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Sumário 
NDICE 1. DADOS SOBRE O REGISTRO DO PRODUTO....................... ........................... 1.2 Composição........................................................................................................ 1.3 Forma Farmacêutica.......................................................................................... 1.4 Cópia da embalagem e rótulo ........................................................................... 1.5 Bula..................................................................................................................... 2.MONOGRAFIA DE Eucalyptus globulos Labill....................................................... 2.1 Aspectos botânicos.............................................................................................. 2.2 Constituintes químicos......................................................................................... 2.3 Dados etnofarmacológicas................................................................................... 2.4 Dados farmacológicos.......................................................................................... 2.5 Segurança e eficácia............................................................................................. 3. CONTROLE DE QUALIDADE.............................................................................. 3.1 Avaliação das características macroscópicas.................................................... 3.2 avaliação das características Microscópicas...................................................... 3.3 Análise sensorial e organolepticas..................................................................... 3.4 Obtenção do rendimento..................................................................................... 3.5 Cromatografia em camada delgada.................................................................... 4.Método da avaliação da qualidade da matéria prima............................................ 4.1 Controle de qualidade da Embalagem............................................................... 4.2 Controle de qualidade do Produto acabado........................................................ 5. ESTIMATIVA DE CUSTO PARA PRODUÇÃO E POSSÍVEIS CONCORRENTES........................................................................... 
6. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. dados sobre o registro do produto 
- composição, forma farmacêutica, cópia da embalagem, do rótulo e da bula. 
 A RDC nº 26/2014 regulamenta o registro de Medicamentos Fitoterápicos (MF) e o registro e a 
notificação de Produtos Tradicionais Fitoterápicos (PTF). Essa norma também se aplica a 
produtos que sejam constituídos de fungos multicelulares e algas como Insumos 
Farmacêuticos Ativos (IFA), até que seja publicada regulamentação específica para essas 
classes. 
Segundo aRDC nº 26/2014 São considerados produtos tradicionais fitoterápicos os obtidos 
com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam 
baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que 
sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de 
diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. 
A grande utilização do Eucalyptus globulus levou à sua inclusão na primeira, segunda e quarta 
edição da Farmacopéia Brasileira (Brandão et al., 2006) e, é uma das plantas com registro na 
Anvisa (Carvalho et al., 2008). 
O Eucalyptus globulus Labill conhecido popularmente como Eucalipto é uma das espécies 
vegetais que possuem o registro simplificado para Medicamentos Fitoterápicos da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), conforme a Instrução Normativa nº 5, de 11 de 
dezembro de 2008. A parte utilizada da planta são as folhas que ter como marcadorquimico o 
cineol,obtendo óleo essêncial, extrato e tintura, a partir dos derivados da droga vegetal. É 
