Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sumário NDICE 1. DADOS SOBRE O REGISTRO DO PRODUTO....................... ........................... 1.2 Composição........................................................................................................ 1.3 Forma Farmacêutica.......................................................................................... 1.4 Cópia da embalagem e rótulo ........................................................................... 1.5 Bula..................................................................................................................... 2.MONOGRAFIA DE Eucalyptus globulos Labill....................................................... 2.1 Aspectos botânicos.............................................................................................. 2.2 Constituintes químicos......................................................................................... 2.3 Dados etnofarmacológicas................................................................................... 2.4 Dados farmacológicos.......................................................................................... 2.5 Segurança e eficácia............................................................................................. 3. CONTROLE DE QUALIDADE.............................................................................. 3.1 Avaliação das características macroscópicas.................................................... 3.2 avaliação das características Microscópicas...................................................... 3.3 Análise sensorial e organolepticas..................................................................... 3.4 Obtenção do rendimento..................................................................................... 3.5 Cromatografia em camada delgada.................................................................... 4.Método da avaliação da qualidade da matéria prima............................................ 4.1 Controle de qualidade da Embalagem............................................................... 4.2 Controle de qualidade do Produto acabado........................................................ 5. ESTIMATIVA DE CUSTO PARA PRODUÇÃO E POSSÍVEIS CONCORRENTES........................................................................... 6. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 1. dados sobre o registro do produto - composição, forma farmacêutica, cópia da embalagem, do rótulo e da bula. A RDC nº 26/2014 regulamenta o registro de Medicamentos Fitoterápicos (MF) e o registro e a notificação de Produtos Tradicionais Fitoterápicos (PTF). Essa norma também se aplica a produtos que sejam constituídos de fungos multicelulares e algas como Insumos Farmacêuticos Ativos (IFA), até que seja publicada regulamentação específica para essas classes. Segundo aRDC nº 26/2014 São considerados produtos tradicionais fitoterápicos os obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados de uso seguro e efetivo publicados na literatura técnico-científica e que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização. A grande utilização do Eucalyptus globulus levou à sua inclusão na primeira, segunda e quarta edição da Farmacopéia Brasileira (Brandão et al., 2006) e, é uma das plantas com registro na Anvisa (Carvalho et al., 2008). O Eucalyptus globulus Labill conhecido popularmente como Eucalipto é uma das espécies vegetais que possuem o registro simplificado para Medicamentos Fitoterápicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), conforme a Instrução Normativa nº 5, de 11 de dezembro de 2008. A parte utilizada da planta são as folhas que ter como marcadorquimico o cineol,obtendo óleo essêncial, extrato e tintura, a partir dos derivados da droga vegetal. É indicada comoAnti-séptico e antibacteriano das vias aéreas superiores, expectorante. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2005/int0005_11_12_2008.html 2. Monografia de Eucalyptus globulusLabill. 