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Doenças Fúngicas do Tomateiro

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Emanuelle Oliveira
Guilherme Rodrigues
Leandro Gonçalves
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A cultura
Ocupando um lugar de destaque dentre os cultivos de hortaliças no Brasil.
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O cultivo do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill.) vem sendo dificultado, em algumas regiões, em razão das pragas e doenças que ocorrem na cultura.
É afetado por um grande número de doenças fúngicas.
A utilização de fungicidas; não é a única tática de se controlar doenças fúngicas na cultura do tomate.
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Desafios do produtor de tomates
É possível produzir um tomate de qualidade, com menos dependência da utilização de agroquímicos?
O consumidor atualmente não busca apenas qualidade.
A viabilidade da produção deve incluir não só o retorno econômico, mas igualmente o custo relativo à prevenção dos danos, que as práticas de cultivo podem causar ao meio ambiente.
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Os fungos são os microrganismos responsáveis pelo maior número de doenças no tomateiro.
cerca de 40% do custo de produção do tomate é atribuída a fungicidas utilizados no controle das doenças foliares.
Principais grupos de doenças
1- Tombamento-de-mudas ou “Damping-off ”; 
2- Manchas Foliares e;
3- Podridões dos Frutos.
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Tombamento-de-mudas ou “Damping – off ”
A podridão das sementes e o tombamento de mudas constituem-se em doenças importantes nas fases de sementeira e viveiro.
Podem causar a redução da população de plantas.
É causado por fungos do solo, em especial os pertencentes aos gêneros:
 Pythium, Rhizoctonia e Phytophthora
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Tombamento-de-mudas ou “Damping – off ”
	CARACTERÍSTICAS
Os sintomas se manifestam em reboleiras,
Tombamento em Pré-emergência e Pós-Emergência.
A alta umidade do solo >>> Pythium.
Solos encharcados ou muito secos são desfavoráveis a R.solani.
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Tombamento-de-mudas ou “Damping – off ”
O crescimento de ambos os patógenos é influenciado por outros fatores:
Ph; 
teor de matéria orgânica e; 
textura do solo.
Constrição dos tecidos de mudas de tomate atacados pelo fungo Pythium sp., causador de tombamento.
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Tombamento-de-mudas ou “Damping – off ”
	CONTROLE INTEGRADO.
Plantar sementes tratadas com fungicidas;
desinfetar o leito da sementeira ou o substrato com fumigantes, ou fazer fungicação; 
fazer sementeira em solo novo e bem drenado; 
praticar a solarização do substrato;
produzir mudas em solo esterilizado; 
evitar encharcamento da sementeira;
evitar adubação nitrogenada em excesso;
fazer o raleamento da sementeira;
instalar a sementeira em local ventilado e não irrigar excessivamente o campo logo após o transplante.
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Manchas Foliares - Requeima ou mela
	CARACTERÍSTICAS
É uma das mais destrutivas doenças, principalmente a temperaturas mais amenas e alta umidade relativa.
É causada pelo fungo Phytophthora infestans.
A infecção ocorre por meio de esporos do fungo carregados pelo vento.
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Manchas Foliares - Requeima ou mela
	DANOS
O patógeno infecta toda a parte aérea.
Nas folhas, aparecem manchas de formato irregular, com aspecto encharcado.
Na superfície inferior da folha, é fácil perceber as estruturas do patógeno
micélio branco, cotonoso, na região de transição entre o tecido sadio e o doente
As manchas cobrem grande área do limbo foliar e tomam uma coloração parda com posterior ressecamento das áreas afetadas.
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Manchas Foliares - Requeima ou mela
Pecíolos e hastes apresentam manchas de coloração marrom-clara que podem ocupar grandes extensões.
Nos frutos, as manchas são, inicialmente, de cor marrom-clara, progredindo para marrom-escuro ou negro.
Lesões típicas da requeima, causada por Phytophthora infestans, em folhas de tomate (A) e batata (B).
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Manchas Foliares - Requeima ou mela
Sinais do patógeno, esporangióforos e esporângios de Phytophthora infestans, na face inferior de lesão de requeima em folhas de tomate (A) e batata (B).
Sintoma de queima de folha (requeima), causada por Phytophthora infestans, em tomateiro rasteiro.
