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Transformações Históricas Contemporâneas - Slides de Aula Unidade I

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Unidade I 
TRANSFORMAÇÕES 
HISTÓRICAS CONTEMPORÂNEAS
Profa. Monica Buratto
O olhar sobre o passado 
 Para podermos compreender as transformações históricas 
contemporâneas é indispensável que nos reportemos às 
origens históricas que contribuíram para houvessem as 
mudanças que experimentamos hoje em dia. Se vivemos 
em um mundo predominantemente capitalista, em que a 
maneira de viver é determinada por esse sistema econômico, 
então devemos ir às raízes desse fato, ou seja, no surgimento 
da burguesia e do capitalismo.
 Antes, porém, veremos como os pensadores estudavam 
e estudam a história, qual método de abordagem utilizavam 
e utilizam para podermos entender melhor qual abordagem 
usar na compreensão desses fatos históricos.
A Teoria da História – o olhar sobre o passado
 A compreensão do passado humano ocorre a partir das pistas 
deixadas pelo ser humano e pelo grupo. Essas pistas podem 
ser escritas, materiais não escritos, imateriais, dentre outras 
que não estão registradas fisicamente e, quando investigadas 
minuciosamente, auxiliadas por técnicas e métodos, leva o 
pesquisador a uma fidedignidade dos fatos pesquisados.
 No decorrer da própria história, os pesquisadores elaboraram 
teorias distintas e concepções para se estudar o passado 
e com diversas práxis (prática) para apreender o objeto 
histórico. É o que podemos chamar de Teoria da História.
Século XIX – Teoria da História
 Positivismo: teoria desenvolvida por Augusto Comte por volta 
do século XIX. Essa concepção defendia o conhecimento 
científico como único e verdadeiro e os fatos históricos 
deveriam ser comprovados por métodos científicos 
reconhecidos. Tinha grande fé na ciência e rejeitava qualquer 
tipo de crença. Ligava-se ao humanismo e ao evolucionismo 
(as sociedades europeias eram mais evoluídas do que outras). 
Para eles, a história era descritiva, factual e episódica.
 Historicismo: expoentes – Leopold Ranke, Johann Gustav 
Droysen, Wilhelm Dilthey, Hans Georg Gadamer, Paul Ricouer, 
Benedetto Croce e Karl Mannheim. Características: atenção à 
subjetividade do sujeito que constrói a história e método de 
abordagem parecido com o das Ciências Sociais.
Século XIX – Teoria da História
 Materialismo histórico: abordagem teórico-metodológica 
desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels. Vinculava o 
estudo da história com o estudo da economia. Características: 
compreensão da história a partir do materialismo histórico e 
materialismo dialético; a dialética refere-se às contradições da 
sociedade surgidas a partir do modo de se produzir; o método 
dialético compreende que qualquer fenômeno não pode ser 
explicado ou dissociado dos outros fenômenos que o 
circundam; a natureza está sempre se transformando, está 
sempre em transição; a vida material determina a vida social e 
política do indivíduo: as forças de produção, isto é, o modo de 
se produzir em uma sociedade determina a vida do indivíduo 
nesta sociedade.
Novos paradigmas da Teoria da História – século XX
 Escola dos Annales nasceu na França, em 1929, com Marc 
Bloch e Lucien Febvre (1ª fase), Fernand Braudel (2ª fase –
1950), Jacques Le Goff e Pierre Nora (3ª fase – 1970) e Georges 
Duby e Jacques Revel (4ª fase – história cultural). Foram contra 
a história tradicional, factual e a história política, incorporaram 
à história métodos utilizados nas Ciências Sociais, utilizavam 
estudos de documentos arquivados e outras fontes históricas, 
história social e interdisciplinaridade. No Brasil, os trabalhos da 
historiadora Mary Del Priore se aprofundaram na história das 
mentalidades. 
 Nova história: Jacques Le Goff e Pierre Nora (história das 
mentalidades): todos os seres humanos são portadores de uma 
história, estudo do homem comum; estudo do mundo 
rural e estudo multidisciplinar.
Novos paradigmas da Teoria da História – século XX
 Micro-história foi concebida por Carlo Ginzburg e Giovanni 
Levi (1981 e 1988). Essa abordagem se utiliza de recortes 
temáticos da história, favorecendo o sujeito individual, 
privilegia fatos relevantes específicos dentro do contexto 
estudado que são desprezados em outras abordagens e 
analisa a história do cotidiano.