2.1 Aspectos botânicos O gênero Eucalyptuspossue cerca de 400 espécies, dentre elas encontra-se o Eucalyptus globulus Labill, conhecido popularmente como eucalipto, eucalipto- comum e eucalipto-limão é uma espécie pertencente à família Myrtacea. É uma planta nativa da Austrália e Tasmânia, mas é bem distribuída no território brasileiro (BRASIL, 2015). A espécie é cultivada com finalidade ornamental, para madeira e lenha, no reflorestamento, na produção de celulose e como fonte de óleo essencial de valor comercial. O farmacógeno do Eucalyptus globulus engloba as partes aéreas (folhas, flores e frutos) e as cascas do caule da planta (BRASIL, 2015). 2.2 Características macroscópicas Árvore de grande porte, que pode atingir até 90 metros de altura, de tronco liso. Folhas perenes, lanceoladas em forma de foice, de 8 a 30 cm de comprimento e de 2 a 7,5 cm de largura; bases desiguais, obtusas ou mais ou menos arredondadas e conectadas com um pecíolo torcido de 5 a 35 mm em comprimento; margens ligeiramente desiguais, revoluta e coriácea. Ambas as superfícies variam desde o verde-amarelado-claro ao verde acinzentado, são glabras, cobertas por glândulas oleríferas. A espécie possui flores de até 4 cm de diâmetro, solitárias ou em pequenos grupos, que possuem numerosos estames macios que podem ser branco, creme, amarelo, rosa ou vermelho. Os frutos apresentam-se em forma de cápsula de aproximadamente 3 cm. As sementes são pequenas e muito numerosas, predominando as estéreis (SHAH, et al., 2012). 2.3 Características microscópicas As folhas se apresentam como lâminas em superfícies lisas, de 220 µm de espessura, com camadas de epiderme adaxial e abaxial distintas, com células pequenas, retangulares, com cutícula proeminente. O mesofilo apresenta seis ou sete camadas de parênquima paliçádico. Encontram-se também cavidades secretoras de 70-90 µm de diâmetro, possuindo fina camada de células epiteliais.A lâmina possui veias reticuladas densas e vênulas. A folha apresenta característica xenomórfica, isobilateral, lisa e uniforme. A lâmina e nervura central são menos diferenciadasuma da outra. A nervura central mede 370 µm, tem camada epidérmica de pequenas células hemisféricas com cutícula pesada. O feixe vascular da nervura central apresenta uma grande zona de floema e xilema. Esse feixe é envolvido por uma região de parênquima amploe por uma bainha esclerênquima grossa no lado adaxial e no lado abaxial. O xilema é constituído por vasos de paredes espessas, pequenas e de fibras. O floema ocorre em uma faixa fina embaixo do xilema. Apresenta estômato do tipo cilíndrico, sendo que cada estômato é rodeado por 5 ou 6 células subsidiárias. As células-guarda possuem 25- 30 x 20-22µm de tamanho. As células epidérmicas são poliédricas, com paredes anticlinais retas e cristais de oxalato de cálcio podem ser encontrados no mesofilo foliar (SHAH, et al., 2012). 2.4 Constituintes químicos A espécie contém uma grande concentração de óleo essencial cujo monoterpeno 1,8-cineol (Figura 1) é o constituinte majoritário presente e suas concentrações podem variar de 14,55 a 95,61%, conforme parte da planta, método de extração, época de coleta e o local. Além disso, no óleo essencial podem estar presentes limoneno, α-pineno, aromadreno e globulol. Outros constituintes químicos presentes são carboidratos, fitoesteroides, flavonoides, saponinas, triterpenos, compostos fenólicos etaninos. Além disso, pode conter borneol, linalol, cineol, acetato de geranil,anetol e safrol ((SHAH, et al., 2012, TAUR, et al., 2010). Figura 1: Estruturaquímica do 1,8- cineol. O rendimento de óleo essencial é determinado pelo método de destilação por arraste a vapor no aparelho de Clevenger, utilizando-se um balão de fundo redondo adicionando uma quantidade suficiente de amostra sendo destilado por cerca de 3-4 horas. 2.4 Dados etnofarmacologicos Entre as inúmeras plantas utilizadas na terapêutica, encontra-se o eucalipto, cujo nome científico é Eucalyptus globulus Labill da família Myrtacea. É uma planta medicinal bastante utilizada no tratamento de diversas patologias respiratórias, devido as suas propriedades expectorantes e antissépticas, a qual é largamente usada em vários países do mundo há dezenas de anos (GADELHA et al., 2015). 