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UNIVERSIDADE WUTIVI 
Faculdade de Economia e Ciências Empresariais 
Curso de Licenciatura em Gestão de Empresas e Liderança 
Gestão Financeira I 
 
Aula Teórica 3 – Análise Económica e Financeira 
 
A Análise Económica e Financeira compreende um conjunto de ferramentas que visam o 
estudo da situação económica e financeira da empresa através da análise de documentos 
contabilísticos (o Balanço, a Demonstração dos Resultados, a Demonstração dos fluxos de 
caixa, a Demonstração das Alterações no Capital Próprio ) para apoiar a tomada de decisões 
na base da avaliação do desempenho passado das empresas e avaliação das suas perspectivas 
futuras. 
Pelo que, a análise de documentos contabilísticos constitui uma das habilidades importantes de 
um gestor financeiro que o estudante deve assimilar. 
Objectivos de aprendizagem 
No fim da Unidade 3, o estudante deve ser capaz de: 
1. Reconhecer as diferenças entre documentos contabilísticos 
2. Fazer a análise comparativa e de estrutura dos relatos financeiros para detectar variações 
e tendências das contas 
3. Fazer a análise do Mapa de Origens e Aplicações de Fundos 
4. Fazer a análise de Fluxo de Caixa 
5. Fazer a análise de Custo-Volume-Lucro 
6. Fazer análise de rácios para revelar importantes relações e identificar áreas que carecem 
de mais investigação. 
 
Tópicos 
 Significado da análise financeira e tipos de relatos 
o Demonstração de resultados 
o Balanço 
o Demonstração das Alterações no Capital Próprio 
o Demonstração de fluxos de caixa 
 Métodos de análise económica e financeira 
o Análise comparativa ou horizontal 
o Análise vertical 
o Análise de tendências ou números índices 
o Análise do Mapa de Origens e Aplicações de Fundos 
o Análise da Demonstração de Fluxos de Caixa 
o Análise de Custo-Volume-Lucro 
o Análise Rácios 
 
0.1 Significado da análise financeira e tipos de relatos 
 
O termo análise financeira, também conhecido por análise e interpretação de relatos 
financeiros, refere-se ao processo de aferição dos pontos fortes e fracos da situação financeira 
de uma empresa estabelecendo relações estratégicas entre o balanço, demonstração de 
resultados, e outros dados operacionais. 
0.1.1 Tipos de documentos contabilísticos 
 
 Demonstração de resultados 
 Balanço 
 Demonstração das Alterações no Capital Próprio 
 Demonstração de fluxos de caixa 
 
0.1.1.1 Demonstração de resultados 
 
A demonstração de resultados é um sumário das receitas e despesas de uma actividade 
comercial referentes a um certo período de tempo, normalmente, um mês, trimestre, ou um 
ano. Reflecte decisões tomadas por gestores nas suas actividades operacionais e financeiras. 
As decisões operacionais incidem sobre a produção e marketing, por exemplo, 
vendas/proveitos, custo de mercadorias vendidas, despesas administrativas e gerais 
(publicidade, custo com pessoal). 
 
Estas resultam nos resultados antes de juros e impostos (RAJI ou e56arnings before interest 
and taxes- EBIT). 
 
Os resultados das decisões financeiras constam do resto do mapa de demonstração de 
resultados. Os resultados que sobram depois de deduzidos os encargos financeiros e impostos 
do RAJI, ficam disponíveis para os accionistas. Os resultados líquidos nem sempres são iguais 
aos fluxos de caixa das operações e financeiras. 
0.1.1.2 Balanço 
 
Balanço é o sumário de activos, passivos, e capitais próprios de uma empresa numa 
determinada data, geralmente, no final do primeiro ano fiscal. 
0.1.1.3 Demonstração das Alterações no Capital Próprio1 
 
Este mapa é a componente mais recente do conjunto das demonstrações financeiras, prende-se 
com a introdução do conceito de resultado extensivo no tratamento contabilístico das alterações 
de valor. 
 
Na prática este conceito corresponde aos incrementos (positivos ou negativos) do capital 
próprio da entidade ao considerar-se que o resultado de um exercício é a diferença entre o 
capital próprio do exercício anterior e o capital próprio deste exercício, excluindo as 
contribuições ou distribuições com os detentores do capital. 
 
Desta forma estamos a afirmar que o resultado de um exercício não resulta apenas do resultado 
encontrado na demonstração dos resultados mas da alteração de todas as componentes do 
capital próprio, estendendo-se a noção de resultado às alterações de valor de várias rubricas do 
balanço, designadamente as resultantes das mensurações subsequentes dos elementos do 
Activo e do Passivo. 
0.1.1.4 Demonstração de fluxos de caixa 
 
 
1http://www.otoc.pt/fotos/editor2/Sebenta_DIS3109.pdf 
A demonstração de fluxos de caixa mostra como as operações afectaram a tesouraria da 
empresa e ajuda a responder as seguintes questões 
 Será que a empresa está a gerar liquidez suficiente para aquisição de activos 
adicionais para o seu crescimento? 
 Será que o crescimento é acelerado de modo a precisar investimentos externos de 
modo a suster as operações e financiar os novos activos fixos? 
 Será que a empresa possui excesso de liquidez que pode ser aplicado no desembolso 
da divida ou investimento em novos produtos? 
 
0.2 Métodos de análise económica e financeira 
 
A Análise económica e financeira emprega, inter-alia, os seguintes métodos: 
 Análise comparativa ou horizontal 
 Análise vertical 
 Análise de tendências ou números índices 
 Análise do Mapa de Origens e Aplicações de Fundos 
 Análise da Demonstração de Fluxos de Caixa 
 Análise de Custo-Volume-Lucro 
 Análise de Rácios 
A seguir, o estudante vai aprender aplicar cada um dos métodos na análise económica e 
financeira de uma empresa 
0.2.1 Análise comparativa ou horizontal 
 
A análise comparativa ou horizontal - consiste em comparar valores da mesma conta ou grupo 
de contas homogéneas referentes a exercícios diferentes. A importância da comparação das 
contas dos RFs de exercícios sucessivos é a revelação da direcção, velocidade e amplitude da 
tendência das mesmas. 
O método de comparação de relatos financeiros sucessivos emprega as seguintes técnicas de 
comparação: 
a) valores absolutos 
b) percentagens 
c) tendências ou números índices 
d) análise gráfica 
 
Ilustração 1 - A seguir estão osBalanços dos anos de 2006e 2007. Prepare oBalanço 
Patrimonial Comparativo e estude aposição financeira da empresa. 
Balanço 
31 de Dezembro 
Passivo CP 2006 2007 Activos 2006 2007 
Capital 
social 600.000 800.000 
Terrenos e 
edifícios 370000,00 270000,00 
Reservas 330.000 222.000 Equipamento 400000,00 600000,00 
EMP 200.000 300.000 Mobiliário 20000,00 25000,00 
ELP 150.000 200.000 Outros activos 25000,00 30000,00 
ECP 50.000 45.000 Caixa e Bancos 20000,00 80000,00 
Fornecedores 100.000 120.000 Contas a receber 150000,00 90000,00 
Outros passivos 5.000 10.000 
Outros 
devedores 200000,00 250000,00 
 Títulos negociáveis 250000,00 350000,00 
 Adiantamentos 2000,00 
 1.435.000 1.697.000 1.435.000 1.697.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resolução 
Balanço Patrimonial comparativa ou horizontal 
 
 
31 de Dezembro 
Variação 
absoluta 
Variação 
% 
 2006 2007 
Activo 
Activo circulante 
Caixa e Bancos 20.000 80.000 60.000 300 
Contas a receber 150.000 90.000 -60.000 -40 
Outros devedores 200.000 250.000 50.000 25 
Títulos negociáveis 250.000 350.000 100.000 40 
Adiantamentos 2.000 2.000 
Total do activo circulante 620.000 772.000 152.000 24,52 
Activo fixo 
Terrenos e edifícios 370.000 270.000 -100.000-27,03 
Equipamento 400.000 600.000 200.000 50 
Mobiliário 20.000 25.000 5.000 25 
Outros activos 25.000 30.000 5.000 20 
Total do activo fixo 815.000 925.000 110.000 13,50 
Activo total 1.435.000 1.697.000 262.000 18,26 
 
Passivo e CP 
Passivo circulante 
ECP 50.000 45.000 -5.000 -10 
Fornecedores 100.000 120.000 20.000 20 
Outros passivos 5.000 10.000 5.000 100 
Passivo circulante total 155.000 175.000 20.000 12,9 
EMP 200.000 300.000 100.000 50 
ELP 150.000 200.000 50.000 33 
Passivo total 350.000 500.000 150.000 42,9 
Capital social 600.000 800.000 200.000 33 
Reservas 330.000 222.000 -108.000 -33 
Total 1.435.000 1.697.000 262.000 18,26 
 
0.2.1.1 Instruções para ainterpretaçãodo balanço patrimonial comparativo 
O estudante deve analisar os seguintes aspectos: 
1. Posição financeira actual e Liquidez 
Analisar a variação doFundo de Maneio nos dois anos. (Fundo de maneio (FM) = activo 
circulante menos passivo circulante) 
O aumento do FM significa melhoria na situação financeira actual da empresa. 
Ilustração 2: Neste caso, temos ∆AC = 152.000 ou 24,52% e ∆PC = 20.000 ou 12.9%, 
resultando no aumento do fundo de maneio. Isto significa que a empresa dispõe de recursos 
para fazer face de todas as obrigações de curto prazo e ter um remanescente. 
 