indicada comoAnti-séptico e antibacteriano das vias aéreas superiores, expectorante. 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/int0005_11_12_2008.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Monografia de Eucalyptus globulusLabill. 
 2.1 Aspectos botânicos 
O gênero Eucalyptuspossue cerca de 400 espécies, dentre elas encontra-se o 
Eucalyptus globulus Labill, conhecido popularmente como eucalipto, eucalipto-
comum e eucalipto-limão é uma espécie pertencente à família Myrtacea. É uma 
planta nativa da Austrália e Tasmânia, mas é bem distribuída no território brasileiro 
(BRASIL, 2015). 
A espécie é cultivada com finalidade ornamental, para madeira e lenha, no 
reflorestamento, na produção de celulose e como fonte de óleo essencial de valor 
comercial. O farmacógeno do Eucalyptus globulus engloba as partes aéreas (folhas, 
flores e frutos) e as cascas do caule da planta (BRASIL, 2015). 
2.2 Características macroscópicas 
Árvore de grande porte, que pode atingir até 90 metros de altura, de tronco liso. 
Folhas perenes, lanceoladas em forma de foice, de 8 a 30 cm de comprimento e de 2 
a 7,5 cm de largura; bases desiguais, obtusas ou mais ou menos arredondadas e 
conectadas com um pecíolo torcido de 5 a 35 mm em comprimento; margens 
ligeiramente desiguais, revoluta e coriácea. Ambas as superfícies variam desde o 
verde-amarelado-claro ao verde acinzentado, são glabras, cobertas por glândulas 
oleríferas. A espécie possui flores de até 4 cm de diâmetro, solitárias ou em 
pequenos grupos, que possuem numerosos estames macios que podem ser branco, 
creme, amarelo, rosa ou vermelho. Os frutos apresentam-se em forma de cápsula de 
aproximadamente 3 cm. As sementes são pequenas e muito numerosas, 
predominando as estéreis (SHAH, et al., 2012). 
2.3 Características microscópicas 
As folhas se apresentam como lâminas em superfícies lisas, de 220 µm de 
espessura, com camadas de epiderme adaxial e abaxial distintas, com células 
pequenas, retangulares, com cutícula proeminente. O mesofilo apresenta seis ou sete 
camadas de parênquima paliçádico. Encontram-se também cavidades secretoras de 
70-90 µm de diâmetro, possuindo fina camada de células epiteliais.A lâmina possui 
veias reticuladas densas e vênulas. A folha apresenta característica 
xenomórfica, isobilateral, lisa e uniforme. A lâmina e nervura central são menos 
diferenciadasuma da outra. A nervura central mede 370 µm, tem camada epidérmica 
de pequenas células hemisféricas com cutícula pesada. O feixe vascular da nervura 
central apresenta uma grande zona de floema e xilema. Esse feixe é envolvido por 
uma região de parênquima amploe por uma bainha esclerênquima grossa no lado 
adaxial e no lado abaxial. O xilema é constituído por vasos de paredes espessas, 
pequenas e de fibras. O floema ocorre em uma faixa fina embaixo do xilema. 
Apresenta estômato do tipo cilíndrico, sendo que cada 
estômato é rodeado por 5 ou 6 células subsidiárias. As células-guarda possuem 25-
30 x 20-22µm de tamanho. As células epidérmicas são poliédricas, com paredes 
anticlinais retas e cristais de oxalato de cálcio podem ser encontrados no mesofilo 
foliar (SHAH, et al., 2012). 
2.4 Constituintes químicos 
A espécie contém uma grande concentração de óleo essencial cujo monoterpeno 
1,8-cineol (Figura 1) é o constituinte majoritário presente e suas concentrações 
podem variar de 14,55 a 95,61%, conforme parte da planta, método de extração, 
época de coleta e o local. Além disso, no óleo essencial podem estar presentes 
limoneno, α-pineno, aromadreno e globulol. Outros constituintes químicos presentes 
são carboidratos, fitoesteroides, flavonoides, saponinas, triterpenos, compostos 
fenólicos etaninos. Além disso, pode conter borneol, linalol, cineol, acetato de 
geranil,anetol e safrol ((SHAH, et al., 2012, TAUR, et al., 2010). 
 