2.5 Dados farmacológicos O Eucalyptus globulusé amplamente utilizado devido as suas propriedades antisséptica, adstringente, anti-inflamatória, antimicrobiana, antioxidante, repelente, cicatrizante e desinfetante, também são usadas como aditivos para alimentos, e os extratos têm sido aplicados em formulações cosméticas (MALINOWSKI, 2009).A planta é empregada na medicina popular no combate a gripes e resfriados, com atividade antisséptica das vias aéreas superiores e expectorante (KARERU, et al., 2007). 2.6 Avaliação da segurança e eficácia Mulyaningsih e colaboradores (2011) avaliaram a atividade antibacteriana do óleo essencial do eucalipto contra patógenos bacterianos resistentes a múltiplos fármacos. No estudo realizado, o óleo essencial obtido das folhas e dos frutos apresentou atividade antibacteriana acentuada contra Staphylococcusaereusresistente à meticilina (concentração inibitória mínima-CIM aproximadamente 250 ng/ mL). Outro estudo avaliou a atividade do óleo essencial de Eucalyptus globulus contra Helicobaterpylori. Os resultados mostram que o óleo essencial das folhas, em uma concentração de 0,03 - 0,09% (v/v) foi capaz de inibir o crescimento de cepas de Helicobaterpylori, apresentando CIM de 46,40 (μg/ mL) e isso propõe novas alternativas terapêuticas para o controle da infecção por H. pylori(ESMAEILI, et al., 2012). Hafsa e colaboradores (2015) estudaram as propriedades antioxidantes e antimicrobianas de filmes de quitosana contendo óleo essencial de Eucalyptus globulus. O método de difusão em disco de ágar foi utilizado para determinar a atividade antimicrobiana contra Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonasaeruginosa, Candidaalbicans e Candidaparapsilosis.A avaliação microbiológica confirmou a eficiência antimicrobiana dos filmes de quitosana contendo óleo essencial de Eucalyptus globulus. Os resultados comprovaram o potencial deste material que poderia ser utilizado como filmes ativos devido a sua excelente ação antimicrobiana e antioxidante. Com o objetivo de avaliar a variação na composição química do óleo essencial de Eucalyptus globulus em estágios fenológicos e a evidência de sinergismo com padrões antimicrobianos, Salem e colaboradores (2018), observaram que o óleo essencial da espécie foi ativo contra as diferentes cepas bacterianas, especialmente durante os estágios vegetativo e florescimento (CIM = 2 mg / mL) contra Bacilluscereus ATCC 14579 e Enterococcusfaecalis ATCC 29212. Candidaalbicans ATCC 10231 foi mais sensível que as outras bactérias durante oestágiofrutificção. Além disso, a combinação de óleo essencial de eucalipto com ampicilina revelou um efeito de sinergismo parcial para Staphylococcus aureus resistente à meticilina. No entanto, um efeito adicional foi registrado sob a combinação de anfotericina B e óleo essencial de Eucalyptus globulus. A atividade citotóxica mostrou que essas associações aumentaram a viabilidade celular e tornaram o óleo essencial de Eucalyptus não tóxico para as células Vero. Os resultados mostraram que o óleo de eucalipto em associação com agentes antimicrobianos pode ser uma alternativa não apenas promissora, mas também um potencial complexo molecular dificilmente reconhecível pormicroorganismos (SALEM, et al., 2018). Madouri e colaboradores (2015) investigaram a composição química de óleos essenciais de folhas de Eucalyptus globulus, sua capacidade antioxidante e atividade antibacteriana, contra a ação periodontopatogênica a espécies bacterianas cariogênicas, utilizando o método de microdiluição em microplacas de 96 poços. Os óleos analisados apresentaram uma baixa capacidade antioxidante, mas uma atividade antibacteriana marcante contra bactérias gram negativas, principalmente para Fusobacteriumnucleatum ATCC 25586 (CIM = 1,14 mg / mL) e Porphyromonasgingivalis ATCC33277 (CIM = 0,28 mg / mL). Assim, o óleo essencial de E. globulus pode