Sintomas da requeima, causada por Phytophthora infestans, em caule de tomate (A) e batata (B).
A
B
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Manchas Foliares - Requeima ou mela
	CONTROLE INTEGRADO
Evitar plantios próximos a lavouras velhas ou mal cuidadas de tomate e batata ; 
eliminar restos culturais logo após a colheita;aplicar fungicidas preventivamente, preferencialmente os sistêmicos e em épocas de clima frio e úmido; 
eliminar soqueiras de tomate e batata; 
evitar irrigações muito frequentes, principalmente por aspersão; 
não plantar em terrenos de baixada, úmidas e sombreados; 
não deixar que o tomatal fique muito fechado, evitando o excesso de nitrogênio ou aumentando o espaçamento.
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Manchas Foliares – Pinta Preta
	CARACTERÍSTICAS
Também conhecida por mancha de Alternaria, cujo fungo Alternaria solani também provoca o mofo-preto,o cancro-da-haste e a podridão basal.
O controle químico é mal feito tem provocado perdas elevadas na produção.
A doença é favorecida por temperatura e umidade altas.
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Manchas Foliares – Pinta Preta
	DANOS
Ocorre em folhas, caules e frutos e pode causar danos durante qualquer estádio de desenvolvimento da planta.
Inicialmente, as manchas tem coloração marrom-escura a preta e aparecem nas folhas mais velhas, podendo apresentar halo amarelado,em volta da lesão.
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Manchas Foliares – Pinta Preta
As manchas aumentam rapidamente em tamanho e em número e, com o crescimento, são formados anéis concêntricos na parte central.
A alta severidade da doença causa a desfolha da planta.
No caule, as lesões são escuras e ligeiramente deprimidas no tecido.
Com o crescimento, formam-se lesões alongadas e circulares, com anéis concêntricos evidentes.
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Manchas Foliares – Pinta Preta
Nos frutos, se observam lesões deprimidas, normalmente localizadas na região do cálice, de grande extensão, de coloração escura, aspecto aveludado e com anéis concêntricos.
Sintomas da pinta-preta (Alternaria sp.) em folhas de tomateiro.
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Lesão de pinta-preta (Alternaria sp.) com halos concêntricos em folhas de tomateiro.
Lesão de pinta-preta (Alternaria sp.) no pedúnculo e frutos de tomateiro.
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Manchas Foliares – Pinta Preta
	CONTROLE INTEGRADO
Plantar sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas; 
fazer rotação de culturas, com eliminação das plantas voluntárias e plantas daninhas da família das solanáceas; 
eliminar os restos culturais pela queima ou enterrio profundo, logo após a colheita; 
evitar plantios sucessivos ou próximos a lavouras velhas, que servem como fonte de inoculo; 
evitar áreas de baixadas, que são úmidas ou sujeitas à formação de neblina; 
evitar irrigações muito frequentes e aplicar fungicidas preventivamente.
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Manchas Foliares - Septoriose
	CARACTERÍSTICAS
É favorecida por prolongados períodos de alta umidade e temperaturas moderadas.
É causada por Septoria lycopersici Speq.
Os sintomas são facilmente observados nas folhas, embora possam ocorrer manchas no caule e no cálice.
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Manchas Foliares - Septoriose
As lesões são circulares, com 2 a 3 mm de diâmetro, com bordas escurecidas e o centro de cor palha, com pequenos pontos pretos, que são as frutificações do fungo(picnídios).
Quando a doença é muito severa nota-se a coalescência de lesões, causando queimadura foliar e desfolha da planta. Nos pecíolos e nas hastes, as manchas são semelhantes às foliares e, às vezes, pode ocorrer a quebra destas partes.
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Manchas Foliares - Septoriose
	DANOS
A septoriose é uma doença de ampla ocorrência em vários Estados do Brasil.
Na ausência de controle e dependendo das condições de ambiente, é responsável por perdas de até 95% na cultura do tomateiro
Pode provocar perdas consideráveis na produção devido à destruição da folhagem do tomateiro, que expõe os frutos à queimadura de sol.
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Manchas Foliares - Septoriose
Sintomas da septoriose em tomateiro. Lesões típicas circundadas por halo amarelado e
queima das folhas baixeiras
Plantas de tomateiro severamente atacadas pela septoriose com desfolha acentuada (queima da saia).
