzado; Z = marrom avermelhado escuro, marrom esverdeado. Se 
metamicta, pleocroísmo em marrom, marrom-vermelho, amarelo-marrom, 
marrom-esverdeado ou verde. Pode formar halos pleocróicos ao seu redor. 
Relevo: alto (relevo baixo em variedades fortemente metamictas). 
Clivagem: {001} imperfeita, {100} má e {110} má. Normalmente não é visível. 
ND 
Hábito: granular anédrico, similar ao epidoto. Colunar, tabular, acicular, prismático, 
maciço. Pode formar halos pleocróicos ao seu redor. 
Birrefringência e 
cores de 
interferência: 
isótropo se metamicto ! 
birrefringência de 0,018 a 0,031, resultando em cores fortes de final de 
1ª ordem, 2ª e 3ª ordens, que podem estar mascaradas pela intensa cor 
própria do mineral. 
Extinção: paralela ou oblíqua com ângulo de 26 – 72º . Normalmente as cores 
fortes do mineral dificultam a determinação. 
Sinal de Elongação: difícil de identificar devido à alta birrefringência. 
Maclas: polissintéticas comuns segundo {100} 
NC 
Zonação: zonação de cor é comum, o núcleo é mais escuro que as bordas. 
LC Caráter: B(+) e B(-), isótropo se metamicto ! 
Normalmente biaxial negativa, variedades são B(+). 
Ângulo 2V: B(-): 40 – 90º , B(+): 90-57º 
Alteração: a vidro, devido à radiação (metamictização). 
Pode ser confundido com: hornblenda marrom possui clivagem boa e um hábito diferente. 
Associações: allanita é um mineral acessório de rochas ígneas e metamórficas. Nas rochas ígneas está 
presente em granitos, granodioritos, dioritos, sienitos e pegmatitos. Raramente em pegmatitos gabróicos. É 
encontrada raramente em xistos, anfibolitos, escarnitos ou mármores. Também ocorre como componente 
clástico de sedimentos. É radioativo, pode estar metamicto. Associa-se a fluorita, epidoto e muscovita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Allanita em um granito metaluminoso. Este grão possui zonação concêntrica provavelmente devido a 
alterações na composição mineral durante o crescimento. Como contém Th e U, o cristal é destruído e 
absorve água, fazendo com que o grão incha, criando fraturas radiais para dentro dos minerais 
vizinhos. A NC (direita) mostra baixa birrefringência devido ao estrago causado pela radiação, que 
transformará a estrutura do grão em um material semelhante a vidro. 
 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sienito com feldspatos incolores, zircões cinzas e allanita marrom. 
 
 
 
 10 
 
ANALCIMA 
NaAlSi2O6.H2O Tectosilicato 
(Grupo das Zeolitas) 
Cúbico / pseudocúbico, pode ser tetragonal, ortorrômbico ou 
monoclínico, dependendo do ordenamento. 
Cor / pleocroísmo: incolor 
Relevo: baixo negativo 
Clivagem: {001} má 
ND 
Hábito: grãos anédricos, arredondados (trapezoedros), grupos radiados; seções 
com 8 lados, não possui inclusões, muito menos inclusões orientadas. Pode 
mostrar estrutura concêntrica (veja imagem abaixo). 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência muito baixa, de até 0,001, cores de até 1ª ordem: preto 
até cinza. 
Extinção: isótropa 
Sinal deElongação: isótropa 
Maclas: lamelares (polissintéticas), de interpenetração, mas sem as maclas 
complexas da leucita. 
NC 
Zonação: não 
LC Caráter: pode ser B(-) anômalo. Ângulo 2V: 0o a 85º 
Alteração: sem informações 
Pode ser confundido com: leucita, mas as maclas são diferentes. 
Associações: ocorre na matriz ou em vesículas de rochas ígneas de baixa sílica, intermediárias e máficas, 
tipicamente basaltos e fonolitos, formada a partir de soluções hidrotermais tardias ou disseminada devido à 
alteração deutérica. Ocorre também em sedimentos lacustres, por alteração de piroclásticos ou argilas, ou 
como precipitado primário, autigênico, em arenitos e siltitos. Associa-se com zeolitas, prehnita, calcita, 
quartzo e glauconita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vesícula em basalto, preenchida com 
analcima (isótropa), natrolita (nas bordas) e 
thomsonita (cores de interferência mais 
altas). 
 11 
 
ANDALUSITA 
Al2SiO5 Nesosilicato (polimorfos Al2SiO5: sillimanita, cianita e andalusita) Ortorrômbico 
Cor / pleocroísmo: Geralmente incolor. Mais raramente colorida em cores fracas, neste caso 
fracamente pleocróica: X = rosa pálido em faixas ou zonas, Y,Z = incolor ou 
verde pálido. Teores de Mn e Fe resultam em cores mais escuras. 
Relevo: médio a alto. 
Clivagem: {110} perfeita: seções prismáticas apresentam uma direção só, nas seções 
basais há duas clivagens quase perpendiculares entre si (ângulo de 89º). 
ND 
Hábito: cristais granulares euédricos, prismas curtos de seção quadrada (muito 
característica!) com extinção diagonal. Na variedade quiastolita há inclusões 
orgânicas pretas ao longo de duas direções perpendiculares entre si, 
formando uma cruz (veja imagem abaixo). 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
a birrefringência é baixa, de 0,007 a 0,013, resultando em cores de 1ª 
ordem, cinzentas, no máximo amarelo palha de primeira ordem. 
Extinção: paralela nas seções longitudinais (prismáticas), simétrica nas seções 
basais com duas clivagens. 
Sinal de Elongação: SE(-) 
Maclas: raramente apresenta macla de interpenetração em forma de cruz. 
NC 
Zonação: não apresenta. 
LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 71º - 86º 
Alteração: a andalusita altera-se a damourita, gerando pseudomorfoses completas. A sericita, clorita, 
sillimanita e cianita. 
Pode ser confundido com: sillimanita possui birrefringência bem maior e o ângulo 2V é menor e SE(+), 
cianitap ossui extinção oblíqua. Algumas andalusitas incolores assemelham-se a ortopiroxênios, mas 
ortopiroxênio possui SE(+). 
Associações: a andalusita é característica de rochas de metamorfismo de contato e de rochas de 
metamorfismo regional de grau baixo a médio como xistos, filitos e ardósias. É um mineral comum e bem 
distribuído, associado a cordierita, estaurolita, granada, sillimanita, cianita, clorita, muscovita, biotita e 
plagioclásio. Mais raramente ocorre em granitos e em veios hidrotermais de alta temperatura (pegmatitos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Andalusita em ardósia (ND e NC), com as típicas seções quadradas, que mostram uma incipiente 
zonação que pode evoluir para a “Cruz da Andalusita” (= quiastolita). Largura da imagem = 2,5 mm. 
 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cristal de andalusita maclado, a ND e a NC, parcialmente alterado a sericita. Largura da imagem 3,5 mm. 
 
 
Variedade quiastolita: duas linhas de inclusões de material 
orgânico formam uma cruz que surge quando o cristal 
prismático é seccionado perpendicularmente ao 
comprimento. Daí o nome comercial “pedra-cruz” para a 
andalusita. 
 
 
Andalusita em um cornubianito 
gráfítico. ND. 
 13 
 
ANIDRITA 
CaSO4 Sulfatos (Anidros) Ortorrômbico 
Cor / pleocroísmo: incolor. Pode ser pleocróica: X = incolor a amarelo muito claro ou rosa; Y = 
violeta claro ou rosa; Z = violeta. 
Relevo: baixo 
Clivagem: {100} perfeita, {010} perfeita, {001} boa. 
ND 
Hábito: cristais granulares anédricos a subédricos, maciça, fibrosa (radial ou 
plumosa), encurvada, formas concrescionárias contorcidas. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência alta, de 0,042 a 0,044, cores intensas, muito coloridas. 
Extinção: paralela às direções de clivagem 
Sinal de Elongação: SE(+) em {001} e SE(-) em {010} 
Maclas: maclas de contato, lamelas polissintéticas (por pressão). 
NC 
Zonação: sem informações 
LC Caráter: B(+) Ângulo 2V: 36 – 45º 
Alteração: a gipso, por hidratação. 
Pode ser confundido com: gipso, mas a anidrita possui relevo maior e birrefringência alta. 
Associações: ocorre em camadas sedimentares; em rochas evaporíticas, associada a halita; em veios 
hidrotermais; associado a zeolitas e a domos de sal (topo dos domos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fenocristais de anidrita, com alta 
birrefringência (cores de 
interferência intensas), em um 
evaporito. NC. 
Fenocristal de anidrita, 
mostrando clivagem e intensas 
cores de inteferência. NC. 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cristais de anidrita recristalizados. NC. Cavidade em recife preenchida por cristais de 
anidrita (cores intensas) parcialmente convertidos 
(hidratados) para gipso (cores cinzentas). NC. 
Os cristais cinzentos são gipso, 
muito deformado e cizalhado. Os 
grãos de cores intensas são 
anidrita que se formou a partir do 
gipso (overprinting). Nos cristais 
de anidrita é possível perceber a 
clivagem bem desenvolvida. NC. 
 