ter uma potencial aplicação terapêutica para o tratamento de doenças periodontais. Com o intuito de avaliar o potencial antimicrobiano da espécie em modelo de infecção induzida em animais diabéticos, o pó seco das folhas de E. globulusfoi inserido na dieta de ratos. A indução da infecção ocorreu após uma única injeção intraperitoneal de estreptozotocina (60 mg/ kg) e o pó seco de eucalipto foi adicionado à dieta (62,5 g/ kg). Os grupos de interesse foram inoculados com C. albicansapós 15 dias da indução do diabetes. Os resultados mostraram uma redução significativa de colônias de C. albicansrevelando que o eucalipto melhorou a infecção por C. albicans em ratos diabéticos e normais. Além disso, após 30 dias de observação a administração do eucalipto nos ratos melhorou significativamente a hiperglicemia, polidpsia, polifagia e compensou a perda de peso dos ratos diabético (BOKAEIAN et al., 2010) Em estudo clínico de fase I realizado com 28 voluntários sadios, selecionados aleatoriamente no Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba, investigou a toxicidade do produto fitoterápico composto pelas plantas medicinais SchinusterebinthifoliusRaddi, PlectranthusamboinicusLoure Eucalyptus globulusLabill. Os voluntários sadios, sendo 14 homens e 14 mulheres ingeriram por via oral, ininterruptamente durante 8 semanas, 15 mL do produto, três vezes ao dia; e no 3º e 7º dia, 3ª e 6ª semanas e 24 h após a 8ª semana, foram feitas avaliações clínicas e laboratoriais para análise da toxicidade aguda e crônica. Os resultados obtidos demonstraram que os pacientes não apresentaram alterações clínicas, laboratoriais e reações adversas significantes, apenas pequenas alterações foram detectadas no sangue através da aspartato transaminase (AST) e fosfatase alcalina no grupo feminino para um p < 0,05; no entanto, estes valores determinados permaneceram dentro dos valores de normalidade para indivíduos adultos. Conclui- se que estes dados, confirmam a baixa toxicidade do produto fitoterápico (PAULO et al., 2009). Ben-Arye e colaboradores (2011) realizaram um estudo clínico de fase II com o objetivo de investigar os efeitos clínicos de óleos essenciais aromáticos em pacientes com infecções do trato respiratório superior. O ensaio foi realizado em seis clínicas de atenção básica no norte de Israel, com 60 pacientes (26 no grupo de estudo e 34 no grupo controle). Um spray contendo óleos essenciais aromáticos de cinco plantas (Eucalyptus citriodora, Eucalyptus globulus, Menthapiperita, Origanumsyriacum e Rosmarinusofficinalis) foi aplicado nos participantes 5 vezes ao dia durante 3 dias e comparado com um spray placebo. Os resultados mostraram que os pacientes que estavam com dor de garganta, rouquidão ou tosse, relataram uma melhora dos sintomas após 20 minutos do uso do spray, em comparação com os participantes do grupo placebo. Não houve diferença na gravidade dos sintomas entre os dois grupos após 3 dias de tratamento. Em conclusão, a aplicação por pulverização de cinco plantas aromáticas relatadas neste estudo resultou em uma melhora significativa e imediata nos sintomas da doença respiratória. Um estudo realizado por Sharma e colaboradores(2011) teve por objetivo analisar a toxicidade aguda do extrato metanólico obtido das folhas do eucalipto utilizando camundongos. Os animais foram tratados com doses de 0,5; 1,0; 1,5 e 2 g/kg de peso corporal, uma única vez, e analisados durante 48 horas se haveria aparecimento de sintomas como hiperatividade, sedação, perda do reflexo do endireitamento, frequência respiratória e convulsão, além da presença de morte. Os resultados sugerem que a administração do extrato metanólico das folhas da espécie é segura, uma vez que mesmo em doses bastante elevadas do derivado vegetal, nenhuma alteração comportamental foi verificada, assim como não houve morte entre os animais tratados. Com relação à genotoxicidade, um estudo realizado analisou a atividade genotóxica do óleo essencial de Eucalyptus globulus nas concentrações de 0,125 µL/mL e 0,25 µL/mL em células diplóides de Aspergillusnidulanslinhagem A757//UT448. Verificou-se um aumento significativo no número de recombinantes quando comparado com o controle, e assim observou-se que o óleo essencial de E. globulusnesse estudopode atuar como um indutor de recombinação mitótica e originar clones de células homozigotas para genes deletérios, a partir de células diplóides heterozigotas (MYAMOTO et al., 2009). 