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Ellen Ayssa - Enfermagem ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIAS CLÍNICAS: CARDIOVASCULARES • Anatomia Os átrios ficam separados dos ventrículos por tecido fibroso que circunda os orifícios valvulares entre eles. Potenciais de ação só podem ser conduzidos, do sincício atrial para o sincício ventricular, por meio de um sistema especializado de condução, o feixe atrioventricular. Essa divisão do coração em dois sincícios é importante porque permite que os átrios se contraiam pouco antes dos ventrículos, fundamental para a eficácia do bombeamento cardíaco. Sequência da Contração Cardíaca - O átrio direito enche-se de sangue vindo das veias cava superior e inferior; - O átrio esquerdo enche-se de sangue vindo das veias pulmonares; - Após encherem-se, os átrios contraem-se ejetando seu conteúdo nos ventrículos; - Após encherem-se, os ventrículos contraem-se, ejetando o sangue para a artéria pulmonar e aorta. ECG Normal Arranjo do traçado eletrocardiográfico Parede Antero-Septal Arranjo do traçado eletrocardiográfico Parede Anterior Ellen Ayssa - Enfermagem Arranjo do traçado eletrocardiográfico Parede Lateral Alta e Antero Lateral Arranjo do traçado eletrocardiográfico Parede Inferior Arranjo do traçado eletrocardiográfico SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS Constelação de sintomas clínicos que são compatíveis com isquemia aguda do miocárdio: CONSUMO DE O2 • Frequência cardíaca • Contratilidade cardíaca • Estresse sistólico da parede ventricular (pós carga) SCA sem elevação segmento ST SCA com elevação de segmento ST Ellen Ayssa - Enfermagem SCA sem elevação do segmento ST • ANGINA INSTÁVEL: dor ou desconforto; • Ocorre em repouso, ou aos mínimos esforços e dura mais de 10 minutos; • Severa e de início recente (4 a 6 semanas); • Modelo em crescendo: mais intensa, mais frequente e prolongada que anteriormente. FATORES DE RISCO: Tabagismo; HAS; DM; HDL<40mg/dl; LDL aumentado; História familiar positiva; Obesidade; Sedentarismo; outros. SCA sem elevação do segmento ST IAM sem elevação de segmento ST: •Dor ou desconforto torácico, ou alterações eletrocardiográficas compatíveis; •Elevação de marcadores de necrose miocárdica. Multifatorial •Ruptura ou erosão da placa – trombo não oclusivo; •Micro embolização de agregados plaquetários - destruição miocárdica – elevação de enzimas. OBSTRUÇÃO DINÂMICA: • Espasmo coronariano ou vasoconstricção; • Espasmo do músculo liso do vaso, associado disfunção endotelial. OBSTRUÇÃO MECÂNICA PROGRESSIVA: • Estreitamento progressivo sem espasmo ou trombo; • SECUNDÁRIA: hipertireoidismo, est. aórtica, febre, hipotensão, hipoxemia taquicardia. Sinais e Sintomas Tipo de dor: • Desconforto precordial ou MSE, desencadeado por estresse ou exercício, aliviada com repouso ou nitrato, irradiação (mandíbula, pescoço, epigástrio); • Diabético, idosos (atípicos, valorizar piora da dispneia, vômitos, sudorese). Padrão da angina: • Angina de repouso: prolongada, mais de 20 minutos. • Angina crescente: angina diagnosticada, mais frequente, maior duração, ou menor esforço. Ellen Ayssa - Enfermagem Exame físico Inexpressivo: • Pressão arterial; palpação de pulsos em membros superiores e inferiores; • Geral: avaliar palidez, sudorese, ansiedade, cianose, turgência jugular; • Ausculta cardíaca: presença de sopros, B3 e B4; • Ausculta pulmonar: presença de crepitações; • Extremidades: procurar sinais de insuficiência vascular, edema. Exames complementares • Eletrocardiograma. Realizado até 10 minutos; • Elevação do segmento ST > 1 mm em 2 ou mais derivações contíguas; • Sem elevação do segmento ST > 1mm em 2 ou mais derivações contíguas, com quadro clínico compatível. • Eletrocardiograma: • Ecg normal: não descarta doença coronariana; • Alterações dinâmicas do segmento ST com sintomas – isquemia miocárdica; • Alteração do segmento ST: HAS, pericardite, aneurisma de VE, repolarização precoce, cardiomiopatia hipertrófica. Eletrocardiograma: ordem de gravidade: • I – Bloqueio de ramo esquerdo; • II – Alteração dinâmica do segmento ST; • III –alterações da onda T; • IV – Ecg – normal; • Uso de tricíclicos (amitripilina) + fenotiazinas - amplictil (antidepressivos) - inversão profunda da onda T. Marcadores de necrose do miocárdio • Solicitados na chegada no PS e após 6 e 12h; • 3 marcadores: CPKMB massa Troponinas Mioglobina VANTAGENS: CKMB: •Rápida, custo eficiente; acurado, habilidade para detecção precoce IAM. MIOGLOBINA: •Alta sensibilidade; útil na detecção precoce do IAM; mais útil na exclusão do IAM. TROPONINAS T e l: •Poderoso para estratificação; maior sensibilidade e especificidade do que CKMB; detecção recente do IAM até 2 semanas após o início dos sintomas; útil para seleção da terapia. DESVANTAGENS CKMB: •Falta especificidade na lesão muscular esquelética; baixa sensibilidade IAM Ellen Ayssa - Enfermagem com sintomas precoces (< 6 h) tardio (>36h) e pequenas lesões miocárdicas; MIOGLOBINA: •Baixa especificidade na lesão muscular esquelética; rápido retorno ao normal TROPONINA: •Baixa sensibilidade na fase precoce do IAM (< 6H); limitado para detectar pequeno reinfarto tardio. • Exames gerais •Hemograma •Eletrólitos •Glicemia •Função renal •Testes de coagulação CINEANGIOCORONARIOGRAFIA (exame radiológico que consiste na injeção de substância radiopaca (contraste) na artéria femoral ou umeral, e na filmagem da dispersão de tal substância através dos vasos coronários que irrigam o coração). Estratégia intervencionista: •Realização até as primeiras 48 após SCA de ALTO RISCO e no IAM SEM SUPRA. Estratégia conservadora: •Não é feito de imediato; •Tratamento clínico; •Caso piora do paciente: EXAME DE URGÊNCIA. PERFIL LIPÍDICO •Solicitados na manhã seguinte à chegada do paciente ao PS, com 12h de jejum; •Colesterol total; LDL; HDL; Triglicérides. SCA com elevação do segmento ST • INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Mortalidade do IAM nos primeiros 30 dias pós internação: •Período pré-unidade:30% •Período pós-unidade: 15% •Período pós recanalização de vasos :6,5% •Morte após 1 h do início dos sintomas: FV ETIOLOGIA/FISIOPATOLOGIA •Placa aterosclerótica sofre uma ruptura ou erosão com formação de trombo oclusivo; •Outras causas: espasmo coronariano (drogas: cocaína); Embolia coronária: endocardite; Vasculites (poliartrite nodosa, lúpus); Oclusão do óstio coronariano (dissecção aórtica); Doenças trombóticas (anemia falciforme, doenças mieloproliferativas, civd). A dimensão do infarto irá depender de: •Território arterial ocluído; •Duração da oclusão; •Presença ou não de fluxo colateral; •Demanda de o2 no tecido isquêmico; •Capacidade de lise do trombo; •Fluxo sanguíneo adequado pós reperfusão. ACHADOS CLINÍCOS: •50% pacientes: fator precipitante, exercício físico extenuante, estresse emocional, doença crônica, cirurgia; Ellen Ayssa - Enfermagem•Tipo de dor: mais intensa > 20 minutos, não aliviada por nitratos ou repouso; •Idosos, diabéticos e mulheres; •Ansiedade, sudorese profusa, palidez, mãos frias; bradicardia; arritmias; hipertensão; hipotensão •EXAMES COMPLEMENTARES: •ECG: < 10 minutos •A) elevação do segmento ST > 1mV, em duas ou mais derivações contíguas; •B) presença de novo (presunção) bloqueio de ramo esquerdo, associado á história clínica sugestiva. •Bloqueio de ramo esquerdo: •ECG prévio sem bloqueio; Marcadores bioquímicos precoces; •Exames de imagem: ecocardiograma com hipocinesia ou acinesia segmentar. ECG; •C) Infradesnivelamento do segmento ST> 1mV V1 a V3; •D) Elevação do segmento ST em V3r e V4r infarto de VD (30% pacientes com lesão coronária direita). Marcadores de necrose miocárdica: •Diagnóstico: exame clínico sugestivo + alteração compatível (supra); •Marcador de escolha: Troponina sérica; •Mais sensível e específico para necrose; •Pericardite, miocardite, embolia pulmonar. Marcadores de necrose: 2° escolha: CPK MBmassa •Mioglobina: elevação precoce 2-4 h, menos específica; •Reinfarto precoce: CPK MBmassa. •EXAMES GERAIS E PERFIL LÍPIDICO: •Hemograma, sódio, potássio, magnésio glicemia, função renal, coagulograma colhidos junto com os marcadores de necrose miocárdica; •Perfil lipídico: colher colesterol total e frações + triglicerídeos. MÉTODOS DE IMAGEM: •Tomografia, ressonância, ecocardiografia transesofágica: •Identificação de causas não-isquêmicas que causam dor torácica; •Dissecção de aorta, derrame pericárdico, embolia pulmonar. TRATAMENTO NO PRONTO SOCORRO: •MEDIDAS INICIAIS: •História e exame físico dirigidos+ ecg > 10 min; •AAS: Mastigar 160 a 325 mg vo; •CLOPIDROGEL :300 mg vo de ataque; •Monitorização: •Cardíaca, oximetria de pulso (spo2<90%); •Acesso venoso + coleta de sangue. TRATAMENTO: •Nitrato: sublingual -0,4 mg 5 em 5 min; Ellen Ayssa - Enfermagem •Nitroglicerina EV: Dor torácica persistente; Hipertensão persistente; Edema pulmonar ou ICC •CONTRA INDICAÇÃO: Pa sistólica <90; •FC> 100 <50 bpm; •Infarto de VD, uso de sildenafil /24h. TERAPIAS DE RECANALIZAÇÃO CORONÁRIA: •Precoce e imediata; Mais importante terapêutica no IAM; Agentes fibrinolíticos; Angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP) primária + STENT; Diminuição da mortalidade< 10% TROMBÓLISE QUÍMICA: RECOMENDAÇÕES: •Elevação do segmento ST (> 0,1mV) em duas derivações contíguas, delta T <12h e ausência de contra- indicações; •Bloqueio de ramo esquerdo novo, delta T <12 h e ausência de CI. TRATAMENTO: •Trombolítico efetivo nas primeiras 3 horas do início do sintoma (especialmente na primeira hora); •Estreptoquinase •Ativador do plasminogênio tecidual (tPA rt-PA) alteplase •Tenecteplase –TNK-tPA Contraindicações absolutas •AVEH prévio em qualquer tempo; AVEI nos últimos 3 meses; Lesão cerebral estrutural conhecida (MAV); Neoplasia intracerebral conhecida; Sangramento interno ativo (exceto menstruação); Dissecção de aorta conhecida ou suspeita; Tce grave nos últimos 3 meses. Contraindicações relativas • História de HAS crônica, grave não controlada; Pa > 180x110 mmhg a apresentação; Uso atual de anticoagulantes; Cirurgia de grande porte nas últimas 3 semanas; RCP prolongada > 10 min e traumática; Punções vasculares não compressíveis; Sangramento interno recente (2 a 4 semanas); STK – uso prévio ( +5 dias); Gravidez; Ulcera péptica ativa; AVEI há + 3 meses , ou qualquer patologia do SNC. ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA Pré-requisitos: •Disponibilidade 24h; Porta balão: 90 minutos; Hemodinamicista > 75 proc/ano; Centro de hemodinâmica > 200 ang./ano,36 primárias; Equipe de cirurgia cardíaca disponível. Pacientes com IAM com elevação de ST • Sintomas < 12 h com EAP ou ICC grave • Doentes (< 75 anos) choque cardiogênico dentro 36 h, até 18 h do início do choque Sintomas > 12 h < 24 h: • Icc, instabilidade elétrica, hemodinâmica, ou sintomas isquêmicos persistentes. Ellen Ayssa - Enfermagem Complicações do IAM A) Dor torácica pós IAM: •Angina pós infarto; Reinfarto; Pericardite pós IAM. B) ARRITMIAS; C) ICC + CHOQUE CARDIOGÊNICO; D) IAM DE ventrículo DIREITO; E) COMPLICAÇÕES MECÂNICAS: •Insuficiência mitral aguda; Ruptura do septo ventricular; Ruptura parede livre; Aneurisma de VE. Diagnóstico diferencial •Pericardite ou miocardite; Embolia pulmonar, pneumonia, pleurite ou pneumotórax; Dor osteomuscular; Ansiedade e pânico; Dor esofágica; Colecistopatia e dispepsia; Dissecção de aorta. TERAPIA ANTIISQUEMIA: •Nitratos •Morfina •Betabloqueadores •Bloqueadores de canais de cálcio (diltiazen ou verapamil) MORFINA: •Efeito analgésico e redução da pré carga; Não reduz mortalidade; Congestão pulmonar ou EAP; Dor precordial. •Dose: 1 a 5 mg ev repetir a cada 5-10 min; •Evitar: hipotensão, IAM VD, bradipnéia. BETA BLOQUEADOR: •USO EV: •METROPOLOL: 5 MG ev 5 em 5 min até dose de 15mg ou Pa < 90 mmhg e Fc <60bpm. ANTICOAGULAÇÃO: •Heparina não fracionada (HNF) e heparina de baixo peso molecular (HBPM) nas SCA são equivalentes; •Reduz mortalidade; Ao se escolher uma heparina não deve-se trocar por outra. Reperfusão coronariana Resumo: tratamento •Iam sem supra + angina instável de alto risco (Estratégia intervencionista); •AAS + CLOPIDOGREL + Beta Bloqueador + ANTICOAGULAÇÃO PLENA + TIROFIBAN; •Realizar cineagiocoronariografia precoce e angioplastia com colocação de stent (até 48h). Ellen Ayssa - Enfermagem ARRITMIAS CARDÍACAS Uma arritmia cardíaca é uma anormalidade na frequência, regularidade ou na origem do impulso cardíaco, ou uma alteração na sua condução causando uma sequência anormal da ativação miocárdica. Condução do Estímulo Cardíaco • Origina-se nas células P do nó sinusal, atinge os tratos internodais e a musculatura Atrial (2). Sofre importante retardo no nó AV (3), acelera-se no feixe de His (4). Conduz-se rapidamente nas fibras de Purkinje (5). • A musculatura ventricular é ativada pela superfície endocárdica donde se espraia ao epicárdio. Ritmo Sinusal Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ondas P precedendo cada QRS • Enlace A/V • Ritmo regular (intervalos regulares entre os QRS) • Frequência entre 60 e 100 bpm Taquicardia Sinusal • Fisiológica: Infância, Exercício, Ansiedade, Emoções. • Farmacológica: Atropina, Adrenalina, Beta agonistas. Café, Fumo, Álcool • Patológica: Choque, Infecções, Anemia, Hipertireoidismo, Insuficiência Cardíaca. Diagnóstico Clínico • Palpitações, não ocorrem “falhas”; • Associada à causa desencadeante; • Início e término não abruptos; • Exame físico; • Taquicardia; • B1 com intensidade constante. Bradicardia Sinusal • Fisiológica: Atletas, qualquer pessoa durante o sono. • Farmacológica: Digital, Morfina, beta bloqueadores. • Patológica: Estimulação vagal pelo vômito, hipotireoidismo, hipotermia, fase aguda do IAM inferior. Diagnóstico Clínico • Geralmente assintomática, quando acentuada pode causar tonturas e síncope. • Exame físico: • Bradicardia • A FC aumenta com o exercício (flexões no leito). Ellen Ayssa - Enfermagem Diagnóstico Eletrocardiográfico• Frequência cardíaca abaixo de 60 spm • Ritmo regular • Enlace A/V Extrassístoles • Batimentos precoces que se originam fora do marca passo sinusal. •Manifestações clínicas: Assintomáticas; Palpitações, “falhas”, “soco no peito”. • Exame físico: • Sístole prematura geralmente sem onda de pulso; • Pausa prolongada pós extrassístole, seguida por B1 de intensidade maior. • A origem das extrassístoles só pode ser identificada pelo ECG. Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ritmo irregular; • Onda P de morfologia diferente da onda P sinusal, ocorrendo antes do batimento sinusal esperado; As extrassistoles que se originam no mesmo foco tem morfologia semelhante (a análise deve ser feita na mesma derivação). • O complexo QRS geralmente é normal. Extrassístole atrial Comum em pessoas normais, desencadeada por tensão emocional, café, fumo, álcool e etc. Eventualmente pode iniciar: • Flutter atrial • Fibrilação atrial • Taquicardia Paroxística Supraventricular Tratamento ▪ Retirar café, fumo, álcool; Medicamentos quando: ▪ Causar desconforto importante; desencadear arritmias mais sérias. Extrassístole ventricular É um batimento precoce que se origina nos ventrículos, é comum em pessoas normais e não tem mau prognóstico. Quando ocorre como manifestação de uma cardiopatia pode aumentar o risco de morte súbita. Nas síndromes coronarianas agudas pode levar a fibrilação ventricular, quando associada a medicamentos (ex. intoxicação digitálica), pode levar a um ritmo letal. Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ritmo irregular; • Onda P sinusal geralmente está oculta pelo QRS, ST ou onda T da extrassístole; • O complexo QRS: Precoce; alargado, com mais de 0,12 sec; morfologia bizarra; • O segmento ST e onda T geralmente tem polaridade oposta ao QRS. A onda P que antecede cada QRS alargado não é prematura, portanto, não é uma extrassístole atrial com condução aberrante, além disto, o intervalo PR é Ellen Ayssa - Enfermagem mais curto que o dos batimentos sinusais conduzidos. Estes complexos largos são extrasssístoles ventriculares tardias, tão tardias que tem uma onda P que os antecede. Extrasístole ventricular (EV) Precoce (R em T) Iniciando uma Taquicardia Ventricular • Taquicardia sinusal com EV precoces (R em T); • A terceira EV inicia Taquicardia Ventricular; • Observe que a morfologia do QRS das EV é o mesmo da TV. Tratamento da Extrassistolia Ventricular • Pessoas normais: Não necessitam tratamento; Betabloqueadores para tratar os sintomas. • Intoxicação digitálica: Monitorização: Cloreto de Potássio oral / IV; Antiarrítmicos (Lidocaína, Difenilhidantoina IV 100mg IV de 5 em 5 min até a supressão da arritmia DM 1,gr) • Miocardiopatias: Tratar arritmias sintomáticas; Amiodarona. Taquicardia Supraventricular • Inclui a Taquicardia Atrial e a Taquicardia Juncional paroxísticas; • O mecanismo é a reentrada nodal iniciada por uma extrassitole atrial / juncional com condução AV prolongada, representada no ECG por um PR longo; • Ocorre em pessoas normais e em diversas cardiopatias; • É frequente em pacientes com Síndrome de Wolff Parkinson White. • Exame físico - FC alta, acima de 160 bpm.; B1 com fonese constante; Ritmo regular. • Repercussões dependem da FC e do miocárdio - Isquemia cardíaca; Infarto do Miocárdio; Edema agudo de pulmão. Diagnóstico Eletrocardiográfico • FC entre 160 e 240 bpm; • Ritmo regular; • QRS geralmente normal; • Onda P: Taquicardia Atrial – Onda P de morfologia diferente da P sinusal. Tratamento Massagem vagal: Massagem de seio carotídeo; Imersão da face em água gelada; provocar o vômito. Auscultar as carótidas antes da massagem. Fibrilação Atrial • Muito comum; • Etiologia: Valvopatia mitral; H.A; Cardiopatia isquêmica; Tireotoxicose; pode ocorrer em pessoas normais. Ellen Ayssa - Enfermagem • Os átrios despolarizam-se 400 a 700 vezes/minuto, como consequências: Perda da contração atrial (DC 20%); Formação de trombos atriais → embolias sistêmicas e pulmonares. Diagnóstico clínico • Descompensação de uma ICC; Embolias; Palpitações. Exame físico: • Ritmo cardíaco irregular; FC variável; Déficit de pulso (depende da FC); Desaparece a onda A do pulso venoso. Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ausência da onda P; • Presença de onda f (geralmente em V1); • Espaços R-R variáveis; • QRS normal. Características da Fibrilação Atrial Princípios do Tratamento da Fibrilação Atrial • Arritmia embolígena: O uso contínuo de anticoagulantes é obrigatório; • A reversão da arritmia pode deslocar um trombo: Só tentar reversão após anticoagular por 40 dias ou com ausência de trombo no ecocardiograma transesofágico; • Nas primeiras horas (24-48) de instalação da arritmia o risco embolígeno é pequeno: Pode-se reverter FA aguda sem anticoagular previamente • Na dúvida se FA é aguda → considerá-la crônica. FIBRILAÇÃO ATRIAL AGUDA (↓ 48hs de início): • Há instabilidade hemodonâmica, isquemia miocárdica ou congestão pulmonar? SIM → CARDIOVERSÃO ELÉTRICA. NÃO → O OBJETIVO INICIAL É O CONTROLE DA F.C. (Betabloqueadores ou Diltiazen e posterior cardioversão). FIBRILAÇÃO ATRIAL DE MAIS DE 48 HS OU DE TEMPO INDETERMINADO: • Anticoagulação com varfarina por 3 semanas antes da cardioversão que pode ser quimica (Ex. com Amiodarona) ou elétrica; • Alternativamente fazer ecocardiograma transesofágico e caso não haja trombo fazer a cardioversão; • Após a cardioversão a maioria dos pacientes necessitará tomar anticoagulantes continuamente porque muitos apresentarão recidiva da FA; • Eventualmente pode-se não tentar a reversão da arritmia e fazer controle da FC (betabloqueadores ou Diltiazen) e anticoagulação contínua. Flutter Atrial É bem mais raro que a fibrilação atrial. • Etiologia: Valvopatia mitral; H.A.; Cardiopatia isquêmica; Tireotoxicose; Pode ocorrer em pessoas normais. • Exame físico: Ritmo cardíaco regular (pode ser irregular); FC geralmente 150spm. Diagnóstico Eletrocardiográfico • Ausência da onda P; • Presença de onda F, regulares, como dente de serra, com frequência entre 200 e 300; • A condução A-V geralmente é 2:1 com frequência atrial 300 e frequência ventricular 150 spm; • Espaços R-R geralmente regulares; Ellen Ayssa - Enfermagem • Caso a condução AV seja variável a FC será irregular; • QRS normal. Tratamento do Flutter Atrial • Cardioversão elétrica é o tratamento de eleição; • Reverte com carga baixa (50J); • Ablação com radiofrequência para Flutter Atrial redicivante; • Anticoagulação contínua; • O flutter atrial tem um risco emboligeno similar ao da fibrilação atrial. Taquicardia Ventricular É a ocorrência de 3 ou mais batimentos de origem ventricular com frequência acima de 100 bpm. Geralmente está associada a cardiopatias graves. Manifestações clínicas A repercussão irá depender da disfunção miocárdica pré-existente e da frequência ventricular. Pode levar a Fibrilação Ventricular. Exame físico: • FC ao redor de 160 spm; • Ritmo regular ou discretamente irregular. Diagnóstico Eletrocardiográfico • FC: ↑ 100 e ↓ 220 spm; • Ritmo: regular ou discretamente irregular; • Ondas P: • Com FC alta não são vistas; • Quandopresentes não tem relação com o QRS. • QRS: tem a mesma morfologia das extrassístoles ventriculares. Tratamento da Taquicardia Ventricular Paciente instável: • CARDIOVERSÃO ELÉTRICA SINCRONIZADA 200J / 300J / 360J. Paciente estável: • AMIODARONA 150 IV EM BOLUS EM 10 MINUTOS. A SEGUIR MANUTENÇÃO 1MG/MIN POR 6 HORAS. Fibrilação Ventricular FV fina ↓ FV grosseira ↓ • A atividade contrátil cessa e o coração apenas tremula; • O débito cardíaco é zero, não há pulso, nem batimento cardíaco → PARADA CARDÍACA; • No ECG temos um ritmo irregular, sem ondas P, QRS ou T. Tratamento da Fibrilação Ventricular Ellen Ayssa - Enfermagem • O tratamento é a desfibrilação elétrica. A sobrevida depende da precocidade da desfibrilação; • Cada minuto de demora em desfibrilar equivale a perda de 10% da chance de reverter (e de sobrevida do paciente); Bloqueios Atrioventriculares Aumento do intervalo PR acima do valor máximo definido para aquela frequência cardíaca e idade, podendo ocorrer ondas P sem o complexo QRS correspondente. Os bloqueios AV podem ocorrer em qualquer nível da condução AV. Seja no atrio, no nó AV, no feixe de His ou nos ramos do feixe de His. Tipos de Bloqueios A-V Bloqueio A-V de 1° grau • O tempo de condução A-V está aumentado, porém, a condução A-V está sempre presente. Todas as ondas P são conduzidas e o intervalo PR é longo. • Nunca é sintomático; • Causas: • Miocardite; • Medicamentos: Ex: digital; • Doença do nó sinusal; • Diagnóstico: aumento do intervalo PR no ECG. Bloqueio A-V de 2° Grau tipo 1 • Raramente é sintomático; • Pode ocorrer normalmente em atletas; • Frequente na fase aguda o IAM de parede inferior; • Raramente requer o implante de marcapasso. Bloqueio A-V de 2° Grau tipo 2 • Pode ocorrer devido a doença estrutural do sistema de condução ou a medicamentos (ex betabloqueadores, digital); • Pode evoluir para bloqueio AV total; • Exige o implante de marca passo. Bloqueio AV Total • O paciente pode ser assintomático, mas geralmente apresenta síncopes e ou sintomas de baixo débito; • Pode ser devido a doença estrutural do sistema de condução ou a medicamentos (ex betabloqueadores, digital); • A maioria dos pacientes necessitam do implante de um marcapasso definitivo. Eletrocardiograma • Sempre deve ser feito durante os sintomas de uma potencial arritmia. Pode identificar arritmias e bloqueios cardíacos. As arritmias frequentemente são paroxísticas e o ECG fora da crise pode ser normal. O ECG pode não detectar a arritmia, mas sugerir a sua origem por: • Sinais de toxicidade medicamentosa •Prolongamento do QT por antiarrítmicos. Ellen Ayssa - Enfermagem Teste Ergométrico • A principal indicação é para