 
Rocha sedimentar de grão grosseiro formada em 
97% por anidrita. (+ gipso e quartzo). Cristais de 
anidrita possuem maclas lamelares, outros 
extinção ondulante e limites de sub-grãos. 
 15 
 
ANORTOCLÁSIO 
(K,Na)AlSi3O8 Tectosilicato, Grupo dos Feldspatos. Triclínico 
Cor / pleocroísmo: incolor, não possui pleocroísmo. 
Relevo: muito baixo, negativo. 
Clivagem: {001} perfeita e {010} boa 
ND 
Hábito: normalmente forma lamelas tabulares. Também cristais prismáticos curtos. 
Tipicamente ocorre como fenocristal em uma massa de grãos muito finos. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,005 a 0,008: cores de cinza muito escuro a cinza 
claro, até branco. 
Extinção: oblíqua em 5º 
Sinal de Elongação: não apresenta 
Maclas: segundo Baveno, Carlsbad e Manebach. Albita polissintética e maclas 
segundo a Lei da Periclina produzem uma macla em parquê em {100} 
NC 
Zonação: frequentemente zonado. 
LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 34 – 60º 
Alteração: sem informações 
Pode ser confundido com: microclínio, porque as maclas em parquê do anortoclásio são semelhantes 
àquelas do microclínio, mas o microclínio é de rochas plutônicas e o anortoclásio é de rochas vulcânicas. 
Associações: o anortoclásio é um feldspato alcalino de alta temperatura com uma composição entre 
sanidina (rica em K) e albita (rica em Na). É encontrado em rochas vulcânicas ricas em Na como riolitos 
alcalinos, trquitos e fonolitos. Também em intrusões rasas (hipabissais). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Anortoclásio com lamelas de exsolução (seta vermelha) e maclas em parquê (seta azul). Além 
disso, apresentazonação. Largura do campo 4 mm. 
 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
 
ANTOFILITA 
(Mg,Fe)7Si8O22(OH)2 Inosilicato, Anfibólio, Sub-Grupo Mg-Fe-Mn-Li Ortorrômbico 
Cor / pleocroísmo: normalmente incolor, mais raramente verde pálido ou amarelo pálido. Se 
rica em ferro, pleocroísmo moderado em cores marrons, marrom-
amareladas, marrom-acinzentadas, azul-acinzentadas a verde e lilás. 
Relevo: médio 
Clivagem: perfeita segundo {210}, gerando duas clivagens nas seções basais com 
ângulos de 54,5º e 125,5º entre si. Nas seções prismáticas apenas uma 
clivagem. Outras clivagens em {010} e {100}, ambas distintas. 
ND 
Hábito: normalmente lamelar ou fibroso, asbestiforme (por isso o nome de “asbesto-
cinza). Também como agregados de cristais prismáticos sem terminações 
bem desenvolvidas. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência média, variando de 0,017 a 0,023, resultando em cores 
de 1ª ordem superior e de segunda ordem: laranja, vermelho intenso. 
Extinção: paralela nas seções longitudinais, simétrica nas seções basais. 
Sinal de Elongação: SE(+) 
Maclas: não apresenta maclas. 
NC 
Zonação: não apresenta zonação. 
LC Caráter: B(+) ou B(-) Ângulo 2V: 57 - 80º 
Alteração: sem informações. 
Pode ser confundido com: actinolita, mas esta possui extinção oblíqua. 
Associações: A antofilita é encontrada apenas em rochas metamórficas de grau médio a alto, ocorrendo 
em anfibolitos, antofilita-cordierita-gnaisses, metaquartzitos, formações de ferro (BIFs), granulitos, antofilita-
talco-xistos derivados de sedimentos argilosos, cornubianitos, rochas ígneas máficas a ultramáficas. 
Também se forma como produto de reação retrógrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antofilita em talco-xisto. 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seção euédrica basal de 
antofilita (?), com pirobólios 
(piroxênios ou anfibólios – 
“pyriboles”)/ antofilita/actinolita 
complexos zonados em 
metaperidotito. 
Antofilita em um 
dunito. Os grãos 
anédricos são olivina, 
os grãos prismáticos 
longos são de 
antofilita. Nic. + 
 
 
Antofilita em uma rocha que sofreu metamorfismo de contato. 
 19 
 
APATITA 
(Ca5(PO4))3(F,OH,Cl) Fosfato Hexagonal 
Cor / pleocroísmo: incolor, muito raramente azul pálido ou cinza pálido. Muito raramente 
apresenta pleocroísmo fraco. 
Relevo: médio (moderado positivo) 
Clivagem: {0001} má, {10-10} má. Normalmente não são visíveis em lâmina delgada. 
Os prismas podem exibir fraturas espaçadas. 
ND 
Hábito: euédrico, prismático longo com pontas arredondadas e seções hexagonais, 
agregados fibrosos, radiados. Em rochas ígneas máficas formam prismas 
hexagonais curtos; em rochas ígneas félsicas formam prismas longos e finos 
e as apatitas de rochas metamórficas ocorrem como grãos anédricos. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,001 a 0,007, cores de interferência de primeira 
ordem, sempre em tons de cinza, não alcança o amarelo. As seções 
basais hexagonais sempre estão extintas a NC (isótropas) e, via de 
regra, não fornecem figuras de interferência. 
Extinção: paralela nos cristais prismáticos 
Sinal de Elongação: SE(-) nos cristais prismáticos 
Maclas: raramente apresenta maclas 
NC 
Zonação: não apresenta zonação 
LC Caráter: U(-), difícil de obter em seções hexagonais (veja acima) Ângulo 2V: veja abaixo. 
Alteração: sem informações 
Pode ser confundido com: características são a baixa birrefringência, as seções hexagonais, o relevo 
médio e o caráter uniaxial. Berilo possui relevo mais baixo. Apatita colorida pode ser confundida com 
turmalina. Colofano (veja abaixo) é criptocristalino ou isótropo. Apatita de carbonatos: biaxial com ângulo 2V 
de até 20º . Sillimanita possui hábito semelhante, mas é biaxial e possui cores de interferência intensas. 
Associações: é o fosfato mais comum, um acessório comum que ocorre em grãos muito pequenos em 
muitas rochas ígneas e metamórficas. É abundante em carbonatitos e em alguns escarnitos. Em rochas 
sedimentares a apatita é comum como grão detrital e forma camadas, podendo exibir formas oolíticas, 
esferulíticas e botrioidais. Colofano é uma forma criptocristalina a amorfa de apatita que se originou de 
material esqueletal (ossos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20 
 