 História cultural: Peter Burke (1970). Conexão entre a história e 
a antropologia, história das classes baixas, pessoas comuns 
como objeto de estudo, história do corpo, história da música, 
literatura e da arte, imaginário cultural, identidade individual e 
formas linguísticas de apreensão da realidade. 
O pensamento contemporâneo sobre a história
 Michel Foucault (1926-1984) elaborou um estudo sobre os 
sistemas de exclusão gerados pelo Ocidente: a ciência médica 
e psiquiátrica que preconizava a loucura, os sistemas de 
vigilância, as prisões e a sexualidade. 
 Escola Inglesa: representada por Edward Thompson (“História 
da classe operária inglesa”), Eric Hobsbawm (“A Era do 
Capital” e “A Era das Revoluções”) e Raymond Willians 
(História Social). Estavam ligados à historiografia marxista e 
elaboraram uma investigação criteriosa sobre classes 
operárias inglesas, como fez Thompson. 
 Quantitativismo (anos 1970) iniciado na história econômica, 
abrange os estudos sócio-históricos, recorrendo à estatística 
e à quantificação. 
Interatividade
Assinale a alternativa incorreta sobre o estudo da história.
a) O estudo da história pode estimular a memória do grupo social e 
incentivar um sentimento de pertencimento àquele grupo.
b) O conhecimento histórico nos leva a uma emancipação e liberdade 
ao reconhecermo-nos como sujeitos e agentes históricos. 
c) Várias abordagens no modo de se pensar a história que variam de 
acordo com a época em que o pensamento foi concebido e que 
refletem no modo de se abordar a história. 
d) A questão da subjetividade no conhecimento da história e as 
diferentes visões que os historiadores têm perante os fatos não 
têm importância na análise histórica.
e) Não é possível compreender a história do povo brasileiro sem 
antes analisarmos a história de Portugal e transferência de 
grande parte da sua cultura para o Brasil. 
O mundo moderno e suas transformações: 
uma introdução
 A passagem do feudalismo para o capitalismo – com as 
melhorias no sistema produtivo no interior do feudo e o 
aperfeiçoamento das técnicas agrícolas, como o surgimento 
da charrua, tipo de arado de ferro que facilitava o cultivo, 
além da rotação dos campos de produção e moinhos de 
ventos, a produção aumentou e houve um significativo 
aumento da população.
 Com o desejo da nobreza, dona dos feudos, em aumentar os 
tributos e as obrigações devidas pelo servo, houve uma fuga 
de parte dos camponeses para as cidades, já que estas não 
apresentavam mais perigos de invasões. Ocorreu um 
verdadeiro êxodo rural.
O mundo moderno e suas transformações: 
uma introdução
 Camponeses marginalizados e nobres excluídos do direito 
de herdar bens de seus pais que não tinham terras para deixar 
aos seus filhos foram convocados pela Igreja para as guerras 
(Cruzadas) no Oriente. Eles entraram em contato com 
produtos e culturas diferentes. As mercadorias trazidas do 
Oriente foram entrando na Europa e provocando uma 
verdadeira transformação no sistema de trocas. 
 As feiras medievais, local onde os comerciantes faziam 
seus negócios, dinamizaram-se com a introdução de novos 
produtos, a recirculação das moedas e a reinvenção das 
trocas comerciais. Muitos locais se transformaram em 
cidades. Os burgueses (habitantes do burgo), originários 
da fuga dos feudos, dinamizavam o comércio local e
mudaram o sistema feudal.
As cidades medievais como precursoras do 
pré-capitalismo 
 O crescimentodas cidades medievais está vinculado à 
produção de excedente agrícola e ao aumento demográfico 
assistido na Europa ocidental. Essas cidades surgiram por volta 
do século XI. A população urbana era formada pela chamada 
burguesia que se dedicava ao comércio e ao artesanato, ao 
passo que no campo viviam a nobreza e o clero, em que servos 
remanescentes produziam alimentos e se dedicavam à criação 
de animais. O campo abastecia as cidades.