Activos líquidos, comodinheirona mão,dinheiro nobanco,contas a recebermostrama posição de 
liquidez 
 
2. Posição financeira de longo prazo 
Analisar as variações em activos fixos, passivos de longo prazo e capital 
social no financiamento de activos fixos por captação de recursos de longo prazo. 
Ilustração 3A variação dos passivos de longo prazo e capital 
social são superiores a variação do activo fixo o que significa que o seu 
financiamento tem sido feito por captação de recursos de longo prazo. 
∆AF = 110.000 ou 13,50% 
∆MLP 100.000 ou 50% 
∆ELP = 50.000 ou 33% 
∆CS = 200.000 ou 33% 
 
3. Analisar a Rendibilidade 
Analisar o aumento ou diminuição de lucros acumulados, reservas, etc. para ver se a 
rendibilidade melhorou ou não. 
Ilustração 4- Demonstrações de resultados paraos exercícios findos em31 de dezembro 
de 2006e 2007.Re-organizaros dados (valores acumulados)de forma comparativae 
estudara posição derentabilidade da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Demostração de Resultados 
 
2006 
MTs.(000) 
2007 
MTs.(000) 
Vendas liquidas 785 900 
CMV 450 500 
Custos Operacionais 
Despesas gerais e 
administrativos 70 72 
Despesas de vendas 80 90 
Custos não operacionais 
Encargos financeiros 25 30 
Imposto 70 80 
 
Resolução 
Demonstração de Resultados Horizontal 
Findo em 31 Dezembro, 2006 e 2007 
 
Ano findo 31 Dez. 
Variação 
absoluta 
 
Variação 
% 
 2006 2007 
Vendas líquidas 785 900 115 14,65 
CMV 450 500 50 11,11 
Margem Bruto 335 400 65 19,40 
Custos operacionais 
Despesas gerais e administrativos 70 72 2 2,86 
Despesas de vendas 80 90 10 12,50 
Custos operacionais totais 150 162 12 8,00 
Resultados operacionais 185 238 53 28,65 
Custos não operacionais 
Encargos financeiros 25 30 5 20,00 
RAI 160 208 48 30,00 
Imposto 70 80 10 14,29 
Resultado Liquido 90 128 38 42,22 
0.2.1.2 Instruções para ainterpretaçãoda demonstração de resultados comparativa 
O estudante deve analisaros seguintes aspectos: 
1. Analisar a margem bruta. 
O aumento ou adiminuição das vendasdevem ser comparado como aumento ou 
adiminuição doCMV. 
∆Vendas = 115 ou 14,65% 
∆CMV = 50 ou 11,11% 
∆MB = 65 ou 19,40% 
 
A variação das vendas é superior a variação dos CMV, o que significa o aumento das 
vendas resultou na diminuição de CMV e consequentemente no aumento da ∆MB. 
 
2. Analisar resultados operacionais 
Resultados operacionais = MB - Despesas gerais e administrativos - Despesas de vendas 
∆RO = 53 ou 28,65%. 
A variação de resultados operacionais é maior que a ∆CMV, o que significa que a empresa 
conteve custos operacionais. 
 
3. Analisar resultados líquidos 
O aumento ou adiminuição deresultados líquidos (RL)dáuma ideia sobrea rendibilidade 
globalda empresa. 
RL=RO – despesa nãooperacional+Resultado nãooperacional 
∆RL = 38 ou 42,22% 
Os resultados líquidos aumentaram em 42,2%. 
4. Emitir um parecersobrea rendibilidadeda empresaseé boa ou não. 
Todos os indicadores são positivos, pelo que a rendibilidade da empresa é boa. 
 
0.2.2 Análise vertical 
 
A análise vertical ou deestrutura consiste em comparar o valor de uma conta com o valor do 
grupo de contas heterogenias de que ela faz parte. No balanço as contas são comparadas com 
o activo total e nos resultados as contas são comparadas com o valor das vendas. Isto ajuda-
nos a identificar as contas com maior peso e comparar contas de várias empresas. 
Ilustração 5Considerar o mapa de demonstração de resultados da Ilustração 4, dividir 
as vendas por si para serigual a 100, e todos os outros itensda demonstração de 
resultadosde umano devem serexpressos em percentagem das vendas. 
Resolução 
O estudante deve prestar atenção as rubricas com maior peso. 
Demonstração de Resultados Vertical 
Findo em 31 Dezembro, 2006 e 2007 
 
 Ano findo 31 Dez. 
 2006 % 2007 % 
Vendas líquidas 785 100 900 100,00 
CMV 450 57,32 500 55,56 
Margem Bruto 335 42,68 400 44,44 
Custos operacionais 
Despesas gerais e administrativos 70 8,92 72 8,00 
Despesas de vendas 80 10,19 90 10,00 
Custos operacionais totais 150 19,11 162 18,00 
Resultados operacionais 185 23,57 238 26,44 
Custos não operacionais 
Encargos financeiros 25 3,18 30 3,33 
RAI 160 20,38 208 23,11 
Imposto 70 8,92 80 8,89 
Resultado Liquido 90 11,46 128 14,22 
 
 
Ilustração 6No casodo balançoosactivos totaissão iguaisa 100etodos os outros ativossão 
expressos empercentagens relativas aos activos totais. O mesmoé o caso dopassivo e 
capitais próprios, sendo igual a 100. 
 
 
 
 
 
Resolução 
O estudante deve prestar atenção as rubricas com maior peso. 
Balanço Vertical 
 31 de Dezembro 
 2006 % 2007 % 
Activo 
Activo circulante 
Caixa e Bancos 20.000 1,39 80.000 4,71 
Contas a receber 150.000 10,45 90.000 5,30 
Outros devedores 200.000 13,94 250.000 14,73 
Títulos negociáveis 250.000 17,42 350.000 20,62 
Adiantamentos 2.000 0,12 
Total do activo circulante 620.000 43,21 772.000 45,49 
Activo fixo 
Terrenos e edifícios 370.000 25,78 270.000 15,91 
Equipamento 400.000 27,87 600.000 35,36 
Mobiliário 20.000 1,39 25.000 1,47 
Outros activos 25.000 1,74 30.000 1,77 
Total do activo fixo 815.000 56,79 925.000 54,51 
Activo total 1.435.000 100,00 1.697.000 100,00 
 
Passivo e CP 
Passivo circulante 
ECP 50.000 3,48 45.000 2,65 
Fornecedores 100.000 6,97 120.000 7,07 
Outros passives 5.000 0,35 10.000 0,59 
Passivo circulante total 155.000 10,80 175.000 10,31 
EMP 200.000 13,94 300.000 17,68 
ELP 150.000 10,45 200.000 11,79 
Passivo total 350.000 24,39 500.000 29,46 
Capital social 600.000 41,81 800.000 47,14 
Reservas 330.000 23,00 222.000 13,08 
Total 1.435.000 100,00 1.697.000 100,00 
 
0.2.3 Análise de tendências ou números índices 
 
A análise de tendências ou números índices é a extensão da análise horizontal envolvendo 
mais de dois anos. Na análise de tendências, primeiro, temos que estabelecer um ano base. 
Ilustração 7 Considerar as seguintes vendas líquidas e resultado bruto respeitantes aos 
anos 2001, 2002 e 2003 para proceder a análise de tendência das vendas e Resultados. 
 2001 2002 2003 
Vendasliquídas230.000 397.900 289.800 
Resultados brutos 66.000 111.540 84.480 
 
Resolução 
Tomemos o ano 2001 como ano base atribuindo o valor índice 100. Para encontrarmos os 
valores dos anos seguintes relacionamos cada ano com o ano base. Para o ano 2002 obtivemos 
o índice 173,0 ((397.900/230.000)x100) e em 2003 o índice 126,0 ((289.800/230.000)x100). 
 2001 Índice 2002 Índice 2003 Índice 
Vendas líquidas 230.000 100 397.900 173 289.800 126 
Resultados brutos 66.000 100 111.540 169 84.480 128 
 
Por outras palavras, as vendas líquidas cresceram 1,73 ou 73% e 1,26 ou 26% em 2002 e 2003, 
respectivamente, tomando como base os valores do ano 2001. Com uma rápida análise 
podemos verificar que o aumento dos resultados brutos no ano 2002 (69%) não acompanhou o 
aumento das vendas (73%), denotando-se maior consumo dessas receitas pelos custos de 
produção. Porém, no ano 2003 ocorre a situação inversa, ocorrendo evolução 
proporcionalmente maior dos resultados brutos em relação às receitas. 
0.2.3.1 Analise gráfica 
A análise de tendências ou número índices da secção anterior é aqui reproduzida sob a forma 
de gráfico. E confirma visualmente as mesmas conclusões. 
 