Figura 1: Estruturaquímica do 1,8- cineol. 
O rendimento de óleo essencial é determinado pelo método de destilação por 
arraste a vapor no aparelho de Clevenger, utilizando-se um balão de fundo redondo 
adicionando uma quantidade suficiente de amostra sendo destilado por cerca de 3-4 
horas. 
2.4 Dados etnofarmacologicos 
Entre as inúmeras plantas utilizadas na terapêutica, encontra-se o eucalipto, cujo 
nome científico é Eucalyptus globulus Labill da família Myrtacea. É uma planta medicinal 
bastante utilizada no tratamento de diversas patologias respiratórias, devido as suas 
propriedades expectorantes e antissépticas, a qual é largamente usada em vários países do 
mundo há dezenas de anos (GADELHA et al., 2015). 
2.5 Dados farmacológicos 
O Eucalyptus globulusé amplamente utilizado devido as suas propriedades 
antisséptica, adstringente, anti-inflamatória, antimicrobiana, antioxidante, repelente, 
cicatrizante e desinfetante, também são usadas como aditivos para alimentos, e os 
extratos têm sido aplicados em formulações cosméticas (MALINOWSKI, 2009).A 
planta é empregada na medicina popular no combate a gripes e resfriados, com 
atividade antisséptica das vias aéreas superiores e expectorante (KARERU, et al., 
2007). 
2.6 Avaliação da segurança e eficácia 
 Mulyaningsih e colaboradores (2011) avaliaram a atividade antibacteriana do 
óleo essencial do eucalipto contra patógenos bacterianos resistentes a múltiplos 
fármacos. No estudo realizado, o óleo essencial obtido das folhas e dos frutos 
apresentou atividade antibacteriana acentuada contra 
Staphylococcusaereusresistente à meticilina (concentração inibitória mínima-CIM 
aproximadamente 250 ng/ mL). 
 Outro estudo avaliou a atividade do óleo essencial de Eucalyptus globulus contra 
Helicobaterpylori. Os resultados mostram que o óleo essencial das folhas, em uma 
concentração de 0,03 - 0,09% (v/v) foi capaz de inibir o crescimento de cepas de 
Helicobaterpylori, apresentando CIM de 46,40 (μg/ mL) e isso propõe novas 
alternativas terapêuticas para o controle da infecção por H. pylori(ESMAEILI, et al., 
2012). 
 Hafsa e colaboradores (2015) estudaram as propriedades antioxidantes e 
antimicrobianas de filmes de quitosana contendo óleo essencial de Eucalyptus 
globulus. O método de difusão em disco de ágar foi utilizado para determinar a 
atividade antimicrobiana contra Escherichia coli, Staphylococcus aureus, 
Pseudomonasaeruginosa, Candidaalbicans e Candidaparapsilosis.A avaliação 
microbiológica confirmou a eficiência antimicrobiana dos filmes de quitosana 
contendo óleo essencial de Eucalyptus globulus. Os resultados comprovaram o 
potencial deste material que poderia ser utilizado como filmes ativos devido a sua 
excelente ação antimicrobiana e antioxidante. 
 Com o objetivo de avaliar a variação na composição química do óleo essencial 
de Eucalyptus globulus em estágios fenológicos e a evidência de sinergismo com 
padrões antimicrobianos, Salem e colaboradores (2018), observaram que o óleo 
essencial da espécie foi ativo contra as diferentes cepas bacterianas, especialmente 
durante os estágios vegetativo e florescimento (CIM = 2 mg / mL) contra 
Bacilluscereus ATCC 14579 e Enterococcusfaecalis ATCC 29212. 
Candidaalbicans ATCC 10231 foi mais sensível que as outras bactérias durante 
oestágiofrutificção. Além disso, a combinação de óleo essencial de eucalipto com 
ampicilina revelou um efeito de sinergismo parcial para Staphylococcus aureus 
resistente à meticilina. No entanto, um efeito adicional foi registrado sob a 
combinação de anfotericina B e óleo essencial de Eucalyptus globulus. A atividade 
citotóxica mostrou que essas associações aumentaram a viabilidade celular e 
tornaram o óleo essencial de Eucalyptus não tóxico para as células Vero. Os 
resultados mostraram que o óleo de eucalipto em associação com agentes 
antimicrobianos pode ser uma alternativa não apenas promissora, mas também um 
potencial complexo molecular dificilmente reconhecível pormicroorganismos 
(SALEM, et al., 2018). 
 Madouri e colaboradores (2015) investigaram a composição química de óleos 
essenciais de folhas de Eucalyptus globulus, sua capacidade antioxidante e atividade 
antibacteriana, contra a ação periodontopatogênica a espécies bacterianas 
cariogênicas, utilizando o método de microdiluição em microplacas de 96 poços. Os 
óleos analisados apresentaram uma baixa capacidade antioxidante, mas uma 
atividade antibacteriana marcante contra bactérias gram negativas, principalmente 
para Fusobacteriumnucleatum ATCC 25586 (CIM = 1,14 mg / mL) e 
Porphyromonasgingivalis ATCC33277 (CIM = 0,28 mg / mL). Assim, o óleo 
essencial de E. globulus pode ter uma potencial aplicação terapêutica para o 
tratamento de doenças periodontais. 
 Com o intuito de avaliar o potencial antimicrobiano da espécie em modelo de 
infecção induzida em animais diabéticos, o pó seco das folhas de E. globulusfoi 
inserido na dieta de ratos. A indução da infecção ocorreu após uma única injeção 
intraperitoneal de estreptozotocina (60 mg/ kg) e o pó seco de eucalipto foi 