As cidades medievais como precursoras do 
pré-capitalismo 
 Os produtos fabricados nas cidades eram realizados de forma 
manual e confeccionados, em geral, por um indivíduo, os 
artesãos, com a ajuda de aprendizes. As atividades de padaria, 
metalurgia, ourivesaria, carpintaria, alfaiataria, tecelagem, 
tinturaria, entalhe de pedras etc. abasteciam os moradores do 
campo e da cidade.
 Os alimentos que guarneciam as cidades provinham do campo, 
que continuava a produzir gêneros agrícolas, tais como: 
cereais, vegetais, carnes bovinas, de porco e de frango; leite e 
peixe. Produziam vinho e vinagre. Com o tempo, as especiarias 
vindas do Oriente, como cravo, canela e noz-moscada 
passaram a abastecer as cidades, mas apenas a nobreza tinha 
condições de consumir os produtos importados da 
China e da Índia.
As cidades medievais como precursoras do 
pré-capitalismo 
 Havia, ainda, os ricos comerciantes ou mercadores que 
abasteciam as feiras medievais dos produtos importados e os 
banqueiros que guardavam o dinheiro dos comerciantes 
mediante uma taxa, os juros de mora. Esses tinham um grande 
poder econômico nas cidades.
 Muitas cidades eram franqueadas, os habitantes tinham que 
pagar uma franquia ao senhor feudal local. Com o tempo, a 
população foi adquirindo certa autonomia e liberdade e se 
transformaram em comunas.
 Politicamente, as cidades medievais eram dominadas pelos 
senhores feudais que detinham a maioria das terras; mas, com 
o tempo, a nobreza e os senhores perderam seu poder para a 
ação política dos reis.
Crise econômica nos séculos XIV e XV
 Com a fuga dos servos do feudo, a produção feudal crescia 
pouco ou ficava estagnada, causando uma baixa produção e 
um abastecimento incipiente de alimentos para as cidades. 
Isso enfraqueceu o organismo dos indivíduos que ficaram 
sujeitos às doenças. Ocorreu a peste negra (doença do rato) 
no século XIV, dizimando 25 milhões de pessoas, tanto do 
campo quanto da cidade.
Crise econômica nos séculos XIV e XV
 As doenças provocaram uma retração da produção no campo, 
não havia quem produzisse alimentos para serem 
comercializados nas cidades. Sem alimentos, os citadinos 
ficavam mais vulneráveis ainda às doenças que se espalhavam 
rapidamente, ocasionando mortalidade fulminante. A crise de 
retração, ocorrida no século XIV, suspendeu o 
desenvolvimento da economia, fazendo com que houvesse 
uma baixa na produção e no consumo.
Do pré-capitalismo ao capitalismo comercial
 A primeira fase do capitalismo, o pré-capitalismo, corresponde 
à primeira fase do capitalismo e surgiu por volta do século XII. 
Caracterizou-se pela produção de bens não apenas para 
consumo imediato, mas sim para trocas, engendrando um 
quadro mercantil.
 A partir do século XVII, o capitalismo comercial se desenvolve 
como decorrência do acirramento das atividades mercantis, 
inaugurando uma nova etapa econômica para o mundo, não 
apenas para a Europa, pois estavam envolvidos produtores 
e consumidores. 
 Nesse período intensificou-se a procura de novas rotas 
comerciais pelos europeus a fim de adquirir mercadorias 
estrangeiras e, com isso, a possibilidade de ampliação 
de mercados e de capital sem o intermediário. 
Fases do capitalismo
 Pré-capitalismo = séculos XII a XV.
 Capitalismo comercial = séculos XVII a XVIII.
 Capitalismo industrial = século XVIII.
 Capitalismo financeiro = séculos XIX ao XX.
Interatividade
Assinale a alternativa correta sobre o capitalismo comercial:
a) Podemos reconhecer que a denominação “comercial” provém 
da preponderância do capital mercantil sobre a produção e não 
tem relação com o trabalho assalariado.
b) As relações de mercado como características do capitalismo não 
estão definidas ainda no período do capitalismo comercial. 
c) No pré-capitalismo, o produtor independente, artesão, vendia o 
produto de seu trabalho, bem como o seu trabalho. 
d) Quem tinha a maior parcela de lucro é quem comprava e 
revendia a mercadoria, assim como o produtor da mercadoria.
e) A fase de acúmulo de capital nas mãos dos comerciantes que 
controlavam o mercado implicou no investimento da produção 
de mercadorias, dando origem ao capitalismo industrial 
do século XII. 
