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NEUROTOXOPLASMOSE 5

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APRESENTAÇÃO ORAL 
 
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PORTADORES SOROPOSITIVOS 
COM MANIFESTAÇÃO DE NEUROTOXOPLASMOSE ABRIGADOS NO LAR 
DA FRATERNIDADE, EM TERESINA-PI. 
 
 
Nidiany da Silva Medeiros*-NOVAFAPI 
 Carmem Carolina Lima da Silva**-NOVAFAPI 
Gisella Maria Lustoza Serafim***-NOVAFAPI 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A AIDS é uma doença retroviral caracterizada por imounossupressão profunda que 
leva a infecções oportunistas neoplasias secundárias e manifestações neurológicas.A 
identificação, em 1981, da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, habitualmente 
conhecida como AIDS, tornou-se um marco histórico da humanidade(SZWARCWALD, 
Célia Landmann; CASTILHO, Euclides Ayres de; BRITO, Ana Maria de.2001). É uma 
doença retroviral caracterizada por imunossupressão profunda que leva a infecções 
oportunistas, neoplasias secundárias e manifestações neurológicas. A transmissão do HIV 
ocorre sob condições que facilitam a troca de sangue ou líquidos corporais contendo o vírus 
ou células infectadas pelo vírus. As três vias principais são inoculação parenteral, passagem 
do vírus de mães infectadas para seus recém-nascidos e através do contato sexual, sendo a 
transmissão heterossexual a mais predominante atualmente no Brasil(ROBBINS, 2000, p-
211). 
O vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), tem como característica mais 
importante a depressão do sistema imune através da perda de linfócitos T CD4. Essa 
imunossupressão possibilita o surgimento de infecções oprtunistas, sendo a 
neurotoxoplasmose a mais freqüente. Dentre as manifestações clínicas da 
neurotoxoplasmose encontra-se uma gama de disfunções do sistema nervoso central sendo 
a hemiparesia uma das mais importantes característica. 
As informações clínicas e patológicas sobre essa doença aumentam 
constantemente(UMPHRED, Darcy A. 2004.p-584). Há dois alvos principais do HIV: o 
sistema imune e o SNC. As manifestações neurológicas merecem atenção especial porque, 
além do sistema linfóide, o sistema nervoso é um alvo importante da infecção por HIV. No 
SNC essa patologia penetra por ocasião da infecção primária e pode não causar nenhuma 
doença aparente, síndromes agudas e autolimitadas ou distúrbios crônicas(ROWLAND, 
Lewis. 2002. p-141). 
Os macrófagos e células pertencentes à linhagem dos monócitos e macrófagos 
(micróglia) são os tipos celulares predominantes no cérebro que são infectados pelo HIV. 
Assim, acredita-se amplamente que o HIV é levado ao cérebro por monócitos infectados, 
sendo o déficit neurológico causado indiretamente por produtos virais e fatores solúveis 
produzidos por macrófagos/micróglia (KUMAR, Vinay; COTRAN, Ramzi S.2000.p.218-
219). 
Os distúrbios neurológicos são encontradas em até 70% dos pacientes com AIDS 
em séries clínicas e em mais de 80% em séries de autópsia. Em 10% a 20% dos pacientes o 
distúrbio neurológico é a primeira manifestação do HIV. Em raros casos esses distúrbios 
são a única evidência da infecção crônica pelo HIV e a causa da morte(ROWLAND, 
Lewis.2002.p-141). 
Diante disso, a SIDA é uma condição abordada por várias especialidades da área da 
saúde e dentre elas a neurologia abrange várias patologias como a neurotoxoplasmose ou 
Encefalite Toxoplásmica. Esta é o principal fator de lesão no SNC em portadores do HIV, 
sendo causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e pode apresentar-se mas 
freqüentemente sobre a forma absedada e difúsica(AMORIN, Daniela Silva de; 
MOREIRA, Nelson Luís de Maria.1998) 
Geralmente, a sintomatologia da neurotoxoplasmose apresenta cefaléia, confusão, 
fraqueza ou hemiparesia, coma, marcha atáxica e em uma percentagem relativamente 
pequena de pacientes pode ser observado convulsões, dificuldade da fala, neuropatias 
cranianas ou diminuição do campo visual(ROYAL, Walter). 
O diagnóstico pode ser feito pela neuroimagem (TC, RM, TC por emissão de 
pósitrons) em que na TC observa-se imagens hipo ou isodensas, únicas ou múltiplos, com 
efeito de massa e que captam o contraste de forma anelar ou nodular e pela sorologia. O 
tratamento envolve a sulzadiazina associada a pirimetamida e a ácido fólica por 6 meses 
(AMORIN, Daniela Silva de; MOREIRA, Nelson Luís de Maria.1998). 
No processo de avaliação a intervenção fisioterapêutica é individualazada de acordo 
com as necessidades específicas do paciente, tendo um foco diferenciado para os diversos 
estágios da doença. A avaliação da neuroreabilitação da infecção por HIV deve incluir 
componentes padrões da função cognitiva, perceptiva e motora. A avaliação das atividades 
de vida diária é mais bem feita dentro do contexto dos papéis da vida imediata e projetada 
do indivíduo(UMPHRED, P-596). 
A manutenção da resistência e da força, bem como amplitude de movimento passiva 
e ativa são componentes importantes de qualquer plano de tratamento da função motora. 
Nesses pacientes, a facilitação e iniciação neuromuscular, o posicionamento e a 
imobilização são modalidades viáveis para normalizar o tônus conforme o necessário. O 
treinamento da marcha, o uso de assistência para andar, o treinamentoem planejamento 
motor, assim também como, exercícios de equilíbrio e resistência podem ser 
adequados(UMPHRED, P-598). 
Nesse sentido, o funcionamento independente máximo é a meta da reabilitação, 
qualquer que seja o estágio da neurotoxoplasmose em pacientes portadores do HIV. O 
planejamento reabilitativo ideal e a eficácia são necessários para o sucesso da equipe de 
tratamento(UMPHRED, p-597). 
O diagnóstico cinesiológico funcional diferencial dos portadores do HIV será 
importante para fornecer o reconhecimento neurológico, compreendendo os sinais e 
sintomas e estimando o prognóstico fisioterapeutico. 
A neurotoxoplasmose é a principal causa de lesão expansiva no SNC de pacientes 
com SIDA. Suas manifestações podem acometer o ser humano e piorar o prognóstico da 
AIDS. Dessa forma, é necessária a melhoria das disfunções cinéticas dos 
pacientes promovendo uma maior independência, saúde e qualidade de vida. 
O tratamento da neurotoxoplasmose é por toda a vida. Com isso, a qualidade do 
tratamento é altamente dependente do conhecimento e experiência da equipe. A fisioterapia 
na equipe multidisciplinar proporciona ao paciente a retomada da sua vida pessoal, social, 
levando ao nosso principal objetivo que é a melhoria da qualidade de vida. Não há dúvidas 
de que a fisioterapia tem muito a oferecer à esses pacientes, prevenindo ou retardando a 
incapacidade conseqüente à neurotoxoplasmose, diminuindo o desconforto e aumentando a 
independência 
 