No ano 2002, o aumento dos resultados brutos (69%) não acompanhou o aumento das vendas 
(73%), denotando-se maior consumo dessas receitas pelos custos de produção. Porém, no ano 
2003 ocorre a situação inversa, ocorrendo evolução proporcionalmente maior dos resultados 
brutos em relação às receitas. 
 
 
Gráfico 1 Analise gráfica 
 
0.2.4 Análise do Mapa de Origens e Aplicações de Fundos2 
 
O MOAF serve para determinar onde a empresa obtém os fundos e para onde está a usá-los. 
Ao longo deste tópico utilizaremos os seguintes documentos contabilísticos para ilustrar 
aspectos relacionados com a análise de MOAF. 
 
Tabela 1 Balanço 
Balanço 
Activo 2006 2007 
Caixa e títulos negociáveis 48,1 67,9 
Contas a receber 380,4 397,8 
Existências 409,2 405,9 
Adiantamento do Imposto sobre rendimento 52,6 69,6 
Outros activos circulantes 51,7 58,1 
 Activo circulante total 942,0 999,3 
Propriedade, instalações, e equipamento 737,6 784,7 
Amortizações -370,0 -418,8 
 367,6 365,9 
Goodwill e activos intangíveis 882,8 881,7 
Outros activos 25,2 30,3 
 Activo Total 2217,6 2277,2 
 
2 Baseado no capitulo 1 do livro de Higgins. Robert C., Analysis for financial management. 9th edition, 2009 e 
capitulo 7, do livro de Nabais, C. e Nabais, F., Pratica Financeira I, 4 edição, Outubro de 2007. 
Vendas 
liquidas; 2001; 
100
Vendas 
liquidas; 2002; 
173
Vendas 
liquidas; 2003; 
126Resultados 
brutos; 2001; 
100
Resultados 
brutos; 2002; 
169
Resultados 
brutos; 2003; 
128
y = 13x + 107
R² = 0,1234
y = 14x + 104,33
R² = 0,1627
Vendas liquidas
Resultados brutos
Linear (Vendas
liquidas)
Linear (Resultados
brutos)
Passivo e Capital Próprio 
ECP 6,0 86,4 
Contas a pagar 200,4 202,5 
Impostos sobre rendimento 20,7 10,9 
Custos deferidos publicidade e Promoção 126,8 138,8 
Outros custos diferidos 142,3 148 
 Passivo circulante total 496,2 586,6 
ELP 475,2 1031,4 
Custos deferidos de pensões e benefícios 93,8 79,8 
Impostos deferidos 49,2 67,9 
Outros passivos 21,5 32,2 
 Passivo total 1135,9 1797,9 
Capital social 0,7 0,6 
Prémios de emissão 508,4 479,7 
Resultados retidos 639,1 218,5 
Reservas de perdas -66,5 -219,5 
 Capital próprio total 1081,7 479,3 
Passivo e CP total 2217,6 2277,2 
 
Tabela 2: Demonstração de resultados 
Demonstração de Resultados 
 2006 2007 
Vendas liquidas 2697,1 2871,8 
Custo de mercadorias vendidas 1674,1 1799,8 
 Resultado Bruto 1023,0 1072,0 
Custos de vendas, G. e administrativos 636,9 700,9 
Amortização 67 67,5 
Outros custos -9,2 -11,5 
 Custos operacionais totais 694,7 756,9 
Resultado operacional 328,3 315,1 
Encargos financeiros 39,6 70,7 
Outros custos não operacionais 75,8 56,3 
 Custos não operacionais totais 115,4 127 
RAI 212,9 188,1 
Impostos 80,2 74,7 
Resultado liquido 132,7 113,4 
 
À primeira vista, pode parecer que o mapa de demonstração de resultados (DR) pode fornecer 
a informação contida no MOAF uma vez que regista o fluxo de recursos ao longo do período 
em análise. Contudo a DR tem duas limitações a saber: 
 Inclui accruals3 ou seja é construído segundo o regime de competências visto na 
Unidade 1, como por exemplo vendas a crédito, que não são entradas de caixa, e 
 apenas inclui fluxos de caixa associados com as vendas do período. 
Outas entradas e saídas de caixa não aparecem no DR. Por exemplo, verifique no 
balanço da 
Tabela 1, para ver que a empresa aumentou as suas contas receber em mais de 17 milhões em 
2007 com ou sem nenhum impacto sobre a DR. 
A empresa, igualmente, aumentou empréstimos de longo prazo em 556,2 milhões com pouco 
impacto na DR. 
Assim, para aprofundar as origens e aplicação de fundos de uma empresa temos que analisar 
profundamente dois balanços consecutivos. 
Instrução para elaboração do MOAF 
I. Ter balanços de dois anos consecutivos lado a lado e anotar todas as variações das 
contas nesse período. Ver o balanço da Tabela 3. 
Agregar as variações no grupo de entrada de caixa e no grupo de saída caixa. O resultado é 
MOAF, ver a Instruções para distinguir origens e aplicação de caixa 
 Uma empresa gera caixa de duas maneiras: reduzindo um activo ou aumentando um 
passivo. Por exemplo, a venda do equipamento usado, venda de existências, diminuição 
de clientes constituem redução das contas do activo e são fontes que geram caixa para 
a empresa. No lado passivo do balanço um aumento de empréstimo bancário e venda 
de acções ordinárias aumentam o passivo e igualmente geram caixa. Ver a Tabela 4 
 A empresa igualmente usa caixa de duas maneiras: por aumentar uma conta do activo 
ou por reduzir uma conta do passivo. Aumentando existências ou contas a receber ou 
construindo uma nova fábrica são aumentos de activo e implicam saída de caixa, o 
pagamento de empréstimo bancário, a redução de contas a pagar e prejuízo operacional 
reduz o passivo e implica saída de caixa. Ver aTabela 4 
 
3Regime de competência não de caixa -- Regime de competência (do inglêsaccrual-basis) é o que apropria (ou 
seja, considera ocorrido o facto gerador) receitas e despesas ao período de sua realização, 
independentemente do efetivo recebimento das receitas ou do pagamento das despesas 
II. Tabela 4 
Ilustração 8 Considerar o balanço da 
Tabela 1 para construir o MOAF. 
Resolução. 
Primeiro, calcular variações de acordo com a Tabela 3, a seguir. 
 
Tabela 3 Anotação das variações do balanço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balanço 
Activo 2006 2007 Variação 
Caixa e títulos negociáveis 48,1 67,9 19,8 
Contas a receber 380,4 397,8 17,4 
Existências 409,2 405,9 -3,3 
Adiantamento do Imposto sobre rendimento 52,6 69,6 17 
Outros activos circulantes 51,7 58,1 6,4 
 Activo circulante total 942,0 999,3 
Propriedade, instalações, e equipamento 737,6 784,7 47,1 
Amortizações -370,0 -418,8 -48,8 
 367,6 365,9 -1,7 
Goodwill e activos intangíveis 882,8 881,7 -1,1 
Outros activos 25,2 30,3 5,1 
 Activo Total 2217,6 2277,2 
Passivo e Capital Próprio 
ECP 6,0 86,4 80,4 
Contas a pagar 200,4 202,5 2,1 
Impostos sobre rendimento 20,7 10,9 -9,8 
Custos deferidos publicidade e Promoção 126,8 138,8 12 
Outros custos diferidos 142,3 148 5,7 
 Passivo circulante total 496,2 586,6 
ELP 475,2 1031,4 556,2 
Custos deferidos de pensões e benefícios 93,8 79,8 -14Impostos deferidos 49,2 67,9 18,7 
Outros passivos 21,5 32,2 10,7 
 Passivo total 1135,9 1797,9 
Capital social 0,7 0,6 
Prémios de emissão 508,4 479,7 
Resultados retidos 639,1 218,5 
Reservas de perdas -66,5 -219,5 
 Capital próprio total 1081,7 479,3 -602,4 
Passivo e CP total 2217,6 2277,2 
 