3. Controle de qualidade 3.1 Avaliação das Características Macroscópicas As características macroscópicas de Eucalyptus globulus coletadas na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) em Divinópolis foram avaliadas e comparadas com estudos encontrados na literatura. Migacz e colaboradores (2018) realizaram um estudo comparativo da morfoanatomia de folhas de seis espécies de Eucalyptus cultivadas no Brasil, entre elas, encontra-se o Eucalyptus globulus. A figura 1 representa a morfologia das folhas de acordo com os autores. Tombul e colaboradores (2012) também realizaram um estudo morfológico de folhas de eucalipto e a figura 2 evidencia as folhas de E. globulus.As folhas analisadas estão representadas na figura 3, demonstrando que as características avaliadas estão de acordo com os resultados encontrados na literatura e está aprovado no que diz respeito à macroscopia. Figura 1: Morfologia das folhasE. globulus(ad, lado adaxial; ab, lado abaxial). (MIGACZ, et al., 2018) Figura 2: Folhas de E. globulus.(TOMBUL, et al., 2012) Figura3: Folhas de E. globulusobtidas na UFSJ em Divinópolis. 3.2 Avaliação das Características Microscópicas As características microscópicas de Eucalyptus globulusforam avaliadas e comparadas com estudos encontrados na literatura. Migacz e colaboradores (2018) além de avaliarem as características macroscópicas também fizeram estudo sobre as características microscópicas. A figura 4 apresenta a epiderme foliar obtida em corte paradérmico. Tombul e colaboradores (2012) representaram na figura 6 a secção transversal das folhas de E. globulus. Já Gusmán e colaboradores (2015) demonstraram a proeminência da cutícula encontrada na espécie, conforme apresentado na figura 8. As imagens 5, 7 e 9 foram comparadas às imagens citadas anteriormente, observando que as características avaliadas estão de acordo com os resultados encontrados na literatura e está aprovado no que diz respeito à microscopia. Figura 4: Epiderme foliar E. globulus (G, H). (microscopia de luz; corado em safranina). Lado adaxial (G), lado abaxial (H) (pa, papilas; st estomato).(MIGACZ, et al., 2018) Figura 5: Epiderme foliar E. globulus, à esquerda lado adaxial, à direita lado abaxial. Figura 6: Secção transversal da folha de, E. globulus (EGL) (1: epiderme superior, 2: glândula de óleo, 3: epiderme inferior 4: parênquima paliçada, 5: parênquima esponjoso. (TOMBUL, et al., 2012). Figura 7: Corte transversal E. globulus, coloração Sudam III. Figura 8: Secção transversal da cutícula adaxial e da parede celular externa das folhas E. globulus . cm: membrana cuticular, cw: parede celular.(GUZMÁN, et al., 2014) Figura 9: Corte longitudinal Eucalipto, coloração Sudam III. C: cutícula. 3.3 Análise Sensorial e Organoléptica As folhas apresentam coloração verde escura e odor característico (BRASIL, 2015). O óleo essencial apresenta coloração pálida, cheiro canforado e odor agradável (MADOURI, et al., 2015). 3.4 Obtenção do rendimento A extração de óleo essencial se deu através de destilação por arraste a vapor no aparelho Clevenger por 4 horas. Usou-se no procedimento um balão de fundo redondo de 1000 mL, misturando 150 gramas de folhas frescas previamente trituradas com 500 mL de água. O teor de óleo essencial foi obtido por meio do cálculo do rendimento utilizando-se a equação 1. % rendimento: massa do óleo (g)x 100 Por meio dos dados abaixo, é possível encontrar a massa do óleo obtido eposteriormente calcular o rendimento. • Volume do óleo obtido: 700 µl = 0,0007 g • Densidade do cineol: 0,922 g/cm³ = 922 g/L C massa das folhas frescas (g) (Equação 1) d= m/v 922= m/ 0,0007 m= 0,6454 g % rendimento: 0,6454 x 100 