O mercantilismo e a expansão marítima europeia
 A formação das Monarquias Nacionais: para que ocorresse um 
desenvolvimento comercial intenso e acúmulo de riquezas, os 
mercadores precisavam da proteção de um governante forte 
que os representasse, regulamentasse leis, que garantisse a 
ordem e a segurança e que organizasse as trocas comerciais 
com outras regiões e essa ajuda veio pelo fortalecimento do 
poder real.
 O rei se beneficiava com a movimentação da economia, pois os 
impostos pagos pelos mercadores para que governasse 
aumentava seu poder e lhe conferia maior prestígio perante o 
reino e por outros reinos. 
Mercantilismo: o acúmulo de capital
 O rei adotou, então, um conjunto de práticas para facilitar o 
desenvolvimento do comércio e para obter e preservar 
riquezas em suas nações. Isso se deveu aos descobrimentos e 
à colonização de terras capazes de oferecer produtos 
primários por meio da sua exploração. 
 Portugal e Espanha se tornaram os pioneiros nas descobertas 
de terras que fornecessem matérias-primas. Já a Inglaterra se 
destacou no mercantilismo comercial e a França se 
especializou no mercantilismo industrial com suas 
manufaturas de luxo.
Mercantilismo – características 
 Metalismo ou Bulionismo: ideia de acúmulo de metais 
preciosos, principalmente ouro e prata – quanto mais a nação 
tivesse esses metais, mais seria rica. Para isso, seria 
necessária a procura de um lugar que tivesse disponível os 
metais desejados, a posse das colônias e a disputa colonial 
entre as nações. Portugal e Espanha foram os pioneiros na 
corrida colonial.
 Balança de comércio favorável: as nações deveriam exportar 
mais do que importar. Assim, as moedas não saíram do 
território de uma forma descontrolada. Os países exportavam 
muitos produtos, principalmente as manufaturas de luxo, para 
as colônias e outras nações e recebiam matérias-primas 
enviadas pelas colônias quase de graça 
(sistema colonial).
Mercantilismo – características 
 Pacto Colonial ou Exclusivo Colonial: as colônias europeias 
na América deveriam fazer comércio apenas com suas 
metrópoles. A conquista e a exploração das colônias 
favoreceram o vender caro (Europa) e comprar barato 
(colônia). O sistema colonial transferiu lucros para a 
burguesia mercantil, aumentou o poder do rei e aumentou a 
riqueza nacional. Não era permitido que a colônia produzisse 
qualquer produto manufaturado e nem comprasse de 
produtores estrangeiros, ela deveria comprar tudo da 
metrópole, enquanto fornecia a elas matérias-primas.
 Protecionismo: política que restringia as importações com 
pesadas taxas alfandegárias e até mesmo proibia a entrada de 
artigos importados no país. Isso estimulava a indústria 
nacional. 
Relações internacionais do século XVI e a 
Revolução Comercial
 Os séculos XVI e XVII, na Europa, foram marcados pela 
Revolução Comercial. Essa mudança foi resultado da formação 
gradativa de mercados nacionais, devido ao intensocomércio 
que vinha alterando o cenário econômico de várias regiões da 
Europa como as cidades italianas de Gênova e Veneza, que 
desde o século XI vinham monopolizando as relações 
comerciais entre o Ocidente e o Oriente (Alexandria e 
Constantinopla).
 A verdadeira revolução no comércio só se concretizaria se os 
Estados nacionais emergentes quebrassem o monopólio 
comercial das cidades italianas e se lançassem em busca de 
novos mercados e formas que pudessem baratear o produto 
importado do Oriente.
Relações internacionais do século XVI e a 
Revolução Comercial
 A procura de novas rotas comerciais que não fossem as rotas 
terrestres, já dominadas e ocupadas pelos mouros, a busca 
por metais preciosos que suprissem a nova ordem monetária 
europeia, a conquista de novos lugares que fornecessem 
matérias-primas e alimentos, assim como a disposição e o 
interesse real em patrocinar as expedições marítimas 
(mercantilismo) transformaram a Europa em um continente 
muito rico. 