Instruções para distinguir origens e aplicação de caixa 
 Uma empresa gera caixa de duas maneiras: reduzindo um activo ou aumentando um 
passivo. Por exemplo, a venda do equipamento usado, venda de existências, diminuição 
de clientes constituem redução das contas do activo e são fontes que geram caixa para 
a empresa. No lado passivo do balanço um aumento de empréstimo bancário e venda 
de acções ordinárias aumentam o passivo e igualmente geram caixa. Ver a Tabela 4 
 A empresa igualmente usa caixa de duas maneiras: por aumentar uma conta do activo 
ou por reduzir uma conta do passivo. Aumentando existências ou contas a receber ou 
construindo uma nova fábrica são aumentos de activo e implicam saída de caixa, o 
pagamento de empréstimo bancário, a redução de contas a pagar e prejuízo operacional 
reduz o passivo e implica saída de caixa. Ver aTabela 4 
Tabela 4: MOAF 
Origens 
Redução de existências 3,3 0,48% 
Redução em propriedade, instalações e equipamento 1,7 0,25% 
Redução em goodwill e activos intangíveis 1,1 0,16% 
Aumento de ECP 80,4 11,62% 
Aumento de contas a pagar 2,1 0,30% 
Aumento de custos deferidos de publicidade e 
promoção 12 1,73% 
Aumento de outros custos deferidos 5,7 0,82% 
Aumento do ELP 556,2 80,39% 
Aumento de impostos deferidos 18,7 2,70% 
Aumento de ouros passivos de longo prazo 10,7 1,55% 
Total de origens 691,9 100,00% 
 
Aplicações 
Aumento de caixa e títulos negociáveis 19,8 2,86% 
Aumento de contas a receber 17,4 2,51% 
Aumento de adiantamento de impostos 17 2,46% 
Aumento de outros activos circulantes 6,4 0,92% 
Aumento de outros activos 5,1 0,74% 
Redução do imposto 9,8 1,42% 
Redução de custos deferidos de pensões e benefícios 14 2,02% 
Redução do capital próprio 602,4 87,06% 
Total de aplicações 691,9 100,00% 
 
Uma vez que é difícil a empresa gastar dinheiro que não tem, o total de aplicações de caixa 
num determinado período deve ser igual ao total das origens. 
 
0.2.4.1 Análise do MOAF 
 
O MOAF da Tabela 4mostra que a empresa obteve 90% (80,39 + % 11,62%) do seu caixa de 
credores com um grande aumento de empréstimos que por sua vez os usou exclusivamente 
para reduzir o capital próprio. Estes fluxos de caixa resultam daquilo que é designado por 
recapitalização alavancada. 
As outras origens e aplicações são praticamente irrelevantes dada a sua reduzida magnitude. 
0.2.4.2 Limitações4 
 
O MOAF elaborado com base no Balanço em dois momentos diferentes apresenta limitações 
relacionadas com o carácter jurídico-fiscal das suas rubricas, que o analista financeiro deve 
levar em conta. 
Há um conjunto de operações que justificam este tipo de incorreções: 
 A transferência de reservas, resultados transitados e de dívidas a fornecedores para a 
conta Capital Social, nos casos de aumento de capital, não é na realidade uma 
verdadeira origem ou aplicação de fundos. 
 
4 Nabais, C. e Nabais, F., Pratica Financeira I, 4 edição, Outubro de 2007, paginas 179-180 
 As reavaliações do imobilizado, que origina um aumento do valor do Activo e do 
Capital próprio, não correspondem a um fluxo de saída ou de entrada. Não é na 
realidade uma verdadeira origem ou aplicação de fundos. 
 Algumas contas do Balanço são mistas, isto é, podem apresentar ao mesmo tempo um 
saldo devedor que figura no Activo e um saldo credor que figura no Passivo. Não pode 
haver compensação dos saldos. Por exemplo, a empresa pode ter IVA a recuperar de 
1000,00 (a débito de X) e IRPC a pagar de 1500,00 (a crédito da conta Y). Valores a 
figurar no Balanço, no Activo e no Passivo, respectivamente. Não podemos considerar 
no Passivo na conta Estado e outros entes públicos o valor de 500,00. Temos de 
considerar que o grau de liquidez do valor activo é geralmente diferente do grau de 
exigibilidade do valor passivo. A análise financeira deve considerar esta situação, caso 
contrário essa análise não está a ser objectiva. 
 
 
0.2.5 Análise da Demonstração de Fluxos de Caixa 
 
O mapa de demonstração dos fluxos de caixa (DFC) 5é um documento de informação referente 
aos fluxos de dinheiros gerados e utilizados pelas actividades operacionais, de investimento e 
financiamento das empresas. 
A DFC distingue-se do MOAF e de DR. Enquanto o MOAF se organiza em termos de origens 
e aplicações de fundos, a DFC organiza-se em termos de actividades e mostra a evolução 
financeira. Por sua vez, a DR representa a evolução económica e não nos dá informação sobre 
os pagamentos e recebimentos. 
 
A DFC permite detectar mais facilmente quer o potencial de negócios quer as necessidades 
graves de tesouraria e as potenciais falências. 
Ilustração 9 O seguinte mapa de demonstração de fluxo de caixa refere-se a Tabela 1-5, 
pagina 19 do livro de Robert C. Higgins6. Analise o mapa. 
Demonstração de Fluxos de Caixa 
Fluxos de caixa das actividades operacionais 
 
5 Baseado no capitulo 1 do livro de Higgins. Robert C., Analysis for financial management. 9th edition, 2009 e 
capitulo 7, do livro de Nabais, C. e Nabais, F., Pratica Financeira I, 4 edição, Outubro de 2007. 
6 Higgins. Robert C., Analysis for financial management. 9th edition, 2009 
Resultado liquido 113,4 
Ajustamento das derivados das actividades operacionais 
Amortizações 67,5 
Impostos deferidos 6,3 
Outros custos não operacionais 56,3 
Custos de pagamentos em acções 13,3 
Variações em activos e passivos 
variação das contas a receber -4,2 
variação em existencias 13,2 
variação em contas a pagar -3,5 
variação liquida em outros activos e passivos -15,7 
Caixa das actividades operacionais 246,6 
 
Fluxos de caixa das actividades de investimento 
Gastos com investimentos -54 
investimentos na aquisição do negócio -18,7 
Vendas de propriedade, instalações e equipamento 0,5 
Caixa das actividades de investimento -72,2 
 
Fluxos de caixa das actividades de financiamento 
Variação liquida de emprestimos 599,1 
Dividendos pagos -543,6 
Re-compra de acções ordinárias -246,8 
Recebimentos de acções optativas 29,2 
Beneficios fiscais das acções optativas 19 
Variação da taxa de cambia -11,5 
Caixa das actividades de financiamento -154,6 
 
Variação de caixa 19,8 
Caixa e titulos negociaveis no inicio do ano 48,1 
Caixa e titulos negociaveis no fim do ano 67,9 
 
0.2.5.1 Análise do DCF 
 
Os totais das três secções do mapa de demonstração de fluxos de caixa, são: 
a) Caixa das actividades operacionais b) 246,6 
c) Caixa das actividades de investimento d) -72,2 
e) Caixa das actividades de financiamento 
f) -
154,6 
Análise global 
a) O total de caixa das actividades operacionais é positivo o que significa que a empresa 
é saudável. Isto significa que as entradas de caixa superaram as saídas de caixa durante 
o período em análise. 
 
b) O total de caixa das actividades de investimento é negativo. Isto significa que a empresa 
esta a crescer substituindo equipamento velho pelo novo, uma vez que a compra de 
equipamento é maior que alienação do mesmo. 
 
c) O total de caixa de actividades de financiamento é negativo. Isto indica que a empresa 
está a usar o fluxo de caixa de actividades operacionais para pagar dividendos e pagar 
o seu financiamento externo. A empresa é saudávelporque não esta a utilizar o dinheiro 
de investidores e credores para fazer crescer o seu negócio. 
 
Relação fluxos de caixa das actividades operacionais e de investimento. 
 
Além da análise global dos fluxos de caixa das actividades operacionais e investimento, temos 
que verificar o grau de cobertura das actividades de investimento pelas actividades 
operacionais. Isto chama-se Cobertura de Investimento. 
 
O rácio de cobertura de investimento calcula-se, apenas, quando o caixa de actividades 
operacionais é positivo e o caixa de actividades de investimento é negativo. 
 
