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Psicodiagnóstico: Processo e Objetivos

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Psicoadignóstico
Caracterização do processo psicodiagnóstico:
Papéis bem definidos
Contrato
Situação bi pessoal
Duração limitada
Objetivo: conseguir uma descrição e compreensão, o mais profunda e completa possível, da personalidade total do paciente ou grupo familiar.
Enfatiza a investigação de algum aspecto em particular, segundo a sintomatologia e as características da indicação (se houver).
Abrande os aspectos passados, presentes (diagnóstico) e futuros (prognóstico) desta personalidade, utilizando para alcançar tais objetivos certas técnicas (entrevista semi dirigida, técnicas projetivas, entrevista de devolução).
Objetivos:
Conseguir uma descrição e compreensão da personalidade do paciente.
Explicar a dinâmica do caso tal como aparece no material recolhido, integrando-o num quadro global.
Uma vez alcançado um panorama preciso e completo do caso, incluindo os aspectos patológicos e os adaptativos, formula-se as recomendações terapêuticas adequadas.
Momentos do processo:
1º - primeiro contato e entrevista inicial com o paciente.
2º - aplicação de testes e técnicas projetivas.
3º - encerramento do processo: devolução oral ao paciente (e/ou a seus pais).
4º - informe escrito ao remetente.
Enquadramento:
Utilizar um enquadramento significa manter constantes certas variáveis que intervêm no processo, são eles:
Esclarecimento dos papéis respectivos (natureza e limite da função que cada parte integrante do contrato desempenha);
Lugares onde se realização as entrevistas;
Horário e duração do processo (em termos aproximados, tendo o cuidado de não estabelecer uma duração nem muita curta nem muito longa);
Honorários.
Não se pode definir o enquadramento com maior precisão porque seu conteúdo e seu modo de formulação dependem, em muitos aspectos, das características do paciente e dos pais.
Desde o começo devem ser esclarecidos os elementos imprescindíveis do enquadramento.
Perceber qual o enquadramento adequado para o caso e poder mantê-lo de imediato é um elemento tão importante quanto difícil de aprender na tarefa psicodiagnóstica.
O mais recomendável é uma atitude permeável e aberta (tanto para com as necessidades do paciente como para com as próprias) para não estabelecer condições que logo se tornem insustentáveis (falta de limites ou limites muito rígidos, prolongamento do processo, delineamento confuso de sua tarefa, etc) e que prejudiquem especialmente o paciente.
A plasticidade aparece como uma condição valiosa para o psicólogo quando este a utiliza para se situar acertadamente diante do caso e manter o enquadramento apropriado.
A prática do psicodiagnóstico:
Na prática do psicodiagnóstico, o objetivo é organizar os elementos presentes no estudo psicológico, de forma a obter uma compreensão do cliente a fim de ajudá-lo.
Ao realizarmos um psicodiagnóstico, tendo definido para nós mesmos as questões ligadas ao conhecimento psicológico e à prática profissional, devemos considerar o contexto no qual essa atuação está inserida.
O Contexto da atuação:
Grande parte em consultórios privados, no atendimento a uma clientela socialmente privilegiava.
A prática do psicodiagnóstico em instituições ainda é carente e, quando acontece, é marcada pelos ditames institucionais.
Nas instituições a procura por um psicodiagnóstico geralmente é decorrente de encaminhamentos de terceiros.
Processo diagnóstico do tipo compreensivo:
Leva em conta a natureza específica da tarefa diagnóstica;
Considera a necessidade do emprego de referenciais múltiplos, a fim de evitar a unilateralidade que se encontra nos demais processos;
É ponto de confluência de uma visão totalizadora do indivíduo.
É processo abrangente das dinâmicas intrapsíquicas, intrafamiliares e socioculturais, como forças e conjuntos de forças em interação, que resultam em desajustamentos individuais, tendo presente os dinamismos de desenvolvimento e maturação do indivíduo, tanto do ponto de vista do desajustamento quanto da normalidade.