OBJETIVOS 
 
GERAL: 
 
• Mostrar a contribuição da fisioterapia em patologias neurológicas associadas ao 
HIV. 
 
ESPECÍFICOS: 
 
• Avaliar os distúrbios musculoesqueléticos em soropositivos; 
• Realizar o diagnóstico cinesiológico funcional diferencial da neurotoxoplasmose 
em pacientes com SIDA; 
• Melhorar as disfunções cinéticas da neurotoxoplasmose em portadores do HIV; 
• Mostrar a necessidade do profissional fisioterapeuta na equipe multidisciplinar na 
melhoria da saúde do portador do HIV. 
 
METODOLOGIA 
 
Escolhemos como objeto desse estudo pacientes abrigados no Lar da Fraternidade, entidade 
filantrópica de apoio a portadores de HIV. Serão selecionados em torno de 20 pacientes 
com seqüelas neurológicas da neurotoxoplasmose infectadas pelo HIV com faixa etária 
diversificada. Foram elaborados termos de consentimento livre e esclarecido para os 
portadores de HIV e autorização da instituição para a realização do projeto. 
Os pacientes serão atendidos no Lar da Fraternidade, numa freqüência de 2 atendimentos 
semanais com duração de 30 minutos cada, num total de 20 atendimentos. Inicialmente 
traçaremos um diagnóstico cinesiológico funcional através de uma avaliação que abordará 
os seguintes aspectos: grau de força muscular e habilidades de vida diária para adequarmosa terapêutica eficaz. 
O projeto de intervenção fisioterapêutica constitui de: concentração em deficiências 
específicas, incapacidades e ramificações psicossociais da infecção, mobilidade, controle da 
dor, habilidade e cinesioterapia. 
Ao término de 20 atendimentos, os pacientes serão submetidos novamente a avaliação 
inicial onde procuraremos verificar uma melhoria clínica e funcional dos distúrbios 
neurológicos. 
O estudo foi entregue a comissão de ética e pesquisa da faculdade Novafapi para obtermos 
aprovação e iniciar a pesquisa. 
 