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	CONTROLE INTEGRADO
utilização de fungicidas preventivamente; fazer rotação de culturas; 
destruir restos culturais logo após a colheita; 
adubar de forma balanceada e evitar plantios próximos a lavouras mais velhas ou infectadas.
Manchas Foliares - Septoriose
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Manchas Foliares - Mancha-de-estenfílio
	CARACTERÍSTICAS
É uma doença que pode ocorrer afetando a cultura em diferentes estádios de desenvolvimento.
É causada pelos fungos Stemphylium solani e e S.lycopersici
Os sintomas podem ser observados nos cotilédones de plântulas ainda na fase de sementeira, assim como durante os demais estádios de desenvolvimento da cultura, sendo mais intensos no início da colheita.
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Manchas Foliares - Mancha-de-estenfílio
	DANOS
A mancha-de-estenfílio pode ser bastante destrutiva.
O sintoma mais comum da mancha-de-estenfilio é a formação de lesões foliares marrom-escuras de formato irregular.
Inicialmente as lesões são pequenas, encharcadas e mais visíveis na parte de baixo das folhas.
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Manchas Foliares - Mancha-de-estenfílio
À medida que crescem, podem coalescer e perder sua parte central, dando à folha um aspecto rasgado ou furado. 
Os frutos do tomateiro não são atacados.
Podem aparecer pequenas lesões nos tecidos mais jovens do caule, sob condições favoráveis à doença.
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Manchas Foliares - Mancha-de-estenfílio
Mancha-de-estenfílio em tomate de mesa no campo (A) e inoculado artificialmente (B): a = acesso resistente e b = suscetível.
Mancha-de-estenfílio em tomateiro estaqueado.
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Manchas Foliares - Mancha-de-estenfílio
	CONTROLE INTEGRADO
plantar cultivares resistentes; 
aplicar fungicidas preventivamente; 
fazer rotação de culturas; 
evitar plantios próximos a lavouras velhas; 
eliminar restos de cultura logo após a colheita e evitar irrigação muito frequente.
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Manchas Foliares - Mancha-de-cladospório
	CARACTERÍSTICAS
É uma doença bastante dependente de condições climáticas, só ocorre sob longos períodos de alta umidade (acima de 85%).
Por isso é encontrada mais frequentemente na região Norte do Brasil, bem como em cultivos protegidos.
É causada pelo fungo Cladosporium fulvum.
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Manchas Foliares - Mancha-de-cladospório
	DANOS
Os sintomas são típicos em folhas próximas ao solo, em razão da pouca aeração e da excessiva umidade.
São observadas lesões cloróticas, com margens pouco definidas, na parte de cima da folha.
A parte de baixo da folha correspondente à clorose exibe manchas de formato e tamanho irregulares com abundante produção de esporos, que formam uma massa de cor verde-oliva.
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Manchas Foliares - Mancha-de-cladospório
Sob ataque intenso, ocorre secamento da folha, que pode desprender-se da planta. Neste caso, podem aparecer também lesões no caule, pecíolo, flores e frutos.
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Manchas Foliares - Mancha-de-cladospório
	CONTROLE INTEGRADO
As medidas de controle adotadas para as outras doenças foliares, são suficientes para o controle da mancha de Cladosporium.
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Manchas Foliares - Antracnose
É uma doença observada geralmente em frutos maduros, normalmente não causando prejuízos severos nas condições brasileiras.
O patógeno Colletotrichum phomoides invade os frutos verdes, mas os sintomas surgem quando o fruto começa a amadurecer. 
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Manchas Foliares - Antracnose
Inicialmente, surgem lesões pequenas, deprimidas, aquosas e circulares que aumentam de tamanho e coalescem, formando lesões circulares e grandes que cobrem grandes extensões dos frutos
As lesões típicas da antracnose são deprimidas, com bordos definidos, de centro pardo-claro, onde se observa inúmeros pontos pretos.
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Manchas Foliares - Antracnose
Sob condições de umidade relativa alta, pode-se observar uma massa rósea de esporos sobre as lesões.
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Manchas Foliares - Antracnose
A antracnose é destituída de importância em culturas bem conduzidas.