adicionado à dieta (62,5 g/ kg). Os grupos de interesse foram inoculados com C. 
albicansapós 15 dias da indução do diabetes. Os resultados mostraram uma redução 
significativa de colônias de C. albicansrevelando que o eucalipto melhorou a 
infecção por C. albicans em ratos diabéticos e normais. Além disso, após 30 dias de 
observação a administração do eucalipto nos ratos melhorou significativamente a 
hiperglicemia, polidpsia, polifagia e compensou a perda de peso dos ratos diabético 
(BOKAEIAN et al., 2010) 
 Em estudo clínico de fase I realizado com 28 voluntários sadios, selecionados 
aleatoriamente no Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal 
da Paraíba, investigou a toxicidade do produto fitoterápico composto pelas plantas 
medicinais SchinusterebinthifoliusRaddi, PlectranthusamboinicusLoure Eucalyptus 
globulusLabill. Os voluntários sadios, sendo 14 homens e 14 mulheres ingeriram 
por via oral, ininterruptamente durante 8 semanas, 15 mL do produto, três vezes ao 
dia; e no 3º e 7º dia, 3ª e 6ª semanas e 24 h após a 8ª semana, foram feitas avaliações 
clínicas e laboratoriais para análise da toxicidade aguda e crônica. Os resultados 
obtidos demonstraram que os pacientes não apresentaram alterações clínicas, 
laboratoriais e reações adversas significantes, apenas pequenas alterações foram 
detectadas no sangue através da aspartato transaminase (AST) e fosfatase alcalina 
no grupo feminino para um p < 0,05; no entanto, estes valores determinados 
permaneceram dentro dos valores de normalidade para indivíduos adultos. Conclui-
se que estes dados, confirmam a baixa toxicidade do produto fitoterápico (PAULO 
et al., 2009). 
 Ben-Arye e colaboradores (2011) realizaram um estudo clínico de fase II com o 
objetivo de investigar os efeitos clínicos de óleos essenciais aromáticos em 
pacientes com infecções do trato respiratório superior. O ensaio foi realizado em 
seis clínicas de atenção básica no norte de Israel, com 60 pacientes (26 no grupo de 
estudo e 34 no grupo controle). Um spray contendo óleos essenciais aromáticos de 
cinco plantas (Eucalyptus citriodora, Eucalyptus globulus, Menthapiperita, 
Origanumsyriacum e Rosmarinusofficinalis) foi aplicado nos participantes 5 vezes 
ao dia durante 3 dias e comparado com um spray placebo. Os resultados mostraram 
que os pacientes que estavam com dor de garganta, rouquidão ou tosse, relataram 
uma melhora dos sintomas após 20 minutos do uso do spray, em comparação com 
os participantes do grupo placebo. Não houve diferença na gravidade dos sintomas 
entre os dois grupos após 3 dias de tratamento. Em conclusão, a aplicação por 
pulverização de cinco plantas aromáticas relatadas neste estudo resultou em uma 
melhora significativa e imediata nos sintomas da doença respiratória. 
 Um estudo realizado por Sharma e colaboradores(2011) teve por objetivo 
analisar a toxicidade aguda do extrato metanólico obtido das folhas do eucalipto 
utilizando camundongos. Os animais foram tratados com doses de 0,5; 1,0; 1,5 e 2 
g/kg de peso corporal, uma única vez, e analisados durante 48 horas se haveria 
aparecimento de sintomas como hiperatividade, sedação, perda do reflexo do 
endireitamento, frequência respiratória e convulsão, além da presença de morte. Os 
resultados sugerem que a administração do extrato metanólico das folhas da espécie 
é segura, uma vez que mesmo em doses bastante elevadas do derivado 
vegetal, nenhuma alteração comportamental foi verificada, assim como não houve 
morte entre os animais tratados. 
 Com relação à genotoxicidade, um estudo realizado analisou a atividade 
genotóxica do óleo essencial de Eucalyptus globulus nas concentrações de 0,125 
µL/mL e 0,25 µL/mL em células diplóides de Aspergillusnidulanslinhagem 
A757//UT448. Verificou-se um aumento significativo no número de recombinantes 
quando comparado com o controle, e assim observou-se que o óleo essencial de E. 
globulusnesse estudopode atuar como um indutor de recombinação mitótica e 
originar clones de células homozigotas para genes deletérios, a partir de células 
diplóides heterozigotas (MYAMOTO et al., 2009). 
3. Controle de qualidade 
3.1 Avaliação das Características Macroscópicas 
 As características macroscópicas de Eucalyptus globulus coletadas na 
Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) em Divinópolis foram avaliadas e 
comparadas com estudos encontrados na literatura. Migacz e colaboradores (2018) 
realizaram um estudo comparativo da morfoanatomia de folhas de seis espécies de 
Eucalyptus cultivadas no Brasil, entre elas, encontra-se o Eucalyptus globulus. A 
figura 1 representa a morfologia das folhas de acordo com os autores. Tombul e 
colaboradores (2012) também realizaram um estudo morfológico de folhas de 
eucalipto e a figura 2 evidencia as folhas de E. globulus.As folhas analisadas estão 
representadas na figura 3, demonstrando que as características avaliadas estão de 
acordo com os resultados encontrados na literatura e está aprovado no que diz 
respeito à macroscopia. 
 