evidenciar isquemia no esforço (Teste de stress miocárdico). Permite a identificação de arritmias induzidas pelo esforço; Empregado também para avaliar o prognóstico de uma arritmia. A não acentuação da arritmia pelo esforço é um sinal de bom prognóstico. Holter Gravação do ritmo cardíaco por 24/48h. 2 a 3 derivações; permite análise contínua do ritmo cardíaco. Identifica arritmias paroxísticas, quantifica batimentos normais e anormais, permite correlacionar sintomas com alterações do ritmo e bloqueios, avalia efeito de antiarrítmicos e detecta episódios de isquemia miocárdica. Síncope • A ANAMNESE e o exame físico são para o diagnóstico; • Podem não contribuir para identificar a causa. • Causas mais comuns: • Cardiovasculares • Vasovagal (a causa mais comum de síncope); • Bradiarritmias; • Taquiarritmias; • Psicogênica; • Neurológica; Estudo Eletrofisiológico • Consiste na colocação de eletrodos intracardíacos para registro e estimulação miocárdica objetivando o diagnóstico e tratamento de arritmias e bloqueios cardíacos. Principais indicações: • Fibrilação e Flutter atriais • Taquicardia supraventricular • Taquicardia ventricular • Bloqueios A/V • Síncope de causa desconhecida Indicações do Estudo Eletrofisiológico • Estudo diagnóstico • Taquicardias ventriculares • Às vezes podem ser submetidas a ablação • Síncopes inexplicadas • Ablação: indicação e taxa de sucesso • Taquicardias supraventriculares (90%) • Wolff Parkinson White (90%) • Flutter atrial (90%) • Fibrilação atrial (50%) CETOACIDOSE DIABÉTICA (CAD) E ESTADO HIPERGLICEMICO HIPEROSMOLAR (EHH) • Distúrbios ácido base • Acidose respiratória • Alcalose respiratória • Acidose metabólica • Alcalose metabólica • Acidose mista • Alcalose mista • Gasometria compensada Ellen Ayssa - Enfermagem GASOMETRIA Introdução Atualmente, podemos definir a cetoacidose diabética (CAD): é um desequilíbrio metabólico grave decorrente da severa deficiência de insulina. Caracteriza-se pela tríade clínica com glicemia elevada (>250 mg/dl), acompanhada por acidose (pH <7,3 e bicarbonato < 15 mEq/L) na presença de cetonemia. Estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH): descompensação diabética aguda com glicemia extremamente elevada (> 600 mg/dl) acompanhado de osmolaridade efetiva (> 320 mOsm/kg), ausência de acidose e cetonemia ausente ou discreta, com alterações do nível de consciência, que pode progredir do estupor para o coma. Fatores Desencadeantes de CAD ou EHH são: • Sub-insulinização por omissão, redução da dose ou má administração da insulina (mais comum em adolescentes); • Processos infecciosos (mais comum em pré-púberes); • Transgressão alimentar; • Problemas psicológicos, econômicos e sociais; • Vômitos repetidos; • Estresse cirúrgico; • Gravidez; CAD – Fatores precipitantes • Pneumonia; infecção do trato urinário; omissão da insulinoterapia; infarto agudo do miocárdio; acidente vascular cerebral; pancreatite aguda; trauma gestação; abuso de álcool; uso de drogas; uso de medicamentos. Fisiopatologia: distúrbios eletrolíticos Hiponatremia dilucional • Causada por hiperglicemia. Um aumento de 100 mg/dl acima dos valores normais de glicose ocorre uma redução de 1,6 mEq/l na concentração de Na na leitura • ↑ de lipídios plasmáticos e perda urinária de Na provocada pela diurese osmótica e eliminação de corpos cetônicos também favorecem a hiponatremia. Pseudohiperpotassemia • Para cada redução de 0,1 no pH ocorre aumento de 0,6 mEq/l no K sérico. K sérico em níveis normais ou Ellen Ayssa - Enfermagem baixos na presença de acidose metabólica é indicativo de acentuado déficit do K corporal. Outros fatores que levam à perda corporal de K: • Vômitos • Diurese osmótica • Hiperaldosteronismo secundário (para compensar a desidratação causada pela hipovolemia, levando à perda urinária de K) • Eliminação renal com cetoácidos • Correção da acidose (uso de bicarbonato) • Administração de insulina Hiperfosfatemia • Ocorre saída de P pelas células em consequência do estado hipercatabólico. O P corporal está baixo, podendo levar: fraqueza muscular, depressão neurológica e disfunção miocárdica • Com o início do tratamento, a melhora da acidose e a ação da insulina promovem rápido deslocamento de fosfato do espaço extracelular para o intracelular, resultando em hiperfosfatemia Quadro clínico • Poliúria• Polidipsia • Polifagia • Perda ponderal • Astenia • Desidratação leve • Náusea • Vômito • Dor abdominal • Anorexia • Desidratação hiperosmolar acentuada • Taquipneia leve a respiração de Kussmaul (rápida e profunda) • Rubor facial • Hálito cetônico • Irritabilidade alternada com sonolência ou estado comatoso, torpor, confusão • Arritmia cardíaca • Choque hipovolêmico: hipotensão e pulsos finos Diagnóstico Exame físico: • Taquicardia • Saliva espessa • Mucosas secas • Olhos encovados • ↓do turgor do tecido subcutâneo • Choque hipovolêmico: hipotensão e pulsos finos • Taquipneia • Estertoração fina • Hálito cetônico Diagnóstico laboratorial Cetoacidose diabética (CAD): Outros exames • RX abdome • ECG: monitoração de arritmias cardíacas e distúrbios eletrolíticos (K) • TC crânio: para paciente em coma e com suspeita diagnóstica de edema cerebral • Salicilemia: intoxicação por salicilatos • Atividade da colinesterase: intoxicação por organofosforados Ellen Ayssa - Enfermagem Diagnóstico diferencial Tratamento: abordagem inicial Bases do tratamento: • Reposição hídrica • Insulinoterapia • Correção dos distúrbios eletrolíticos e acidobásicos Exame físico (enfatizar): • Sinais vitais • Peso • Avaliar grau de desidratação • Avaliar presença de respiração de Kussmaul • Verificar existência de hálito cetônico • Examinar possibilidade de processo infeccioso: examinar genitália (vulvovaginites e balanopostites) Reposição hídrica • O paciente com CAD apresenta déficit de volume equivalente a 5- 10% do seu peso • É realizado em 2 etapas Estimativa da severidade da desidratação 5% peso Turgor da pele ↓, mucosas secas, taquicardia 10% peso Tempo de enchimento capilar > 3s, olhos encovados > 10% peso Pulsos periféricos fracos ou impalpáveis, hipotensão, choque, oligúria Expansão rápida: NaCl 0,9% • Presença de choque: 50 ml/kg (máximo 1000 ml/h) até estabilidade Ausência de choque: • 20 ml/kg/h (máximo 1000 ml/h) • Manter EV, por 4h • Se necessitar de mais volume, 10 ml/kg/h até a hidratação clínica Reposição eletrolítica • Potássio (KCl): realizada na fase de manutenção • K < 6,5 mEq/l (< 5 mEq/l*): Iniciar na 2a hora de hidratação • K > 6,5 mEq/l: Colher nova amostra e utilizar na 2a hora apenas NaCl 0,9% até resultado • K ≤ 3,5 mEq/l: Aumentar a velocidade de reposição até 1 mEq/kg/h; Monitorar o paciente; Não ultrapassar 70 mEq/l Ellen Ayssa - Enfermagem *Sociedade Brasileira de Diabetes Potássio Administração de K > 6 mEq/kcal/dia deve ser acompanhada de monitoração cardíaca Fósforo Seus níveis tendem a quando a acidose é corrigida P < 1 mg/dl ou em pacientes com comprometimento cardíaco, anemia ou insuficiência respiratória Fosfato ácido de P 2 mEq/kg/dia EV ou 10 ml com 2 mEq/ml VO Correção da acidose • Bicarbonato (HCO3) só deverá ser utilizado nos casos de acidose grave (BE< -18 e pH ≤ 6,9) • HCO3 pode agravar a hipocalemia Dose a ser calculada para 1h: • Bicarbonato a administrar (mEq) =15 – bicarbonato encontrado na gasometria) X 0,3 X peso (kg) PROTOCOLO DE INSULINA - SC < 180mg/dL= 00 UI 180mg/dL – 220mg/dL = 4 UI 220mg/dL – 300mg/dL = 8 UI > 300mg/dL = 12 UI Insulinoterapia • Iniciada na 2° hora de tratamento, após a 1° expansão É preciso que o paciente receba 3-4 doses de insulina para reverter a produção de corpos cetônicos e a gliconeogênese. Após correção da acidose (pH > 7,3 e bicarbonato > 15 mEq/l), introduzir insulina NPH 0,3 UI/kg/dose a cada 8h, ou insulina regular SC a cada 4h, conforme tabela: A administração de insulina SC poderá ser iniciada antes das 3 principais refeições após a