Assim. A cobertura de investimento é dada pela seguinte formula, 
Fórmula: Cobertura de Investimento = Fluxo de Caixa das Operações / Fluxo de Caixa de 
Investimento x 100 
= 246,6 / 72,2 * 100 = 341,55 %. 
Isto significa que o caixa gerado nas atividades operacionais da empresa conseguiu cobrir 
341,55% dos investimentos realizados. Indicando que o fluxo das operações foi mais do que 
necessário para pagar os investimentos. 
 
Observações Adicionais do rácio de Cobertura de Investimento. 
 
a) Quando uma empresa consegue um índice maior que a unidade, isto evitaria, a 
princípio, a necessidade de captação de recursos com acionistas ou capital de terceiros; 
b) Empresas em fase de implantação terão valores reduzidos para este índice. 
c) Valores elevados pode indicar que a empresa não consegue usar, em investimentos, o 
caixa gerado. Isto pode comprometer o crescimento futuro da empresa. 
0.2.6 Análise de Custo-Volume-Lucro7 
 
A análise da Relação Custo – Volume – Lucro tem a finalidade de calcular o ponto de 
equilíbrio, isto é, o ponto em que as receitas de vendas é igual a soma dos custos e despesas e 
o lucro é nulo. 
 
 
 
Tipos de pontos de equilíbrio 
 
1. PEG – Ponto de Equilíbrio Geral 
 
É o ponto no qual a Receita Total é igual ao Custo Total, ou seja, o ponto abaixo do qual a 
empresa incorre em prejuízo e acima do qual verifica-se o lucro, (também chamado de ponto 
de equilíbrio contabilístico - PEC), ou “Break Even Point” 
A empresa obterá seu ponto de Equilíbrio quando suas Receitas Totais igualarem-se a seus 
Custos e Despesas Totais: 
Receita Total = Custos Totais + Despesas Totais 
Receita Total = quantidade x preço de venda 
Custos e Despesas Totais = quantidade x custos e despesas variáveis + custos e despesas fixos 
 
Fórmula do PEG: 
Por definição, no PE o LUCRO é igual a zero, assim: 
RT = CT, sendo RT = Q.p; CT = CF + (Q.cv) 
Q.p = CF + (Q.cv) 
 
7http://xa.yimg.com/kq/groups/22685622/290654568/name/AN%C3%81LISE+DA+RELA%C3%87%C3%83O+CU
STO+%C2%96+VOLUME+%C2%96+LUCRO.pdf 
CF = Q.p – Q.cv 
CF = Q.(p – cv) 
Q = CF / p – cv 
Como MCu = p – cv; temos que… Q = CF/ MCu 
p – cv = Margem de Contribuição Unitária 
CF = Custo e despesa Fixos 
cv = Custo e despesa variáveis unitários 
Q = Quantidade no PE 
 
Ilustração 10Na produção de 100.000 unidades de um produto X, são incorridos custos 
variáveis de 1.500.000,00, sendo os custos fixos de 900.000,00 e o preço unitário de venda de 
25,00. Calcule o PEG. 
CV = 1.500.000,00; CF = 900.000,00; Q = 100.000,00 
CV = 1.500.000,00/ 100.000 = 15,00 
MCu = p – Cv MC = 25,00 – 15,00 = 10,00 
Q = 900.000,00 / 10,00 = 90.000 unidades. Q = Quantidade no PE 
 
2. PEO – Ponto de Equilíbrio Operacional 
 
É o ponto em que as receitas cobrem os custos e despesas operacionais. Neste caso não se 
incluem os encargos financeiros nos custos e despesas fixos. 
Q = (CF – Despesas Financeiras) / MCu 
 
3. PEF – Ponto de Equilíbrio Financeiro 
 
É aquele onde as receitas de vendas são suficientes para cobrir os desembolsos operacionais e 
financeiros. 
Q = (CF – Gastos não desembolsáveis) / MCu 
4. PEE – Ponto de Equilíbrio Econômico 
 
É aquele onde as receitas cobrem todos os custos operacionais e financeiros e garantem um 
retorno mínimo aos investidores. 
Q = (CF + Lucro)/ MCu 
 
Ilustração 11: Considerando os dados a seguir, vamos calcular os Pontos de Equilíbrio, 
Contabilístico, Econômico e Financeiro: 
 Custos e Despesas Variáveis: 6.000/u 
 Custos e Despesas Fixos: 4.000.000/ano 
 Preço de venda: 8.000/u 
 Despesa com Depreciação: 800.000/ano 
 Património Líquido: 10.000.000 
 Taxa de juros : 10% a.a. 
 Volume de venda : 2.200 unidades 
 Despesas financeiras: 600.000/ano 
Resolução 
Margem de Contribuição Unitária = 8.000 - 6.000 = 2.000/u 
PEG = CF / MCu = 4.000.000 / 2.000 = 2.000 unidades 
PEO = (CF – Despesas Financeiras) / MCu = (4.000.000 – 600.000) / 2.000 = 1.700 unidades 
PEE = CF + Retorno Mínimo Esperado / MCu = (4.000.000 + (10% x 10.000.000)) / 
2.000 = 2.500 unidades 
PEF = (CF – Depreciação) / MCu = (4.000.000 – 800.000) / 2.000 = 1.600 unidades 
 Quant. 
Produzidas 
Quant. para o PE Diferença MCu Resultado 
PEC 2.200 2.000 + 200 2.000 +400.000 
PEO 2.200 1.700 + 500 2.000 +1.000.000 
PEE 2.200 2.500 - 300 2.000 - 600.000 
PEF 2.200 1.600 + 600 2.000 +1.200.000 
 
Pelo quadro acima chegamos aos seguintes resultados: 
 Lucro contabilístico de 400.000 
 Lucro operacional de 1.000.000 
 Prejuízo económico de ( 600.000) 
 Superavit financeiro de 1.200.000 
 
5. Margem de contribuição e ponto de equilíbrio com múltiplos produtos ou serviços 
 
Quando múltiplos produtos ou serviços são analisados, a margem de contribuição considerada 
no cálculo do ponto de equilíbrio deve ser a ponderada, resultante da ponderação das margens 
de contribuição percentuais individuais pela participação nas vendas dos diferentes produtos. 
Como múltiplos produtos ou serviços estão sendo considerados, não faz sentido falar em ponto 
de equilíbrio em quantidades individuais e diferentes. Deve-se usar, basicamente o ponto de 
equilíbrio em unidades monetárias. 
PE( em Meticais) = CF / MCu Ponderada 
MCu Ponderada = (MCuA X participação A) + (MCuB X participação B) + ... +(MCun X 
participação N) 
 
Pesos -> participação % de cada produto ou serviço nas vendas. 
 
Ilustração 12Uma lanchonete deseja calcular o seu ponto de equilíbrio global. 
Basicamente, a lanchonete comercializa refrigerantes (com taxa de margem de 
contribuição de 30 %) e sanduíches (com taxa de margem de contribuição de 50%). Os 
gastos fixos da empresa são iguais a 840,00 Mts por semana e as vendas são distribuídas 
entre refrigerantes e sanduíches com percentuais de 40% e 60% respectivamente. 
Calcular o ponto de equilíbrio. 
Resolução 
Margem de Contribuição ponderada = 0,3 x 40% + 0,5 x 60% = 42%; PEG = CF / MCu 
ponderada ⇒ 840 / 0,42 = 2.000,00 
Assim, o ponto de equilíbrio global em unidades monetárias prevê a necessidade de um 
facturação igual a 2.000,00 por semana. 
 
