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Uso Indiscriminado Do Psicofármaco Metilfenidato

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Uso Indiscriminado Do Psicofármaco Metilfenidato
Bruna Medeiros Freita
Diane Karen Lopes Silva
Lisandra Maciel Desa
Natalie Barreto Santiago
Ao perceber o crescente uso de metilfenidato entre os jovens, a fácil aquisição do produto e os casos de dependência já registrados optou-se por discutir o assunto de forma que não só traga questões éticas e morais, mas também que haja uma conscientização sobre o risco de dependência que este psicofármaco traz. 
Com a busca frenética de toda uma sociedade e principalmente dos estudantes para um bom desempenho em suas atividades, viemos abrir uma discussão sobre um assunto atual e relevante que é uso de medicamentos para o aprimoramento cognitivo. Trazendo em pauta essa realidade não apenas para mostrar a forma com que alguns indivíduos procuram uma melhor performance, e sim para elucidar os ricos que esse medicamento pode trazer para o usuário, interferindo também no risco que esse uso pode acarretar para a sociedade em questões de igualdade e justiça social. 
O uso indiscriminado desse medicamento por pessoas saudáveis pode acarretar diversos problemas biológicos e sociais, uma vez que esse medicamento apresenta risco de abuso e dependência. No Brasil esse assunto e pouco discutindo, mas essa discussão é bastante intensa em outros países como Canadá, nos Estados Unidos e na Inglaterra. É extremamente importante abranger o conhecimento sobre essa realidade que faz parte de alguns estudantes brasileiros, possibilitando conhecer os benefícios e principalmente o risco desse uso. 
Devido a suas propriedades, psicoestimulantes, há relatos que o medicamento metilfenidato que e normalmente usados para o tratamento de Transtorno do Déficit de Atenção – TDAH também tem sido usando para o aprimoramento cognitivo em diversas áreas de estudos. Essa pesquisa serve de embasamento para despertar o interesse de outros profissionais/estudantes que queiram difundir mais sobre o assunto. Para nossa área de atuação e fundamental o acompanhamento da distribuição desse medicamento para a sociedade juntamente com a ANVISA, buscando conscientizar também os profissionais farmacêuticos, o Conselho Federal de Medicina. Proporcionando estratégias de intervenção visando o uso racional do medicamento pela população. 
Um transtorno muito comum nos dias atuais, o TDAH. No qual é o medicamento mais indicado para o tratamento da doença, contudo tem sido usado para melhoria da atenção e produtividade de pessoas normais. Russel (2002) define TDAH como “um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção com o controle do impulso e com o nível de atividade” (p. 35); o site da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) descreve o TDAH como sendo “um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade” (p. 1).
Segundo pesquisas, por causa dos efeitos e o rápido resultado que proporciona, a ritalina tem sido o alvo de muitos, principalmente jovens universitários que procuram uma melhora significante nos estudos. Estudantes saudáveis começaram a usar remédios para melhorar o funcionamento do cérebro e aprimorar o desempenho cognitivo, principalmente depois que medicamentos como o metilfenidato ganhou destaque brasileiro em dezembro de 2008. 
Mesmo trazendo diversos riscos à saúde dos usuários, muitos defendem essa aplicação e sugerem estratégias para ajudar a sociedade a aceitar seus benefícios. O uso desse fármaco é autorizado legalmente apenas para tratar pessoas com transtornos e doença, devido ao metilfenidato está incluído na Convenção de Substâncias Psicotrópicas de 1971 da ONU. 
A automedicação com Ritalina é mais procurada entre os estudantes que já estão na universidade, especialmente em cursos com alto nível de exigência, sendo que uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em 2012 revelou que a Ritalina não produz efeitos em pessoas sem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Embora cloridrato de metilfenidato traga dúvidas quanto a sua real ação (Diller, 1996; Szobot e col., 2001), apresenta o remédio que aumenta o desempenho de funções executivas que auxiliam a realização de tarefas cognitivas, além de diminuir a fadiga (Barros e Ortega, 2011 apud Elliott e col., 1997; Mehta e col., 2002; Solanto, 1998; The MTA Cooperative Group, 1999)
O metilfenidato é também amplamente utilizado por indivíduos não portadores de TDAH com a finalidade de melhorar a concentração e aumentar o desempenho intelectual (Santos, Freitas e Barbosa, 2017 apud Swanson & Volkon, 2003). Por outro lado, de acordo com a Portaria SVS/MS no 344, de 12/5/98, e RDC no 22, de 15/2/2001, o metilfenidato foi colocado na lista A3 (substâncias psicotrópicas), mas sujeito à notificação de receita A. Nessa lista estão contidas substâncias como metanfetamina ("ice"), fenciclidina ("pó de anjo") e dronabinol (princípio alucinógeno da maconha).
REFERÊNCIAS
A ritalina no Brasil: produções, discursos e práticas. <http://www.scielosp.org/pdf/icse/v14n34/aop1510.pdf> Acesso em Setembro 2015.
A ritalina no Brasil: produções, discursos e práticas.<http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832010005000003.> Acesso em Novembro 2015
BARKLEY, Russell A .Transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade( TDAH): guia completo e autorização para os pais, professores e profissionais da saúde/ Russell A. Barkley; trad. Luís Sérgio Roizman – Porto alegre: Artmed, 2002
DILLER, L. The run on Ritalin: attention deficit disorder and stimulant treatment in the 1990s. The Hastings Center Report, New York, v. 26, n. 2, p. 12-18, 1996.
BARROS, Denise; ORTEGA, Francisco. Metilfenidato e Aprimoramento Cognitivo Farmacológico: representações sociais de universitários. 2011. Disponível em: <https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0104-12902011000200008&script=sci_arttext#ModalArticles>. Acesso em: 30 fev. 2019.
SZOBOT, C. M. et al. Neuroimagem no transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 32-35, 2001.
SANTOS, Karen Loraine Macena; FREITAS, Anderson Felipe Soares de; BARBOSA, Arthur Hennys Diniz. USO INDISCRIMINADO DE METILFENIDATO ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS CONSIDERANDO SEUS PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS. 2017. Disponível em: <http://www.editorarealize.com.br/revistas/conbracis/trabalhos/TRABALHO_EV071_MD4_SA11_ID689_26042017161620.pdf>. Acesso em: 30 fev. 2019.

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