recuperação: • Volume intravascular • Melhora do nível de consciência • Quando a ingestão por VO for possível • pH > 7,3 • Bicarbonato > 15 mEq/l • Glicemia entre 150-200 mg/dl Evolução de melhora clínica • Melhora da acidose (pH > 7,3 e bicarbonato e bicarbonato > 15 mEq/l: 12 horas • Insulinização e correção da cetoacidose: 6h • Média de melhora: 6-12h • Parâmetros clínicos de melhora: • Fim dos sinais clínicos de desidratação • Melhora da taquipneia Ellen Ayssa - Enfermagem • Melhora do nível de consciência • Normalização da gasometria Complicações • Hipocalemia: administração de insulina • Hipoglicemia: administração de insulina • Hiperglicemia: alteração da insulinoterapia • Edema cerebral • Acidose hiperclorêmica • Síndrome da angústia respiratória O que é Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH)Não Cetótico? •Cetose pode estar presente •Coma nem sempre presente •Afeta primariamente pessoas de mais idade com história de diabetes tipo 2 •Sempre associado a desidratação grave e estado hiperosmolar •Desenvolve-se durante semanas EHH – incidência e características •0,5% das internações hospitalares por diabetes primário •Taxa de mortalidade de ~15% •Pode ocorrer no diabetes tipo 1 e afetar pessoas mais jovens •Hiperglicemia acentuada •Hiperosmolaridade •Ausência de cetose grave •Nível de consciência alterado EHH – causas ou fatores desencadeantes Infecção 40-60% Diabetes recém-diagnosticado 33% Doença aguda 10-15% Medicamentos; esteroides < 10% Falta de uso de insulina 5-15% Sinais e sintomas de EHH •Inicialmente poliúria e polidipsia; Alteração do estado mental; Desidratação profunda; Fatores precipitantes EHH – Resultados bioquímicos Glicemia > 33 mmol/L (600 mg/dl) Cetonas Urina: negativa – pequena; Sangue: < 0,6 mmol/L Osmolalidade >320 mOsm/kg - (Na, glicemia e ureia elevados) Eletrólitos Na, glicemia, ureia e creatinina elevados Gasometria arterial pH+ > 7,30; HCO3 normal ou elevado EHH – complicações Complicação X Prevenção Hipoglicemia→ Previna com infusão de glicose quando glicemia < 100 mg/dL Hipocalemia→ Reposição e monitoramento de potássio desde o início Excesso de fluidos→ Monitoramento clínico criterioso e cateter central conforme necessário Vômito/aspiração→ Tubo nasogástrico e cuidados intensivos Edema cerebral→ Evite quedas bruscas nos níveis de glicemia; tratamento agressivo com manitol em caso de sinais de edema cerebral Ellen Ayssa - Enfermagem Edema cerebral Complicação mais temida • 0,5-1% de todos os casos de CAD na infância • Mortalidade: 20-25% • Sequelas neuromusculares: 30% • Surge em média 5-15h após terapia Pacientes de risco: Acidose grave; < 5 anos; Pacientes sem diagnóstico prévio de DM; CAD prolongada e sem tratamento Fisiopatologia • Hidratação excessiva → hiperfluxo → movimento de fluido para cérebro expansão do espaço extracelular • Desidratação + vasoconstrição intracraniana + taquipneia + ↓PCO2 → hipofluxo cerebral → hipoxemia → isquemia • ↑ corpos cetônicos → alteração da permeabilidade vascular → edema • Hiponatremia prolongada; rápida redução da glicemia Quadro clínico • Cefaleia; Sonolência; Confusão; ↑ da PA; Vômitos; Alterações pupilares; Irregularidade ou parada respiratória; ↑ da FC; Irritabilidade; Descerebração, decorticação e paralisia de nervo craniano. Tratamento • Manitol: 0,5-1 g/kg EV em 20 min. Repetir dose se não houver resposta em 30min-1h; NaCl3%: 5-10 ml/kg em 30 min. Alternativa ao manitol, em caso de resposta negativa; Redução da taxa de administração de fluidos em 1/3; Elevação da cabeceira a 45º; Manter PaCO2 entre 27-30 mmHg; TC crânio para afastar outras causas de deterioração neurológica (isquemia, hemorragia, tumores). Cuidados de enfermagem 1- Assegurar o “ABCD" primário verificando as condições clínicas do paciente; 2- Avaliar o nível de consciência chamando o paciente pelo nome e avaliar sua capacidade de resposta; 3- Instalar cateter de oxigênio a 2 L/min mediante a avaliação do padrão respiratório; 4- Monitorar o paciente e ficar atento a possíveis arrtimias devido a espoliação de potássio; 5- Obter um ou mais acessos venosos calibroso, pois geralmente o paciente encontra-se num grau severo de desidratação e a reposição volêmica endovenosa é a prioridade; 6- Contactar com setores de apoio, como laboratório e RX rapidamente; 7- Iniciar dieta zero até que o paciente esteja consciente, sem náusea, vômito ou distensão abdominal; 8- Realizar teste de glicemia capilar; 9- Reiniciar alimentação por via oral de modo progressivo, iniciando com líquidos até ter certeza de que o paciente tolera alimentos sólidos; 10- Avaliar necessidade da passagem de SNG devido diminuição do nível de consciência com risco de aspiração, vômitos incoercíveis, distensão abdominal, íleo paralítico, e a passagem de sonda vesical para controle do balanço hídrico; 11- Reposição de insulina; 12- Correção dos distúrbios eletrolíticos; 13- Correção da acidose metabólica. Ellen Ayssa - Enfermagem ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) O IAM refere-se a um processo dinâmico no qual uma ou mais regiões do músculo cardíaco experimentam diminuição grave e prolongada do suprimento de oxigênio por fluxo sanguíneo coronariano insuficiente. Insuficiência coronariana ✓ Angina Pectoris – Doença cardíaca aterosclerótica, caracterizada por dor ou pressão na parede do tórax, devido à má irrigação e consequente hipóxia do miocárdio. CAUSA: Insuficiência coronariana por aterosclerose; Obstrução ou lesão de uma artéria coronária importante; ✓ Aterosclerose (acúmulo de substâncias e tecido fibroso); ✓ Oclusão completa da artéria por trombo; ✓ Vasoespasmo de uma artéria coronária; ✓ Suprimento diminuído de oxigênio (perda sanguínea, anemia ou PA baixa) e HAS; Fisiopatologia do IAM Espasmo; Trombose; Ateromas; Outros ↓ Diminuição significativa do fluxo sanguíneo coronário ↓ Diminuição do oxigênio para o tecido miocárdio (isquemia) ↓ Lesão ou morte das células miocárdicas (infarto) Sintomatologia ✓ Dor precordial; ✓ Náuseas e êmeses; ✓ Sudorese; ✓ Dispnéia; ✓ Palidez; ✓ Ansiedade e inquietação; ✓ Fraqueza muscular; ✓ Alteração da PA; ✓ Arritmia. Diagnóstico do IAM Sinais e sintomas apresentados pelo paciente; ECG de 12 derivações (para verificar se existe supradesnivelamento do segmento ST e estimar a extensão e localização da lesão). Raio X de tórax. Exames laboratoriais: dosagens das enzimas cardíacas (Troponina I, CK- Total, CK-MB, Mioglobina). Cineangiocoronariográfica (cateterismo cardíaco): Introdução de um cateter nas artérias do coração, verificando se há obstrução. Caso seja encontrada, pode-se realizar a angioplastia coronária. Enzimas séricas CREATINOQUINASE (CK) → CK- MB; Mioglobina; Troponina DESIDROGENASE LÁTICA (LDH) → LDH1 e LDH2 (Coração, Rins e Cérebro) Análise básica e sistemática do ECG ▪ Regularidade: Determine se o ritmo é regular ou irregular; ▪ Frequência: Determine a frequência cardíaca; ▪ Onda P: Localize a onda p e observe sua forma e relação com o complexo Ellen Ayssa - Enfermagem QRS, amplitude=2,5mm e duração = 0,11s; ▪ Intervalo PR: Meça o intervalo PR de vários complexos. PR normal é de 0,12 à 0,20 segundos; ▪ Largura do QRS: Meça o complexo QRS o mesmo varia de 0,04 à 0,10 segundos; ▪ Segmento ST: Representa o período de tempo em que o ventrículo ainda está despolariza; ▪ Intervalo QT: É medido do início do complexo QRS ao final da onda T; ECG NORMAL ECG DE IAM Escores de tempos importantes no IAM ❑ Tempo Porta-ECG: fundamental no diagnóstico e tratamento do IAM. A (SBC) estabelece meta de até dez minutos.; ❑ Tempo Porta-Agulha: a infusão da primeira droga fibrinolítica não devendo ultrapassar 30mim. Quanto mais precocemente a terapêutica trombolítica, maiores são os benefícios em relação á taxa de reperfusão. ❑ Tempo Porta-Balão: Está relacionado ao tratamento de desobstrução da artéria coronária através da angioplastia emergência com isso não devendo ultrapassar 90mim. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ✓ Anamnese; ✓ Exame físico dirigido; ✓ Admitir o paciente na unidade de dor torácica ou sala de emergência; ✓ Realizar ECG de 12 derivações; ✓ Solicitar exames de enzimas cardíacas (CK-MB, troponina, mioglobina, LDH1, LDH2); ✓ Promover conforto e segurança; ✓ Viabilizar AVP calibroso; ✓ Oferecer O2 conforme prescrição médica; ✓ Instalar monitorização cardíaca; ✓ Aferir SSVV; ✓ Manter o paciente em repouso; ✓ Medicação (sedativos, tranquilizantes); ✓ Manter vigilância contínua; ✓ Informações sobre alergias; ✓ Colher informações sobre outras comorbidades; ✓ Instalar monitoração multiparamétrica: FC, FR, SpO2, PAM; ✓ Manter cabeceira elevada e ambiente tranquilo para melhor conforto do paciente; Ellen Ayssa - Enfermagem ✓ Monitorar: dispneia, hemoptise, estertores, distensão de jugular, pulso filiforme, taquicardia, rebaixamento do nível de consciência; ✓ Acionar o setor de hemodinâmica; ✓ Administrar os medicamentos conforme prescrição ou protocolo. Farmacologia aplicada ao IAM ❑Ácido Acetilsalicílico (AAS); ❑Betabloqueadores (Propranolol); ❑Opiódes (Morfina); ❑Inibidores da Glicoproteína IIb/IIIa (Agrastat); ❑Anti-coagulante; ❑Bloqueadores canais de cálcio; ❑Vasodilatadores; ❑Inibidores da ECA; Anatomia coronariana ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA ARTÉRIA DESCENDENTE ANTERIOR (DA) ARTÉRIA CIRCUNFLEXA (CX) Coronária direita Dá origem a 4 - 5 ramos ventriculares; Artéria do nó sinusal em 55% dos casos; Irriga toda parede livre do VD, 1/3 posterior do septo, parede inferior do VE e todo átrio direito. Coronária esquerda Constituída por um curto segmento (tronco), que depois se divide em DA e CX; Irriga todo o átrio esquerdo, os 2/3 anteriores do septo, a margem esquerda da parede livre do VD e a parede anterior e lateral do VE. Seguimento do tratamento em unidade de terapia intensiva - UTI ✓ Avaliar monitorização hemodinâmica (PAI, PVC, PAM), oximetria de pulso e SSVV; ✓ Avaliar nível de consciência (risco de AVE); ✓ Realizar sondagem vesical de demora (SN); Ellen Ayssa - Enfermagem ✓ Monitorar e avaliar os locais de inserção dos introdutores; ✓ Anotar as características do membro afetado (perfusão, temperatura presença de hematomas; ✓ Suporte com métodos auxiliares. Dispositivo de assistência circulatória BALÃO INTRAÓRTICO O BIAo foi introduzido clinicamente na década de 1960 como uma terapia para choque cardiogênico pós - IAM. Sua aplicaçãotem se expandido para tratar pacientes com falência de VE. Técnica de inserção e posicionamento do cateter do BIAo ▪ O cateter é inserido por arteriotomia ou punção femoral; ▪ O cateter é posicionado distal a artéria subclávia esquerda e proximal as renais; ▪ O Cateter balão é insuflado com o auxílio do consule e utilização do gás hélio. Principais indicações do BIAo ▪ Insuficiência ventricular esquerda; ▪ Choque cardiogênico ou séptico; ▪ Angina instável refratária; ▪ Isquemia relacionadas com arritmias ventriculares; ▪ Suporte e estabilização durante uma angioplastia coronária; ▪ Criação de fluxo pulsátil intra- operatório. Contraindicações ▪ Regurgitação aórtica grave; ▪ Aneurisma dissecante da aorta; ▪ Alterações graves da coagulação; ▪ Doença vascular periférica aterosclerótica grave; ▪ Inserção do balão em pacientes com estado clínico terminal. Recomendações e problemas no funcionamento do BIAo ▪ Perfuração do balão; ▪ Isquemia do membro inferior envolvido durante ou após o uso do BIA; ▪ Verificar nível de gás hélio do cilindro; ▪ Conferir a posição do balão através de fluoroscopia; ▪ Posicionamento incorreto do balão; ▪ Não injetar ar no lúmen central do balão; ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ▪ Sinais vitais, débito cardíaco, ritmo cardíaco, regularidade cardíaca, isquemia, cor, perfusão periférica e nível de consciência; ▪ Registrar hipotensão prolongada o qual pode comprometer a função renal; ▪ Monitorização rigorosa do débito urinário, focando em provável disfunção renal. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI ▪ Avaliar monitorização hemodinâmica (PAI, PVC, PAM), oximetria de pulso e SSVV; Viabilizar via venosa segura; Colher informações sobre seu estado de saúde atual, co-morbidades (familiares); Avaliar sinais de Acidente Vascular Encefálicos (AVE); ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA UTI pós - implante de biao ▪ Monitorar e avaliar os locais de inserção cateteres e introdutores; Anotar Ellen Ayssa - Enfermagem as características do membro afetado (perfusão, temperatura presença de hematomas); Suporte com métodos auxiliares (Eco e Ultrasson). PRINCIPAIS MEDICAÇÕES UTILIZADAS EM UTI NO PACIENTE CARDIOPATA ✓ INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA (IECA) Indicação: Reduzem a mortalidade e melhoram a disfunção do VE em paciente pós IAM; Deve ser iniciada com doses baixas por via oral; Contraindicações: Na gravidez pode causar morte fetal ou comprometimento; Em caso de insuficiência renal a dose deve ser reduzida; Hipersensibilidade aos IECA; APRESENTAÇÕES: (Enalapril; captopril; Lisinopril; Ramipril). ✓ ADENOSINA Indicação: Primeiro medicamento para a maioria das TSVP estável com complexo estreito; Pode ser usada para taquicardia instável com complexo estreito enquanto se prepara para a cardioversão; Não reverte a FA, o flutter atrial ou a TV; Contraindicações: Bloqueios cardíacos de 2° ou 3° grau; Se administrado para TV\taquicardia com complexo largo, pode causar hipotensão. ✓ AMIODARONA Indicação: Arritmias ventriculares fatais recorrentes; FV recorrente; TV recorrente homodinâmicamente estável; Precauções: Não administre com outros medicamentos que prolongue o intervalo QT; A eliminação é muito prolongada (meia-vida é de até 40 dias); ABORDAGEM: 300 mg IV\IO contínua com SG 5%. A dose inicial pode ser seguida de apenas mais UMA dose de 15mh IV contínua em 3 a 5 min. ✓ B-BLOQUEADOR Indicação: A todos os pacientes com suspeita de IAM e angina instável; Reverter o ritmo sinusal normal ou para deixar mais lenta a resposta ventricular; Terapia anti-hipertensiva de emergência para o AVC isquêmico agudo e o AVC hemorrágico; Contraindicação: Administração IV concomitante a agentes bloqueadores dos canais de cálcio; Evitar em caso de doenças broncoespasmóticas, insuficiência cardíaca. ✓ NITROGLICERINA Indicação: Tratamento inicial antianginoso para dor com suspeita de natureza isquêmica; Urgência hipertensiva com síndrome coronariana aguda (SCA); Crises hipertensivas; Para reduzir a pós-carga em casos de insuficiência cardíaca e de edema de pulmão; Contraindicações: Hipotensão (PAS<90 mmHg ou mais de 30 mmHg abaixo de valor basal); Bradicardia grave (< 50 bpm) ou taquicardia (>100bpm); Administração: Diluir em 250ml SG 5% ou SF0,9%. ✓ NITROPRUSSIATO Indicações: Crises hipertensivas; reduzir a pós-carga em casos de insuficiência cardíaca e de edema de pulmão; Administração: Diluir em 250ml SG 5% ou SF0,9% nitroprussiato; Precauções: Pode causar hipotensão; Outros efeitos colaterais incluem cefaleias, náuseas vômitos e câimbras; Usar sempre BI; medicamento fotossensível. Ellen Ayssa - Enfermagem ASMA • A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo. Sintomas • clinicamente por episódios recorrentes de sibilância; • dispneia; • Aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. Epidemiologia • Anualmente ocorrem cerca de 350.000 internações por asma no Brasil, constituindo-se a quarta causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (2,3% do total) e sendo a terceira causa entre crianças e adultos jovens. • Dados de 2012 mostram que as hospitalizações por asma corresponderam a 18,7% daquelas por causas respiratórias e a 2,6% de todas as internações no período. Fisiopatologia • Inflamação brônquica, resultante de um amplo e complexo espectro de interações entre células inflamatórias, mediadores inflamatórios e células estruturais