ARAGONITA 
CaCO3 Carbonato – Grupo da Aragonita Ortorrômbico 
Cor / pleocroísmo: incolor, não apresenta pleocroísmo. 
Relevo: Varia com a direção, desde baixo negativo até alto e muito alto. 
Clivagem: {010} distinta, {110} má e {011} má. Normalmente uma clivagem é visível em 
lâmina delgada. 
ND 
Hábito: prismas curtos ou longos, acicular, tabular, estalagtítico, colunar, agregados 
radiados, crostas fibrosas de cristais aciculares finos, coralóide, reniforme, 
pisolítico, globular. Maclas comuns (veja abaixo). 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência extrema de 0,156, resultando em cores fortes e coloridas 
de 3ª e 4ª ordem, difíceis de determinar. São cores em tons cremes. 
Extinção: paralela 
Sinal de Elongação: de difícil determinação devido à birrefringência extrema. 
Maclas: Maclas cíclicas em {110}, resultando nos típicos agregados pseudo-
hexagonais. Maclas polissintéticas geram lamelas ou estrias finas 
paralelamente a {100}. 
NC 
Zonação: sem informações. 
LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 18 – 19º 
Alteração: transforma-se em calcita, pseudomorfos são possíveis. 
Pode ser confundido com: calcita possui duas clivagens e é U(-). 
Associações: a aragonita, um dos 3 polimorfos de carbonato de cálcio (outros: calcita, vaterita), forma-se 
quase sempre a baixas temperaturas e próximo à superfície. Como é metaestável, converte para calcita 
com o tempo. Não existe aragonita de tempos geológicos passados. Ocorre em rochas sedimentares 
relativamente recentes, em evaporitos, fontes quentes e cavernas (“flos-ferri”). Também no metamorfismo 
da fácies xistos azuis (alta pressão, baixa temperatura), em amígdalas e fraturas em basaltos e andesitos e 
como um componente secundário em rochas ultramáficas alteradas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oóides holocênicos de aragonita com cimento de 
menisco entre os grãos. Em azul a porosidade da rocha. 
 21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agregado radial de aragonita (A) em estalatite da China. Alguma calcita (c) associada. 
Largura da imagem 9,5 mm 
Agregados botrioidais de aragonita (A) entre calcita (C). Estalagtite, cavernas de Carlsbad, New Mexico, USA 
 
 22 
 
ARFVEDSONITA 
Grupo da Arfvedsonita: flúor-arfvedsonita, magnésio-arfvedsonita, magnésio-flúor-arfvedsonita e arfvedsonita potássica 
[Na] [Na2] [Fe2+4Fe3+] Si8O22(OH)2 Inosilicatos, Grupo dos Anfibólios Monoclínico 
Cor / pleocroísmo: azul a verde-amarronzado e cinza-azulado, possui pleocroísmo moderado a 
forte em cores intensas: X = azul-verde a azul-verde profundo; Y = verde-
azulado pálido a azul-cinza; Z = verde-amarelado pálido, verde escuro, 
cinza-azul esverdeado.Relevo: alto 
Clivagem: {110} perfeita: nas seções basais duas clivagens perfeitas formando um 
ângulo de 124 e 56º entre si, nas seções longitudinais apenas uma 
clivagem. Partição em {010}. 
ND 
Hábito: cristais prismáticos espessos alongados segundo o eixo z, tabulares 
segundo {010} , aciculares, granulares, também poiquilíticos (textura de 
peneira = “sieve texture”) 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,010 a 0,012, cores de cinza a amarelo de até 1ª 
ordem superior, fortemente anômalas, frequentemente mascaradas 
pelas intensas cores próprias do mineral. Com o aumento do teor em Fe 
a refração aumenta e as cores de interferência decrescem. 
Extinção: tende a oblíqua, de 0 a 30º 
Sinal de Elongação: SE(-) 
Maclas: simples em (100) e lamelares. 
NC 
Zonação: frequentemente zonada 
LC Caráter: B(+) e B(-) Ângulo 2V: normalmente 70-80º (pode variar de 0 a 100º dependendo 
da composição química). 
Alteração: não. 
Pode ser confundido com: glaucofano ocorre em paragêneses diferentes e possui cores diferentes; 
turmalina pode ser similar, mas as cores de absorção mínimas ocorrem paralelamente ao eixo z, enquanto a 
arfvedsonita possui as cores de absorção máximas nesta orientação. 
Associações: a arfvedsonita forma uma solução sólida com eckermannita e ocorre em rochas ígneas 
alcalinas raras como granitos alcalinos, sienitos, nefelina-sienitos, sienitos sódicos e pegmatitos associados, 
traquitos e fonolitos. Em vulcânicas panteleritas e comendaditas. Associa-se a riebeckita, aegirina, aegirina-
augita, hastingsita, kataphorita, feldspato alcalino (e anortoclásio em rochas vulcânicas) e nefelina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 23 
 
AUGITA 
(Ca,Mg,Fe,Al,Ti)2(Si,Al)O3 Inosilicato, Grupo dos Piroxênios Monoclínico 
A augita é um clinopiroxênio e integra a série de solução sólida diopsídio – augita – hedenbergita. 
Cor / 
pleocroísmo: 
Normalmente verde pálido, pode ser incolor, cinza, marrom pálido ou verde 
amarronzado. Pleocroísmo normalmente inexistente ou fraco. Cores mais fortes 
podem mascarar o pleocroísmo (x = verde fraco ou verde azulado; y = verde pálido, 
marrom, verde ou verde azulado; z = verde amarronzado pálido, verde ou amarelo-
verde). Se com Ti (>3% TiO2 = titanoaugita) tem pleocroísmo distinto a forte de 
marrom pálido, violeta amarronzado ou violeta. Se com Fe, é mais escura, com 
pleocroísmo fraco. 
Relevo: médio a alto 
Clivagem: {110} boa a distinta, exibindo nas seções basais duas clivagens que formam 
ângulos de 87º e 93º entre si. Nas seções prismáticas apenas uma clivagem 
ND 
Hábito: formas prismáticas, equidimensionais, colunares. Cristais anédricos e massas são 
comuns. Seções basais perfeitas possuem 4 ou 8 lados. Titanoaugita pode mostrar 
textura em ampulheta (veja imagem abaixo). 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,018 – 0,034: cores de 1ª ordem superior a 2ª ordem 
superior: cores intensas, amarelo, vermelho, etc., cinza apenas nas 
seções perpendiculares a um dos eixos óticos (seções de isotropia). 
Extinção: oblíqua, com ângulo entre 35 e 48º. Paralela nas seções (010); pode 
apresentar extinção em ampulheta. 
Sinal de Elongação: SE(+) 
Maclas: frequentes, simples a lamelares segundo {100} e {001}. Podem se 
combinar para um padrão espinha-de-peixe. Lamelas de exsolução de 
ortopiroxênios podem estar presentes (veja imagem abaixo). 
NC 
Zonação: frequentemente zonada 
LC Caráter: B(+) Ângulo 2V: 25º a 83º - números conflitantes!! Titanoaugita: 42-65º (confirmar!) 
Alteração: serpentina, clorita, biotita, carbonatos, uralita. 
Pode ser confundido com: pigeonita, cujo ângulo 2V é menor que 32º e que possui SE(+) pela clivagem. 
Diopsídio é muito semelhante, mas o ângulo de extinção é maior que 80º e ocorre basicamente em 
mármores (calcita!). Ortopiroxênios (enstatita, ferrosilita) possuem extinção paralela e birrefringência mais 
baixa (cores mais fracas a NC). Piroxênios sódios (Aegirina (= acmita), jadeita, omphacita e aegirina-augita 
possuem ângulo 2V maior e cores de interferências mais intensas. Anfibólios (hornblenda, etc.) podem 
parecer similar mas suas duas clivagens se cruzam em ângulos de 60º e 120º , formando losangos. Olivina 
não possui clivagem e possui birrefringência mais alta. Titanoaugita tem pleocroísmo. 
Associações: ocorre em rochas ígneas máficas a intermediárias (gabros, basaltos, olivina-gabros, 
lamburgitos e peridotitos) e em seus equivalentes metamórficos. Às vezes em gnaisses e granulitos. 
Titanoaugita está restrita a rochas ígneas básicas a intermediárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Augita com relevo alto, duas 
clivagens imperfeitas que se 
cruzam quase a 90º e uma cor de 
interferência baixa (amarelo), que 
não é típica para o mineral. 
 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Augita com 
clivagem 
imperfeita a 
aproximadamente 
90º 
A Nicóis Cruzados 
as típicas cores 
intensas de 
interferência. 
Macla simples. 
Fenocristais 
subédricos de 
augita, em 
piroxenito do 
tipo 
jacupiranguito 
Lamelas de exsolução em augita. 
Em algumas bandas de exsolução mais largas 
há outras bandas de exsolução mais finas. Nic. + 
 