No caso do processo diagnóstico de tipo compreensivo encontramos, comumente associados em um mesmo estudo de caso, os seguintes principais fatores estruturantes:
Objetivo de elucidar o significado das perturbações: um dos principais fatores estruturantes é a importância dado pelo psicólogo ao esclarecimento do significado dos desajustamentos que ocasionaram a procura pelo atendimento psicológico. Compromisso do profissional por uma compreensão profunda das queixas: explicação das perturbações e dos motivos inconscientes que as mantêm.
Ênfase na dinâmica emocional inconsciente: a estruturação do processo diagnóstico de tipo compreensivo requer a familiarização do profissional com a abordagem psicanalítica dos fenômenos mentais.
O profissional deve estar apto a reconhecer os fenômenos inconscientes que incluem, principalmente, a dinâmica encoberta dos conflitos, a estrutura e a organização latentes da personalidade.
Necessita também adotar o referencial psicanalítico para o conhecimento da dinâmica familiar, uma vez que o jogo de forças que opera nas relações familiares é, em grande parte, de natureza e a dinâmica do funcionamento do ambiente da criança e a interação criança-ambiente.
Considerações de conjunto para o material clínico: o psicólogo interessado em estruturar um diagnóstico psicológico do tipo compreensivo realiza um levantamento exaustivo de dados e informações, abrangendo os múltiplos aspectos da personalidade do paciente, do ambiente familiar e social deste, e da interação entre outros fatores, enfim, de tudo o que interessa ao esclarecimento dos problemas que demandaram a busca de atendimento.
- Observações, entrevistas, resultados de testes psicológicos e de outras técnicas de investigação, fatores da personalidade de psicólogo que são utilizados para compreensão clínica (impressões, sentimentos, pensamentos, etc), conteúdos do material clínico, de teorias e referenciais. 
Busca de compreensão psicológica globalizada do paciente: operação que atinge o paciente em sua totalidade.
Balanceamento geral das forças e fraquezas;
Funcionamento, organização e estruturação da personalidade;
Estruturas psicológicas e disfunções dinâmicas;
Traços de caráter;
Distinção entre estruturas neuróticas e psicóticas.
Considera-se as forças intrapsíquicas, intrafamiliares e socioculturais.
Seleção de aspectos centrais e nodais: discernir quais dados são significativos para compor o estudo de caso, de modo a exigirem uma escolha seletiva.
Focaliza os aspectos essenciais, separando-os dos incidentais.
Discriminar os aspectos mais graves e examiná-los à luz de conhecimentos psicológicos atualizados. 
Levantar e descrever os principais focos de angústia e fantasias inconscientes que provocam desajustamentos emocionais, bem como os mecanismos defensivos utilizados pelo indivíduo.
Predomínio do julgamento clínico: o julgamento clínico é consequência natural da permissão que o psicólogo se concede de usar os recursos de sua mente para avaliar os dados de um caso, e é o que decide, em última instância, sobre a importância e significado dos dados.
O modelo diagnóstico de tipo compreensivo não dispensa o uso e testes psicológicos objetivos; coloca-os a serviço do julgamento clínico.
Subordinação do processo diagnóstico ao pensamento clínico: a estruturação do processo diagnóstico fica subordinada à forma de pensamento que se realiza em cada caso clínico. Isto significa que, ao invés da existência de um prévio processo diagnóstico relativamente uniforme e imutável para todos os casos, o que realmente encontramos é uma grande flexibilidade para enfocar e tratar das situações mentais emergentes.
Cada caso clínico permite que ocorra pelo menos uma forma de pensamento a ele relativa.
Prevalência do uso de métodos e técnicas de exame fundamentados na associação livre: no processo de tipo compreensivo, ocupam lugar de destaque a entrevista clínica, a observação clínica, os testes psicológicos, técnicas de investigação clínica da personalidade.
Técnicas mais usadas: jogo de Rabiscos,observação lúdica ou Hora do Jogo, Procedimento de Desenhos-Estórias.