das vias aéreas. Fisiopatologia • Vários mediadores inflamatórios são liberados pelos mastócitos, macrófagos, linfócitos T, eosinófilos, neutrófilos e células epiteliais. Através de seus mediadores as células causam lesões e alterações na integridade epitelial, anormalidades no controle neural autonômico (substância P, neurocinina A) e no tônus da via aérea, alterando a permeabilidade vascular, aumentando a secreção de muco, gerando mudanças na função mucociliar e aumentando a reatividade do músculo liso da via aérea. Fatores responsáveis pelo estreitamento das vias aéreas na asma • Contração da parede do músculo liso dos brônquios- reversível com broncodilatadores. • Edema da mucosa brônquica pela resposta inflamatória. • Remodelamento da via aérea – não totalmente reversível com medicação. • Hipersecreção de muco e exsudato inflamatório- pode levar a oclusão da luz brônquica. Fatores desencadeantes da crise de asma • Infecções: sobretudo virais, mas também por outros. • Inalação de alérgenos: ácaro presente na poeira doméstica, fungos, alérgenos de animais (presentes nas secreções, excreções, pelos e penas), baratas, polens. • Inalação de irritantes: produtos de limpeza, inseticidas, perfumes, "sprays", tintas. • Medicações: aspirina, anti- inflamatórios não-hormonais, inibidores da enzima conversora de angiotensina, betabloqueador, pilocarpina. • Fatores emocionais: estresse, ansiedade. • Mudança brusca de temperatura. • Exercício. • Poluição. • Exposição à fumaça de cigarro. Ellen Ayssa - Enfermagem • Alterações hormonais. • Falta de aderência ao tratamento. Exame clínico • O exame físico serve para verificar a gravidade da crisee deve avaliar o nível de: - Consciência (capacidade do paciente para elaborar frases); frequência cardíaca; frequência respiratória, uso da musculatura acessória, ausculta pulmonar (presença de sibilos e redução do murmúrio vesicular). Oximetria de pulso • A saturação de oxigênio (O2), medida pela oximetria de pulso, possui duas utilidades na asma aguda: indicar quais pacientes estão em risco de desenvolver insuficiência respiratória e monitorizar a oxigenoterapia ao longo do tratamento. Na avaliação inicial da asma aguda grave, uma saturação de oxigênio igual ou maior que 92% em ar ambiente sugere que a evolução para insuficiência respiratória é improvável e que a realização de gasometria arterial é desnecessária nestas circunstâncias. TRATAMENTO • Os objetivos do tratamento da crise de asma são reverter a obstrução ao fluxo aéreo e a hipoxemia o mais rápido possível, além de planejar um plano de prevenção para crises futuras. • Oxigenoterapia :Nas crises moderadas e graves o oxigênio deve ser utilizado. A administração pode ser feita por cânula nasal a 2 L por minuto, máscara facial (simples ou Venturi) • Terapia broncodilatadora: Doses adequadas e repetidas de β2 agonistas por via inalatória a cada 10 a 30 minutos na primeira hora constituem a medida inicial de tratamento (36). O efeito do β2 agonista de curta duração administrado por aerossol dosimetrado acoplado a espaçador é semelhante ao obtido por nebulizador de jato, sendo eficaz mesmo em casos de crises graves; • Anticolinérgicos: Os anticolinérgicos são broncodilatadores menos potentes e com início de ação mais lenta do que os β2-agonistas. Embora apresentem baixa toxicidade, sua resposta broncodilatadora é mais variável (28). O pico do efeito broncodilatador adicional decorrente de seu uso surge de uma a três horas após a sua administração (39). A droga anticolinérgica padrão empregada no tratamento da asma aguda na sala de emergência é o brometo de ipratrópio (solução para inalação com 0,25mg/ml); • Corticosteróides: Reduzem a inflamação, aceleram a recuperação e diminuem o risco de crise fatal. Os pacientes atendidos na emergência devem receber corticosteróides sistêmicos precocemente, já na primeira hora de atendimento. Monitoramento do tratamento • Monitoramento durante a internação; Controle dos sinais vitais, saturação e pico de fluxo; • Critérios de Alta: Resolução do quadro clínico; Contra Referência/Retorno ao Ambulatório; Referência para a unidade básica de saúde mais próxima do domicílio; • Prevenção/Ações Educativas: Orientação quanto a fatores desencadeantes de alergia. Ellen Ayssa - Enfermagem Ventilação Mecânica: Princípios Básicos e Intervenções de Enfermagem 1.Estímulo central e condução normal; 2.Parede Torácica íntegra; 3.Expansão da caixa torácica; 4.Permeabilidade das Vias aéreas; 5.Difusão efetiva entre os gases; 6.Pressão Intratorácica negativa – pressão pleural negativa. Epidemiologia Respiratória – Ventilação mecânica • IRpA – 66%; • Coma – 15%; • DPOC agudizado – 13%; • Neuromusculares – 5%. Objetivos: Reverter Hipoxemia; Diminuir o trabalho respiratório; Tratar a acidose respiratória. Ventilação Mecânica É a aplicação, por modo invasivo ou não, de um equipamento que substitui, total ou parcialmente, a atividade ventilatória espontânea (KNOBEL, 2008). A Ventilação Mecânica é um método usual em UTI ́s, sendo utilizada em pacientes com IRpA ou qualquer outra etiologia, dando suporte ao tratamento da patologia base pelo tempo que for necessário para reversão do quadro, portanto não constitui um procedimento curativo (Cintra, 2000). O uso da VM teve início com Ventiladores por pressão negativa, conhecidos por “pulmão de aço”. A introdução de ventiladores por pressão positiva, se deu em 1955 em meio a uma epidemia de poliomielite. Ventilação não invasiva – VNI Contraindicações da VNI - Diminuição da consciência, sonolência, agitação, confusão ou recusa do paciente; - Instabilidade hemodinâmica com necessidade de medicamento vasopressor, choque, arritmias complexas; - Obstrução de VAS ou Trauma de face; - Tosse ineficaz ou incapacidade de deglutição; náuseas e vômitos; - HDA; - IAM; - Pós operatório recente de cirurgia de face, VAS ou esôfago; Vantagens Ellen Ayssa - Enfermagem - A Ventilação não invasiva além de excluir a necessidade de uma traqueostomia ou Intubação, evita a sedação, os riscos de infecção, reduz o tempo da ventilação artificial e confere mais conforto ao paciente, melhorando as trocas gasosas. Variáveis a serem ajustadas na Ventilação Mecânica Volume Corrente → Qual deve ser o Vc; Fio2 → Qual deve ser a fração inspirada de oxigênio; Frequência Respiratória → Qual deve ser a frequência dos ciclos; Fluxo Inspiratório → Qual deve ser a velocidade de liberação do fluxo de ar; PEEP → Quanto de PEEP é necessária; Pico de Pressão → Em que nível de pressão nas vias aéreas o fluxo deve ser interrompido? Relação I:E → Qual a relação ideal; Suporte Ventilatório Mecânico A avaliação do paciente em ventilação mecânica tem que ser sistemática. • Identificar sinais e sintomas – intervenções adequadas; • Vigilância Constante; • Assistência Planejada (SAE) + ação coordenada multiprofissional da equipe. Suporte Ventilatório Mecânico - Ações do Enfermeiro: • Conhecimento básico do equipamento, entender e interpretar as modalidades usuais, conhecer parâmetros iniciais na VM; Identificar possíveis complicações; Cuidado com o cliente. Suporte Ventilatório Mecânico pode propiciar: •Redução do trabalho respiratório, com o aumento da oxigenação e diminuição do acúmulo de dióxido de carbono nos pulmões e circulação; •Prevenção de fadiga da musculatura respiratória; •Proteção das vias aéreas. Ventilação Mecânica Invasiva “Método artificial para manutenção da ventilação em pacientes impossibilitados de respirar espontaneamente, feito através da introdução de prótese na via aérea do paciente”. (KNOBEL, 2006) Terminologia em VM Volume corrente: Volume de ar trocado em cada respiração. É necessário o conhecimento da doença de base do paciente: •ROTINA – 7 a 10 ml / kg de peso; •SARA- entre 4 e 6 ml / kg de peso; •DPOC – entre 5 e 8 ml / kg de peso; Volume/minuto: Volume de ar respirado a cada minuto; relação do Vc e Fr utilizada (5 