Rendimento: 0,43 % O teor de óleo essencial encontrado está abaixo ao descrito na literatura. Russo e colaboradores (2015) realizaram um trabalho em que fizeram a extração de óleo essencial de E. globulus por destilação no Clevenger por 2 horas, utilizando 150 gramas de folhas jovens e maduras. O rendimento obtido com as folhas jovens foi de 1,49% e com as folhas maduras foi de 1,31%. Outro trabalho realizado foi de Joshi (2012), que utilizando 200 gramas de folhas frescas de E. globulus,extraindo pelo método de destilação no Clevenger (3h) obteve um rendimento de 0,3%. As diferenças no teor de óleo essencial podem ser explicadas por diversos fatores. Entre eles estão os fatores genéticos e ambientais, tempo de coleta, método de destilação e cominuição do material vegetal. Além disso, o desenvolvimento de estruturas secretoras (tamanho, número e densidade) de óleo essencial também estácorrelacionado com o desenvolvimento da planta. Na fase de frutificação, por exemplo, as condições ambientais do verão, como a alta temperatura e os longos dias, favorecem a produção de carbono e a biossíntese de monoterpenos e assim, o teor de óleo essencial é significativamente maior durante o verão (SALEM, et al., 2018). Da Silva e colaboradores (2006) estudaram os diferentes valores de rendimento de óleo essencial de espécies de Eucalyptus obtidos em diferentes estações do ano. Os autores realizaram a extração de óleo essencial com 1 kg de folhas e galhos de E. globulus, por meio de destilação no Clevenger. Os resultados mostraram que o rendimento encontrado na primavera foi menor em comparação com as outras estações do ano com um teor de 0,77%. As folhas analisadas da UFSJ foram colhidas no mês de outubro, que indica que o baixo rendimento de óleo essencial obtido pode ser explicado pela estação do ano, como no caso a primavera, além dos 150 outros fatores citados anteriormente. Diante de todos esses motivos, pode-se dizer que o baixo rendimento de óleo essencial não implica nos resultados encontrados quanto à autenticidade da espécie e sendo assim, nesta etapa do processo, a amostra foi aprovada. 3.5 Cromatografia em Camada Delgada (CCD) Na análise qualitativa foi realizada cromatografia em camada delgada, utilizando-se sílica em gel como fase estacionária emistura de tolueno-acetato de etila (93:7), comofase móvel. Através de um capilar, aplicou-se uma quantidade do extrato obtido na destilação por arraste a vapor no Clevenger na placa cromatográfica e ao fim do processo utilizou-se como revelador vanilina sulfúrica nebulizando-a sobre a placa, aquecendo em seguida na chapa de aquecimento por 5 minutos a 80ºC. Observou-se o aparecimento de bandas de coloração roxa na parte inferior,na parte central bandas de coloração mais clara e superior a elas, uma forte marca com coloração roxa intensa, indicando a presença do 1,8-cineol, conforme representado na figura 11.Os resultados encontrados foram comparados com a literatura como observado nasfiguras 10 e 12. Figuras 10 e 11: À esquerda CCD de extratos de folhas das amostras (C: 1.8-cineol, EC: E. camaldulensis, EGL: E. globulus, EGR: E. Grandi).(TOMBUL, et al., 2012). À direita CCD do extrato obtido na destilação por arraste vapor de E. globulus. Diante dos resultados encontrados, é possível observar a presença marcante de 1.8- cineol, com valores do fator de retenção (Rf) próximo a 0,5 como descrito na literatura. Sendo assim, a amostra na análise cromatográfica foi aprovada, como as outras análises realizadas e, portanto, em relação ao controle de qualidade é possível afirmar que a espécie avaliada é o Eucalyptus globulus. 4. métodos de avaliação da qualidade da matéria prima, excipiente, embalagem, produto acabado comparando com a literatura/normas da Anvisa. - estimativa de custo para sua produção e possíveis concorrentes. Figura 12: CCD. T2: 1,8-Cineol (padrão), 8: Eucalyptussp(WAGNER, BLADT, 2001) Referências Bibliográficas 1- BEN-ARYE, E., DUDAI, N., EINI, A., TOREM,M., SCHIFF, E., RAKOVER, Y. TreatmentofUpperRespiratoryTractInfections in PrimaryCare: A RandomizedStudyUsingAromaticHerbs. Evidence- BasedComplementaryandAlternative Medicine. Volume 2011. Israel, 2010. 