 
 
Figura 1: Morfologia das folhasE. globulus(ad, lado adaxial; ab, lado abaxial). 
(MIGACZ, et al., 2018) 
 
 
Figura 2: Folhas de E. globulus.(TOMBUL, et al., 2012) 
 
 
 
Figura3: Folhas de E. globulusobtidas na UFSJ em Divinópolis. 
3.2 Avaliação das Características Microscópicas 
 As características microscópicas de Eucalyptus globulusforam avaliadas e 
comparadas com estudos encontrados na literatura. Migacz e colaboradores (2018) 
além de avaliarem as características macroscópicas também fizeram estudo sobre as 
características microscópicas. A figura 4 apresenta a epiderme foliar obtida em corte 
paradérmico. Tombul e colaboradores (2012) representaram na figura 6 a secção 
transversal das folhas de E. globulus. Já Gusmán e colaboradores (2015) 
demonstraram a proeminência da cutícula encontrada na espécie, conforme 
apresentado na figura 8. As imagens 5, 7 e 9 foram comparadas às imagens citadas 
anteriormente, observando que as características avaliadas estão de acordo com os 
resultados encontrados na literatura e está aprovado no que diz respeito à 
microscopia. 
 
Figura 4: Epiderme foliar E. globulus (G, H). (microscopia de luz; corado em 
safranina). Lado adaxial (G), lado abaxial (H) (pa, papilas; st estomato).(MIGACZ, 
et al., 2018) 
 
Figura 5: Epiderme foliar E. globulus, à esquerda lado adaxial, à direita lado abaxial. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Secção transversal da folha de, E. globulus (EGL) (1: epiderme superior, 2: glândula de óleo, 3: epiderme inferior 4: parênquima paliçada, 5: parênquima esponjoso. (TOMBUL, et al., 2012). 
 
Figura 7: Corte transversal E. globulus, coloração Sudam III. 
 
 
 
 
Figura 8: Secção transversal da cutícula adaxial e da parede celular externa das folhas E. globulus . cm: membrana cuticular, cw: parede celular.(GUZMÁN, et al., 2014) 
 
Figura 9: Corte longitudinal Eucalipto, coloração Sudam III. C: cutícula. 
3.3 Análise Sensorial e Organoléptica 
 As folhas apresentam coloração verde escura e odor característico (BRASIL, 
2015). O óleo essencial apresenta coloração pálida, cheiro canforado e odor 
agradável (MADOURI, et al., 2015). 
 
3.4 Obtenção do rendimento 
 A extração de óleo essencial se deu através de destilação por arraste a vapor no 
aparelho Clevenger por 4 horas. Usou-se no procedimento um balão de fundo 
redondo de 1000 mL, misturando 150 gramas de folhas frescas previamente 
trituradas com 500 mL de água. O teor de óleo essencial foi obtido por meio do 
cálculo do rendimento utilizando-se a equação 1. 
% rendimento: massa do óleo (g)x 100 
 
 Por meio dos dados abaixo, é possível encontrar a massa do óleo obtido 
eposteriormente calcular o rendimento. 
• Volume do óleo obtido: 700 µl = 0,0007 g 
• Densidade do cineol: 0,922 g/cm³ = 922 g/L 
C 
massa das folhas frescas (g) 
(Equação 1) 
d= m/v 
922= m/ 0,0007 
m= 0,6454 g 
% rendimento: 0,6454 x 100 
 