RESULTADOS 
 
Essa pesquisa encontra-se em andamento e será prolongada por um espaço de tempo ainda 
não determinado. Porém, já é possível obter alguns resultados significativos, 
funcionalmente relevantes. Ainda é cedo para uma avaliação mais consistente sobre o 
contexto geral desta pesquisa. No entanto, estamos plenamente satisfeitos com os 
resultados até agora obtidos, onde a fisioterapia esta proporcionando a esses pacientes 
soropositivos acometidos pela neurotoplasmose uma abordagem abragente e sistemática 
para o tratamento desse paciente, empregando pensamento crítico e tomada de decisão 
correta durante a evolução do tratamento fisioterapêutico. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
A partir de todos os aspectos abordados é possível compreender a amplitude da Síndrome 
da Imunodeficiência Adquirida no que diz respeito as várias manifestações que podem 
acometer o ser humano e que podem piorar o prognostica dessa doença. Pretendemos 
mostrar que o retorno da funcionalidade desses pacientes que apresentam 
neurotoxoplasmose, é promovido com o acompanhamento fisioterapêutico adequado e 
especifico às suas limitações sejam elas cardiopulmonares, osteoarticulares e 
musculoesqueléticas. Também é fundamental a compreensão de que somos todos 
responsáveis pelo resgate da cidadania daqueles que vivem com AIDS e essa mudança 
necessariamente passa pela utilização de políticas de inclusão, de comprometimento com a 
igualdade de direitos entre os indivíduos e a dignidade humana, permitindo a socialização 
dos soropositivos. Já vemos que pessoas com melhores condições de vida, os rumos futuros 
na epidemia de AIDS serão o retorno completo à função em todos os domínios da AVD e o 
retorno ao trabalho produtivo. 
 
Palavras-Chave: AIDS, portadores soropositivos, neurotoxoplasmose, intervenção 
fisioterapêutica. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BORGES, Aercio Sebastiaõ e FIGUEIREDO, José Fernando de Castro. Detecção de 
imunoglobulinas IgG, IgM e IgA anti-Toxoplasma gondii no soro, líquor e saliva de 
pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida e neurotoxoplasmose. Arq. 
Neuro-Psiquiatr., dez. 2004, vol.62, no.4, p.1033-1037. ISSN 0004-282X. 
 
BRITO, Ana Maria de; CASTILHO, Euclides Ayres de; SZWARCWALD, Célia 
Landmann. Aids e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. Revista 
da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, fev. 2001. Disponível em: <http//: 
www.scielo.br>. 
 
AMORIM, Daniela Silva de; MOREIRA, Nelson Luis de Maria. Meningoencefalites e 
sida. Disponível em: <http//: www. google.com.br>. 
 
BORGES, Aercio Sebastião e FIGUEIREDO, José Fernando de Castro. Avaliação da 
síntese intratecal de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii para o diagnóstico da 
neurotoxoplasmose em pacientes com síndrome da imunodeficiência adquirida. 
Revista da. Sociedade. Brasileira de. Medicina Trpical, nov./dez. 2004, vol.37, no.6, p.480-
484. ISSN 0037-8682. 
 
GUIMARÃES, Mark Drew Crosland. Estudo temporal das doenças associadas à aids no 
Brasil, 1980-1999. Disponível em: <http//:www.google.com.br>. 
 
KISNER, Carolyn; COLBY, Lynn Allen. Exercícios Terapêuticos: fundamentos e 
técnicas. Exercícios Fisioterapêutico: Fundamentação Conceitual. 3ed. São Paulo: Manole, 
1998. Cap.1, p.22. 
 
UMPHRED, Darcy A. Reabilitação Neurológica. Infecção pelo vírus da imunodeficiência 
humana(HIV): vivendo com uma doença crônica. 4ed. Barueri: Manole, 2004. Cap 18, 
p.596-597. 
 
KUMAR, Vinay; Cotran, Ramazi S. Patologia estrutural e funcional: Imunidade. 6 ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan , 2000. Cap. 7. p. 211-224. 
 
 
 
*Acadêmica do curso de fisioterapia da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e 
Tecnológicas do Piauí do 5º período – tarde. nidianymedeiros@yahoo.com.br; 
 **Acadêmica do curso de fisioterapia da Faculdade de Saúde, Ciências Humanas e 
Tecnológicas do Piauí do 5º período – tarde. carmemcarolina@yahoo.com.br; 
***Professora titular da Associação de Ensino Superior e Tecnológico do Piauí, Prestadora 
de serviços do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela e Professora efetiva da 
Universidade Estadual do Piauí. Tem experiência na área de fisioterapia e Terapia 
Ocupacional, atuando principalmente nos seguintes temas: intervenção fisioterapêutica 
neurológica e rpg. gisellaserafim@yahoo.com.br.

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