 Os produtos coloniais, a exploração de metais preciosos e o 
escravismo tornaram muitos comerciantes endinheirados, 
além de outras camadas da sociedade, tais como pequenos 
comerciantes, senhores de terras coloniais, camadas médias 
da população e ainda revolucionaram as relações 
internacionais.
Colonizações do século XV
 A expansão portuguesa: África, Índia, China, Japão e Brasil.
 A expansão espanhola: América.
 A expansão francesa: América do Norte e Antilhas.
 A expansão inglesa: América do Norte. 
 Colônias holandesas: América do Sul e Antilhas. 
Interatividade
Sobre o mercantilismo e suas implicações é correto afirmar:
a) A burguesia mercantil não se fortalecia com a organização da 
expansão comercial promovida pelo rei, pois tinha que pagar 
muitos tributos a ele.
b) Com a centralização política nas mãos de vários governantes em 
um só reino, eles passaram a concentrar recursos.
c) O fracasso de uma autoridade central possibilitou o surgimento 
de uma língua nacional, autonomia e identidade da jovem nação.
d) Os reis europeus adotaram um conjunto de práticas para facilitar 
o desenvolvimento do comércio e para obter e preservar 
riquezas em suas nações. 
e) A Inglaterra se destacou no mercantilismo industrial e a França 
se especializou no mercantilismo metalista em suas colônias.
A colonização europeia na América e o 
Condado Portucalense
A fim de compreendermos a história do Brasil desde os seus 
primórdios, devemos conhecer a história de Portugal, assim 
como procurar entender como se formaram as monarquias e 
como os reis utilizaram as técnicas mercantilistas para 
promover o desenvolvimento do Estado português. Cronologia:
 1139 – formação de Portugal – 1º rei: Dom Afonso Henrique 
(Dinastia de Borgonha).
 1383 – Revolução de Avis – rei: D. João de Avis.
 1413 – Portugal inicia a expansão ultramarina.
 1494 – Tratado de Tordesilhas.
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530)
Cronologia:
 1500 – descoberta intencional do Brasil – Pindorama (palavra 
de origem tupi: Pi’dob: palmeira + orama: terra das palmeiras).
 1501 – 1ª expedição exploradora comandada por Gaspar de 
Lemos e Américo Vespucci – verificação do pau-brasil.
 1503 – 2ª expedição: Gonçalo Coelho e Américo Vespucci –
contrato entre comerciantes: Fernão de Noronha e o rei para a 
exploração do pau-brasil.
 1504 – introdução do sistema de capitanias hereditárias.
 1515 – expedição de reconhecimento da costa brasileira.
 1516 – expedição de defesa de Cristóvão Jacques.
 1526 – 2ª expedição de defesa.
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530)
 É com Martin Afonso de Souza que se inicia a colonização 
portuguesa. Ele trouxe 400 homens, animais e mudas de 
plantas. Formou a vila de São Vicente e o nosso primeiro 
engenho de cana-de-açúcar. Entrou também em contato com 
os líderes indígenas locais, dentre os quais um português 
chamado João Ramalho, que, segundo se conta, já estava em 
nosso país desde 1497. Iniciada a colonização, também 
começou a escravidão indígena. Muitos colonos, já 
acostumados com o serviço escravo na corte, quiseram 
obrigar os índios a trabalhar em suas lavouras. Os padres 
jesuítas, interessados em sua catequese, foram contra. 
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530) – primeiros 
habitantes
 Povos nômades vieram à América por volta de 40 mil anos 
atrás. Um desses povos deu origem ao tupi-guarani, uma das 
sete grandes famílias que constituíam o grupo linguístico 
Macro Tupi. Iniciou-se a migração desses povos pelo rio 
Amazonas, devido ao crescimento demográfico e à 
desertificação do território tribal, chegando ao litoral do Brasil 
e expulsando os tapuias (os outros) que eram do grupo 
linguístico Jê e que também já haviam expulsados os 
habitantes originais do litoral, os chamados homens dos 
sambaquis. Entre o grupo linguístico Jê encontravam-se os 
aimorés, os timbiras, os caiapós e os xavantes.
O Brasil Pré-Colonial (1500-1530) – primeiros 
habitantes
 Organização das tribos: tabas – aldeias independentes, 
formada por várias malocas, dispostas em volta de uma praça 
central. Cada maloca abrigava várias famílias e tinha um chefe, 
o morubixaba. Todos obedeciam um conselho de pessoas 
mais velhas e ao chefe religioso: o pajé.