Textura em ampulheta 
 25 
 
BARITA 
BaSO4 Sulfato Ortorrômbico 
Cor / pleocroísmo: incolor ou pleocróica em tons suaves nas seguintes cores (X,Y,Z): marrom: 
amarelo-palha, amarelo-vinho, violeta; amarelo: amarelo pálido marrom, 
amarelo marrom, marrom; verde: quase incolor, verde pálido, ametista; 
azul-verde: azul-violeta, verde azulado, violeta. 
Relevo: moderado a alto 
Clivagem: {001} perfeita, {210} menos perfeita, {010} imperfeita. 
ND 
Hábito: geralmente agregados de cristais granulares. Cristais tabulares finos a 
espessos, agregados em roseta de cristais tabulares, fibrosa, nodular, 
estalagtítica, bandada, terrosa, prismática, maciça. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência baixa, de 0,0110 a 0,0120: cores cinzentas até amarelo 
de 1ª ordem. 
Extinção: paralela, simétrica em {001}. 
Sinal de Elongação: SE(+) em relação à melhor clivagem. 
Maclas: raras, lamelares. 
NC 
Zonação: não apresenta zonação. 
LC Caráter: B(+) Ângulo 2V: 36 - 40º 
Alteração: sem informações. 
Pode ser confundido com: celestita (SrSO4) forma uma série com barita e é muito semelhante, possui 
índices de refração menores. 
Associações: a barita ocorre em veios hidrotermais como mineral de formação tardia, associada a quartzo 
e calcita. Ocorre como mineral acessório em rochas ígneas. Em carbonatitos e em rochas calcárias, 
arenitos e algumas concreções. Como componente primário de depósitos de sulfetos maciços 
vulcanogênicos submarinos e “black smokers”. Associa-se a fluorita, calcita, dolomita, rodocrosita, gipso, 
esfalerita, galena e estibnita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BIOTITA 
Série da biotita: flogopita (Fe 0-20%, Mg 100-80%), meroxeno (Fe 20–50%, Mg 80-50%, lepidomelano 
(Fe 50-80%, Mg 50-20%), siderophyllita (Fe 80-100%, Mg 20-0%). O termo biotita se aplica aos membros 
meroxeno, lepidomelano e siderophyllita. Veja também a ficha da flogopita. 
K(Mg,Fe)3AlSi3O10(OH,O,F)2 Filosilicato (Grupo das Micas: 47 membros) Monoclínica 
Cor / pleocroísmo:fortemente pleocróica de claro para escuro em cores marrons, verde-
marrons ou vermelho-marrons (pleocroísmo mais fraco se alterada). 
Raramente em cores amarelas ou vermelhas. X=claro ou incolor, 
Y,Z=escuro. Cores ficam mais intensas com teores mais elevados de Fe. 
Relevo: médio a alto positivo. 
Clivagem: (001) perfeita, fácil de visualizar se o grão não está alterado. 
ND 
Hábito: tabular, geralmente lamelar segundo o eixo z, subédrico a euédrico, prismas 
pseudo-hexagonais. Pode ter halos pleocróicos ao redor de minerais 
radioativos como zircão ou allanita. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência alta, de 0,03 a 0,08: cores fortes, de 3ª ordem superior a 
4ª ordem. As fortes cores da biotita normalmente mascaram suas cores 
de interferência. 
Extinção: normalmente paralela e mosqueada (se não estiver alterada!), pode ser 
levemente oblíqua até 9º , pode ser ondulante em grãos dobrados. 
Sinal de Elongação: SE(+) em relação à clivagem. 
Maclas: Maclas simples pelos planos (001) são possíveis, mas normalmente não 
são observáveis. 
NC 
Zonação: às vezes zonada. 
LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 0 -25º 
Alteração: a clorita e a argilas. 
Pode ser confundido com: flogopita é da série, é semelhante, mas não tem extinção mosqueada. 
Hornblenda marrom tem extinção oblíqua e clivagem diferente. Turmalina não tem clivagem, mas fraturas 
perpendiculares ao alongamento, é U(-). Stilpnomelano é semelhante, mas não tem extinção mosqueada, 
seu pleocroísmo é mais colorido e possui duas clivagens (uma má). 
Associações: a biotita é muito comum, em muitas rochas ígneas (rochas silícicas e alcalinas como 
granitos, dioritos, gabros e peridotitos) e metamórficas (como xistos, filitos, cornubianitos e gnaisses). 
Também é encontrada em rochas sedimentares imaturas, mas altera para argilominerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Biotita a ND (castanha) com uma inclusão de 
um grão de zircão (relevo alto, incolor) que tem 
um halo escuro ao seu redor, provocado pela 
ação de sua radioatividade sobre a estrutura 
da biotita. 
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Biotita a ND (marrom) alterada a clorita (verde) 
ao longo dos planos de clivagem. Outras 
palhetas de micas não-alteradas (castanho) 
estão ao seu redor. 
 
A ND, Biotita dobrada (ao longo 
da fio horizontal), com clivagens 
curvas e, portanto, com extinção 
ondulante a NC. 
 
 29 
 
CALCEDÔNIA (variedade de quartzo) 
SiO2 Tectosilicato Trigonal 
Cor / pleocroísmo: incolor, às vezes marrom pálido. 
Relevo: baixo positivo ou baixo negativo 
Clivagem: não possui 
ND 
Hábito: Forma criptocristalina da sílica, com estrutura fibrosa: fibras alongadas, 
paralelas, formando bandas ou agregados arredondados a esféricos. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência baixa, entre 0,005 a 0,009, com cores de interferência em 
tons de cinza. 
Extinção: paralela, agregados de fibras de calcedônia dispostas em esfera 
mostram extinção como cruz uniaxial a NC (veja imagem abaixo). 
Sinal de Elongação: de difícil determinação, pode ser SE(+) ou SE(-) 
Maclas: não 
NC 
Zonação: não 
LC Caráter: U(+), difícil de verificar. Ângulo 2V: não 
Alteração: não altera 
Pode ser confundido com: seu hábito é muito característico. A crocidolita, a forma fibrosa (asbesto) da 
riebeckita (anfibólio sódico) é pleocróica em tons azuis, verdes e amarelos. 
Associações: tipicamente um mineral secundário que ocorre em fraturas e cavidades de rochas ígneas, 
associado a quartzo, opala e zeolitas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
 
CALCITA 
CaCO3 Carbonato Trigonal 
Cor / pleocroísmo: incolor, não possui cor nem pleocroísmo. 
Relevo: de baixo negativo (ne) até moderado e alto (nw), varia ao giro da platina 
como se fosse um falso “pleocroísmo de relevo”, típico dos carbonatos. 
Clivagem: romboédrica {10-11} perfeita em 3 direções, com ângulo de 60º e 120º 
ND 
Hábito: normalmente anédrica em lâmina delgada. Macroscopicamente pode 
apresentar uma infinidade de hábitos e formas. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência extrema, de 0,172: cores muito elevadas, de 4ª ordem. 
São cores cremes, castanhas, com pontos e bandas coloridas. 
Extinção: simétrica em relação às duas clivagens. Na posição de extinção 
observa-se poeira birrefringente de calcita gerada pelo polimento. 
Sinal de Elongação: difícil de reconhecer devido à sua alta birrefringência. 
Maclas: Segundo {01-12}. Muito comuns em cristais grandes. 
NC 
Zonação: não apresenta zonação. 
LC Caráter: U(-), mas pode ser biaxial anômalo. Ângulo 2V: não, pode ser anômalo de 0 – 15º. 
Alteração: sem informações. 
Pode ser confundido com: dolomita, siderita, magnesita, aragonita e sericita. Dos outros carbonatos a 
calcita pode ser distinguida pela sua facilidade em apresentar maclas, por ser incolor e por não conter 
abundantes inclusões. 
Associações: calcita é o carbonato mais comum, pode ocorrer em praticamente todos os tipos de rochas 
como mineral primário ou secundário. Em calcários, mármores e carbonatitos é o constituinte principal. É 
muito comum como acessório e pode preencher veios que atravessas as rochas. A lista de possibilidades é 
muito grande; calcita sempre pode estar presente pela sua facilidade em dissolver e reprecipitar. Calcita 
espática apresenta clivagem e maclas, calcita microcristalina (micrita) não apresenta clivagem e maclas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Calcita microcristalina a Nicóis Cruzados, 
cimentando um arenito: cores castanhas a 
marrons com pontos coloridos. Não se observa 
nem clivagem nem maclas. 
Calcita a Nicóis Descruzados, mostrando a 
excelente clivagem romboédrica. 
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Clivagem romboédrica em calcita. 
Maclas em calcita a NC. 
 