a 10 L/min). Volume/minuto = Vc X FR; normalmente 6 a 8l/min. Ellen Ayssa - Enfermagem Fr: 12 a 16 ciclos/min; RelaçãoI:E: Relação entre o tempo inspiratório e o expiratório – 1:2 ou 1:3. Nos pacientes com obstrução aérea, instabilidade hemodinâmica, hipertensão intra-craniana usa-se 1:3. Fração inspirada de oxigênio – FiO2: Concentração de oxigênio ofertada ao paciente – Escolhido de acordo com os gases sanguíneos do paciente. A FiO2 usada inicialmente é de 1, sendo reduzida assim que possível para abaixo de 50%; Mais cuidado para DPOC e SARA (Síndrome angústia respiratória no adulto: Condição na qual há acúmulo de fluidos nos sacos de ar dos pulmões, privando os órgãos de receberem oxigênio); Sensibilidade: Controla a quantidade de esforço do paciente necessário para iniciar uma inspiração. Aumentar a sensibilidade diminui a intensidade do esforço que o paciente deve empreender para iniciar uma respiraçãocom o ventilador. Da mesma forma, diminuir a sensibilidade aumenta a quantidade. de pressão que o paciente. Precisa para iniciar a inspiração. Pressão Positiva Expiratória Final – PEEP: Mantém uma pressão interalveolar por todo o ciclo respiratório, com a finalidade de aumentar a capacidade residual funcional. O PEEP fisiológico varia de 3 a 5 CmH2O: 1. PEEP de 5 CmH2O: Impede o colabamento alveolar; 2. PEEP > 8 CmH2O: Melhora a oxigenação; 3. PEEP >12 CmH2O: Repercussões Hemodinâmicas. Complacência: É a medida da elasticidade VM pulmonar e da caixa torácica; Volume residual: Volume de ar que permanece nos pulmões mesmo após uma expiração forçada. Capacidade residual funcional: Corresponde à maior quantidade de ar que permanece nos pulmões após uma expiração normal. Modalidades Ventilatórias: • Ventilação controlada: O volume corrente, frequência respiratória e fluxo são predeterminados no ventilador mecânico. Esta modalidade é usada para pacientes em apneia devido a patologia ou drogas; • Ventilação assistida controlada: A FR é controlada pelo paciente (o ciclo respiratório é iniciado quando o paciente. Gera uma pressão negativa, alcançando um valor imposto pelo mecanismo de sensibilidade do ventilador). O vol. corrente e o fluxo são predeterminados. Se não houver o esforço do paciente, o ventilador fornece ciclos controlados na FR mínima determinada. • Ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV): Combina ciclos espontâneos com um determinado número de ciclos mecânicos assistidos, portanto sincronizados com o esforço respiratório do paciente. • Ventilação com pressão de suporte ou PSV:A pressão de suporte consiste no oferecimento de níveis pressóricos positivos predeterminados e constantes na via aérea do paciente, aplicada somente durante a fase inspiratória do ciclo a fim de “diminuir” o trabalho da musculatura inspiratória. Ellen Ayssa - Enfermagem • CPAP: O paciente respira espontaneamente dentro do circuito pressurizado. Uma pressão positiva predeterminada é mantida praticamente constante durante o ciclo respiratório. Principais complicações relacionadas ao uso da VM 1. Diminuição do debito cardíaco: Pelo aumento da pressão intratorácica, que reduz o retorno venoso; 2. Alcalose respiratória: Ocorrência comum, secundária à dor agitação, hiperventilação, ajuste inadequado dos parâmetros; 3. Elevação da PIC: relacionada a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral, quando em PEEP alta; 4. Meteorismo: Quando ocorre vazamento de ar peri-tubo 5. Pneumonia: Broncoaspiração de conteúdo, uso de técnicas assépticas; 6. Atelectasia: Intubação seletiva, presença de rolhas e hipoventilação alveolar de TOT, TQT e Extubação acidental. • Extubação acidental: erro no manuseio com o paciente; • Lesão de pele e/ou lábios: fixação, agitação psicomotora, • Lesão de traqueia: alta pressão do cuff, tracionamento do tubo. Assistência de Enfermagem na VM A. Vigilância constante; B. Controle dos SSVV e monitorização cardíaca; C. Monitorização das trocas gasosas e padrão respiratório; D. Observação dos sinais neurológicos; E. Aspiração de secreções pulmonares; F. Observar sinais de hiperinsuflação: Observar predeterminado e FiO2; G. Higiene oral, fixação, mobilização do TOT; H. Controle da pressão do cuff – 25 CmH2O; I. Monitorização do BH; J. Controle do nível nutricional; K. Umidificação e aquecimento do gas inalado; L. Observar o circuito do VM; M. Observação dos alarmes; N. Nível de sedação; O. Sincronismo entre paciente – máquina; P. Controle de infecção Desmame ventilatório Quando atendidas as exigências de: • Estabilidade clínica; • Hemodinâmica; • Funcional respiratória; • GASOMÉTRICA; ATENÇÃO: • Uso do cateter de O2 no TOT; • Tubo T; • Extubação. Conhecendo, avaliando e cuidando do Equipamento Antes do Uso: • Checar a limpeza do equipamento; • Checar a montagem do circuito; • Observar a ligação com a rede de O2 e ar comprimido – Válvulas redutoras; Ellen Ayssa - Enfermagem • Ligação com a rede elétrica; • Funcionamento do umidificador. ALARMES – Reconhecer, identificar e solucionar problemas Alarme de Pressão de Vias aéreas A pressão máxima não deve ultrapassar 40 cmH2O. 1.Causas do Aumento da Pressão das Vias aéreas: – Mau funcionamento das válvulas; – Conexão errada das traqueias; – Obstrução do circuito; – Intubação seletiva; – Pneumotórax e rolhas. Alarme de volume Causas da Diminuição de volume: • Escape de ar por conexão do circuito; • Cuff não insuflado adequadamente; • Barotrauma; • Aumento da resistência da passagem do ar. Alarme da Fração de Oxigênio Inspirada – FiO2 Pode estar baixa em função da fonte de O2 com pressão baixa ou fechada; Pode estar alta pela fonte de ar comprimido com pressão baixa ou fechada; Alarme da Frequência Respiratória 1. Sinalizam apneia ou FR alta; 2. Fazer sempre associação com comprometimento neurológico e aumento do trabalho respiratório. Alarme de bateria fraca 1. Duas horas de bateria como reserva, manter sempre carregando. Alarme de Ventilador inoperante Troque o aparelho e acione a manutenção técnica. Cuidados de Enfermagem • Testar o ventilador antes da sua utilização; • Lavar as mãos antes e após a manipulação do ventilador mecânico, dos circuitos respiratórios e do paciente em ventilação mecânica; • Avaliar a necessidade de sedativos; • Avaliar expansão torácica e posicionamento do TOT diariamente; • Estabelecer meios de comunicação alternativos; • Verificar a ocorrência de alto pico de pressão inspiratória: obstruções no trajeto do circuito; • Verificar a ocorrência de baixo pico de pressão: vazamento no sistema ou baixo; fluxo inspiratório; • Realizar procedimentos de troca da fixação da cânula traqueal, mobilização e higiene; • Acompanhar a realização de exames no leito, quando realizados por outros profissionais; • Conter o paciente quando necessário; • Manter o paciente em decúbito elevado, 30 a 45 graus, exceto quando decúbito restrito; • Observar sinais e sintomas de extubação inadvertida; • Vocalização, alarme de nível de pressão baixo, diminuição ou ausência de murmúrio vesicular, distensão gástrica, ventilação e oxigenação inadequada. • Realizar ausculta pulmonar e avaliar utilização de musculatura acessória; Ellen Ayssa - Enfermagem • Avaliação da pressão do Cuff (pressão exercida na parede da traqueia) conforme protocolo da instituição: Secar e encher o Cuff (protocolo da instituição); • Manter a pressão acima de 15 e abaixo de 25 mmHg; • Desprezar o excesso de água dos circuitos; • Manter umidificador com ABD no nível programado e aquecedor ligado – DAR PREFERENCIA POR FILTROS BACTERIOSTATICOS (caso paciente não esteja secretivo); • Trocar circuitos conforme rotina da CCIH do hospital ou caso necessário se houver sujidade; Cuidados de Enfermagem - O que monitorizar? • Sinais Vitais – Frequência e padrão respiratório; • Gasometria arterial; • Parâmetros hemodinâmicos; • Oximetria de pulso; • Raio X de tórax.
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