As medidas adicionais de controle são o tratamento de sementes, para se evitar o tombamento, bem como a destruição dos restos de cultura.
Recomendam-se colher os frutos sadios apenas quando estiverem secos.
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Manchas Foliares - Oídio
Raramente é problema sério na cultura do tomate, mas pode causar redução de até 40% da produção, se medidas de controle não são adotadas corretamente.
A doença é causada pelos fungos Erysiphe cichoracearum (Oidium lycopersici) e
Leveillula taurica.
A doença incide sobre os órgãos verdes da planta, principalmente ramos, pecíolos e folíolos.
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Observa-se desenvolvimento de uma eflorescência branca do patógeno, realçando contra o verde-escuro da planta.
Em estádios mais adiantados, há necrose dos tecidos do hospedeiro, formando-se manchas irregulares.
Condições normais de ocorrência são aquelas de inverno seco.
Outras culturas olerícolas podem ser hospedeiras dos patógenos.
Manchas Foliares - Oídio
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	CONTROLE INTEGRADO
A medida mais eficiente de controle tem sido o emprego de fungicidas preventivamente ou logo após o início da infecção.
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Podridões do tomateiro
As podridões incidem sobre os frutos do tomate e são mais comuns e frequentes na cultura do tomate destinado à indústria.
As principais podridões que ocorrem na cultura do tomate são:
1-Podridão de phoma (Phoma destructiva) Plowr.;
2-Bolor cinzento do fruto (Botrytis cinérea);
3-Podridão-de-escleródio (Sclerotium rolfsii Sacc.);
4-Podridão-de-sclerotinia (Sclerotinia sclerotiorum) e 
5- Podridão-olho-de-veado (Phytophthora spp).
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São doenças de difícil controle
são causadas por fungos do solo
possuem mecanismos especiais de sobrevivência
É fundamental a adoção de táticas de manejo integrado para estas doenças.
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fazer rotação de culturas com gramíneas; 
manejar corretamente a irrigação; 
planejar o plantio de forma a que a frutificação e a colheita não coincidam como início das chuvas(principalmente no caso de tomate indústria);
evitar o plantio em solos com histórico de podridões;
evitar o contato dos frutos com o solo e pulverizar fungicidas sistêmicos logo após o aparecimento das primeiras plantas doentes.
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Estratégias de controle para as doenças do tomateiro
As estratégias utilizadas no controle de doenças do tomateiro envolvem a somatória de resistência genética, nutrição de plantas, rotação de culturas, tratamento químico de sementes, pulverização de fungicidas e uso de sementes e mudas sadias. No entanto, existem outras medidas de controle que podem ser associadas a essas tais como: época e local de plantio, método de irrigação, roguing, solarização do solo, termoterapia, uso de compostos orgânicos e culturas de meristemas.(ZAMBOLIM,1999;BERGAMIM,1999).
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AZEVEDO, L. A. S. Danos ocasionados por fungos e estratégias de controle.
LOPES, C. A. Como prevenir o “tombamento” em mudas de hortaliças. Comunicado Técnico 28. EMBRAPA. Brasília, DF. Dezembro, 2005.
REIS, A. Requeima: doença destrutiva e comum ao tomateiro e batata. Comunicado Técnico 78. EMBRAPA. Brasília, DF. Novembro, 2010.
PEREIRA, R. B. Manejo da Pinta Preta: uma ameaça às lavouras de tomateiro a céu aberto. Comunicado Técnico 95. EMBRAPA. Brasília, DF. Abril, 2003
PEREIRA, R. B. Recomendações para o manejo da septoriose em tomateiro. Comunicado Técnico 96. EMBRAPA. Brasília, DF. Abril, 2013.
REIS, A. Mancha-de-estenfilio: ressurgimento de um antigo problema do tomateiro. Circular Técnica 41. EMBRAPA. Brasília, DF. Dezembro, 2006.
REIS, A. Antracnose em Hortaliças da Família Solanacea. Circular Técnica 79. EMBRAPA. Brasília, DF. Outubro, 2009.
LOPES, C. A. Doenças do tomateiro cultivado em ambiente protegido. Circular Técnica 100. EMBRAPA. Brasília, DF. Dezembro, 2011.

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