 Atividades econômicas: caça, pesca, coleta de frutos e raízes e 
agricultura (milho e mandioca). Não praticavam o pastoreio 
nem o comércio. Fabricavam utensílios de cerâmica, pedra, 
madeira, ossos e fibras vegetais.
 Organização social: muitos grupos praticavam a poligamia e 
havia divisão sexual do trabalho.
 Herança cultural: rede para dormir, mandioca, milho, guaraná, 
ervas medicinais, canoas, jangadas, coivara, cipó, 
danças, palavras indígenas, cânticos etc.
Pau-Brasil e Capitanias Hereditárias
 O pau-brasil foi a primeira forma de exploração do Brasil,
Ibirapitanga, como era chamado pelos índios; devido à tinta 
que soltava, após a fervura era chamado de pau tinta. Era 
levado para a Europa e comercializado para o tingimento de 
tecidos. A mão de obra utilizada para a extração do pau-brasil 
era indígena e o pagamento era na forma de quinquilharias 
(escambo: uma troca de mercadoria por outra) e a madeira era 
armazenada nas feitorias. 
 O rei de Portugal doou a 12 donatários ou capitães donatários 
(ricos portugueses) 15 lotes de terra. Os donatários recebiam 
apenas a posse e deveriam explorá-la por conta própria: ela era 
alienável, hereditária e indivisível. Apenas duas capitanias 
tiveram êxito: São Vicente (Martim Afonso de Souza) e 
de Pernambuco (Duarte Coelho).
O Brasil Colonial (1531-1822) – sociedade açucareira
 Sociedade açucareira (1580-1700): a cana-de-açúcar já era produzida 
nas ilhas do Atlântico (Madeira, Açores e Cabo Verde) desde o início 
do século XV. Os primeiros engenhos foram instalados em São 
Vicente. Com a ocupação do Nordeste, o litoral e seu solo (massapé) 
tornaram-se excelentes para o cultivo da cana-de-açúcar. A 
agroindústria açucareira era formada por: casa-grande, capela, 
senzala e terras. Os holandeses financiavam os equipamentos e 
distribuíam o açúcar na Europa. O produto saia bruto do Brasil até os 
portos portugueses e lá ia para a Holanda para ser refinado e 
distribuído. Os portugueses eram intermediários entre a produção e a 
distribuição do produto. Os holandeses, quando foram impedidos de 
contatar os portugueses para a obtenção do produto, invadiram o 
Nordeste, sendo que o auge da produção açucareira se deu no 
governo de Maurício de Nassau-Siegen (1624-1654). Os holandeses 
tomaram o tráfico escravo na África. Os holandeses foram expulsos 
do Nordeste na Batalha de Guararapes.
O Brasil Colonial (1531-1822)– sociedade açucareira
 Produção do açúcar: o açúcar era colhido e levado para a 
moenda, onde a cana era moída, resultando na garapa. A moenda 
era movida por energia hidráulica (engenho real) ou trapiches 
(tração animal). A garapa era cozida na fornalha e depois levada 
à casa de purgar e o açúcar era quebrado e encaixotado. Outras 
atividades econômicas do latifúndio: tabaco, aguardente, algodão 
e pecuária. A sociedade açucareira era considerada patriarcal, 
imóvel e dividida entre senhores e escravos. 
 Devido às lutas internas, tribos africanas escravizavam os 
vencidos que eram vendidos aos comerciantes portugueses. A 
maior utilização do negro como mão de obra escrava básica na 
economia colonial deve-se, principalmente, ao tráfico negreiro, 
atividade altamente rentável, tornando-se uma das principais 
fontes de acumulação de capitais para metrópole. As etnias 
negras eram os bantos (Congo, Guiné e Angola) e os sudaneses.
Os quilombos: a resistência 
 Desde fugas isoladas, passando pelo suicídio, pelo banzo 
(nostalgia que fazia o negro cair em profunda depressão, 
levando-o à morte) e pelos quilombos, várias foram as formas 
de resistência do negro à escravidão, sendo a formação dos 
quilombos a mais consequente. 