1.6 Limitações da análise CVR 
Por ser muito simples, a análise do ponto de equilíbrio é largamente utilizada em projecções 
empresariais. Todavia, a essa simplicidade, estão associadas diversas restrições ou limitações, 
dentre elas tem-se: 
 A análise desconsidera a formação de existências, pressupondo que toda a produção 
seja vendida instantaneamente. 
 O ponto de equilíbrio decorre de uma relação estática entre custos totais e receitas de 
vendas e, essa relação valerá apenas para certo intervalo de significância da análise. 
• Nem sempre é possível decompor com precisão os custos semi variáveis. 
 Muitas conclusões somente são possíveis admitindo-se que os elementos envolvidos se 
comportem linearmente e, isto nem sempre é possível. 
 Quando a empresa opera com diversos produtos, a determinação dos pontos de 
equilíbrio e as consequentesconclusões somente serão válidas em determinadas 
circunstâncias. 
A seguir vamos aprender a utilizar rácios no diagnóstico da empresa. 
0.2.7 Análise de Rácios 
 
A análise de rácios estabelece relação entre dois elementos heterogéneos das 
demonstrações financeiras do mesmo exercício. Os rácios podem ser classificados de 
acordo com os elementos envolvidos na sua computação, nomeadamente: 
 rácios patrimoniais quando envolvem dois elementos patrimoniais, como por 
exemplo, relação entre o activo circulante e o passivo circulante, na análise de 
liquidez; 
 rácios operacionais quando envolvem dois elementos dos resultados, como por 
exemplo a relação entre o lucro liquido e as vendas liquidas no cálculo da margem 
liquida; e 
 rácios de velocidade quando envolvem elementos do património e resultados, tais 
como vendas e activo. 
Existem várias designações de grupos de rácios/ou classificações de rácios, entre as quais se 
destacam as seguintes: 
o Rácios de liquidez – medem a capacidade da empresa de honrar com as 
suas obrigações de curto prazo comparando o activo circulante com passivo 
circulante. 
o Rácios de alavanca financeira, ou estrutura ou endívidamento – medem 
o nível de utilização da dívida no financiamento da aquisição do activo da 
empresa. 
o Rácios de funcionamento – medem o nível de utilização do investimento 
do activo na geração das receitas. 
o Rácios de rendibilidade – medem o nível de rendibilidade da empresa. 
o Rácios de cobertura de encargos financeiros – a semelhança dos rácios 
de liquidez, medem a capacidade da empresa de honrar custos financeiros. 
o Rácios bolsistas, de bolsa, ou múltiplos - medem o nível de avaliação da 
empresa atribuído pelo mercado de capitais. Estes rácios fazem uso de 
variáveis respeitantes ao valor da empresa no mercado, ou montantes 
apurados dos seus documentos contabilísticos (Balanço, Demonstração de 
resultados e fluxos de caixa) de forma a calcular indicadores que 
providenciem ao investidor uma noção do valor da empresa. 
A seguir, passamos ao cálculo e análise de 10 rácios. 
0.2.7.1 10 rácios que vamos estudar neste 
 
Esta é a lista de racios de interesse para o presente módulo. 
Rácios de liquidez 
1. Rácio de liquidez geral 
2. Rácio de liquidez reduzida 
3. Rotação de contas a receber 
4. Prazo médio de recebimentos 
5. Rotação do inventário 
 
Rácios de alavanca financeira, ou estrutura ou endívidamento 
6. Racio de autonomia financeira – equity ratio 
Rácios de rendibilidade 
7. Rácio de rendibilidade liquida 
8. Rendibilidade de capitais próprios 
9. Earnings per share/Resultados por acção 
 
Rácios bolsistas, de bolsa, ou múltiplos 
10. Price-earnings ratio 
Ilustração 13: Para o cálculo e análise dos 10 rácios vamos utilizar as seguintes 
demonstrações financeiras. 
Tabela 5 Balanço 
Balanço 
31 Dezembro, 2011 e 2010 
 2011 2010 
Activos 
Activo circulante 
Caixa 30.000 20.000 
Contas a receber 20.000 17.000 
Existências 12.000 10.000 
Adiantamento de custos 3.000 2.000 
Activo circulante total 65.000 49.000 
Activo fixo 
Terreno 165.000 123.000 
Instalações e equipamento 116.390 128.000 
Activo fixo total 281.390 251.000 
Activo total 346.390 300.000 
 
 
 
 
 
 
 
 
Balanço 
31 Dezembro, 2011 e 2010 
 2011 2010 
Passivo e CP 
Passivo circulante 
Contas a pagar 39.000 40.000 
ECP 3.000 2.000 
Passivo circulante total 42.000 42.000 
 
ELP 70.000 78.000 
Passivo total 112.000 120.000 
Capital próprio 
capital social 27.400 17.000 
Prémios de emissão 158.100 113.000 
 185.500 130.000 
Resultados retidos 48.890 50.000 
Total do CP 234.390 180.000 
Passivo e CP total 346.390 300.000 
 
Tabela 6: Demonstração de resultados 
Balanço 
31 Dezembro, 2011 e 2010 
 2011 2010 
Vendas líquidas 494.000 450.000 
CMV 140.000 127.000 
Margem bruta 354.000 323.000 
Custos operacionais 270.000 249.000 
Resultado operacional 84.000 74.000 
Encargos financeiros 7.300 8.000 
RAI 76.700 66.000 
Imposto (30%) 23.010 19.800 
Resultado Liquido 53.690 46.200 
 
0.2.7.2 Cálculo de rácios 
 
Vamos iniciar o cálculo rácios com o cálculo do fundo de maneio. 
 
Cálculo do fundo de maneio = activo circulante – passivo circulante. Apesar do fundo de 
maneio não ser um rácio, dá uma indicação do estado de liquidez da empresa. No ano 2011, o 
activo circulante é superavitário uma vez que cobre na totalidade o passivo circulante e resta 
um excedente considerável. 
 2011 
Activo circulante 65.000 
Passivo circulante (42.000) 
Fundo de maneio 23.000 
 
Passemos ao cálculo de 10 rácios que todo o estudante deve saber calcular e interpretar 
0.2.7.3 Rácio #1 – Liquidez geral 
 
Fórmula. 
 
O Rácio de liquidez geral8 é um rácio financeiro que mede a capacidade da empresa de fazer 
face às suas responsabilidades de curto prazo, constituindo por isso um teste de solvabilidade 
de curto prazo. Sendo tudo o resto igual, quanto mais elevado este rácio, maior a solvabilidade 
de curto prazo da empresa, sendo desejável que o rácio ultrapasse pelo menos o valor de 1, 
significando que a empresa tem pelo menos activos líquidos para fazer face às 
responsabilidades de curto prazo. Quanto mais baixo, maior a vulnerabilidade. 
 
Ilustração 14 Calculo da liquidez geral 
Liquidez geral = 65 000 / 42000 = 1.55 : 1 
Análise: Uma vez que o rácio é maior que 1, empresa pode pagar todas as dívidas de curto 
prazo e ainda ficar com um remanescente de 65 000 – 42000 = 23000, ou seja fundo maneio 
patrimonial. 
0.2.7.4 Rácio #2 – Liquidez reduzida 
 
Fórmula. 
 
O Rácio de liquidez reduzida9 é um rácio financeiro que mede a capacidade da empresa de 
fazer face às suas responsabilidades de curto prazo com liquidez proveniente dos seus activos 
líquidos, mas de uma forma mais exigente do que no rácio de liquidez geral, ou seja, assumindo 
que as existências (stocks de matérias-primas e produtos intermédios e acabados) serão difíceis 
de converter em dinheiro rapidamente, ou pelo valor que constam no Balanço. 
Sendo tudo o resto igual, quanto mais elevado este rácio, maior a solvabilidade de curto prazo 
da empresa, sendo desejável que o rácio ultrapasse pelo menos o valor de 1, significando que 
a empresa tem pelo menos activos líquidos para fazer face às responsabilidades de curto prazo, 
mesmo sem contar com a liquidação das existências. Quanto mais baixo, maior a 
vulnerabilidade. 
 
8http://www.thinkfn.com/wikibolsa/R%C3%A1cio_de_liquidez_geral#sthash.TpTFuEr4.dpuf 
acessado 22.09.13 
 
9http://www.thinkfn.com/wikibolsa/R%C3%A1cio_de_liquidez_reduzida#sthash.n6CxWMD
H.dpuf 220913 
 
Ilustração 15 Calculo da liquidez imediata 
Liquidez geral = 53 000 / 42000 = 1.26 : 1 
Análise: Uma vez que o rácio é maior que 1, empresa pode pagar todas as dívidas de curto 
prazo e ainda ficar com um remanescente. 
0.2.7.5 Rácio #3 – Rotação de contas a receber ou clientes 
 
Fórmula. 
 
Rácio de rotação de clientes = Vendas acrescidas de imposto / média do crédito a 
clientes 
O rácio de rotação de clientes10 é um rácio de actividade oufuncionamento que procura medir 
o grau de eficiência com que a empresa está a gerir a sua política de crédito a clientes. Quanto 
maior o valor do rácio de rotação de clientes, maior é a eficiência da política de crédito. 
 
O rácio de rotação de clientes é calculado pela divisão das vendas totais à crédito num 
determinado período de tempo (acrescidas dos impostos devidos à empresa pelos clientes, 
nomeadamenteo IVA) pelo montante médio do crédito a clientes nesse mesmo período de 
tempo. Desta forma, o rácio de rotação de clientes pode ser interpretado como o número de 
vezes que o montante de crédito a clientes é convertido em vendas durante um determinado 
período de tempo. 
 