2- BOKAEIAN, M., NAKHAEE A., MOODI, B., KHAZAEI, A. H. Eucalyptus globulus (Eucalyptus) TreatmentofCandidiasis in Normal andDiabeticRats. IranianBiomedicalJournal 14 (3): 121-126 (July 2010). 3- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 26, de 13 de maio de 2014. Dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais fitoterápicos. Diário Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 14 mai. 2014c. 4- 5- BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. MONOGRAFIA DA ESPÉCIE Eucalyptus globulus Labill (EUCALIPTO). Organização: Ministério da Saúde e Anvisa. 2015. 6- DA SILVA, P.M., BRITO, J.O., DA SILVA JUNIOR, F.G., 2006. Potentialofeleveneucalyptusspecies for theproductionofessentialoils. Sci. Agric. Piracicaba Braz. 63, 85–89 7- ESMAEILI D, MOBAREZ AM, TOHIDPOUR A.Anti- helicobacterpyloriactivitiesofshoyapowderandessentialoilsofthymusvulgarisande ucalyptusglobulus. Open Microbiol. J. 2012;6:65-9 8- GADELHA, C.S. et al. Utilização de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais em diferentes segmentos da sociedade. Revista Verde, (Pombal - PB , v. 10, n.3, p 01 – 15, Setembro de 2015. 9- GUZMÁN, P et al. ChemicalandstructuralanalysisofEucalyptus globulusandE. camaldulensisleafcuticles: a lipidizedcellwall region. Front. PlantSci., 16 September 2014. 10- JOSHI, R.K., 2012. Aroma profile of Eucalyptus globulus: collected from north westkarnataka, India. Sci. World 10, 89–90 11- KARERU PG, KENJI GM, GACHANJA AN, KERIKO JM, MUNGAI G. Traditional medicines amongtheEmbu andMbeerepeoplesofKenya. AfricanJournalofTraditional, ComplementaryandAlternative Medicines. 2007;4(1):75-86. 12- MADOURI, L.H., ASMA, B., MADANI, K., SI SAID, Z.B.O., RIGOU, P., GRENIER, D., ALLALOU, H., HEMINI, H., ADJAOUD, A., MAKHLOUF, L.B. Chemical composition, antibacterial and antioxidant activities of essential oil of Eucalyptus globulus from Algeria Revista Industrial Crops and Products 78 (2015) 148–153. 13- MIYAMOTO CT1, SANT'ANNA JR, FRANCO CC, CUNICO MM, MIGUEL OG, CÔCCO LC, YAMAMOTO CI, CORRÊA C JR, CASTRO-PRADO MA.Genotoxicactivityof Eucalyptus globulusessentialoil in Aspergillusnidulansdiploidcells. Folia Microbiol(Praha). 2009 Nov;54(6):493- 8 14- MULYANINGSIH S, SPORER F, REICHLING J, WINK M. Antibacterialactivityofessentialoilsfrom Eucalyptus andofselectedcomponentsagainstmultidrug-resistantbacterialpathogens. Pharm Biol. 2011;49(9):893-9. 15- PAULO PTC, DINIZ MDFFM, DE MEDEIROS IA, DE MORAIS LCSL, DE ANDRADE FB, SANTOS HB. Ensaios clínicos toxicológicos, fase I, de um fitoterápico composto (SchinusterebinthifoliusRaddi, PlectranthusamboinicusLour e Eucalyptus globulus Labill). 2009;19(1 A):68-76. 16- RUSSO, S., et al., Insecticidalactivityofyoungand mature leavesessentialoilfromEucalyptusglobulusLabill. againstTriboliumconfusumJacquelindu Val (Coleoptera: Tenebrionidae). Revista ChileanJournalofAgriculturalResearch. JULY-SEPTEMBER 2015, ARGENTINA. 17- SALEM, N., et al., Variation in chemical composition of Eucalyptus globulus essential oil under phenological stages and evidence synergism with antimicrobial standards. Revista Industrial Crops & Products 124 (2018) 115 -125, Tunísia, 2018. 18- SHAH G, KAUR M, SINGH PS, RAHAR S, DHABLIYA F, ARYA Y.PharmacognosticParametersof Eucalyptus globulusLeaves. PharmacognosyJournal. 2012;4(34):38-43 19- SHARMA B, SALUNKE R, SATAPATI SK, BALOMAJUMDER C, ROY P. Screeningof some indian medicinal plantextracts for theirantihyperglycemicactivities in streptozotocin-induceddiabeticmice. JournalofFoodBiochemistry. 2011;35(5):1398-406 20- TAUR DJ, KULKARNI VB, PATIL RY. Chromatographicevaluationandanthelminticactivityof Eucalyptus globulusoil. Pharmacognosy Res. 2010;2(3):125-7. 21- TOMBUL, A.G., et al. Morphologic, Anatomical, andChromatographicStudieson Eucalyptus (L’Hér.) Samplesfromthe Market. FABAD J. Pharm. Sci., 37, 79-87, 2012. 22- WAGNER, H., BLADT, S. PlantDrugAnalysis. Springer, New York, 2 ed, 2001.
Compartilhar