O Problema:
O psicodiagnóstico é um processo, desencadeado quase sempre em vista de um encaminhamento, que tem início numa consulta, a partir da qual se delineiam os passos do exame, que constitui uma das rotinas do psicólogo clínico.
Tal tipo de avaliação decorre da existência de um problema prévio, que o psicólogo deve identificar e avaliar, para poder chegar a um diagnóstico.
Entre a emergência de sinais ou sintomas precoces e incipientes, nem sempre fáceis de identificar, e a chegada à primeira consulta, podem surgir muitas dúvidas, fantasias e busca de explicações, que retardam a ajuda, podem agravar o problema e, eventualmente, interferem na objetividade do relato de caso.
É difícil para o paciente, ou mesmo para as pessoas que convivem com ele, julgar quando se configura um problema que necessita de uma avaliação clínica.
Muitos pais hesitam em considerar certo comportamento do filho como motivo de preocupação.
É a falta de distinção entre desajustes ocasionais e prolongados que faz com que as pessoas confiem no tempo para que desapareçam.
Às vezes há certa tolerância quanto a comportamentos que devem ser superados, seja porque deixaram de ser proporcionais às suas causas, porque uma determinada idade foi ultrapassada, por normas mais flexíveis do ambiente ou, ainda, porque alguém da família apresentava os mesmos sintomas na infância.
No adulto, o problema tende a ser enfrentado sem ajuda, ou com uma tentativa de explicá-lo em termos de fatores circunstanciais e, assim, talvez resolvê-lo através e mudanças externas.
Desde o surgimento do problema e até a consulta, a natureza e a expressão dos sintomas podem ser profundamente alteradas pelos recursos pessoais, capacidades de enfretamento e defesas psicológicas.
Sinais e Sintomas:
Sinais: comportamentos observáveis, achados objetivos.
Sintoma: são experiências do sujeito, são por ele sentidos.
Mas no âmbito da doença mental essa diferenciação torna-se praticamente inexistente, porque envolve estados internos, psicopatologia subjetiva, difícil de descrever.
Por exemplo: os medos podem ser sentidos pelo sujeito, mas também podem se expressar através de comportamentos observáveis.
Critérios usuais de definição de um problema:
Um problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum, que podem ser percebidas como sendo de natureza qualitativa ou quantitativa.
Quantitativa: exagero ou diminuição de um padrão de comportamento usual.
Qualitativa: chamam atenção por seu cunho estranho e bizarro.
Avaliação da psicopatologia:
Psicodiagnóstico: consiste, sobretudo, na identificação de forças e fraquezas no funcionamento psicológico e se distingue de outros tipos de avaliação psicológica de diferenças individuais por seu foco na existência ou não de psicopatologia.
Utiliza, conjuntamente, o modelo qualitativo e o modelo quantitativo.
Modelo categórico (qualitativo):
Exemplifica-se pelo julgamento clínico sobre a presença ou não de uma configuração de sintomas significativos
Modelo dimensional (quantitativo):
Exemplifica-se pela medida da intensidade sintomática.
Transtornos mentais e classificações nosológicas:
Sofrimento ou incapacitação;
Risco de comprometimento ou perda de um aspecto vitalmente importante;
Sintomas comportamentais ou psicológicos.
O enquadre no processo psicodiagnóstico:
Em todas as atividades clínicas, e entre elas se inclui o psicodiagnóstico, é necessário partir de um enquadre.
O enquadre pode ser mais estrito, mais amplo, mais permeável ou mais plástico, conforme as diferentes modalidades do trabalho individual ou conforme as normas da instituição na qual se trabalhe. 
Varia de acordo com o enfoque teórico que serve como marco referencial predominante para o profissional, conforme a sua formação, suas características pessoais e também conforme as características do consultante.
A idade do paciente também influi no enquadre escolhido. 
Com uma criança pequena, sentaremos para brincar no chão se ela assim o solicitar; mas não com um adulto. 