Ilustração 16Rácio de rotação de clientes 
Rácio de rotação de clientes = 494 000 / (17,000 + 20,000) ÷ 2 = 26.70 vezes 
Análise: A empresa converteu o montante de créditos a clientes em vendas 26.70 vezes durante 
o período em análise. 
0.2.7.6 Rácio #4 –Prazo médio de recebimentos (PMR) 
 
Fórmula. 
 
 
10http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/racio_rotacao_clientes.htm 
O prazo médio de recebimento11 é o tempo médio que uma empresa leva a cobrar aos seus 
clientes aquilo que lhes factura. É um prazo bastante importante, na medida em que enquanto 
uma empresa vende e não recebe, está a providenciar um crédito ao cliente, e esse crédito é, na 
óptica da empresa, algo que tem que ser financiado. 
Assim, quanto mais baixo o prazo médio de recebimento, maior a eficiência da empresa nas 
suas cobranças, e menor o dinheiro que tem que ter imobilizado no seu fundo de maneio. 
O aumento do prazo médio de recebimento pode ser uma estratégia comercial da empresa, visto 
que a concessão de crédito é uma forma de facilitar a venda, mas pode também constituir uma 
red flag, se indicar que a empresa está a encontrar dificuldades em vender e apenas o consegue 
com um financiamento exagerado dos seus clientes. Um aumento do prazo médio de 
recebimento também expõe a empresa a um maior risco de crédito dos seus clientes. 
Ilustração 17Prazo medio de recebimentos 
PMR = 365 * ((17 000 + 20 000) ÷ 2)/494 000 = 13.67 dias 
Ou PMR = 365 / 26.70 = 13.67 dias 
Análise: A empresa levava em média 13.67 dias na cobrança dos seus clientes. 
0.2.7.7 Rácio #5 –Rotação de existências 
 
Fórmula. 
R = CMVMC / Existências médias 
O rácio ou indicador de rotação de Stocks (ou Existências) é um rácio de actividade que 
procura medir o grau de eficiência com que a empresa está a efectuar a sua gestão de 
inventários em stock. Quanto maior o valor do rácio de rotação de clientes, maior é a 
eficiência da gestão de stocks. 
O rácio de rotação de existências é calculado pela divisão das vendas totais num determinado 
período de tempo pelo montante médio de existências nesse mesmo período de tempo. Dado 
que o valor de existências está geralmente expresso aos preços de custo, uma forma mais 
 
11 
http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Prazo_m%C3%A9dio_de_recebimento#sthash.eirZwEtZ.
dpuf 
 
correcta de calcular o rácio de rotação de stocks é utilizando o custo das mercadorias 
vendidas e das matérias consumidas em lugar do valor das vendas. Desta forma, o rácio de 
rotação de stocks pode ser interpretado como o número de vezes que os stocks são 
convertidos em vendas durante um determinado período de tempo. 
Ilustração 18Rotação de existências 
Rotação de existências = CMVMC / Existências médias ou Rotação de existências = Vendas / Existências 
médias 
Rotação de existências = 140000 / ((10000+12000)/2)= 12.73 vezes 
 
Análise: A empresa levava em média 12.73 dias para converter existências em vendas. 
 
0.2.7.8 Rácio #6 – Rácio de autonomia financeira12 ou equity ratio 
Fórmula 
 
O Rácio de autonomia financeira é um rácio financeiro que mede a solvabilidade da empresa 
através da determinação da proporção dos activos que são financiados com capital próprio. 
Sendo tudo o resto igual, quanto mais elevado este rácio, maior a estabilidade financeira da 
empresa. Quanto mais baixo, maior a vulnerabilidade. 
 
Ilustração 19Rácio de autonomia financeira 
Rácio de autonomia financeira = 234390/34639 * 100 = 67,7% 
Análise: De acordo com este rácio, mais de metade do património da empresa é financiado 
por capitais próprios. 
0.2.7.9 Rácio #7 Rendibilidade Líquida das Vendas13 
 
 
12http://www.thinkfn.com/wikibolsa/R%C3%A1cio_de_autonomia_financeira#sthash.J8BJQ
2SB.dpuf 
13 http://www.portal-gestao.com/financas/item/2291-r%C3%A1cios-de-
rentabilidade.html#sthash.1D2JD5iW.dpuf 
 
Fórmula 
Rendibilidade Líquida das Vendas = Resultados Líquido do exercício/Vendas 
A Rendibilidade Líquida das Vendas (RLV): quanto lucro em Meticais gera a empresa por 
cada Metical de vendas. A RLV divide o Resultado Líquido pelas Vendas, ambos os valores 
que constam da Demonstração de Resultados, resumindo o desempenho da empresa. 
 
Ilustração 20Rendibilidade Líquida das Vendas 
Rendibilidade Líquida das Vendas= 53690/494000*100 = 10.9% 
Análise: De acordo com este rácio, a empresa lucra 10.9 centavos por cada um metical de 
vendas. 
 
0.2.7.10 Rácio #8 Return on equity (ROE), ou rendibilidade dos capitais próprios14 
Formula 
 
Return on equity (ROE), ou rendibilidade dos capitais próprios, é um rácio financeiro que 
mede o retorno do capital empregue pelo accionista (capital próprio) durante um determinado 
período, normalmente um ano. O ROE é visto como um dos rácios financeiros mais 
importantes. Mede a eficiência de uma empresa a gerar lucros a partir do activo líquido 
(situação líquida), e mostra o potencial da empresa aplicar investimentos no sentido de 
aumentar os resultados. 
 
Ilustração 21: Return on equity (ROE), ou rendibilidade dos capitais próprios 
ROE= 53690/((180000+234390)/2)*100 = 25.9% 
Análise: De acordo com este rácio, a taxa de rendibilidade dos capitais próprios durante o 
período em análise foi de 25.9%. 
 
 
 
14 http://www.thinkfn.com/wikibolsa/ROE#sthash.TdqjsoTG.dpuf 
 
0.2.7.11 Rácio #9 Earnings Per Share ou Resultado por acção15 
Formula 
 
EPS ou "earnings per share" são os resultados por acção, ou seja, os resultados que a empresa 
produziu num dado período (trimestre, ano) divididos pelo número de acções emitidas em 
circulação dessa empresa. 
Ilustração 22EPS ou "earnings per share" 
EPS= 53690/((17000+27400)/2) = 2.42 Meticais 
Análise: De acordo com este rácio, se a empresa pudesse distribuir todos os seus resultados 
líquidos pelo número de acções em circulação havia de pagar 2.24 meticais. 
0.2.7.12 Rácio #10 Price Earnings Ratio (PER)16 
Formula 
 ou 
O PER(price-to-earnings ratio ou rácio preço/lucro) é um rácio financeiro, que relaciona os 
lucros líquidos da empresa com a sua capitalização bolsista, ou os resultados por acção com a 
sua cotação. 
Ou seja, o PER é quantas vezes o investidor paga pelos lucros da empresa. Se estes fossem 
totalmente distribuídos e não existisse crescimento, seria o número de anos que o investidor 
demoraria a recuperar o seu investimento na empresa à cotação presente. 
É portanto uma medida de valorização da empresa, especialmente útil para estabelecer a 
valorização relativa entre empresas, mas também como medida absoluta da valorização das 
empresas, embora nesse caso seja influenciada pelo nível das taxas de juro. 
 
15 http://www.thinkfn.com/wikibolsa/EPS#sthash.BvvLWiHt.dpuf 
16 
http://www.thinkfn.com/wikibolsa/R%C3%A1cio_pre%C3%A7o/lucro#sthash.pS8OZtZw.d
puf 
 
Ilustração 23: PER (price-to-earnings ratio ou rácio preço/lucro) 
PER = 20/2.42 = 8.3 : 1 
Análise: De acordo com este rácio, o investidor paga 8.3 vezes pelos lucros que obtém da 
empresa. 
0.2.8 Considerações finais 
 
O uso de rácios faz sentido se forem comparados com outras empresas ou sector de actividade. 
Além disso, a análise deve considerarfactores internos e externos que influenciam o 
desempenho da empresa e a natureza sazonal das actividades operacionais. 
 
 
 
 Resumo 
Na Unidade Didáctica nº 3, o estudante revisitou a estrutura de documentos contabilísticos 
básicos utilizados na Análise Económica e Financeira nomeadamente (o Balanço, a 
Demonstração dos Resultados, a Demonstração dos fluxos de caixa, a Demonstração das 
Alterações no Capital Próprio) e aprendeu aplicar diversos métodos de análise financeira que 
produzem informação para apoiar a tomada de decisões. 
O estudante acabou de assimilar habilidades importantes na gestão financeira de uma empresa. 
 