 
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CANCRINITA 
A série cancrinita-vishnevita é uma solução sólida. 
(Na,Ca,K)6-8(AlSiO4)(CO3,SO4,Cl)1-2.n1-5H2O Tectosilicato, Grupo dos Feldspatóides Hexagonal 
Cor / pleocroísmo: incolor, nunca apresenta cor nem pleocroísmo. 
Relevo: muito baixo, negativo. 
Clivagem: [10-10] perfeita. 
ND 
Hábito: tipicamente granular, formando grãos anédricos na matriz intersticial da 
rocha. Também maciço, colunar curto até acicular. Em veios tende a fibroso. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,002 a 0,025: cores de até 2ª ordem, variando de 
cores amarelo-pálidas de 1ª ordem até cores médias da 2ª ordem. 
Extinção: paralela. 
Sinal de Elongação: SE(-) pela clivagem. 
Maclas: não apresenta. 
NC 
Zonação: não apresenta. 
LC Caráter: U(-), pode ser biaxial anômalo com ângulo 2V pequeno. Ângulo 2V: não 
Alteração: para calcita e zeolitas. 
Pode ser confundido com: diagnósticos são a baixa birrefringência, o relevo negativo e a clivagem. 
Nefelina possui birrefringência normalmente mais baixa. Vishnevita diferencia-se da cancrinita pela 
birrefringência mais baixa ainda, é quase isótropa. 
Associações: a cancrinita é um feldspatóide raro que ocorre em rochas magmáticas alcalinas, incluindo 
pegmatitos em nefelina sienitos. Também como produto de alteração de nefelina. Com pressõesparciais 
elevadas de CO2 a cancrinita pode formar pseudomorfos sobre nefelina em rochas alcalinas como nefelina-
sienitos. Associa-se a nefelina, minerais do Grupo da Sodalita, sanidina, aegirina-augita, melanita e calcita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 NC: no centro da imagem, cristal de nefelina parcialmente alterado a cancrinita (colorida) e 
sodalita (isótropa). Nos ortoclásios vizinhos observam-se pertitas e maclas de contato simples. À 
direita em cima um cristal de nefelina está em posição de extinção, mostrando a típica textura de 
”céu estrelado”. 
 33 
 
 CIANITA (ou distênio. Inglês: kyanite; alemão: Disthen) 
Al2SiO5 Nesosilicato (polimorfos Al2SiO5: sillimanita, cianita e andalusita) Triclínica 
Cor / pleocroísmo: normalmente incolor. Às vezes azul pálido. Pode apresentar pleocroísmo 
fraco: X = incolor, Y = azul violeta pálido, Z = azul cobalto pálido. 
Relevo: alto 
Clivagem: {100} perfeita e {010} distinta 
ND 
Hábito: cristais colunares a alongados, tabulares paralelamente a {100}. O hábito 
tabular, com uma direção de clivagem paralela ao alongamento, é uma 
feição muito diagnóstica. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,012 a 0,016 (baixa a média),resultando em cores de 
interferência de 1ª ordem: cinza até amarelo fraco. 
Extinção: oblíqua de 0 a 32º em cristais tabulares. 
Sinal de Elongação: SE(+) 
Maclas: simples e lamelares, muito freqüentes. 
NC 
Zonação: não apresenta. 
LC Caráter: B(-) Ângulo 2V: 78 - 82º 
Alteração: a mica 
Pode ser confundido com: piroxênio, mas sua clivagem basal forma um ângulo de 85º e suas cores de 
interferência são mais baixas que aquelas da maioria dos piroxênios. Seus polimorfos, andalusita e 
sillimanita, são muito parecidos, mas possuem ângulos de extinção menores. Clinozoisita possui 
birrefringência tipicamente menor, frequentemente mostra cores de interferência anômalas, não forma 
cristais tabulares com uma clivagem paralela ao alongamento e possui um ângulo 2V menor. 
Associações: a cianita é um mineral metamórfico comum, de média a alta pressão, que ocorre em 
metasedimentos de composição pelítica como xistos e gnaisses. Raramente ocorre em pegmatitos 
graníticos, eclogitos e kimberlitos. Não ocorre em rochas ígneas. Se associa a estaurolita, sillimanita, 
andalusita, rutilo, cloritóide e granada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cianita com a clivagem basal característica, relevo 
alto e com uma inclusão de rutilo. Ao seu redor, 
biotitas marrons com zircões incolores com um 
halo preto ao seu redor. ND. 
No centro da imagem, cristais de cianita com a 
clivagem característica e as cores baixas de 
interferência típicas. Ao seu redor, com cores verdes e 
laranjas, mica biotita. NC. 
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Três grãos de cianita com as características 
cores baixas de interferência. Ao seu redor, 
grãos de quartzo em cores cinzentas e algumas 
micas com cores intensas. ND. 
 
 
Duas cianitas a NC: um cristal é tabular, 
possui uma clivagem boa em uma direção. O 
outro, à sua direita em baixo, é anédrico, 
possui o relevo alto típico, cor de 
interferência cinza e não apresenta clivagem. 
O resto dos grãos é formado por quartzo e 
alguma mica muscovita (cores intensas). 
 
 35 
 
CLINOZOISITA 
Ca2Al3O(SiO4)(Si2O7)(OH) Sorosilicato, Grupo do Epidoto (dimorfo com a zoisita) Monoclínico 
Cor / pleocroísmo: incolor, raramente cinza a verde pálido, não é pleocróico. 
Relevo: médio a alto positivo 
Clivagem: {001} perfeita, perpendicular ao alongamento dos cristais, mas pode ser 
difícil de observar devido ao pequeno tamanho dos grãos. 
ND 
Hábito: grãos arredondados, colunares com seções pseudohexagonais ou 
aciculares, formando agregados radiais. Cristais alongados segundo b 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,004 a 0,015: cores intensas e variadas, amarelo, 
verde, vermelho, azul, pode apresentar cores de interferência anômalas 
azuis ou amarelo-verdes. 
Extinção: entre 0o e 25º em relação à clivagem, mas pode atingir 60º . 
Sinal de Elongação: SE(+) ou SE(-) 
Maclas: lamelares, raras. 
NC 
Zonação: frequentemente zonado 
LC Caráter: B(+) Ângulo 2V: 14 – 90º (?), muitas vezes > 65º 
Alteração: não altera. 
Pode ser confundido com: Epidoto é muito semelhante, mas é B(-), birrefringência é maior e é verde. 
Associações: A clinozoisita está presente em zonas de subducção e em contatos entre rochas ricas em Ca 
e rochas ricas em Al. Se houver Fe, forma-se epidoto. Clinozoisita e epidoto são minerais acessórios 
comuns em rochas metamórficas de contato e de metamorfismo regional: quartzitos, ardósias, clorita-xistos, 
mica-xistos, gnaisses, anfibólios, mármores, escarnitos, cornubianitos, filitos e rochas calcosilicatadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Clinozoisita com relevo alto com quartzo e plagioclásio de relevos baixos. A Nicóis Cruzados, a 
clinozoisita apresenta as típicas cores fortes e alguns grãos apresentam as cores de interferência 
anômalas azuis. Os grãos, individualmente com faixas e manchas de cores variadas, são típicas de 
epidoto/clinozoisita. O grão vermelho, de birrefringência mais alta, pode ser epidoto. Tanto epidoto 
como clinozoisita podem estar presentes. 
 36 
 