Rendimento: 0,43 % 
 O teor de óleo essencial encontrado está abaixo ao descrito na literatura. Russo e 
colaboradores (2015) realizaram um trabalho em que fizeram a extração de óleo 
essencial de E. globulus por destilação no Clevenger por 2 horas, utilizando 150 
gramas de folhas jovens e maduras. O rendimento obtido com as folhas jovens foi 
de 1,49% e com as folhas maduras foi de 1,31%. Outro trabalho realizado foi de 
Joshi (2012), que utilizando 200 gramas de folhas frescas de E. globulus,extraindo 
pelo método de destilação no Clevenger (3h) obteve um rendimento de 0,3%. 
 As diferenças no teor de óleo essencial podem ser explicadas por diversos 
fatores. Entre eles estão os fatores genéticos e ambientais, tempo de coleta, método 
de destilação e cominuição do material vegetal. Além disso, o desenvolvimento de 
estruturas secretoras (tamanho, número e densidade) de óleo essencial também 
estácorrelacionado com o desenvolvimento da planta. Na fase de frutificação, por 
exemplo, as condições ambientais do verão, como a alta temperatura e os longos 
dias, favorecem a produção de carbono e a biossíntese de monoterpenos e assim, o 
teor de óleo essencial é significativamente maior durante o verão (SALEM, et al., 
2018). 
 Da Silva e colaboradores (2006) estudaram os diferentes valores de rendimento 
de óleo essencial de espécies de Eucalyptus obtidos em diferentes estações do ano. 
Os autores realizaram a extração de óleo essencial com 1 kg de folhas e galhos de E. 
globulus, por meio de destilação no Clevenger. Os resultados mostraram que o 
rendimento encontrado na primavera foi menor em comparação com as outras 
estações do ano com um teor de 0,77%. As folhas analisadas da UFSJ foram 
colhidas no mês de outubro, que indica que o baixo rendimento de óleo essencial 
obtido pode ser explicado pela estação do ano, como no caso a primavera, além dos 
150 
outros fatores citados anteriormente. Diante de todos esses motivos, pode-se dizer 
que o baixo rendimento de óleo essencial não implica nos resultados encontrados 
quanto à autenticidade da espécie e sendo assim, nesta etapa do processo, a amostra 
foi aprovada. 
3.5 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) 
 Na análise qualitativa foi realizada cromatografia em camada delgada, 
utilizando-se sílica em gel como fase estacionária emistura de tolueno-acetato de 
etila (93:7), comofase móvel. Através de um capilar, aplicou-se uma quantidade do 
extrato obtido na destilação por arraste a vapor no Clevenger na placa 
cromatográfica e ao fim do processo utilizou-se como revelador vanilina sulfúrica 
nebulizando-a sobre a placa, aquecendo em seguida na chapa de aquecimento por 5 
minutos a 80ºC. Observou-se o aparecimento de bandas de coloração roxa na parte 
inferior,na parte central bandas de coloração mais clara e superior a elas, uma forte 
marca com coloração roxa intensa, indicando a presença do 1,8-cineol, conforme 
representado na figura 11.Os resultados encontrados foram comparados com a 
literatura como observado nasfiguras 10 e 12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Figuras 10 e 11: À esquerda CCD de extratos de folhas das amostras (C: 1.8-cineol, EC: E. camaldulensis, EGL: E. globulus, EGR: E. Grandi).(TOMBUL, et al., 2012). À direita CCD do extrato obtido na destilação por arraste vapor de E. globulus. 
 
 
 
 
 
 Diante dos resultados encontrados, é possível observar a presença marcante de 
1.8- cineol, com valores do fator de retenção (Rf) próximo a 0,5 como descrito na 
literatura. Sendo assim, a amostra na análise cromatográfica foi aprovada, como as 
outras análises realizadas e, portanto, em relação ao controle de qualidade é possível 
afirmar que a espécie avaliada é o Eucalyptus globulus. 
 
 
4. métodos de avaliação da qualidade da matéria prima, excipiente, embalagem, produto acabado comparando com a literatura/normas da Anvisa. 
- estimativa de custo para sua produção e possíveis concorrentes. 
 
 
 
 
Figura 12: CCD. T2: 1,8-Cineol (padrão), 8: Eucalyptussp(WAGNER, BLADT, 
2001) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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