Com adolescentes, sabemos que precisamos ser mais tolerantes quanto à sua freqüência, sua pontualidade e suas resistências para realizar certos testes dos quais “não gostam”. Talvez queiram antes acabar de escutar uma música, a escutaremos até ele dizer que podemos começar. 
Talvez fizéssemos o mesmo com uma criança ou com um adulto psicótico.
Quando questionados sobre o enquadre que usamos, muitas vezes acontecerá que a reflexão vem a posteriori da prática clínica.
 Em primeiro lugar, agimos, e depois refletimos sobre como e por que trabalhamos daquela forma. 
Bion recomenda trabalhar com absoluta atenção flutuante e liberdade, e após terminada a sessão, então sim, é aconselhável tomar notas e pensar sobre o ocorrido. 
No psicodiagnóstico isto aplica-se principalmente à entrevista inicial. Nas seguintes já é necessário agir de outra forma para atingir nosso objetivo.
Primeira entrevista:
Seja com um adolescente, um adulto ou com os pais de uma criança, a primeira entrevista nos dará subsídios que facilitarão o enquadre a ser escolhido. 
Seu comportamento, seu discurso, suas reações, são indicadores que nos ajudam a resolver que tipo de enquadre usaremos, se mais estrito ou mais permissivo. 
O enquadre inclui não somente o modo de formulação do trabalho mas também o objetivo do mesmo, a freqüência dos encontros, o lugar, os horários, os honorários e, principalmente, o papel que cabe a cada um. 
O enquadre:
Certos aspectos do enquadre que permanecem “mudos” até que alguma circunstância nos obriga a rompê-los, e então aparecem com clareza. 
Suponhamos que o terapeuta tenha sido sempre pontual, até que um dia um problema no trânsito o obriga a chegar vinte minutos mais tarde. O paciente está esperando furioso, quase o insulta e grita “porque o senhor deve estar aqui quando eu chego”. Se não houvesse surgido esta “ruptura” do enquadre, essa reação teria permanecido sempre encoberta pela seriedade do comportamento do terapeuta.
Entrevistas:
O campo da entrevista também não é fixo, mas dinâmico, o que significa que está sujeito a uma mudança permanente, e a observação deve se estender do campo especifico existente a cada momento à continuidade e sentido dessas mudança.
Cada situação humana é sempre única e original, sendo assim também o será a entrevista.
Esta originalidade de cada acontecimento não impede o estabelecimento de constantes gerais, ou seja, das condições em que os fatos se repetem com maior freqüência. 
O individual não exclui o geral nem a possibilidade de introduzir a abstração e categorias de análise, a forma de observar bem é ir formulando hipóteses enquanto se observa, e no transcurso da entrevista verificar e retificar as hipóteses durante seu próprio transcurso em função das observações subseqüentes que, por sua vez, vão ser enriquecidas pelas hipóteses prévias. 
Enquadre e processo:
O enquadre seria o fundo ou a base, e o processo psicodiagnóstico a imagem do que, unindo ambos os conceitos (enquadre e processo) configuraria a situação analítica. 
O enquadre seria o fator constante, o que não é processo. 
O processo seria aquilo que é variável, o que se modifica. Isto é o que explica de que forma vai se desenvolvendo o processo terapêutico. 
No caso de um psicodiagnõstico podemos fazer uso destes conceitos. A situação não é a analítica. Mas, da mesma forma, precisamos observar o indivíduo para fazer um diagnóstico correto. Devemos ter certeza de que aquilo que surgir será material do paciente (variáveis por ele introduzidas) e não nosso.
Devolutiva:
A ética profissional orienta-nos a dizer a verdade, porque para isso somos consultados, e se em determinados casos precisamos fazer intervenções mais drásticas, é imprescindível fazê-lo, pelos pais, pela filha e por nós mesmos. 
Muitas vezes o processo psicodiagnóstico não acaba com a aceitação fácil de nossas conclusões. 
Os consultantes precisam tempopara pensar, para assimilar o que lhes foi dito.

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