CLORITA 
(Grupo da Clorita: 12 membros; os mais comuns são clinocloro (Mg) e chamosita (Fe) 
(Mg,Al, Fe)3(Si,Al)4O10(OH)2.(Mg,Al,Fe)3(OH)6 Filosilicato Monoclínica, pseudohexagonal, alguns 
membros do Grupo são triclínicos. 
Cor / pleocroísmo: incolor ou com pleocroísmo fraco a moderado em vários tons de verde. 
Clorita-Cr: violeta rosada, azul 
Relevo: baixo a médio 
Clivagem: {001} perfeita, controla a orientação dos fragmentos, frequentemente não 
está visível porque os cristais são pequenos demais. 
ND 
Hábito: Cristais tabulares pseudohexagonais, normalmente micácea ou foliada, 
formando agregados radiados. Também fibrosa, granular, terrosa ou maciça. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0 a 0,02, muito baixa: as cores raramente passam 
de branco ou amarelo de primeira ordem. Cores de interferência 
anômalas podem ser azul profundo (“Berlim blue”) ou marrons. 
Extinção: oblíqua, ângulo de 0 – 9º pela clivagem. Não é mosqueada! 
Sinal de Elongação: SE(+) ou SE(-) 
Maclas: segundo {001}, comuns, mas normalmente difíceis de reconhecer. 
NC 
Zonação: frequentemente zonada, pode exibir halos pleocróicos. 
LC Caráter: B(+) ou B(-), depende da composição e do mineral, 
pode simular ser uniaxial. 
Ângulo 2V: B(+): 0o-60º, 
 B(-): 0o-40º 
Alteração: bastante resistente à alteração, pode oxidar ou alterar para argilominerais. 
Pode ser confundido com: a cor verde e o pleocroísmo são bem diagnósticos. É similar a micas, mas não 
tem extinção mosqueada. Clintonita e cloritóide possuem birrefringência mais alta. Clorita a NC 
frequentemente possui cores de interferência anômalas como “Berlim blue” e cores cinzas a marrons. 
Clinocloro possui SE(-) e chamosita possui SE(+). 
Associações: clorita é muito comum: em rochas metamórficas é característica da fácies xistos-verdes de 
rochas formadas em metamorfismo de contato e regional, como clorita-xistos; em rochas ígneas ocorre 
devido à alteração de minerais máficos (escuros) como anfibólios, piroxênios,biotita, estaurolita, cordierita, 
granada e cloritóide. É encontrada em cavidades e fraturas de rochas vulcânicas alteradas, em depósitos de 
veios hidrotermais e em solos. Forma-se por alteração hidrotermal de qualquer tipo de rocha, através da 
recristalização de argilominerais ou da alteração de minerais máficos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Acima: Clorita (ND: verde) em clorita-xisto. 
Ao lado: cores de interferência anômalas 
“Berlim blue” em clorita de alteração de 
anfibólio (com calcita e epidoto). 
 
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Clorita-Mg (ND: quase incolor, NC: cores de interferência muito baixas) em forsterita-mármore, 
com espinélio (ND: verde, NC: isótropo). Calcita: clivagem, maclas. 
 Esquerda: clorita a ND, exibindo as cores verdes pálidas típicas. 
Direita: clorita a NC, exibindo cores de interferência anômalas, marrons. 
 
 Esquerda: clorita a ND, exibindo as cores verdes pálidas típicas. 
Direita: clorita a NC, exibindo cores de interferência anômalas, marrons. 
 
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CLORITÓIDE 
Variedade rica em Mg é sismondina; variedade rica em Mn é ottrelita. 
(Fe2+,Mg,Mn)2(Al,Fe3+)Al3O2(SiO4)2(OH)4 Nesosilicato Monoclínico 
Cor / pleocroísmo: pleocroísmo frequentemente moderado a forte, às vezes ausente, entre X = 
incolor, cinza, verde escuro, Y = azul-cinza, índigo, azul-verde e Z = incolor 
a amarelo-esverdeado a marrom esverdeado. 
Relevo: alto 
Clivagem: {001} perfeita e {110} boa, normalmente não visíveis em lâmina delgada. 
ND 
Hábito: tabular, agregados foliados, zonação em ampulheta são muito diagnósticas, 
muitas inclusões (quartzo) são típicas. Euédrico, porfiroblástico, lamelar, 
radial, hábitos semelhantes às micas. Raramente cristais 
pseudohexagonais. Lembra muito a clorita, mas o relevo é muito mais alto. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,005 a 0,022, cores de interferência de 1ª ordem até 
no máximo amarelo palha. Cores de interferência anômalas de 1ª ordem 
são comuns. Zonação de cores é comum. 
Extinção: tende a oblíqua com ângulo de 2 a 30º 
Sinal de Elongação: SE(-) 
Maclas: simples ou lamelares ou polissintéticas paralelas à clivagem, comuns 
segundo {001}. Maclas podem produzir simetria pseudohexagonal. 
NC 
Zonação: frequentemente zonado com cores mais escuras no núcleo e cores mais 
claras nas bordas. 
LC Caráter: B(+) ou B(-), normalmente B(+) Ângulo 2V: 36-70º, com alguns valores discrepantes. 
Alteração: a clorita, sericita e óxidos e hidróxidos de ferro. Sob metamorfismo regional progressivo é 
substituído por estaurolita, almandina (granada) e hercynita (espinélio). Pode apresentar cloritização 
retrógrada e/ou alteração para limonita e/ou caulinita. 
Pode ser confundido com: Biotita verde e stilpnomelano possuem birrefringência mais alta, uma clivagem 
boa apenas e extinção paralela. Clorita possui relevo mais baixo, birrefringência mais baixa e extinção 
quase paralela. Às vezes cloritóide possui um padrão de zonação em ampulheta. 
Associações: cloritóide é quimicamente muito semelhante à estaurolita, ao microscópio é similar a uma 
clorita mas não é uma mica. Ocorre exclusivamente em rochas metamórficas pelíticas de metamorfismo 
regional de grau baixo a médio, como filitos e xistos, da fácies xistos verdes. Também em glaucofano xistos. 
Associa-se a quartzo, albita, clorita, biotita, almandina (granada), rutilo e glaucofano. Nunca ocorre junto a 
stilpnomelano. Pode ocorrer com estaurolita, cianita e almandina (granada). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 40 
 
CORDIERITA 
(Mg,Fe)2Al4Si5O18 Ciclosilicato Ortorrômbico bipiramidal, pseudo-hexagonal. 
Cor / pleocroísmo: incolor se a lâmina está na espessura padrão. Em lâminas espessas é 
pleocróica entre amarelado e azul pálido ou púrpuro pálido, em rochas 
vulcânicas às vezes pleocroísmo entre azul pálido e púrpuro pálido. 
Relevo: baixo negativo a baixo positivo. 
Clivagem: {100} má, que não é visível ao microscópio. Frequentemente apresenta 
fraturas muito irregulares. 
ND 
Hábito: cristais anédricos, prismas curtos pseudo-hexagonais alongados segundo z. Muito 
raramente ocorre como cristais euédricos em rochas vulcânicas ou como porfiroblastos 
em cornubianitos. Em rochas metamórficas forma grãos anédricos de contornos muito 
irregulares; texturas poiquiloblásticas com intercrescimentos com quartzo, biotita e/ou 
grafita são típicas. Em rochas vulcânicas, inclusões de quartzo são comuns; em 
paragnaisses ocorrem inclusões fibrolíticos de sillimanita. Pode ser “poeirento”, pinitizado 
(veja abaixo), com halos pleocróicos amarelos ao redor de inclusões de zircão e apatita. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência entre 0,008 e 0,018: cores de 1ª ordem e 1ª ordem 
superior, de cinza a amarelo-palha. 
Extinção: tende a ser paralela 
Sinal de Elongação: SE(-) pela clivagem, normalmente não pode ser determinada. 
Maclas: em {110} e {310}, polissintéticas, comuns. “Trillings” polissintéticos e pseudo-hexagonais 
são comuns, facilmente reconhecíveis sob NC. Dos 6 setores da macla, 2 tendem a estar 
extintos ou com as mesmas cores de interferência, pois pertencem ao mesmo cristal. 
Trillings de interpenetração são comuns em xistos cornubianitos. 
NC 
Zonação: não 
LC Caráter: B(+) ou B(-) Ângulo 2V: 35 – 106º 
Alteração: alterando, é substituído progressivamente, a partir dos limites e ao longo das fraturas, por um 
denso agregado de sericita e/ou clorita e biotita. Pseudomorfos de cordierita compostos por sericita 
(muscovita) e outros filosilicatos (e.g., clorita) são denominados de “pinita”, o processo é denominado de 
pinitização. Esta transformação consome água e é um indicador de interações hidrotermais. 
Pode ser confundido com: quartzo é muito parecido, mas quartzo nunca está alterado e é U(+). 
Plagioclásio tende a estar zonado, tem uma clivagem melhor e está alterado para sericita e saussurita. 
Associações: Em pequenas quantidades ocorre em rochas magmáticas como granitos, gabros, riolitos e 
andesitos. Cordierita é um mineral-índice para a origem anatética da rocha, ou da contaminação por rochas 
encaixantes ricas em Al (como sedimentos ricos em argilominerais). Cordierita é muito comum em rochas 
de metamorfismo de contato. Na auréola de contato exterior, os profiroblastos de cordierita formam xistos; 
formam-se também cornubianitos a cordierita. Cordierita ocorre também em metapelitos que sofreram 
metamorfismo regional de alto grau, como gnaisses a cordierita. Também é comum em granulitos e 
charnoquitos, também em metatectitos pegmatíticos. Paragêneses: rochas magmáticas e metatectitos: 
como quartzo, feldspato-K, plagioclásio, andalusita, sillimanita, biotita, granada e hiperstênio. Em xistos: 
como blastos neoformados em uma matriz de quartzo, biotita, sericita, clorita e grafita. Em cornubianitos: 
com biotita, muscovita, quartzo, plagioclásio, andalusita, hiperstênio e granada. Em rochas subsaturadas de 
sílica: com coríndon e espinélio. Em rochas de metamorfismo de contato: com sillimanita (que forma 
inclusões fibrosas conhecidas por fibrolita), granada, biotita, ilmenita e hercynita. 
 