 Os quilombos eram aldeamentos de negros que fugiam dos 
latifúndios, passando a viver comunitariamente. O maior e 
mais duradouro foi o quilombo dos Palmares, surgido em 
1630, em Alagoas, estendendo-se em uma área de 27 mil 
quilômetros quadrados até Pernambuco. 
 Seu primeiro líder foi Ganga Zumba, depois seu sobrinho Zumbi, 
que tornou-se a principal liderança da história de Palmares. 
Zumbi foi covardemente assassinado, em 1695, pelo bandeirante 
Domingos Jorge Velho, contratado por latifundiários da região. 
A descoberta do ouro no Brasil
 Com a descoberta do ouro em Minas Gerais, a Coroa 
portuguesa encontrou uma nova fonte de renda para atingir o 
propósito mercantilista – a do metalismo. A exploração do ouro 
no Brasil colocou a metrópole portuguesa em uma posição de 
destaque perante as outras nações europeias. 
 Em 1718 – descobertas minas na Bahia, Goiás e Mato Grosso.
 Formas de exploração: faisqueira e lavras.
 Exploração de diamantes: monopólio da Coroa (distrito 
diamantino).
 Intendência das Minas: fiscalizava a administração e a 
exploração do ouro.
 Casas de fundição (1719) fiscalizavam a exploração do 
ouro: Revolta de Vila Rica.
A descoberta do ouro no Brasil
 Quinto: os mineiros deveriam pagar um quinto do ouro para a 
Coroa portuguesa. Isso resultou na Inconfidência Mineira.
 Descaminhos do ouro: contrabando.
 Mobilidade social: nessa sociedade, o escravo poderia 
comprar sua liberdade.
 Tratado de Methuem: a dívida dos portugueses com os 
ingleses era paga em ouro.
 Consequências da exploração do ouro: aumento das cidades, 
da população e do consumo; surgimento do patriarcalismo 
urbano e desenvolvimento das artes. 
A descoberta do ouro no Brasil
 A descoberta do ouro acabou por ter tido consequências 
negativas para Portugal. O ouro de Minas Gerais exerceu uma 
grande atração, o que levou muita gente a imigrar para essas 
terras, enfraquecendo a agricultura no Brasil e despovoando 
ainda mais os campos na metrópole. 
 Portugal ficava cada vez mais dependente da Inglaterra, pois 
comprava as manufaturas inglesas e pagava em ouro. O ouro 
conseguido no Brasil era rapidamente escoado na compra de 
produtos importados.
 D. João V, que cobrava um quinto de toda a produção aurífera, 
utilizou essa riqueza para ostentar uma imagem de poder e 
magnificência, permitindo-lhe, entre outras coisas, mandar 
construir o Convento de Mafra, utilizando ouro na sua 
construção. 
A crise do mercantilismo
 O mercantilismo envelheceu. Novas formas de se produzir e de 
reger ou chefiar uma nação foram surgindo no início do século 
XVIII. A burguesia ansiava pelo poder para diminuir o domínio 
do rei e conquistar maior liberdade comercial. O sistema 
colonial entrou em crise; Portugal e Espanha não 
acompanharam as mudanças que estavam ocorrendo em 
outras regiões europeias e o sistema escravista era 
incompatível com os anseios da sociedade burguesa. O 
sistema escravista era bastante ineficiente e distinto do 
sistema industrial que estava se formando na Inglaterra: 
apesar da mais valia, isto é, a exploração do escravo ser 
bastante parecida com a exploração do operário das indústrias 
inglesas, o escravo não consumia mercadorias, pois não 
ganhava salário. 
Interatividade
Sobre a colonização portuguesa no Brasil, podemos afirmar:
a) De 1500 a 1630, Portugal, mais interessado em suas colônias 
nas Índias, não demonstrou interesse pelo Brasil. 
b) Com a perda do monopólio do comércio das especiarias 
para os ingleses, os portugueses começaram a olhar melhor 
para a sua colônia brasileira. 
c) No período Pré-Colonial, os portugueses enviaram ao Brasil 
expedições colonizadoras de exploração.
d) No período Pré-Colonial ocuparam-se da exploração e da 
exploração do ouro no Brasil, já que encontravam bem fácil 
nessas terras.
e) Quando os colonizadores chegaram às terras brasileiras 
encontraram uma grande variedade de povos indígenas, 
principalmente os bantos e os tupis. 
ATÉ A PRÓXIMA!

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