 Definições importantes 
Demonstração de resultados 
Balanço 
Demonstração das Alterações no Capital Próprio 
Demonstração de fluxos de caixa 
Métodos de análise económica e financeira 
 Análise comparativa ou horizontal 
 Análise vertical 
 Análise de tendências ou números índices 
 Análise do Mapa de Origens e Aplicações de Fundos 
 Análise da Demonstração de Fluxos de Caixa 
 Análise de Custo-Volume-Lucro 
 Análise Rácios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Tarefas 
 
 
Realizar as seguintes tarefas antes da próxima sessão de tutoria com o docente: 
Ler o seguinte: 
 
Capitulo 1 do livro de Higgins. Robert C., Analysis for financial management. 9th edition, 
2009 e 
 
Capitulo 7, do livro de Nabais, C. e Nabais, F., Pratica Financeira I, 4 edição, Outubro de 
2007. 
 
Procurar as fórmulas de cálculo dos seguintes rácios 
1. Rendibilidade do investimento 
1. Rendibilidade dos activos 
2. Rendibilidade dos capitais investidos 
3. Rendibilidade dos capitais próprios 
2. Desempenho operacional 
1. Rendibilidade comercial 
2. Rácio da margem operacional 
3. Rendibilidade liquida das vendas 
3. Uso de activos 
1. Rotação do caixa 
2. Rotação de contas a receber 
3. Rotação de existências 
4. Rotação do fundo de maneio 
5. Rotação de instalações e equipamentos 
6. Rotação do activo total 
 
 Auto-avaliação 
 
1. Dados os seguintes relatos financeiros da empresa Colgate, proceder a Análise horizontal 
e vertical dos anos 2006 e 2005. 
a) Comentar a variação anual de vendas, resultados brutos e custos. O que significa a 
variação da margem bruta superior aos custos de mercadorias vendidas? 
b) Comentar a variação anual de vendas e contas a receber. 
c) Comentar a variação das contas a receber e contas a pagar. 
d) Comentar os lucros por cada unidade de vendas (ultima linha na Análise vertical da 
DR). O que se passa com a capacidade dos gestores passarem os custos para os clientes? 
e) Que rubricas é que tem maior peso no activo e passivo circulantes? 
 
 
 
 
 
2. Utilizar os relatos financeiros do exercicio 1, e calcular rácios para fazer a análise de 
rendibilidade 
 
Chave de correcção 
1. Resposta: Para responder as alineas a) a e) primeiro vamos construir mapas verticais e 
horizontais, como se segue. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Comentários 
∆ vendas = 840,8 ou 7,38% 
∆ resultados brutos= 496,6 ou 8,00% 
∆ custos = 344,2 ou 6,63% 
As vendas cresceram 7.38%, mas os custos apenas cresceram em 6.63%, resultando no 
aumento dos resultados brutos em 8%. Este crescimento é maior que o das vendas. Isto, 
significa que a empresa conseguiu controlar os custos de produção de modo a aumentar 
a margem bruta. 
 
 
b) Comentários 
∆ vendas = 840,8 ou 7,38% 
∆ contas a receber = 213,8 ou 16,33% 
 
Contas a receber é uma percentagem de vendas concedida a crédito aos clientes. O 
crescimento percentual das contas a receber é maior que o crescimento percentual das 
vendas. Isto, significa que grande parte do crescimento das vendas deveu-se a vendas a 
crédito o que pode criar problemas de liquidez caso a empresa não consiga converter a 
tempo as contas a receber em numerário. 
 
c) Comentários 
∆ contas a receber = 213,8 ou 16,33% 
∆ contas a pagar = 163,6 ou18,67% 
O crescimento percentual das contas a pagar é maior que o das contas a receber. Isto 
significa que a velocidade do dilatamento do prazo de pagamentos é maior que a do 
prazo de recebimentos. Isto é bom porque passamos a ter mais tempo para pagar e 
menos tempo para cobrar. 
 
d) Comentários 
Lucros por cada unidade de vendas = 11,1 (2006) 11,9 (2005) 12,5 (2004) 
Os lucros por cada unidade de vendas estão a decrescer de ano para ano. Na análise anterior 
vimos que a empresa consegue controlar os custos de produção de tal modo que a margem 
bruta tende a crescer. Sendo assim, a razão do decrescimento de lucros por vendas pode ser 
encontrada nos seguintes aspectos: 
 Aumento de despesas administrativas e gerais 
 Aumento de encargos financeiros 
 Aumento da carga fiscal. 
Estes aspectos carecem de mais investigação para determinar exactamente a causa do 
empobrecimento dos lucros por vendas. 
 
e) Rrubricas com maior peso no activo e passivo circulantes são: 
Activo circulante 
Caixa, Bancos, … 5,36 4,00 5,56 4,24 
Contas a receber 16,67 15,39 15,95 16,62 
 Existências 11,04 10,06 12,00 11,58 
 Outros 3,06 2,95 3,67 3,34 
Activo circulante total 36,12 32,41 37,18 35,78 
 
 
Passivo circulante 
 Contas a pagar 11,38 10,30 
 Dívidas de curto prazo 10,40 6,21 
 Acréscimos e deferimentos 16,18 15,74 
Passivo Circulante total 37,96 32,24 
 
 
2. Resolução 
Análise de rendibilidade pode ser feita utilizando os seguintes rácios: 
1. Rendibilidade do investimento 
1. Rendibilidade dos activos 
2. Rendibilidade dos capitais investidos 
3. Rendibilidade dos capitais próprios 
 
2. Desempenho operacional 
1. Rendibilidade comercial 
2. Rácio da margem operacional 
3. Rendibilidade liquida das vendas 
3. Uso de activos 
1. Rotação do caixa 
2. Rotação de contas a receber 
3. Rotação de existências 
4. Rotação do fundo de maneio 
5. Rotação de instalações e equipamentos 
6. Rotação do activo total 
 
 
 
 
a) Rendibilidade dos investimentos 
A rendibilidade dos activos indica que para cada metical investido os activos geram 
16.51 cêntimos de resultados antes dos impostos. E que cada um metical do 
investimento dos accionistas rende 98.04 centimos. Ambos racios são 
significativamente altos. 
b) Desempenho operacional 
O rácio da margem bruta de 54.7% reflecte a capacidade da empresa em vender os seus 
produtos muito acima dos custos de produção, apesar da concorrência renhida no 
mercado. A rendibilidade operacional de 17.65% e a rendibilidade liquida das vendas 
de 11.01% são aceitaveis. Em conclusão, os preços praticados e o controlo dos custos 
de produção fazem com que a empresa seja uma empresa lucrativa. 
c) Uso dos activos 
Os racios do uso de activos são determinantes da rendibilidade dos investimentos. Os 
racios são bons com a excepção do rácio da rotação do fundo de maneio que é negativo 
porque o activo circulante é menor que o passivo circulante. Isto indica que a empresa 
não tem investido no fundo de maneio. 
 
 Para Investigar 
 
Explicar a afirmação “A análise económica e financeira é parte integrante da análise de 
negócio”. 
 
Explicar como os documentos contabilísticos reflectem as actividades de uma empresa. 
 
Identificar situações que impedem o cálculo de variações percentuais válidas. 
 
 
 
 
 
Texto de Leitura Básica 
 
Higgins. Robert C., Analysis for financial management. 9th edition, 2009 
Nabais, C. e Nabais, F., Pratica Financeira I, 4 edição, Outubro de 2007. 
http://www.otoc.pt/fotos/editor2/Sebenta_DIS3109.pdf 
 
Material complementar: 
Todos os sitesforam acessados recentemente, durante mês de 09/2013 
http://www.thinkfn.com/wikibolsa/ROE#sthash.TdqjsoTG.dpuf 
 
http://www.thinkfn.com/wikibolsa/R%C3%A1cio_de_autonomia_financeira#sthash.J8BJQ2
SB.dpuf 
 
http://www.portal-gestao.com/financas/item/2291-r%C3%A1cios-de-
rentabilidade.html#sthash.1D2JD5iW.dpuf 
 
http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Prazo_m%C3%A9dio_de_recebimento#sthash.eirZwEtZ.
dpuf 
 
http://www.thinkfn.com/wikibolsa/R%C3%A1cio_de_liquidez_reduzida#sthash.n6CxWMD
H.dpuf 
 
http://www.knoow.net/cienceconempr/gestao/racio_rotacao_clientes.htm 
 
http://www.thinkfn.com/wikibolsa/R%C3%A1cio_de_liquidez_geral#sthash.TpTFuEr4.dpuf 
 
http://xa.yimg.com/kq/groups/22685622/290654568/name/AN%C3%81LISE+DA+RELA%
C3%87%C3%83O+CUSTO+%C2%96+VOLUME+%C2%96+LUCRO.pdf

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