 41NC: Cordierita com textura granoblástica-poligonal em rochas da fácies granulito. 
 
 
ND e NC: Cordierita poiquiloblástica em xisto nodular de baixa pressão (Tipo Buchan) 
 
ND e NC: cordierita com inclusões de sillimanita em gnaisse metapelítico da fácies granulito. 
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ND e NC: cordierita em cornubianito aluminoso. 
 
NC: cordierita com maclas complexas 
em setores, em cornubianito nodular. 
 
NC: cordierita (cinza) alterando a 
pinnita ao longo de fraturas. Cristais 
aciculares de sillimanita (cores 
intensas) também estão presentes. 
 43 
 
CORÍNDON – com rubi (vermelho) e safira (azul) 
Al2O3 Óxido Trigonal 
Cor / pleocroísmo: normalmente incolor. Às vezes com cores em faixas, bandas ou zonas em 
vermelho pálido, verde pálido, amarelo pálido, azul pálido. Não apresenta 
pleocroísmo ou apresenta pleocroísmo fraco: X = vermelho púrpura, violeta 
ou azul, Y = amarelo. verde-cinza, azul pálido. 
Relevo: alto 
Clivagem: não possui. Há duas partições, {0001} e {10-11}, que se intersectam em um 
ângulo de 94º . 
ND 
Hábito: prismático, tabular, seções com 6 lados, pode apresentar cristais euédricos 
tabulares. Colunar, forma de barril, cristais granulares maciços (emery). 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência baixa, de 0,008: cores de interferência de 1ª ordem, 
cinzentas, no máximo amarelo pálidas. 
Extinção: tende a ser paralela 
Sinal de Elongação: SE(-) nos cristais prismáticos, raramente SE(+) nos cristais tabulares. 
Maclas: simples e lamelares, muito freqüentes. 
NC 
Zonação: frequentemente zonado ou com cores em faixas ou bandas. 
LC Caráter: U(-), pode ser B(-) anômalo Ângulo 2V: não, anômalo de 5-7º (até > 30º) 
Alteração: não altera, é um mineral detrital. 
Pode ser confundido com: típicos são o alto relevo e as baixas cores de interferência. Crisoberilo é B(+), 
vesuvianita possui cores de interferência anômalas, apatita possui relevo menor e tende a ser euédrica, 
turmalina possui cores de interferência mais elevadas e é fortemente pleocróica. 
Associações: coríndon ocorre em rochas ígneas alcalinas pobres em sílica como sienitos, associado a 
escapolita e nefelina. Muito raramente nos pegmatitos associados. Também ocorre em algumas rochas 
metamórficas ricas em alumínio, de grau alto, e em alguns cornubianitos, bem como em depósitos de 
bauxita metamorfizados. Nas rochas metamórficas o coríndon normalmente se associa a cianita ou 
sillimanita. Em xenólitos de alto Al em noritos e tholeitos. Como é muito duro e praticamente inalterável, é 
encontrado como minera detrital em rochas sedimentares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Coríndon, com bordas de reação de espinélio (verde), safira (azul) e cornerupina (cinza pálido a azul) 
em um gnaisse aluminoso a flogopita. 
 
 45 
 
CRISTOBALITA 
polimorfo de quartzo, com tridimita, coesita e stishovita. 
SiO2 Tectosilicato Tetragonal-trapezoédrico, pseudo-cúbico 
Cristobalita é um polimorfo de sílica de alta temperatura e baixa pressão que é metaestável a temperatura 
ambiente: há uma transição paramorfa de cristobalita de alta temperatura (cúbica) para uma cristobalita de 
baixa temperatura (tetragonal). É rara e facilmente passa despercebida. 
Cor / pleocroísmo: incolor 
Relevo: muito baixo. 
Clivagem: não, mas pode ter abundantes fraturas. 
ND 
Hábito: Cristais euédricos como cubos e pseudo-octaedros até 4 mm. Comumente dendrítico a 
esqueletal, também ocorre tabular ou como esferulitos fibrosos com diâmetros de vários 
centímetros. Pode ser maciça ou microcristalina (“opala”) Pode estar intercrescida com 
tridimita. O hábito da cristobalita em lussatita (= opala CT) e lussatina (= cristobalita) 
lembra o hábito da calcedônia. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
é um mineral pseudo-isótropo. A birrefringência máxima é de 0,003: 
corresponde a cores de 1ª ordem de preto até cinza muito escuro. 
Extinção: tende a ser paralela. 
Sinal de Elongação: lussatita = SE(+), lussatina = SE(-) 
Maclas: são comuns maclas lamelares segundo {111}. São maclas de 
interpenetração, polissintéticas e repetidas. 
NC 
Zonação: não 
LC Caráter: U(-), pode ser biaxial anômalo, com 2V de 25º Ângulo 2V: não 
Alteração: não altera, é um aspecto diagnóstico importante para diferenciar de plagioclásios (albita). 
Pode ser confundido com: diferencia-se do quartzo pelo hábito, caráter U(-) e birrefringência mais baixa. 
Tridimita é B(+) e frequentemente apresenta maclas cíclicas, enquanto a cristobalita apresenta normalmente 
maclas lamelares. Calcedônia possui cores de interferência mais altas. Chabazita (uma zeolita) mostra sub-
grãos anômalos, possui uma clivagem melhor desenvolvida e ocorre em paragêneses diferentes. 
Associações: Ocorre principalmente em rochas magmáticas ácidas e intermediárias que sofreram um 
processo muito rápido de esfriamento; pode ocupar cavidades ou fraturas. É um constituinte comum de 
certos tipos de opala (opala-C e opala-CT) em sedimentos marinhos ricos em sílica biogênica. Pode ser 
precipitada por fontes quentes. Forma-se em arenitos que sofreram metamorfismo de contato; pode se 
gerar durante a diagênese ou por recristalização de rochas sedimentares silicosas. Também ocorre em 
meteoritos. Associa-se a vidro vulcânico, tridimita, quartzo, sanidina, anortoclásio, fayalita (olivina), 
magnetita, caulinita, alunita e “opala”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Púmice e shards 
substituídos por 
cristais de 
clinoptilolito e 
cristobalita de 
baixa temperatura, 
através de 
diagênese. 
 
Cristobalita de alta temperatura em vidro vulcânico: 
são esferas que se formaram por devitrificação da 
obsidiana (vidro vulcânico) 
Cristobalita em obsidiana (vidro vulcânico). 
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CUMMINGTONITA 
A cummingtonita forma uma solução sólida com a grunerita - (Fe,Mg)7Si8O22(OH)2 - monoclínica 
(Mg,Fe)7Si8O22(OH)2 Inosilicato, Grupo dos Anfibólios Monoclínico 
Cor / pleocroísmo: incolor até verde pálido ou marrom pálido, com pleocroísmo fraco se com 
cores mais intensas devido a teores de Fe mais elevados. Grunerita possui 
pleocroísmo entre incolor e marrom claro, mais intenso. 
Relevo: moderado positivo a alto 
Clivagem: {110} perfeita. Nas seções basais as duas clivagens se intersectam em 
ângulos de 56º e 124º , típico dos anfibólios. 
ND 
Hábito: lamelar, tabular, colunar, fibroso e agregados granulares. Seção basal 
losangular. Normalmente forma agregados paralelos a subradiados de 
cristais prismáticos. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,016 a 0,045: cores de 2ª e 3ª ordem intensas, em 
amarelo, azul, laranja e vermelho. 
Extinção: oblíqua, máxima nas seções longitudinais, varia de 15 a 21º 
Grunerita possui ângulos de extinção menores. 
Sinal de Elongação: SE(+) 
Maclas: muito comuns, simples ou múltiplas, paralelas a {100}, normalmente 
como maclas polissintéticas finas. 
NC 
Zonação: sem informações 
LC Caráter: B(+). Grunerita:B(-) Ângulo 2V: 68 – 97º , varia sistematicamente com o teor em Mg. 
Alteração: a talco, serpentina, hornblenda. 
Pode ser confundido com: gedrita e antofilita possuem extinção paralela e comumente estão macladas. 
Grunerita possui cores mais escuras e é B(-). Cummingtonita frequentemente possui maclas lamelares. 
Associações: cummingtonita é encontrada normalmente em rochas metamórficas máficas e ultramáficas 
de grau médio como anfibolitos, gnaisses e granulitos. Cummingtonita é um mineral tardio em algumas 
rochas vulcânicas intermediárias, como gabros e noritos. Raramente ocorre em rochas vulcânicas silícicas. 
associa-se a tremolita, gedrita, granada, magnetita, clorita, plagioclásio, hornblenda, actinolita, quartzo e 
biotita. A grunerita ocorre em rochas metamórficas derivadas de sedimentos ricos em ferro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIOPSÍDIO 
Ca(Mg,Fe)(SiO3)2 Inosilicato, Grupo dos Piroxênios Monoclínico 
O diopsídio é um clinopiroxênio e integra a série de solução sólida diopsídio – augita – hedenbergita. 
Cor / pleocroísmo: Incolor ou verde pálido com pleocroismo em tons verdes muito claros. Pode 
ser cinzento ou marrom. 
Relevo: médio a alto. 
Clivagem: paralela a (100) e, nas seções basais, em 2 direções: 87º e 93º 
ND 
Hábito: tipicamente cristais subédricos granulares ou de hábito prismático curto. 
Raramente acicular ou colunar. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência alta, de 2ª ordem superior, variando de 0,029 a 0,031: 
cores amarelas, azuis, vermelhas. 
Extinção: oblíqua, com ângulo (diagnóstico!) entre 37º e 44º (ou 38º - 48º) 
Sinal de Elongação: SE (+), raio lento // à direção c cristalográfica. 
Maclas: maclas simples, lamelares. 
NC 
Zonação: às vezes é zonado 
LC Caráter: B(+) Ângulo 2V: 58 – 60º (56º – 63º) 
Alteração: a augita (uralita), serpentina, clorita, biotita, carbonatos. 
Pode ser confundido com: Aegirina-augita é muito parecida, mas os jazimentos não são os mesmos. 
Augita possui ângulo de extinção um pouco maior e usualmente é mais escura. Pigeonita possui um 
pequeno ângulo 2V. Hedenbergita tem índice de refração mais elevado. Tremolita possui ângulo de 
extinção menor. Orotopiroxênios possuem birrefringência menor e extinção paralela. Na variedade 
omphacita o ângulo 2V é de 58º - 83º . 
Associações: rochas ígneas máficas a ultramáficas e seus equivalentes metamórficos. Comum em 
mármores e algumas margas. Tipicamente associado com granada, wollastonita, vesuvianita e outros 
silicatos. Também em eclogitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOLOMITA 
Ca,Mg(CO3)2 Carbonato Trigonal 
Cor / pleocroísmo: incolor. Pode estar um pouco cinza ou com tons marrons (teores de Fe). 
Tons pastéis vagos ou iridescentes possíveis. 
Relevo: baixo negativo a moderado alto, varia ao giro da platina fazendo surgir um 
efeito que lembra pleocroísmo, mas é um falso “pleocroísmo de relevo”, 
muito típico dos carbonatos. 
Clivagem: romboédrica {10-11} perfeita, são duas clivagens que se intersectam em 
losangos. Lados adjacentes do romboedro intersectam-se a 73º. 
ND 
Hábito: granular, romboédrico, raramente colunar. Em rochas carbonáticas euédrica, 
em contraste com a calcita coexistente; grãos detríticos em mármores 
anédricos a subédricos. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,179 a 0,183: cores de até 4ª ordem intensas, difíceis 
de classificar e reconhecer. São cores cremes de ordens elevadas, 
podem se assemelhar a branco perláceo. 
Extinção: simétrica em relação às duas clivagens. 
Sinal de Elongação: sem informações 
Maclas: lamelares, segundo (02-21). Dependendo da orientação do grão, 
surgem um ou dois sets de maclas. Lamelas de macla são paralelas à 
diagonal mais curta do romboedro. Maclas mais raras que na calcita. 
NC 
Zonação: não 
LC Caráter: U(-) Ângulo 2V: não 
Alteração: muito robusta, não é facilmente atacada pelo intemperismo. 
Pode ser confundido com: calcita tem maclas mais freqüentes, relevo mais baixo, forma romboedros com 
menos frequencia e não tem a coloração freqüente da dolomita. Com o produto “alizarin red” a calcita torna-
se rosa e pode ser distinguida da dolomita. Teste com HCl diluído a frio: calcita efervesce, dolomita não. 
Aragonita, um polimorfo ortorrômbico de calcita, não mostra a clivagem romboédrica. 
Associações: a dolomita é o carbonato mais comum depois da calcita. Forma uma solução sólida com a 
ankerita (Fe). A dolomita é comum em muitas rochas sedimentares carbonáticas, em sedimentos clásticos e 
em carbonatos metamórficos. Ocorre como porfiroblastos em talco-xistos e clorita-xistos. Forma os 
dolomitos, formando massas cristalinas. Também ocorre em evaporitos como mineral primário. Em rochas 
ígneas, dolomita ocorre como um produto de alteração hidrotermal de rochas básicas e ultrabásicas; em 
muitos carbonatitos é um componente. As paragêneses não são típicas nem diagnósticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dolomita em um 
xisto de alta 
pressão, a ND e a 
NC. 
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Esquerda: ND: Relevo alto, à esquerda em baixo: um grão de olivina. Relevo baixo, grãos 
arredondados: serpentina. Relevo médio, a massa da rocha: calcita e dolomita. Calcita é límpida, 
dolomita é cinzenta, “stained” (seta). Tem uma bolha na lâmina. 
Direita: NC: porfiroblasto de olivina com cores azuis, porfiroblastos de serpentina com cores 
brancas a cinza, dolomita e calcita com as típicas cores creme de 3ª e 4ª ordem. Calcita com 
maclas (barras coloridas paralelas). 
 
 
 
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ENSTATITA 
Nomes desacreditados da Série Enstatita – Ferrosilita: Hipersteno e Bronzita. 
MgSiO3 Inosilicato, Grupo dos Piroxênios Ortorrômbico 
Cor / pleocroísmo: incolor quando apenas com Mg. Se com ferro, pode ser rosa pálido ou verde 
pálido. Nesta caso, pleocróico entre X = rosa, Y = amarelado marrom, Z = 
verde. São comuns lâminas de exsolução de clinopiroxênio segundo (100). 
Relevo: moderado a alto. 
Clivagem: duas clivagens prismáticas perfeitas {110} a 88º e 92º uma da outra. 
Também partições em {100} e {010}. 
ND 
Hábito: prismático curto, seção basal quadrada ou octogonal, granular anédrico ou 
euédrico. Bordas quelifíticas (bordas de reação do grão com a rocha 
envolvente) podem ocorrer. Podem ocorrer inclusões de Schiller. 
Birrefringência e 
cores de interferência: 
birrefringência de 0,009 a 0,11, cores de 1ª ordem: cinza em vários tons, 
no máximo um amarelo pálido. 
Extinção: Paralela. 
Sinal de Elongação: SE(+) 
Maclas: comum {100}, simples, lamelar. 
NC 
Zonação: pode apresentar zonação se ocorrer em rochas vulcânicas. 
LC Caráter: B(+) e B(-) Ângulo 2V: 58 – 86º 
Alteração: a serpentina, talco, clorita e anfibólios. 
Pode ser confundido com: diagnósticas são as duas clivagens a quase 90º nas seções basais, sua baixa 
birrefringência e seu relevo moderado. Dos clinopiroxênios se distingue pela extinção paralela. 
Associações: enstatita é um piroxênio normalmente encontrado em rochas ígneas ultrabásicas, como 
peridotitos, piroxenitos e kimberlitos. Também ocorre em serpentinitos metamorfisados, granulitos, gnaisses 
e meteoritos.

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